92 183 Buiatria 2015 PRIMEIRO RELATO DE CASO DE PARESIA ESPÁSTICA BOVINA NO ESTADO DE SERGIPE, BRASIL. SILVA, T.R. da; PEREIRA, J.L.D.; FREITAS, L.M.D.; NANTES, J.H.; FERREIRA, H.N.; BATISTA, J.V.C.; JESUS, C.W.S. de Faculdade Pio X, Aracaju, SE, Brasil. E-mail: [email protected] A paresia espástica bovina é uma doença neuromuscular progressiva de causa ainda desconhecida, mais comumente associada com contrações repetitivas do músculo gastrocnêmio, embora os sinais clínicos possam se originar de outros grupos musculares, tais como o quadríceps femoral ou a partir de uma combinação dos músculos dos membros posteriores. Ocorre de forma esporádica e é pouco conhecida nos rebanhos de bovinos leiteiros e de corte. Pode haver envolvimento unilateral ou bilateral de membros posteriores e inicialmente os sinais clínicos são sutis havendo uma progressão ao longo do tempo. Devido à escassez de relatos, descreve-se um caso de paresia espástica bovina em um bezerro no Estado de Sergipe. Um bezerro da raça nelore, 2 meses de idade deu entrada no Hospital Veterinário Dr. “Vicente Borelli” da Faculdade Pio Décimo com histórico de que desde o nascimento o animal apresentava dificuldade para manter-se em estação e para locomoção em consequência a um aparente desconforte e rigidez muscular nos membros posteriores, principalmente do membro posterior direito. No exame físico observou-se que a cauda mantinha-se elevada quando o animal estava em estação e apresentava espasticidade com contrações repetitivas do músculo gastrocnêmio, havendo o desaparecimento desses sinais quando o animal se mantinha em decúbito. Um aumento de angulação na região articular tíbio-társica, também foi um achado clínico o que dava um aspecto pendular ao membro mais acometido e o mesmo se mantinha voltado caudalmente. À palpação foi identificado aumento do tônus do músculo gastrocnêmio e seu tendão. O diagnóstico foi baseado na ausência de lesões medulares que foi determinada através de radiografia simples e com contraste, os sinais clínicos que são característicos desta enfermidade e com a realização de uma anestesia epidural com lidocaína à 2% que após aplicação e a espera de 10 minutos observou-se a ausência de sinais clínicos no animal. Esta enfermidade é mencionada como de característica hereditária por alguns autores e tendo em vista essa possibilidade é necessário que se tenha o reconhecimento da mesma nos rebanhos de bovinos, sendo este o primeiro relato de caso de paresia espástica bovina no Estado de Sergipe, podendo existir outros casos regionais que ainda não foram mencionados na literatura por desconhecimento de diagnóstico. 184 ESTERILIZAÇÃO DE FÊMEA BOVINA USANDO DE ABRAÇADEIRA DE NÁILON - RELATO DE CASO. SOUZA, C.O. de; PEREIRA, C.S.; BORGES, J.R.J.; CAMPOS, S.B.S. Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil. E-mail: [email protected] A ovarectomia em novilhas e vacas tem sido amplamente utilizada pelos criadores de animais para fins de engorda com o objetivo de aumentar a quantidade de gordura subcutânea, aumentando a qualidade do produto após refrigeração. A ovariectomia também é realizada em animais com problemas reprodutivos, novilhas e vacas jovens com baixa performance e animais com anomalias ovarianas irreversíveis. A utilização do anel de látex no pedículo ovariano levando a uma atrofia gonadal inviabilizando o funcionamento dos ovários é descrita em éguas na literatura.O presente trabalho tem como objetivo a comprovação da eficácia da utilização da abraçadeira de Náilon como meio de esterilização de fêmeas bovinas através da atrofia ovariana e consequente interrupção do ciclo estral. Foi atendida no Hospital Escola Veterinário de Grandes Animais da Granja do Torto-UNB/SEAPA, Brasília DF, Brasil, em outubro do ano de 2014 uma vaca sem raça definida (SRD) com histórico de parto distócico, laceração perineal e formação de fístula reto-vaginal. No dia 09 de outubro do mesmo ano optou-se por realizar a esterilização do animal uma vez que seria descartado da reprodução.Para fins anestesicos foi utilizado o bloquei paravertebral com cloridrato de lidocaína 2%. O animal foi mantido em brete de contenção e em posição quadrupedal, sem ser necessário procedimento de sedação. A abordagem cirurgia foi realizada pelo flanco esquerdo, sendo previamente higienizado e tricotomizado. A antissepsia foi utilizado iodo polivinil pirrolidona. O início do procedimento cirúrgico se deu com a incisão vertical de aproximadamente 15 cm de comprimento entre a última costela e a tuberosidade do íleo, aprofundando-se até a visualização da musculatura. A musculatura foi separada através de divulgo no sentido das fibras musculares. O peritônio foi rompido com auxílio de uma tesoura, adentrando assim na cavidade abdominal. Após o rompimento do peritônio, o ovário esquerdo foi localizado e exteriorizado com auxílio de uma compressa cirúrgica, em seguida foi introduzido a abraçadeira de Náilon entre o ovário e a tuba uterina, comprimindo-a, sem retirar o ovário. O mesmo procedimento foi realizado no ovário direito, usando a mesma incisão. O peritônio foi suturado juntamente com a musculatura pelo padrão simples contínuo utilizando fio Vicryl nº 2. A sutura da pele foi feita com fio Nylon 0,60 no padrão Wolf.Os procedimentos pós-cirúrgicos consistiram em limpeza da ferida cirúrgica com iodopolvidona e spray repelente prata, administração de Flunixin meglumine na dose de 1,1 mg/kg, durante 3 dias e Penicilina Benzatina na dose de 20.000 UI/kg a cada 48 horas no total de 3 aplicações.O animal apresentou uma boa recuperação.A retirada dos pontos foi realizada 15 dias após o procedimento cirúrgico. Biológico, São Paulo, v.77, Suplemento 2, p.1-235, 2015