o jornal-poste “agulhada é um projeto editorial
do pré-coletivo CMI-Presidente Prudente.
Nova morte de trabalhador nos canaviais paulistas
João Augusto deixou esposa e filhos menores de idade. Residia no distrito de
Conceição de Monte Alegre, município de Paraguaçu Paulista. Sindicato pede
apuração ao MPT sobre morte em canavial.
Mais uma morte é registrada nos canaviais
do Estado de São Paulo. A segunda apenas
este ano no oeste paulista. Desta vez, a
vítima é o trabalhador rural do setor de corte
de cana João Augusto, de 54 anos, que
prestava serviços para a Usina Cocal, de
Paraguaçu Paulista. O fato teria ocorrido na
manhã do último sábado, 11/10, nas
dependências da Fazenda Espínola, no
município de Gardênia. O Sindicato da
categoria já oficializou o Ministério Público do
Trabalho
para
que
apure
as
responsabilidades.
O
Sindicato
dos
Trabalhadores e Empregados Rurais de
Paraguaçu Paulista e Região se manifestou:
houve omissão por parte da empresa e que
poderia ser evitada. A ausência de uma
ambulância no local de trabalho, dotada de
um enfermeiro, para que se preste o
atendimento médico básico e de primeiros
socorros, é item considerado de extrema
importância. O SINDICATO informa que por
várias oportunidades alertou a empresa
sobre a necessidade da assistência médica e
do socorro presente no local de trabalho. Só
que os nossos alertas são desconsiderados
por eles, indigna-se. Lamentamos mais uma
morte ocorrida com um companheiro e já
pedimos ao Ministério Público do Trabalho
que apure as responsabilidades sobre o caso.
É também inadmissível que uma empresa
leve
para
uma
frente
de
serviço
aproximadamente 500 trabalhadores rurais e
não disponibilize uma ambulância, e pior:
tem veículo, mas o mantém quebrado em
oficina. Tal situação tem sido constante
nesta empresa e em outras de nossa região,
comenta o Sindicato.
A tragédia
João Augusto teria se afastado do grupo
de trabalho para poder fazer suas
necessidades fisiológicas. Antes, teria
comunicado
seu
sobrinho,
também
cortador de cana, sobre o motivo de estar
pausando seu trabalho naquele momento.
Passado
aproximadamente
quarenta
minutos e percebendo que o trabalhador
não havia retornado, o sobrinho decidiu
sair à procura. Em um dado momento,
encontrou a vítima caída no chão, com a
pele em tom arroxeado. Foi quando
solicitou por socorro e logo foi atendido
pelo líder de turma e outros trabalhadores
que se dirigiram ao local. Um deles
constatou que João Augusto não possuía
mais pulsação e que estava morto, informa
o sindicalista, conforme os relatos dos
trabalhadores. A vítima foi então retirada
do canavial e quando a empresa
sucroalcooleira foi acionada para liberar o
serviço de ambulância, os rurais foram
informados de que o único veículo para
esta finalidade estava quebrado, na oficina
da
empresa.
Não
restando
outra
alternativa, o cortador de cana foi colocado
pelos seus colegas dentro de um ônibus de
transporte de trabalhadores para ser
levado ao Pronto Socorro da cidade de
Paraguaçu Paulista. No meio do caminho,
apareceu uma perua Kombi da empresa e
João Augusto foi transferido e levado pelo
veículo menor. Apesar dos esforços, o
cortador de cana já teria chegado sem
vida ao PS.
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