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Buiatria 2015
PRIMEIRO RELATO DE CASO DE PARESIA ESPÁSTICA BOVINA NO ESTADO DE SERGIPE, BRASIL. SILVA, T.R. da;
PEREIRA, J.L.D.; FREITAS, L.M.D.; NANTES, J.H.; FERREIRA, H.N.; BATISTA, J.V.C.; JESUS, C.W.S. de Faculdade Pio X, Aracaju, SE, Brasil. E-mail: [email protected]
A paresia espástica bovina é uma doença neuromuscular progressiva de causa ainda desconhecida, mais comumente associada
com contrações repetitivas do músculo gastrocnêmio, embora os sinais clínicos possam se originar de outros grupos musculares,
tais como o quadríceps femoral ou a partir de uma combinação dos músculos dos membros posteriores. Ocorre de forma esporádica
e é pouco conhecida nos rebanhos de bovinos leiteiros e de corte. Pode haver envolvimento unilateral ou bilateral de membros
posteriores e inicialmente os sinais clínicos são sutis havendo uma progressão ao longo do tempo. Devido à escassez de relatos,
descreve-se um caso de paresia espástica bovina em um bezerro no Estado de Sergipe. Um bezerro da raça nelore, 2 meses de idade
deu entrada no Hospital Veterinário Dr. “Vicente Borelli” da Faculdade Pio Décimo com histórico de que desde o nascimento
o animal apresentava dificuldade para manter-se em estação e para locomoção em consequência a um aparente desconforte e
rigidez muscular nos membros posteriores, principalmente do membro posterior direito. No exame físico observou-se que a cauda mantinha-se elevada quando o animal estava em estação e apresentava espasticidade com contrações repetitivas do músculo
gastrocnêmio, havendo o desaparecimento desses sinais quando o animal se mantinha em decúbito. Um aumento de angulação
na região articular tíbio-társica, também foi um achado clínico o que dava um aspecto pendular ao membro mais acometido e o
mesmo se mantinha voltado caudalmente. À palpação foi identificado aumento do tônus do músculo gastrocnêmio e seu tendão.
O diagnóstico foi baseado na ausência de lesões medulares que foi determinada através de radiografia simples e com contraste,
os sinais clínicos que são característicos desta enfermidade e com a realização de uma anestesia epidural com lidocaína à 2% que
após aplicação e a espera de 10 minutos observou-se a ausência de sinais clínicos no animal. Esta enfermidade é mencionada como
de característica hereditária por alguns autores e tendo em vista essa possibilidade é necessário que se tenha o reconhecimento da
mesma nos rebanhos de bovinos, sendo este o primeiro relato de caso de paresia espástica bovina no Estado de Sergipe, podendo
existir outros casos regionais que ainda não foram mencionados na literatura por desconhecimento de diagnóstico.
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ESTERILIZAÇÃO DE FÊMEA BOVINA USANDO DE ABRAÇADEIRA DE NÁILON - RELATO DE CASO. SOUZA, C.O. de;
PEREIRA, C.S.; BORGES, J.R.J.; CAMPOS, S.B.S. Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
A ovarectomia em novilhas e vacas tem sido amplamente utilizada pelos criadores de animais para fins de engorda com o
objetivo de aumentar a quantidade de gordura subcutânea, aumentando a qualidade do produto após refrigeração. A ovariectomia também é realizada em animais com problemas reprodutivos, novilhas e vacas jovens com baixa performance e animais com
anomalias ovarianas irreversíveis. A utilização do anel de látex no pedículo ovariano levando a uma atrofia gonadal inviabilizando
o funcionamento dos ovários é descrita em éguas na literatura.O presente trabalho tem como objetivo a comprovação da eficácia
da utilização da abraçadeira de Náilon como meio de esterilização de fêmeas bovinas através da atrofia ovariana e consequente
interrupção do ciclo estral. Foi atendida no Hospital Escola Veterinário de Grandes Animais da Granja do Torto-UNB/SEAPA,
Brasília DF, Brasil, em outubro do ano de 2014 uma vaca sem raça definida (SRD) com histórico de parto distócico, laceração
perineal e formação de fístula reto-vaginal. No dia 09 de outubro do mesmo ano optou-se por realizar a esterilização do animal
uma vez que seria descartado da reprodução.Para fins anestesicos foi utilizado o bloquei paravertebral com cloridrato de lidocaína 2%. O animal foi mantido em brete de contenção e em posição quadrupedal, sem ser necessário procedimento de sedação. A
abordagem cirurgia foi realizada pelo flanco esquerdo, sendo previamente higienizado e tricotomizado. A antissepsia foi utilizado
iodo polivinil pirrolidona. O início do procedimento cirúrgico se deu com a incisão vertical de aproximadamente 15 cm de comprimento entre a última costela e a tuberosidade do íleo, aprofundando-se até a visualização da musculatura. A musculatura foi
separada através de divulgo no sentido das fibras musculares. O peritônio foi rompido com auxílio de uma tesoura, adentrando
assim na cavidade abdominal. Após o rompimento do peritônio, o ovário esquerdo foi localizado e exteriorizado com auxílio de
uma compressa cirúrgica, em seguida foi introduzido a abraçadeira de Náilon entre o ovário e a tuba uterina, comprimindo-a,
sem retirar o ovário. O mesmo procedimento foi realizado no ovário direito, usando a mesma incisão. O peritônio foi suturado
juntamente com a musculatura pelo padrão simples contínuo utilizando fio Vicryl nº 2. A sutura da pele foi feita com fio Nylon
0,60 no padrão Wolf.Os procedimentos pós-cirúrgicos consistiram em limpeza da ferida cirúrgica com iodopolvidona e spray
repelente prata, administração de Flunixin meglumine na dose de 1,1 mg/kg, durante 3 dias e Penicilina Benzatina na dose de
20.000 UI/kg a cada 48 horas no total de 3 aplicações.O animal apresentou uma boa recuperação.A retirada dos pontos foi realizada 15 dias após o procedimento cirúrgico.
Biológico, São Paulo, v.77, Suplemento 2, p.1-235, 2015
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Biológico, São Paulo, v.77, Suplemento 2, p.1