ACOLHIMENTO: um estudo de caso no HUSE após a criação da Fundação Hospitalar de Saúde de Sergipe 1 Silvânia Lima do Espírito Santo Cavalcante 2 Maria da Conceição Seixas Tavares Pereira Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar um estudo sobre a opinião do usuário dos serviços do pronto-socorro do HUSE no que tangue ao acolhimento, depois da instituição da Fundação Hospitalar de Saúde de Sergipe. Para o estudo de caso foram aplicados 400 questionários nas áreas do pronto-socorro do HUSE, com as opções de resposta ÓTIMO, BOM, REGULAR e RUIM. Os resultados que predominaram sobre: atendimento da recepção; as explicações fornecidas pela enfermagem sobre os procedimentos e cuidados; a prestação serviço prestado pela vigilância; a orientação prestada pelo serviço social; informações recebidas pela ouvidoria, cordialidade e atenção para com as suas necessidades e queixas a equipe; avaliação sobre o atendimento médico, a todos estes questionamentos predominou a opção BOM. Para a resolução de problemas os pacientes da área azul e traumas se mostraram bem satisfeitos. Sobre as instalações físicas serem adequadas para os pacientes da área azul e vermelha identificadas como insuficientes devido à superlotação. Sobre o questionamento se indicaria este hospital para outras pessoas predominou a opção sim. Áreas observadas como criticas a ortopedia, área azul e a vermelha. No geral o acolhimento no HUSE tem favorecido a melhora das atividades do pronto-socorro. Palavras-chave: Acolhimento com Classificação de Risco; Humanização; HUSE; Reforma Sanitária. Abstract This article aims to present a study on the user's view of the emergency services of the Huse Tangue in the host after the establishment of the Hospital Health Foundation of Sergipe. For the case study 400 questionnaires were applied in the areas of emergency room Huse, with response options GREAT, GOOD, FAIR and POOR. The results of the predominant, service reception, the explanations provided by the nursing staff on the procedures and care, providing service for surveillance, guidance provided by social services, information received by the ombudsman, warmth and attention to their needs and complaints staff, evaluation of health care to all these questions predominated the option BOM. For troubleshooting blue area of the patients and trauma were well satisfied. On the physical facilities are adequate 1 Graduada em Pedagogia pela Faculdade Pio Décimo. Pós-Graduada Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde pela ENSF/FIOCRUZ-PROGESUS. Pós-Graduada em Gestão e Auditoria Hospitalar pela Universidade UNIFOA – RJ. E-mail: [email protected]. 2 Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de Sergipe. E-mail: [email protected]. 2 for patients in the area red and blue identified as insufficient due to overcrowding. On the question whether the hospital would indicate to others predominated the option yes. Areas seen as critical to orthopedics, red and blue area. Overall the reception in Huse has favored the improvement of the activities of the emergency room. Keywords: Welcome to Risk Rating; Humanization Huse; Health Reform. 1 Introdução No ano de 2007 foi posta em prática a Reforma Sanitária em Sergipe, considerada o principal projeto do governo do estado para a área da saúde. Formulada no âmbito do governo estadual, essa reforma consistiu-se numa macroestratégia de implantação e implementação do Sistema Único de Saúde, com o objetivo maior de estabelecer o mesmo padrão de cuidado para todos, para tanto definiu o papel do Estado como gestor responsável pela produção de serviço complementar aos municípios, indutor de políticas e coordenador de sistema com base nos princípios da Universalidade, Descentralização e Integridade. Dentre as propostas desta reforma, está a humanização do atendimento, principalmente na instituição de mecanismos de recepção com acolhimento aos usuários. Entende-se que humanização é o eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS, através da oferta de atendimento e qualidade com acolhimento1. Visando melhor gerenciar a saúde no estado, o Governo do Estado no âmbito da Reforma Sanitária aprovou a criação da Fundação Hospitalar de Saúde de Sergipe, que absorveu toda rede hospitalar do estado, dentre estes o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE). Enquanto fundação, as instituições de saúde pública do estado passaram a preconizar as diretrizes da Política Nacional de Humanização e do Programa Mais Saúde, que em seus eixos de intervenção instituem a melhora do acolhimento e a implantação de práticas de atendimento humanizado nos serviços da rede SUS, como pontos a serem considerados na garantia dos princípios básicos da reforma sanitária de estado. Salienta-se que o HUSE é o único hospital público de média e alta complexidade do Estado de Sergipe. Disponibiliza atendimento não só aos usuários do estado, mas também aos provenientes dos estados fronteiros como Alagoas, Bahia e Pernambuco. Inaugurado em 1986 passou por transformações no sentido de melhor atender a demanda por serviços de saúde do estado. No dia 13 de 3 novembro de 2009, com as iniciativas procedentes da instituição da Fundação teve sua estrutura física aumentada e seu atendimento reestruturado. Baseado no exposto, este artigo tem como objetivo desenvolver um estudo sobre a opinião do usuário dos serviços do HUSE relativa ao acolhimento, depois da instituição da Fundação Hospitalar de Saúde de Sergipe. Induzindo-se a análise do atendimento da recepção do HUSE; o atendimento realizado pela equipe de enfermagem do HUSE; a atenção disponibilizada