GUIA TÉCNICO SECTOR DA INDÚSTRIA DA MADEIRA E DO MOBILIÁRIO LISBOA NOVEMBRO 2000 Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário FICHA TÉCNICA Coordenação: Eng. José Miguel Figueiredo Tel: 351 21 716 51 41 (ext. 2356) Email: [email protected] Equipa técnica: Eng. Victor Fernandes Tel: 351 21 716 51 41 (ext. 2349) Email: [email protected] Engª Marina Barros Tel: 351 21 716 51 41 (ext. 2385) Email: [email protected] Engª. Leonor Sota Tel: 351 21 716 51 41 (ext. 2385) Email: [email protected] INETI - INSTITUTO NACIONAL DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA INDUSTRIAL DMTP – DEPARTAMENTO DE MATERIAIS E TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO (Edifício C) Estrada do Paço de Lumiar 1649 - 038 LISBOA Fax: 351 21 716 65 68 Novembro 2000 I PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário AGRADECIMENTOS Agradece-se a todas as pessoas e instituições que de alguma forma prestaram a sua colaboração para a elaboração deste Guia Técnico, nomeadamente às empresas fornecedoras de tecnologias e equipamento, reagentes e serviços contactadas. Em particular, à Associação Industrial de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), por todo o apoio, informação e sugestões prestadas. Á Associação Industrial da Região de Viseu (AIRV) pela documentação fornecida. Às empresas que colaboraram no preenchimento dos questionários (Anexo II) contribuindo desta forma para a elaboração deste Plano Nacional de Prevenção de Resíduos Industriais (PNAPRI). Ao Eng. António dos Santos (INETI) pela disponibilidade e informações que forneceu. Finalmente, o nosso agradecimento às empresas que conosco colaboraram, pela disponibilidade, receptividade e informações fornecidas. Novembro 2000 II PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ÍNDICE GERAL Página 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1 2. OBJECTIVOS ................................................................................................. 2 3. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR........................................................................ 3 3.1 Grupos de actividades industriais e produtos fabricados .............................................. 4 3.2 Distribuição Geográfica ........................................................................................... 6 3.3 Número de empresas, sua dimensão e número de pessoas ao serviço........................... 8 3.4 Consumo e rendimento médio de utilização da matéria prima .................................... 12 3.5 Volume de vendas do sector .................................................................................. 14 4. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICO ........................................... 14 4.1 Preparação da matéria prima (preparo)................................................................... 15 4.2 Tratamento (Impregnação).................................................................................... 16 4.3 Maquinagem ........................................................................................................ 17 4.4 Acabamentos ....................................................................................................... 17 4.5 Montagem ........................................................................................................... 18 4.6 Descrição das operações unitárias .......................................................................... 19 4.7 Diagramas dos processos de fabrico ....................................................................... 25 5. RESÍDUOS INDUSTRIAIS DO SECTOR ............................................................ 32 5.1 Análise global dos resíduos do sector e sua gestão actual .......................................... 32 5.2 Caracterização dos resíduos e efluentes líquidos gerados e sua correlação com as operações produtivas por subsector de actividade .................................................... 34 5.3 Composição percentual média dos resíduos de madeira gerados em cada subsector ..... 42 5.4 Estimativas das quantidades anuais de resíduos e efluentes gerados no sector............. 45 5.4.1 Parâmetros considerados para a estimativa das quantidades anuais de resíduos de madeira............................................................................................ 47 5.4.1.1 Subsector da Serração.......................................................................... 47 5.4.1.2 Subsector dos Painéis de Madeira........................................................... 48 5.4.2 Estimativas das quantidade anuais de resíduos de madeira no sector da Madeira e do Mobiliário ........................................................................... 49 5.4.3 Estimativas das quantidades anuais de efluentes e de outros resíduos .......... 49 6. POTENCIAL DE PREVENÇÃO NO SECTOR ........................................................... 52 6.1 Prevenção na preparação da matéria prima (Preparo) ............................................... 53 6.2 Prevenção no tratamento (Impregnação)................................................................. 54 6.3 Prevenção nas operações de maquinagem ............................................................... 54 Novembro 2000 III PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 6.4 Prevenção nas operações de acabamentos............................................................... 55 6.5 Prevenção nas operações de montagem .................................................................. 56 7. MEDIDAS E TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO DE RESÍDUOS ................................ 57 7.1 Identificação das medidas e das tecnologias de prevenção por subsector..................... 57 7.2 Caracterização das medidas e tecnologias de prevenção de resíduos........................... 64 7.2.1 Secadores com controlo computorizado .................................................... 65 7.2.2 Prensa de briquetes................................................................................ 66 7.2.3 Finger Jointing ....................................................................................... 69 7.2.4 Pistolas de pulverização de alto volume e de baixa pressão (HVLP – High Volume Low Pressure) ................................................................................ 71 7.2.5 Pistolas de pulverização de alta pressão, sem ar (airless)............................ 74 7.2.6 Pistolas de pulverização Air-assisted airless............................................... 77 7.2.7 Pistolas de pulverização electroestáticas ................................................... 79 7.2.8 Sistema de pulverização UNICARB ........................................................... 82 7.2.9 Filtros metálicos..................................................................................... 84 7.2.10 Aplicação automatizada de revestimentos com rolos................................... 85 7.2.11 Tintas e lacas de origem vegetal e mineral ................................................ 87 7.2.12 Destiladores para recuperação de solventes orgânicos de limpeza ................ 88 7.2.13 Desenrolamento com centralização optimizada dos toros ............................ 91 7.2.14 Corte optimizado ................................................................................... 92 7.2.15 Colas de lenhina .................................................................................... 94 7.2.16 Secagem e armazenamento da madeira impregnada em área coberta .......... 95 7.2.17 Cobertura da madeira a impregnar........................................................... 96 7.2.18 Redução da malha do peneiro de rejeição de finos da estilha ....................... 97 7.2.19 Reutilização das águas de cozimento dos toros .......................................... 98 7.2.20 Formação dos operadores de pistolas de pulverização............................... 100 7.2.21 Corte fino............................................................................................ 102 7.2.22 Flowcoat ............................................................................................. 104 7.3 Estimativas de redução de desperdícios e atractividade do investimento.....................106 8. ESTUDOS DE CASO .................................................................................... 108 8.1 Estudo de caso 1: substituição das pistolas de pulverização airless por pistolas de pulverização de baixa pressão (HVLP) ....................................................................109 8.2 Estudo de caso 2: substituição das pistolas convencionais de pulverização por pistolas HVLP ......................................................................................................112 8.3 Estudo de caso 3: substituição das pistolas de pulverização air-assisted airless por pistolas HVLP ......................................................................................................114 Novembro 2000 IV PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.4 Estudo de caso 4: substituição das pistolas convencionais de pulverização por pistolas de pulverização airless electroestáticas.......................................................................116 8.5 Estudo de caso 5: substituição das pistolas convencionais de pulverização por pistolas electroestáticas automatizadas..............................................................................118 8.6 Estudo de caso 6: sistema automático de pintura com rolos......................................119 8.7 Estudo de caso 7: formação dos operadores de pistolas de pulverização.....................120 8.8 Estudo de caso 8: secagem e armazenamento da madeira impregnada em área coberta .......................................................................................................122 8.9 Estudo de caso 9: destilador para recuperação de solventes orgânicos de limpeza .......124 8.10 Estudo de caso 10: corte optimizado de ripas..........................................................125 8.11 Estudo de caso 11: aplicação automática de verniz e cor com rolos ...........................126 8.12 Estudo de caso 12: Finger Jointing.........................................................................127 8.13 Estudo de caso 13: redução da malha do peneiro de rejeição de finos da estilha .........128 8.14 Estudo de caso 14: substituição das pistolas de pulverização convencionais por pistolas de pulverização air-assisted airless ............................................................................129 BIBLIOGRAFIA............................................................................................... 131 ANEXO I - FABRICANTES/VENDEDORES DE TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO DE RESÍDUOS .................................................................................................... 132 LISTA GERAL DE ENTIDADES, INSTITUIÇÕES E ASSOCIAÇÕES NACIONAIS E SECTORIAIS.................................................................................................. 138 ANEXO II - LISTAGEM DAS EMPRESAS QUE PREENCHERAM O QUESTIONÁRIO ...... 140 FEIRAS E EXPOSIÇÕES ................................................................................... 142 WEBSITES .................................................................................................... 143 NOTA ........................................................................................................... 144 Novembro 2000 V PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ÍNDICE DE QUADROS Página Quadro 1: Classificação das Actividades Económicas (CAE-Rev.2). ............................................... 4 Quadro 2: Subsectores em estudo e produtos fabricados. ........................................................... 5 Quadro 3: Número de empresas, por subsectores, nas regiões NUTS II. ....................................... 8 Quadro 4: Número de empresas, por subsectores, segundo dimensão da empresa. ........................ 9 Quadro 5: Número de empresas e número médio de pessoas ao serviço por empresa, em cada subsector. ..........................................................................................................10 Quadro 6: Consumo e rendimento de utilização da matéria prima por subsector (1998). ...............12 Quadro 7: Relação entre as operações produtivas, os resíduos e os efluentes líquidos gerados no subsector de Serração de Madeira (CAE 20101). ......................................................34 Quadro 8: Relação entre as operações produtivas, os efluentes e os resíduos gerados no subsector de Impregnação (Preservação) de Madeira - (CAE 20102). ........................................35 Quadro 9: Relação entre as operações produtivas, os efluentes e os resíduos gerados nos subsectores de Fabricação de Painéis de Fibras e de Partículas de Madeira e Fabricação de Folheados, Contraplacados, Lamelados e de Outros Painéis (CAE 20201, 20202, 20203). .................................................................................36 Quadro 10:Relação entre as operações produtivas, os efluentes e os resíduos gerados no subsector da Parqueteria (CAE 20301). .................................................................................38 Quadro 11:Relação entre as operações produtivas, os efluentes e os resíduos gerados no subsector de Carpintaria (CAE 20302) e no subsector de Fabricação de Mobiliário de Madeira (CAE 36110, 36120, 36130, 36141). ..............................................................................39 Quadro 12: Resíduos gerados nas operações comuns a todos os subsectores. ..............................40 Quadro 13: Resíduos perigosos do sector da Madeira e Mobiliário. ..............................................41 Quadro 14: Distribuição dos resíduos de madeira por subsector (ano 1998). ................................48 Quadro 15:Estimativas das quantidades de resíduos e de efluentes gerados nos subsectores da Indústria da Madeira e do Mobiliário (ano de 1998)...................................................50 Quadro 16:Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector de Serração de Madeira........................................................57 Quadro 17:Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector de Impregnação (Preservação) de Madeira..............................58 Quadro 18:Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis aos subsectores de Fabricação de Painéis de Fibras e de Partículas de Madeira e Fabricação de Folheados, Contraplacados, Lamelados e de Outros Painéis. ...................58 Quadro 19:Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector da Parqueteria. ...................................................................59 Quadro 20:Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector de Carpintaria.....................................................................60 Quadro 21:Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector de Fabricação de Mobiliário (de madeira). ...............................62 Quadro 22:Estimativa de redução e período de retorno do investimento das medidas/tecnologias de prevenção. ....................................................................................................... 106 Quadro 23:Identificação dos casos de estudo para cada uma das tecnologias correspondentes. .... 108 Novembro 2000 VI PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ÍNDICE DE FIGURAS Página Figura 1: Distribuição das empresas do sector da Indústria da Madeira e Mobiliário existentes em Portugal continental, segundo a classificação NUTS II. ............................................... 6 Figura 2: Empresas do sector da Madeira e do Mobiliário existentes na região autónoma da Madeira. 7 Figura 3: Empresas do sector da Madeira e do Mobiliário existentes na região autónoma dos Açores. 7 Figura 4: Empresas do sector da Madeira e do Mobiliário – distribuição percentual pelos diferentes subsectores. ........................................................................................................ 9 Figura 5: Pessoas ao serviço, por subsector de actividade, no sector da Madeira e Mobiliário. .......11 Figura 6: Distribuição percentual do volume de vendas por divisão CAE. ......................................14 Figura 7: Distribuição percentual do volume de vendas por regiões NUTS II. ................................14 Figura 8: Madeira laminada (Fonte: [6]) .................................................................................23 Figura 9: Contraplacado (Fonte: [6]) ......................................................................................23 Figura 10: Painel lamelado folheado (Fonte: [6]) ......................................................................23 Figura 11: Diagrama do processo de fabrico típico do subsector de Serração de Madeira (CAE 20101).......................................................................................26 Figura 12: Diagrama do processo de fabrico típico do subsector de Impregnação de Madeiras (CAE 20102).....................................................................................................27 Figura 13: Diagrama do processo de fabrico típico do subsector da Fabricação de Painéis de Fibras e de Partículas de Madeira (CAE 20201, 20202). .........................................................28 Figura 14: Diagrama do processo de fabrico típico do subsector da Fabricação de Folheados, Contraplacados, Lamelados e Outros Painéis (CAE 20203). ........................................29 Figura 15: Diagrama do processo de fabrico típico do subsector da Parqueteria (CAE 20301). .........30 Figura 16: Diagrama do processo de fabrico típico dos subsectores de Carpintaria (CAE 20302, 20400, 20511, 20512) e deFabrico de Mobiliário de Madeira (CAE 36110, 36120, 36130, 36141) .......................................................................31 Figura 17: Composições médias dos resíduos de madeira resultantes das operações produtivas no subsector de Serração de Madeiras.........................................................................42 Figura 18: Composições médias dos resíduos de madeira resultantes das operações produtivas no subsector de Impregnação de Madeira (Preservação). ...............................................42 Figura 19: Percentagem de resíduos, relativamente à quantidade total de cada uma das matérias primas utilizadas nas operações produtivas no subsector de Fabricação de Painéis de Fibras e de Partículas de Madeira e Fabricação de Folheados, Contraplacados, Lamelados e de Outros Painéis.................................................................................................43 Figura 20: Composições médias dos resíduos de madeira resultantes das operações produtivas no subsector de Parqueteria. .....................................................................................43 Figura 21: Composições médias dos resíduos de madeira resultantes das operações produtivas no subsector de Carpintaria. ......................................................................................43 Figura 22: Composições médias dos resíduos de madeira resultantes das operações produtivas no subsector de Fabricação de Mobiliário. ....................................................................44 Figura 23: Estimativa das quantidades de subprodutos e de resíduos de madeira (sem casca) gerados no subsector da Serração (ano 1998). ....................................................................46 Figura 24: Estimativa das quantidades de resíduos de madeira (sem casca) gerados no subsector dos Painéis de Partículas e de Fibras (ano 1998). ...........................................................47 Novembro 2000 VII PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Figura 25: Instalação para briquetagem de pequena/média capacidade para ................................68 Figura 26: Máquina de formação de painéis de madeira com a tecnologia de Finger Jointing. ..........70 Figura 27: Instalação tipo de um sistema electroestático. ..........................................................81 Figura 28: Tintas de origem vegetal .......................................................................................87 Figura 29: Destilador automático. ..........................................................................................91 Figura 30: Solvente orgânico recuperado. ...............................................................................90 Figura 31: Desenrolamento dos toros com centralização optimizada ............................................92 Figura 32: Equipamento para corte fino. ............................................................................... 103 Figura 33: Projecção em leque do sistema Flowcoat ................................................................ 106 Figura 34: Bicos injectores do sistema Flowcoat ..................................................................... 105 Figura 35: Secagem de peças revestidas pelo processo Flowcoat. ............................................. 105 Novembro 2000 VIII PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 1. INTRODUÇÃO A Comunidade Europeia, através da Resolução do Conselho de Ministros da União Europeia 97/C76/01, define a actual estratégia comunitária em matéria de gestão de resíduos, numa perspectiva que visa dar prioridade a uma postura nitidamente preventiva em detrimento de uma estratégia meramente curativa. Esta posição situase dentro de uma estratégia mais alargada e que tem por base o conceito de desenvolvimento sustentável e o facto de estar demonstrado a nível mundial que existem benefícios, na adopção deste tipo de estratégia, não só em termos ambientais mas também em termos económicos e sociais. Neste sentido, através da Resolução nº 98/97 do Conselho de Ministros, Portugal define a estratégia de gestão de resíduos industriais que, para além de reafirmar o princípio da responsabilidade do produtor pelo destino a dar aos resíduos que produz, refere, especificamente, que uma eficiente gestão de resíduos industriais passa necessariamente pela separação dos restantes tipos de resíduos, nomeadamente os urbanos, bem como pela sua tipificação e separação em banais e perigosos, com um tratamento diferenciado para cada um deles. De forma a dar cumprimento às resoluções anteriores, surge em 1999 o D.L. nº 516/99 de 2 de Dezembro que aprova o Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Industriais (PESGRI), que define as directrizes gerais a tomar no âmbito dos resíduos industriais produzidos em Portugal. Na sequência da implementação do PESGRI surge o Plano Nacional de Prevenção de Resíduos Industriais (PNAPRI). Trata-se de um instrumento que tem por objectivo fornecer um conjunto de directrizes no âmbito de prevenção e da sua implementação junto do tecido industrial português. Associada à elaboração do PNAPRI surgem os Guias Técnicos Sectoriais que constituem um conjunto de ferramentas específicas e que se pretende que dêem resposta às solicitações próprias de cada sector industrial. Novembro 2000 1 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 2. OBJECTIVOS Com a elaboração deste Guia Sectorial, pretende-se evidenciar que as estratégias preventivas contribuem de forma clara para a resolução de grande parte das questões relacionadas com a gestão de resíduos e que é fundamental que seja esta a postura a adoptar pela indústria portuguesa, em substituição das estratégias curativas e pontuais, utilizadas ainda pela maior parte das empresas. Neste sentido, a elaboração deste Guia tem por objectivo colocar à disposição dos industriais do sector da Madeira e Mobiliário orientações em termos de prevenção, no que se refere à questão dos resíduos industriais, que se traduzem na identificação e caraterização de medidas e/ou tecnologias que permitam reduzir a quantidade e/ou perigosidade dos resíduos e efluentes líquidos gerados ao longo do processo de fabrico, com consequentes benefícios económicos. O Guia Técnico Sectorial para o sector da Madeira e Mobiliário apresenta também uma breve caracterização do sector e dos processos de fabrico envolvidos, assim como a caracterização e quantificação dos resíduos e das águas residuais geradas no país. Para a realização deste Guia foi necessário proceder a um largo trabalho de recolha e tratamento de vários tipos de informações, provenientes de fontes diversas, tendo-se dado destaque aos dados e opiniões recolhidos junto de várias empresas do sector e de entidades a elas ligadas, a fontes de informação oficiais, pesquisas bibliográficas, em bases nacionais e internacionais, bem como junto de diversos fornecedores de tecnologias e equipamentos. É importante referir que neste Guia foram considerados não só os resíduos gerados pela acção industrial como também os efluentes líquidos, uma vez que se considerou que as águas residuais, após depuração em Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), acabam por gerar resíduos constituídos pelas lamas resultantes do tratamento. Novembro 2000 2 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 3. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR A informação relativa à caracterização do sector, no que se refere ao número de empresas, distribuição geográfica, dimensão das empresas (por escalões de número de pessoas ao serviço), número de pessoas ao serviço e volume de vendas, foi fornecida pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade e reporta-se ao ano de 1997. Após contactos com o Instituto Nacional de Estatística (INE) verificou-se que os dados estatísticos fornecidos pela referida instituição não tornavam possível a separação entre o subsector da Serração de Madeira (CAE 20101) do subsector da Impregnação de Madeira (CAE 20102) nem, por outro lado, a separação dos subsectores da Carpintaria (CAE 20302) e da Parqueteria (CAE 20301). Deste modo, por forma a apresentar os dados associados a cada um dos subsectores estudados e indicados em seguida, só foi possível considerar os dados provenientes do Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional (DETEFP) afecto ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade. Por outro lado, os dados desta fonte deverão ser mais realistas, uma vez que, de acordo com a legislação, todas as empresas em funcionamento têm de entregar nos centros de emprego os mapas de pagamentos de salários, pelo que estará garantida a laboração das empresas mencionadas. Neste sector industrial, apesar de ser bastante heterogéneo podem, no entanto, ser assinaladas as seguintes características genéricas: o predomínio de pequenas e médias empresas (onde existem muitas unidades de estrutura familiar); a mão-deobra pouco qualificada; a existência de diferenças acentuadas nas tecnologias utilizadas; e os distintos níveis de produtividade. Novembro 2000 3 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 3.1 GRUPOS DE ACTIVIDADES INDUSTRIAIS E PRODUTOS FABRICADOS Atendendo à Classificação de Actividades Económicas (CAE-Rev.2), que está estipulada pelo Decreto-Lei nº 182/93, de 14 de Maio, o Sector da Madeira e Mobiliário engloba duas divisões: a Indústria da Madeira (CAE 20) e a da Fabricação de Mobiliário (CAE 36). Este sector industrial apresenta, especificamente, a estrutura indicada no Quadro 1: Quadro 1: Classificação das Actividades Económicas (CAE-Rev.2). Divisão Subclasse Actividades da Indústria da Madeira e Mobiliário CAE 20101 Serração de Madeira CAE 20102 Impregnação de Madeira CAE 20201 Fabricação de Painéis de Partículas de Madeira CAE 20202 Fabricação de Painéis de Fibras de Madeira CAE 20203 Fabricação de Folheados, Contraplacados, Lamelados e de Outros Painéis CAE 20301 Parqueteria CAE 20302 Carpintaria CAE 20400 Fabricação de Embalagens de Madeira CAE 20511 Fabricação de Caixões Mortuários em Madeira CAE 20512 Fabricação de Outras Obras de Madeira, n.e. CAE 36110 Fabricação de Cadeiras e Assentos CAE 36120 Fabricação de Mobiliário para Escritório e Comércio CAE 36130 Fabricação de Mobiliário para Cozinha CAE 36141 Fabricação de Mobiliário de Madeira para Outros Fins 20 36 Fonte: D.L. 182/93 de 14 de Maio. Com o objectivo de facilitar a análise do sector, relativamente à caracterização dos processos de fabrico e à caracterização qualitativa e quantitativa dos resíduos e efluentes, algumas subclasses foram agrupadas, como se indica no Quadro 2, por forma a originar seis subsectores sobre os quais o estudo será focado. Em acréscimo, apresenta-se também alguns dos produtos fabricados pelas empresas pertencentes a cada subsector. Novembro 2000 4 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 2: Subsectores em estudo e produtos fabricados. Subsectores em estudo Subclasse CAE Produtos Fabricados Tábuas, Serração de Madeira 20101 réguas, pranchas e outros elementos de madeira obtidos directamente a partir dos toros. Postes, varas, tábuas e réguas de madeira impregnadas Impregnação de Madeira (Preservação) vedações, 20102 para de a bancos construção de jardim, de de estruturas para recreio e lazer em parques infantis, de casotas para abrigo de animais, de casas, etc. Painéis e Folheados (*) Parqueteria Carpintaria Mobiliário Aglomerados de partículas, de fibras (MDF, 20201, 20202, e 20203 HDF), contraplacados, laminados, lamelados e outros painéis folheados. Parquet, 20301 lamparquet, soalho, soalho flutuante, tacos, etc. Portas, janelas, aros, molduras, gavetas, 20302, 20400, paletes, caixões mortuários em madeira, 20511, 20512 embalagens de madeira, etc. 36110, 36120, Mesas, cadeiras, móveis, armários e outras 36130, 36141 peças de mobiliário. (*) Por vezes, ao longo do texto, surgirá a designação Painéis de Partículass e de Fibras subentendendo-se neste caso, a exclusão dos Painéis Folheados e Afins. Há ainda a salientar que, relativamente à divisão 36 da CAE-Rev.2 e na perspectiva da caracterização dos resíduos industriais do sector em estudo, só será considerada a actividade de Fabricação de Mobiliário de Madeira. Novembro 2000 5 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 3.2 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA Como se pode verificar através da Figura 1, a maioria das empresas (58,2%) localizase no Norte do País surgindo, em segundo lugar, as regiões Centro e Lisboa e Vale do Tejo (LVT) com 17,6% das empresas em cada. Quanto às regiões autónomas, é no arquipélago dos Açores que se concentra o maior número de empresas (102), enquanto que no arquipélago da Madeira existem registos de apenas 77 empresas (Figura 2 e Figura 3). Norte 4071 Centro 1235 L.V.T. 1235 Alentejo 151 Algarve 127 Portugal Continental: 6 819 empresas Figura 1: Distribuição das empresas do sector da Indústria da Madeira e Mobiliário existentes em Portugal continental, segundo a classificação NUTS II. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) Novembro 2000 6 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Porto S anto Mad eira Região Autónoma da Madeira: 77 empresas Figura 2: Empresas do sector da Madeira e do Mobiliário existentes na região autónoma da Madeira. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) Corvo Flores Graciosa Faial S, Jorge Terceira Pico S, Miguel S, Maria Região Autónoma dos Açores: 102 empresas Figura 3: Empresas do sector da Madeira e do Mobiliário existentes na região autónoma dos Açores. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) Novembro 2000 7 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 3.3 NÚMERO DE EMPRESAS, SUA DIMENSÃO E NÚMERO DE PESSOAS AO SERVIÇO O número de empresas de cada subsector em estudo, distribuido pelas regiões NUTS II (1) e de acordo com a agregação de subclasses apresentada em 3.1, é apresentado no Quadro 3. Quadro 3: Número de empresas, por subsectores, nas regiões NUTS II. NÚMERO DE EMPRESAS POR SUBSECTOR REGIÕES NUTS II Serração Impregnação Painéis e Folheados Parqueteria Carpintaria Mobiliário TOTAL Norte 299 7 23 11 1 096 2 635 4 071 Centro 287 5 8 9 554 372 1 235 (*) 110 5 8 5 514 593 1 235 Alentejo 12 2 0 1 100 36 151 Algarve 1 0 0 0 97 29 127 28 0 0 0 63 11 102 13 0 0 0 46 18 77 750 19 26 2 470 3 694 LVT Arquipélago dos Açores Arquipélago da Madeira TOTAL 39 6 998 Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997. (*) LVT: Lisboa e Vale do Tejo. Da análise do Quadro 3 conclui-se que, relativamente ao número de empresas, o subsector do Mobiliário representa 52,8% do sector, seguindo-se o subsector da Carpintaria com 35,3% e o subsector da Serração com 10,7%. Na Figura 4 pode observar-se a distribuição percentual das empresas existentes pelos seis subsectores de actividade considerados. 1 NUTS II: Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos; contempla as regiões Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e regiões Autónomas dos Açores e Madeira. Novembro 2000 8 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Serração Im pregnação 0,3% 10,7% P ainéis e Folheados 0,6% P arqueteria 0,4% M obiliário 52,8% C arpintaria 35,3% Figura 4: Empresas do sector da Madeira e do Mobiliário – distribuição percentual pelos diferentes subsectores. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) É de referir ainda que, a análise do Quadro 3 permite afirmar que, das sete regiões NUTS II, a região Norte é a líder em cada subsector, quanto ao número de empresas. Essa liderança é mais acentuada nos subsectores do Mobiliário (2 635 empresas) e da Carpintaria (1 096 empresas). No Quadro 4 apresenta-se a distribuição das empresas dos vários subsectores por escalões de número de pessoas ao serviço, sendo a dimensão da empresa definida por este último parâmetro. Quadro 4: Número de empresas, por subsectores, segundo dimensão da empresa. NÚMERO DE EMPRESAS POR SUBSECTOR Escalão de nº Serração Impregnação 0-4 240 7 5-9 194 10-19 Painéis e Parqueteria Carpintaria Mobiliário 11 9 1 514 1 883 2 7 5 598 905 155 3 3 6 232 530 20-49 134 3 3 3 96 276 50-99 20 4 6 2 22 81 100-199 4 0 5 0 6 14 200-399 3 0 3 1 1 4 400-499 0 0 1 0 0 1 500-999 0 0 0 0 1 0 + 1000 0 0 0 0 0 0 TOTAL 750 19 39 26 2 470 3 694 de pessoas Folheados Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997. Novembro 2000 9 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário É de salientar que 99,4% das empresas do sector da Indústria da Madeira e do Mobiliário empregam menos de 100 pessoas ao serviço, o que vem suportar a ideia de que o sector é constituido, na sua grande maioria, por empresas de pequena e média dimensão. Relativamente ao subsector da Carpintaria, 61,3% das empresas têm, no máximo, 4 pessoas ao seu serviço seguindo–se os subsectores do Mobiliário com 51,0% e da Impregnação com 36,8%. A caracterização do sector em estudo quanto ao número de pessoas ao serviço apresenta-se no Quadro 5. Quadro 5: Número de empresas e número médio de pessoas ao serviço por empresa, em cada subsector. Subsectores Número de empresas (*) Número Número médio de de pessoas ao pessoas ao serviço serviço (*) por empresa 750 10 617 14,2 Impregnação (I) 19 432 22,8 Painéis e Folheados (PF) 39 2 555 65,5 Parqueteria (P) 26 668 25,7 Carpintaria (C) 2 470 16 351 6,6 Mobiliário (M) 3 694 34 347 9,3 6 998 64 970 -- Serração (S) TOTAL (*) Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997. Na Indústria da Madeira e do Mobiliário estão contabilizadas 6 998 empresas, empregando um total de 64 970 pessoas ao serviço. Relativamente ao número de pessoas ao serviço, o subsector do Mobiliário emprega 52,8%, estando em segundo lugar o subsector da Carpintaria com 25,2% e em terceiro o da Serração com aproximadamente 16,3%. Novembro 2000 10 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário O subsector de Painéis e Folheados apresenta em média 65,5 pessoas ao serviço por empresa seguindo-se os subsectores da Parqueteria e Impregnação com 25,7 e 22,8 respectivamente. É de salientar também que, dos seis subsectores em estudo, os três subsectores com o maior número de empresas (Mobiliário, Carpintaria e Serração) são precisamente aqueles que apresentam, em média, o menor número de pessoas ao serviço por empresa. Na Figura 5 encontra-se representada a distribuição percentual do número de pessoas ao serviço para cada um dos seis subsectores. Serração 16,3% Im pregnação 0,7% P ainéis e Folheados 3,9% P arqueteria 1,0% M obiliário 52,9% C arpintaria 25,2% Figura 5: Pessoas ao serviço, por subsector de actividade, no sector da Madeira e Mobiliário. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) Novembro 2000 11 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 3.4 CONSUMO E RENDIMENTO MÉDIO DE UTILIZAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA Quanto ao consumo de matéria prima, estima-se que no sector da Madeira e do Mobiliário tenham sido processadas, em 1998, as quantidades referenciadas no Quadro 6. A madeira consumida é de diferentes espécies e proveniências. Quadro 6: Consumo e rendimento de utilização da matéria prima por subsector (1998). Consumo de matéria Estimativa do rendimento médio prima de utilização da matéria prima Subsectores 3 (m /ano) (%) 2 941 176 (*) 40 14 615 88 1 960 784 (**) 92 Parqueteria (P) 216 667 32 Carpintaria (C) 871 765 65,5 Mobiliário (M) 492 533 60,5 Serração (S) Impregnação (I) Painéis e Folheados (PF) Fonte: documentação anexa ao Contrato de Adaptação Ambiental e informação recolhida durante as visitas efectuadas às empresas do sector. (*): matéria prima sem casca. 3 (**): Inclui os subprodutos do subsector da Serração (cerca de 1 137 255 m ), os desperdícios/resíduos 3 3 para reciclagem (cerca de 196 078 m ) e madeira nova sem casca (cerca de 627 451 m ). A Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP) forneceu uma estimativa do consumo de madeira nos subsectores da Serração e dos Painéis de Madeira, para o ano de 1999. A informação contida no Quadro 6 permitirá efectuar, como se constatará adiante, a determinação dos quantitativos de resíduos de madeira gerados em cada subsector. Dada a necessidade de manter uma uniformidade do ano a que se reportam os quantitativos de resíduos e efluentes líquidos gerados pelos diversos sectores industriais em estudo no âmbito do PNAPRI, foi necessário efectuar uma estimativa, para o ano de 1998, dos valores cedidos pela AIMMP, admitindo o valor de 2% como a taxa anual média de crescimento da Indústria Transformadora. A expressão (1), que se indica a seguir, foi utilizada para calcular os valores referentes ao consumo de matéria prima sempre que estes não se reportavam ao ano Novembro 2000 12 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário de 1998. A referida expressão permite converter resultados esperados no futuro para o momento presente e vice-versa. Q0 = Q1 (1) (1 + j)n onde, Q0 é a quantidade de matéria prima no momento presente; Q1 é quantidade de matéria prima no futuro; j é a taxa anual média de crescimento da Indústria Transformadora (0,02) e n é o número de anos no período em causa. Novembro 2000 13 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 3.5 VOLUME DE VENDAS DO SECTOR Na Figura 6 apresentam-se as percentagens relativas ao volume de vendas referente às empresas das divisões CAE 20 (Indústria da Madeira) e CAE 36 (Fabricação de Mobiliário). Divisão CAE 36 36,8% Divisão CAE 20 63,2% Figura 6: Distribuição percentual do volume de vendas por divisão CAE. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) Como se pode verificar, as empresas inseridas na divisão CAE 20 são as que mais contribuem para o volume global de vendas do sector (434 472 milhares de contos), isto é com 63,2% (274 748 milhares de contos). Na Figura 7 apresenta-se a distribuição percentual do volume de vendas por regiões NUTS II. A lgarve 1,0% A lentejo 1,1% A çores 8,0% M adeira 0,8% N orte 36,6% LVT 22,6% C entro 30,0% Figura 7: Distribuição percentual do volume de vendas por regiões NUTS II. (Fonte: Ministério do Trabalho e da Solidariedade; 1997) A região Norte é a que apresenta o maior contributo (36,6%) para o volume global de vendas, sendo seguida pela região centro com 30,0% e pela região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) com 22,6%. Novembro 2000 14 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 4. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICO A Indústria da Madeira e do Mobiliário, e mais concretamente os processos de fabrico relativos aos subsectores industriais em estudo, compreendem uma série de operações unitárias que podem, genericamente, ser agrupadas do seguinte modo: • Preparação da matéria prima (preparo) – que engloba um conjunto de operações de transformação, visando a obtenção de peças (tábuas de dimensões pré-definidas ou não) capazes de sofrer outras operações; • Tratamento (Impregnação)– permite aumentar a durabilidade da madeira e /ou melhorar as suas características naturais; • Maquinagem – conjunto de operações que permitem obter as diferentes peças de madeira; • Montagem – que permite a produção dos produtos finais a partir da junção das diferentes peças; • Acabamentos – que consiste na aplicação de produtos de protecção superficial ou de revestimento, de forma a melhorar a qualidade do produto final e, simultaneamente, aumentar a sua durabilidade. 4.1 PREPARAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA (PREPARO) As operações que ocorrem nesta fase do processo estão relacionadas com o tipo de produto a fabricar, sendo comuns a alguns dos subsectores e existindo outras que, no entanto, são específicas para determinados subsectores. Assim, genericamente, as operações são as seguintes: descasque, traçagem, serragem, retestagem, desdobragem, desengrosso, galgagem/alinhamento, aparelhagem e secagem. Destas operações resultam, essencialmente, resíduos de madeira: casca, serradura ou serrim e aparas de madeira (designação que inclui os retestos e aparas propriamente ditas). Estes resíduos são utilizados para incorporação na indústria de aglomerados, para aproveitamento em explorações avícolas e valorização energética (com aproveitamento das cinzas para aplicação nos solos ou incorporação em adubos). Novembro 2000 15 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário O subsector do Fabrico de Painéis e Folheados apresenta algumas operações produtivas específicas como sejam : • Cozimento, desenrolamento e corte plano (na produção de folha); • Estilhagem, moagem, secagem e crivagem (na produção de painéis aglomerados de partículas e fibras). Destas operações resultam também essencialmente resíduos de madeira que, quando não podem ser reincorporados no processo, têm os destinos já anteriormente referidos. As águas de cozimento da madeira constituem um efluente líquido com elevada carga poluente (taninos e outras substâncias orgânicas). 4.2 TRATAMENTO (IMPREGNAÇÃO) O tratamento no subsector da Impregnação de Madeira consiste em dotar a matéria prima com características de maior durabilidade e de maior resistência a fungos e insectos, sendo daí resultantes dois tipos de resíduos: resíduos do banho de tratamento e lamas constituídas maioritariamente por resíduos de madeira, areias e poeiras que se acumulam nos tanques. Apesar da quantidade de resíduos daqui resultante não ser significativa, no conjunto das operações unitárias envolvidas nos diferentes processos de fabrico em estudo, estes resíduos, juntamente com os resíduos resultantes da fase de acabamento, adquirem uma grande importância em termos de perigosidade. A gestão destes resíduos é problemática, dada a natureza do líquido impregnante, essencialmente constituído por sais metálicos de Crómio, Cobre e Arsénio em meio aquoso. Refira-se, ainda, que existe um tipo de tratamento, apenas de carácter preventivo e temporário (associado ao subsector da Serração – aplicado para prevenir a curto prazo o aparecimento de manchas de bolores e fungos), em que, os produtos utilizados, embora diferentes, são de grande perigosidade, com a agravante do tratamento ser de carácter precário. Esta fase não faz parte do processo de fabrico típico dos Painéis de Madeira e Folheados, nem da Carpintaria ou Mobiliário. Novembro 2000 16 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 4.3 MAQUINAGEM Esta fase do processo engloba um conjunto de operações unitárias que permitem intervenções mecânicas sobre a matéria prima. As operações são as seguintes: traçagem, desengrosso, calibragem, galgamento, aparelhamento, perfilagem, fresagem e furação. Os resíduos resultantes, constituídos por serradura e aparas de madeira, têm os destinos já acima referidos na fase de preparação, isto é: são utilizados para valorização energética (com aproveitamento das cinzas para aplicação nos solos ou incorporação em adubos), para aproveitamento em explorações avícolas e para incorporação (em alguns casos) na produção de aglomerados. 4.4 ACABAMENTOS Nesta fase, recorrendo a produtos variados, é possível dotar os produtos finais de diferentes características atendendo ao objectivo pretendido. A finalidade é permitir que o produto final, para além de adquirir um aspecto visualmente mais agradável, fique dotado de uma maior e melhor resistência mecânica a agentes externos. Assim, consoante branqueamento, o objectivo aplicação de pretendido, velaturas, utilizam-se betumagem, diferentes lixagem, operações: lacagem, envernizamento, secagem do verniz/laca ou revestimento com papéis melamínicos ou termolaminados. Os resíduos resultantes destas operações são essencialmente pó de madeira, lamas provenientes das cabines de acabamento com cortina de água e resíduos de verniz, de lacas, de tintas, de betumes e de velaturas. O pó de madeira é passível de ser aproveitado posteriormente, conforme já foi referido, noutras fases produtivas. No entanto, o destino dos restantes resíduos constitui um problema, recorrendo-se frequentemente ao seu armazenamento até existir uma solução de gestão adequada, ou optando-se pelo seu envio para o estrangeiro. Há ainda a considerar os resíduos líquidos provenientes da limpeza dos equipamentos de aplicação destes produtos (essencialmente constituídos por solventes orgânicos) e o efluente das cabines de acabamento com cortina de água. Resultam, quase sempre, efluentes líquidos contaminados com diversos produtos químicos, muitos deles com características de perigosidade que dificultam a sua gestão. Novembro 2000 17 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 4.5 MONTAGEM As operações de montagem, como o próprio nome indica, permitem juntar as diferentes peças para obtenção do produto final. Estas envolvem a colagem e a aplicação de vários elementos metálicos e, em alguns casos, de plástico. São responsáveis por um quantitativo de resíduos relativamente pequeno, constituídos essencialmente por peças rejeitadas, parafusos, ferragens danificadas, pregos, elementos de plástico e alguns resíduos de cola. Decorrentes das diferentes operações anteriormente descritas, resultam diversos resíduos que podem ser comuns a todas elas. Deste conjunto fazem parte os resíduos de embalagem, sejam eles de acondicionamento da matéria prima, ou de produtos químicos auxiliares, ou resultantes do acondicionamento do produto final para expedição. Há ainda a considerar os óleos de lubrificação das máquinas, os equipamentos sem utilidade (sucatas), provenientes da renovação do parque de máquinas, os resíduos resultantes dos processos de geração de calor (cinzas) e os resíduos resultantes das estações de pré-tratamento ou tratamento de águas residuais industriais (EPTARI ou ETARI). Novembro 2000 18 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 4.6 DESCRIÇÃO DAS OPERAÇÕES UNITÁRIAS Com o objectivo de possibilitar a relação entre o que sucede em cada operação unitária e a respectiva produção de resíduos, será feita uma descrição não exaustiva de cada operação. Assim, ter-se-á: • Descasque: operação de tirar a casca ao tronco ou toro; • Serragem: operação de cortar à serra, obtendo-se pranchas com duas superfícies planas; • Desdobramento: operação em que, pranchas de menor espessura são obtidas a partir de pranchas de maior espessura; • Alinhamento/Galgamento: preparação de uma face (ou de um canto) para a tornar paralela a outra face (ou a outro canto); • Impregnação (Preservação): operação, efectuada em tanques ou autoclaves, em que são introduzidos, na madeira, produtos químicos para conferir resistência à degradação biológica. No subsector da Serração apresenta um carácter preventivo e temporário. Se o processamento for directo para a secagem artificial esta operação de preservação não é necessária; • Secagem natural: secagem por exposição ao ar livre; • Secagem (artificial): secagem em compartimentos fechados, a temperatura, humidade e ventilação controladas; • Traçagem: operação em que as peças de madeira são serradas transversalmente para se obterem comprimentos bem determinados; • Desengrosso: preparação de uma face para diminuir a espessura; • Aparelhamento: operação em que as faces e os cantos de um peça de madeira são alisadas à plaina; Novembro 2000 19 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário • Perfilagem: operação que permite obter peças com perfis bem determinados ao longo dos cantos e/ou topos; • Embalamento: operação em que as peças são acondicionadas de modo a assegurar o transporte em boas condições; • Aparamento (na preparação de postes e varas): alisamento do perfil cilíndrico, através da remoção de nós e restos de ramos; • Abicagem: operação que confere uma forma ponteaguda a uma das extremidades dos postes e varas, de modo a facilitar a sua fixação ao solo; • Transformação suplementar: processo de transformação e montagem dos diferentes elementos de madeira impregnada, para obtenção de bancos de jardim, de estruturas de recreio e lazer de parques infantis, etc. • Remoção de metais: remoção de elementos metálicos (munições de armas de caça, pregos, etc.) eventualmente presentes na madeira utilizada como matéria prima; • Estilhagem: destroçamento da madeira por forma a produzir pequenas aparas (estilha) utilizadas no fabrico de painéis aglomerados; • Lavagem da estilha: operação de lavagem com água para remoção de pós e terras; • Desfibragem: operação que utiliza simultaneamente vapor e pressão de modo a possibilitar a separação das fibras de madeira utilizadas na fabricação de painéis de fibras de média e de alta densidade (MDF e HDF respectivamente), por via química ou mecânica. As fibras são transportadas em água até à linha de formação dos painéis; • Moagem: corte das partículas de madeira em partículas mais finas; • Crivagem: separação granulométrica das partículas de madeira ao longo de uma série de peneiros, com malhas sucessivamente mais apertadas; Novembro 2000 20 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário • Formação do colchão: formação e sobreposição das camadas contituintes do futuro painel, antes da prensagem. Consiste em sobrepor camadas de fibras ou partículas de madeira que contêm colas, de modo a obter painéis com a espessura final pretendida. Desta operação resultam genericamente dois tipos de painéis: 1. Aglomerados de partículas - constituídos por aparas de madeira, normalmente de resinosas (pinho, por exemplo), ligadas entre si por resina sintética e por acção da pressão e da temperatura. Por forma a melhorar as características finais do produto, são adicionados outros aditivos. 