Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 1 2 Índice Publicação Institucional Coplana Cooperativa dos Plantadores de Cana da Zona de Guariba Coopecredi Cooperativa Crédito Rural dos Plant. Cana da Zona Guariba Socicana Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba Editorial ............................................................... Comunicado Diretoria Executiva Diretor Presidente Diretor Gerente Diretor Secretário Conselho Fiscal Efetivos - Coopecredi Roberto Cestari Ismael Perina Júnior Raul Bauab Junior Reforma Estatutária Ezio Pereira José Mauro Ferreira Davi Garcia Fabio Trevisoli Airton José Rocca Fillho Lauro Gonçalves de Souza Aniversário Coopecredi Expediente Conselho de Administração - Coplana Presidente Roberto Cestari Vice-Presidente Paulo de Araújo Rodrigues Secretário Murilo Gerbasi Morelli Ismael Perina Junior Nivaldo Evaristo Davóglio Luiz Joaquim Donegá Conselho Fiscal Efetivos Delson Luiz Palazzo Wilson Pires de Lemos Walter Aparecido Luiz de Souza Suplentes José Erminio Gibertoni Antoninho Penariol Oswaldo Gazotto Suplentes Suplentes Gestores da Coinbra-São Carlos realizam encontro com fornecedores ....................................................... 06 Núcleos de Desenvolvimento Representantes fazem balanço de 2004 .......................... 2004 - Coopecredi comemora 30 anos ........................... 08 11 12 Destaque da Edição Cooperado Francisco Zampieri ...................................... 16 Integração de Cooperados Direção se reúne com produtores .................................. 18 Certificação Internacional Fazenda da Grama está apta para mercado europeu .......... Euclides Américo Laguna Francisco Antonio de Laurentiz Filho Victor Magnani Antonio Paulo Fonzar Sebastião Gentil Basso Adão dos Santos 20 Balança Comercial Resultados de outubro ................................................ 22 Demonstrativos Financeiros Conselho Editorial Roberto Cestari Ismael Perina Junior Paulo de Araújo Rodrigues Antonio Carlos Pongitor Silvio Borsari Filho Revista Coplana Editora e Jornalista Responsável: Regiane Alves MTb 20.084 Fotos: Ewerton Eleutério, Regiane Alves, Pedro Sgarbosa e Arquivo Coplana Arte final e editoração eletrônica: Pedro A. Sgarbosa Departamento de Informática da Coplana Produção: Wellington Rocha da Silva, Lívia Gomes do Horto Redação e correspondência: Av. Antonio Albino, 1640 Guariba - SP Tiragem: 3.000 exemplares Publicação mensal. Balancetes Coopecredi / Socicana ................................. Artigos assinados, citações e relatórios são de responsabilidade de seus autores. Reunião Consecana ..................................................... Mercado de Cana ........................................................ Coplana - Coopecredi - Socicana 05 Agronegócio AGE aprova reforma estatutária ..................................... Conselho de Administração - Socicana Presidente Roberto Cestari Vice-Presidente Ismael Perina Júnior 1º Secretário Paulo de Araújo Rodrigues 2º Secretário Murilo Gerbasi Morelli 1º Tesoureiro Delson Luiz Palazzo 2º Tesoureiro Mário Castilho 1º Vogal Mário Whately 2º Vogal Manoel da Silva Carneiro Conselho Fiscal Efetivos Calcário .................................................................... 04 23 Concurso Cultural Diretor entrega prêmios a participantes ......................... 24 Responsabilidade Social Apae - Informática abre janelas para alunos especiais ....... 26 Mundo Digital Sites Coplana / Socicana ............................................. 27 Socicana Dezembro 2004 29 30 3 Editorial Prezado (a) Associado (a), O ano de 2004 foi marcado por inúmeras conquistas de nossas entidades – Coplana, Socicana, Coopecredi – e do agronegócio brasileiro como um todo. Está bastante claro que o setor tem sido um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento econômico brasileiro. Até mesmo os mais céticos começam a reconhecer a força da agricultura como impulsionadora do país. O mundo volta os olhos para o Brasil, porque lá fora, a percepção deste potencial foi reconhecida há mais tempo. Aqui dentro, temos um cenário de agricultura competitiva, profissionais qualificados, tecnologia, potencial de expansão e condições de clima e solo inigualáveis. Ao mesmo tempo, ainda esbarramos em falta de infra-estrutura, ou falta de políticas mais específicas e claras para o setor, maior incentivo à pesquisa, além de organização da própria iniciativa privada que precisa avançar neste aspecto. As expectativas, porém, são positivas, o que sempre aumenta a nossa responsabilidade. Temos que estar ainda mais atentos a cada iniciativa. O planejamento dos negócios torna-se uma medida urgente. Temos que estudar e identificar hoje nossas metas para os próximos anos e estabelecer critérios e estratégias para alcançálas. Não podemos permanecer no comportamento de “apagar incêndios”. Precisamos antecipar os acontecimentos e estar preparados para cada um deles. Temos que nos capitalizar, obter o máximo de informações antes de cada investimento, avaliar o nosso orçamento não só do mês, ou da safra, mas das próximas safras. Temos que trabalhar com equipes competentes e nós mesmos 4 temos que estar abertos para aprender todos os dias, adquirir conhecimento. Isso tudo pode ser resumido por gestão profissional. A mesma gestão que tornou possível a nossas entidades avançar em 2004, já com planos para evoluções ainda maiores para os próximos anos. A Coplana, a Socicana e a Coopecredi são entidades que dependem da participação de seus associados. É o esforço conjunto que irá garantir a sustentabilidade, num mercado muito mais competitivo do que já vimos até então. A chamada economia global já está na nossa porta. O tempo para percorrer a distância entre continentes é de apenas um instante. Por isso, estar integrado ao sistema não é só benéfico, mas é a única forma de obter êxito. É importante valorizar o que temos ao alcance das mãos. Comprometer-nos com os ideais de cooperação nos mostra que todos podemos ganhar, mas para isso precisamos caminhar juntos. Para as famílias, desejo um Natal de muita paz, união e que 2005 traga a todos vitalidade para avançar sempre e sensibilidade para escolher o melhor caminho. Roberto Cestari Presidente dos Conselhos de Administração da Coplana e Socicana e da Diretoria Executiva da Coopecredi o i r á c l Ca Comunicado Prezados cooperados, A partir do mês de novembro, a Coplana está realizando somente a venda de calcário e não mais a sua aplicação na propriedade. A determinação partiu do Conselho de Administração e Superintendência. A decisão ocorreu depois de análises precisas, que demonstraram que o serviço estava oneroso tanto para o produtor como para a Coplana. Por tratar-se de um serviço utilizado somente em determinada época do ano, os caminhões, apesar de insuficientes, ficavam ociosos durante parte do tempo. Por outro lado, no período de aplicação, em virtude da forte demanda, não havia condições de atender com qualidade a todas as solicitações. Para auxiliar o produtor, a Coplana está divulgando, em suas filiais e também em seu site, os nomes de cooperados e outros prestadores de serviço que ofereçam a aplicação de calcário. A terceirização irá tornar os preços mais atrativos ao produtor. Enfatizamos que a venda do produto continua normalmente nas lojas da Cooperativa. A direção Informações sobre prestadores do serviço de aplicação nas filiais ou no site: www.coplana.com Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 5 Agronegócio Gestores da Coinbra-São Carlos realizam encontro com fornecedor A Coinbra-São Carlos, nova denominação da usina após a venda para o grupo Coinbra em maio deste ano, realizou no dia 29 de novembro um encontro com fornecedores para apresentar os gestores e perspectivas de mercado. Cerca de 230 pessoas participaram do evento. Bruno Melcher, diretor de Açúcar e Álcool, fez a apresentação do grupo francês Louis Dreyfus, que atua no mercado há 150 anos e que, em 1942, adquiriu a Coinbra no Brasil. Com o crescimento das operações no agronegócio, hoje o Grupo Coinbra está entre os sete maiores exportadores do país, com atividades na industrialização, comercialização e exportação de soja, óleo, farelo, café (em grãos e solúvel), milho, trigo, algodão, farelo e óleo, cana-de-açúcar, açúcar e álcool, laranja, limão, polpa