RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS UMA METODOLOGIA DE ENSINO CAPAZ DE GERAR PROFESSORES REFLEXIVOS Maurício Alves Nascimento/UEPB/[email protected] Resumo: Esta comunicação científica visa discutir a Resolução de Problemas como metodologia de ensino e aprendizagem da matemática, buscando dar compreensão ao que se ensina dentro de sala de aula. Hoje, além da necessidade de se ensinar matemática para resolver problemas, tem-se percebido que aprendemos a resolver problemas resolvendo problemas, e resolvemos problemas para aprendermos matemática. Percebo o quanto é importante deixar o conteúdo ir se desenvolvendo como uma proposta e não como “imposição”. E assim como nos esclarece os Parâmetros Curriculares Nacionais, precisamos tornar essa matemática acessível a todos e não há um grupo restrito que em nossa concepção são aptos para aprendê-la. Nesta comunicação, esclareço a dificuldade em trabalhar esta proposta quando não temos um currículo e um sistema que proporcione tal desenvolvimento. A partir desse estudo, acredito que este trabalho possa possibilitar reflexões aos professores de Matemática, para que os mesmos percebam que ensinar matemática através da Resolução de Problemas se transforma num desafio diário desde o planejamento de qualquer atividade até a sua execução, e que tal metodologia de ensino possa contribuir para nos tornar professores reflexivos e não apenas transmissores de conteúdos. Palavras-chave: Matemática Escolar; Ensino de Matemática; Resolução de Problemas. INTRODUÇÃO O ensino da Matemática através da Resolução de Problemas (RP) vem sendo discutido e trabalhado por diversos estudos e pesquisas na área da Educação Matemática. Desde a década de 80, com tal proposta sendo colocada como o ponto central no ensino da matemática, várias pesquisas se desenvolveram e ainda se desenvolvem, mesmo assim ensinar matemática através do método da resolução de problemas vem se tornando muito usual no discurso de matemáticos, mas deixa a desejar quando analisamos a prática escolar (ANDRADE, 1998). Uma das dificuldades ou é proveniente do conflito, que parece não ter fim, entre um currículo que enfatiza uma matemática para pessoas que assimilem mais facilmente os conteúdos para ter um bom êxito nos futuros processos seletivos, ou um currículo que exponha uma matemática preocupada não com o acúmulo de conteúdos, mas com o 1 Mestrando em Ensino de Ciências e Matemática - UEPB; Professor de Matemática da Rede Pública do Estado da Paraíba. entendimento e a compreensão do que está sendo ensinado. Sei que estamos diante de duas situações bastante diferentes. O ideal seria um ensino de matemática que interpolasse ambas as tendências. É perceptível, ainda, que as dificuldades são maiores quando não temos segurança do que estamos realizando. Existem muitos profissionais com uma proposta metodológica muito bonita, mas colocam em risco o trabalho não apresentando a devida segurança referente ao conteúdo matemático a ser ensinado. O ensino em resolução de problemas, desde que começou a ser investigado por Polya, em 1945, passou por várias interpretações sem perder a essência que leva essa proposta de ensino até hoje a ser discutida, como mostrarei a seguir. Hoje, temos foco de pesquisa na RP como veículo do ensino de matemática, ou seja, o ensino de um determinado conteúdo é apresentado por diversas situações problemas fazendo com que o conhecimento vá se desenvolvendo através de um processo. Nesse trabalho, apresento, inicialmente, reflexões sobre o ensino e aprendizagem da matemática escolar através da Resolução de Problemas. Em seguida, farei uma abordagem histórica interligada com reflexões conscientes e maduras dos benefícios do ensino da matemática através da RP, tais como: a visão pedagógica dada por Huete e Bravo (2006) sobre a Resolução de Problemas e a importância do currículo de Matemática para o seu desenvolvimento. Pode-se observar através da prática escolar o quanto nossos alunos precisam de uma matemática que abranja e instigue o pensamento reflexivo. Vivemos em um tempo onde tudo é imediato e raras são às vezes onde paramos para refletir. Muito mais do que saber matemática, temos que compreendê-la e, acredito que o ensino da matemática escolar através da Resolução de Problemas proporcione esse significado esperado. 