2. Aglomerados de fibras – constituído por fibras de madeira, que resultam do desfibramento da estilha de madeira. Na fase de formação das camadas, as fibras têm o aspecto de uma espessa “lã” que é posteriormente estendida numa tela transportadora e submetida a prensagem a quente. O MDF (Medium Density Fiberboard) é um painel de fibras de densidade média, tal como o nome indica, aglutinadas com resinas sintéticas mediante a acção do calor e da pressão. Possui uma estrutura homogénea, ao contrário do aglomerado de partículas que é formado por várias camadas com estruturas diferentes. O HDF (High Density Fiberboard), é composto por fibras de madeira de resinosas, aglutinadas com resinas naturais ou sintéticas, comprimidas a alta temperatura e pressões elevadas (superiores às envolvidas no fabrico de MDF), conferindo-lhe alta resistência, dureza e durabilidade. Este tipo de painel, apresenta uma superfície lisa e excelente para pintura e outros acabamentos. • Prensagem: operação de compressão a quente, efectuada entre pratos planos, dos painéis obtidos na operação de formação do colchão, para aglomeração das fibras, das partículas ou das folhas de madeira dos folheados; • Arrefecimento/Estabilização: após a prensagem os painéis permanecem separados durante algum tempo, por forma a favorecer o seu arrefecimento e a perda de humidade por evaporação; • Calibragem (largura/comprimento): corte dos painéis nas suas dimensões comerciais de largura e comprimento; Novembro 2000 21 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário • Lixagem: operação em que as superfícies são desgastadas ou polidas com lixas, para regularização das superfícies e obtenção da espessura pretendida; • Corte: corte de elementos de madeira, para obtenção de outros de menores dimensões ou simplesmente para acerto das mesmas; • Revestimento: operação em que as faces das peças de madeira são revestidas com folhas de madeira, folhas de papel, PVC, folhas melamínicas, termolaminados, etc; • Orlagem: operação em que os topos dos painéis de fibras e de partículas de madeira de outros elementos de madeira, são revestidos com folhas de PVC, folhas melamínicas, termolaminados, réguas de madeira, etc; • Cozimento: amolecimento dos toros por imersão em água quente ou por contacto com vapor de água, como forma de preparação para a operação de obtenção de folhas de madeira por desenrolamento ou corte plano; • Corte plano: operação de obtenção de folhas de madeira por corte descontínuo com lâminas; • Desenrolamento: operação de cortar à lâmina um toro em rotação, para se obter uma folha de madeira contínua, pouco espessa e muito extensa; • Junção de folhas: operação em que várias folhas de madeira são coladas umas às outras topo a topo; • Aplicação de cola: aplicação de cola nas faces das folhas de madeira, para posterior sobreposição em camadas; • Composição: sobreposição de folhas de madeira, de modo a obter os laminados, os contraplacados e outros tipos de folheados. O produto obtido depende da forma como é feita a sobreposição das folhas. Na madeira laminada, todas as folhas apresentam os veios na mesma direcção, ou seja, são paralelos. No contraplacado existe sempre um número ímpar de folhas e os veios de cada folha são prependiculares aos da folha anterior. Novembro 2000 22 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário O painel lamelado folheado é constituido por madeira maciça e por folhas de madeira. Ao longo de todo o comprimento são coladas ripas de madeira, no sentido dos veios, de modo a constituir uma prancha de madeira com a largura necessária (painel lamelado). À prancha resultante, é colada uma folha de madeira de cada lado, com os veios orientados prependicularmente às ripas de madeira. Sobre a nova camada é novamente colada uma folha, desta vez com menor espessura, com os veios orientados paralelamente às ripas e prependiculares aos da folha anterior. Figura 8: Madeira laminada (Fonte: [6]) Figura 9: Contraplacado (Fonte: [6]) Figura 10: Painel lamelado folheado (Fonte: [6]) • Acabamento: alinhamento à esquadria (esquadrejamento) dos topos dos folheados e lixagem das suas superfícies; • Selecção: operação em que as lamelas de Parquet com defeitos são rejeitadas por inspecção visual; • Montagem (Parqueteria): após selecção por qualidades, as lamelas de Parquet são agrupadas em mosaicos com determinados padrões decorativos; Novembro 2000 23 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário • Aplicação de suporte: operação em que é aplicada uma rede de fibra, de plástico, de metal ou uma folha de papel perfurada, na contra-face do mosaico de lamelas; • Betumagem: aplicação de tapa-poros para corrigir eventuais defeitos da madeira e uniformizar a sua superfície; • Aplicação de velaturas: aplicação por imersão, por pulverização ou com pincel de corantes de base solvente ou aquosa, para conferir determinadas colorações; • Envernizamento/Pintura/Lacagem: aplicação de vernizes, de tintas ou de lacas por imersão, por pulverização, com rolos, por cortina, etc. • Secagem UV: secagem da película de revestimento aplicada (verniz, por exemplo) com radiação ultravioleta, de modo a permitir a diminuição do tempo de secagem e o rápido empilhamento das peças; • Furação: operação em que as peças de madeira são furadas, de modo a possibilitar a montagem dos diversos componentes; • Fresagem: operação em que são produzidos à superfície, ou nos cantos, determinados perfis com contornos definidos; • Branqueamento: utilização de agentes de branqueamento (ácidos, peróxidos ou sais) para conferir à madeira tonalidades de cor mais claras do que as originais; • Montagem (Mobiliário e Carpintaria): junção dos diversos componentes de determinada peça, recorrendo à utilização de pregos, de parafusos, de colas, de rebites e de outros acessórios. Novembro 2000 24 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 4.7 DIAGRAMAS DOS PROCESSOS DE FABRICO Nas Figura 11 a Figura 16 indica-se de uma forma esquemática os diagramas dos processos de fabrico típicos de cada um dos subsectores industriais em análise. Nestes diagramas identificam-se, de forma tanto quanto possível exaustiva, as matérias primas utilizadas e os resíduos gerados em cada operação. Salienta-se que, para os subsectores da Carpintaria e do Mobiliário, optou-se por considerar o mesmo diagrama de descrição do processo produtivo, uma vez que as operações unitárias envolvidas, assim como a sua sequência, são idênticas em ambos. Pelo contrário, relativamente ao subsector dos Painéis e Folheados, optou-se por apresentar dois diagramas tipo, dadas as significativas diferenças entre os processos de fabrico dos Painéis de Fibras e de Partículas por um lado, e dos Folheados e Afins por outro. Novembro 2000 25 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e Mobiliário Novembro 2000 Óleo de lubrificação Toros Óleo de lubrificação DESCASQUE Óleo de lubrificação SERRAGEM Serradura Aparas Costaneiras Casca Serradura Serradura Aparas Tiras Água Aparas SECAGEM EM SECADOR 26 Serradura Retestos PRESERVAÇÃO TEMPORÁRIA SECAGEM NATURAL Água escorrente das chuvas com taninos Cinzas da caldeira Água escorrente com taninos Produto de preservação temporária Agente preservante lixiviado Água de lavagem dos tanques Lamas do tanque de perservação Paletes de madeira Fitas metálicas DESENGROSSO Serradura Aparas APARELHAMENTO PERFILAGEM Serradura Aparas EMBALAMENTO Produto acabado Serradura Paletes de madeira inutilizadas Aparas Fitas metálicas inutilizadas Figura 11: Diagrama do processo de fabrico típico do subsector de Serração de Madeira (CAE 20101). PNAPRI Novembro 2000 26 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Produto de preservação Serradura TRAÇAGEM ALINHAMENTO/ GALGAMENTO DESDOBRAMENTO Novembro 2000 Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e Mobiliário Toros Óleo de lubrificação Postes Óleo de lubrificação Óleo de lubrificação Varas DESCASQUE SECAGEM NATURAL Água escorrente das chuvas com taninos APARAMENTO Casca Óleo usado ABICAGEM Aparas Serradura Serradura Aparas Óleo usado Óleo usado Água para lavagem Produto de impregnação IMPREGNAÇÃO 27 Agente preservante lixiviado Escorrência de agente preservante Postes e varas rejeitados Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário SECAGEM ARMAZENAMENTO TRAÇAGEM Produto de impregnação (creosote, sais metálicos: CCA ou CCB) Serradura Retestos Lamas Efluente líquido de lavagem dos tanques de armazenamento do produto de impregnação Pregos Paletes de madeira Parafusos Fitas metálicas Rebites TRANSFORMAÇÃO SUPLEMENTAR Resíduos de madeira tratada Pregos inutilizados EMBALAMENTO Produto acabado Paletes de madeira inutilizadas Fitas metálicas inutilizadas Parafusos inutilizados Rebites inutilizados PNAPRI Figura 12: Diagrama do processo de fabrico típico do subsector de Impregnação de Madeiras (CAE 20102). Novembro 2000 27 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e Mobiliário Novembro 2000 Madeira Água Óleo de lubrificação DESCASQUE Casca LAVAGEM DA ESTILHA REMOÇÃO DE METAIS ESTILHAGEM Aparas Óleo de lubrificação CRIVAGEM Resinas Parafinas Aditivos SECAGEM ARMAZENAGEM Água escorrente com taninos Finos de estilha Cinzas de caldeira Óleo de prensa Resíduos de cola ARREFECIMENTO/ ESTABILIZAÇÃO PRENSAGEM CALIBRAGEM (largura/comprimento) Resíduos de madeira Resíduos de madeira Folhas de revestimento (madeira, melamínicas, PVC, papel ou termolaminados) Efluente líquido** 28 Orlas Cola Cola REVESTIMENTO ORLAGEM Resíduos de orlas Embalagens Paletes Fitas metálicas Lixa Resíduos de folhas Resíduos de cola Embalagens de cola CORTE Cartão Plástico LIXAGEM Serradura Aparas EMBALAMENTO Pó de madeira Lixa usada Produto acabado Paletes inutilizadas Fitas metálicas inutilizadas Cartão inutilizado Plástico inutilizado PNAPRI *DESFIBRAGEM: só aplicável no fabrico de painéis de fibras. **FORMAÇÃO DO COLCHÃO: no caso da fabricação de painéis de fibras de alta densidade (HDF) por via húmida. Figura 13: Diagrama do processo de fabrico típico do subsector da Fabricação de Painéis de Fibras e de Partículas de Madeira (CAE 20201, 20202). Novembro 2000 28 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário FORMAÇÃO DO COLCHÃO ARREFECIMENTO/ ESTABILIZAÇÃO Efluente líquido Serrim MOAGEM APLICAÇÃO DE RESINA DESFIBRAGEM* Efluente líquido Lamas Metais Resíduos de madeira Água Novembro 2000 Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e Mobiliário Toros Óleo de lubrificação Óleo de lubrificação Óleo de lubrificação Água TRAÇAGEM DESCASQUE CORTE Serradura Aparas Retestos Serradura COZIMENTO Casca Óleo usado Água de cozimento com taninos Lamas Óleo de lubrificação CORTE CORTE PLANO Serradura Cola Aparas Serradura 29 JUNÇÃO DE FOLHAS SECAGEM CORTE Cinzas da caldeira Resíduos de cola Embalagens de cola Serradura Aparas Óleo de lubrificação Aparas DESENROLAMENTO Aparas Óleo usado Plástico Cartão Fitas metálicas Paletes Óleo Cola APLICAÇÃO DE COLA COMPOSIÇÃO* Resíduos de cola Embalagens de cola PRENSAGEM Óleo usado ACABAMENTO EMBALAMENTO Produto acabado Serradura Plástico inutilizado Aparas Cartão inutilizado Fitas metálicas inutiliz. PNAPRI Paletes inutilizadas * Na composição há diferentes operações e materiais, conforme se trate de laminados, contraplacados ou lamelados folheados. Figura 14: Diagrama do processo de fabrico típico do subsector da Fabricação de Folheados, Contraplacados, Lamelados e Outros Painéis (CAE 20203). Novembro 2000 29 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Folhas Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e Mobiliário Novembro 2000 Aparas Madeira serrada Óleo de lubrificação Serradura SECAGEM NATURAL Água escorrente das chuvas com taninos DESENGROSSO TRAÇAGEM SECAGEM Água escorrente com taninos Serradura Cinzas da caldeira Retestos Aparas Óleo usado MONTAGEM SELECÇÃO CORTE Serradura Aparas Aparas Suporte plástico Suporte de papel 30 Velatura Água Lixa Suporte metálico APLICAÇÃO DE SUPORTE Resíduos de suporte plástico APLICAÇÃO DE VELATURA LIXAGEM (Parquet em tosco) Resíduos de suporte de papel Resíduos de suporte metálico Produto acabado Pó de madeira Resíduos de velaturas Lixa inutilizada Embalagens metálicas com resíduos de velatura Tapa-poros Verniz Diluente Cartão Fitas metálicas EMBALAMENTO SECAGEM UV Fitas metálicas inutilizadas Cartão inutilizado BETUMAGEM / ENVERNIZAMENTO Embalagens metálicas com resíduos de tapa-poros PNAPRI Embalagens metálicas com resíduos de verniz Figura 15: Diagrama do processo de fabrico típico do subsector da Parqueteria (CAE 20301). Novembro 2000 30 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Lamelas de madeira com defeito Lamelas de madeira com defeito APARELHAMENTO Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e Mobiliário Novembro 2000 Madeira serrada Óleo de lubrificação Madeira não maciça Aparas Serradura SECAGEM NATURAL SECAGEM TRAÇAGEM Água escorrente com taninos Cinzas da caldeira Água escorrente das chuvas com taninos DESENGROSSO Serradura Serradura Retestos Aparas Óleo usado Resíduos de madeira não maciça FURAÇÃO FRESAGEM PERFILAGEM Serradura Serradura Serradura Serradura Aparas Aparas Aparas Aparas Cola Orlas REVESTIMENTO 31 Agente de branqueamento (ácidos, peróxidos, sais) ORLAGEM Resíduos de cola Resíduos de folhas de revestimento Resíduos de orlas Embalagens de cola Embalagens de cola Tapa-poros BRANQUEAMENTO Embalagens Cartão Pregos Parafusos EMBALAMENTO Lixa LIXAGEM Resíduos de agente de branqueamento Fitas metálicas Lixa Resíduos de cola LIXAGEM Pó de madeira BETUMAGEM Pó de madeira Resíduos de tapa-poros Resíduos de lixa Embalagens metálicas com resíduos de tapa-poros Cola MONTAGEM Fitas metálicas Pregos inutilizados Cartão inutilizado Parafusos inutilizados Peças rejeitadas Resíduos de cola Velatura Tinta / Laca Resíduos de lixa Verniz APLICAÇÃO DE VELATURA/VERNIZ/TINTA/LACA Resíduos de velatura Resíduos de tinta/laca Resíduos de verniz Embalagens Efluente líquido da cabine de aplicação Lamas da cabine de aplicação PNAPRI Figura 16: Diagrama do processo de fabrico típico dos subsectores de Carpintaria (CAE 20302, 20400, 20511, 20512) e deFabrico de Mobiliário de Madeira (CAE 36110, 36120, 36130, 36141) Novembro 2000 31 Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Cola Folhas de revestimento (madeira, melamínicas, PVC ou termolaminados) Produto acabado APARELHAMENTO PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 5. RESÍDUOS INDUSTRIAIS DO SECTOR 5.1 ANÁLISE GLOBAL DOS RESÍDUOS DO SECTOR E SUA GESTÃO ACTUAL Na Indústria da Madeira e do Mobiliário é gerada anualmente uma grande quantidade de resíduos de madeira sob variadas formas que, na sua grande maioria, são valorizáveis em variadas utilizações: aquecimento, matéria prima para a indústria de aglomerados e contraplacados, agrícola, florestal avícola e pecuária. Refira-se que determinados resíduos de madeira têm designações diferentes, variando de região para região. É o caso da serradura e das costaneiras que são designadas, sobretudo na região Norte, por serrim e falheiros respectivamente. Relativamente aos restantes resíduos gerados, em especial nos subsectores do Mobiliário, da Carpintaria, dos Painéis e da Preservação, existem dificuldades no que se refere ao seu destino final. Estas dificuldades traduzem-se ao nível de um sistema de gestão dos resíduos industriais, o qual, em muitos casos, não responde eficazmente às necessidades da indústria neste campo. Estes resíduos são encaminhados para as lixeiras e/ou para aterros sanitários pelos próprios industriais ou recorrendo a empresas externas licenciadas que fazem o seu transporte e dão-lhes destino final adequado. É de salientar que algumas empresas possuem estações de tratamento de águas residuais. Por vezes, dado que em alguns locais do País não existem aterros sanitários, ou quando existem, não recebem resíduos industriais, a questão da gestão dos resíduos torna-se um dos principais problemas com que os industriais se debatem, tendo em alguns casos de proceder ao seu armazenamento (que nem sempre é feito da forma mais adequada) aguardando o aparecimento de uma solução local. Entre as opções de tratamento e/ou destino final está a exportação dos resíduos em causa, uma vez que a nível nacional não existe resposta adequada, principalmente quando se trata de resíduos de tratamento e preservação da madeira (tintas, vernizes, lacas, colas, produtos de preservação, etc.). Um outro grupo de resíduos a considerar são os resíduos provenientes de embalagem e/ou acondicionamento das matérias primas e/ou produtos (papel, cartão, plásticos, metal e madeira). Em alguns casos, as empresas fazem a sua triagem, sendo Novembro 2000 32 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário posteriormente encaminhados para reciclagem. No entanto, existem empresas que não executam este tipo de procedimento e que agregam os resíduos de diferente natureza, o que dificulta grandemente a sua possibilidade de reciclagem. Há ainda a considerar, dentro dos resíduos industriais, dois tipos de resíduos que são comuns a todos os subsectores em estudo. Tratam-se dos óleos de lubrificação, resultantes das operações de manutenção do equipamento, e da sucata resultante da substituição ou manutenção do equipamento. É comum, as empresas do sector da Madeira e Mobiliário procederem à sua triagem, encaminhando estes resíduos para empresas especializadas. Quando tal não acontece, nomeadamente porque algumas unidades industriais consideram o custo incomportável, estes resíduos são armazenados no local até que as empresas encontrem uma solução que lhes seja economicamente mais favorável. Novembro 2000 33 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 5.2 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS E EFLUENTES LÍQUIDOS GERADOS E SUA CORRELAÇÃO COM AS OPERAÇÕES PRODUTIVAS POR SUBSECTOR DE ACTIVIDADE A identificação dos resíduos e efluentes gerados pelas diferentes operações produtivas em cada subsector e a sua classificação de acordo com o Catálogo Europeu de Resíduos (CER) apresentam-se nos Quadro 8 a Quadro 12. Quadro 7: Relação entre as operações produtivas, os resíduos e os efluentes líquidos gerados no subsector de Serração de Madeira (CAE 20101). OPERAÇÃO EFLUENTES E RESÍDUOS GERADOS CÓDIGO CER Casca 03 01 01 Serradura 03 01 02 Aparas, costaneiras 03 01 03 Serradura 03 01 02 Aparas 03 01 03 Alinhamento/ Serradura 03 01 02 Galgamento Aparas, Fitas (Tiras) 03 01 03 Descasque Serragem Desdobramento Preservação temporária (imersão/aspersão) Secagem natural Secagem Traçagem Desengrosso Aparelhamento Perfilagem NOTA: Resíduos de produto de preservação Lamas do tanque de preservação (madeira, areia e poeiras 03 02 00 (*) 03 01 99 acumuladas) Efluente líquido da lavagem dos tanques de preservação -- Água escorrente da chuva com taninos -- Agente de preservação lixiviado Água escorrente com Taninos 03 02 00 (*) -- Serradura 03 01 02 Retestos 03 01 03 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Segundo o Ofício ref. SRR.206 de 3/8/98 do Instituto dos Resíduos, considera-se que os materiais costaneiras, serrim, serradura, aparas, fitas e resíduos de madeira produzidos na actividade das indústrias de serração poderão ser considerados como subprodutos desde que cumulativamente obedeçam aos seguintes requisitos: - sejam resultantes da serração da madeira ainda não submetida a primeira utilização; - estejam isentos de qualquer contaminante; - sejam sujeitos a um circuito comercial e económico perfeitamente definido; - sejam directa e completamente utilizados como matéria prima no processo. Novembro 2000 34 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 8: Relação entre as operações produtivas, os efluentes e os resíduos gerados no subsector de Impregnação (Preservação) de Madeira - (CAE 20102). OPERAÇÃO CÓDIGO CER EFLUENTES E RESÍDUOS GERADOS Secagem natural Água escorrente das chuvas com taninos Descasque Casca 03 01 03 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Serradura 03 01 02 Retestos 03 01 03 Aparamento Abicagem Traçagem -- Escorrências de produto de impregnação (creosote, Impregnação em autoclave 03 02 00 (*) sais metálicos - CCA ou CCB) Lamas Efluente 07 07 99 líquido da lavagem do tanque de -- armazenamento do produto de impregnação Secagem Armazenamento Escorrências de agente preservante 03 02 00 (*) Agente preservante lixiviado 03 02 00 (*) Postes e varas tratados rejeitados 03 01 99 Transformação Resíduos de madeira tratada 03 01 99 suplementar Pregos, parafusos e rebites inutilizados 20 01 05 CCA – Crómio, Cobre e Arsénio CCB – Crómio, Cobre e Boro (*) Contém associadas algumas classificações subsequentes. Novembro 2000 35 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 9: Relação entre as operações produtivas, os efluentes e os resíduos gerados nos subsectores de Fabricação de Painéis de Fibras e de Partículas de Madeira e Fabricação de Folheados, Contraplacados, Lamelados e de Outros Painéis (CAE 20201, 20202, 20203). OPERAÇÃO EFLUENTES E RESÍDUOS GERADOS CÓDIGO CER FABRICAÇÃO DE PAINÉIS DE FIBRAS E DE PARTÍCULAS DE MADEIRA Descasque Casca 03 01 01 Remoção de metais Metais 20 01 05 Estilhagem Resíduos de madeira 03 01 03 Lavagem da estilha Efluente líquido -- Lamas 03 01 99 Desfibragem -- Armazenagem Resíduos de madeira Secagem -- Moagem Serradura 03 01 02 Crivagem da estilha Finos da estilha 03 01 02 Resíduos de madeira 03 01 03 Formação do colchão Prensagem Arrefecimento/ estabilização -03 01 03 -- Efluente líquido (*) -- -- -- -- -- Calibragem Resíduos de madeira 03 01 03 Lixagem Pó de madeira 03 01 99 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Corte Revestimento Orlagem Resíduos de folhas de revestimento (madeira, melamínica, PVC ou termolaminados) Resíduos de orlas (orlas de madeira, melamínica, PVC ou termolaminados) 03 01 03 03 01 03 (*): No caso da fabricação de painéis de fibras de alta densidade (HDF) por via húmida. Novembro 2000 36 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 9 (Cont.): Relação entre as operações produtivas, os efluentes e os resíduos gerados nos subsectores de Fabricação de Painéis de Fibras e de Partículas de Madeira e Fabricação de Folheados, Contraplacados, Lamelados e de Outros Painéis (CAE 20201, 20202, 20203). OPERAÇÃO CÓDIGO CER EFLUENTES E RESÍDUOS GERADOS FABRICAÇÃO DE FOLHEADOS, CONTRAPLACADOS, LAMELADOS E DE OUTROS PAINÉIS Traçagem Corte Descasque Cozimento Serradura 03 01 02 Retestos 03 01 03 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Casca 03 01 01 Efluente líquido de cozimento substâncias orgânicas com taninos e outras -- Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Desenrolamento Aparas 03 01 03 Secagem -- Junção de folhas Resíduos de cola 08 04 04 Aplicação de cola Resíduos de cola 08 04 04 Composição -- -- Prensagem -- -- Corte plano Acabamento Novembro 2000 -- Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 37 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 10: Relação entre as operações produtivas, os efluentes e os resíduos gerados no subsector da Parqueteria (CAE 20301). OPERAÇÃO EFLUENTES E RESÍDUOS GERADOS CÓDIGO CER Secagem natural Água escorrente da chuva com taninos -- Secagem Água escorrente com taninos -- Serradura 03 01 02 Retestos 03 01 03 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Serradura 03 01 02 Aparas 03 01 03 Selecção Lamelas com defeitos 03 01 03 Montagem Lamelas com defeitos 03 01 03 Resíduos de papel 20 01 01 Resíduos de filme termoplástico 20 01 04 Resíduos de fio metálico 20 01 05 Pó de madeira 03 01 99 Resíduos de lixa 03 01 99 Aplicação de velatura Resíduos de velaturas 08 02 99 Betumagem/Envernizamento (*) -- Secagem UV -- -- Traçagem Desengrosso Aparelhamento Corte Aplicação de suporte na contra-face Lixagem (*): no subsector da Parqueteria o verniz é aplicado automaticamente com rolos. Devido à elevada eficiência de transferência (aprox. 