cítrica, óleos essenciais, entre outros. A Coinbra processa, armazena e transporta commodities para 65 países. No Brasil, o grupo é o terceiro maior exportador de açúcar e está entre os maiores exportadores de álcool. Bruno Melcher destacou o aumento na demanda mundial do consumo de açúcar. “Serão necessários 100 milhões de tonelada a mais, ou seja, um crescimento de 25% em cinco anos para atender a demanda. É um desafio para nós. O preço do açúcar tem que remunerar os investimentos”, afirmou. Sobre o crescimento da indústria regional, Melcher disse ser difícil, mas depois admitiu a possibilidade. “Temos muitas usinas, terras bem ocupadas e produtividade alta. Eu acho que crescimento nessa região ainda vai ocorrer, mas obviamente não vai ser no ritmo acelerado como em outros lugares onde não há agricultura no Brasil”, afirmou. Ele também falou da necessidade de capitalização. “A rentabilidade está muito boa. Quem está no setor tem que aproveitar, fazer O diretor da área de Contratos, Parcerias e Fornecedores Edson Bellodi, o gerente Geral da Unidade Dante Lanza, o diretor de Operações Sebastião Neto, o trader Carlos Franco, o diretor de Açúcar e Álcool Bruno Melcher, o presidente da Socicana Roberto Cestari e o trader Enrico Biancheri: gestores apresentam perfil da Coinbra a fornecedores 6 Agronegócio a sua poupança, se capitalizar, honrar compromissos e se estruturar, se solidificar. Porque nós temos um potencial de crescimento a longo prazo, de crescimento de produtividade agrícola na melhora de genética, melhora de tecnologia”, disse. Sobre o relacionamento com o fornecedor, o grupo adota um estilo de transparência. A cana proveniente de fornecedores chegou a 570 mil toneladas nesta safra. “Esta é uma proporção histórica. Isso significa no total, entre 25% a 30% de crescimento. A gente acabou gerando aqui, na usina, uma fidelidade de fornecimento que tende a ser algo de longo prazo”, concluiu. O diretor mostrou-se entusiasmado com as caracteísticas da região. “Essa região é, provavelmente a melhor do mundo em agricultura. A combinação de solo e clima é imbatível.” O presidente da Socicana Roberto Cestari, que esteve em reunião com os diretores da unidade antes do evento, falou sobre o processo de transição vivido pela usina. “Quero, em nome de todos os parceiros, parabenizar o grupo pela tranqüilidade, competência e profissionalismo com que foi feita essa transição. Temos acompanhado em outros lugares e esta foi diferente. Até houve aumento da parceria com os fornecedores na unidade industrial. Esse trabalho vai frutificar dentro da união em equipe”, disse. Cestari aproveitou para confirmar a negociação fechada minutos antes entre Socicana e CoinbraSão Carlos, que promoveu o adiantamento de 90% da safra, com o pagamento do ajuste para o dia 15 de dezembro. Bruno Melcher e Roberto Cestari: negociações entre Coinbra-São Carlos e Socicana garantem adiantamento de 90% Reunião de 2004 foi a primeira entre usina e fornecedores Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 7 Núcleos de Desenvolvimento Núcleos de Desenvolvimento Representantes fazem balanço de 2004 Em 2004, os Núcleos de Desenvolvimento da Coplana completaram dois anos de atividades. Criados como fóruns de aproximação entre o cooperado e a Cooperativa, os núcleos foram responsáveis por iniciativas diversas em cada região. Funcionaram como ferramenta para a aquisição de conhecimento sobre novas tecnologias no campo, promoveram integração e tornaram-se um importante veículo de comunicação entre o Conselho de Administração, gestores e o produtor. Em cada região, o núcleo tem suas características próprias e índice de participação diferenciado. Guariba Airton José Rocca Filho, que foi coordenador do Núcleo de Guariba em 2004, comenta que um dos fatores que devem explicar a participação menor em sua região é o fato de um grande número de produtores ser arrendatário. “Mas mesmo entre aqueles que tocam a sua lavoura, a participação deveria melhorar. Levamos o pessoal da Coplana para falar nas reuniões. Quem está indo está gostando, pois muitas vezes não tinha idéia de como eram coordenadas as ati- 8 O presidente da Coplana, Roberto Cestari, comenta que o Núcleo é o fórum adequado para solicitações e sugestões. “Os núcleos são a voz do produtor. Por meio das reuniões, o cooperado aproxima-se da administração da Cooperativa, obtém informações importantes e assessora a gestão. Dentro dos núcleos, por exemplo, são tratados temas técnicos, de suma importância para quem quer competitividade e permanecer no mercado. Além disso, são discutidos variados assuntos sobre a gestão da cooperativa, funcionamento de cada setor e estratégias para a nossa sustentabilidade. É importante que o cooperado entenda que a Cooperativa somos nós, produtores. É responsabilidade de cada um se fazer presente para conquistar resultados”, afirmou. Em todo o Brasil, são raras as cooperativas que têm, de forma organizada, estes espaços para debates. Na Coplana, o Conselho de Administração faz reuniões mensais com os representantes de núcleo para identificar as necessidades em cada região. Trata-se de um sistema de trabalho que se tornou um modelo. A Revista Coplana foi buscar, entre os representantes, sua percepção sobre os núcleos. vidades. É esclarecedor. Quem não vai [aos encontros] não consegue ter esta visão que os participantes têm.” Rocca disse ainda que a sucessão na coordenação do Núcleo ocorreu com tranqüilidade. O novo coordenador é Luiz Gustavo Lemos, o vice é Renilton Nazareno Fontes Lucizano e o secretário permanece Luiz Francisco Villela Alves. O trabalho de Rocca como coordenador abriu uma nova área de atuação. Ele e o coordenador de Jaboticabal Fábio Trevisoli passaram a integrar um comitê de apoio à diretoria da Orplana (Organização dos Fornecedores de Cana do Estado de São Paulo), composto por representantes de associações filiadas. Rocca e Trevisoli representam a Socicana. “Vejo que o comitê tem mais ou menos a função do Núcleo de levar idéias, novos subsídios à diretoria. Estão interessados também, no futuro, em pessoas para compor a diretoria, formar novos líderes. A atuação como coordenador em Guariba foi muito importante. Você participa de reuniões com a diretoria, se informa, entende melhor as questões. Eu adquiri experiência e vou utilizar no comitê”, afirmou Rocca. l a b a c i Jabot No início das atividades do Núcleo de Jaboticabal, as reuniões eram baseadas em debates sobre assuntos internos. Depois, o sistema foi alterado e as reuniões passaram a trazer temas técnicos, o que também atraiu um público expressivo. Para o coordenador Fábio Trevisoli, é necessário haver alterações no modelo para que as reuniões continuem com adesão. a g n i t i r Taqua O coordenador do Núcleo de Taquaritinga Márcio Almir Basso fala que a participação tem melhorado. “Temos mais coisas positivas este ano. O que ainda precisa mudar é que o cooperado precisa participar mais. Dentro do que propusemos, foi muito bom. Tivemos palestras das mais variadas, atendendo aos pedidos dos produtores. A parti- Coplana - Coopecredi - Socicana Núcleos de Desenvolvimento Entretanto, não há sugestões partindo dos cooperados. “Percebo que as palestras com temas técnicos estão desgastadas, mas os cooperados não nos fazem cobranças”, disse. Sobre a sucessão, Trevisoli vê dificuldades em encontrar substitutos. “É importante haver a renovação, mas é difícil encontrar pessoas para assumir.” A secretária Carmem Izildinha Penariol comenta que a renovação agrega valor. “Pode vir uma pessoa que tenha uma visão dife- rente, traga novas idéias. É isso o que nós queremos. É um papel muito importante e de muita responsabilidade.” Ela lembra também de uma reivindicação do Núcleo que foi realizada pela Coplana e que tem um grande impacto para o cooperado. “Nós vínhamos pedindo um levantamento preciso, de áreas produtivas, improdutivas e isso aconteceu com o georreferenciamento. Foi uma conquista muito importante”, concluiu. cipação precisa melhorar, mas já está avançando. Estamos convidando as esposas, pois achamos isso muito importante. Na nossa região, em sua maioria temos pequenos produtores, com agricultura familiar. Todos estão envolvidos e fazer as contas em dois é melhor do que fazer sozinho.” Sobre o destaque de 2004, cita a Associação dos