Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
Estudo 3 – O novo Nascimento
João 3
Elaborado por Ana Maria Suman Gomes
[email protected].
O capítulo 3 do evangelho de João
talvez seja o mais conhecido de todo o
Evangelho. Nele encontramos a visita
de Nicodemos a Jesus e também o
testemunho de João Batista a respeito
do Messias.
O nome Nicodemos significa “povo
vencedor”. Era um dos membros do
Sinédrio e voltará ao Evangelho nos
capítulos 7,50 e 19,39. A tradição
rabínica o descreve como sendo um dos
homens mais ricos de Jerusalém.
Quando visitou Jesus, o fez na
qualidade de representante do seu povo,
o que foi reconhecido por Jesus porque,
quando Jesus se refere a ele como
Mestre em Israel, mostra que
compreendeu o significado daquela
visita. Para Agostinho, Nicodemos
“veio à luz, mas veio em trevas”.
que não nascer de novo não pode ver o
reino de Deus.” Nicodemos não entende
nada. Ele não tem olhos abertos para
o início de uma nova era que Jesus
veio implantar. Sua mente é estreita,
limitada em alcance. Responde:
“Como pode um homem nascer sendo
velho? porventura pode tornar a entrar
no ventre de sua mãe, e nascer?” Para
este quesito, Jesus diz: Na verdade, na
verdade te digo que aquele que não
nascer da água e do Espírito, não pode
entrar no reino de Deus. O que é
nascido da carne é carne, e o que é
nascido do Espírito é espírito. Não te
maravilhes de te ter dito: Necessário vos
é nascer de novo.” (3,5-7).
Era de se esperar que Nicodemos, aqui
considerado Mestre, compreendesse os
ensinamentos a respeito de Jesus
escritos no Antigo Testamento. Tudo
sobre o Messias estava implícito nas
Escrituras. Nicodemos sabia o teor da
Escritura, mas não compreendia o
seu alcance. A Bíblia não é um livro
para ser conhecido e decorado, é
norteador de toda a vida e precisa ser
iluminado pela ação do Espírito Santo
na vida daquele que busca saber a
revelação de Deus.
Já no milagre da transformação da água
em vinho Jesus acenara para a sua
missão. Veio para tornar possível o
cumprimento da Lei e não para
escravizar pela Lei. Veio para libertar,
para tornar o homem livre para se
comunicar com Deus, não para
enquadrá-lo
e
subjugá-lo
pela
interpretação humana da Lei. Veio para
que o homem se deixasse nascer do
Espírito e assim compreender a
linguagem de Deus. Nicodemos não
estava
pronto
ou
não
queria
compreender. A Lei era o seu Deus.
Não queria nascer de novo, abandonar a
segurança da letra e viver na direção do
Espírito.
O fariseu aproxima-se de Jesus à noite e
diz: “Rabi, bem sabemos que és Mestre,
vindo de Deus porque ninguém pode
fazer estes sinais que tu fazes, se Deus
não for com ele.” (Jo 3,2). Jesus não
espera para responder e diz: “Na
verdade, na verdade te digo que aquele
O amor de Deus visto em Jesus não
permite que Nicodemos seja condenado
pela ignorância. Era Mestre na Lei?
Então estava familiarizado com Moisés.
Iria compreender o que tinha a dizer:
“E, como Moisés levantou a serpente no
deserto, assim importa que o Filho do
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homem seja levantado. Para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.” (3,14-15).
Nicodemos, ouça com atenção: a Lei
existiu como preparação para este dia.
Ela, por si só, não resolve o problema
do afastamento de Deus. Desaprenda,
Nicodemos. Comece de novo, enxergue
o que Deus preparou para a salvação de
todo o mundo!
Infelizmente, não temos registro sobre a
decisão de Nicodemos. Mas a
preocupação é com a nossa posição
diante do apelo para que coloquemos
apenas em Jesus o alicerce para a
nossa
salvação.
