A vulnerabilidade social de crianças e os problemas de aprendizagem Vanessa Colle de Souza; Mariane Luiza Mattjie . [email protected] ; [email protected] Faculdade Meridional - IMED. INTRODUÇÃO A violência e a pobreza são fatores que levam a crianças a entrar no grupo de vulnerabilidade, bem como, as dificuldades de aprendizagem devem ser vistas como uma condição de vulnerabilidade social, pois crianças que demonstram sintomas de dificuldades de aprendizagem podem desenvolver uma baixa autoestima e sentimentos de incapacidade. Grana e Bastos (2010) referem que dentre as problemáticas mais presentes no público infantojuvenil de comunidades de baixa renda, encontram-se as dificuldades de aprendizagem. Esta realidade pode ser entendida pelo fato de os pais não possuírem escolaridade suficiente para auxiliar os filhos, e apresentarem até mesmo a alegação que a responsabilidade para com o filho é apenas da instituição de ensino. Ainda de acordo com Barreto, Freitas e Del Prette (2011) há um elevado risco de que crianças com problemas de aprendizagem desenvolvam concomitantemente problemas de aprendizagem OBJETIVOS Apresentar o estudo de caso de uma avaliação psicológica realizada com uma criança com problemas de aprendizagem durante Estágio Profissionalizante de Psicologia Clínica e da Saúde. METODOLOGIA O presente trabalho refere-se a um estudo de caso de um menino de 7 anos, aqui denominado Eduardo, que foi encaminhado ao Serviço Integrado de Psicologia (Sinapsi), da Faculdade Meridional (IMED), para realização de avaliação psicológica devido a criança apresentar dificuldades de aprendizagem. O processo de avaliação durou 7 encontros e os instrumentos utilizados foram: entrevista de anamnese com a avó, hora do jogo diagnóstica com a criança, e a aplicação do instrumentos Bender-SPG e Desenho da Figura Humana (Sisto). RESULTADOS Eduardo está com 07 anos, frequenta uma escola municipal na 2ª série, os pais são separados, mora com a avó e com os irmãos. A família de Eduardo vive em condições de vulnerabilidade social, sua mãe tem um grau moderado de deficiência mental e o pai não convive com a mesma. Em relação ao Desenho da Figura Humana, instrumento de personalidade que avalia o fator geral de Inteligência (Fator G) Eduardo apresenta um total de 04 pontos e um percentil de 11, ou seja, 89% das crianças de sua faixa etária apresentam um desempenho melhor do que o seu. Em relação ao Teste Gestáltico Visomotor de Bender-SPG, que avalia a maturidade viso-motora, numa escala progressiva, ou seja quanto maior a pontuação, pior é o desempenho, Eduardo apresentou um total de 17 pontos e o resultado comparado ao das crianças da amostra normativa indicou que ele está enquadrado no percentil 97, sendo assim, apenas 3% das crianças obtém um escore pior do que o seu. CONCLUSÃO Conclui-se que a baixa capacidade intelectual (inteligência geral) e problemas percepto-motores associados a condições de vulnerabilidade social levam a criança a apresentar problemas de aprendizagem . REFERÊNCIAS BARRETO, Simone de Oliveira; FREITAS, Lucas Cordeiro; DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira; Habilidades Sociais na Comorbidade entre Dificuldades de Aprendizagem e Problemas de Comportamento: uma Avaliação Multimodal. Revista Psico PUCRS,v.42, n.4, p.503-510, Porto Alegre, 2011. GRANA ,Leila; BASTOS ,André G; Vulnerabilidade Social: O Psicodiagnóstico como Método de Mapeamento de Doenças Mentais. Revista: PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, v.30, n3, p.650-661, 2010.