100%) do equipamento utilizado, não foram considerados os resíduos de verniz. Novembro 2000 38 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 11: Relação entre as operações produtivas, os efluentes e os resíduos gerados no subsector de Carpintaria (CAE 20302) e no subsector de Fabricação de Mobiliário de Madeira (CAE 36110, 36120, 36130, 36141). OPERAÇÃO EFLUENTES E RESÍDUOS GERADOS CÓDIGO CER Secagem natural Água escorrente da chuva com taninos -- Secagem Água escorrente com taninos -- Traçagem Desengrosso Aparelhamento Perfilagem Furação Fresagem Revestimento Orlagem Branqueamento Lixagem Betumagem Serradura 03 01 02 Retestos 03 01 03 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Aparas 03 01 03 Serradura 03 01 02 Resíduos de folhas de revestimento (madeira, melamínica, 03 01 03 PVC ou termolaminados) Resíduos de cola 08 04 04 Resíduos de orlas (orlas de madeira, melamínica, PVC ou 03 01 03 termolaminados) Resíduos de cola 08 04 04 Resíduos de agente de branqueamento (ácidos inorgânicos, 06 01 99 sais ou 06 03 02 peróxidos) 06 03 99 Pó de madeira 03 01 99 Resíduos de lixa 03 01 99 Resíduos de tapa poros 08 02 99 Resíduos de tintas e vernizes Resíduos de lacas e velaturas Aplicação de velatura, verniz, tinta e laca Montagem (1) Efluente líquido das cabines de pintura, envernizamento, 08 01 00 (1) 08 02 99 -- lacagem e aplicação de velaturas Lamas das cabines de pintura e envernizamento 08 01 08 Lamas das cabines de lacagem e aplicação de velaturas 08 02 99 Resíduos de cola 08 04 04 Pregos, parafusos e agrafes inutilizados 20 01 05 Peças rejeitadas 03 01 03 Contém associadas algumas classificações subsequentes. Novembro 2000 39 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 12: Resíduos gerados nas operações comuns a todos os subsectores. OPERAÇÃO EFLUENTES E RESÍDUOS GERADOS CÓDIGO CER Papel e cartão 15 01 01 Plásticos, filme termoplástico 15 01 02 Acondicionamento de matérias Madeira 15 01 03 primas, produtos químicos e Fitas metálicas e metais 20 01 06 embalamento Embalagens metálicas 15 01 04 Embalagens compósitas 15 01 05 Cola 08 04 04 Limpeza do equipamento Manutenção do equipamento Aquecimento e geração de vapor Solventes orgânicos de limpeza usados 14 01 00 (1) Serras 20 01 06 Óleos e lubrificantes 13 02 00 Cinzas 10 01 01 (1) Contém associadas algumas classificações subsequentes. (2) Apenas nos subsectores de Parqueteria, Carpintaria e Mobiliário. Novembro 2000 (2) 40 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário A identificação dos resíduos perigosos gerados pelas diferentes operações unitárias, e a sua classificação, de acordo com o Anexo II do Catálogo Europeu de Resíduos (CER), são apresentadas no Quadro 13. Quadro 13: Resíduos perigosos do sector da Madeira e Mobiliário. Subsectores Serração Impregnação Operação Resíduo Preservação Resíduos de produto temporária de preservação Impregnação em autoclave produto de (*) 03 02 00 (*) 14 01 00 (*) preservação Limpeza do Solventes orgânicos de e Mobiliário equipamento limpeza Carpintaria e Mobiliário 03 02 00 Escorrências de Parqueteria, Carpintaria Carpintaria e Mobiliário Código CER Branqueamento da madeira Resíduos de soluções ácidas de 06 01 99 branqueamento Pintura e Resíduos de tintas e envernizamento vernizes Comum a todos os Manutenção do subsectores equipamento (**) Óleos usados 08 01 00 (*) 13 02 00 (*) (*) Contém associadas algumas classificações subsequentes. (**)Os óleos usados gerados no subsector da Serração resultam da manutenção dos veículos de carga e/ou empilhadores porque os óleos provenientes da lubrificação dos equipamentos utilizados no processamento da madeira são consumidos na sua totalidade no funcionamento das máquinas. Novembro 2000 41 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 5.3 COMPOSIÇÃO PERCENTUAL MÉDIA DOS RESÍDUOS DE MADEIRA GERADOS EM CADA SUBSECTOR A estimativa da quantidade de matéria prima processada na Indústria da Madeira e Mobiliário e dos rendimentos médios para cada uma das operações produtivas envolvidas nos diferentes subsectores, permitiram obter uma estimativa da composição percentual média dos resíduos de madeira. Estas estimativas tiveram por base informações fornecidas por empresas dos diferentes subsectores e recolhidas na bibliografia. Nos gráficos das Figura 17 a Figura 22 estão representadas as estimativas das quantidades percentuais, por tipo de resíduos gerados, para cada um dos subsectores. R etestos 7% A paras, Fitas (tiras) 23% C asca 23% Serradura 14% C ostaneiras 33% Figura 17: Composições médias dos resíduos de madeira resultantes das operações produtivas no subsector de Serração de Madeiras. O utros resíduos de m adeira 30% A paras 11% Figura 18: Serradura 4% C asca 55% Composições médias dos resíduos de madeira resultantes das operações produtivas no subsector de Impregnação de Madeira (Preservação). Novembro 2000 42 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário R esíduos de papel im pregnado 5% R esíduos de parafinas 24% R esíduos de m adeira 47% R esíduos de colas 24% Figura 19: Percentagem de resíduos, relativamente à quantidade total de cada uma das matérias primas utilizadas nas operações produtivas no subsector de Fabricação de Painéis de Fibras e de Partículas de Madeira e Fabricação de Folheados, Contraplacados, Lamelados e de Outros Painéis. O utros resíduos de m adeira 10% Serradura 90% Figura 20: Composições médias dos resíduos de madeira resultantes das operações produtivas no subsector de Parqueteria. O utros resíduos de m adeira 23% A paras 35% R esíduos de m adeira não m aciça 23% Serradura 19% Figura 21: Composições médias dos resíduos de madeira resultantes das operações produtivas no subsector de Carpintaria. Novembro 2000 43 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Outros resíduos de m adeira 25% Resíduos de m adeira não m aciça 20% Aparas 39% Serradura 16% Figura 22: Composições médias dos resíduos de madeira resultantes das operações produtivas no subsector de Fabricação de Mobiliário. Novembro 2000 44 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 5.4 ESTIMATIVAS DAS QUANTIDADES ANUAIS DE RESÍDUOS E EFLUENTES LÍQUIDOS GERADOS NO SECTOR As quantidades de resíduos (sem ter em conta a classificação CER) e de efluentes líquidos gerados, em 1998, por cada subsector são apresentadas no Quadro 15. A informação recolhida duranta as visitas às empresas do sector, a consulta dos Mapas de Registo de Resíduos Industriais bem como os dados cedidos pela AIMMP, serviram de base para a determinação dos quantitativos apresentados no Quadro 15. Dada a necessidade de manter uma uniformidade do ano a que se reportam os quantitativos de resíduos e de efluentes líquidos gerados pelos diversos sectores industriais em estudo, foi necessário efectuar uma estimativa, para o ano de 1998, dos valores refrentes a todos os resíduos e efluentes bem como os apresentados pela AIMMP uma vez que vez que estes reportam ao ano de 1999. Para tal admitiu-se o valor de 2% como a taxa anual média de crescimento da Indústria Transformadora e utilizou-se a expressão que se indica a seguir, à semelhança do sucedido para o cálculo das estimativas do consumo de matéria prima: Q0 = Q1 (1) (1 + j)n onde, Q0 é a quantidade de resíduo ou de efluente no momento presente; Q1 é quantidade de resíduo ou de efluente no futuro; j é a taxa anual média de crescimento da Indústria Transformadora (0,02) e n é o número de anos no período em causa. A referida expressão permite converter resultados esperados no futuro para o momento presente e vice-versa e possibilitou a extrapolação das estimativas das quantidades de todos os resíduos e efluentes para o ano de 1998. Novembro 2000 45 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 5.4.1 PARÂMETROS CONSIDERADOS PARA A ESTIMATIVA DAS QUANTIDADES ANUAIS DE RESÍDUOS DE MADEIRA De forma a efectuar a caracterização quantitativa dos resíduos de madeira gerados no sector da Madeira e do Mobiliário considerou-se o consumo de matéria prima nos diferentes subsectores e as respectivas percentagens de rendimento médio de utilização, referenciados no Quadro 6. 5.4.1.1 SUBSECTOR DA SERRAÇÃO Neste subsector, para além dos parâmetros referidos no ponto anterior, considerouse ainda o Ofício ref. SRR.206, de 03/08/98, do Instituto dos Resíduos. Este Ofício considera que os materiais costaneiras, serrim, serradura, aparas, fitas e resíduos de madeira produzidos na actividade das Indústrias de Serração poderão ser considerados como subprodutos desde que cumulativamente obedeçam aos seguintes requisitos: • sejam resultantes da serração da madeira ainda não submetida a primeira utilização; • estejam isentos de qualquer contaminante; • sejam sujeitos a um circuito comercial e económico perfeitamente definido; • sejam directa e completamente utilizados como matéria prima no processo. Assim, para o cálculo da quantidade de resíduos de madeira gerados no subsector da Serração considerou-se que grande parte dos desperdícios de madeira do subsector são na realidade subprodutos, como se pode constatar na figura que se segue: Matéria prima (sem casca) 2 941 176 m3/ano Rendimento = 40% Desperdícios de madeira (incorporação no processo) 1 176 470 m3 1 764 706 m3 Painéis de fibras e partículas 1 137 255 m3 Não consumidos como matéria prima Pasta de papel 464 706 m3 162 745 m3 Aviários, cerâmica, etc 154 608 m3 Resíduos de madeira 8 137 m3 (sem casca) Figura 23: Estimativa das quantidades de subprodutos e de resíduos de madeira (sem casca) gerados no subsector da Serração (ano 1998). Novembro 2000 46 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Para além dos resíduos de madeira referidos, há ainda a considerar a casca. Estima-se que a produção total de casca nas indústrias de Serração, no ano de 1998, foi cerca de 362 745 m3. Deste modo, para obter o quantitativo total de resíduos de madeira no subsector da Serração, ao valor apresentado na Figura anterior para os resíduos de madeira (8 137 m3) deve-se adicionar o valor relativo à casca. 5.4.1.2 SUBSECTOR DOS PAINÉIS DE MADEIRA Para o cálculo da quantidade de resíduos de madeira gerados no subsector dos Painéis de Partículas e de Fibras considerou-se o consumo de matéria prima, o rendimento de utilização da mesma e, ainda, os dados fornecidos pela AIMMP, como se pode observar na Figura 24. 1 137 255 m3 Proveniente das Serrações 196 078 m3 627 451 m3 Reciclados Madeira nova Matéria prima (sem casca) 1 960 784 m3 Incorporação no processo Resíduos de madeira Rendimento = 92% (8%) 1 803 921 m3 156 863 m3 (sem casca) Figura 24: Estimativa das quantidades de resíduos de madeira (sem casca) gerados no subsector dos Painéis de Partículas e de Fibras (ano 1998). Para além dos resíduos de madeira referidos, há ainda a considerar a casca. Partindo do princípio que a operação de descasque no subsector dos Painéis de Partículas e de Fibras é semelhante à mesma operação do subsector da Serração, estima-se que a produção total de casca, em 1998, foi de cerca de 78 431 m3. Assim, para obter o quantitativo total de resíduos de madeira no subsector dos Painéis de Partículas e de Fibras, ao valor apresentado na Figura 24 para os resíduos de madeira (156 863 m3) deve ser adicionado o valor relativo à casca. Novembro 2000 47 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 5.4.2 ESTIMATIVAS DAS QUANTIDADES ANUAIS DE RESÍDUOS DE MADEIRA NO SECTOR DA MADEIRA E DO MOBILIÁRIO Tendo em conta o que foi referido anteriormente, apresenta-se no Quadro 14 os quantitativos de resíduos de madeira gerados, em 1998, por cada subsector. Quadro 14: Distribuição dos resíduos de madeira por subsector (ano 1998). Subsector Serração Impregnação Quantidade anual Distribuição percentual 3 (m ) 370 882 1 754 dos resíduos (%) 29,7 0,1 Painéis e Folheados 235 294 18,8 Parqueteria 147 334 11,8 Carpintaria 300 759 24,0 Mobiliário 194 551 15,6 1 250 574 100 TOTAL Da análise do Quadro 14 verifica-se que o subsector da Serração contribui com 29,7% do volume total de resíduos de madeira seguindo-se os subsectores da Carpintaria e Painéis e Folheados com 24,0 e 18,8% respectivamente. 5.4.3 ESTIMATIVAS DAS QUANTIDADES ANUAIS DE EFLUENTES E DE OUTROS RESÍDUOS Para os restantes resíduos, a caracterização quantitativa foi efectuada tendo por base uma amostra constituída pelo conjunto de empresas que assinaram o Contrato de Adaptação Ambiental e pelas empresas visitadas. Assim, e com base nesse conjunto de empresas, efectuou-se a extrapolação da quantidade de resíduos e de efluentes produzidos para o total das empresas do sector, tendo em conta a dimensão das empresas da amostra, segundo o critério de número de pessoas ao serviço, e a sua distribuição por escalões de número de pessoas ao serviço (vide Quadro 4). Para efectuar tal estimativa partiu-se do pressuposto que em processos de fabrico Novembro 2000 48 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário semelhantes a uniformidade na produção de resíduos em termos qualitativos é uma realidade. Atendendo ao consumo de matéria prima nos diferentes subsectores em estudo e aos respectivos rendimentos de utilização da mesma (Quadro 6) verifica-se que, em 1998, geraram-se 600 274 ton de resíduos de madeira no sector da Indústria da Madeira e do Mobliário. Novembro 2000 49 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 15: Estimativas das quantidades de resíduos e de efluentes gerados nos subsectores da Indústria da Madeira e do Mobiliário (ano de 1998). SUBSECTORES Serração Impregnação Painéis e Folheados Parqueteria Carpintaria Mobiliário TOTAL RESÍDUOS BANAIS 1 Madeira ( ) (ton/ano) 178 023 842 112 941 70 720 Lamas da cabine de acabamento (ton/ano) --- --- --- --- SUBTOTAL (ton/ano) --- --- --- --- 144 364 93 384 600 274 951 7 314 8 265 --- --- 608 539 RESÍDUOS PERIGOSOS Solventes orgânicos de limpeza do material de acabamento (ton/ano) --- Resíduos de produtos de preservação (ton/ano) (*) Óleos usados (ton/ano) --- --- 16 240 2 --- 2 --- 174 6 792 --- 10 14 222 --- 145 21 016 16 450 1 021 SUBTOTAL (ton/ano) --- --- --- --- --- --- 22 053 TOTAL DE RESÍDUOS (ton/ano) --- --- --- --- --- --- 630 592 EFLUENTES Efluente líquido da cabine de acabamento (m3/ano) --- --- --- --- 135 850 406 340 542 190 Efluente líquido de lavagem com colas (m3/ano) --- --- (*) (*) 54 340 81 268 135 608 --- --- Efluente líquido da lavagem dos tanques e autoclaves 3 (m /ano) 4 207 160 --- --- 4 367 (*): impossível de quantificar por total inacessibilidade de dados, por todas as vias possíveis. 1 Nota ( ): os pesos dos resíduos de madeira estão convertidos em equivalentes de madeira seca ao ar (18% de humidade). Novembro 2000 50 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário A estimativa das quantidades mássicas de resíduos de madeira teve em conta os seguintes factores de conversão: 3 • 1 m madeira verde corresponde aproximadamente a 0,8 ton de madeira verde; • 1 ton de madeira verde corresponde aproximadamente a 0,6 ton de madeira seca ao ar (18% de humidade); • Os volumes correspondem a volumes sólidos ou seja, matéria prima real. Os óleos usados gerados no subsector da Serração resultam da manutenção dos veículos de carga e/ou empilhadores porque os óleos provenientes da lubrificação dos equipamentos utilizados no processamento da madeira são consumidos na sua totalidade no funcionamento das máquinas. Novembro 2000 51 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 6. POTENCIAL DE PREVENÇÃO NO SECTOR A melhor forma de reduzir a poluição é preveni-la na fonte. A implementação em algumas empresas de Programas de Prevenção da Poluição conduziram a uma melhoria da eficiência do processo de fabrico e, consequentemente, a benefícios económicos. Em simultâneo, foi possível reduzir o impacte ambiental decorrente da sua actividade produtiva. Os referidos Programas contemplam a optimização do consumo de matérias primas, a sua substituição, modificações ao nível dos processos ou equipamentos, adopção de medidas que conduzem à minimização de desperdícios, reutilização e recuperação de solventes e de outros produtos, e acções de formação. Quanto menor for a quantidade de resíduos gerados ao longo do processo produtivo, menores serão os custos associados ao seu armazenamento, manuseamento, transporte, tratamento e/ou deposição. Existem operações unitárias comuns a vários subsectores (como por exemplo a operação de envernizamento na Carpintaria e no Mobiliário). Deste modo, as medidas e tecnologias de prevenção associadas a estas operações unitárias são, obviamente, comuns aos respectivos subsectores. No sector da Madeira e Mobiliário, actualmente, a prevenção de resíduos sólidos tem uma expressão inferior à reciclagem/reutilização e à valorização energética. Os resíduos de madeira têm, na maior parte dos casos, um destino final bem determinado. A queima, a valorização em explorações avícolas e em unidades industriais de outros subsectores, como por exemplo da fabricação de painéis, são práticas bastante comuns no nosso país. No entanto, estes resíduos são também passíveis de aplicação de opções de prevenção, existindo tecnologias que conduzem a uma redução considerável da quantidade de aparas, serradura e outros resíduos de madeira. Por outro lado, o mesmo não acontece com os resíduos líquidos ou pastosos (lamas das cabines de acabamento, solventes orgânicos de limpeza etc.), em que a prevenção tem um potencial de aplicação superior à reciclagem e reutilização. A gestão e o destino final deste tipo de resíduos constitui um problema considerável, pelo que a sua minimização nas operações em que são gerados e a substituição de Novembro 2000 52 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário determinados produtos auxiliares por outros de menor toxicidade reveste-se da maior importância. Nos pontos seguintes será feita uma análise global do potencial de prevenção, por grandes grupos de operações. 6.1 PREVENÇÃO NA PREPARAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA (PREPARO) Os resíduos resultantes destas operações são, essencialmente, resíduos de madeira: serradura ou serrim, pó e aparas de madeira (designação que inclui as fitas de plaina, os retestos, as sobras e as aparas propriamente ditas). Estes resíduos, de uma forma genérica, são utilizados para valorização energética (com possibilidade de aproveitamento das cinzas para aplicação nos solos ou incorporação em adubos), para aproveitamento na produção de aglomerados e em explorações avícolas. A utilização de uma prensa de briquetes permitirá transformar parte destes resíduos num produto vendável com um valor acrescentado superior ao que teriam na forma inicial,uma vez que são valorizados energeticamente, constituindo uma medida de redução do volume e quantidade dos resíduos gerados. Com a aplicação desta tecnologia diminui-se a quantidade de resíduos para os quais seria necessário dar destini final adequado. Relativamente às aparas de madeira, quando ainda possuem determinadas dimensões, é possível efectuar a sua reutilização no fabrico de painéis através da tecnologia de Finger Jointing. É também possível reduzir a quantidade de rejeitados da operação de secagem (por empenamento), com a implementação da secagem com controlo computorizado. A opção pela tecnologia de corte optimizado com sensores laser permite reduzir a quantidade de resíduos de serradura e tiras, gerados na operação de serragem. O subsector de fabrico de painéis de aglomerados e folheados apresenta algumas operações específicas das quais resultam também essencialmente resíduos de madeira que, quando não podem ser reincorporados no processo, têm os destinos já anteriormente referidos. É possível efectuar um maior aproveitamento dos finos de estilha rejeitados nos crivos das linhas de MDF (Medium Density Fiberboard) e HDF (High Density Fiberboard), para sua reintrodução na produção de aglomerados, Novembro 2000 53 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário utilizando um separador de sílica e uma malha mais estreita no peneiro de rejeição desses finos. A opção pelo desenrolamento com centralização optimizada dos toros permite reduzir em cerca de 10-15% os resíduos de madeira, através do aproveitamento mais eficiente da madeira proveniente de cada toro. É também possível optar por colas de lenhina, utilizadas no fabrico de painéis de aglomerados, alternativamente às resinas de formaldeído, obtendo-se uma redução de cerca de 20-30% nos resíduos destas resinas. As águas de cozimento da madeira constituem um efluente líquido com elevada carga poluente (taninos e outras substâncias orgânicas), sendo possível efectuar a sua reutilização. 6.2 PREVENÇÃO NO TRATAMENTO (IMPREGNAÇÃO) Como medida de prevenção será recomendável confinar e reduzir ao máximo as escorrências por lixiviação do produto de tratamento para o solo, optando-se pela secagem e armazenamento em área coberta da madeira tratada. A redução da quantidade de lamas depositadas no tanque de preservação (preservação preventiva) ou no autoclave, pode ser conseguida pela simples cobertura da madeira a tratar durante o período de armazenamento, minimizando a sua contaminação com a sujidade existente na zona. 6.3 PREVENÇÃO NAS OPERAÇÕES DE MAQUINAGEM A utilização de uma prensa de briquetes permitirá transformar parte dos resíduos de madeira num produto vendável, com um valor acrescentado superior ao que teriam na forma inicial, constituindo uma medida de redução do volume e da quantidade dos resíduos gerados. Relativamente aos resíduos de madeira, há ainda a salientar que, quando possuem determinadas dimensões, é possível efectuar a sua reutilização no fabrico de painéis com utilização da tecnologia de Finger Jointing. Os painéis obtidos por este processo são utilizados directamente no fabrico de mobiliário de madeira. Novembro 2000 54 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário A opção pelas tecnologias de corte optimizado com sensores laser e de corte fino com lâminas extremamente finas, permite reduzir a quantidade de resíduos de serradura e tiras gerados nas operações de corte e serragem. 6.4 PREVENÇÃO NAS OPERAÇÕES DE ACABAMENTOS A prevenção dos resíduos e efluentes gerados nas operações efectuadas nesta fase pode, de alguma forma, ser atingida através da opção por outras formas de aplicação dos produtos de acabamento (nomeadamente, velaturas, vernizes tintas e lacas) em que se verifique um maior rendimento de utilização destes produtos, com a consequente redução da quantidade de resíduos que são gerados. As tradicionais pistolas de pulverização com ar comprimido, têm um orifício central por onde é alimentado o fluido de revestimento e orifícios laterais de entrada de ar comprimido para atomização da substância utilizada como revestimento. Este tipo de pistolas, na melhor das hipóteses, têm como excedente cerca de 50 a 55% do fluido aplicado, continuando a ser largamente utilizadas a nível industrial nas diversas operações de acabamentos. No entanto, a preocupação com a redução de custos, ligada à melhoria da eficiência de aplicação do produto, levou muitas empresas a optarem pela utilização de pistolas de pulverização mais eficientes. Os tipos de pistolas a seguir indicadas, relativamente aos sistemas convencionais, apresentam uma significativa redução de resíduos: • As pistolas de alto volume e de baixa pressão HVLP (High Volume Low Pressure) permitem reduções de cerca de 28% dos resíduos de velaturas, vernizes, tintas e lacas; • os sistemas de pulverização electroestáticos, para aplicação de revestimentos líquidos, possibilitam uma redução de 35% do mesmo tipo de resíduos acima mencionados; • as pistolas de alta pressão Airless e pistolas Air–assisted airless proporcionam 10-15% de redução dos resíduos de fluido de revestimento. A aplicação automatizada de vernizes e lacas com rolos em peças planas permite, relativamente Novembro 2000 aos sistemas convencionais 55 de pulverização, reduções de PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário aproximadamente 100% dos resíduos de vernizes e lacas devido à elevada eficiência de transferência e à possibilidade de reutilização do excedente de revestimento. A tecnologia Flowcoat, aplicável ao subsector da Carpintaria, para aplicação de vernizes e velaturas de base aquosa, permite cerca de 90% de aproveitamento da matéria prima. A formação dos operadores de pistolas de pulverização nas técnicas adequadas de aplicação dos revestimentos é fundamental para o sucesso da implementação das tecnologias referidas, contribuindo com cerca de 8-10% para a redução dos resíduos gerados. A possibilidade de opção por tintas e lacas de origem vegetal e mineral constitui uma medida preventiva, em termos da perigosidade dos resíduos decorrentes da matéria prima utilizada. O sistema de pulverização UNICARB permite a substituição dos diluentes por dióxido de carbono (CO2) que naturalmente está presente na atmosfera e apresenta uma toxicidade bastante inferior. A destilação para recuperação dos solventes orgânicos de limpeza usados não envolve custos significativos, podendo recuperar-se 75 a 99% do solvente orgânico de limpeza. A substituição dos filtros de papel/cartão por filtros metálicos, nos sistemas de filtragem das águas das cabines de acabamento, permite aumentar o tempo de vida do suporte de filtrante, já que os filtros metálicos podem ser limpos e reutilizados. 