pelo atendimento médico do HUSE; a cordialidade e atenção disponibilizado pelas equipes do Posso Ajudar do HUSE. Apresenta como relevância social o fato de conferir uma maior visibilidade ao “acolhimento” que acontece nas dependências do HUSE. Espera-se contribuir com os estudos relacionados à humanização e acolhimento, uma vez que ficou evidente que poucos são os estudos acadêmicos realizados no âmbito do HUSE, que priorizaram a importância do acolhimento para a um atendimento satisfatório aos usuários dos serviços da instituição. Sob o ponto de vista pessoal, a realização deste estudo representa em suma o desejo íntimo de apresentar a sociedade que existe preocupação com a opinião do usuário sobre os serviços que são disponibilizados no HUSE. 2 Esclarecendo os Conceitos do Estudo A luta pela Reforma Sanitária no país, se sustentava nas críticas às práticas, às instituições e à organização do sistema de saúde como um todo. Desigualdade no acesso ao sistema de saúde, inadequação dos serviços às necessidades, qualidade insatisfatória dos serviços e ausência de integralidade das ações. Esta realidade apontava não apenas a necessidade da reorientação do modelo assistencial, como também sinalizava a direção que esta reorientação precisava assumir de forma que se adequasse a proposta do SUS, em discussão2. A instituição do SUS foi um produto da luta desse movimento. Fez parte do contexto de redemocratização do país, estabeleceu a saúde como sendo um direito universal e um dever do Estado promover o acesso à saúde a todos os cidadãos e cidadãs brasileiras 3. 4 No estado de Sergipe a Reforma Sanitária representou a participação do Estado como produtor de serviço complementar de saúde aos municípios. Trata-se da continuação da Reforma Sanitária do país, visto que está reforma nunca vai ter fim devido à necessidade de cada vez mais o Estado está comprometido com o crescimento, bem estar e a equidade para todos os brasileiros4. Entende-se para que as Reformas aconteçam às políticas públicas são cruciais. No país, estas representam as respostas do Estado aos problemas que surgem na sociedade3. São políticas consolidadas em conjuntos de diretrizes, medidas e procedimentos que demonstram a preocupação política do Estado diante dos problemas considerados de interesse público. São respostas diretas do Estado que visam ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde em nível individual e coletivo3, 5. Dentre as políticas públicas, nesse estudo é interessante comentar sobre a Política de Humanização da Atenção e da Gestão – PNH. Caracterizada como uma iniciativa inovadora no SUS, a PNH foi criada em 2003.Tem como objetivo qualificar práticas de gestão e de atenção em saúde, com foco na humanização, ou seja, em produzir novas atitudes por parte de trabalhadores, gestores e usuários, de nova ética no campo do trabalho, incluindo aí o campo da gestão e das práticas de saúde, superando problemas e desafios do cotidiano do trabalho6. Esta política foi criada a partir da experimentação prática de 20 anos de política pública de saúde, é o resulta de uma série de desafios que foram superados 7. Apresenta-se como condição para a ampliação da sustentação política e social do próprio SUS. Outra política citada neste estudo é o Programa Mais Vida: Direito de Todos. Lançado em 2007, esse programa tem como objetivo aproveitar as potencialidades oferecidas pelo setor de saúde como um dos elos vitais para um novo padrão de desenvolvimento brasileiro, enfrentando os enormes desafios ainda presentes 8,6. Busca aprofundar e atualizar os grandes objetivos da criação do SUS, de forma a superar os novos desafios e dimensões para a concretização dos objetivos de universalidade, eqüidade e integralidade assegurados na constituição do país. contempla entre suas diretrizes um vasto conjunto de ações que envolvem a promoção, a prevenção e os serviços de saúde nos diferentes níveis de complexidade, abarcando a vigilância em saúde e a assistência prestada no âmbito 5 do SUS e da saúde suplementar. Para tanto trabalha de forma articulada com o Governo Federal e os Estados e Municípios na promoção da saúde8. Destaque será neste estudo para o Eixo 2 - Atenção à Saúde do Programa Mais Vida, que dentre as suas medidas traz a o item 2.27, cujo conteúdo visa melhorar o acolhimento e implantar práticas de humanização na rede SUS. Até o ano de 2003 a proposta de criação de uma política de humanização era uma utopia. Estava associada a atos humanitários que dependiam da boa vontade de alguns. Muitos foram os enfrentamentos necessários para que fosse concebida a PNH em 2004 e suas ramificações, como é o caso do Programa Mais Vida 9. Entende-se que esse Programa foi criado para atuar no sentido de buscar resposta para o despreparo dos profissionais da saúde para lidar com a dimensão subjetiva do cuidado, visto que para a PNH humanizar é valorizar os diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores1, 6,7,10 . O acolhimento também é uma das diretrizes da PNH e é o fator responsável pelas necessárias mudanças no processo de prestação de serviços de saúde10. Importante diferenciar o conceito de “acolhimento” do de “acolhimento com classificação de risco”. O que acontece no cotidiano das praticas de saúde é o acolhimento que todos profissionais de saúde desenvolvem. O acolhimento com classificação de risco é o realizado nas portas de entrada dos aparelhos de saúde, ou seja, prontos socorros, ambulatórios de especialidades, centros de saúde, etc11. Trata-se de um grupo especializado em promover o primeiro contato do usuário com o serviço. São profissionais dotados de tecnologia de Avaliação com Classificação de Risco, aptos a determinar de forma ágil, mediante análise de protocolo preestabelecido, o grau de necessidade do usuário, independente da ordem de chegada, mas no nível de complexidade, vai além do conceito tradicional de triagem e de exclusão11, 12. Interessante frisar que classificação de risco não é triagem, porque não tem o objetivo de excluir e sim de organizar o fluxo e atender com maior agilidade quem apresenta maior risco13. Para a gestão do HUSE é importante aumentar a satisfação dos profissionais e usuários através da redução do risco de mortes evitáveis. O acolhimento com classificação de risco realizado no pronto-socorro proporciona o 6 encaminhamento com garantia do acesso à rede de atenção básica de saúde, atenção especializada e outras unidades da rede hospitalar. Ele acaba com a triagem realizada pelo funcionário pouco qualificado, efetivando o acolhimento e a classificação de risco11, 12,13. Diante do exposto observa-se que o HUSE passou por muitas mudanças e hoje adota o acolhimento com classificação de risco, como mecanismo de solução para os entraves no atendimento aos usuários do SUS. Na seqüência a metodologia utilizada para a pesquisa voltada a conhecer como os usuários dos serviços do HUSE observam o acolhimento na instituição. 3 Materiais e Métodos Este estudo avaliou a percepção dos usuários sobre o “acolhimento” no HUSE. Participaram deste estudo 400 indivíduos que se encontravam internados, em processo de atendimento (nas macas, poltronas ou leitos),acompanhantes ou em visita no HUSE no período de 05/08/2011 a 26/08/2011, escolhidos de forma aleatória. Foram entrevistados homens e mulheres com idades entre 18 anos e 90 anos. Pacientes da capital, do interior do Estado e regiões circunvizinhas. Nível de escolaridade alfabetizados capazes de ler os questionamentos (todos responderam aos questionamentos sem ajuda), onde registra-se que dentre os entrevistados da área azul e verde clínica foram adultos acima de 40 anos. Os entrevistados da área verde trauma foram homens na faixa etária de 18 e 40 anos provenientes de acidentes (arma branca, arma de fogo, motocicleta e veículo). Na área Amarela e vermelha foram entrevistados só os visitantes, pois são pacientes em estado crítico. As áreas do HUSE estão classificadas conforme a classificação de risco, os dados foram organizados e analisados considerando o perfil de cada área. Registrase que a AREA AMARELA é uma unidade crítica fechada a visitantes, foram distribuídos 20 questionários. Na ARÉA AZUL encontram se macas e poltronas, onde são permitidas visitas, foram distribuídos 90 questionários. No CONSULTÓRIO (todas as especialidades e clínica geral) realizam-se atendimentos, encontram-se pacientes de saída ou esperando medicação, foram distribuídos 40 questionários. Na MEDICAÇÃO RÁPIDA encontram-se pacientes que passaram no consultório foram atendidos e medicados (todas as especialidades e clínica geral). Na 7 ORTOPEDIA pacientes vindos do consultório e retorno, foram distribuídos 30 questionários. Na VERDE CLÍNICA pacientes em macas onde são permitidos visitantes e acompanhantes foram distribuídos 60 questionários. Na VERDE TRAUMA pacientes esperando cirurgias em macas, nessa área são permitidos acompanhantes foram distribuídos 70 questionários. Na VERMELHA unidade critica fechada, são permitidos visitantes foram distribuídos 20 questionários. 4 Análises e Resultados Foram respostas obtidas com a aplicação dos 400 questionários: Sobre o questionamento 1: ACOLHIMENTO DA RECEPÇÃO Para 43% dos entrevistados o mesmo se mostrou BOM. Sobre a opção RUIM registra-se uma freqüência de 4,8%. Para ÓTIMO 22,5% e para REGULAR 29,8%. Conforme estes números correto concluir que o acolhimento disponibilizado pelo atendimento da recepção tem alcançado as expectativas de 22,5% dos entrevistados, só para 4,8% destes foi RUIM. Sobre o questionamento 2: EXPLICAÇÃO FORNECIDA PELA ENFERMAGEM SOBRE OS PROCEDIMENTOS E CUIDADOS De modo geral 42,5% dos questionários aplicados apontaram como BOM as explicações da enfermagem sobre os procedimentos e cuidados disponibilizados no pronto-socorro do HUSE. Para 30,5% as explicações foram REGULAR. Para 10,5% foi RUIM, verifica-se que destes, 20% são da verde-trauma e azul, áreas com um grande volume de pacientes internados, o que muita das vezes dificulta o atendimento a todos pela equipe de enfermagem. A soma das incidências totais relacionadas a BOM ou REGULAR, tem-se um percentual de 73% em contrapartida a incidência de BOM ou ÓTIMO de 59%. Verifica-se uma situação onde a incidência de REGULAR está mais acentuada. Para o enfermo e o acompanhante que não apresenta uma condição tão urgente, o fato de ser priorizada mais atenção ao caso mais grave, pode representar que não teve sua queixa tratada com devida importância. Como o estudo não tem a intenção de avaliar os procedimentos de enfermagem, mas o “acolhimento” a alta incidência nos dados estatísticos da opção REGULAR, principalmente na área amarela, justifica-se pela importância que é dada ao tempo destinado a atenção dispensada a muitos pacientes. 8 Sobre o questionamento número 3: COMO VOCÊ CONSIDERA O SERVIÇO PRESTADO PELA VIGILÂNCIA? Para 42,3% do total de respostas dos questionários optaram por BOM. 26% como ÓTIMO. 