Produtores Rurais de Taquaritinga. “De todas as realizações, acredito ainda que a Aprotaq foi a melhor. São 40 as- sociados que participam em peso das reuniões do Núcleo. Estamos também com a contratação de pessoal mais profissional para fazer o serviço.” Para 2005, o primeiro objetivo é a sucessão. “Estamos procurando um novo coordenador, alguém que possa manter o cooperado unido, realizando as reuniões mensais, independente de plantio. As pessoas têm que participar”, afirmou. Dezembro 2004 9 Núcleos de Desenvolvimento t n o m u D A filial de Dumont foi reformada e o PAC da Coopecredi aberto graças às solicitações do Núcleo. O coordenador Euclides Américo Laguna confia na relevância da existência do Núcleo, mas entende que é necessário maior participação. Jovens Em 2004, o Núcleo Jovem contou com várias realizações significativas. Além de organizar o 2º Tour Coplana, os integrantes participaram de um projeto de identificação de lideranças no Estado de São Paulo e representaram o Estado em encontro em Brasília. Para o coordenador Rafael Cestari, em 2005 haverá continuidade das metas traçadas. s e r e h l u M O Núcleo da Mulher iniciou suas atividades em agosto de 2004, com grande adesão das regiões. Para a coordenadora Daniela Cardoso Lima, isso motiva projetos futuros. “Houve êxito em todas as reuniões até agora. A participação nos dá entusiasmo para as próximas reuniões.” Para ela, a participa- 10 “Tivemos várias reuniões com aproveitamento de temas sobre vários assuntos que ajudam o cooperado, trazem informações novas e dão norte ao produtor. A validade do Núcleo é muito grande. O produtor rural, na grande maioria, é desatento e dá pouca importância às questões do Núcleo. O índice de presença é pequeno. O ideal seria que a maioria participasse. Isso iria melhorar a qualidade do debate. Teríamos novas idéias para acrescentar, em relação aos temas. Cada um tem condições de trazer algo bom. Lamento a visão de produtores que não entendem [a participação] como investimento”, afirmou. “Queremos envolver outros jovens neste movimento e manter os que já estão participando regularmente das atividades do Núcleo, trazendo idéias e contribuindo com o fortalecimento dos jovens dentro do sistema cooperativista”. Sobre a visita de jovens à Coplana, realizada em julho, o coordenador destacou os convidados. “O evento contou com a participação de mais de 100 jovens e teve a presença do presidente da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) Márcio Lopes de Freitas, da Diretora Executiva da AbagRP (Associação Brasileira do Agronegócio) Mônika Bergamaschi e a presença da diretoria da Coplana.” Outro assunto abordado é o apoio da diretoria ao Núcleo. “Temos que valorizar o espaço e a confiança depositada em nós, jovens, pela diretoria da Coplana. A realização é inédita no Estado de São Paulo. Em âmbito nacional, o nosso trabalho e o de algumas cooperativas do Paraná são os únicos”, concluiu. ção das mulheres pode ajudar nos negócios da família. “Agora, acredito que precisamos estar dentro da Coplana, conhecer mais para que as mulheres possam ajudar os maridos, os filhos, os negócios da família”, disse. A secretária Célia Sitta Gonçalves de Souza fala da importância de pesquisar o interesse das mulheres e da integração entre as regiões. “O objetivo é ir ao encon- tro das expectativas, realizar palestras de acordo com o interesse. Acredito que esteja caminhando bem. Uma pessoa veio me dizer que viu na revista e queria participar. Muitas pessoas que não sabiam, a partir da revista, estão lendo, vendo e se interessando. Estamos caminhando para uma integração maior entre as cidades. Todas estão se conhecendo”, concluiu Célia. Reforma Estatutária AGE aprova reforma estatutária A Coplana realizou no dia 23 de novembro, sua Assembléia Geral Extraordinária para discussão e deliberação da reforma estatutária. O vice-presidente Paulo de Araújo Rodrigues, presidente em exercício, coordenou os trabalhos. As mudanças contemplaram desde atualização da ortografia e gramática a alterações para esclarecer ou adaptar procedimentos. Este foi o resultado de um trabalho, baseado em longos estudos de conselheiros e assessoria jurídica. Entre as principais mudanças, no artigo 3º consta que o ingresso de pessoas físicas ou jurídicas à Coplana ocorrerá, com o preenchimento de requisitos do Estatuto e Regimento Interno e que tenham a proposta aceita pelo Conselho de Administração. Em seu § 1º, consta que “Os critérios para admissão ou não de cooperados serão definidos pelo Conselho de Administração da sociedade e independem de qualquer justificativa”. No artigo 6°, está definido que entre outras questões, cabe aos cooperados “realizar, em regime de fidelidade, com a COPLANA as operações que constituem seus objetivos econômico-sociais”. Na composição da mesa o membro do Conselho Fiscal Delson Luiz Palazzo, o conselheiro Ismael Perina Júnior, o vice-presidente Paulo de Araújo Rodrigues e o secretário Murilo Gerbasi Morelli: avanços no estatuto Sobre a eliminação de cooperados inativos foi definido, segundo artigo 10º que “Serão sumariamente eliminados da sociedade os cooperados inativos, assim considerados pelo Regimento Interno, sem a devida justificação, por período superior a um ano ou que vierem a explorar atividade concorrente a da sociedade, sendo a referida pena aplicada por decisão do Conselho de Administração, observado o procedimento previsto no Regimento Interno”. A subscrição de capital terá como base dados da declaração de IR, como consta no artigo 14 - “Ao ser admitido, cada cooperado deverá subscrever o capital correspondente a 0,5 % (meio por AGE aprova reforma por unanimidade Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 cento) do valor total da receita percebida com o exercício da atividade agropecuária, conforme declaração de imposto de renda do exercício anterior, respeitado o valor mínimo de capital correspondente a 1 (um) salário mínimo vigente”. Com o objetivo de promover a renovação, o mandato do presidente também tem nova regra, como define o artigo 45, em seu § 4º – “Nenhum conselheiro poderá ocupar o cargo de Presidente da COPLANA em mais de dois mandatos consecutivos do Conselho de Administração”. No caso da eleição, no artigo 50, determina que “Além das regras constantes deste estatuto, o procedimento para eleição será disciplinado pelo Regimento Interno. Parágrafo único: Toda e qualquer dúvida quanto às eleições, não especificadas por este Estatuto ou pelo Regimento Interno, serão dirimidas pelo Conselho de Administração em exercício”. A reforma estatutária foi aprovada por unanimidade pela AGE. 11 Aniversário Coopecredi 2004 Coopecredi comemora 30 anos Entre as mais capitalizadas e as melhores avaliações A Coopecredi – Cooperativa de Crédito Rural dos Plantadores de Cana da Zona de Guariba comemora, neste dia 15 de dezembro, 30 anos de fundação. Criada em 1974, sempre teve como objetivo dar suporte ao produtor, no financiamento da lavoura. Desde o primeiro momento, tornou-se uma importante parceira da Coplana e foi responsável por um grande incremento econômico ocorrido na região. Hoje, a Coopecredi está entre as três cooperativas mais capitalizadas do sistema. De acordo com a avaliação externa Riskcoop, possui nota A1, o que a coloca entre as melhores classificações e significa 12 que tem bases financeira e estrutural sólidas. Seus cooperados possuem, em sua maioria, rating A e AA, ou seja, têm alto nível de credibilidade entre as instituições financeiras. Os números confirmam um cenário estável, já que 88% de seu patrimônio líquido são formados por capital e 91% de seus investimentos estão aplicados em sua atividade. A liquidez também é uma das maiores do sistema. Filiada à Cocecrer-SP - Cooperativa Central de Crédito Rural do Estado de São Paulo, segue os princípios cooperativistas para o desenvolvimento sustentável. O dinheiro do campo é reinvestido na própria região e gera renda também nas cidades. Um balanço dos 30 anos A atual diretoria da Cooperativa empregou a chamada gestão de excelência. Estratégias como investimentos em modernização do atendimento e estreito relacionamento com o cooperado resultaram em avanços significativos. Segundo o presidente Roberto Cestari, a estabilidade deve-se ao perfil dos cooperados. “Se a Coopecredi é capitalizada