DISTÚRBIOS DO SONO NA CRIANÇA NOS AMBULATÓRIOS DE PEDIATRIA GERAL E SUBESPECIALIDADES DO CENTRO DE SAÚDE N° 08 E HOSPITAL MATERNO - INFANTIL DE BRASÍLIA Ana Virginia Lopes de Sousa Orientadora: Dra. Lisliê Capoulade www.paulomargotto.com.br DISTÚRBIOS DO SONO NA CRIANÇA NOS AMBULATÓRIOS DE PEDIATRIA GERAL E SUBESPECIALIDADES DO CENTRO DE SAÚDE N° 08 E HOSPITAL MATERNOINFANTIL DE BRASÍLIA Monografia de conclusão da Residência Médica em Pediatria, apresentada à Secretaria de Estado de Saúde do DF, Hospital Materno-Infantil de Brasília, Unidade de Pediatria, sob orientação da Drª. Lisliê Capoulade Nogueira Arrais de Souza, pneumologista pediátrica. R2 Ana Virginia Lopes de Sousa Brasília, 23/10/2007 INTRODUÇÃO Desordens do sono na prática pediátrica Abrangem 25% a 40% das crianças e adolescentes Questionamentos sobre o sono da criança como screening Higiene do sono METZER, L. J., Psychiatr. Clin. North Am. Philadelphia,v.29,n.4,2006 Ana Virginia Lopes INTRODUÇÃO Arquitetura do sono Funções do sono: Processo ativo e restaurador Consolidação da memória e aprendizado Regulação da respiração Aspectos culturais, familiares e ambientais BORN, J. WAGNER, U. Sleep Medicine Clinics,v.2,2007 Ana Virginia Lopes Atraso do crescimento Metabolismo da glicose TDAH Déficit de memória Desordens do sono Problemas de aprendizado e comportamento Respiração oral Sonolência diurna Disfunções cardíacas ventriculares Cor Pulmonale Ana Virginia Lopes INTRODUÇÃO CLASSIFICAÇÃO Dissonias Parassonias Associadas a desordens neurológicas ou outras condições médicas Outras desordens do sono American Academy Sleep Medicine Ana Virginia Lopes INTRODUÇÃO DISSONIAS Desordens intrínsecas do sono Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono Ronco Primário American Academy Sleep Medicine Incidência 1 - 3% 7 - 9% Ana Virginia Lopes INTRODUÇÃO PARASSONIAS Parassonias Incidência Sonambulismo 1 - 6% Terror noturno 2,9% Sonilóquio 56% Bruxismo 10 – 15% NUNES, M.L. Jornal de Pediatria. v.78, n. 1. 2002. Ana Virginia Lopes OBJETIVOS Geral Identificar pela história clínica, a presença de sintomas/sinais sugestivos de distúrbios respiratórios do sono e parassonias na criança em diferentes especialidades pediátricas. Ana Virginia Lopes OBJETIVOS Específicos Identificar a relação entre ronco e tabagismo domiciliar. Avaliar o perfil da higiene do sono. Revisar a literatura sobre desordens do sono para orientar melhor o pediatra geral. Ana Virginia Lopes PACIENTES E MÉTODOS Tipo de estudo Estudo descritivo, observacional e prospectivo Período de maio a setembro de 2007 Aplicação de questionários aos pais/responsáveis das crianças Ambulatórios: Pediatria Geral do Centro de Saúde n° 08 Pneumopediatria, Gastropediatria e Endocrinopediatria do HMIB Ana Virginia Lopes PACIENTE E MÉTODOS Critérios de inclusão: Idade ≥ a 2 anos e ≤ a 12 anos Ambos os sexos Sem diagnóstico prévio de distúrbio do sono e/ou uso drogas que alterem ciclo sono-vigília Ana Virginia Lopes PACIENTE E MÉTODOS Critérios de exclusão: Pacientes portadores de doenças genéticas, neuromusculares e/ou encefalopatia crônica não progressiva Pacientes com transtornos psiquiátricos Crianças com síndromes craniofaciais Idade < 2 anos e > 12 anos Ana Virginia Lopes PACIENTE E MÉTODOS Delineamento do estudo Protocolo de pesquisa foi explicado aos pais Treinamento dos entrevistadores Aplicado questionário de sono adaptado para faixa etária pediátrica. BRUNI, O. et al. J. Sleep Resp., v.5,n.4,1996. Ana Virginia Lopes PACIENTE E MÉTODOS Delineamento do estudo Dados clínicos de suspeição de distúrbios respiratórios do sono Ronco – Apnéia – Acordar sentindo-se sufocado – Sono agitado Parassonias Sonilóquio – Bruxismo – Sonambulismo – Terror Noturno Ana Virginia Lopes HOSPITAL