Análise de Circuitos Combinatórios Como tínhamos visto atrás, a tabela de verdade é usada para podermos facilmente representar o funcionamento de um circuito combinatório. Com essa tabela obtemos a resposta de um circuito para cada combinação presente nas entradas. Para analisar e conseguir definir o comportamento dos circuitos combinatórios terá que se proceder à simulação de todas as combinações possíveis nas suas entradas, para se poder então determinar o resultado lógico que aparecerá nas saídas. Ao colocar cada combinação binária nas entradas do circuito, procedese à verdadeira análise, determinando os níveis lógicos presentes nas entradas das portas e atribuindo os resultados fornecidos por elas. As saídas lógicas das portas poderão, então, ser úteis para a determinação do valor das entradas de outras portas, até chegar ao resultado lógico das saídas do circuito. Iremos de seguida dar um exemplo prático analisando o circuito interno de uma porta or-exclusivo e determinando a tabela de verdade que traduz o seu funcionamento. A B S Fig.14 – Circuito equivalente a uma porta XOR. A 0 0 1 1 B 0 1 0 1 S Tabela de verdade inicial. Em primeiro lugar constrói-se uma tabela de verdade de acordo com o número de entradas e saídas do circuito. Como o circuito tem duas entradas, A e B, a tabela terá 22 combinações diferentes. Preenche-se então a tabela com todas as combinações possíveis nas entradas. Notas: A Coloca-se a primeira combinação da tabela de verdade, nas entradas do circuito, e verificam-se os estados lógicos presentes nas entradas de todas as portas. B 0 0 0 P1 0 P2 1 1 1 0 0 P3 1 0 0 P4 0 0 0 P5 0 Determinam-se então as saídas das portas e, por sua vez, as entradas de outras portas que se sigam, e aí por diante. S Seguindo o exemplo proposto, a primeira combinação (0, 0) irá proporcionar em ambas as entradas das portas P1 e P2 um nível lógico 0. Fig.15 – Valores lógicos para a 1ª combinação na entrada. Essas portas irão produzir nas suas saídas dois níveis lógicos 1 que serão levados até às entradas das portas P3 e P4. As entradas do circuito A e B estão também ligadas às portas P3 e P4. Sabendo o valor das entradas de ambas as portas P3 e P4, poderemos então saber os níveis lógicos nas suas saídas e nas entradas de P5. As portas P3 e P4 irão ambas produzir níveis lógicos 0 nas suas saídas, e estes serão transportados até às entradas da porta P5. Esta, por sua vez, produz um nível lógico 0 na sua saída que traduz o resultado de todo o circuito para esta combinação. Prossegue-se para a segunda combinação (0, 1) e analisa-se o circuito. A Esta combinação irá proporcionar na entrada de P1 um 0 lógico e na entrada de P2 um nível lógico 1. B 0 1 0 P1 1 P2 1 0 0 0 0 P3 1 1 1 P4 0 1 1 P5 Fig.16 – Valores lógicos para a 2ª combinação na entrada. Na saída de P1 irá produzir-se 1 lógico e na saída de P2 0 lógico. Isso irá fazer aparecer nas entradas de P3 dois 0 lógicos e nas entradas de P4 dois 1 lógicos. 1 S Na saída de P3 irá produzir-se 0 lógico e na saída de P4 1 lógico. Nas entradas de P5 irão aparecer 0 e 1. Esta, por sua vez, produz um nível lógico 1 na sua saída que traduz o resultado de todo o circuito para esta combinação. Notas: Prossegue-se para a terceira combinação (1, 0) e analisa-se o circuito. A Esta combinação irá proporcionar na entrada de P1 um 1 lógico e na entrada de P2 um nível lógico 0. B 1 0 1 P1 0 P2 0 1 Na saída de P1 irá produzir-se 0 lógico e na saída de P2 1 lógico. 1 1 1 P3 0 0 0 P4 1 1 0 P5 1 S Isso irá fazer aparecer nas entradas de P3 dois 1 lógicos e nas entradas de P4 dois 0 lógicos. Na saída de P3 irá produzir-se 1 lógico e na saída de P4 0 lógico. Nas entradas de P5 irão aparecer 1 e 0. Fig.17 – Valores lógicos para a 3ª combinação na entrada. Esta, por sua vez, produz um nível lógico 1 na sua saída que traduz o resultado de todo o circuito para esta combinação. Prossegue-se para a quarta combinação (1, 1) e analisa-se o circuito. A Esta combinação irá proporcionar nas entradas de P1 e P2 1 lógico. B 1 1 1 P1 1 P2 0 0 Na saída de P1 e P2 irá produzir-se 0 lógico. 0 0 1 P3 0 0 1 P4 0 0 0 P5 Fig.18 – Valores lógicos para a 4ª combinação na entrada. 0 S Isso irá fazer aparecer em P3 e P4 dois níveis lógicos diferentes, 0 e 1. Na saída de P3 e P4 irão produzir-se 0 lógico. Nas entradas de P5 irá aparecer 0 lógico. P5 produz um nível lógico 0 na sua saída que traduz o resultado do circuito para esta combinação. A 0 0 1 1 B 0 1 0 1 S 0 1 1 0 Finalmente preenche-se a tabela construída inicialmente com os resultados obtidos para cada combinação analisada. Fig.19 – Tabela de verdade final. Com estes procedimentos consegue-se obter uma tabela que demonstra o funcionamento do circuito para cada combinação lógica aplicada às entradas. Notas: