O artigo do Rabobank publicado na edição anterior “A fazenda virou empresa e tocá-la virou gestão e governança” leva no título uma importante afirmação. Se concordamos que a fazenda virou empresa, podemos então ir mais longe e dizer que a gestão de pessoas passou a ser essencial! INFORMA GESTÃO DE PESSOAS NO AGRONEGÓCIO: SERÁ QUE CHEGAMOS LÁ? T udo começou com a regulamentação do trabalho no campo por meio da aplicação da CLT e, mais recentemente, da Norma Regulamentadora 31. Neste momento a relação com o trabalhador rural passou a ter uma conotação profissional. Embora a NR31 seja polêmica em alguns aspectos, a sua implementação demandou a adoção de controles que tornaram o departamento pessoal fundamental. Mas a medida em que fazendas crescem e ganham complexidade de empresas, aumenta também a necessidade de adequação e conscientização dos funcio- nários. Portanto, aprimorar a contratação, oferecer treinamento e ter melhores mecanismos de comunicação incrementam as responsabilidades do Departamento Pessoal, conferindo a este uma atribuição de Recursos Humanos. Mas, atualmente, a necessidade de maior especialização dos funcionários para lidar com novas tecnologias, o aumento do número de unidades de produção, a necessidade de delegação de mais responsabilidades, o desafio da retenção são alguns dos fatores que pedem um aprimoramento do setor de RH, conferindo a este um papel ainda mais estratégico. Departamento pessoal Recursos humanos No entanto, a prática de gestão de pessoas implica em mais do que cumprimento de normas e processos, significa estruturar a empresa de maneira que os objetivos dela e de seus funcionários sejam compatíveis e alinhados, buscando a produtividade máxima por meio da satisfação das pessoas. Ter bons líderes em todos os níveis é a receita para conciliar tais objetivos e difundir a cultura da empresa. Portanto, gestão de pessoas significa transformar a empresa agrícola para que seja escolhida pelos talentos do campo, sendo considerada a melhor empresa para se trabalhar. Gestão de pessoas Estratégica e alinhada com o objetivo e resultados esperados no negócio Atuação Regulatória (CLT e NR31) Atendimento ao colaborador Organograma Linhas de reporte não oficializado Organograma oficializado e divulgado Organograma baseado nas melhores práticas, alinhado com a estratégia e utilizado como ferramenta de gestão Remuneração Salário Fixo Salários fixos complementados com “sacas” ou prêmio Salário fixo + variável Salário fixo + variável de acordo com desempenho Benefício Benefícios regulatórios (alojamento, refeição, transporte) Benefícios adicionais (plano de saúde, ajuda creche, etc..) Benefícios customizados Treinamento Esporádico e conforme surgem oportunidades Oportunidades e necessidades avaliadas “Quem precisa de qual treinamento?” Planejados com base no desempenho e nas necessidades do negócio Inclui auto desenvolvimento e comportamento “Que habilidades faltam para alcançarmos os resultados desejados?” Descrição de responsabilidades Conversado Benefícios adicionais (plano de saúde, ajuda creche, etc..) Formalizada com definição de indicadores de desempenho, de competências e habilidades por cargo Avaliação de desempenho Indireta e intuitiva Informal As vezes é conectada com “prêmio” Programa estruturado com base em metas Conectada com remuneração variável Comunicação Pontual e factual Informativa, visando envolvimento Estratégica, motivacional, visando comprometimento e gerenciamento de mudanças Clima organizacional Oficializa nomeações Promovido pontualmente (confraternizações, lista de aniversário, brinde de fim de ano) Avaliado e gerenciado Gestão de liderança Oficializa nomeações Apoio aos gestores e coordenação de processos de admissão e demissão sob demanda Identificação e formação ativa de líderes