e sustentável é em função de sua sociedade que é sólida. Muito importante é a sinergia que existe entre Coplana e Coopecredi. Cestari destaca o fato de as duas cooperativas terem os mesmos gestores, que orientam as iniciativas dentro da mesma filosofia. “Esperamos que esse trabalho seja sustentável, no futuro tenha continuidade. Se houver gestões com diferentes direcionamentos, pode haver o enfraquecimento das cooperativas.” O presidente comenta também sobre a mudança na gestão, em que o gerente geral da Coopecredi assumiu o cargo com exclusividade. “Acredito que a Coopecredi terá um crescimento até maior que o da Coplana, com muitos projetos que serão desenvolvidos e, inclusive, com a nossa participação na Cocecrer. Somos um dos maiores parceiros da Central, principalmente na parte administrativa, para um trabalho que leve em conta princípios de sustentabilidade”, afirmou Cestari. O diretor gerente Ismael Perina Júnior comenta que a Coopecredi é um forte instrumento no campo. “Esta iniciativa de trabalhar para nós mesmos, tem resultados, quando fazemos a lição de Aniversário Coopecredi casa bem feita. Em sua formação, a Cooperativa só atuava com produtores de cana. Na época do recolhimento da “contribuição” obrigatória, fez um capital interessante. A partir de sua abertura para outras atividades, também se fortaleceu.” Entre os fatores responsáveis por seu desenvolvimento, Ismael cita o rigor das operações. “É importante ter pessoal capacitado e extremamente técnico trabalhando, ser rigoroso com o cooperado quando ele não cumpre com suas obrigações em dia. A Cooperativa vive de captar e emprestar dinheiro. Qualquer falha nesse conjunto pode prejudicar a credibilidade. Eu participo da Cooperativa há mais de 20 anos e não me lembro de um dia de atraso dela com outra instituição financeira ou outro participante da cadeia produtiva”, afirmou. Ismael falou também da adoção de novas medidas. “A Cooperativa de crédito tem prestado um serviço a menores custos para os produtores. O cooperado que fica inadimplente terá de entender que está destoando da maioria e irá pagar mais caro. Vamos chegar num modelo, lá na frente, em que as pessoas que sempre pagaram em dia terão taxas menores. Essas são adaptações que a história e a vida vão promovendo. Vejo com muito otimismo a Coopecredi.” O gerente Antonio Carlos Pongitor afirma que o sucesso deve-se a um início estruturado e às gestões transparentes. “A Coopecredi teve um início muito bom, com um idealizador, no caso Roberto Rodrigues, que sabia o que queria, tinha finalidade, determinação. A Cooperativa sempre se desenvolveu com diretorias conscientes, com credibilidade boa, o que ajudou e tem ajudado no seu crescimento”, afirmou. Pongitor comenta também sobre a atual gestão. “Uma característica da atual diretoria é sua participação ativa no dia-a-dia da Coopecredi. O Roberto Cestari [presidente], por exemplo, toma conhecimento de todas as propostas apresentadas à Cooperativa. Isso beneficia o trabalho da equipe e dá maior respaldo aos colaboradores. Assim como no início, a Cooperativa tem reconhecimento junto ao sistema. O Ismael Perina Júnior [diretor gerente] foi convidado a fazer parte da Cocecrer e é seu diretor administrativo. Isso demonstra a confiança que os órgãos do sistema de crédito têm na Cooperativa e em seus diretores.” Além de integrar a diretoria da Cocecrer, Perina é suplente no Conselho Fiscal do Bancoob. Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 O início Participaram como fundadores, em 15 de dezembro de 1974, os produtores: Roberto Rodrigues, Francisco Manna, Arnaldo Geraldes Morelli, Arnaldo Morelli, Francisco Carneiro D’Albuquerque, Antônio Carneiro D’Albuquerque Sobrinho, José Luiz de Laurentiz, Antonio José Rodrigues Filho, Paulo Penna de Mendonça, Heitor Carvalho Gomes, José Waldomiro Bovério, José de Laurentiz, Francisco Antonio de Laurentiz, José de Laurentiz Júnior, Ernesto de Angelis, Joaquim Ribeiro Gabriel, Joaquim Bento Rodrigues, Moacyr de Andrade Lemos, Rogério Orsi e Francisco Pacífico, José Francisco Baratela. A primeira diretoria executiva foi composta por Antonio Carneiro D’Albuquerque Sobrinho como diretor-presidente, Joaquim Ribeiro Gabriel como diretor-gerente, que em novembro do ano seguinte passaria a ocupar o cargo de presidente em exercício, e José Francisco Baratela como diretor-secretário. O primeiro Conselho Fiscal Efetivo foi composto por Roberto Rodrigues, Arnaldo Geraldes Morelli e José Luiz de Laurentiz. Como Suplentes, atuaram Ernesto de Angelis, Heitor Carvalho Gomes e Rogério Orsi. Àquela época, o preço da cana era regulado pelo governo. A lei 4.870, em seu artigo 64, fez com que as usinas recolhessem 1% do preço da cana entregue pelos fornecedores e repassassem às cooperativas de produção. A criação da Coopecredi coincidiu com o momento em que esses recursos, utilizados na lavoura, passaram a ser transferidos exclusivamente por meio das cooperativas de crédito rural. O percentual que vinha como contribuição à Coplana, então começou a fazer parte da Coopecredi como integralização do capital. Os produtores que entregavam cana nas usinas de jurisdição da Socicana, tornaram-se também cooperados, o que fortaleceu a Cooperativa. Com isso, no ano seguinte à sua fundação, de 21 cooperados a Coopecredi já contava com 167. Atualmente, este número chega a 1240. A homologação pelo Banco Central veio em 1975. Durante reunião realizada no dia 10 de setembro, Roberto Rodrigues informou que os membros do Conselho Fiscal haviam sido aprovados pelo Banco. Como efetivos, além dele próprio, estavam Arnaldo Geraldes Morelli e José Luiz de Laurentiz. Como suplentes estavam Ernesto de Angelis, Rogério Orsi e Heitor de Carvalho Gomes. Entre os anos de 1978 e 1980, Roberto Rodrigues assumiu como diretor-presidente, Joaquim Ribeiro Gabriel como diretor-gerente e José Francisco Baratela como diretor-secretário. Coopecredi presente em tempos difíceis Um momento de grande tensão no setor ocorreu em 1998. O preço da cana foi liberado e houve uma grave crise, com valores que não remuneraram a produção. Para auxiliar seus cooperados, a 13 Coopecredi deixou de recolher a “contribuição” de 1%. “A capitalização da Cooperativa passou a ocorrer em função das sobras”, explica o gerente Geral Antonio Carlos Pongitor. Nesse período, também houve cortes em financiamentos provenientes de programas do governo e, conseqüentemente, muitos casos de endividamento em todo o setor. O produtor deixou de fazer investimentos na lavoura. Principalmente em momentos como aquele, a Cooperativa teve papel fundamental para a manutenção da competitividade de seus cooperados. A solução foi buscar recursos em diversas instituições financeiras, para auxiliar aqueles que estavam com problemas. A estabilidade da Coopecredi e sua credibilidade adquirida junto ao mercado permitiram ao cooperado o acesso ao financiamento da produção. Com o tempo, os produtores conseguiram novamente uma situação de maior estabilidade. PACs - Postos de Atendime ao Cooperado Com o objetivo de atender com maior qualidade, seus cooperados, a Coopecredi abriu Postos de Atendimento nas cidades onde já existiam filiais da Coplana. As contas desses produtores foram automaticamente transferidas da matriz em Guariba para os PACs. Com estas inaugurações, os produtores tiveram acesso a todos os serviços prestados por instituições financeiras comerciais, com as vantagens do atendimento personalizado, isenção de variadas taxas, comodidade de financiamentos facilitados e alternativas de aplicações sem sair de sua cidade. Avanços permanentes Outro momento relevante para a Coopecredi foi a criação do Bancoob Banco Cooperativo do Brasil S/A - em 1997. Até aquele momento, as cooperativas de crédito não faziam parte do sistema de compensação. Os descontos de cheques de cooperados eram feitos por meio de uma conta única no Banco do Brasil. Um sistema que visava dar suporte nessa área, o BNCC - Banco Nacional de Crédito Cooperativo – havia sido liquidado em 1990 pelo governo Collor. Dessa forma, até 1997, a Cooperativa dependia de outras instituições financeiras. A partir da criação do Bancoob, houve maior segurança para as operações e a Coopecredi abriu sua carteira de depósitos. Os cooperados abriram suas contas correntes diretamente na Cooperativa. “Com o Bancoob, a Cooperativa se fortaleceu. Podia se estruturar na base, porque havia respaldo na frente,” afirma Pongitor. No ano de 2000, a Cooperativa iniciou a distribuição das sobras em espécie, com decisão sobre o percentual durante as assembléias gerais ordinárias. Também esta iniciativa beneficiou o cooperado, que começou a contar com dinheiro extra todos os anos e proporcional às suas operações dentro da Cooperativa. 