6.5 PREVENÇÃO NAS OPERAÇÕES DE MONTAGEM Para os resíduos resultantes das operações efectuadas nesta fase não foram encontradas medidas ou tecnologias de prevenção. Novembro 2000 56 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7. MEDIDAS E TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO DE RESÍDUOS 7.1 IDENTIFICAÇÃO DAS MEDIDAS E DAS TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO POR SUBSECTOR Nos Quadro 16 a Quadro 21 apresentam-se, resumidamente, as medidas e tecnologias de prevenção aplicáveis a cada um dos subsectores em particular, fazendo-se também a identificação das correspondentes estimativas de redução de resíduos e da situação actual em termos da sua implementação no país e no estrangeiro. As estimativas de redução de resíduos resultantes da utilização das pistolas HVLP, Airless, Air-assisted airless e electroestáticas são apresentadas comparativamente aos sistemas tradicionais com ar comprimido. Quadro 16: Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector de Serração de Madeira. Medidas/Tecnologias de Operações em que se Prevenção aplicam Implementação Portugal Estrangeiro Sim Sim Serragem Sim Sim Preservação temporária n.d. n.d. Secagem natural n.d. Sim Secagem em secador Sim Sim Serragem Sim Sim Serragem Desdobramento Alinhamento/ Prensa de briquetes Galgamento Traçagem Desengrosso Aparelhamento Perfilagem Sistemas de corte optimizado com sensores laser Cobertura da madeira a preservar Secagem da madeira tratada em área coberta Secadores com controlo computorizado Finger Jointing n.d. : não disponível. Novembro 2000 57 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 17: Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector de Impregnação (Preservação) de Madeira. Medidas/Tecnologias de Operações em que se Prevenção aplicam Implementação Portugal Estrangeiro Sim Sim n.d. Sim n.d. Sim Aparamento dos postes Prensa de briquetes Abicagem Traçagem Cobertura da madeira a Impregnação em preservar autoclave Secagem e armazenamento da madeira preservada em Armazenamento área coberta n.d.: não disponível. Quadro 18: Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis aos subsectores de Fabricação de Painéis de Fibras e de Partículas de Madeira e Fabricação de Folheados, Contraplacados, Lamelados e de Outros Painéis. Medidas/Tecnologias de Operações em que se Prevenção aplicam Desenrolamento com centralização optimizada dos toros Implementação Portugal Estrangeiro Sim Sim Crivagem da estilha Sim Sim Colagem Não Não Limpeza do equipamento Sim Sim Cozimento Sim Sim Desenrolamento dos toros Redução da malha do peneiro de rejeição de finos da estilha Colas de lenhina Unidade de destilação para recuperação dos solventes de limpeza Reutilização das águas de cozimento n.d. : não disponível. Novembro 2000 58 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 19: Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector da Parqueteria. Implementação Medidas/Tecnologias de Operações em que se Prevenção aplicam Secadores com controlo computorizado Portugal Estrangeiro Sim Sim Sim Sim Aplicação de velaturas Sim Sim Aplicação de velaturas Sim Sim Aplicação de velaturas Sim Sim Aplicação de velaturas Sim Sim Envernizamento Sim Sim Limpeza do equipamento Sim Sim Corte Sim Sim Secagem em secador Traçagem Desengrosso Prensa de briquetes Aparelhamento Corte de lamelas Lixagem Formação dos operadores de pistolas de pulverização Pistolas de pulverização HVLP Pistolas de pulverização de alta pressão (Airless) Pistolas de pulverização Air-assisted airless Aplicação automatizada de verniz com rolos Unidade de destilação para recuperação dos solventes de limpeza Corte fino n.d. : não disponível. Novembro 2000 59 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 20: Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector de Carpintaria. Medidas/Tecnologias de Operações em que se Prevenção aplicam Secadores com controlo computorizado Secagem em secador Implementação Portugal Estrangeiro Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim n.d. Sim Sim Sim Não Sim Traçagem Desengrosso Aparelhamento Prensa de briquetes Perfilagem Furação Fresagem Colagem de orlas Lixagem Pistolas de pulverização HVLP Pistolas de pulverização de alta pressão (Airless) Pistolas de pulverização Air-assisted airless Sistemas de pulverização electroestáticos Formação dos operadores de pistolas de pulverização Aplicação de velaturas Envernizamento Pintura Lacagem Envernizamento, pintura, lacagem e aplicação de velaturas Envernizamento, pintura, lacagem e aplicação de velaturas Aplicação de velaturas Envernizamento Pintura Lacagem Aplicação de velaturas Envernizamento Pintura Lacagem Sistema de pulverização Envernizamento Pintura UNICARB Lacagem n.d. : não disponível Novembro 2000 60 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 20 (Cont.): Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector de Carpintaria. Medidas/Tecnologias de Operações em que se Prevenção aplicam Filtros metálicos Envernizamento Pintura Lacagem Aplicação automatizada de Envernizamento Pintura vernizes e lacas com rolos Lacagem Tintas e lacas de origem Pintura vegetal e mineral Lacagem Implementação Portugal Estrangeiro n.d. Sim Sim Sim n.d. Sim Sim Sim Não Sim (*) Unidade de destilação para recuperação dos solventes Limpeza do equipamento de limpeza Flowcoat Envernizamento Aplicação de velaturas n.d. : não disponível (*): a tecnologia Flowcoat é utilizada actualmente no estrangeiro na aplicação de camadas intermédias de revestimentos. Novembro 2000 61 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 21: Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector de Fabricação de Mobiliário (de madeira). Medidas/ Operações em que se Tecnologiasde Prevenção aplicam Secadores com controlo computorizado Secagem natural Implementação Portugal Estrangeiro Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim n.d. Sim Não Sim Sim Sim n.d. Sim Traçagem Desengrosso Prensa de briquetes Aparelhamento Perfilagem Fresagem Lixagem Pistolas de pulverização HVLP Pistolas de pulverização de alta pressão (Airless) Pistolas de pulverização Air-assisted airless Sistemas de pulverização electroestáticos Envernizamento Pintura Lacagem Aplicação de velaturas Envernizamento, pintura, lacagem e aplicação de velaturas Envernizamento, pintura, lacagem e aplicação de velaturas Envernizamento, pintura, lacagem e aplicação de velaturas Sistema de pulverização Envernizamento Pintura UNICARB Lacagem Envernizamento Formação dos operadores Aplicação de velaturas de pistolas de pulverização Pintura Lacagem Filtros metálicos Envernizamento Pintura Lacagem n.d.: não disponível. Novembro 2000 62 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 21 (Cont.): Medidas/tecnologias de prevenção, e sua implementação no País e no estrangeiro, aplicáveis ao subsector de Fabricação de Mobiliário (de madeira). Medidas/ Operações em que se Tecnologias de Prevenção aplicam Implementação Portugal Estrangeiro Sim Sim n.d. Sim Limpeza do equipamento Sim Sim Corte Sim Sim Aplicação automatizada de Envernizamento vernizes e lacas com rolos Lacagem Tintas e lacas de origem Pintura vegetal e mineral Lacagem Unidade de destilação para recuperação dos solventes de limpeza Corte fino n.d. : não disponível. Novembro 2000 63 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2 CARACTERIZAÇÃO DAS MEDIDAS E TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO DE RESÍDUOS Neste ponto far-se-á a descrição das medidas e das tecnologias de prevenção encontradas, bem como a avaliação da sua viabilidade técnica e a apresentação de alguns indicadores económicos. As pistolas de pulverização de alta pressão (Airless), de baixa pressão (HVLP), Air-assisted airless e electroestáticas serão comparadas com as pistolas convencionais de ar comprimido. Estas, possuem um orifício central por onde é alimentado o fluido de revestimento e orifícios laterias de entrada de ar comprimido. A nível industrial, estas pistolas continuam a ser largamente utilizadas, conferindo um acabamento de excelente qualidade, estando-lhes associada uma eficiência muito baixa e um grande desperdício de matéria prima (na melhor das hipóteses o rendimento de aplicação do fluido de revestimento é de 45-50%). Após vários contactos com fabricantes e fornecedores de equipamentos e consulta de várias fontes bibliográficas, não foi possível obter alguns indicadores económicos relativos a determinadas tecnologias, bem como a percentagem ou o quantitativo de prevenção em relação a determinados resíduos, pelo que surge a indicação “n.d.”. É de salientar também que, em algumas situações, o período de retorno do investimento não está relacionado com as condições de operacionalidade (capacidade instalada, etc.) por não ter sido disponibilizada informação nesse sentido. Se o subcapítulo 7.2 for confrontado com o capítulo 8 verifica-se que, em certos casos, para a mesma tecnologia ou medida de prevenção, são apresentados diferentes valores para a percentagem de redução dos resíduos que previne e para alguns indicadores económicos. Esta aparente falta de consistência é justificada pelo facto, de no subcapítulo 7.2 serem apresentados valores fornecidos pelos fabricantes /fornecedores de equipamentos, ao passo que o capítulo 8 contém valores relativos à aplicação dessas tecnologias em cenários reais. A forma como os equipamentos são utilizados e sobretudo as condições e o cenário de operacionalidade ocasionam a diferença entre os valores dos referidos capítulos. Novembro 2000 64 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.1 SECADORES COM CONTROLO COMPUTORIZADO T1 – SECADORES COM CONTROLO 1 de 1 COMPUTORIZADO DESCRIÇÃO Secagem da madeira em compartimentos com controlo computorizado. Esta tecnologia permite que as medições analógicas da temperatura e da humidade sejam convertidas em sinais digitais nos pontos de medição localizados nas paredes do secador. Estes sinais são posteriormente transmitidos à unidade central de controlo que permite a sua visualização no monitor do computador. Este fornece uma representação gráfica de todas as operações. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Controlo rigoroso da temperatura e da humidade; • Redução dos desperdícios de madeira empenada resultantes da deficiente secagem; • Diminuição do consumo de energia; • Diminuição do tempo de secagem. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Percentagem de redução de madeira empenada: n.d.; • Redução do consumo de energia: n.d. VIABILIDADE TÉCNICA É necessário instalar uma plataforma de betão onde o secador ficará assente, e assegurar a alimentação de água e energia eléctrica. Dada a sua flexibilidade, a desmontagem e reinstalação noutro local é tão simples quanto a primeira instalação. O software do sistema de controlo é de fácil utilização e cada computador pode servir mais de 30 secadores. INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: n.d.; • Período médio de retorno do investimento: n.d. n.d.: não disponível. Novembro 2000 65 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.2 PRENSA DE BRIQUETES T2 – PRENSA DE BRIQUETES 1 de 3 DESCRIÇÃO Prensagem a quente dos desperdícios de madeira no cone de compressão de uma prensa. Formam-se cilindros de madeira compactada (briquetes) que são utilizados como combustível de alto poder calorífico. A prensa de briquetes é basicamente uma prensa mecânica. No interior do cone de compressão forma-se, com aproximadamente 200 golpes/min, briquetes de secção circular que são cortados automaticamente segundo uma medida predeterminada. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aproveitamento dos desperdícios de madeira como combustível de alto poder calorífico para utilização doméstica e industrial, permitindo a redução do espaço ocupado por esse tipo de materiais. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Percentagem de redução do volume e da quantidade de resíduos de madeira (serradura, aparas, retestos e outros): n.d. VIABILIDADE TÉCNICA A humidade inicial e a granulometria determinam a complexidade da prensa de briquetes. Os níveis óptimos de humidade devem estar compreendidos entre 8% e 12%, havendo uma tolerância até aos 15% como valor máximo. Se a humidade for inferior a 8% ocorre uma perda de homogeneidade dos briquetes de madeira, dividindo-se facilmente em discos. O tempo de vida útil do cone de compressão e do pistão é também encurtado já que, ao diminuir o deslizamento do material por falta de humidade, aumenta a sua abrasão de uma forma inversamente proporcional. Por outro lado, se a humidade for superior a 15% obtemos um produto final pouco compacto, de limitada resistência mecânica, baixo poder calorífico, baixo peso específico e com um período de armazenamento mais reduzido. n.d.: não disponível. Novembro 2000 66 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 2 de 3 T2 – PRENSA DE BRIQUETES VIABILIDADE TÉCNICA A granulometria do material à entrada da prensa deverá ser de 0,5 a 8 mm. Se ocorrer a entrada de resíduos de madeira ou outros materiais de grandes dimensões e forem aceites pelo semfim da máquina, serão prensados sem qualquer problema. Se se verificar a obstrução da hélice do sem fim, um dispositivo de segurança interrompe o funcionamento da máquina permitindo a remoção do material do seu interior. Apesar disso, a experiência tem demonstrado que é possível utilizar resíduos de madeira de dimensões inferiores às recomendadas, embora nestes casos se aconselhe que estes sejam misturados com outros materiais de maiores dimensões, garantindo assim a obtenção de um produto de boa qualidade. A prensagem apresenta a vantagem de permitir a fabricação de briquetes sem a adição de aglutinantes, devido à elevada compressão a que é submetido o material (aprox. 1 844 bar) e à temperatura de aproximadamente 300ºC, os quais garantem a coesão do produto final. Por se tratar de uma prensa mecânica a sua manutenção é escassa. É difícil estimar a vida útil dos seus componentes, mas segundo a informação enviada por um dos fabricantes, é possível atingir as 1 500 horas de trabalho com a utilização de matéria prima com características normais de granulometria, humidade e abrasividade. Novembro 2000 67 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 3 de 3 T2 - PRENSA DE BRIQUETES INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: n.d.; • Período médio de retorno do investimento: n.d.; • Apesar dos briquetes poderem apresentar um preço final superior à lenha e ao carvão, o seu elevado poder calorífico torna-os mais vantajosos do ponto de vista económico. Fonte: fabricante de prensa de briquetes. n.d.: não disponível. Figura 25: Instalação para briquetagem de pequena/média capacidade para materiais de reduzida granulometria e humidade até 18%. Fonte: catálogo de um fabricante. Legenda: 1 – Silo de armazenamento 3 – Alimentador de parafuso 5 – Central de arrefecimento 2 – Extractor radial 4 – Prensa de briquetes 6 – Canal de arrefecimento Novembro 2000 68 7 – Corta briquetes PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.3 FINGER JOINTING 1 de 2 T3 – FINGER JOINTING DESCRIÇÃO A madeira normalmente utilizada na Europa apresenta nós. Em Portugal, e por exigências de mercado, os nós têm de ser eliminados. A madeira aproveitável que se encontra entre dois nós é, em muitas situações, de pequenas dimensões, o que impossibilita a sua utilização directa no fabrico de mobiliário. Aos resíduos de madeira com comprimento compreendido entre 15 e 120 cm e espessura adequada, é conferida uma forma dentada às extremidades, sendo depois anexados e colados uns aos outros formando painéis que podem ser utilizados directamente na fabricação de mobiliário. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aproveitamento dos resíduos de madeira com tamanho compreendido entre 15 e 120 cm e espessura adequada; • Diminuição do volume total de resíduos de madeira. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Percentagem de aproveitamento dos resíduos de madeira: 3% do volume total. VIABILIDADE TÉCNICA Um dos métodos de Finger Jointing é o denominado processo Greenweld cuja investigação e desenvolvimento tiveram origem no ano de 1987 na Nova Zelândia. É um processo extremamente flexível, com capacidade para colar peças secas ou com variações de humidade entre 9% e 180%. Devido à sua grande flexibilidade, proporcionada pelo tipo de cola utilizada, o volume de desperdícios das serrações que pode ser aproveitado é extremamente alto. Entre outras vantagens que este processo apresenta, há a salientar o reduzido tempo de prensagem, o facto de não ser necessário alterar os sistemas convencionais de Finger-Jointing (para utilização de um tipo de cola diferente), bem como a eliminação da necessidade de aquecimento para secagem da cola, uma vez que está demonstrado que a cola pode secar a temperaturas baixas (0ºC). Novembro 2000 69 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 2 de 2 T3 – FINGER JOINTING VIABILIDADE TÉCNICA A experiência demonstrou também que as peças de madeira resultantes do referido processo podem ser preservadas com sais metálicos do tipo CCA (crómio, cobre e arsénio) sem efeitos adversos para a colagem. Genericamente, pode afirmar-se que a cola é seguramente um dos factores mais importantes neste método. INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: cerca de 17 000 contos (inclui um alimentador com a potência de ¼ HP, uma bomba hidráulica de 2HP, uma serra de corte transversal de 3HP e uma plaina de 15HP); • Período de retorno do investimento: n.d.; • Face ao valor económico que a madeira possui nesta fase de processamento, o acréscimo do valor total de madeira recuperada será superior a 30%. Fonte: fabricante de equipamento de Finger Jointing. OBSERVAÇÕES • Ver estudo de caso 12 n.d.: não disponível. Figura 26: Máquina de formação de painéis de madeira com a tecnologia de Finger Jointing. Fonte: catálogo de um fabricante. Novembro 2000 70 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.4 PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO DE ALTO VOLUME E DE BAIXA PRESSÃO (HVLP – HIGH VOLUME LOW PRESSURE) T4 – PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO DE ALTO 1 de 3 VOLUME E DE BAIXA PRESSÃO (HVLP) DESCRIÇÃO É uma variante do sistema convencional de pulverização. A principal diferença reside no facto do sistema HVLP utilizar um elevado caudal de ar (aproximadamente 1 000 l/min) a baixa pressão para atomizar o produto utilizado como revestimento. A utilização de pressões de atomização mais baixas (1,5 bar na Europa), relativamente aos sistemas convencionais de pulverização com ar comprimido (~4 bar), resulta na diminuição de resíduos (por redução do efeito de overspray) e facilita as operações de limpeza. Quanto menor for a pressão de aplicação menor será o espalhamento (overspray)e o refluxo. As pistolas HVLP podem ser manuais ou automáticas e utilizam um compressor ou uma turbina para debitar o caudal de ar. Nos sistemas de turbina, uma série de ventiladores forçam o ar através da turbina ocorrendo o aquecimento do ar por fricção. O calor gerado promove o aquecimento do fluido de revestimento e diminui a sua viscosidade, facilitando deste modo a sua atomização. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aumentar a eficiência de aplicação da matéria prima; • Diminuição da quantidade de resíduos; • Diminuição do consumo de solventes orgânicos de limpeza. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Diminuição de resíduos de velaturas, tintas, lacas e vernizes (em relação aos sistemas convencionais): 28%. Novembro 2000 71 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T4 – PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO DE ALTO 2 de 3 VOLUME E DE BAIXA PRESSÃO (HVLP) VIABILIDADE TÉCNICA Neste tipo de sistemas de pulverização a viscosidade da tinta é uma condicionante, pelo que deverá existir um compromisso entre a pressão de aplicação, a viscosidade da tinta e a técnica de aplicação. Por utilizar baixas pressões de ar, este sistema, analisado por si só, não é adequado às situações em que se requer elevados ritmos de produção. Contudo, a tecnologia HVLP poderá ser considerada nas situações em que o acabamento é mais importante que a rapidez. Como em qualquer pulverização industrial, o estudo cuidadoso da técnica de pulverização, segundo a configuração das peças, pode significar importante redução de mão de obra, economia de produto de revestimento e melhoria da qualidade do produto final. Dada a baixa pressão do ar (0,1-0,3 bar), os sistemas de turbina provocam uma deficiente aplicação do produto e, por outro lado, não são eficientes. VANTAGENS EM RELAÇÃO AOS SISTEMAS CONVENCIONAIS ! Maior eficiência de transferência; ! Redução dos resíduos; ! Diminuição dos custos associados à limpeza do equipamento; ! Geralmente os operadores habituados às pistolas convencionais adaptamse facilmente às pistolas HVLP; ! Permite melhorar a limpeza do local de trabalho, por redução do efeito de overspray. DESVANTAGENS EM RELAÇÃO AOS SISTEMAS CONVENCIONAIS " Qualidade do acabamento é inferior; " Não são adequadas às situações em que se requerem elevados ritmos de produção; " Não pulverizam fluidos muito viscosos à temperatura ambiente. Para estes casos, é necessário aquecer o fluido para diminuir a sua consistência e, para tal, existem modelos específicos que oferecem esta possibilidade. Novembro 2000 72 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T4 – PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO DE ALTO 3 de 3 VOLUME E DE BAIXA PRESSÃO (HVLP) INDICADORES ECONÓMICOS • Custo aproximado de uma pistola de baixa pressão: 100 contos; • Custo aproximado de um sistema com turbina: 200 - 250 contos; • Período de retorno do investimento: n.d.; Fonte: fabricante de sistemas de acabamento; Fonte bibliográfica: PPRC (Pacific Northwest Pollution Prevention Resource Center) – Wood Furniture Manufacturing Compliance and Pollution Prevention Workbook – EUA, 1998. OBSERVAÇÕES • Ver estudos de caso 1, 2 e 3. n.d.: não disponível. Novembro 2000 73 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.5 PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO DE ALTA PRESSÃO, SEM AR (AIRLESS) T5 – PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO 1 de 3 DE ALTA PRESSÃO, SEM AR (AIRLESS) DESCRIÇÃO É um sistema que permite aplicar produtos de revestimento a alta pressão, sem ar (Airless) de atomização. A tinta ou outra substância é bombeada a alta pressão ao longo de uma mangueira até à pistola de pulverização. O produto de revestimento atravessa um pequeno orifício na extremidade da pistola, designado por bico de pulverização, onde ocorre a fragmentação em pequenas partículas (atomização). A principal diferença em relação às pistolas de pulverização convencionais é precisamente a forma como o revestimento é atomizado. Nos sistemas convencionais, a atomização do produto de revestimento ocorre devido à utilização de ar comprimido a altas pressões. Os sistemas de alta pressão são constituidos por uma bomba, mangueira e pistola e podem ser automáticos ou manuais. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aumentar a eficiência de aplicação; • Redução dos resíduos; • Diminuição do consumo de solventes orgânicos de limpeza. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Diminuição dos resíduos de velaturas, tintas, lacas e vernizes em relação aos sistemas convencionais: 10-15%. Novembro 2000 74 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T5 – PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO 2 de 3 DE ALTA PRESSÃO, SEM AR (AIRLESS) VIABILIDADE TÉCNICA Devido às altas pressões envolvidas, estas pistolas apresentam débitos elevados, o que as torna particularmente adequadas para revestir superfícies muito extensas e em linhas de produção de elevada velocidade Geralmente as pistolas de alta pressão não conferem um acabamento de alta qualidade, mas os elevados débitos que possibilitam torna-as adequadas em situações onde a rapidez é mais importante do que a qualidade do acabamento. VANTAGENS EM RELAÇÃO AOS SISTEMAS CONVENCIONAIS ! ! Débitos elevados; Menor efeito de espalhamento (overspray) devido à inexistência de ar comprimido; ! ! Maior eficiência de transferência e consequente redução de resíduos; Com uma única passagem pode aplicar-se uma demão mais espessa de tinta devido aos elevados débitos; ! Produtos de alta viscosidade podem ser atomizados sem a adição de solventes dispendiosos; ! As pistolas são mais fáceis de serem manuseadas e a mobilidade do operador é maior devido ao facto de não existir uma linha de ar de atomização; ! Grandes comprimentos das mangueiras (50 ou 100 m). DESVANTAGENS EM RELAÇÃO AOS SISTEMAS CONVENCIONAIS " " Necessidade de formação de pessoal; Devido à alta pressão, existe o risco do operador sofrer danos corporais ocasionados pela penetração do fluido de revestimento na pele pelo que, esta tecnologia deve ser utilizada exclusivamente por profissionais bem treinados; " Quanto maior for a pressão utilizada, maiores serão os custos com a manutenção preventiva porque o material está sujeito a um desgaste maior; " A qualidade do acabamento é inferior porque não permite a fragmentação do revestimento em partículas muito finas; " O elevado débido de aplicação requer especial atenção aos escorrimentos. Novembro 2000 75 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T5 – PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO 3 de 3 DE ALTA PRESSÃO, SEM AR (AIRLESS) INDICADORES ECONÓMICOS • Custo aproximado de uma pistola de alta pressão: 60 contos. • Custo aproximado da bomba hidráulica: 500 - 800 contos. • Período de retorno do investimento: n.d. Fonte bibliográfica: PPRC (Pacific Northwest Pollution Prevention Resource Center) – Wood Furniture Manufacturing Compliance and Pollution Prevention Workbook – EUA, 1998. n.d.: não disponível. Novembro 2000 76 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.6 PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIR-ASSISTED AIRLESS T6 – PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO 1 de 2 AIR-ASSISTED AIRLESS DESCRIÇÃO É um compromisso entre a pulverização com ar comprimido (convencional) e a pulverização a alta pressão (Airless), em que o ar é utilizado na atomização do fluido de revestimento. A pressão do fluido é superior à do sistema convencional e inferior à do sistema de alta pressão. Por outro lado, a pressão do ar é inferior à do sistema convencional. Estas características resultam numa fragmentação em partículas muito finas, num acabamento de qualidade próxima à do sistema convencional e numa maior eficiência. As pistolas podem ser manuais ou automáticas. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aumentar a eficiência de aplicação; • Redução dos resíduos; • Diminuição do consumo de solventes orgânicos de limpeza. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Diminuição de resíduos de velaturas, tintas, lacas e vernizes em relação aos sistemas convencionais: 10-15%. VIABILIDADE TÉCNICA Esta tecnologia pode ser a opção mais apropriada para aplicar produtos de acabamento em peças de madeira. No entanto, os resultados obtidos com a aplicação de velaturas não são tão favoráveis. VANTAGENS EM RELAÇÃO AOS SISTEMAS CONVENCIONAIS ! Maior eficiência de transferência; ! Redução de resíduos; ! Possibilidade de aplicação de fluidos de revestimento com viscosidades muito diferentes devido à maior atomização; ! Menor efeito de espalhamento (overspray). Novembro 2000 77 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T6 – PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO 2 de 2 AIR-ASSISTED AIRLESS DESVANTAGENS EM RELAÇÃO AOS SISTEMAS CONVENCIONAIS " Necessidade de formação e treino dos operadores de pistolas de pulverização; " Devido à maior pressão do fluido de revestimento, o risco do operador sofrer danos coporais ocasionados pela penetração do fluido na pele é maior. INDICADORES ECONÓMICOS • Custo aproximado de uma pistola Air.assisted airless: 120 - 150 contos. • Custo aproximado da bomba hidráulica: 500 - 800 contos. • Período de retorno do investimento: n.d. Fonte bibliográfica: PPRC (Pacific Northwest Pollution Prevention Resource Center) – Wood Furniture Manufacturing Compliance and Pollution Prevention Workbook – EUA, 1998. OBSERVAÇÕES • Ver estudo de caso 14. Novembro 2000 78 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.7 PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO ELECTROESTÁTICAS T7 – PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO ELECTROESTÁTICAS 1 de 2 DESCRIÇÃO Aplicação de produtos líquidos de revestimento com carga eléctrica negativa, sobre superfícies de madeira com carga eléctrica positiva. Se a humidade da madeira for adequada a peça pode ser revestida electroestaticamente, tornando-se desnecessário qualquer tratamento prévio. Sendo um processo de atracção electroestática, os resíduos associados à pulverização são minimizados. As pistolas electroestáticas podem ser manuais ou automáticas e são uitilizadas principalmente para aplicação do revestimento de cadeiras e armários. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aumentar a eficiência de transferência; • Redução dos resíduos de matéria prima; • Diminuição do consumo de solventes orgânicos de limpeza. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Diminuição dos resíduos de velaturas, tintas, lacas e vernizes em relação aos sistemas convencionais: 35%. VIABILIDADE TÉCNICA O sistema electroestático pode ser utilizado em todos os processos de aplicação de produtos de revestimento por pulverização, desde que se cumpram as seguintes condições: • fragmentação do fluido em pequenas gotículas (excepto pintura a pó); • aplicação de uma carga eléctrica ás gotículas do produto de revestimento; • criação de um campo de forças eléctricas que permita a atracção electrostática entre o produto de revestimento e a peça. Todas as gotículas nas condições anteriores, que passem nas proximidades da peça, serão atraídas por esta. Este facto torna possível a redução do tempo de aplicação e a economia de produto de revestimento. A pistola, a bomba de alimentação do produto, o compressor, o objecto a pintar, o recipiente de recolha do excedente resultante da lavagem da pistola com diluente e todos os objectos condutores de electricidade, situados na área de pulverização, devem estar ligados à terra. Novembro 2000 79 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T7 – PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO 2 de 2 ELECTROESTÁTICAS VANTAGENS EM RELAÇÃO AOS SISTEMAS CONVENCIONAIS ! Superior Eficiência de transferência; ! Maior uniformidade da espessura da camada de revestimento aplicada; ! Melhor protecção/cobertura das arestas da peça; ! Redução do tempo de aplicação do produto de revestimento; ! Redução a um mínimo do efeito de espalhamento (overspray); ! Atomização de excelente qualidade; ! Economia significativa dos produtos de revestimento. DESVANTAGENS EM RELAÇÃO AOS SISTEMAS CONVENCIONAIS " Custo superior; " Dificuldade em aplicar produto de revestimento em peças com cavidades; " Necessidade de operadores qualificados para se obtenção do máximo rendimento; " A alta viscosidade do tapa-poros não permite a sua aplicação com sistemas electroestáticos; " O risco de ocorrência de choques eléctricos requer um cumprimento absoluto das normas de segurança; " Pistolas de tamanho e peso superiores, tornando difícil o manuseamento de determinados modelos. No entanto, os fabricantes têm orientado esforços no sentido de melhorar a ergonomia das pistolas. INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: o investimento pressupôe a aquisição de um sistema electroestático, o qual inclui uma pistola electroestática. • Custo aproximado de uma pistola electroestática: 900 contos; • Período de retorno do investimento no sistema electroestático: 2 anos. Fontes bibliográficas: 1 e 3. OBSERVAÇÕES • Ver estudos de caso 4 e 5. Novembro 2000 80 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Figura 27: Instalação tipo de um sistema electroestático. Fonte: catálogo de um fabricante de sistemas de acabamento. Legenda: A – Conduta principal de ar M – Regulador de débito de produto B – Electroválvula interligada aos exaustores N – Conduta do produto C – Válvula principal de ar O – Filtro de ar D – Filtro de ar P – Válvula de passagem de ar E – Válvula de passagem de ar Q – Ligação da pistola à terra F – Lubrificador R – Mangueira com ligação à terra G – Regulador de ar S – Pistola electroestática H – Bomba T – Interruptor ON/OFF do efeito electroestático J – Ligação à terra U – Válvula de purga da conduta de ar K – Filtro do produto CC – Entrada de ar na pistola L – Válvula de passagem do produto DD – Entrada de produto na pistola Novembro 2000 81 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.8 SISTEMA DE PULVERIZAÇÃO UNICARB T8 – SISTEMA DE PULVERIZAÇÃO UNICARB 1 de 2 DESCRIÇÃO É um sistema relativamente recente, desenvolvido e patenteado por uma empresa canadiana no final da década de oitenta. Possibilita a substituição dos diluentes por dióxido de carbono (CO2) comprimido, que se apresenta no estado líquido. Quando o revestimento é aplicado por pulverização, ocorre a descompressão do CO2 líquido, passando ao estado gasoso. O dióxido de carbono líquido diminui a viscosidade e melhora a atomização do produto usado como revestimento. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Substituição dos diluentes por dióxido de carbono líquido; • Diminuição do consumo de diluentes com a inerente redução dos custos associados. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • O dióxido de carbono está naturalmente presente na atmosfera e não apresenta a perigosidade nem a toxicidade dos solventes orgânicos. VIABILIDADE TÉCNICA Em 1991 esta tecnologia foi introduzida nos EUA como uma nova tecnologia de prevenção da poluição, tendo sido testada em diversos sistemas de aplicação de produtos de acabamento. O sistema em estudo apresenta uma eficiência superior e menores custos de manutenção relativamente ao sistema convencional de pulverização com ar comprimido, aos sistemas do tipo Airless e ao sistema HVLP. Os sistemas de pulverização manuais, automáticos e electrostáticos permitem a utilização da tecnologia UNICARB. A mistura produto de revestimento/CO2 líquido é aplicada com uma pistola do tipo Airless. Novembro 2000 82 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T8– SISTEMA DE PULVERIZAÇÃO UNICARB 2 de 2 VIABILIDADE TÉCNICA A flexibilidade dos sistemas e da tecnologia possibilita o uso de pistolas de pulverização robotizadas. Apesar das numerosas vantagens, alguns factores têm atrasado a rápida aceitação do sistema UNICARB. A necessidade de treino específico dos operadores e o tempo necessário para o desenvolvimento de novos produtos de revestimento, são apontados como responsáveis pela lenta disseminação entre os utilizadores industriais. Por outro lado, o facto do sistema ser pouco flexível na transição entre diferentes cores torna-o, nesta altura, mais adequado em aplicações de uma só cor. INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: 30 a 40 mil contos; • Período médio de retorno: n.d.; Fonte: empresa fabricante e detentora da patente da tecnologia UNICARB. Novembro 2000 83 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.9 FILTROS METÁLICOS T9 – FILTROS METÁLICOS 1 de 1 DESCRIÇÃO Durante as operações de acabamentos nas cabines com cortina de água, verifica-se que uma quantidade apreciável do material aplicado às peças de madeira, que varia em função da eficiência de transferência dos sistemas de pulverização, é fixada pela cortina de água (overspray). Para reciclar a água das cabines é necessário remover o excedente de produto acabamento e filtrar as partículas em suspensão. Para filtrar essas partículas é possível utilizar filtros metálicos em substituição dos filtros de papel/cartão. A possibilidade de reutilização dos filtros metálicos após limpeza confere-lhes maior durabilidade. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Substituição dos filtros de papel/cartão que, dada a sua natureza, não podem ser reutilizados. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Eliminação dos resíduos de filtros de papel/cartãousados. No entanto, refira-se que os filtros metálicos, apesar de reutilizáveis, implicam a formação de um resíduo líquido que não é mais do que o solvente usado para a sua limpeza. Este, apesar de ser também passível de regeneração e reutilização, conduzirá sempre à formação de uma lama (lama de destilação). INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: n.d. • Período de retorno do investimento: n.d. n.d.: não disponível Novembro 2000 84 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.10 APLICAÇÃO AUTOMATIZADA DE REVESTIMENTOS COM ROLOS T10 – APLICAÇÃO AUTOMATIZADA DE 1 de 2 REVESTIMENTOS COM ROLOS DESCRIÇÃO É uma técnica utilizada para revestir peças rigorosamente planas de forma automatizada. A peça de madeira a revestir é transportada até à zona situada entre o rolo superior e inferior que, em resultado do contacto com a peça, aplicam o material de revestimento simultaneamente em ambas as faces. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aplicação de vernizes e lacas em quantidades estritamente necessárias ao acabamento de ambas as faces das peças planas; • Eliminação dos desperdícios associados aos sistemas de pulverização, que em determinadas situações são utilizados para revestir peças planas, sem comprometer os volumes de produção. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Redução dos desperdícios de tintas, lacas e vernizes em relação aos sistemas de pulverização convencionais: aproximadamente 100%. VIABILIDADE TÉCNICA Alguns equipamentos permitem a utilização de lacas de base aquosa e a secagem com radiação ultravioleta. As principais limitações desta técnica residem no facto de poder ser utilizada apenas para revestir peças rigorosamente planas sem saliências ou reentrâncias não permitindo deste modo o revestimento de cantos e orifícios e de proporcionar um acabamento de menor qualidade relativamente aos sistemas de pulverização. No entanto, permitem a aplicação de fluidos com elevado teor em sólidos que são difíceis de pulverizar. Na maior parte dos equipamentos, o excesso de revestimento é recolhido e reutilizado, o que se traduz em eficiências de tranferência de aproximadamente 100% (o desperdício de vernizes tintas e lacas é extremamente baixo). Novembro 2000 85 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T10 – APLICAÇÃO AUTOMATIZADA DE 2 de 2 REVESTIMENTOS COM ROLOS INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: n.d. • Período de retorno do investimento: n.d. • O equipamento automatizado é relativamente dispendioso mas, devido à elevada eficiência de transferência, reduzida intervenção dos operadores e aos grandes volumes de produção, obtêm-se consideráveis benefícios tanto ao nível utilização dos fluidos de revestimento como das operações de limpeza. OBSERVAÇÕES • Ver estudos de caso 6 e 11. n.d.: não disponível Novembro 2000 86 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.11 TINTAS E LACAS DE ORIGEM VEGETAL E MINERAL T11 – TINTAS E LACAS DE ORIGEM 1 de 1 VEGETAL E MINERAL DESCRIÇÃO Matérias primas de origem vegetal e mineral (óleos extraídos de plantas, solventes obtidos de determinadas plantações e pigmentos de origem mineral), sujeitas a constante investigação, são utilizadas no fabrico de tintas de alta qualidade e de menor toxicidade. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Substituição das tintas e lacas de base solvente constituidas por substâncias de maior toxicidade provenientes da indústria petroquímica. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Redução de resíduos de tintas e lacas de base solvente: não quantificado; • Redução do consumo de solventes orgânicos: não quantificado. VIABILIDADE TÉCNICA A gama de produtos oferece a possibilidade de as tintas poderem ser utilizadas em interiores e exteriores nomeadamente no revestimento de portas, janelas, mobiliário e paredes. INDICADORES ECONÓMICOS • Custo aproximado: n.d.; • Período de retorno do investimento: n.d. n.d.: não disponível Figura 28: Tintas de origem vegetal Fonte: catálogo de um fabricante Novembro 2000 87 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.12 DESTILADORES PARA RECUPERAÇÃO DE SOLVENTES ORGÂNICOS DE LIMPEZA T12 – DESTILADORES PARA RECUPERAÇÃO DE 1 de 3 SOLVENTES ORGÂNICOS DE LIMPEZA DESCRIÇÃO Permitem a recuperação de solventes orgânicos segundo o princípio da destilação (evaporação/condensação). Com o aquecimento do solvente contaminado proveniente das operações de limpeza, ocorre a evaporação deste, ficando retidas as substâncias contaminantes (lamas). O vapor é seguidamente condensado, obtendo-se assim o solvente que poderá ser reutilizado com um grau de pureza de 99,5%. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Recuperação e reutilização dos solventes orgânicos de limpeza do equipamento; • Diminuição do consumo de solventes orgânicos. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Redução da quantidade de solventes orgânicos utilizados: 75 – 99%. VIABILIDADE TÉCNICA A recuperação de solventes orgânicos com pontos de ebulição entre 38 e 288ºC é realizada em equipamentos relativamente simples, em modo manual ou automático (com o respectivo sistema de controlo), somente aplicáveis a solventes de limpeza. Apesar de os sistemas de baixa capacidade serem, na maior parte das vezes, do tipo manual, é prudente pensar na possibilidade de automatizar todo o equipamento, tanto quanto possível. Isto assegura a diminuição dos custos de operação e melhora a eficiência através da optimização da sequência de operações. Novembro 2000 88 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T12 – DESTILADORES PARA RECUPERAÇÃO DE 2 de 3 SOLVENTES ORGÂNICOS DE LIMPEZA VIABILIDADE TÉCNICA Outra vantagem da automatização é a redução do tempo necessário para manusear os solventes, melhorando assim a produtividade e a segurança dos operadores. Por exemplo, se a alimentação for feita automaticamente a partir de um tanque de grande capacidade, o tempo necessário para que o operador acompanhe todo o processo de bombeamento do solvente contaminado pode ser eliminado. A automatização permite também a manutenção e paragem diagnósticos realizados do redução dos custos associados à equipamento regularmente por pelo avaria através de que, convém auto- verificar constantemente os indicadores do sistema de controlo. Em qualquer circunstância o equipamento automatizado deve ser utilizado por pessoal que conhece a forma como o sistema funciona e com capacidade suficiente para introduzir modificações no software. Outro factor a ter em atenção é o aquecimento do solvente, o qual deve ser acompanhado de um arrefecimento adequado no condensador. Grandes variações em torno do setpoint (valor de referência) podem provocar a degradação de alguns compostos químicos por via térmica. O agitador, a bomba de vácuo, e os sensores de temperatura do fluido de aquecimento, das lamas e do vapor devem estar operacionais. Segundo informação fornecida por empresas que comercializam este tipo de equipamento, é possível recuperar até 99% do solvente devendo-se acrescentar 10% de produto novo para conferir as características iniciais ao solvente. Novembro 2000 89 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T12 – DESTILADORES PARA RECUPERAÇÃO DE 3 de 3 SOLVENTES ORGÂNICOS DE LIMPEZA INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: 300 a 400 contos num destilador com ciclos de 25 litros; • Período médio de retorno do investimento: 6 a 12 meses para um sistema automático em aço inoxidável 304 com capacidade compreendida entre 95 e 530 litros de solvente recuperado por hora; (*) Fonte: fabricantes de sistemas de recuperação de solventes orgânicos. OBSERVAÇÕES • Ver estudo de caso 9. (*): o caudal de solvente recuperado depende dos contaminantes e da natureza do próprio solvente. Os caudais indicados referem-se ao Tolueno, Metiletilcetona e Acetona. Figura 29: Destilador automático. Figura 30: Solvente orgânico recuperado. Fonte: catálogo de um fabricante. Novembro 2000 Fonte: catálogo de um fabricante. 90 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.13 DESENROLAMENTO COM CENTRALIZAÇÃO OPTIMIZADA DOS TOROS T13 – DESENROLAMENTO COM CENTRALIZAÇÃO 1 de 1 OPTIMIZADA DOS TOROS DESCRIÇÃO A produção de folhas de madeira passa, em muitas situações, pelo corte com lâmina de toros em rotação, sujeitos a cozimento prévio. Um sistema com sete sensores laser permite maximizar a quantidade e o tamanho das folhas, através da medição constante da superfície do toro à medida que este gira em torno do eixo. O computador calcula a posição que possibilita o máximo aproveitamento das folhas de madeira com consequente redução de desperdícios. A correção da posição é da ordem de ±0.1 mm. Assim, a maior precisão na centralização dos toros traduz-se no aumento da produtividade, uma vez que as folhas de madeira de tamanho mais reduzido resultantes de rupturas ocorridas durante o próprio processo de desenrolamento, não necessitam de ser coladas entre si, para resultarem em folhas de tamanho superior, com a consequente perda de tempo e consumo de colas. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aumentar a quantidade de folhas de madeira obtidas a partir de cada toro; • Aumentar a produtividade; • Diminuição de desperdícios. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Diminuição de desperdícios de madeira: 10-15%. VIABILIDADE TÉCNICA Segundo informação fornecida por um fabricante deste tipo de equipamento, o detector dos sensores apresenta baixa sensibilidade à luz ambiente de modo a evitar interferências no processo de varrimento da superfície dos toros. INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: n.d.; • Período de retorno do investimento: n.d. n.d.: não disponível. Novembro 2000 91 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Figura 31: Desenrolamento dos toros com centralização optimizada Fonte: catálogo de um fabricante 7.2.14 CORTE OPTIMIZADO 1 de 2 T14 – CORTE OPTIMIZADO DESCRIÇÃO Máquinas de corte transversal e longitudinal com controlo numérico, estabelecem o melhor plano de corte, de acordo com as dimensões e defeitos da peça, permitindo um maior aproveitamento da madeira. Os defeitos da madeira que devem ser eliminados pela máquina podem ser marcados pelo operador ou por raios laser. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Optimizar o aproveitamento da madeira proveniente de cada toro; • Redução dos desperdícios de madeira (aparas, serradura). AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Percentagem de redução de aparas e serradura: 3-5%. Novembro 2000 92 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T14 – CORTE OPTIMIZADO 2 de 2 VIABILIDADE TÉCNICA A análise e escolha da madeira é um dos aspectos mais importantes a ter em conta numa serração, de modo a permitir o máximo rendimento a partir de cada toro. É aqui que as tecnologias de medição com sensores laser desempenham um papel crucial. Estes sistemas geram o perfil de cada toro, registando cada irregularidade ao longo de todo o comprimento. Podem ser registados cerca de 250 perfis num segundo, o que significa que em cada 12 mm é obtido um novo perfil a uma velocidade de 3 m/s. Para maximizar os ganhos, o sistema tem em consideração o preço dos diferentes tipos de madeira, o preço dos resíduos de madeira resultantes da operação de corte, o tempo necessário para a reiniciação e os movimentos de rotação e translação dos toros. Com base nestes factores, o computador estabelece o plano de corte que maximiza o rendimento. INDICADORES ECONÓMICOS Corte longitudinal • Compra e instalação: 36 000 a 46 000 contos. • Período de retorno do investimento: n.d.; Fonte: fabricante estrangeiro de equipamento de corte optimizado. Corte transversal • Compra e instalação: 15 000 a 20 000 contos; • Período de retorno do investimento: n.d.; Fonte: fabricante estrangeiro de equipamento de corte optimizado. OBSERVAÇÕES • Ver estudo de caso 10. n.d.: não disponível Novembro 2000 93 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.15 COLAS DE LENHINA 1 de 1 T15 – COLAS DE LENHINA DESCRIÇÃO É um tipo de cola que em certas situações poderá apresentar-se como alternativa às colas com resinas de formaldeído utilizadas no subsector de painéis e folheados. A lenhina é um polímero aromático que entra na constituição da madeira conjuntamente com a celulose e hemicelulose. A sua abundância torna-a economicamente mais acessível do que as resinas de formaldeído e viabiliza a sua utilização como matéria prima para o fabrico de colas para madeira. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Substituição das resinas de fenolformaldeído mais caras e com maior toxicidade. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Redução dos resíduos de resinas de fenolformaldeído: 20-30%. VIABILIDADE TÉCNICA Até recentemente, não mais do que 20 a 30% das resinas de fenolformaldeído podia ser substituida por lenhina porque o tempo de secagem aumentava com a quantidade de lenhina. Outra das desvantagens das colas de lenhina é o seu reduzido número de ligações cruzadas e força de ligação. Contudo, investigações recentes têm permitido melhorar as suas características, bem como aumentar o conteúdo em lenhina e diminuir os tempos de secagem. INDICADORES ECONÓMICOS O facto da lenhina ser economicamente mais favorável do que o fenol traduz-se na prática como um incentivo. Segundo informações fornecidas por um fabricante de colas para madeira, a cola de lenhina não está actualmente disponível nos circuitos comerciais. No entanto esta área tem merecido a atenção pelo que, recentemente, se iniciou a exploração do potencial de utilização deste tipo de colas no subsector de painéis de partículas e folheados. Novembro 2000 94 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.16 SECAGEM E ARMAZENAMENTO DA MADEIRA IMPREGNADA EM ÁREA COBERTA T16 – SECAGEM E ARMAZENAMENTO DA MADEIRA 1 de 1 IMPREGNADA EM ÁREA COBERTA DESCRIÇÃO É conveniente que a madeira impregnada permaneça cerca de um mês (período de fixação) numa área coberta para evitar a lixiviação do produto de preservação pela água das chuvas. A grande vantagem está na qualidade do produto final, que apresenta maior durabilidade de preservação e na redução da contaminação dos solos da área circundante. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aumento da durabilidade de preservação através da prevenção da lixiviação da madeira preservada. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Redução da quantidade de agente preservador lixiviado pela água das chuvas; • Redução da contaminação dos solos da área circundante. VIABILIDADE TÉCNICA Informação não disponível. INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: n.d. • Período de retorno do investimento: n.d. OBSERVAÇÕES • Ver estudo de caso 8. n.d.: não disponível Novembro 2000 95 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.17 COBERTURA DA MADEIRA A IMPREGNAR 1 de 1 T17 – COBERTURA DA MADEIRA A PRESERVAR DESCRIÇÃO Esta medida visa sobretudo diminuir a quantidade de areia, poeiras e outras partículas de sujidade que se podem acumular nos autoclaves e nos tanques de armazenamento do agente preservador. Quanto maior for a sujidade acumulada na madeira descascada que irá ser impregnada, maior será a frequência com que se efectua a limpeza dos sistemas de impregnação, com a consequente formação de efluentes. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Diminuir a sujidade que se acumula nas autoclaves e nos tanques de impregnação; • Diminuição da frequência de lavagem das autoclaves e dos tanques; • Redução da quantidade de efluente resultante da lavagem das autoclaves e dos tanques AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Redução do efluente resultante da limpeza do circuito de impregnação: não quantificado. VIABILIDADE TÉCNICA Informação não disponível. INDICADORES ECONÓMICOS • Não foi disponibilizada qualquer informação referente aos indicadores económicos desta medida de prevenção. Novembro 2000 96 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.18 REDUÇÃO DA MALHA DO PENEIRO DE REJEIÇÃO DE FINOS DA ESTILHA T18 – REDUÇÃO DA MALHA DO PENEIRO DE 1 de 1 REJEIÇÃO DE FINOS DA ESTILHA DESCRIÇÃO O destroçamento de rolarias previamente descascadas ou de costaneiras dá origem a pequenas aparas de madeira que constituem a estilha, que é utilizada no fabrico de painéis de fibras e de partículas de madeira. Durante a crivagem da estilha ocorre a separação granulométrica dos finos que, devido à sua dimensão e à abertura da malha, não podem ser utilizados para esse fim. A redução da malha do crivo inferior permite um maior aproveitamento dos mesmos que se traduz num menor desperdício de matéria-prima. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Melhor aproveitamento dos finos da estilha no processo de fabrico; • Redução de custos com matérias primas. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Diminuição dos resíduos de estilha: 60%. Fonte: estudo de caso correspondente a uma empresa nacional em actividade em Portugal. VIABILIDADE TÉCNICA Não foi disponibilizada qualquer informação referente à viabilidade técnica desta tecnologia de prevenção. INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: 8 500 contos; • Período de retorno do investimento: 3 meses para uma capacidade instalada de 2 ton/hora; Fonte: estudo de caso correspondente a uma empresa nacional em actividade em Portugal. OBSERVAÇÕES • Ver estudo de caso 13. Novembro 2000 97 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.19 REUTILIZAÇÃO DAS ÁGUAS DE COZIMENTO DOS TOROS T19 – REUTILIZAÇÃO DAS ÁGUAS DE COZIMENTO 1 de 2 DOS TOROS POR IMERSÃO DESCRIÇÃO A forma e o tempo de cozimento dos toros depende do tipo de madeira. Na maior parte dos casos, o cozimento processa-se através do contacto com vapor de água produzido pelo aquecimento da água nas serpentinas. No entanto, determinados tipos de madeira (por exemplo a madeira de eucalipto) necessitam de estar imersas em água para serem cozidas resultando daí efluentes líquidos com elevada carga orgânica. Nestes casos, é possível reduzir a quantidade do efluente através da construção de um reservatório (que designaremos por reservatório X) com capacidade suficiente para armazenar a água que resulta do cozimento por imersão e onde possa ocorrer simultaneamente a filtração ou a decantação dos sólidos. Vamos supor que se trata da madeira de eucalipto. Sempre que ocorra o cozimento da madeira de eucalipto, o efluente resultante é transferido do tanque de cozimento para o reservatório X onde é armazenado até ser reutilizado no próximo cozimento. Entretanto, o cozimento das madeiras que requerem contacto com vapor de água prossegue normalmente no tanque de cozimento. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Redução do consumo de água; • Diminuição da quantidade de efluente líquido resultante do cozimento dos toros por imersão. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Diminuição do consumo de água: n.d.; • Diminuição do efluente líquido do cozimento: n.d. n.d.: não disponível. Novembro 2000 98 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T19 – REUTILIZAÇÃO DAS ÁGUAS DE 2 de 2 COZIMENTO DOS TOROS POR IMERSÃO VIABILIDADE TÉCNICA O calor da água armazenada no reservatório X pode ser aproveitado para aquecer a água utilizada para outros fins, através da colocação de serpentinas nas paredes e no fundo do reservatório. INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: n.d.; • Período de retorno do investimento: n.d. n.d.: não disponível Novembro 2000 99 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.20 FORMAÇÃO DOS OPERADORES DE PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO T20 – FORMAÇÃO DOS OPERADORES DE 1 de 2 PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO DESCRIÇÃO A pulverização como técnica de aplicação de revestimentos é justificada, em larga medida, pela aparência do produto final. Os operadores das pistolas, normalmente situados em frente a uma cortina de água, aplicam o revestimento sequencialmente a uma linha de produtos idênticos. O que se verifica na prática é que, em muitas situações, a forma como o produto de revestimento é aplicado não é a mais correcta, levando a grandes desperdícios de verniz, tintas, lacas etc., à formação de grandes quantidades de lamas bem como a repetidas operações de limpeza do equipamento com consequente consumo acrescido de solventes orgânicos. O domínio correcto da aplicação de revestimentos é seguramente um dos aspectos mais importantes a ter em conta na minimização de resíduos e na poupança de produto de revestimento. Neste aspecto, os fabricantes/vendedores de sistemas de aplicação por pulverização podem desempenhar um papel extremamente importante, através da realização de acções de formação, o que se traduz posteriormente em benefícios económicos para a empresa. Se não forem utilizadas as técnicas correctas, não adianta investir em sistemas de elevada eficiência. Um operador devidamente treinado pode melhorar significativamente a eficiência sem a necessidade de substituição de equipamento. Práticas incorrectas, tais como seja criar uma nuvem excessiva de produto de revestimento durante a aplicação para dar a impressão de eficiência e rapidez devem ser evitadas. A forma correcta de aplicação resulta do compromisso entre as características do sistema de pulverização e do produto aplicado, a forma da peça a revestir e a qualidade do produto final. Novembro 2000 100 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T20 – FORMAÇÃO DOS OPERADORES DE PISTOLAS 2 de 2 DE PULVERIZAÇÃO OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Redução de desperdícios de fluidos de revestimento; • Redução do consumo de solventes orgânicos. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Redução de desperdícios de fluidos de revestimento: 8 – 10%. VIABILIDADE ECONÓMICA Face à importância atribuida a esta medida de prevenção de resíduos, a estimativa de redução de 8 a 10% pode, à primeira vista, parecer muito baixa. No entanto, tendo em atenção a grande quantidade de produtos de acabamento e de solventes orgânicos utilizados, facilmente se conclui que a sua implementação é extremamente importante. OBSERVAÇÕES • Ver estudo de caso 7. Novembro 2000 101 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.21 CORTE FINO 1 de 2 T21 – CORTE FINO DESCRIÇÃO São utilizados no corte de pranchões de madeira. As lâminas funcionam em simultâneo com movimento alternado, permitindo obter várias folhas ou pranchas de madeira de espessura variável, com variadas aplicações nos subsectores do mobiliário e parqueteria. A quantidade de serradura que se forma depende directamente da espessura das lâminas. Os sistemas de corte fino mais recentes com lâminas extremamente finas (em alguns casos com espessura inferior a 1,25 mm) permitem, com grande precisão, a obtenção de um maior número de pranchas e folhas e uma diminuição da quantidade de serradura. A grande precisão do corte assegura que as pranchas e as folhas tenham a espessura correcta e que o número de rejeitados seja menor. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aumento do número de pranchas, tábuas ou folhas de madeira com determinada espessura que se pode obter de cada pranchão; • Diminuição da quantidade de serradura. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Diminuição da quantidade de serradura: n.d. VIABILIDADE TÉCNICA Um sistema automático de cilindros pneumáticos encaminham os pranchões de madeira em direcção às lâminas. Esses cilindros funcionam independentemente um do outro pelo que se podem processar em simultâneo, peças de madeira com diferentes dimensões. A intervalos regulares, um lubrificante é pulverizado para prevenir a acumulação de serradura nas lâminas. Como consequência, o atrito diminui e o tempo de vida útil das lâminas aumenta. Quanto à manutenção, é de salientar que a substituição de uma lâmina não requer a desmontagem do conjunto completo de lâminas. Novembro 2000 102 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário T21 – CORTE FINO 2 de 2 INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: n.d.; • Período de retorno do investimento: n.d.; n.d.: não disponível Figura 32: Equipamento para corte fino. Fonte: catálogo de um fabricante. Novembro 2000 103 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.2.22 FLOWCOAT T22 - FLOWCOAT 1 de 1 DESCRIÇÃO Esta tecnologia de aplicação de revestimentos ou velaturas já é bem conhecida para aplicação de primários, produtos de protecção e velaturas. Recentemente, com a utilização de vernizes de base aquosa, preparados especialmente para este sistema, já é possível a aplicação de todas as camadas incluindo a camada final (topcoat). Do ponto de vista prático funciona como uma imersão, mas sem necessidade de um volume correspondente à dimensão da peça. Trata-se da projecção de um leque de líquido por vários bicos injectores, sendo o excesso recolhido num tanque e rebombeado para os bicos injectores. OBJECTIVOS DA SUA APLICAÇÃO • Aproveitamento quase total de vernizes e velaturas de base aquosa; • Elevada penetração na madeira; • Elevada espessura de filme de protecção. AVALIAÇÃO AMBIENTAL • Percentagem de aproveitamento de vernizes e velaturas de base aquosa: 90%. • Produtos utilizados têm baixo teor de solventes orgânicos voláteis. VIABILIDADE TÉCNICA Aplicável em peças complexas de grandes dimensões e aproximadamente planas como portas, janelas, pré-fabricados de carpintaria etc. Uma vez que os fluidos de revestimento utilizados são de base aquosa, a limpeza do equipamento é mais simples. INDICADORES ECONÓMICOS • Investimento: cerca de 27 000 contos para um sistema com capacidade para envernizar 200 a 600 portas ou janelas por dia; • Período de retorno do investimento: n.d.; Fonte: empresa fabricante do equipamento. n.d.: não disponível Novembro 2000 104 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Figura 33: Projecção em leque do Figura 34: Bicos injectores do sistema Flowcoat. sistema Flowcoat. Figura 35: Secagem de peças revestidas pelo processo Flowcoat. Novembro 2000 105 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 7.3 ESTIMATIVAS DE REDUÇÃO DE DESPERDÍCIOS E ATRACTIVIDADE DO INVESTIMENTO No Quadro 22 seguinte faz-se a síntese das diferentes medidas/tecnologias correlacionadas com os diferentes subsectores em que se aplicam, a estimativa de redução para os resíduos que previnem e o correspondente período de retorno do investimento efectuado para maior facilidade de leitura. Quadro 22: Estimativa de redução e período de retorno do investimento das medidas/tecnologias de prevenção. Estimativa de redução (%) Período de retorno (anos) Madeira empenada n.d. n.d. Prensa de briquetes Mobiliário, serração, carpintaria, parqueteria e impregnação Aparas Serradura Retestos Outros resíduos de madeira n.d. 1 T3 Finger Jointing Serração Resíduos de madeira 3 Ver estudo de caso 12 T4 Pistolas de pulverização HVLP Mobiliário, carpintaria, parqueteria Resíduos de velaturas 28 Ver estudos de caso 1, 2 e 3 T5 Pistolas de pulverização de alta pressão (Airless) Mobiliário, carpintaria, parqueteria Resíduos de velaturas 10-15 1 T6 Pistolas de pulverização Air-assisted airless Mobiliário, carpintaria, parqueteria Resíduos de velaturas 10-15 1 T7 Pistolas de pulverização electroestáticas Mobiliário, carpintaria Resíduos de velaturas, vernizes, tintas e lacas 35 2 T8 Sistema de pulverização UNICARB Mobiliário, carpintaria -- -- 1 T9 Filtros metálicos Mobiliário, carpintaria Filtros de papel/cartão usados n.d. n.d. Aplicação automatizada de vernizes e lacas com rolos Mobiliário, carpintaria, parqueteria Resíduos de vernizes e lacas Aprox. 100 2 Ref. Medidas/Tecnologias de Prevenção T1 Secadores com controlo computorizado Mobiliário, serração, carpintaria, parqueteria T2 T10 Subsectores em que se aplicam Resíduos que previnem n.d.: não disponível. Novembro 2000 106 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Quadro 22 (Cont.): Estimativa de redução e período de retorno do investimento das medidas/tecnologias de prevenção. Estimativa de redução (%) Período de retorno (anos) n.d. n.d. Solventes orgânicos usados 75-99 1 Painéis e folheados Resíduos de madeira 10-15 n.d. Sistemas de corte optimizado com sensores laser Serração Serradura Aparas 3-5 Ver estudo de caso 10 T15 Colas de lenhina Painéis e folheados Resíduos de resinas de formaldeído 20-30 de resinas de formaldeído n.d. T16 Secagem e armazenamento da madeira impregnada em área coberta Serração, impregnação Agentes preservadores lixiviados Ver estudo de caso 8 Ver estudo de caso 8 T17 Cobertura da madeira a preservar Serração, impregnação Lamas do tanque de impregnação n.d. n.d. T18 Redução da malha do peneiro de rejeição de finos da estilha Painéis Finos da estilha Ver estudo de caso 13 Ver estudo de caso 13 T19 Reutilização das águas de cozimento dos toros Painéis e folheados Efluente líquido do cozimento n.d. n.d. T120 Formação dos operadores de pistolas de pulverização Mobiliário, carpintaria, parqueteria Resíduos de velaturas 8-10 n.d. T21 Corte fino Mobiliário, parqueteria Serradura n.d. 0,5-2 T22 Flowcoat Carpintaria Resíduos de vernizes e velaturas de base aquosa -- n.d. Ref. Medidas/Tecnologias de Prevenção Subsectores em que se aplicam Resíduos que previnem T11 Tintas e lacas de origem vegetal e mineral Mobiliário, carpintaria Resíduos de tintas e lacas de base solvente T12 Destiladores para recuperação dos solventes de limpeza Mobiliário, carpintaria, parqueteria, painéis e folheados T13 Desenrolamento com centralização optimizada dos toros T14 n.d.: não disponível. Novembro 2000 107 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8. ESTUDOS DE CASO No Quadro 23 apresenta-se resumidamente os casos de estudo, que de seguida serão descritos, para cada uma das medidas/tecnologias identificadas. Quadro 23: Identificação dos casos de estudo para cada uma das tecnologias correspondentes. Ref. Medidas/Tecnologias de Prevenção Casos de estudo T1 Secadores com controlo computorizado -- T2 Prensa de briquetes -- T3 Finger Jointing 12 T4 Pistolas de pulverização HVLP T5 Pistolas de pulverização de alta pressão (Airless) -- T6 Pistolas de pulverização Air-assisted airless 14 T7 Pistolas de pulverização electroestáticas T8 Sistema de pulverização UNICARB -- T9 Filtros metálicos -- 1, 2, 3 4, 5 T10 Aplicação automatizada de vernizes e lacas com rolos T11 Tintas e lacas de origem vegetal e mineral -- T12 Destiladores para recuperação dos solventes de limpeza 9 T13 Desenrolamento com centralização optimizada dos toros -- T14 Sistemas de corte optimizado com sensores laser 10 T15 Colas de lenhina -- T16 Secagem e armazenamento da madeira impregnada em área coberta 6, 11 8 T17 Cobertura da madeira a preservar -- T18 Redução da malha do peneiro de rejeição de finos da estilha 13 T19 Reutilização das águas de cozimento dos toros -- Formação dos operadores de pistolas de pulverização 7 T21 Corte fino -- T22 Flowcoat -- T120 Novembro 2000 108 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.1 ESTUDO DE CASO 1: SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIRLESS POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO DE BAIXA PRESSÃO (HVLP) ESTUDO DE CASO 1 1 de 3 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIRLESS POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO HVLP PAÍS • Estados Unidos da América. SECTORES DE ACTIVIDADE • Mobiliário e Impregnação de Madeiras (mobiliário para quartos e estruturas em madeira para centros de diversão). NÚMERO DE TRABALHADORES • 120 TECNOLOGIA SUBSTITUIDA Pistolas de pulverização Airless. Com a tecnologia Airless o fluido utilizado como revestimento é aplicado a altas pressões, ao contrário dos sistemas HVLP que recorrem à utilização de uma corrente de ar de alto débito e baixa pressão responsável pela atomização do fluido de revestimento. O sistema Airless é rápido e pode ser ideal para aplicar flluidos muito viscosos e no revestimento de superfícies muito extensas, mas geralmente não produz acabamentos de alta qualidade. Além disso, a eficiência de transferência é de 50-60% o que significa que apenas 50 a 60% do fluido aplicado adere às peças de madeira. TECNOLOGIA ADOPTADA Sistema de pistolas de pulverização HVLP que, devido à baixa pressão do ar, permite eficiências de transferência significativamentes superiores e apreciáveis reduções do excedente de revestimento (overspray). O facto da nova tecnologia não permitir grandes ritmos de produção não teve qualquer influência na decisão final porque, para a empresa, o acabamento final tem mais importância que a rapidez de aplicação. Novembro 2000 109 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ESTUDO DE CASO 1 2 de 3 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIRLESS POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO HVLP INVESTIMENTO • 36 contos no modelo economicamente mais acessivel (pistola, mangueira e vaso). O investimento inicial excluiu a aquisição de um compressor porque optou-se pela utilização de um dos compressores existentes nas instalações fabris. (*) REDUÇÃO DE CUSTOS DE OPERAÇÃO • Diminuição dos custos associados à limpeza das cabines com cortina de água de aproximadamente 790 contos/ano; • A limpeza das cabines que era efectuada com uma periodicidade mensal passou a efectuar-se de quatro em quatro meses. REDUÇÃO DO CONSUMO DE MATÉRIAS PRIMAS • Redução de 2 772 contos/ano no consumo de velaturas. Com o sistema Airless eram consumidas anualmente 8 480 litros de velaturas que correspondiam a 5 148 contos. Com o novo sistema, o consumo anual de velaturas baixou para 4 183 litros (2 376 contos) REDUÇÃO DE CUSTOS DE DEPOSIÇÃO • Os custos de deposição foram reduzidos em 535 contos/ano devido à menor quantidade de desperdícios de vedantes gerados pelo sistema HVLP. REDUÇÃO DE CUSTOS TOTAIS • Custos de operação + Custos do consumo de velaturas + Custos de deposição: 4 097 contos/ano. PERÍODO DE RETORNO DO INVESTIMENTO • Inferior a 1 mês. (*): não foi mencionado o número de pistolas adquiridas. Novembro 2000 110 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ESTUDO DE CASO 1 3 de 3 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIRLESS POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO HVLP PRINCIPAIS BENEFÍCIOS • Redução do consumo de matérias primas; • Imagem positiva transmitida para o exterior; • Melhoria do acabamento; • Menor exposição dos trabalhadores a produtos tóxicos. OBSTÁCULOS • Formação e treino dos operadores. Contudo, os sistemas HVLP não permitem altos ritmos de produção; • Determinados tipos de lacas não são adequados à aplicação com sistemas HVLP. ANO DE IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA TECNOLOGIA • 1996 FACTORES QUE MOTIVARAM A OPÇÃO PELA NOVA TECNOLOGIA • Redução dos custos com matérias primas; • Redução de desperdícios. CHAVE PARA O SUCESSO COM A IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA TECNOLOGIA • Experiência com diferentes sistemas de pulverização e os fluidos de revestimento. FONTE • Colorado Pollution Prevention Forum (http://www.sni.net/light/p3/index.html). Novembro 2000 111 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.2 ESTUDO DE CASO 2: SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS CONVENCIONAIS DE PULVERIZAÇÃO POR PISTOLAS HVLP ESTUDO DE CASO 2 1 de 2 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS CONVENCIONAIS DE PULVERIZAÇÃO POR PISTOLAS HVLP PAÍS • Estados Unidos da América. SECTOR DE ACTIVIDADE • Fabricação de Mobiliário de Madeira. TECNOLOGIA SUBSTITUIDA Pistolas convencionais de pulverização que não estavam a cumprir as regulamentações ambientais devido à elevada quantidade de desperdícios. TECNOLOGIA ADOPTADA A empresa resolveu testar a viabilidade dos sistemas HVLP uma vez que os sistemas convencionais não estavam a cumprir as regulamentações ambientais. Após terem sido testados diversos sistemas, a escolha recaiu sobre aquelas que apresentavam uma pressão de aplicação de 0,5 a 0,7 bar. A formação dos operadores de pistolas de pulverização passou a ser uma realidade com o objectivo de melhorar a eficiência das aplicações. Esta empresa utiliza pistolas HVLP para aplicar lacas e velaturas em cadeiras e bancos em três das suas fábricas. A empresa utiliza o sistema HVLP para aplicar lacas, vedantes e velaturas. INVESTIMENTO • Compra e instalação: 70 a 100 contos por pistola. REDUÇÃO DE CUSTOS COM MATÉRIAS PRIMAS • A empresa prevê economizar cerca de 24 000 contos/ano no consumo de matérias primas. PRINCIPAIS BENEFÍCIOS • Redução de 13 a 15% do consumo de matérias primas; • Aumento da eficiência e aperfeiçoamento da qualidade do produto final sem comprometer os volumes de produção. Novembro 2000 112 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ESTUDO DE CASO 2 2 de 2 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS CONVENCIONAIS DE PULVERIZAÇÃO POR PISTOLAS HVLP PERÍODO MÉDIO DE RETORNO DO INVESTIMENTO • 3,5 meses. FONTES • U.S. Environmental Protection Agency (EPA), Office of Compliance – Profile of the Wood Furniture and Fixtures Industry – EUA, Setembro de 1995. • Lauranne J. Bailey, David S. Liebl, Eugene M. Wengert, University of Wisconsin-Extension Solid and Hazardous Waste Education Centre (SHWEC) – Wood Products Value-Added Manufacturing and Finishing: Efficiency, Waste Reduction and Regulations – 2ª Edição, EUA, Maio de 1998. Novembro 2000 113 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.3 ESTUDO DE CASO 3: SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIR-ASSISTED AIRLESS POR PISTOLAS HVLP ESTUDO DE CASO 3 1 de 2 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIR-ASSISTED AIRLESS POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO HVLP PAÍS • Estados Unidos da América. SECTOR DE ACTIVIDADE • Fabricação de Mobiliário de Madeira (estantes para televisores). TECNOLOGIA SUBSTITUIDA Pistolas de pulverização do tipo Air-Assisted Airless com ar a uma pressão de 3,8 bar que eram utilizadas na pintura de estantes para televisores mas que, neste caso concreto, originavam um considerável desperdício de tinta. TECNOLOGIA ADOPTADA Pistolas de pulverização HVLP. Com o objectivo de diminuir a quantidade de resíduos resultante da utilização das pistolas Air-Assisted Airless a empresa resolveu avaliar o sucesso dos sistemas HVLP de alto volume e baixa pressão. A empresa testou quatro tipos de pistolas na aplicação de velaturas e de tinta preta de base aquosa e o equipamento fornecido por um dos fabricantes permitiu obter uma camada de revestimento muito mais consistente. INVESTIMENTO • Custo do projecto: 4 200 contos. REDUÇÃO DO CONSUMO DE MATÉRIAS PRIMAS • Redução do consumo de velaturas: 35 a 65% (dependendo do tipo de velatura); • Redução do consumo de tinta preta de base aquosa: 53%. Novembro 2000 114 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ESTUDO DE CASO 3 2 de 2 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIR- ASSISTED AIRLESS POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO HVLP REDUÇÃO DE CUSTOS • A empresa prevê reduzir os custos em cerca de 27 200 contos/ano; • A redução de custos associada à diminuição do desperdício de tinta não foi quantificado mas o quantitativo de resíduos provenientes das operações de limpeza diminuiu consideravelmente. PERÍODO DE RETORNO DO INVESTIMENTO • 2 meses. FONTES • U.S. Environmental Protection Agency (EPA), Office of Compliance – Profile of the Wood Furniture and Fixtures Industry – EUA, Setembro de 1995. • PPRC (Pacific Northwest Pollution Prevention Resource Center) – Wood Furniture Manufacturing Compliance and Pollution Prevention Workbook – EUA, 1998. Novembro 2000 115 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.4 ESTUDO DE CASO 4: SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS CONVENCIONAIS DE PULVERIZAÇÃO POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIRLESS ELECTROESTÁTICAS ESTUDO DE CASO 4 1 de 2 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS CONVENCIONAIS DE PULVERIZAÇÃO POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIRLESS ELECTROESTÁTICAS PAÍS • Estados Unidos da América. SECTOR DE ACTIVIDADE • Fabricação de Mobiliário de Madeira. TECNOLOGIA SUBSTITUIDA Pistolas convencionais de pulverização. Em resultado da baixa eficiência de transferência (20%) dos sistemas convencionais, verificou-se que o desperdício ocorrido na linha de acabamentos de cadeiras era de 80%. TECNOLOGIA ADOPTADA Pistolas de pulverização Airless electroestáticas de utilização manual num total de cinco unidades. Com a nova tecnologia, a empresa pretendia reduzir o desperdício de fluido utilizado nos revestimentos. As paredes da cabine encontram-se ligadas à terra para permitir a atracção electrostática do excesso de revestimento impedindo que haja uma acumulação excessiva de sujidade na área circundante. INVESTIMENTO • Não foi mencionado. REDUÇÃO DO CONSUMO DE MATÉRIAS PRIMAS • 30-40%. As maiores poupanças ocorreram na linha de aplicação de velaturas, onde as perdas por escorrimento ocorridas durante a secagem eram consideravelmente inferiores, devido à natureza electroestática do novo processo. Para compensar as perdas eram aplicadas por imersão cerca de 340 g de velaturas por cadeira. A nova tecnologia requer, para a mesma situação, apenas 85 g. Novembro 2000 116 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ESTUDO DE CASO 4 2 de 2 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS CONVENCIONAIS DE PULVERIZAÇÃO POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIRLESS ELECTROESTÁTICAS PERÍODO DE RETORNO DO INVESTIMENTO • 1 ano. PRINCIPAIS BENEFÍCIOS • Aumento da eficiência; • Redução dos resíduos de velaturas por escorrimento; • Substituição da limpeza diária pela limpeza semanal da cabine com cortina de água. OBSTÁCULOS • Humidade; • Alto preço dos fluidos de revestimento. ANO DE IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA TECNOLOGIA • 1979 FONTE • PPRC (Pacific Northwest Pollution Prevention Resource Center) – Wood Furniture Manufacturing Compliance and Pollution Prevention Workbook – EUA, 1998. Novembro 2000 117 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.5 ESTUDO DE CASO 5: SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS CONVENCIONAIS DE PULVERIZAÇÃO POR PISTOLAS ELECTROESTÁTICAS AUTOMATIZADAS ESTUDO DE CASO 5 1 de 1 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS CONVENCIONAIS DE PULVERIZAÇÃO POR PISTOLAS ELECTROESTÁTICAS AUTOMATIZADAS PAÍS • Estados Unidos da América. SECTOR DE ACTIVIDADE • Carpintaria (fabricante de molduras). TECNOLOGIA SUBSTITUIDA Pistolas convencionais de pulverização para aplicação de revestimentos de base aquosa. TECNOLOGIA ADOPTADA Pistolas de pulverização electroestáticas automatizadas para aplicação de revestimentos de base aquosa em molduras. O novo sistema inclui uma linha transportadora, uma cortina de luz fotosensível que fornece as dimensões da peça às pistolas de pulverização, pistolas de pulverização para adicionar água de modo a aumentar a humidade das peças de madeira e melhorar a sua condutividade, um forno de infravermelhos e o sistema electrostático propriamente dito. INVESTIMENTO • Não foi mencionado. • Eficiência de transferência aumentou 30-35%; • Diminuição de desperdícios de matéria prima. PRINCIPAIS BENEFÍCIOS ANO DE IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA TECNOLOGIA • 1979 • Lauranne J. Bailey, David S. Liebl, Eugene M. Wengert, University of FONTE Wisconsin-Extension Solid and Hazardous Waste Education Centre (SHWEC) – Wood Products Value-Added Manufacturing and Finishing: Efficiency, Waste Reduction and Regulations – 2ª Edição, EUA, Maio de 1998. Novembro 2000 118 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.6 ESTUDO DE CASO 6: SISTEMA AUTOMÁTICO DE PINTURA COM ROLOS ESTUDO DE CASO 6 1 de 1 SISTEMA AUTOMÁTICO DE PINTURA COM ROLOS PAÍS • Estados Unidos da América. SECTOR DE ACTIVIDADE • Não foi