UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA JOÃO FRANCISCO DOS ANJOS JUNIOR ESTUDO FITOQUÍMICO E ATIVIDADE BIOLÓGICA DE Piper permucronatum Yuncker (Piperaceae). Porto Velho – 2007 JOÃO FRANCISCO DOS ANJOS JUNIOR ESTUDO FITOQUÍMICO E ATIVIDADE BIOLÓGICA DE Piper permucronatum Yuncker, (Piperaceae). Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Biologia Experimental, área de concentração: Parasitologia com ênfase na relação patógeno/hospedeiro do Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental. Orientador: Prof. Dr. Valdir Alves Facundo Porto Velho – 2007 JOÃO FRANCISCO DOS ANJOS JUNIOR ESTUDO FITOQUÍMICO E ATIVIDADE BIOLÓGICA DE Piper permucronatum Yuncker, (Piperaceae). Aprovada em: BANCA EXAMINADORA: _________________________________________ Prof. Dr. Valdir Alves Facundo - Orientador Universidade Federal de Rondônia - UNIR _________________________________________ Profa. Dra. Izaltina Silva Jardim Instituto de Pesquisa de Patologias Tropicais - IPEPATRO _________________________________________ Prof. Dra. Mariza Gomes Reis Universidade Federal de Rondônia - UNIR Dedico esta dissertação aos meus pais Dorasonia A. dos Anjos e João Francisco dos Anjos, aos irmãos Jean Carlos A. dos Anjos e Sônia Karina A. dos Anjos e ao mais novo membro da família Maria Clara dos Anjos. AGRADECIMENTOS Meus sinceros agradecimentos... ...a Deus, pois, sem sua ajuda, nada teria sido possível; ...à minha família, pela confiança e pelo apoio; ...à minha Namorada Ivana Paula Veríssimo Alpirez pela companhia, amizade e pelo seu amor. ...ao Prof. Dr. Valdir Alves Facundo, pela orientação, por sua força, conhecimento e disposição diante das minhas limitações. ...à Dra Selene Maia de Morais, da Universidade Estadual do Ceará (UECE) pela obtenção dos espectros e disponibilização de seu laboratório para os ensaios com as Artêmias e antioxidante sem qualquer ônus. ...à Dra. Izaltina Silva Jardim do Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais (IPEPATRO) e à mestranda e amiga Carolina Bione Garcia Teles pela realização dos experimentos com as Leishmanias sem qualquer ônus. ...à Dra. Telma Lemos da Universidade Federal do Ceará (UFC) pela oportunidade de realização dos ensaios antioxidantes dos isolados sem qualquer ônus. ...ao Dr. Raimundo Braz Filho, da Universidade Estadual do Norte Fluminense pela obtenção dos espectros. ...à família Santiago pela estadia, companhia, pela cerveja, pelo camarão frito e, principalmente pela amizade conquistada durante o mês no qual foram realizados os experimentos em fortaleza-CE sem qualquer ônus. ...aos amigos do mestrado, pelas conversas e pela amizade. ...aos amigos do Laboratório de Pesquisa em Química dos Produtos Naturais. ...à Edneia Chagas Muniz, secretária do mestrado em biologia experimental pela paciência e dedicação em atender os alunos do Mestrado. ... ao FINEP-PROINFRA (processo No 01.05.056700). ... à CAPES pelo fornecimento da Bolsa de Mestrado. “O mundo, com suas múltiplas enfermidades tão fáceis de contrair, é um vasto hospital, e a natureza, com a sua infinidade de plantas, é uma farmácia em que todo o homem pode encontrar um bálsamo para qualquer espécie de dor.” Alfons Balbach RESUMO Continuando os estudos sobre a fitoquímica e a atividade biológica de Plantas Medicinais da Amazônia brasileira foi investigada, neste trabalho, a espécie Piper permucronatum conhecida popularmente como elixir paregórico. Os extratos hexânicos das folhas e dos frutos foram submetidos ao fracionamento de seus constituintes químicos por cromatografia em coluna de sílica gel. Dessa forma foi possível isolar quimicamente três metabólitos secundários. Através da espectroscopia de massas, RMN 13 C, 1H uno e bidimensionais foi possível caracterizar o monoterpeno acetilado 8-carvotacetona acetato e as neolignanas tetrahidrofurânicas galbelgina e veraguensina. O óleo essencial extraído em diferentes ocasiões após análise quantitativa e qualitativa por CGEM apresentou variação de seus componentes químicos sendo que ambos apresentaram como majoritários arilpropanóides. O teste larvicida contra Aedes aegypti realizado com o óleo essencial coletado em janeiro de 2005 apresentou alta atividade larvicida com IC50 de 36 g/mL. Os extratos hexânicos das folhas e dos frutos obtiveram pronunciada atividade sobre Artemia