24,3% REGULAR e apenas 7,5% não estão satisfeitos com o acolhimento da vigilância e marcaram o item RUIM. Diante dos dados estatísticos apresentados no geral predominou a opção BOM, principalmente nas áreas onde estão liberadas as visitas e acompanhantes. A influência da vigilância no acolhimento está baseada na atenção dispensada no momento de verificar o destino do paciente e confirmar a autorização para a visita. Estes colaboradores não têm acesso a maiores informações sobre pacientes. Também não atuam diretamente na classificação de risco. Conforme as normas não é permitido ao vigilante qualquer tipo de abordagem que venha incidir em constrangimento ao usuário (paciente, visitante, acompanhante e servidor). Só o profissional responsável pelos cuidados do paciente é autorizado a realizar qualquer tipo de abordagem sobre suspeita de transporte de alimentos. Na área azul os vigilantes são responsáveis pelo fluxo (entrada e saída) dos acompanhantes, administraram a troca dos mesmos, onde só é permitido a entrada de um acompanhante por paciente (essa situação gera muitas vezes descontentamento por parte dos familiares que querem acompanhar seus entes em tratamento). Oportuno registrar que a PNH em suas diretrizes ampliou o horário de visita nos hospitais e possibilitou a presença dos amigos e familiares do paciente, como forma de manter os vínculos do cotidiano do paciente como forma de “contribuir para uma recuperação mais rápida”. Já visando diminuir a insatisfação dos visitantes devido ao pouco tempo destinado as visitas aos enfermos 13. Sobre o questionamento número 4: COMO VOCÊ AVALIA A ORIENTAÇÃO PRESTADA PELO SERVIÇO SOCIAL? Para 48,3% das respostas consideram como BOM e apenas 8,3% deles como RUIM. Registro de um empate técnico entre as colunas REGULAR 21,5%, e ÓTIMO 22,0%, cada um destes apresentam quase que a mesma freqüência percentual. 9 Dos 8,3% questionários que consideram como RUIM as orientações do serviço social refletiram às opiniões dos estratos das áreas verde-trauma e azul, áreas onde está o maior volume de pacientes internados. Do total de 21,5% REGULAR, a área vermelha representa 35,0%. Para 27,1% dos entrevistados das áreas medicação rápida avaliaram como ÓTIMO o atendimento da equipe de serviço social. Oportuno registrar que todos os pacientes que passaram pelo consultório na classificação de risco ficam no atendimento aguardando para realização de exames e medicação. Registra-se que a sobrecarga das equipes, é uma dificuldade a ser superada. A qualidade das ações de saúde deve acontecer é preciso transformar o serviço de saúde em excelente produtor de procedimentos. Importante potencializar os profissionais comuns e especializados, sem extrapolar as competências inerentes ao exercício profissional de cada categoria12. Sobre o questionamento número 5: COM RELAÇÃO A CORDIALIDADE E ATENÇÃO PARA COM AS SUAS NECESSIDADES E QUEIXAS A EQUIPE DO POSSO AJUDAR FOI? Para 26% ÓTIMO e 39% BOM. Os dados estatísticos também apontam um empate técnicos entre as colunas REGULAR , 24,8%, e ÓTIMO, 26,0%, cada um destes apresentam quase que a mesma freqüência percentual, a diferença para ÓTIMO é de 1,2% a mais que REGULAR. As maiores incidências de REGULAR foram nas áreas amarela e vermelha. Dos 10,3% dos entrevistados que avaliaram como RUIM, 13,5% destes são da área azul. Observou-se que as queixas e necessidades dos entrevistados, estão relacionadas às dificuldades encontradas pela equipe devido à superlotação do pronto-socorro e a falta de fluxo interno definido. Para humanizar os serviços tanto no âmbito hospitalar, como nas unidades de saúde, algumas instituições vêm implantando programas de humanização dentro dos hospitais, como por exemplo, o Projeto “Posso Ajudar” do HUSE. Destaca-se que entre as atividades realizadas pelas equipes do Posso Ajudar, no HUSE, estão às voltadas a auxiliar na organização da unidade, fazer o acompanhamento dos pacientes, orientar a todos e colaborar com acolhimento e humanização para todos que buscam assistência médica na instituição. Tal qual a equipe de vigilância, a equipe do Posso Ajudar não está autorizada e nem tem acesso a informações dos pacientes. 10 Sobre o questionamento número 6: COMO VOCÊ AVALIA A ATENÇÃO RECEBIDA DURANTE O ATENDIMENTO MÉDICO? Para 30,8% das respostas ÓTIMO, 39% BOM, 20,3% REGULAR e para 10,0% RUIM. Nenhum entrevistado da área amarela marcou a opção ruim. 123 entrevistados avaliaram como ÓTIMO o atendimento médico. O somatório dos dados estatísticos de REGULAR e BOM tem-se a incidência de 59%, já a soma de BOM e ÓTIMO obtém se a incidência positiva de 69%. REGULAR e RUIM juntos correspondem a 30,3% dos entrevistados, ou seja, 121 pessoas. Verifica-se uma incidência crítica comparando com as demais já analisadas. Assim, ainda existem queixas quanto ao atendimento médico que necessitam serem mais amplamente analisadas em novos estudos em relação a quais aspectos foram apontados em REGULAR e RUIM. Fazendo uma análise do percentual de avaliação do acolhimento realizado pela equipe médica x equipe de serviço social x equipe de enfermagem o ponto forte do acolhimento do HUSE considerando estas três equipes é a equipe médica que obteve melhor percentual, considerando a maior freqüência na coluna ÓTIMO, seguido pela equipe do serviço social e a equipe de enfermagem. Nos dados percentuais RUIM verifica-se um empate técnico entre as equipes médica e de enfermagem. Considerando REGULAR o percentual maior foi identificado pela equipe de enfermagem com 30,5% seguido da equipe de serviço social com 21,5% e por último a equipe médica com 20,3%. No item BOM verifica-se que a equipe de serviço social teve 48,3%, uma incidência maior que a da equipe médica 39%. A relação REGULAR e RUIM tem um total 29,8% ou seja, superior aos 22% de ÓTIMO, fator a ser pesquisado em novos estudos considerando que os dados refletem uma tendência negativa do serviço no índice de satisfação. Embora o