Ciência Veterinária nos Trópicos, Recife-PE,
v. 18 n. 1/2 p. 39-42 - janeiro/agosto, 2015
Indigestão por manga
(Mangifera indica) em bovinos
- Primeiro relato
Huber RIZZO1*, Artur Cezar de Carvalho FERNANDES1, Rachel Livingstone Felizola Soares
de ANDRADE2
RESUMO
O objetivo deste trabalho é relatar um caso de indigestão causado pela ingestão de manga
por uma vaca leiteira, em final de gestação, criado no município de Itaporanga D’ajuda-SE.
Foi relatado que o animal apresentou timpanismo recidivante, seguido de secreção nasal bilateral seromucosa. Na Clínica de Grandes Animais do Hospital Veterinário da Faculdade Pio
Décimo, o mesmo foi submetido a cesariana, com nascimento de bezerro a termo, seguida de
rumenotomia onde foram retirados 174 caroços de manga. O conteúdo ruminal encontrava-se
acidótico (pH 5,0). O comprometimento sistêmico ficou evidente nos exames hematológicos,
diante de um quadro de leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda, e alteração nos
valores referentes a função hepática e renal. Após seis horas do procedimento cirúrgico o animal veio a óbito. No exame necroscópico observou-se hiperemia de mucosa ruminal, além da
presença de mais um caroço. Histologicamente observou-se congestão hepática e renal e rúmen
com áreas multifocais de infiltrado inflamatório neutrofílico perivascular na camada mucosa.
PA L AV RAS - C H AV E
1
Departamento de Medicina Veterinária,
Universidade Federal Rural de
Pernambuco, CEP: 52171-900, Recife, PE
2
Curso de Medicina Veterinária,
Faculdade Pio Décimo, CEP: 49095-000
Aracaju, SE
*autor para correspondência: e-mail:
[email protected]
cesariana, sistema digestório e rumenotomia.
Indigestion for mango (Mangifera indica) in bovine - first report
ABSTRACT
The objective of this study is to report a case of indigestion caused by the mango intake by
a dairy cow in late gestation, created in the city of Itaporanga D’ajuda, state of Sergipe, Brazil.
It was reported that the animal had recurring bloat, followed by bilateral nasal seromucous secretion. At the Large Animal Clinic on the Veterinary Hospital of the Faculty Pio Décimo, the
animal was submitted to a cesarean section with calf birth at term, followed by rumenotomy,
whereby were removed 174 mango pits. The rumen content was acidotic (pH 5.0). The systemic involvement was evident in hematological tests, presenting leukocytosis by neutrophilia
with left desviation and change in values for liver and kidney function. After six hours of surgery the animal died. In the autopsy observed ruminal mucosa detachment, and the presence
of another mango pit. Histologically, hepatic and kidney congestion. The rumen mucous layer
presented also multifocal areas of perivascular neutrophilic inflammatory infiltrate.layer.
KEYWORDS
caesarean, digestive system and rumenotomy.
INTRODUÇÃO
Os distúrbios da cavidade rumenorreticular, que incluem casos de acidose ruminal,
indigestão simples, compactação ruminal e
timpanismo estão, na maioria das vezes, associados a erros alimentares devido à escassez de
forragem em períodos de estiagem. Os alimentos disponíveis nesses períodos geralmente são
de má qualidade e de pouca digestibilidade
levando ao aumento do fornecimento de ali-
mento concentrado. Dieta com altos teores
de concentrado é a principal causa das indigestões de origem alimentar em ruminantes
(Afonso et al., 2008, Coutinho et al., 2009, Lira
et al., 2011).
Outras fontes de alimento, comum ou
não a dieta dos ruminantes, também podem
levar a transtornos digestivos como a palma
forrageira (Afonso et al., 2008) e leguminosas
Stylosanthes spp. (Moraes et al., 2010). Surtos
de timpanismo espumoso em bovinos foram
39
Huber RIZZO et al.
relacionados a pastagens de Trifolium repens (trevo-branco)
e Trifolium pratense (trevo-vermelho) (Dalto et al. 2009, Costa et al., 2013). A acidose ruminal foi descrita em pequenos
ruminantes que recebiam restos de comida caseira (lavagens)
e de padaria, frutas e fontes de carboidrato de fácil digestão
como milho em grãos e farelo de milho (Lira et al., 2011) e em
ovinos, relatou-se compactação rumenal e abomasal devido à
ingestão de côco catoté (Oliveira et al., 2007).
Os sinais clínicos observados em geral são apatia, anorexia,
queda na produção de leite, perda crônica de peso, taquicardia,
taquipnéia, atonia ruminal, desidratação, aumento do flanco
esquerdo ou de ambos, mucosas congestas, fezes pastosas, fétidas, ressecadas e/ou escassas, decúbito e óbito. O conteúdo
ruminal pode estar líquido ou ressecado com alterações de pH
e microbiota (Afonso et al., 2008, Dalto et al., 2009, Lira at al.,
2011).
Considerando a ausência de relatos, o objetivo deste trabalho é, pela primeira vez, descrever um caso de indigestão por
caroço de manga (Mangifera indica) em bovino leiteiro que
ocorreu no Estado de Sergipe, Brasil.
hemácias de 6,86x106/µL, hemoglobina de 10,3 g/dL, volume
globular de 25% (VG: 25%, HGM: 15pg VGM: 36,4fL, CHGM:
41,2%). Observou-se leucocitose (23x103/µL) por neutrofilia,
com desvio a esquerda (bastonetes 12% e 2,76x103/µL, segmentados 62% e 14,26x103/µL, linfócitos 24 % e 5,52x103/µL,
monócitos 1% e 0,23x103/µL, eosinófilos 1% e 0,23x103/µL
respectivamente para relativos e absolutos), além da presença
de eritroblasto e crenação. As plaquetas se mostraram baixas
(133x103/µL). No exame bioquímico notou-se comprometimento hepático (ALT/TGP: 26 UI/L, AST/TGO 460 UI/L, GGT
48 UI/L, bilirrubina total: 3,91 mg/dl, bilirrubina direta: 0,89
mg/dl e bilirrubina indireta: 3,02 mg/dl) e renal (uréia: 127
g/l e creatinina: 2,7 mg/dl). Outros parâmetros avaliados foram
proteína (5,9 g/dl), albumina (2 g/dl) e globulina (4 g/dl) (Li et
al., 2011, Oliveira et al., 2014).
Após a avaliação dos parâmetros clínicos e dos exames
complementares optou-se pela cesariana onde foi retirado, a
termo, um bezerro macho de 27 kg. Após o parto procedeu-se a exploração da cavidade abdominal e durante a palpação,
através da parede ruminal foram localizadas várias estruturas
ovalares achatadas de aproximadamente 10 cm de comprimento. Procedeu-se, portanto, com a rumenotomia de onde foram
RELATO DE CASO
retirados 174 caroços de manga (Mangifera indica) do rúmen
e retículo do animal. Os caroços, ainda úmidos pesavam 6,4
Foi atendido na Clínica de Grandes Animais do Hospital quilos (Figura 1).
Veterinário Dr. Vicente Borelli da Faculdade de Medicina Veterinária Pio Décimo de Aracaju, Sergipe (CGA-Pio X) uma vaca
mestiça (¾ Holandês x ¼ Gir) com cinco anos, em período
final de gestação, criada no município de Itaporanga D’ajuda-SE em sistema semi-intensivo, submetida a duas ordenhas
diárias. Devido à estiagem causada pelo longo período de seca
no Estado no ano de 2013, o proprietário relata que aumentou
o fornecimento de alimento concentrado com o objetivo de
manter a produção do rebanho. A propriedade possuía uma
particularidade que era a presença de árvores de manga (Mangifera indica) no trajeto diário das vacas em lactação do pasto a
sala de ordenha, sendo que alguns animais durante esse trajeto
ingeriam os frutos depositados no solo. Há 20 dias do atendimento do animal o proprietário relata queda da produção
de leite e perda de peso progressivo, além de três episódios
de dilatação do flanco esquerdo que foi revertido através da
administração, via oral, de 100 ml de medicamento a base de
silicone a 30% suspenso em metilcelulose (Ruminol®). A partir do segundo episódio de timpanismo o animal tornou-se
anoréxico e apresentou secreção nasal mucosa intermitente.
Ao chegar à CGA-Pio X, a vaca encontrava-se em decúbito lateral no caminhão de transporte e foi retirado do mesmo
suspenso devido o estado de inanição. Foi examinada em decúbito lateral, onde pode-se confirmar seu baixo escore de condição corporal (ECC 1,5) e a presença de desidratação (10%),
enoftálmia, mucosas hipocoradas, relaxamento dos ligamentos
pélvicos sacro-ilíacos, úbere pouco desenvolvido, mas com secreção colostral e, a palpação retal, feto posicionado na entrada
da cavidade abdominal responsivo a prova de balotamento.
Outro dado que indicou a viabilidade fetal foi presença do frêmito arterial.
Figura 1: Caroços de manga (Mangifera indica) retiradas de do rúmen
No exame hematológico, o animal apresentou valores de e retículo de bovino submetido a cesariana e rumenotomia
40
Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v. 18, n. 1 p. 39-42 - janeiro/abril, 2015
Indigestão por manga (Mangifera indica) em bovinos - Primeiro relato
O conteúdo ruminal era de coloração castanha, consistência pastosa, pH 5,0 e tempo de redução de azul de metileno
de 12 minutos. O liquido ruminal acidótico foi retirado, procedeu-se a transfaunação e em seguida a rumenocentese, rafia
da musculatura e pele. No pós-cirúrgico imediato foi administrado oxitetraciclina de longa ação (10/mg/kg/IM), flunixim
meglumine (1,1/mg/kg/IV) e fluidoterapia visando estabilizar
o quadro de acidose metabólica, no entanto após seis horas do
procedimento cirúrgico, em função da gravidade da condição
clínica, o animal veio a óbito.
No exame necroscópico observou-se vísceras anêmicas, hiperemia de mucosa ruminal além de mais um caroço de manga em seu interior, presença de objeto metálico perfurante de
2,5 cm (parafuso) fixo na mucosa em favo do retículo, hiperemia serosa e repleção da vesícula biliar, moderada hemorragia
petequial multifocal a coalescente na superfície epicárdica e
discreta congestão e enfisema pulmonar. Histologicamente
notou-se moderada congestão hepática, focalmente extensa na
região centrolobular; presença de discreto infiltrado inflamatório linfocítico em região cortical renal, com moderado grau
de degeneração tubular, além de congestão cortical e medular.
No rúmen foram observadas áreas multifocais de discreto infiltrado inflamatório neutrofílico perivascular na camada mucosa e no coração foram visualizados múltiplos cistos parasitários
compatíveis com Sarcocystis spp., sem infiltrado inflamatório
associado. Não foram observadas alterações patológicas no
abomaso e omaso.
DISCUSSÃO
A escassez de alimento, seja ela por condições climáticas
ou pelo oferecimento de um alimento de baixo valor nutritivo,
de fato leva os animais a buscar fontes alternativas de alimento
principalmente em situações de final de gestação quando pode
se desenvolver um quadro de balanço enenrgético negativo,
devido a elevada necessidade energética (Lago et al., 2014). O
alto índice de matéria seca e carboidrato da manga levou aos
distúrbios digestórios no rúmen, onde o farelo da amêndoa da
semente apresenta teores de matéria seca, proteína bruta, fibra
detergente neutro, fibra detergente ácido, fibra bruta, lignina,
extrato etéreo, matéria mineral, cálcio, fósforo e carboidratos
totais, respectivamente de 88,36%%; 4,39%; 29,65%; 2,20%;
1,90%; 0,72%; 12,18%; 1,81%; 0,10%; 0,05% e 69,98% (Santana et al., 2007). Alem disso houve ocorrência de lesão mecânica sobre a mucosa causada pelos caroços de manga.
O pH ruminal acidótico leva a crer que mesmo um grande
número de caroços não tenha causado compactação abomasal
que poderia levar ao aumento de pH devido o refluxo de sua
secreção ao rúmen. Isto foi observado em um caso de ovino
que apresentou pH ruminal de 7,5 em quadro de compactação de rúmen e abomaso por cerca de 1250 unidades de côco
catolé (Syagrus olearacea) preenchendo 2/3 desses compartimentos (Oliveira et al., 2007). O diferente desenvolvimento
dos casos se deve ao diâmetro dos caroços de manga que não
permitiu sua passagem pelo orifício retículo-omasal para chegar ao abomaso. De forma a contribuir com o diagnóstico de
Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v. 18, n. 1 p. 19-25 - janeiro/abril, 2015
acidose ruminal, vale ressaltar as alterações renais observadas
no exame bioquímicos, devido a redução da taxa de filtração
glomerular decorrente dos danos renais, observados no histopatológico, onde havia degeneração tubular e congestão cortical e medular, além da queda do fluxo sanguíneo renal devido
a diminuição na pressão sanguínea arterial justificado pelo
presença do baixo hematócrito, além da severa desidratação
que a acidose provoca. O comprometimento renal pode ter
se agravado uma vez que o animal desenvolveu um quadro de
cetose devido as exigências nutricionais do final da gestação, a
oferta de alimentos de baixa qualidade e pela anorexia causada
pela indigestão (Li et al., 2011).
Dentre os achados histopatológicos da acidose, estão as alterações da mucosa e papilas ruminas causadas pela queda do
pH do fluido, caracterizado por infiltrado inflamatório de polimorfonucleares e degeneração hidrópica das papilas, além de
congestão hepática com degeneração e necrose de hepatócitos
(Xu e Ding, 2001), órgãos esses que também foram afetados,
no bovino relatado, tanto pela acidose ruminal quanto pela
cetose, levando a elevação das enzimas hepáticas e hiperemia
da mucosa ruminal (Oliveira et al., 2014),.
CONCLUSÃO
A ingestão de manga (Mangifera indica) pode levar a
indigestão devido à acidose ruminal em bovinos. Deve-se prevenir a ingestão de frutos, principalmente contendo amêndoas
e sementes, que caiam ao solo e ficam a disposição na pastagem e possam se acumular no rúmen causando distúrbios digestivos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AFONSO, J.A.B.; PEREIRA, A.L.L.; VIEIRA, A.C.; MENDONÇA,
C.L.; COSTA, N.A.; SOUZA, M.I. Alterações clínicas e laboratoriais na obstrução gastrintestinal por fitobezoários em bovinos.
Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal. v. 9, n. 1, p. 91-102,
2008.
COSTA, A.R.; SCHREINER, T.; KRABBE, A.A.; GONÇALVES, A.M.;
ANJOS, B.L. Indigestão vagal associada à timpanismo recidivante
crônico por ingestão de Trifolium repens em um bovino. Archives
of Veterinary Science. v.18, n.3, Suplemento, p.93-95, 2013.
COUTINHO, L.T.; AFONSO, J.A.B.; COSTA, N.A.; MENDONÇA,
C.L.; FARIA, P.A.R.; SOARES, P.C. Avaliação da conduta terapêutica em casos de timpanismo espumoso em bovinos. Ciência Animal Brasileira. v.10, n.1, p. 288-293, 2009.
DALTO, A.G.C.; BANDARRA, P.M.; PEDROSO, P.M.O.; GUAGNINI, F.S.; LEAL, J.S.; RAYMUNDO, D.L.; DRIEMEIER, D. Timpanismo espumoso em bovinos leiteiros em pastagens de Trifolium
spp. (Leg.Caesalpinoideae). Pesquisa Veteterinária Brasileira. v.29,
n.5, p.401-403, 2009.
41
Huber RIZZO et al.
LAGO, E.P.; COSTA, A.P.D.; PIRES, A.V.; SUSIN, I.; FARIA, V.P.; OLIVEIRA, R.S.B.R.; MOURA, A.R.F.; PÁDUA, M.F.S.; BARBON,
LAGO, L.A. Parâmetros metabólicos em vacas leiteiras durante o
I.M.; SILVA, M.E.M.; SANTOS, R.M.; MUNDIM, A.V.; SAUT, J.P.E.
período de transição pós-parto. Revista Brasileira de Ciência VetePerfil metabólico de vacas mestiças leiteiras com baixo escore de
rinária. v.11, n.1/2, p.98-103, 2014.
condição corporal no periparto. Pesquisa Veteterinária Brasileira.
v.34, n.4, p.362-368, 2014.
LI XB, ZHANG ZG, LIU GW, WANG HB, LI YF, GAO L, WANG Z.
Renal function of dairy cows with subclinical ketosis. Veterinary SANTANA, R.C.O.; VIEIRA, P.A.F.; QUEIRÓZ, J.H.; MORAES,
Record. v.168, n.24, p.643, 2011.
G.H.K.; ALBINO, L.F.T.; MENDES, F.Q.; BARBOSA, A.A.; SALGADO, R.L.; CAMPOS, L.B. Caracterização bromatológica e físiLIRA, M.A.A.; SIMÕES, S.V.D.; RIET-CORREA, F.; PESSOA, C.M.R.;
co-química da amêndoa da semente da manga (Mangifera indica
DANTAS, A.F.M.; MIRANDA NETO, E.G. Doenças do sistema
l.) var. ubá. Nutrire: Revista da Sociedade Brasileira de Alimentadigestório de caprinos e ovinos no semiárido do Brasil. Pesquisa
ção e Nutrição. v.32, p.123, 2007.
Veteterinária Brasileira. v. 31, n. 6, p. 516-520, 2011.
XU, Y.; DING, Z. Physiological, biochemical and histopathological efMORAES, L.G.; CALDEIRA, J.E.B.; UBIALI, D.G.; LINHARES,
fects of fermentative acidosis in ruminant production: a minimal
R.N.V.D.; LODI, L.R.L.; PESCADOR, C.A.; COLODEL, E.M. Obsreview. Spanish Journal of Agricultural Research. v.9, n.2, p.414trução intestinal por fitobezoários em bovinos sob pastagem de
422, 2011.
Stylosanthes sp no estado de Mato Grosso. In VI Endivet, 2010
Campo Grande. Anais ... Campo Grande, MS: 2010.
OLIVEIRA, L.G.P.; AFONSO, J.A.B.; MENDONÇA, C.L.; COSTA,
N.A.; SOUZA, M.I.; VIEIRA, A.C.S. Compactação do rúmen e
abomaso por coco catolé (Syagrus olearacea) em ovelha da raça
Dorper. Ciência Veterinária nos Trópicos. v.10, n.1, p.36-41, 2007.
42
Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v. 18, n. 1 p. 19-25 - janeiro/abril, 2015
Download

Ciência Veterinária nos Trópicos