1. A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COMO FOCO DA MATEMÁTICA ESCOLAR No final do século XVIII, de acordo com as reformas curriculares propostas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, a matemática entra na escola como ciência presente no cotidiano, mas currículos e livros didáticos, tão formalmente criados baseados no raciocínio dedutivo de Euclides favorecem o distanciamento do cotidiano de nossos alunos. O raciocínio dedutivo de Euclides era importante para compreender a matemática, mas tornou-se de difícil compreensão para os alunos do ensino básico, pois o mesmo era voltado para aqueles que têm aptidões, ou seja, um ensino de matemática visando formar matemáticos. É perceptível neste momento da história uma forte influência da pedagogia tradicional. De forma considerada, a matemática evoluiu e ganhou importante espaço na escola devido às várias reformulações curriculares cujo objetivo central desde o século XVIII era tornar a matemática uma ciência para todos e não simplesmente para um grupo seleto. Assim como nos indicam os PCN, “a matemática precisa estar ao alcance de todos e a democratização do seu ensino deve ser meta prioritária do trabalho docente” (BRASIL, 1999, p.19). Ainda hoje me pergunto: será que a matemática que ensino aos meus alunos está ao alcance deles? Será que a mesma é aplicada gerando significado? Estar ao alcance de todos não é processar o seu ensino imaginando que todos os alunos têm a mesma facilidade de dominar essa disciplina tão abstrata, mas tão concreta, isto é, cheia de significados, possibilitando diversas compreensões. Tenho consciência que tal democratização é tarefa difícil, tendo em vista, a necessidade da sensibilidade para perceber que a expressão “os que têm aptidões e os que não têm” já se torna uma forma errônea de se começar o trabalho docente, pois, na verdade, os aptos são todos os que estão dentro da sala. Se tivermos em vista a democratização do ensino, é necessário entender isso. No entanto, surge o interesse no fim dos anos de 1970 pelo ensino da RP. Segundo Andrade (1998), tal ensino começou a ser investigado de forma sistemática com a influência de George Polya, em seu livro “How to solve it”, em 1945. Antes da década de 70, tinha-se a Resolução de Problemas como uma mera aplicação de estratégia, centrada num exaustivo exercício de resolver problemas. Não havia preocupação com o processo. O ensino da RP se limitou em desenvolver bons resolvedores de problemas. Vale salientar, neste momento da história, a influência do pensamento da corrente da Matemática Moderna (60/70) que apresentava um currículo que enfatizava a Teoria dos Conjuntos e a Álgebra Booleana, tornando o ensino de matemática preocupada com as estruturas abstratas. Inclusive percebo que no cotidiano escolar essa é ainda a prática de Resolução de Problemas. Por exemplo, na própria escolha do livro didático, da qual participei em escola pública municipal do estado da Paraíba, a prioridade foi o livro que apresentava maior quantidade de exercícios. Para a maioria, o livro que traziam maior quantidade de problemas (...). Sendo assim, fica nítida a maneira imatura que muitos educadores matemáticos enxergam a Resolução de Problemas. Tal Movimento aparece como um movimento educacional constituído de forma privilegiada para o desenvolvimento do pensamento científico e tecnológico. É perceptível que a proposta provinda desse movimento estava fora do alcance dos alunos como também dos professores. Estes obrigados a ensinar uma “matemática vazia”, ou seja, ministrar um ensino para o qual não foram bem preparados, tornando maior a gravidade dos problemas. O ensino passou a ganhar ênfase teórica deixando à margem a prática. Esse movimento fracassou devido aos exageros, mas também trouxe grandes benefícios, como nos afirma D’Ambrósio: Se a matemática moderna