Boas
obras,
assiduidade à Igreja, engajamento no
trabalho cristão, tudo isto é subproduto.
Para obter a salvação e a comunhão
com Deus, apenas Jesus é o caminho.
Considere isto e verifique se, de alguma
forma, você está na direção correta.
Depois do episódio que envolveu Jesus
e Nicodemos, versículos 1 a 22, onde a
ênfase estava no conceito do novo
nascimento, aproximamo-nos dos
versículos 22 a 36, que acena para a
centralidade de Cristo sobre o crente.
Agora Jesus estava na Judéia, João
Batista em Enom, que significa fontes,
junto a Salim, terra de muitas águas.
Uma curiosidade: O nome Salim
aparece também como Salém e significa
plenitude de paz. A única referência no
Novo Testamento a Salém é encontrada
aqui. O local foi citado em Gênesis
14,18, quando Abraão se encontra com
Melquisedeque,
o
primeiro
rei
conhecido de Salém.
Um judeu se aproximou dos discípulos
de João e com eles discutiu a questão da
purificação. Não sabemos se a
referência era à prática comum entre os
judeus ou se estava se referindo ao
batismo de Jesus e de João. Ou será que
contrastava um com o outro? O assunto
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aparece em linguagem de fofoca: “Rabi,
aquele que estava contigo além do
Jordão, do qual tu deste testemunho, eilo batizando. e todos vão ter com
ele”.(3,10). A intenção é claramente
percebida: colocar ciúmes em João
Batista. Por que será, ouvintes, que há
tantas pessoas desejosas de envenenar
relacionamentos saudáveis?
João Batista tem aqui seu momento de
grandeza.
Não
titubeou,
não
argumentou, não quis detalhes. Ele
sabia que a missão de Jesus era
diferente da dele. E não aceitou o
papel de mediador. Jesus é o que nos
mostra o Pai. O noivo é Jesus. João
Batista apenas havia preparado o
caminho para ele. Nada mais. Ao ouvir
a voz do noivo ele se alegra e a sua fala
desaparece no relato joanino. Confira
a resposta de João: “João respondeu, e
disse: O homem não pode receber coisa
alguma, se lhe não for dada do céu, vós
mesmos me sois testemunhas de que
disse: Eu não sou o Cristo, mas sou
enviado adiante dele. Aquele que tem a
esposa e o esposo: mas o amigo do
esposo, que lhe assiste e o ouve, alegrase muito com a voz do esposo. Assim
pois já este meu gozo esta cumprido. É
necessário que ele cresça e que eu
diminua.” (27-30).
Precisamos terminar, mas não antes de
apresentar o resumo dos ensinamentos
deste capítulo. Nele, João, o evangelista
apresenta as credenciais de Jesus:
•
Origem celestial, o que o
colocava acima das coisas terrenas
(3,13)
•
Testemunha do que vê e ouve do
Pai (3,32). Para
compreender tal
testemunho, é necessário haver sido
regenerado (3,33)
•
Recebeu o Espírito “sem
medida”. (3,36) e os que o aceitam,
recebem a vida eterna (3,36).
Pergunto: você já conhece e se relaciona
com Jesus?
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APOIO BIBLIOGRÁFICO:
ALLEN, Clifton J.(editor) Comentário
Bíblico Broadman vol. 9 .Rio de
Janeiro: JUERP. 2ª. edição. 1987.
BORTOLINI, José. Como ler o
Evangelho de João – O caminho da
vida. São Paulo: Paulus. 7ª. edição
2005.
BRUCE, F.F. João – Introdução e
Comentário. São Paulo: Mundo Cristão.
1987.
CHOURAQUI, André. A Bíblia –
Iohanân (O Evangelho Segundo João).
Rio de Janeiro: Imago. 1997
TAYLOR, W.C. Evangelho de João –
Tradução e Comentário. Volumes I, II e
III. Rio de Janeiro:Casa Publicadora
Batista. 1946.
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