mencionado. TECNOLOGIA ADOPTADA • Sistema automático de pintura com rolos. Para aumentar a produtividade e manter a qualidade do produto final, esta empresa optou pela pintura automatizada com rolos das peças rigorosamente planas bem como pela utilização de uma tinta com alto teor em sólidos. PRINCIPAIS BENEFÍCIOS • Redução de 30-50% de produtos rejeitados; • Diminuição do consumo de tinta devido à elevada eficiência de transferência e à utilização de uma tinta com alto teor em sólidos. ANO DE IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA TECNOLOGIA • 1985 FONTE • Lauranne J. Bailey, David S. Liebl, Eugene M. Wengert, University of Wisconsin-Extension Solid and Hazardous Waste Education Centre (SHWEC) – Wood Products Value-Added Manufacturing and Finishing: Efficiency, Waste Reduction and Regulations – 2ª Edição, EUA, Maio de 1998. Novembro 2000 119 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.7 ESTUDO DE CASO 7: FORMAÇÃO DOS OPERADORES DE PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO ESTUDO DE CASO 7 1 de 2 FORMAÇÃO DOS OPERADORES DE PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO PAÍS • Estados Unidos da América. SECTOR DE ACTIVIDADE • Fabricação de Mobiliário de Madeira (Mobiliário para quartos e para salas de jantar). MEDIDA ADOPTADA Formação dos operadores de pistolas de pulverização. A empresa possui um programa de formação para operadores de pistolas de pulverização que utiliza a gravação em vídeo como ferramenta para o aperfeiçoamento das técnicas de manuseamento das pistolas. O programa é constituido basicamente por três fases: 1. Filmagem dos operadores durante o desempenho das suas actividades normais; 2. Os operadores em grupos de três, juntamente com os seus supervisores e pessoal técnico, observam o conteúdo das gravações durante uma hora com a intenção de identificar e melhorar as situações menos correctas; 3. Os operadores são novamente filmados podendo posteriormente comparar o desempenho de ambas as situações com o objectivo de identificar e melhorar as práticas menos correctas. A acção de formação é levada a cabo duas vezes por ano e os fornecedores do equipamento providenciam a assistência técnica. REDUÇÃO DO CONSUMO DE MATÉRIAS PRIMAS • 8-10% de fluidos de revestimento. Novembro 2000 120 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ESTUDO DE CASO 7 2 de 2 FORMAÇÃO DOS OPERADORES DE PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO REDUÇÃO DE CUSTOS • Como resultado da diminuição do consumo de matérias primas, a empresa prevê ecomizar anualmente entre 9 900 a 13 900 contos. FONTE • Lauranne J. Bailey, David S. Liebl, Eugene M. Wengert, University of Wisconsin-Extension Solid and Hazardous Waste Education Centre (SHWEC) – Wood Products Value-Added Manufacturing and Finishing: Efficiency, Waste Reduction and Regulations – 2ª Edição, EUA, Maio de 1998. Novembro 2000 121 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.8 ESTUDO DE CASO 8: SECAGEM E ARMAZENAMENTO DA MADEIRA IMPREGNADA EM ÁREA COBERTA ESTUDO DE CASO 8 1 de 2 SECAGEM E ARMAZENAMENTO DA MADEIRA IMPREGNADA EM ÁREA COBERTA PAÍS • Estados Unidos da América. SECTOR DE ACTIVIDADE • Impregnação de Madeiras. NÚMERO DE TRABALHADORES • 20 CENÁRIO ORIGINAL A empresa preservava a madeira com uma solução aquosa de sais de crómio, cobre e arsénio (CCA). Os resíduos perigosos resultavam do contacto do agente preservador com poeiras, aparas de madeira, areias e outras partículas de sujidade, devido ao reduzido tempo de secagem no interior do sistema de impregnação que não permitia o escorrimento adequado. MEDIDA ADOPTADA A intenção de aplicar os CCA de modo a minimizar as suas perdas, tornou-se uma realidade quando ficou decidido que a madeira deveria permanecer no interior do sistema de tratamento o tempo suficiente de modo a assegurar o escorrimento adequado. A utilização de uma bomba de vácuo reforçava a sua secagem. Desta forma, a solução de sais metálicos permanece no sistema de tratamento e reduz-se o contacto com a área circundante. Para incentivar os trabalhadores a cumprirem o tempo de secagem, a empresa adoptou o sistema de remuneração à hora em substituição da remuneração em função da quantidade de madeira tratada. Após o tratamento, a madeira passou a ser armazenada numa área coberta para prevenir a lixiviação pelas águas das chuvas. Novembro 2000 122 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ESTUDO DE CASO 8 2 de 2 SECAGEM E ARMAZENAMENTO DA MADEIRA IMPREGNADA EM ÁREA COBERTA INVESTIMENTO • Não foi mencionado. REDUÇÃO DE CUSTOS • Redução de custos de deposição: 410 contos em dois anos (de 1987 a 1989 houve um redução de 80% no quantitativo de resíduos perigosos). • Redução de custos de transporte: não foi mencionado. Embora os tempos de secagem sejam maiores, a madeira tratada pesa menos o que tornou possível o transporte de maior número de peças tratadas em cada camião. PERÍODO DE RETORNO DO INVESTIMENTO • A empresa prevê que o custo da bomba de vácuo, do tecto da área de armazenamento da madeira preservada e do aumento do tempo de secagem seja amortizado em 5 anos com a redução de custos de deposição. ANO DE IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA TECNOLOGIA • 1987 FONTE • U.S. Environmental Protection Agency (EPA), Office of Compliance – Profile of the Lumber and Wood Products Industry – EUA, Setembro de 1995. Novembro 2000 123 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.9 ESTUDO DE CASO 9: DESTILADOR PARA RECUPERAÇÃO DE SOLVENTES ORGÂNICOS DE LIMPEZA ESTUDO DE CASO 9 1 de 1 DESTILADOR PARA RECUPERAÇÃO DE SOLVENTES ORGÂNICOS DE LIMPEZA PAÍS • Portugal SECTOR DE ACTIVIDADE • Fabricação de Mobiliário de Madeira. TECNOLOGIA ADOPTADA • Destilador para recuperação da acetona. CAPACIDADE INSTALADA • 660 litros/mês. INVESTIMENTO • 2 000 contos. CUSTOS DE OPERAÇÃO • 850$00/hora. PERÍODO DE RETORNO DO INVESTIMENTO • 5 anos. ANO DE AQUISIÇÃO • 1996 REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE RESÍDUOS • 440 litros de solvente usado/mês. FONTE • Empresa portuguesa em actividade em Portugal. Novembro 2000 124 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.10 ESTUDO DE CASO 10: CORTE OPTIMIZADO DE RIPAS ESTUDO DE CASO 10 1 de 1 CORTE OPTIMIZADO DE RIPAS PAÍS • Portugal SECTOR DE ACTIVIDADE • Fabricação de Mobiliário de Madeira. TECNOLOGIA ADOPTADA Equipamento de corte optimizado de ripas. CAPACIDADE INSTALADA • 900 metros lineares/hora. INVESTIMENTO • 25 000 contos. CUSTOS DE OPERAÇÃO • 3 500$00/hora. PERÍODO DE RETORNO DO INVESTIMENTO • 5 anos. REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE RESÍDUOS • Não foi mencionado. ANO DE AQUISIÇÃO • 1999 FONTE • Empresa portuguesa em actividade em Portugal. Novembro 2000 125 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.11 ESTUDO DE CASO 11: APLICAÇÃO AUTOMÁTICA DE VERNIZ E COR COM ROLOS ESTUDO DE CASO 11 1 de 1 APLICAÇÃO AUTOMÁTICA DE VERNIZ E COR COM ROLOS PAÍS • Portugal SECTOR DE ACTIVIDADE • Fabricação de Mobiliário de Madeira. TECNOLOGIA ADOPTADA • Equipamento para aplicação automatizada de verniz e cor com rolos. CAPACIDADE INSTALADA • 2 200 m /hora. INVESTIMENTO • 50 000 contos. CUSTOS DE OPERAÇÃO • 3 500$00/hora. PERÍODO DE RETORNO DO INVESTIMENTO • 5 anos. REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE RESÍDUOS • Devido à elevada taxa de eficiência de transferência, os fluidos de revestimento são consumidos quase na totalidade. ANO DE AQUISIÇÃO • 1993 FONTE • Empresa portuguesa em actividade em Portugal. Novembro 2000 126 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.12 ESTUDO DE CASO 12: FINGER JOINTING ESTUDO DE CASO 12 1 de 1 FINGER JOINTING PAÍS • Portugal SECTOR DE ACTIVIDADE • Fabricação de Mobiliário de Madeira. TECNOLOGIA ADOPTADA • Equipamento para Finger Jointing. CAPACIDADE INSTALADA • 3 100 m /mês. INVESTIMENTO • 30 000 contos. CUSTOS DE OPERAÇÃO • 1 000$00/hora. PERÍODO DE RETORNO DO INVESTIMENTO • 5 anos. REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE RESÍDUOS DE MADEIRA • 3 100 m /mês. ANO DE AQUISIÇÃO • 1999 FONTE • Empresa portuguesa em actividade em Portugal. Novembro 2000 127 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.13 ESTUDO DE CASO 13: REDUÇÃO DA MALHA DO PENEIRO DE REJEIÇÃO DE FINOS DA ESTILHA ESTUDO DE CASO 13 1 de 1 REDUÇÃO DA MALHA DO PENEIRO DE REJEIÇÃO DE FINOS DA ESTILHA PAÍS • Portugal SECTOR DE ACTIVIDADE • Fabricação Painéis de Fibras e de Partículas de Madeira. TECNOLOGIA ADOPTADA • Peneiro de rejeição de finos da estilha com menor abertura da malha. CAPACIDADE INSTALADA • 2 ton/hora. INVESTIMENTO • 8 500 contos. REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE RESÍDUOS DE MADEIRA • 30 ton/dia. PERÍODO DE RETORNO DO INVESTIMENTO • 3 meses. ANO DE AQUISIÇÃO • 1999 FONTE • Empresa portuguesa em actividade em Portugal. Novembro 2000 128 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário 8.14 ESTUDO DE CASO 14: SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO CONVENCIONAIS POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIR-ASSISTED AIRLESS ESTUDO DE CASO 14 1 de 2 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO CONVENCIONAIS POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIRASSISTED AIRLESS PAÍS • Estados Unidos da América. SECTOR DE ACTIVIDADE • Carpintaria NÚMERO DE TRABALHADORES • 35 TECNOLOGIA SUBSTITUIDA Pistolas convencionais de pulverização com ar comprimido. O alto débito de ar provocava a secagem das gotas de tinta antes de atingirem a superfície da peça de madeira e aumentava o refluxo e a quantidade de desperdícios. A eficiência de transferência verificada era de 25-30%. TECNOLOGIA ADOPTADA Pistolas de pulverização Air-assisted airless. Combinam a pressão do ar e a pressão do fluido de revestimento por forma a fragmentar o fluido em gotas muito pequenas com uma eficiência superior. Possuem uma eficiência de transferência de 50-60%. INVESTIMENTO • 665 contos (inclui uma pistola, uma bomba de 208 litros com agitador e cobertura). REDUÇÃO DE CUSTOS COM MATÉRIAS PRIMAS • Redução de custos com matérias primas: são inferiores devido à maior eficiência de transferência mas não foram quantificado; REDUÇÃO DE CUSTOS DE DEPOSIÇÃO • Os custos de deposição são semelhantes aos verificados no cenário original mas não foi mencionado o quantitativo. Novembro 2000 129 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ESTUDO DE CASO 14 2 de 2 SUBSTITUIÇÃO DAS PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO CONVENCIONAIS POR PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIRASSISTED AIRLESS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS • Redução de desperdícios; • Redução de custos com matérias primas; • O acabamento é de qualidade semelhante ou superior ao do sistema convencional; • Volumes de produção superiores devido à alta eficiência de transferência e ao maior débito de fluido. OBSTÁCULOS • Componentes mecânicos em maior número requerem mais manutenção; • Treino dos operadores; • A tecnologia Air-assisted airless não é compatível com alguns revestimentos com alto teor em sólidos; • Investimento inicial superior. DATA DE IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA TECNOLOGIA • 1996 RAZÕES QUE LEVARAM À IMPLEMENTAÇÃO DA NOVA TECNOLOGIA • Redução de custos com matérias primas; • Necessidade de equipamento com melhores características para satisfazer as exigências do mercado. CHAVE PARA O SUCESSO COM A ADOPÇÃO DA NOVA TECNOLOGIA • Informação recolhida de jornais e de fornecedores de equipamento; • Treino dos operadores. A perícia e a habilidade dos operadores são factores extremamente importantes quando se pretende que a eficiência das operações de acabamento por pulverização seja alta. FONTE • Colorado Pollution Prevention Forum (http://www.sni.net/light/p3/index.html). Novembro 2000 130 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário BIBLIOGRAFIA 1. U.S. Environmental Protection Agency (EPA), Office of Compliance – Profile of the Wood Furniture and Fixtures Industry – EUA, Setembro de 1995. 2. U.S. Environmental Protection Agency (EPA), Office of Compliance – Profile of the Lumber and Wood Products Industry – EUA, Setembro de 1995. 3. PPRC (Pacific Northwest Pollution Prevention Resource Center) – Wood Furniture Manufacturing Compliance and Pollution Prevention Workbook – EUA, 1998. 4. UNEP (United Nations Environment Programme) – Environment Aspects of Industrial Wood Preservation: a Technical Guide – 1ª Edição, 1994. 5. Lauranne J. Bailey, David S. Liebl, Eugene M. Wengert, University of WisconsinExtension Solid and Hazardous Waste Education Centre (SHWEC) – Wood Products Value-Added Manufacturing and Finishing: Efficiency, Waste Reduction and Regulations – 2ª Edição, EUA, Maio de 1998. 6. F. Rolin, Engenharia e Consultoria Industrial, S.A., Associação Industrial do Minho (A.I.M.) – Estudo sobre a aplicabilidade das novas tecnologias de prensagem de peças curvas por alta frequência à Indústria do Mobiliário – Portugal, Setembro de 1992. 7. Vitaliano Costa – Manual de sistemas e técnicas de aplicação de revestimentos – Portugal, Agosto de 1999. 8. Laboratório Nacional de Engenharia Civil – Terminologia das Madeiras – Série B Seccão 1, Lisboa, 1955. 9. Documentação anexa ao Contrato de Adaptação Ambiental. Novembro 2000 131 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ANEXO I LISTAGEM DE FABRICANTES/VENDEDORES DE TECNOLOGIAS DE PREVENÇÃO DE RESÍDUOS (Esta listagem não corresponde necessariamente à totalidade dos fabricantes ou representantes de equipamento em Portugal) Novembro 2000 132 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário SECADORES COM CONTROLO COMPUTORIZADO MÜHLBÖCK TIMBER-DRYING KILNS SILVINO LINDO-INDÚSTRIA DE SECADORES DE A-4906 Eberschwang 45 MADEIRA LDA Tel. 0043 7753 2296-0 Rua Granja - Gandra 4580 PAREDES Fax 0043 7753 3302 Tel.: 22 415 77 50 Email: [email protected] Fax: 22 415 77 59 Internet: http://www.muehlboeck.co.at Email: [email protected] FINGER JOINTING GREENWELD NORTH AMERICA CO. GRECON DIMTER 5700 SW Reservoir Avenue Hannoversche Strasse 58 Corvallis, Oregon 97333 D-31061 Alfeld-Hannover Tel. 541 758 1023 Tel.: 05181/939-0 Fax 541 754 6134 Fax: 05181/939-225 Email: [email protected] Email: [email protected] Internet: http://www.greenweld.com Email:[email protected] Internet: http://www.grecon-dimter.de/ SPANEVELLO HOLYTEK INDUSTRIAL CORP. Via Vegri 51 9F-1, 36010 Zanè , Vicenza, Italy Taichung, Taiwan Tel. 039 0445 314989 – 314951 P.O. 35-96, TAIWAN, ROC Fax. 039 0445 314958 – 314039 Tel.: 04 245281 (Rep) Email: [email protected] Fax: 886 4 2436928 Email: [email protected] Email: [email protected] Internet: http://www.spanevello.com Internet: http://www.holytek.com.tw PRENSA DE BRIQUETES CORTE FINO A. COSTA GROUP WINTERSTEIGER GmbH Via Monte Pasubio 150 – 36010 Dimmelstraβe 9 Zanè (Vicenza) Italy A-4910 Ried/Innkreis Tel. 0039 0445 804200 Tel.: +43 7752 9190 Fax 0039 0445 804290 Fax: +43 7752 91958 Email: [email protected] Email: [email protected] Email: [email protected] Internet: http://www.wintersteiger.co.at No. 400, Sec.1, Chang Ping RD., Internet: http://www.a.costagroup.com Novembro 2000 133 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO DE BAIXA PRESSÃO (HVLP) VITALIANO COSTA PAINT & LACQUER COMPANY Aceiro das Boiças 3 701 S. Santa Fe Drive Quinta da Torre Englewood, CO 80110 Cabanas Tel. (303) 761-0743 2950-635 PALMELA Tel.: 21 288 80 50 Fax: 21 288 80 59 Email: [email protected] SISTEMAS DE PULVERIZAÇÃO ELECTROESTÁTICOS ITW RANSBURG ELECTROSTATIC SYSTEMS VITALIANO COSTA (representada pela empresa UNISIDA) Aceiro das Boiças An Illinois ToolWorks company Quinta da Torre 320 Phillips Avenue Cabanas Toledo, Ohio 43612 2950-635 PALMELA Tel. 419/470-2000 Tel. 21 288 80 50/8 Fax 419/470-2270 Fax 21 288 80 59 Internet: http://www.itwransburg.com/ Email: [email protected] NORDSON CANADA, LIMITED UNISIDA GALVANOTÉCNICA LDA. Rua Cidade de Tomar Tel. 21 758 76 50 / 21 758 76 53 Fax 21 758 76 50 1211 Denison Street Marhham, Ontário, L3R 4B3 Tel. (905) 475-6730 Fax (905) 475-8821 Email: [email protected] Internet: http://www.nordson.ca SISTEMA DE PULVERIZAÇÃO UNICARB UNION CARBIDE CORPORATION 39 Old Ridgebury Road Danbury, Conn. 06817-0001 Tel. (304) 747-3223 / (304) 747-3526 Fax (304) 747-3064 Email: homepage da empresa Internet: http://www.unioncarbide.com Novembro 2000 134 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário FILTROS METÁLICOS ANDREAE FILTERS, INC. ABB FLEXIBLE AUTOMATION INC. PO Box 2538 Ardmore, Oklahoma 73402-2538 Paint Automation Group Tel.: 1.800.891.9785 1250 Brown Rd. Fax: 580.226.8189 Auburn Hills MI 48326 Email: [email protected] Tel.: 248-391-9000 Email: [email protected] Fax: 248-391-7390 Internet: http://www.andreaefilters.com/ Email: [email protected] Internet: http://www.abb.com/us AIR TECHNOLOGIES, INC. th MPF Engineered Filter Products 205 W. 17 St. 845 Main Street East, Unit 5 Ottawa KS 66067 Milton ON CANADA L9T 3Z3 Tel.: 800-624-8739 Tel.: 905/876-1113 Fax: 785-242-8700 Email: [email protected] APLICAÇÃO AUTOMATIZADA DE REVESTIMENTOS COM ROLOS ROBERT BÜRKLE GmbH SECAMO-IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO DE MÁQUINAS Stuttgarter Straβe 123 LDA D-72250 Freudenstadt Rua Bernardim Ribeiro 120-F West Germany 4465-040 SÃO MAMEDE DE INFESTA Tel.: 0049 07441 580 Tel.: 22 953 33 91 Fax: 0049 07441 7831 Email: [email protected] Internet: http://www.buerkle-gmbh.de DESTILADORES PARA RECUPERAÇÃO DE SOLVENTES ORGÂNICOS VITALIANO COSTA CB MILLS Acero das Boiças 1300 Northwestern Ave. Quinta da Torre Gurnee, IL 60031-2348 Cabanas Tel. (847) 662-4000 2950-635 PALMELA Fax (847) 662 4003 Tel. 21 288 80 50 Email: [email protected] Fax 21 288 80 59 Internet: http://www.cbmills.com Email: [email protected] Novembro 2000 135 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário DESENROLAMENTO COM CENTRALIZAÇÃO TINTAS E LACAS DE ORIGEM OPTIMIZADA DOS TOROS VEGETAL E MINERAL LMI MEASUREMENT & CONTROL AURO NATURAL PAINTS LMI Wood Products Division AURO Pflanzenchemie AG 205 – 7088 Venture St. Alte Frankfurter Straβe 211 38122 Delta, B.C. V3S 8B4 Braunschweig Tel. +1-604-940 0141 P.O. Box 1238 Fax: +1-604-940 0793 D-38002 Braunschweig E-mail: [email protected] Tel. 0531 2 81 41 0 Internet: http://www.lmint.com Fax. 0531 2 81 41 61 Email: [email protected] Internet: http://www.auro.de CORTE OPTIMIZADO PAUL MASCHINENFABRIK GMBH & CO. (representada MARJOS LDA. – EQUIPAMENTOS pela empresa MARJOS, LDA.) INDUSTRIAIS Bahnhofstrasse 4, D-88525 Duermentingen Estrada da Circunvalação 14069 Tel. 049 7371 5000 4100 PORTO Fax 049 7371 6146 Tel. 22 619 94 50 Email: [email protected] Fax 22 610 40 57 Internet: http://www.paul-d.com FÁBRICA DE MAQUINAS JOCAR, LDA. S. Bernardo - Apartado 6 3 800 AVEIRO Tel.: 234 340 440 Fax: 234 341 747 Email: [email protected] Internet: http://www.jocar-lda.com/ COLAS DE LENHINA CRIVAGEM DA ESTILHA WESTVACO BEZNER MASCHINEN GmbH Chemical Division Polychemicals Department Holbeinstrasse 32 P.O. Box 70848 D-88212 Ranensburg Charleston Heights, SC 29415 0848 Tel. 049(0) 751 3705-0 Tel. 843 740 2243 Fax 049(0) 751 3705-190 Fax 843 740 2147 Email: [email protected] Email: [email protected] Internet: http://www.westvaco.com Novembro 2000 136 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO DE ALTA PRESSÃO (AIRLESS) VITALIANO COSTA NORDSON CANADA, LIMITED Aceiro das Boiças 1211 Denison Street Quinta da Torre Marhham, Ontário, L3R 4B3 Cabanas Tel. (905) 475-6730 2950-635 PALMELA Fax (905) 475-8821 Tel. 21 288 80 50/8 Email: [email protected] Fax 21 288 80 59 Internet: http://www.nordson.ca Email: [email protected] PISTOLAS DE PULVERIZAÇÃO AIR-ASSISTED AIRLESS FLUID AIR SYSTEMS NORDSON CANADA, LIMITED 3020 North Highway 85 1211 Denison Street Castlerock, CO 80104 Marhham, Ontário, L3R 4B3 Tel.: (303) 814-0208 Tel. (905) 475-6730 Fax (905) 475-8821 Email: [email protected] Internet: http://www.nordson.ca FLOWCOAT POLZER MASCHINEN & ANLAGEN GMBH Rehbergkuppe & Gewerbegebiet Rehberg D-35745 MERBORN Tel.: +2772/94940 Fax: +02772/9494-11 Novembro 2000 137 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário LISTA GERAL DE ENTIDADES, INSTITUIÇÕES E ASSOCIAÇÕES NACIONAIS E SECTORIAIS Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território http://ambiente.gov.pt Direcção Geral do Ambiente http://www.dga.min-amb.pt Instituto dos Resíduos http://www.inresiduos.pt Direcção Geral da Indústria http://www.dgi.min-economia.pt POE – Programa Operacional da Economia http://www.poe.min-economia.pt INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial http://www.ineti.pt Associação Industrial Portuguesa http://www.aip.pt Associação de Empresários de Portugal http://www.aeportugal.pt Confederação da Indústria Portuguesa Avenida 5 de Outubro 35, 1º 1 069 – 193 LISBOA Tel. 21 316 47 00 Centro Tecnológico das Indústrias de Madeira e Mobiliário (CTIMM) Santa Marta 4 580 – 493 LORDELO Tel. 255 873 402 Novembro 2000 138 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP) http://www.aimmp.pt/ Associação Industrial da Região de Viseu (AIRV) Parque Industrial de Coimbrões – Ed. Expobeiras 3 500 VISEU Tel.: 232 470 290 Fax: 232 470 299 Email: [email protected] Associação Comercial e Industrial do Concelho de Paredes Rua Dr José M Moreira 13 4 580-135 PAREDES Tel.: 255 777 374 Fax: 255 777 023 Associação Industrial do Minho Avenida Dr Francisco Pires Gonçalves 45 – Apartado 99 4 710-911 BRAGA Tel.: 253 202 500 Fax: 253 276 601 / 253 613 383 Email: [email protected] Novembro 2000 139 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário ANEXO II LISTAGEM DAS EMPRESAS QUE PREENCHERAM O QUESTIONÁRIO Novembro 2000 140 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário • A. MAGALHÃES NOGUEIRA, LDA. • ALBERTO GASPAR – IND. C. MADEIRAS, S.A. • ANTÓNIO CONCEIÇÃO MÓRA BARRADAS • ANTÓNIO CARDOSO NUNES DA SILVA • ANTÓNIO FERNANDES DA SILVA FERREIRA • AURÉLIO LIMA VIEIRA & FILHOS, LDA. • BARQUINHA & OLIVEIRA, LDA. • CARPINTARIA BOTELHOS, LDA. • CASCA – SOCIEDADE DE REVESTIMENTOS, S.A. • CERNE - INDÚSTRIA DE MOBILIÁRIO, S.A. • COBIN – CONSTRUÇÃO DE BOBINES • COMOVAR – DESIGN DE COZINHAS; LDA. • DIOGO & SOBRINHOS, LDA. • GNEISSE – INDÚSTRIA DE COZINHAS, LDA. • INOVAÇÃO MÓVEIS – INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS, LDA. • INSERMAD – INDÚSTRIA DE SERRAÇÃO DE MADEIRAS, LDA. • JOAQUIM FERNANDES COELHO ALVES • JOSÉ DIAS, LDA. • LUÍS MARTINS CATARINO E FILHOS, LDA. • M. CARDOSO CORREIA & FILHOS, LDA. • MADIBÉRIA – TRANSFORMAÇÃO E COMÉRCIO DE MADEIRAS, LDA. • MANUEL DA SILVA SALA & FILHOS, LDA. • MANUEL DE CASTRO PEREIRA, LDA. • MANUEL CASIMIRO SOUSA COSTELHA • MANUEL GOMES PEREIRA & FILHOS, LDA. • MENESES MIRANDA, LDA. • MÁRIO NUNES DA FONSECA & FILHOS, LDA. • MOBISOUSA – CARPINTARIA MECÂNICA, LDA. • MOVIFAG – CARPINTARIA; LDA. • REVIMA – MADEIRAS E DERIVADOS, S.A. • SERAFIM BARROS BRANDÃO • SERRAÇÃO BAIRRISTA, LDA. • SIAF – SOCIEDADE DE INICIATIVA E APROVEITAMENTOS FLORESTAIS, S.A. • SILVA, MOREIRAS & Cª LDA. • SITACO- SOCIEDADE INDUSTRIAL DE TACOS DE CORUCHE, LDA. • SOCIEDADE DE MADEIRAS DO VOUGA, LDA. • SOPREM – SUL, COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE MADEIRAS, LDA. Novembro 2000 141 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário FEIRAS E EXPOSIÇÕES Não se pretende apresentar uma listagem exaustiva das feiras e exposições de equipamento para trabalhar a madeira, que se realizam nos diversos países. Para isso, poder-se-á consultar o seguinte site da Internet: http://www.expobase.com. O referido site contém uma base da dados com informação pormenorizada sobre aproximadamete 17 000 feiras e exposições, respeitantes aos vários sectores industriais, que se realizam por todo o mundo. • LIGNA PLUS HANNOVER (Hanover, Alemanha) Representante das Feiras de Hannover em Portugal: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã Av. Da Liberdade, 38 – 2º 1 250 LISBOA Tel.: 21 321 12 19 Fax. 21 346 71 50 Email: [email protected] Internet: http://presse.messe.de Internet: http://www.ligna99.de • EXPONOR-FIMAP (Porto, Portugal) • Ferrália (Porto, Portugal) • FIMMA (Valência,Espanha) • MADERALIA (Valência, Espanha) • HOLZ-HANDWERK (Nuremberga, Alemanha) Novembro 2000 142 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário WEBSITES United States Environmental Protection Agency (EPA) http://www.epa.gov/ Colorado Pollution Prevention Forum http://www.sni.net/light/p3/abtp2frm.htm Pacific Northwest Pollution Prevention Resource Center (PPRC) http://www.pprc.org/ Ozarks Regional Information Online Network, Inc. (ORION) http://www.orion.org/ Enviro$en$e http://es.epa.gov/ Joint Service Pollution Prevention Technical Library http://enviro.nfesc.navy.mil/p2library/ American Export Register http://www.aernet.com Expobase – Exhibition and trade show database http://www.expobase.com Novembro 2000 143 PNAPRI Guia Técnico Sectorial – Indústria da Madeira e do Mobiliário NOTA A classificação CER usada neste trabalho, é a actualmente em vigor, que foi adoptada pela Legislação Portuguesa através da Portaria 818/97 de 5 de Setembro, por transposição da Decisão 94/3/CE do Comissão da Comunidade Europeia de 20 de Dezembro de 1993. Convém notar que, a nível da Comunidade Europeia, esta Decisão está a ser alvo de revisão, prevendo-se a entrada em vigor da nova Decisão em final de 2001. É ainda de notar que existem vários diplomas que concedem benefícios fiscais, de que se destacam, para as empresas que realizem despesas em I&D (Decreto-Lei 292/97 de 22 de Outubro), e para as que invistam em equipamentos destinados a reduzir as suas emissões poluentes, tanto gasosas como líquidas ou sólidas (Decreto-Lei 477/99 de 9 de Novembro, rectificado através da Declaração de Rectificação 4-B/2000 de 31 de Janeiro, e regulamentado através do Despacho2531/2000de 1 de Fevereiro e pela Portaria 271-A/2000 de 18 de Maio). Novembro 2000 144 PNAPRI