SUS tenha obtido conquistas importantes, ainda não conseguiu resolver a maior parte dos problemas de saúde da população, relacionados à dificuldade de acesso aos serviços e o mau relacionamento com os profissionais da área. Sobre o questionamento número 7: O RESPEITO À SUA PRIVACIDADE E EM RELAÇÃO A OUTRAS PESSOAS/OUTROS PACIENTES FOI? Para 16,5% das respostas ÓTIMO, 41% BOM, 27% REGULAR e para 15,3% RUIM. As opiniões ÓTIMO e RUIM foram bem próximas o que se configura divergências entre as opiniões por estratos. Dos 90 entrevistados na área azul, 11 aproximadamente 30% avaliaram como RUIM. Considerando que na área azul por haver um grande volume de pacientes e muitos deles internados sua privacidade é alterada pela presença de visitantes. A maior incidência da opção ÓTIMO partiu da área amarela com 25%. Já na área vermelha 20% considerou RUIM semelhante aos da área azul. Dentre os entrevistados das áreas verde clinica encontravam-se pacientes internados há mais de 48 horas, muitos em macas e em camas separados por box individualizado ou com 2 pacientes lado a lado, tanto é que 16,7% avaliaram como RUIM. Para a PNH a ambiência está baseada na confortabilidade focada na privacidade e individualidade dos sujeitos envolvidos; no espaço que possibilita a produção de subjetividades, encontro de sujeitos, ação e reflexão dos processos de trabalho e no espaço como ferramenta facilitadora dos processos de trabalho13. Sobre o questionamento número 8: NA SUA OPINIÃO O TEMPO DE ESPERA PARA O ATENDIMENTO MÉDICO FOI? Para 15,0% ÓTIMO, 29,0% BOM, 24,5% REGULAR e 31,5% consideram como RUIM. O somatório dos dados estatísticos de REGULAR e RUIM tem-se a incidência de 55%, já a soma de BOM e ÓTIMO obtém se a incidência de 45%, verifica-se que está predominado a tendência para REGULAR ou RUIM. A justificativa para essa situação está no fato de que a área vermelha é uma unidade de urgência, que apresenta um grande volume de pacientes provenientes de todo o Estado. Devido a isso pode acontecer de haver dificuldades no agilizamento do tempo médico para com os familiares, ansiosos pela atenção a ser dada aos seus entes. Observa-se ainda que o somatório dos dados estatísticos REGULAR e RUIM do consultório tem-se a incidência de 72%, já a soma BOM e ÓTIMO obtém se a incidência de 27,5%, verifica-se que está predominado a tendência para REGULAR ou RUIM, com índices bem superiores a área vermelha. Confirmando a tendência geral para o predomínio da tendência REGULAR e RUIM no somatório dos dados estatísticos referentes ao tempo de espera para o atendimento nas áreas verde trauma e ortopedia tem-se um empate onde as duas áreas apresentam a mesma incidência de 60%. Já a soma BOM e ÓTIMO obtém se a incidência de 40% na verde trauma e também na ortopedia, verifica-se que 12 também está predominado a tendência para REGULAR ou RUIM nestas duas outras áreas. Sobre esse fato é oportuno registrar que o Pronto-socorro do HUSE foi projetado para atendimentos de urgência e emergência, mas em virtude do grande volume de usuários, que não receberam a atenção devida na rede básica e acabam procurando os serviços de atendimento clínico provocando assim, um inchaço que gera demora no atendimento a esta parte da população. Considerando às áreas de internação (azul, amarela, vermelha, verde clínica e trauma) verifica-se que o maior percentual de descontentamento em relação ao tempo de espera para o atendimento médico são provenientes da azul e verde trauma representando juntas 60% de insatisfação. Essas unidades estão à espera da avaliação por especialidades, principalmente os pacientes que se encontram na verde trauma, pois muitos necessitam desta avaliação, que é prioridade ortopédica para serem transferido em muito dos casos para a realização de cirurgias foram do ambiente hospitalar. A partir do cruzamento entre as perguntas: tempo de espera para o atendimento médico e atenção recebida durante o atendimento médico (considerando apenas as opiniões “ruins” para o tempo de espera), foi possível perceber que mesmo os entrevistados avaliando o tempo de espera para o atendimento médico como RUIM, 50,8% deles consideraram a atenção recebida durante o atendimento médico como BOA ou ÓTIMA, isso significa que apesar das dificuldades encontradas na demora pelo atendimento, a equipe médica se mostrou atenciosa com os usuários. Sobre o questionamento número 9: COMO VOCÊ CLASSIFICA O EMPENHO PRESTADO PELA EQUIPE NO CONTATO COM AS PESSOAS DE SUA CONVIVÊNCIA? Para 20,0% ÓTIMO, 45,0% BOM, 27,8% REGULAR e 7% consideram como RUIM. Dos 400 questionários aplicados, só 28 respondentes não gostaram do empenho da equipe da instituição, representando 7% das opiniões gerais. No entanto a incidência de REGULAR com 27,8% supera a de ÓTIMO com freqüência de 20%. Para 35,7% dos 90 entrevistados da área azul consideram RUIM o empenho prestado pela equipe no contato com as pessoas de sua convivência. Registra-se que os pacientes entrevistados desta área estavam em observação há 13 mais de 24horas. Eram pessoas com limitação física ou idosos que estavam com seus acompanhantes. Para o acompanhante muitos são as expectativas geradas para seus familiares. A área amarela não apresentou nenhum usuário insatisfeito. 60% dos entrevistados desta área consideraram o atendimento aos familiares ÓTIMO e BOM. Para os entrevistados do consultório a avaliação para ÓTIMO e BOM juntos são 70% das respostas. A área azul apresentou a maior incidência de insatisfeitos. 36 entrevistados da área verde trauma avaliaram como BOM o acolhimento aos familiares. Sobre a análise dos dados estatísticos relacionados a este questionamento verifica-se que o mesmo apresentou a segunda melhor avaliação por parte dos entrevistados. Ficou abaixo apenas da avaliação do atendimento da recepção considerando o número de respostas RUIM. Sobre o questionamento número 10: VOCÊ CONSIDERA QUE AS INFORMAÇÕES RECEBIDAS PELA OUVIDORIA SÃO RESOLVIDAS EM TEMPO HÁBIL? Para 54,8% dos entrevistados as informações da ouvidoria foram resolvidas em tempo hábil. Os restantes 45,30% que não tiveram suas reivindicações acatadas foram das áreas de maior concentração de fluxo de atendimentos, como a área azul, onde se verifica que os familiares aflitos buscam agilizar o atendimento dos seus enfermos e acidentados. Entre os entrevistados da área vermelha, azul e amarela predominou a resposta NÃO. Juntos eles somam 68 dos 181 entrevistados que responderam NÃO. A medicação rápida apresentou o maior número SIM, representou 61,40% das respostas dessas áreas. Estes dados chamam atenção para a necessidade de melhoras nesta equipe. A opção SIM com 76,5% das respostas e só 23,5% o atendimento NÃO foi adequado. Registra-se que a área amarela e verde são áreas que comportam a sala de retaguarda onde se encontra os pacientes já estabilizados, porém críticos ou sincréticos e sala de observação. Na área azul 80% dos entrevistados responderam SIM ao questionamento sobre o atendimento aos familiares e acompanhantes. 75% das respostas da área vermelha também responderam SIM. Dentre os 90 questionários aplicados na área azul, para 34% dos entrevistados o atendimento a acompanhes não foi bom. Já para 14 os da área amarela 80% se mostraram satisfeitos com o atendimento aos seus familiares. Este questionamento foi o que apresentou a melhor avaliação pelos entrevistados. Sobre o questionamento número 12: VOCÊ TEVE ALGUM PROBLEMA QUE NÃO FOI SOLUCIONADO? 67,80% NÃO tiveram seus problemas solucionados e 32,30% responderam que SIM. Dos entrevistados que NÃO tiveram seus problemas resolvidos aproximadamente 25% (59) foram da área azul, seguido logo atrás pelos entrevistados da verde trauma (41). Nestas duas áreas, existe uma demora maior na avaliação das especialidades, pois como já foi observado a maioria dos usuários desta área está à espera de cirurgia principalmente ortopédica, que na maioria das vezes são realizadas fora das dependências do HUSE (são realizadas no Hospital Cirurgia), e depende da disponibilidade de vagas em outras instituições. Como também já foi observado, na área azul existem muitos idosos, cerca de 30% (59) dos entrevistados foram os acompanhantes, para estes existem uma série de variáveis que interferem nas respostas assinaladas. Registra-se que as cirurgias eletivas, ou seja, as agendadas por serem cirurgias que podem esperar, são remarcadas em função das ocorrências de maior urgência. Dos 20 entrevistados da área amarela 17 também responderam NÃO ao questionamento. 53 dos 70 da medicação rápida também NÃO tiveram seus problemas solucionados. Acrescenta-se que um dos pontos críticos da PNH é a transformação do processo de trabalho nos serviços de saúde, melhorando a capacitação dos trabalhadores para distinguir os problemas, identificar riscos e agravos, bem como se adequar as respostas à complexidade de problemas trazidos pelos usuários1,12. Espera-se potencializar os profissionais comuns e especializados e assim tentar minimizar as problemáticas do atendimento em saúde. Sobre o questionamento número 13: AS INSTALAÇÕES FÍSICAS SÃO ADEQUADAS? Para 56,5% ou seja, 226 entrevistados responderam SIM ao questionamento sobre as instalações da unidade serem adequadas. 43,5% responderam NÃO, ou seja, 174 entrevistados deste predominaram os da ortopedia com 47,8% e 52% do consultório também responderam NÃO. 15 Sabe-se que as áreas responsáveis por atender as urgências e emergências sempre devem atender a todos que necessitarem de atendimento, o que termina superlotando o HUSE, que nunca tem leitos suficientes nem disponibiliza atendimento necessário a todos os usuários. Existe superlotação identificada na área azul, que é resultado da demanda de pacientes provenientes das unidades básicas de saúde, que não tem suas necessidades atendidas e buscam atendimento no HUSE, superlotando as áreas da unidade. Muitos são fatores que geram superlotação nos pronto-socorros dos hospitais. Uma causa citada pelos pesquisadores é a insuficiência do Programa de Saúde da Família, que apresenta sérios problemas de estruturação, falta de integração com a rede e de capacitação dos recursos humanos. Outro fator é a ineficiência dos postos de saúde que não suprem as necessidades clínicas dos usuários do SUS e acabam empurrando-os para os pronto-socorros dos hospitais6. Sobre o questionamento número 14: VOCÊ INDICARIA ESTE HOSPITAL PARA OUTRAS PESSOAS? 69,25% dos entrevistados SIM indicariam o HUSE para outras pessoas, e menos da metade das opiniões 30,75% NÃO o indicariam. Registra-se que o HUSE é o único estabelecimento público (100% SUS) do estado de Sergipe. Além de que possui destaque no cenário nacional como sendo uma unidade de saúde que disponibiliza aos usuários variedade de especialidades, que possibilita na grande maioria das situações maior resolutibilidade dos problemas dos mesmos. Baseado na análise das respostas obtidas nos três questionamentos é possível verificar que mesmo com a freqüência de 67,8% SIM relacionadas há existência de problemas não selecionados, 69,25% indicariam o hospital a outras pessoas. A explicação está no fato que não são perguntas relacionadas. O fato do problema não solucionado relacionado ao “acolhimento” não está relacionado a indicação dos serviços do hospital para outras pessoas. Sobre a análise dos dados estatísticos relacionados ao questionamento sobre às instalações serem adequadas a freqüência obtida foi de 56,5% dos entrevistados para a opção SIM justifica-se o fato de que não são todas as áreas que apresentam superlotação. Conforme os dados obtidos, nas áreas onde não acontecem a superlotação o HUSE foi avaliado com instalações adequadas. Sabe que o HUSE é o único hospital de urgência e emergência de grande porte no Estado. É referencial em equipamentos e qualificação da equipe médica. 