14 Dumont Jaboticabal, abertura em 15 de março de 2000 Taquaritinga, abertura em 09 de abril de 2001 Aniversário Coopecredi ento Matriz em Guariba, reforma em julho de 1975 t, abertura em 05 de julho de 2003 Reinauguração da matriz em 31 de agosto de 2001 Pradópolis, abertura em 04 de janeiro de 2003 Modernização da matriz em 10 de agosto de 2004 Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 15 Destaque da edição Francisco Zampieri Francisco Zampieri é daqueles amigos com quem se conversa por horas sem ver o tempo passar. Nascido e criado na roça, numa família de oito irmãos, lembra dos tempos difíceis da juventude, em que a principal ferramenta era a enxada. Casado com Maria de Fátima Torra Zampieri, tem duas filhas – Luciana do Carmo e Lucimara. O pai, Antonio Zampieri, faleceu em 1974. A mãe, Ida Favaretto Zampieri, tem 97 anos e partilha com a família o amor pela terra. Quando garoto, Chico estudava na Escola Agrícola, depois transformada em Colégio Técnico e encampada pela Unesp. Uma das primeiras culturas trabalhadas pela família foi o café. A desvalorização do produto chegou a ameaçar o sítio. “A gente ficava devendo quando o preço do café estava baixo. Fomos no dono do sítio e dissemos que queríamos devolver, mas então fomos pagando como podíamos. Em dois anos, o café deu uma melhora de preço e até conseguimos pagar o sítio. Depois, festejamos. Aí, outra pessoa queria vender terra, mas o que fazer com terra se não tínhamos dinheiro e nem jeito pra pagar?” O algodão, outra cultura com a qual a família trabalhou, mostrou-se de difícil manejo e, na época, ficou inviável. Uma forte praga, que atacou a lavoura, não pôde ser controlada devido à falta de defensivos e a cultura foi substituída pelo amendoim. “O amendoim sempre esteve nas paradas. O plantio ainda era pequeno. Era bem sofrido. Não ía pra frente, porque o braço não agüentava. Antes do sol nascer, já estávamos na roça, porque as plantações davam muito mato. O resultado disso: o povo foi pra cidade, se evadiu da roça, porque não tinha mais condições.” Chico descreve as dificuldades do plantio em época de equipamentos mais simples, sem defensivos adequados e a falta de conforto para a família. “A roça, muitas vezes, não rendia o suficiente. Era um mal necessário derrubar o mato pra continuar a roça. Essa terra suja de semente, não tinha jeito de capinar. O meeiro pagava adubo, veneno e não tinha retorno. Às vezes, não dava nada. O alimento era da própria terra e se comia mal. Não tinha fartura, não tinha trator, carro e nem energia elétrica, nada. Só um fogão à lenha, uma enxada pra trabalhar e uma carroça pra ir à cidade de vez em quando.” 16 Em meio a tantas dificuldades, Chico comemora a sua vontade de vencer, dos familiares e amigos na mesma situação. “Isso foi o começo de tudo. Aquelas pessoas eram de raça, coragem e fé. Só tinham um pedaço de arado, uma ferramenta. Não havia derrota. Tínhamos visão, mas não podíamos concluir a visão, porque não havia meios. As pessoas eram muito inteligentes, mas não tinham muitos meios. Se produziam bastante, não tinham comércio, não tinham como preparar a terra, tecnologia, defensivo.” O irmão João Fernandes Zampieri, cooperado da Coplana, também fala dos desafios da época. “O sofrimento daquela época era demais. Os pessimistas achavam que muita coisa era uma derrota. Alguns problemas, a gente tem que enfrentar. Não adianta a gente abaixar a cabeça. Nesse tempo, o que se fazia? Nessa terra tinha mato e café. Aí começou a se desenvolver o algodão. Nessa época, trabalhávamos juntos e depois veio mudando, veio a tecnologia. Hoje, se fosse para plantar algodão, nós precisávamos aprender de novo, porque tem A mãe Ida entre Chico e João variedade do produto e um novo desenvolvimento pra essa cultura. Um manejo completamente diferente.” O tempo de melhorias começou e Chico relata as mudanças. “Depois do algodão, vieram o amendoim e a cana. Aí, melhorou muito. As coisas não são tão fáceis assim, mas não tão difíceis como àquela época. A tecnologia foi chegando. Estamos nos anos bons e queremos que continue neste caminho. O ministro da Agricultura tem que estar sempre alerta. Eu acho que o ministro sempre tem intenção de elevar as divisas do Brasil com a exportação e melhorar um pouco.” Em suas expectativas sobre o futuro, Chico pensa com otimismo. “Vai melhorar, porque o Brasil tem um território imenso. O nosso terreno aqui, com nova tecnologia e muito amor, a terra produz o dobro que está produzindo. Porque o território brasileiro produz de tudo. Lá fora, não é assim. Dentro de oito a dez anos, vai ter um crescimento enorme. Quando aumenta a produção, aumenta tudo.” Como cooperativista convicto, Chico defende a fidelidade e o desenvolvimento coletivo. “Eu sou um cooperado fiel, porque eu não vendo um amendoim fora da Coplana. Quando eu preciso de alguma coisa, eu vou lá na Coplana. O armazenamento tem que ser muito moderno, de qualidade. Tem que investir para os filhos. E a Coplana está cuidando deste lado, porque para ela entrar num mercado de exportação tem que ter qualidade. Eu não arrisco fora. Se o produto tem uma toxina, quem conhece não come, mas quem não conhece, come. Se for guardar um produto João em meio aos netos João Antonio e Fábio Coplana - Coopecredi - Socicana Maria de Fátima, Chico, Lucimara, Luciana e, em primeiro plano, a mãe Ida duvidoso, com umidade acima do aceitável, armazena de forma inadequada. Lá [na Coplana], se torna mais barato, porque o volume é maior. Se colocar uma máquina aqui em casa, é muito mais caro pra fazer todo esse trabalho. Não compensa. A Coplana faz todo aquele processo de secagem e ainda é o começo. Na minha opinião, a Coplana podia fazer óleo de amendoim, ser o fabricador e não levar no vizinho. Vamos dizer assim, fica caro, mas não é absurdo. Tinha que ter a indústria da Coplana. Se é viável pra todo esse povo, pra Coplana é muito melhor, porque já tem a matéria-prima. Eles [diretores] estão lutando com dignidade e nós respeitamos. Qualquer um não tem que olhar o tamanho e sim a capacidade, a coragem de fazer um investimento. Eu tiro o chapéu.” João Antonio Zampieri e Fábio Roberto Revolti (netos de João), João Zampieri, Maria de Fátima Torra Zampieri (esposa de Chico), Chico Zampieri, com a mãe Ida Favaretto Zampieri e as filhas Luciana e Lucimara: trajetória da família Zampieri revela determinação Dezembro 2004 17 Integração de Cooperados Novos cooperados Direção se reúne com produtores interessados em fazer parte da Coplana para explicar regras. Desde o ano de 2002, com a obtenção de resultados significativos em relação ao crescimento dos negócios da Coplana, houve aumento no número de produtores que desejam integrar-se à Cooperativa. A partir do momento em que assumiu a presidência do Conselho de Administração, Roberto Cestari vem realizando, pessoalmente, reuniões com estes produtores. Durante as reuniões, Cestari e membros da equipe de trabalho detalham o funcionamento da Coplana, o papel do cooperado dentro do sistema, direitos e deveres. O presidente é enfático em questões como a fidelização, imprescindível para a saúde dos negócios dos próprios cooperados. Outra questão abordada é a qualidade. Dentro da prática da Coplana está a eficiência dos serviços, com resultados revertidos para os cooperados, e não o simples aumento do quadro social . “Não queremos ser os maiores. Estamos preocupados com a melhoria contínua. O cooperado deve estar ciente de que tem direitos e também deveres.” Para a direção, é importante adotar iniciativas para a gestão democrática, identificação de novas lideranças, sempre dentro de perspectivas de crescimento sustentável. A Coplana realiza projetos voltados para o desenvolvimento de novas tecnologias no campo e busca alternativas para garantir a continuidade dos negócios dos cooperados. Por isso, suas estratégias baseiam-se em benefícios coletivos. Somente após a exposição desta política da empresa, o produtor que concordar com os critérios, poderá aderir à Cooperativa. 18 Conselho expõe regras a quem quer fazer parte da Coplana Cestari com novos cooperados: “Não queremos ser os maiores. A preocupação é com a qualidade” Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 19 Certificação Internacional Fazenda da Grama recebe certificação com direito à abertura para o mercado europeu A Fazenda da Grama, locali- cesso de transformação da fazen- um rumo, uma direção a seguir. Em zada em Pirajuí-SP, de proprieda- da em empresa, para aumento da 2002, por meio do trabalho da de do cooperado José Antonio rentabilidade e continuidade na nossa empresa de consultoria Fernandes Netto, foi certificada re- pecuária. “Nós mantivemos a área (Stéfani Associados), eu e o André centemente com o Eurepgap (Euro- e quase quadruplicamos a lota- [André Schiavon Villa Nova, conRetail Produce Working Group), ção”, disse. A fazenda esteve entre sultor] começamos um programa conferido a produtores que atuam os 20 convidados do Brasil a in- de gestão pela qualidade trazendo conceitos muito sódentro de práticas adelidos. A partir daí, os requadas de manejo, sultados começaram a com respeito ao meio ocorrer”, afirmou. Reambiente, saúde anisultados que levaram a mal, integridade hufazenda a receber em mana, uso racional de 2003 e 2004, prêmios defensivos e mecaniscomo melhor franquemos para a rastreabiliada Montana do Brasil. dade. O padrão interSegundo Júnior, os nacional de boas práresultados da porteira ticas agrícolas permite pra fora são a visibilia exportação ao mercadade no mercado e do europeu. A Fazenda agregação de valor ao da Grama foi a segunproduto. Da porteira da do Estado de São pra dentro, a confirmaPaulo a receber a certi(esquerda p/ direita) Sr. Jim Dobson, José Antonio Fernandes Netto, ção de que estavam no ficação entre oito emFábio Dias e Sr. Jack Dobson - donos da Dundannon Meat Group (uma caminho certo. presas do Brasil. das maiores empresas do mercado inglês que preparam cortes para venda em supermercados). O produto da fazenAté 1991, a fada hoje é a genética zenda era produtora de grãos e laranja. A partir de então, gressar como franqueado Monta- por meio dos touros Montana, um iniciou o trabalho com pecuária e na, uma raça composta cujos tou- trabalho desenvolvido para que os investiu de forma permanente em ros são utilizados para o mesmo clientes da fazenda produzam cartecnologia e gestão. Um dos dire- papel da inseminação no cruza- ne de qualidade. No caso da raça Senepol, os produtos são emtores da propriedade, José Anto- mento industrial. Um marco importante, se- briões, matrizes e touros. A fazennio Fernandes Netto, explica que até 1995 houve avanços na efici- gundo Júnior, foi a aplicação de da hoje está credenciada a receência técnica, quando obteve o ferramentas de qualidade. “Perce- ber animais para que sejam prepaprêmio de Melhor Inseminação do bemos que só um nível tecnológico rados para a venda ao mercado exBrasil, concedido pelo Colégio Bra- de eficiência não era eficiente. Para terno. O sêmen é um produto indicontinuar os trabalhos, era preci- reto, já que existem touros da fasileiro de Reprodução Animal. Em 1997, teve início o pro- so algo a mais. Ter um objetivo, zenda que participam da coleta em 20 Certificação Internacional centrais especializadas. No futuro, a carne poderá ser também um produto de interesse. “Quando nós começamos o programa, nós definimos qual seria a nossa missão, onde queríamos chegar e quais os valores. Por isso, não abrimos mão, de forma alguma, de integridade, reconhecimento da equipe e valorização pessoal.” Segundo André Villa Nova, com os avanços do trabalho, já existe a necessidade de adaptar a visão da empresa. “Há quatro anos definimos a visão e agora temos que definir aonde queremos chegar daqui a mais quatro anos e trabalhar para isso acontecer. Não temos isso concreto ainda, mas já começamos a discutir. Temos o campeonato Montana, os objetivos de empresa líder no processo Montana, estamos vendendo sêmen, vendendo touro e temos que buscar outras alternativas para sobrevivência da empresa. O caminho da visão vai ser por aí: diversificar o seguimento. A fazenda hoje não trabalha com venda de carne e pode ser uma alternativa, mas tudo vai estar dentro dos patamares de impacto e custo.” Júnior completa destacando o conceito que usa na gestão dos negócios. “Transformar uma fazenda em empresa não depende do tamanho dela. Tamanho não está relacionado com competência. Quando eu percebo que todas as estratégias estão alicerçadas nesses pilares, eu posso fazer qualquer coisa. É possível, desde que você tenha um modelo, que acredite na sua capacidade, acredite que tem competência e que isso o impulsiona em busca de resultados”, concluiu. José Antonio Fernandes Júnior André Schiavon Villa Nova Alguns dados Plantel - 2000 cabeças Montana; Área - 660 hectares, 90 dos quais com cana usada na alimentação do gado e também como viveiro de mudas para venda; Resultados - de 1999 a 2003, aumento da receita em 7,34 vezes, com aumento da despesa em 2,78 vezes. Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 21 Balança Comercial Balança Comercial do Agronegócio Outubro/2004 No acumulado do ano, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 33,055 bilhões. O resultado dos dez primeiros meses de 2004 supera o valor exportado em todo o ano de 2003, de US$ 30,639 bilhões. Resultados do mês As exportações de outubro de 2004 totalizaram US$ 3,1 bilhões, valor recorde histórico para meses de outubro e 1,1% acima do valor exportado em outubro de 2003. As importações diminuíram 5% em relação a igual período do ano anterior, totalizando US$ 414 milhões. Este desempenho das exportações do complexo soja no mês de outubro deve caracterizar todo o quarto trimestre de 2004. Isso reflete, entre outros fatores, a queda dos preços internacionais e domésticos e a conseqüente redução das margens de rentabilidade das indústrias de esmagamento. Além dis- O saldo comercial do agronegócio atingiu, em outubro de 2004, o valor de US$ 2,7 bilhões, superando em 2,1% o saldo comercial de outubro de 2003. Este saldo é recorde histórico para meses de outubro. Em termos de desempenho dos grupos de produtos, os resultados da balança comercial foram heterogêneos. Apresentaram retração, setores como soja e cereais. Mantiveram o mesmo desempenho positivo registrado no ano - carnes, madeiras, café, açúcar, algodão, fumo e tabaco. As vendas externas do complexo soja apresentaram receita de US$ US$ 570 milhões (36,3% abaixo do valor registrado no ano passado). As maiores quedas ocorreram nos embarques de soja em grãos (-56,4%) e de óleo de soja em bruto (-65,4%). 22 so, há uma demanda externa limitada. A queda das exportações do grupo de cereais, farinhas e preparações resultou da queda das exportações de milho (-75,4%) de US$ 49,5 milhões em outubro de 2003 para US$ 12 milhões em outubro de 2004. As exportações de milho concentraram-se no primeiro semestre, com forte crescimento para países da Europa, devido à quebra de safra naquela região. As exportações de açúcar e álcool apresentaram um incremento de 14,9%. O crescimento das receitas de vendas externas de açúcar (11,7%, de US$ 243 milhões para US$ 271 milhões) foi impulsionado pelo incremento nos preços (22% no caso do açúcar refinado e 5,7% para o açúcar em bruto). As exportações de álcool renderam US$ 32,8 milhões, comparados com US$ 21,8 milhões em outubro de 2003. Outros grupos de produtos que apresentaram desempenho positivo em termos de valor das exportações foram café verde mais solúvel (25,5%), madeiras e suas obras (22,7%); couros peles e calçados (14,2%); algodão e fibras têxteis vegetais (34,3%); fumo e tabaco (107%); e leite, laticínios e ovos (58,2%). Resultados acumulados em 12 meses (Novembro/2003 a Outubro/2004) No período de 12 meses (novembro de 2003 a outubro de 2004), as exportações totalizaram US$ 38,1 bilhões, 29,0% acima do valor exportado no período de novembro de 2002 a outubro de 2003. O superávit comercial acumulado nos últimos 12 meses foi de US$ 33,3 bilhões, 33,9% acima do superávit registrado no período compreendido entre outubro de 2002 a setembro de 2003. Fonte: MAPA Demonstrações Financeiras ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DE GUARIBA CNPJ: 48.663.470/0001-61 30 de setembro de 2004 Balanço Patrimonial Demonstrativo das Contas de Resultado ATIVO DISPONIBILIDADES CRÉDITOS DIVERSOS PERMANENTE - IMOBILIZADO INVESTIMENTOS COMPENSAÇÃO 4.821.419,74 19.957,60 4.539.591,19 138.473,19 120.964,64 2.433,12 DÉBITO A-MANUTENÇÃO DE SERVIÇO ADMINISTRAÇÃO DEPTO AGRÍCOLA SUPERÁVIT/DÉFICIT DO EXERCÍCIO TOTAL GERAL 2.288.845,95 126.716,17 46.283,66 2.461.845,78 PASSIVO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO COMPENSAÇÃO 4.821.419,74 46.983,54 4.772.003,08 2.433,12 CRÉDITO CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS RECEITAS DIVERSAS CREDORES DIVERSOS SUPERÁVIT/DÉFICIT DO EXERCÍCIO TOTAL GERAL 816.963,90 1.644.881,88 0,00 0,00 2.461.845,78 Roberto Cestari - Presidente HELIJA - Organização Contábil S/C Ltda ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DE GUARIBA CNPJ: 48.663.470/0001-61 31 de outubro de 2004 Balanço Patrimonial Demonstrativo das Contas de Resultado ATIVO DISPONIBILIDADES CRÉDITOS DIVERSOS PERMANENTE - IMOBILIZADO INVESTIMENTOS COMPENSAÇÃO 5.082.499,85 3.940,79 4.820.543,14 134.618,16 120.964,64 2.433,12 DÉBITO A-MANUTENÇÃO DE SERVIÇO ADMINISTRAÇÃO DEPTO AGRÍCOLA SUPERÁVIT/DÉFICIT DO EXERCÍCIO TOTAL GERAL 2.524.608,00 149.406,16 303.458,64 2.977.472,80 PASSIVO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO COMPENSAÇÃO 5.082.499,85 50.888,67 5.029.178,06 2.433,12 CRÉDITO CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS RECEITAS DIVERSAS CREDORES DIVERSOS SUPERÁVIT/DÉFICIT DO EXERCÍCIO TOTAL GERAL 1.146.977,17 1.830.495,63 0,00 0,00 2.977.472,80 Roberto Cestari - Presidente Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 HELIJA - Organização Contábil S/C Ltda 23 Concurso Cultural Concurso cultural “Calendário Coplana” entrega bicicletas aos vencedores A Coplana realizou no mês de novembro o seu primeiro concurso cultural, com a participação de crianças e adolescentes de sete a 13 anos, todos familiares de associados da Coplana, Socicana e Coopecredi. Os 12 desenhos selecionados serão publicados no calendário 2005 da Coplana, Socicana e Coopecredi. O objetivo do concurso foi iniciar uma aproximação deste público com a Cooperativa e estimular a curiosidade sobre cooperativismo e agronegócio. A garotada respondeu com grande adesão. O fato abre espaço para outras realizações voltadas para esta faixa etária. Segundo o presidente da Coplana, Roberto Cestari, que idealizou o concurso, foi possível perceber que os participantes buscaram informações sobre o assunto com os pais, por exemplo. “O melhor resultado do concurso foi o estímulo ao diálogo em família. Este é o começo de uma iniciativa voltada para a meninada. O crescimento sustentável implica um trabalho de base, que comece bem cedo, que tenha como meta a formação. Ver o esforço das crianças em retratar o tema e a criatividade nos deixou muito motivados. Temos que pensar no macro, mas também saber identificar estes valores. Esta é uma conquista do cooperativismo e de todos que fazem parte do sistema”, afirmou. No dia 03 de dezembro, os 12 autores dos desenhos selecionados receberam, cada um, uma bicicleta como prêmio. Os demais concorrentes também foram convidados para a premiação e receberam relógios de pulso como presente da Cooperativa, conversaram com o presidente, equipe de trabalho e participaram de um lanche da tarde. Os desenhos foram apresentados no auditório. O presidente da Coplana Roberto Cestari entregou pessoalmente os prêmios aos selecionados do concurso 24 Concurso Cultural Nosso recado aos participantes Aqueles que ficaram entre os 12 selecionados, recebam os parabéns de toda equipe da Coplana, Socicana e Coopecredi. E para os demais que participaram, recebam também nossos parabéns. Vocês são vencedores, porque tiveram iniciativa. Isso é muito importante. Realizaremos outros concursos e queremos contar com a participação de todos. Como funcionou o concurso? A Comissão Julgadora foi composta pelos colaboradores Regiane Alves (Assessoria de Comunicação), Pedro Antonio Sgarbosa (Organização e Métodos), Alessandra Silva (Secretária), Liliane Ap. Vicentin (Atendimento Coopecredi) e pela professora de Educação Artística Luiza Maria Politi Saes. Como forma de manter a transparência, as crianças não colocaram os nomes nos desenhos, somente nas fichas, que foram enumeradas. Uma criança colocou o nome junto ao desenho, mas este nome foi suprimido. Isso impediu que, durante a seleção, a Comissão pudesse conhecer o autor. A Comissão levou em consideração a criatividade e se o desenho era relacionado ao tema. Os desenhos recebidos foram todos muito criativos e apresentaram diferentes estilos, o que fez da seleção uma difícil tarefa. Os desenhos selecionados serão divulgados no calendário das entidades, ano 2005, distribuído para associados e diversas instituições em todo o país. Coplana - Coopecredi - Socicana Selecionados: Alfredo Alves Guindalini - Dumont, Ana Carolina da Silva Carneiro – Dumont, Antonio Carlos Trevisan Derussi – Pradópolis, Bruna Cestari - Jaboticabal, Davyson Coure Landim – Itápolis, Fernanda Fonzare – Pradópolis, Henrique Bovo Fabio – Dumont, Jorge Luís Shibata – Taquaritinga, Lauriane Camila Polegato da Silva – Dumont, Murilo Fernandes de Brito – Guariba, Olavo Betiol e Stefânia Bovo Minto – Dumont Demais participantes: Slana Bovo Minto – Dumont, Alicia Arioli Mauro – Taquaritinga, Ana Maria Zacharias – Taquaritinga, André Giacherini – Jaboticabal, Andresa Medalha Sinchetti – Taquaritinga, Arildo Bedin Barroso – Osasco, Arthur da Silva Carneiro – Dumont, Bianca Cristina Lourenço Brunini – Jaboticabal, Caroline Cestari – Jaboticabal, Cláudio Henrique Grandi Filho – Dumont, Cristiane Medalha Sinchetti – Taquaritinga, Dirciani Polegatto – Dumont, Egidio José Maduro Filho – Guariba, Felipe de Freitas Basso – Taquaritinga, Guilherme Castro Dela Corte – Passos, Guilherme do Amaral Alves – Guariba, Guilherme Palazzo – Jaboticabal, Heitor Ramos Vilela – Pradópolis, Icaro Caue Deliberto Grandi – Dumont, Isabela Schiave – Pradópolis, Izabela Barrios Alves Pacífico – Guariba, João Gabriel Ferreira Peres – Córrego Rico, Julia Arioli Mauro – Taquaritinga, Kelly Silva Ribeiro – Taquaritinga, Leandro Florio Ferreira – Jaboticabal, Letícia Fonzare – Pradópolis, Monique Biagi Betiol – Dumont, Paulo Vinícius Senibaldi – Santa Ernestina, Pedro Eduardo Lorenzato Dumont, Ricardo Mabardi Kitouri – Jaboticabal, Richard de Paula Giória Nabuco - Dumont, Ruan Aparecido Biagi Betiol – Dumont, Ruiz Michel Grandi – Dumont, Sophia Mastrogiocomo Biagi – Dumont, Taila Rita Marcari da Silva - Pradópolis, Lais Polegato Loss – Dumont, Tales Henrique R Malta da Silva – Jaboticabal, Thaís de Freitas – Jaboticabal, Venâncio Betiol - Dumont, Flávia e Victor Polegato Matioli - Sertãozinho, Wellington Carlos Galhathi – Taquaritinga e Wilson Massayoshi Horoya – Monte Alto Dezembro 2004 25 Responsabilidade Social Apae - Informática abre janelas para alunos especiais As tecnologias interativas e a educação especial são temas que estão em evidência desde o final do século XX e, dessa forma, não só possibilitam a quebra de barreiras, como também abrem espaço a novas concepções e atitudes. No âmbito da educação e, especificamente, no caso da educação especial, o uso da informática, segundo Silveira e Santora (1999), representa uma ajuda técnica que facilita a autonomia pessoal e possibilita o acesso e o uso do meio físico. É importante ressaltar que, infelizmente, ainda há um número significativo de pessoas com necessidades especiais à margem do acesso a várias oportunidades, dentre elas, as novas tecnologias da informação, seja por suas limitações físicas ou cognitivas, seja pela inexistência de tal ferramenta nas escolas especiais. Em contrapartida, a Escola de Educação Especial da Apae de Jaboticabal foi contemplada em agosto de 2002, com um laboratório de informática do 26 ministério de Educação. Desde que foi implantado, este laboratório vem assumindo considerável importância e significação nas questões educacional e social desses usuários. O espaço permite a realização de um trabalho em ambientes interativos, onde a tecnologia atua como estímulo à cognição social, à aprendizagem cooperativa e à descoberta, como algo que colabore com interações de troca/cooperação. Dessa forma, intervém