não produziu os resultados pretendidos, o movimento serviu para desmistificar muito do que se fazia no ensino da matemática e mudar – sem dúvida para melhor – o estilo das aulas e das provas e para produzir muitas coisas novas, sobretudo à linguagem moderna de conjuntos. Claro que houve exageros e incompetência, como em todas as inovações. Mas o saldo foi altamente positivo. Isso se passou, com essas mesmas características em todo o mundo. [...] (D’AMBRÓSIO, 1998, p. 57-59). Em meio, a grandes questionamentos, sobre a qualidade e a significância do ensino de matemática, surge em 1980, na reunião do Conselho Nacional de Supervisores de Matemática é abordado que aprender a resolver problemas é o principal objetivo no momento de estudar matemática (ANDRADE, 1998). Mas, a ênfase maior surge no Conselho Nacional dos Professores de Matemática no documento, “Agenda para a Ação”, composta por vários itens relacionados ao processo de ensino e aprendizagem da matemática, que aconselham que a resolução de problemas seja o principal objetivo do ensino de matemática nas escolas nos anos de 1980. A Agenda assume que há uma relação direta entre a Resolução de Problemas nas aulas de matemática e a RP de matemática noutras partes da nossa vida. Vale a pena perceber que todo o processo do desenvolvimento em matemática é proveniente de resoluções de problemas, desde os antigos até os dias de hoje, sendo a maioria deles relacionados a problemas surgidos no dia-a-dia. Portanto, percebo que em sua originalidade, [...] A resolução de problemas tem a ver com a produção de conhecimentos significativos para aquele que aprende. O conhecimento que se valoriza pela sua significação não é o conhecimento transmitido, mas o conhecimento produzido por quem está em situação de aprender. Assim, se a resolução de problemas deve ser o lugar da produção do conhecimento, a tarefa de resolver problemas é uma tarefa privilegiada para a aprendizagem. [...] (HUETE E BRAVO, 2006, p.118119) Segundo Onuchic (1999), “resolução de problemas envolve aplicar a matemática ao mundo real, atender a teoria e a prática de ciências atuais emergentes e resolver questões que ampliam as fronteiras das próprias ciências matemáticas”. Para que a matemática possa ser aplicada ao mundo real, é necessário desenvolver uma matemática que atenda as necessidades vigentes na sociedade e nos desprender de um currículo que muitas vezes impede tal desenvolvimento. Daí nasce a experiência de ensinar matemática não para resolver problemas, mas através da resolução de problemas. Torna-se uma via, caminho este que gerará compreensão na aplicação de tal metodologia de ensino. Essa década é considerada a “década de ouro” por vários motivos. Muitos pesquisadores voltaram seus olhares para o estudo da Resolução de Problemas como uma metodologia de ensino, gerando assim muitos trabalhos publicados. Na década de 90, a Resolução de Problemas tem sua maior ênfase como uma metodologia de ensino, como foi mencionado em alguns eventos nacionais: II EPEM e IV ENEM (1991 e 1992 apud Itacarambi, 1993, p.17). Sendo assim, [...] Na abordagem de Resolução de Problemas como uma metodologia de ensino, o aluno tanto aprende matemática resolvendo problemas como aprende matemática para resolver problemas [...]. (ANDRADE, 1998, p. 7) Segundo Onuchic (1999), “nessa metodologia o ensino de Resolução de Problemas não é mais um processo”, mas uma proposta metodológica de ensino. Em consequência disso vão surgindo teorias que estarão intimamente ligadas com a prática. É importante perceber que, segundo Andrade (1998), a Resolução de Problemas passa a ser pensada como uma metodologia de ensino, como um ponto de partida e um meio de se ensinar matemática. Sendo assim, justifica-se a necessidade da influência de outras correntes teóricas. A partir da década de 90 até os dias atuais, várias propostas e correntes têm incorporadas na linha de pesquisa Resolução de Problemas, entre elas a exploração de problemas, a modelagem matemática e a história da matemática entre outras. Finalizando, percebo que no dia-a-dia tanto professores como pesquisadores, falase muito de RP, mas pouco se sabe sobre isso. No entanto o tema “Resolução de Problemas” tornou-se hoje quase um slogan para se fazer matemática, principalmente quando tratamos da matemática escolar. Basta percebermos o quanto de textos, de monografias, de artigos científicos, de teses, entre outras formas de manifestações do saber, são escritos diariamente. A necessidade em resolver problemas, assim como vimos, não é de hoje, já que a construção e o desenvolvimento da matemática passam sempre por tal experiência. A matemática têm se construído como resposta a perguntas traduzidas em outros problemas. Tais perguntas tem tido variações em suas origens e em seu contexto: problemas de natureza doméstica (divisão de terras, cálculos de créditos...); problemas formulados em estreita vinculação com outras ciências (astronomia, física...); necessidade de organizar elementos já existentes, etc.[...] (PARRA e SAIZ, p. 36) O ensino e a aprendizagem mais eficiente para o aluno, tendo como veículo a RP, é o ensino que produza compreensão para que a aprendizagem ganhe sentido. Acredito que a base sustentadora para uma boa eficácia no ensino e aprendizagem da matemática, via a RP se passe, primeiramente, pelo domínio do conteúdo a ser ministrado, como também, pelo prazer que deve sentir em resolver problemas. Como serei capaz de motivar uma pessoa se não tenho essa própria motivação dentro de mim? Sendo assim, faremos da RP um veículo que nos conduzirá para a aprendizagem. 1.1 VISÃO PEDAGÓGICA DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS APRESENTADA POR J. C. SÁNCHEZ HUETE E J. A. FERNÁNDEZ BRAVO Não podemos ver a RP como a fonte solucionadora de todos os problemas existentes no ensino de matemática, mas devido a sua capacidade de intuir o pensamento reflexivo, como elenca Grube (1974 apud Stanic e Kilpatrick, 1989, p.08), como uma porta de acesso ao conhecimento compreensivo. O ensino de matemática, apoiada no desejo em aprender a resolver problemas, implica diretamente na necessidade do desenvolvimento individual e social. Logo, o saber matemático consiste em dar uma atenção especial aos métodos na mesma proporção que esforçarmo-nos para dominar o conteúdo a ser ensinado. Segundo Blanco Nieto (1993 apud Huete e Bravo, 2006, p.118), o problema pedagógico proveniente dessa nova contribuição, o ensino via Resolução de Problemas, está centrado em “estabelecer condições didáticas convenientes que ajudem o aluno a ‘matematizar’ situações”. [...] Aceitar a resolução de problemas como espírito do ensino da matemática não quer dizer que o mesmo se aprende com clareza na prática docente. (HUETE E BRAVO p.121). Kilpatrick (1985 apud Huete e Bravo, 2006, p.119), resume o uso da resolução de problemas em três direções: - os problemas são analisados como um veículo para se alcançarem algumas metas curriculares; - a resolução de problemas é considerada como uma de tantas habilidades que devem ser ensinadas no currículo; - a resolução de problemas é vista como uma arte no sentido de simular a atividade matemática dentro da aula. Aulas em que os valores da matemática como uma disciplina com sentido sejam refletidos na prática cotidiana, afirma Shoenfeld (1998 apud HUETE e BRAVO, p.119) 1.2 A IMPORTÂNCIA DO CURRÍCULO PARA O DESENVOLVIMENTO DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS Podemos caracterizar o currículo escolar como sendo toda ação pedagógica, que se realiza na escola e a partir dela, para que se concretize a aprendizagem (GROENWALD e NUNES, 2007). Essa ação pedagógica não se limita dentro das quatro paredes da sala, mas se entende envolvendo todo o contexto social, ou seja, a realidade em toda sua dimensão na qual se encontra qualquer núcleo de ensino. É perceptível o quanto é confortável para nós professores enxergarmos a prática docente como uma mera transmissão e/ou transcrição do conteúdo, quando, na verdade, toda essa prática passa por contextos muito mais amplos, tais como: o contexto social dos alunos, os seus contextos políticos, os seus contextos econômicos, os seus contextos religiosos, entre outros, contextos o que vem tornar o nosso trabalho dificultoso, mas, em contra partida, vem enriquecê-lo. Falar de uma ação pedagógica eficiente sem abordar toda essa pluralidade-diversidade cultural em um currículo escolar é tornar o mesmo deficiente. Assim, [...] Através do currículo escolar, realiza-se a difusão do conhecimento científico, adquirido pela sociedade. Em seu funcionamento deve estar presente a realidade sócio-histórico-cultural da comunidade a que se destina, atribuindo, dessa forma significado aos conhecimentos e saberes trabalhados na escola [...]. Portanto o currículo escolar tem uma importância fundamental na construção da escola que queremos ter. (GROENDWALD e NUNES, 2007, p. 100-101). Portanto o currículo escolar tem um importante papel na construção do saber dos alunos. Baseado nas ideologias construtivistas de ensino, é perceptível que: [...] Aprender e ensinar são mais do que um mero processo de repetição e acumulação de conhecimento; implica transformar a mente de quem aprende que deve reconstruir, em nível pessoal, os processos culturais com o fim de apropriar-se deles. [...] (CRESPO, 1998, apud GROENDWALD e NUNES, 2007, p. 101) É necessário que as metodologias aplicadas em sala de aula sejam significativas para o ensino, para que os alunos sejam capazes de construir significados e dar sentido ao que aprenderam. Sendo assim, [...] Na medida em que produzirmos esse processo de construção de significados e de atribuição de sentido, conseguimos que a aprendizagem de conteúdos específicos cumpra a função que lhe é determinada e que justifica a sua importância: contribuir para o crescimento pessoal dos alunos, favorecendo e promovendo o seu desenvolvimento e socialização. (GROENDWALD e NUNES, 2007, p. 102). Daí justifica-se o quanto é necessário desenvolver a capacidade de pensar em nossos alunos, esse é o grande objetivo de se estudar e aprender matemática. Por isso, ao debruçarmos no contexto resolutivo dos problemas iremos perceber o quão útil é esse estudo para o desenvolvimento do currículo escolar. [...] A resolução de problemas é considerada como o método mais conveniente de aprender matemática: é a aplicação da matemática a diversas situações [...] (HUETE e BRAVO, p. 137). CONCLUSÃO Gerar professores de Matemática reflexivos é tornar a atividade prática compreensiva, enxergando possibilidades e limitações dos conteúdos explorados em sala de aula. Ao apresentar a Resolução de Problemas como uma metodologia de ensino da Matemática Escolar, enxergo-a como sendo uma de tantas propostas em Educação Matemática capaz de tornar a atividade do professor compreensiva. É notável que para se desenvolver um trabalho nesta perspectiva que defendo – o ensino da matemática através da Resolução de Problemas –, deve haver uma reformulação do currículo existente, pois da forma que está constituído, prioriza o ensino voltado para vencer os conteúdos que o compõem. Professores reflexivos são gerados ou influenciados por uma organização curricular flexível. Muitas vezes quando iniciamos o nosso planejamento anual, a primeira preocupação é saber o que foi explorado nos últimos exames seletivos, ao invés de verificarmos as maiores deficiências encontradas por nossos alunos no ano anterior. Tenho clareza que esta é apenas uma das variáveis, entre tantas que exigem reflexão. Ao propor aos alunos que resolvam problemas, não simplesmente por resolvê-los, contribuímos para que eles pensem, mesmo que no final do processo percebam que erraram, esse erro terá significado. Vale salientar que o ensino através dessa metodologia não visa apenas o resultado final, mas todo o processo desenvolvido. Sendo assim, ensinar matemática tendo como foco essa metodologia, nos abre possibilidades para tornamos nossas aulas mais eficazes. REFERÊNCIAS ANDRADE, Silvanio de. Ensino-aprendizagem de matemática via resolução, exploração, codificação e descodificação de problemas e a multicontextualidade da sala de aula. 1997. Rio Claro: IGCE, UNESP, 1998. BRASIL. 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