16 Disponibiliza aos usuários exames completos que as unidades básicas de saúde ainda não conseguem atender. Diante das especificidades disponibilizadas no HUSE fica evidente a facilidade e a viabilidade de conseguir marcação de exames dos mais diversos tipos, dentro e fora do hospital, devido à alta tecnologia dos equipamentos e a diversificação de médicos especialistas disponibilizados pela unidade. Para concluir esta etapa na sequência a Tabela n°01 que traz o resumo dos percentuais obtidos com a aplicação dos questionários. Como forma de melhor visualizar os resultados obtidos. RESUMO GERAL DAS PERGUNTAS 1 - Acolhimento da RECEPÇÃO (MENOR INDICE DE INSATISFAÇÃO) 2 - Explicação fornecida pela ENFERMAGEM sobre os procedimentos e cuidados. 3 - Como você considera o acolhimento prestado pela VIGILÂNCIA? 4 - Como você avalia a orientação prestada pelo SERVIÇO SOCIAL? 5 - Com relação a cordialidade e atenção para com as suas necessidades e queixas a equipe DO POSSO AJUDAR foi? 6 - Como você avalia a atenção recebida durante o ATENDIMENTO MÉDICO (MAIOR INDICE DE SATIFAÇÂO) 7 - O respeito à sua PRIVACIDADE, e em relação a outras pessoas / outros pacientes foi? 8 - Na sua opinião o TEMPO DE ESPERA para o atendimento médico foi? (MAIOR INDICE DE INSATIFAÇÂO) 9 - Como você classifica o empenho prestado pela equipe no CONTATO COM AS PESSOAS DE SUA CONVIVÊNCIA? TODAS AS RESPOSTAS Ótimo Bom Regular Ruim Total 22,5% 43,0% 29,8% 4,8% 100,0% 16,5% 42,5% 30,5% 10,5% 100,0% 26,0% 42,3% 24,3% 7,5% 100,0% 22,0% 48,3% 21,5% 8,3% 100,0% 26,0% 39,0% 24,8% 10,3% 100,0% 30,8% 39,0% 20,3% 10,0% 100,0% 16,5% 41,3% 27,0% 15,3% 100,0% 15,0% 29,0% 24,5% 31,5% 100,0% 20,0% 45,3% 27,8% 7,0% 100,0% Tabela 1 – Análise Geral dos Questionamentos Fonte – Informações da Pesquisa (2011) 5 Discussão Visando atender os anseios dos visitantes dos pacientes mais críticos das unidades de emergência se ressentem por não terem, mas tempo para ficar com os familiares enfermos, foi criada no HUSE a sala de visita ampliada reflete a necessidade de melhorar o acolhimento do SUS. 17 Como resultado dessas ações se identificou uma redução significativa no fluxo de familiares que buscaram informações na porta do CC-Centro Cirúrgico. No ambiente aonde foi implantada a sala de espera integrada, apresentou-se acolhedor e de escuta. Foi proporcionado ao usuário e visitantes conforto, através de conversas formais e informais, esclarecimento sobre o procedimento realizado. Dentre as ações realizadas a tarefa de contatar as famílias para avisar quando o paciente está de alta, viabilizando meio de transporte para o retorno do mesmo para a sua residência (em muitos casos, a fim de agilizar o processo de localizar os parentes do paciente, foi utilizado o serviço de telefonia via celular dos colaboradores da instituição). Destaca-se que os desafios para implantação e implementação da sala de espera integrada existem, principalmente no que se refere aos colaboradores/colegas que rejeitavam a idéia dentro do setor. Com os primeiros resultados obtidos, atualmente verifica-se uma adesão maior as propostas do projeto por parte dos mesmos. Observa-se um melhor entendimento de que a presença do grupo na unidade de produção, busca nada mais do que cooperar, visto que, a UTI e o Centro Cirúrgico são unidades que necessitam agilizar as tarefas a fim de garantir o atendimento de urgência, situação essa que era dificultada com a tarefa de atender também aos familiares/visitantes, no tocante à informações na porta de entrada do CC-Centro Cirúrgico. Para a equipe que atua na sala de espera integrada, foi observado a importância do diálogo, das palavras de auto-estima e ver que atualmente já não existe mais fluxo de cidadãos em busca de informações, estressados na porta do setor. Verificou-se o quanto é importante buscar informações o mais rápido possível para repassá-las aos parentes dos pacientes que dão entrada nestas unidades. Foram criados vínculos de confiança, resolutividade e compromisso com aqueles que antes passavam até quatro dias ou mais para obter uma informação do seu ente querido dentro do CC-Centro Cirúrgico. A humanização neste setor tem contemplado os princípios e conceitos da PNH-Política Nacional de Humanização. Entende-se na sala de visita ampliada uma maneira eficiente de a instituição fortalecer o atendimento com o usuário e seus familiares e garantir o tão necessário acolhimento. 