na auto-estima e na autonomia das pessoas com necessidades especiais. A Apae atende, nesse laboratório, cerca de 170 alunos nas modalidades Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos. O trabalho concentra-se em oficinas diárias para grupos de até seis pessoas, com monitoramento para manuseio do equipamento e iniciação ao trabalho informatizado e à comunicação alternativa. O objetivo é proporcionar acesso ao mundo informatizado, possibilitando a interação e a inclusão social, bem como o desenvolvimento da imaginação, de conceitos e habilidades motoras, lingüísticas, cognitivas e sócio afetivas. Dentre outras competências, visa despertar o senso de independência e autonomia para a realização de ações estratégicas. Apresentamos algumas das vozes, que vêm constituindo esse trabalho. Vozes essas que, até então, não haviam tido a oportunidade de vivenciar experiências como essa: “Quando entrei na sala de informática não sabia mexer no computador, mas tinha uma pessoa para ajudar, a Fabiana. Ela, no começo, me ensinou muitas coisas e eu fui prestando atenção. Eu agora sei mexer no computador, sei ligar, desligar. Escrevo sobre as datas comemorativas, ou então faço um desenho.” Ramon - 2a série; “Eu gosto das aulas de computação.” - Mariana - 1a série; “Eu acho a aula de computação muito importante e legal.” - Rafael - 1a série; “Adoro jogar no computador.” Willian, 1a série. Fabiana Chinalia Professora do Laboratório de Informática Sites Coplana / Socicana Comunicação na internet - sites Coplana Socicana A Coplana e a Socicana estão disponibilizando em seus sites, informações sobre os serviços das entidades, histórico, funcionamento e dados sobre o mercado e agronegócio. O objetivo é facilitar a comunicação com a sociedade. Dentro deste projeto, a Cooperativa também iniciou cursos de informáticas para cooperados. Com isso pretende agilizar o uso de ferramentas digitais. Acesse os sites, informe-se e mande sugestões. www.coplana.com para enviar e-mail à Coplana - [email protected] A Coplana está disponibilizando a você, cooperado, um pacote com financiamento para aquisição de computadores Itautec. Os equipamentos têm alta tecnologia e possuem a mesma assistência técnica oferecida à Coplana. O objetivo é promover o acesso a essas tecnologias, facilitar a gestão de seus negócios e a comunicação com a Cooperativa. Informe-se pelo telefone: (16) 3251-9201. www.socicana.com.br para enviar e-mail à Socicana - [email protected] Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 27 Socicana Socicana promove última reunião do ano com os Comitês das Usinas da Região A Socicana realizou no dia 07 de dezembro, sua reunião de encerramento de ano com os comitês das usinas Corona, Santa Adélia, Santa Luiza, São Carlos, São Francisco e São Martinho. O presidente da entidade Roberto Cestari avaliou o cenário como positivo, mas ainda com necessidade de mobilização conjunta do setor. “Este ano não foi tão drástico. Já tivemos safras piores. Teremos mercado mais sustentável, desde que o setor seja organizado. É preciso um planejamento para o crescimento da cadeia produtiva com o mercado. O setor deve manter uma postura coerente, evitar atitudes individualistas, nas quais cada um age de acordo com os seus interesses. Se o Brasil fosse organizado, seria a maior potência do mundo”, concluiu. O vice-presidente Ismael Perina Júnior lembrou que as pro- jeções, antes negativas, foram desfeitas em virtude de vários fatores. Entre eles, a quebra da safra na Índia e, principalmente a alta do petróleo. Apesar disso, ainda era necessário ter cautela. “O álcool teve um desempenho na exportação que ninguém acreditava há cinco meses. Isso se deve ao preço da gasolina. Os Estados Unidos, que têm o poder aquisitivo, estão consumindo e pagando. Há correlação grande com o preço do petróleo. A exportação com preços bons é interessante, mas não podemos esquecer que estamos no Brasil. Quando há dependência do mercado externo, é possível que o negócio não seja concluído lá na frente. As pessoas fazem as contas de acordo com projeções, que podem não se confirmar.” Em uma síntese da reunião, ficou claro que o mercado acena de maneira positiva para o setor sucroalcooleiro. Isso não quer dizer que os negócios serão fáceis, pois tendências podem ser alteradas. Para o produtor ter sustentabilidade, é necessário fazer a sua poupança, avaliar investimentos, empregar, a cada dia, maior qualidade na gestão e participar de maneira ativa de suas entidades. Integrantes dos Comitês das Usinas discutem mercado. 28 Socicana Reunião dos Comitês da Socicana Ruy Sérgio Gomes Ao iniciarmos a safra 04/05, deparamos com um cenário de preços baixos, associados a uma previsão de aumento de produção, dívidas originárias da safra passada e elevação dos custos. Para enfrentarmos esta situação, foi de fundamental importância a atuação dos Comitês das Usinas da Região da Socicana, o que marcou posição com acordos transitórios, consolidando a verdadeira parceria com os Usineiros da Região. Para coroarmos a atuação dos referidos comitês, foram realizados acordos com as usinas. Este acordos prevêem ajustes de toda a safra, que serão pagos neste mês de dezembro, por 90% do ATR de novembro, realizando continuadamente este processo para os meses de janeiro (92,5% sobre o ATR de dezembro), fevereiro (95% sobre o ATR de janeiro), consecutivamente, até o encerramento em abril. Considerando o desempenho do mercado e as conseqüências sobre o valor da tonelada de cana, foram apresentados aos integrantes dos comitês, os valores consolidados e os projetados para a safra 04/05. Abaixo podemos verificar a performance dos preços do ATR para faturamento (quadro 01), em comparação aos valores da safra 03/04. Verificamos, assim, uma reação do mercado. Salientamos ainda que o Brasil tem se mostrado apto a competir em todos os mercados mundiais, basicamente devido aos altos rendimentos apresentados pelo setor. Considerando, especialmente, a evolução do desempenho da nossa região, como podemos verificar no quadro 02. A potencialidade de crescimento do setor, tanto na produção de açúcar como na de etanol, apresenta-se de forma promissora, principalmente quadro 01 Coplana - Coopecredi - Socicana considerando-se as fortes altas nos preços do petróleo, que pode ter o álcool (etanol) como parcial substituto. Influencia neste cenário também o déficit mundial de açúcar, em relação ao consumo. Abaixo apresentamos os valores de custo de produção do etanol, comparativamente a outros países, utilizando diferentes matérias-primas e, principalmente, em relação à gasolina, seu maior concorrente. Ruy Sérgio Gomes é gerente geral da Socicana. quadro 02 Dezembro 2004 29 Socicana Mercado de Cana Consecana - Circular 08/04 - 30/11/04 A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de novembro de 2004. O preço médio do kg de ATR para o mês de novembro é de R$ 0,2344, já incluídos PIS e Cofins. Os preços de faturamento do açúcar, nos mercados interno e externo, do álcool anidro e hidratado, carburante, outros fins e exportação, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de maio a outubro, são apresentados a seguir: (*) Os preços do Açúcar de Mercado Interno (AMI) e do Álcool Anidro e Hidratado destinados à Indústria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do Açúcar de Mercado Externo (AME-Bco e AME-VHP) e do Álcool Anidro e Hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg por produto, obtidos nos meses de maio a novembro e acumulados até novembro, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/04, são os seguintes: Informações Socicana gerência: Ruy Sérgio Gomes 30 Socicana Análise do Mercado de Cana No gráfico abaixo, podemos verificar uma franca recuperação do preço do ATR acumulado, utilizado para o faturamento mensal, quando comparado aos valores da safra passada: Traçando um comparativo com safra passada, e levando-se em conta os valores de ATR(kg/t) e toneladas de cana entregue/quinzena verificamos que a safra 04/05, há uma quantidade menor de açúcar por tonelada: Na tabela abaixo, estamos apresentando os dados relativos a toneladas de cana por Unidade Industrial e sua riqueza, demonstrada através da quantidade de ATR/t de cana: Ranking de ATR - posição em 15/11/04 Coplana - Coopecredi - Socicana Dezembro 2004 31 32