MATERNO –INFANTIL DE BRASÍLIA QUESTIONÁRIO DO SONO ADAPTADO PARA FAIXA-ETÁRIA PEDIÁTRICA Ambulatório:.......................................................... Nome da criança: ......................................................................................... Data do questionário:.................................................................................... Idade:.........................Peso:.................Estatura:.................... Data do Nascimento:................................... No prontuário:....................... Endereço:....................................................................................................... Cidade/UF:......................................................................CEP:...................... Telefone:.......................... Nome do responsável:................................................................................... QUESTÕES NÃO SIM 1. Há fumantes em casa? Quem? 2. Ele(a) ronca? 3. Qual a freqüência do ronco? ( ) raramente ( )1-4 x / mês ( )> 1 vez / sem ( ) maioria das noites 4. Ele (a) pára de respirar quando dorme? 5. Ele(a) fica com lábios ou pele roxos durante o sono? 6.Ele(a) já acordou se sentido sufocado(a)? 7. Dorme de boca aberta? 8. Baba no travesseiro? Ana Virginia Lopes QUESTÕES NÃO SIM 9. Durante o dia, ele(a) costuma dormir? Se sim, quantas horas? .................... ( ) manhã ( ) tarde 10. Ele(a) costuma ter muito sono durante o dia? 11. Assiste TV ou usa computador antes de dormir? 12. Que horas costuma acordar? 13. Que horas costuma dormir? 14. Quantas horas de sono noturno? 15. Quais pessoas dormem no quarto? ( ) Pais ( ) Irmãos ( )Sozinha ( )................................. ENQUANTO DORME ELE(A): Fala? Caminha? Range os dentes? Tem sono agitado, com movimentos bruscos? Acorda com sonhos violentos, gritando ou confuso? Ana Virginia Lopes PACIENTE E MÉTODOS Aspectos éticos Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SES - DF Pais e/ou responsáveis assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido Ana Virginia Lopes PACIENTE E MÉTODOS Análise estatística Programa SPSS 12.0: análise estatística com α=5% Estatística descritiva: média, mediana, valores máximo e mínimo e desvio-padrão Qui-quadrado: associação entre tabagismo domiciliar e ronco Ana Virginia Lopes RESULTADOS Foram entrevistadas 111 crianças, no entanto 3 foram excluídas do estudo A mediana da idade foi de 6 anos A média de peso foi de 23±11 kg (variando de 8 a 59 kg) e da estatura foi de 115±21 cm (variando de 73 a 160 cm) Ana Virginia Lopes RESULTADOS Distribuição segundo o sexo 47% Masculino Feminino 53% Figura 2. Distribuição percentual dos pacientes estudados segundo o sexo nos ambulatórios de Pediatria Geral e subespecialidades pediátricas do Centro de Saúde n° 08 e Hospital MaternoInfantil de Brasília. Ana Virginia Lopes RESULTADOS Especialidades Pediátricas 34% 35% 26% 23% 30% 17% 25% % 20% 15% Especialidades Pediátricas 10% 5% 0% Pediatria Geral Pneumopediatria Gastropediatria Endocrinopediatria Ambulatórios Figura 1. Distribuição percentual das crianças estudadas quanto aos distúrbios do sono nos ambulatórios de Pediatria Geral e subespecialidades pediátricas do Centro de Saúde n° 08 e Hospital Materno-Infantil de Brasília Ana Virginia Lopes RESULTADOS Distribuição percentual dos casos segundo à procedência 80% 70% 60% 50% % 40% 30% 20% 10% 0% 72% Procedência 23% 4% Distrito Federal Góias Minas Gerais 1% Amapá Estados Figura 3. Distribuição percentual dos locais de procedência dos pacientes avaliados nos ambulatórios de Pediatria Geral e subespecialidades pediátricas do Centro de Saúde n° 08 e Hospital Materno-Infantil de Brasília. Ana Virginia Lopes RESULTADOS Tabagismo domiciliar 36% 37% Pai Mãe Pai e mãe Outros membros da família 2% 25% Figura 4. Prevalência em percentual do tabagismo domiciliar no contexto familiar dos pacientes estudados nos ambulatórios de Pediatria Geral e subespecialidades pediátricas do Centro de Saúde n° 08 e Hospital Materno-Infantil de Brasília. Ana Virginia Lopes RESULTADOS Tabela 1. Dados clínicos sobre o questionário de sono do grupo estudado Sim (%) Não (%) Ronco 45 55 Apnéia 3 97 Acordar sentindo-se sufocado 15 85 Sono agitado 42 58 8 92 Respiração oral 51 49 Babar no travesseiro 41 59 Sonolência diurna excessiva Ana Virginia Lopes Ana Virginia Lopes RESULTADOS Ronco Especialidades Endocrinopediatria 50% 50% Gastropediatria 44% 56% Pneumopediatria 46% 54% Sim Não Pediatria Geral 0% 57% 43% 20% 60% 40% 80% 100% % Figura 5. Distribuição percentual do ronco em cada especialidade pediátrica estudada do Centro de Saúde n° 08 e Hospital Materno-Infantil de Brasília. Ana Virginia Lopes RESULTADOS Dados Clínicos 18% 18% 15% 16% 14% Acordar sentindo-se sufocado 12% 10% Sono agitado 8% % 7% 8% Apnéia 6% 6% 4% 2% 2% 2% 1% 0% 1% 0% 0% 0% Pediatria Geral Pneumopediatria Gastropediatria Endocrinopediatria Especialidades Figura 6. Distribuição percentual da apnéia, sono agitado, acordar sentindo-se sufocado, em relação ao total da amostra, segundo as especialidades pediátricas estudadas do Centro de Saúde n° 08 e Hospital Materno-Infantil de Brasília. Ana Virginia Lopes RESULTADOS Tabela 2. Parassonias no grupo estudado Sim % Não % 40 60 4 96 Bruxismo 36 64 Terror noturno 14 86 Sonilóquio Sonambulismo Ana Virginia Lopes Ana Virginia Lopes RESULTADOS Parassonias 16% 16% 14% 12% 10% % 8% 6% 4% 2% 0% 9% 8% 7% Sonilóquio 3% Pediatria Geral Pneumopediatria Sonambulismo 1% 0% Gastropediatria Endocrinopediatria 0% Especialidades Figura 7. Distribuição percentual do sonilóquio e sonambulismo em relação ao total da amostra, segundo as especialidades pediátricas estudadas do Centro de Saúde n° 08 e Hospital MaternoInfantil de Brasília Ana Virginia Lopes RESULTADOS Parassonias 13% 14% 12% 10% % 9% 7% 7% 7% 8% 6% 3% 4% Bruxismo 2% 2% Pneumopediatria Gastropediatria Endocrinopediatria Terror noturno 2% 0% Pediatria Geral Especialidades Figura 8. Distribuição percentual do bruxismo e terror noturno em relação ao total da amostra, segundo as especialidades pediátricas estudadas do Centro de Saúde n° 08 e Hospital Materno-Infantil de Brasília. Ana Virginia Lopes RESULTADOS Associação significativa entre ronco e tabagismo domiciliar (p=0,01). Em 77% das crianças estudadas (n=83), foi observado o hábito de assistir televisão ou usar o computador antes de dormir. Ana Virginia Lopes RESULTADOS Houve relação entre assistir televisão antes de dormir e sonolência diurna (p = 0,03). 84% (n=91) das crianças dormem com outras pessoas, sendo os pais em 85% dos casos. Ana Virginia Lopes CONCLUSÃO A prevalência de ronco foi elevada. Houve relação estatisticamente significante entre ronco e tabagismo domiciliar. Os sinais/sintomas sugestivos de distúrbios respiratórios de sono foram relatados com maior freqüência no ambulatório de Pneumopediatria. Ana Virginia Lopes CONCLUSÃO O sonilóquio apresentou baixa prevalência, com maior número de casos no ambulatório de Pneumopediatria. A ocorrência de sonambulismo foi concordante com a literatura, mais prevalente no ambulatório de Pneumopediatria. Ana Virginia Lopes CONCLUSÃO A prevalência de bruxismo e terror noturno foi elevada, com maior freqüência nos ambulatórios de Pneumopediatria e Gastropediatria, respectivamente. A maioria das crianças tinham hábito de assistir televisão antes de dormir, com relação estatisticamente significante com a sonolência diurna, evidenciando a inadequada higiene do sono. Ana Virginia Lopes OBRIGADA Ana Virginia Lopes