18 6 Considerações Finais O desenvolvimento deste estudo se mostrou bastante significativo. Uma vez que evidenciou as áreas que mais apresentam deficiências no acolhimento, apesar dos resultados positivos. Diante do objetivo de estudar a opinião do usuário dos serviços do prontosocorro do HUSE no que tangue ao acolhimento, depois da criação da Fundação Hospitalar de Saúde de Sergipe, verificou-se que se trata de uma prestação no geral considerada boa por predominar a incidência do item BOM em todas as respostas obtidas, a exceção do questionamento relacionado ao tempo de espera pelo atendimento médico. O acolhimento por classificação de risco,é pioneiro no Estado, trouxe agilidade e de certa forma tem sido possível garantir o atendimento de urgência e emergência no pronto-socorro do HUSE com equidade. Dados da pesquisa referentes ao atendimento da recepção comprovam que o acolhimento disponibilizado pelo atendimento da recepção tem alcançado as expectativas dos entrevistados. Sobre as explicações fornecidas pela equipe de enfermagem, relacionadas aos procedimentos e cuidados, verificou-se que predominou a opção BOM, a incidência de RUIM também sinaliza para que os gestores busquem melhorar o acolhimento. Embora exista uma diferença considerável entre as duas opções é correto atentar ao fato para melhores estudos no sentido de melhora está incidência visto que este foi um dos questionamentos da pesquisa com maior percentual negativo, perdendo apenas para o item privacidade e tempo de espera pelo atendimento médico. Sobre o acolhimento realizado pela VIGILÂNCIA observou-se que este foi um dos dois itens com maior percentual de satisfação. Sobre o acolhimento realizado pelo SERVIÇO SOCIAL foi considerado ÓTIMO, porém a freqüência do item RUIM apresentou um valor alto se comparado com a menor incidência obtida pelo atendimento da recepção. O atendimento da recepção, apresentou a menor incidência da opção RUIM para ÓTIMO. Foi seguido pelo atendimento médico que apresentou a maior incidência de ÓTIMO de toda pesquisa. Sobre o acolhimento realizado pela equipe de enfermagem; privacidade, e em relação a outras pessoas/outros pacientes e o tempo de espera para o 19 atendimento médico superaram todas as outras incidências de RUIM. Estes três questionamentos foram apontados conforme pesquisa como os pontos fracos do acolhimento do USE. Tempo de espera para o atendimento médico foi o único item cuja opção BOM e REGULAR foi superada pela incidência de RUIM. Porém apesar da demora pelo atendimento o atendimento médico foi o item com maior percentual de ÓTIMO. Sobre o acolhimento realizado pelo serviço social o mesmo teve 22% de ÓTIMO. A freqüência do item RUIM foi de 8,3% um valor alto se comparado com a menor incidência obtida pelo atendimento da recepção (4,8). Verificou-se que a cordialidade e atenção da equipe do POSSO AJUDAR tiveram (26,0%) ÓTIMO, porém este questionamento apresentou 10% RUIM, valor quase igual a incidência negativa da enfermagem. 67% dos entrevistados apontaram que NÃO ficaram com problemas sem resolver. Para 76,5% dos entrevistados o atendimento junto aos acompanhantes e familiares foi adequado SIM. Para 54,8% as informações recebidas pela ouvidoria foram SIM resolvidas em tempo hábil. Para 69,30 dos entrevistados SIM indicaria este hospital. Diante de tudo relacionado até o momento evidencia-se que o SUS é necessário para os brasileiros, é preciso mantê-lo como uma opção da sociedade brasileira, para isso torna-se crucial superar os graves problemas e distorções que foram produzidos na sua própria experimentação 22 . Correta a observação que a PNH surgiu como uma aposta e uma oferta para que estas soluções sejam produzidas de forma coletiva e democrática, reafirmando os princípios do SUS como inalienáveis, como incontornáveis 6. Conforme pode ser observado na tabela nº1 dos nove itens analisados o ATENDIMENTO MÉDICO recebeu a melhor avaliação. Os itens cinco itens: ACOLHIMENTO DA RECEPÇÃO EXPLICAÇÃO DA ENFERMAGEM, RESPEITO À PRIVACIDADE, TEMPO DE ESPERA PARA O ATENDIMENTO, CONTATO COM AS PESSOAS DE SUA CONVIVÊNCIA apresentaram uma grande tendência para regular. Os três itens: SERVIÇO SOCIAL, POSSO AJUDAR e ACOLHIMENTO DA VIGILÂNCIA apresentaram empate técnico. Como perspectiva para um estudo mais aprofundado, a realização de uma pesquisa mais especificada, sobre o acolhimento da equipe de enfermagem no HUSE, no sentido de identificar as deficiências que este serviço tem apresentado na percepção do usuário. 20 REFERÊNCIAS 1- Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS. Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 2- Alves, V. S. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Revista Interface. Comunicação, Saúde, Educação, vol.9, n.16, p.39-52, set./fev.2005. 3- Ferraz, D.; Kraiczyk, J. 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Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. Formação e intervenção. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização. Cadernos HumanizaSUS. Série B. Textos Básicos de Saúde, vol. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 8- Ministério da Saúde. Mais Saúde: direito de todos. 2008/2011. Série C. Projetos, Programas e Relatórios. Brasília, edição especial– reimpressão 2007. 9- Santos Filho, S B. Avaliação e humanização em saúde: aproximações metodológicas. Ijuí: Unijui, 2009. 10- Scholze, A.S.; Duarte Junior, C. F.; Silva, Y.F. Trabalho em saúde e a implantação do acolhimento na atenção primária à saúde: afeto, empatia ou alteridade? Revista Interface Comunicação Saúde Educação. vol.13, nº31, p.30314, out./dez. 2009. 11- Abbês, C.; Massaro, A. Acolhimento com avaliação e classificação de risco: um paradigma ético estético no fazer em saúde. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Brasília- DF. Serie B. Textos Básicos em Saúde. 1ª Edição. 2004. 12- Ministério da Saúde. Cartilha da PNH: acolhimento com classificação de risco. Brasília, Ministério da Saúde. Brasília, 2004b. 13- DIAS, M. B. Política Nacional de Humanização (PNH). Curso Preparatório para o Concurso de Betim. Associação Mineira de Medicina de Família e Comunidade. Belo Horizonte, 2007. 14- BARROS, R.B. A política nacional de humanização. 3º Encontro temático de humanização da SES/SP. Trabalhos apresentados. São Paulo.