salina com IC50 de 17,8 e 9,1 crescimento g/mL, respectivamente. Sua posterior avaliação de inibição de das formas promastigotas de Leishmania amazonensis demonstrou que ambos os extratos foram ativos apresentando o IC 50 para o extrato dos frutos de 22,5 g/mL, enquanto para o extrato das folhas o IC50 foi de 50 g/ mL. Ambos os extratos não apresentaram toxicidade em macrófagos retirados intraperitonealmente de camundongos BALB/c nas concentrações de 50 e 25 g/mL. Galbelgina e o 8-hidroxicarvotacetona acetato foram também avaliados quanto a atividade inibitória de L. amazonensis sendo que apenas galbelgina mostrou-se ativo com IC50 de 8,6 g/mL. Veraguensina e 8- carvotacetona acetato obtiveram certo grau de atividade de seqüestro do radical livre DPPH-. Palavras-chave: Piper permucronatum, atividade biológica, óleo essencial. ABSTRACT In the course to study the phytochemistry and biological activity of the Medicinal plants from Brazilian Amazon, Piper permucronatum known popularly as elixir paregórico was submitted to the frationament of its leaves and fruits hexanic extracts which it was possible isolate and characterize three secondary metabolites, namely: the acetilated monoterpene 8-cavotacetone acetate; and the galbelgin and veraguensin tetrahydrofuranic neolignans. The essential oil extracted in different occasions presented quantitative and qualitative variation of its components being that both had presented as major component arilpropanoids. The larvicidal test against Aedes aegypti carried through with one of these essential oils presented high larvicidal activity with IC50 36 g/mL. The leaves and fruits extract shown strong activity in Artemia salina with IC50 of 17.8 and 9 g/mL, respectively. Its posterior evaluation of the Leishmania amazonensis promastigotic forms inhibition growth activity reproduced the results gotten with the A. salina one being that the IC50 for the fruits extract was 22,5 g mL, while the IC50 for the leaves extract was 50 g/mL. Both the extracts had not presented toxicity in BALB/c mice macrophages in the 25 and 50 g/mL concentrations. Galbelgin and 8-hidroxicarvotacetone acetate also had been evaluated for the inhibitory growth activity of the L. amazonensis. Only galbelgina revealed active with IC50 of 8,6 g/mL. Veraguensin and 8- hydroxicarvotacetone acetate had gotten certain degree of DPPH- free radical scavenging activity. Key-words: Piper permucronatum, biological activity, essential oil LISTA DE FIGURAS________________________________________________ Figura Página 1. Estágios de desenvolvimento de Artemia salina. a) Nauplii b)Adulto. 24 2. Implicações patológicas das ERO’s. 26 3. Estrutura química da quinina [1], artemisinina [2], quercetina [3] e 28 ácido diidroguaiarético [4]. 4. Ciclo de vida de Leishmania sp. 31 5. Formas a) Promastigotas e b) Amastigotas de L. amazonensis. 31 6. Núcleos básicos das lignanas e neolignanas identificados no gênero Piper. 40 7. Estruturas do -pineno [5], germacreno D [6], 8. Porcentagem dos compostos voláteis identificados no gênero Piper. 9. Estruturas da Piperovatina [8] e do metil 4-hidroxi-3-(3’-metil-2’- -copaeno [7]. butenil) benzoato [9]. 41 41 42 10. Estruturas da Piperkadsina A [10], Piperkadsina B [11] e do futoquinol [12]. 43 11. Piper permucronatum, Yuncker (PIPERACEAE). 47 12. Cromatograma do óleo essencial extraído em 02/10/2006. 63 13. Cromatograma do óleo essencial extraído em 13/01/2005. 63 14. Espectro de massas do safrol [13]. 64 15. Espectro de massas da asaricina [14]. 64 16. Espectro de massas da miristicina [15]. 65 17. Espectro de massas da elemicina [16]. 65 18. Espectro de massas do dilapiol [17]. 66 19. Estruturas dos constituintes químicos identificados nos óleos essenciais das folhas de P. permucronatum. 1 20. Espectro de RMN H (CDCl3, 400MHz) do óleo essencial. 21. Espectro de RMN 13 22. Espectro de RMN essencial. C (CDCl3, 100 MHz) do óleo essencial. 66 68 69 13 C – DEPT-135 (CDCl3, 100 MHz) do óleo 70 23. Estrutura da Galbelgina [18], semelhante à proposta estrutural atribuída para PPHFr-1. 74 24. Proposta de fragmentação responsável pelo pico base m/z 206 do espectro de massas de PPHFr-1. 75 25. Espectro de massas de PPHFr-1 exibindo o pico base de m/z 206. 75 26. Espectro de RMN`1H de PPHFr-1. 77 27. Espectro de RMN 13C – DEPT 135. 78 28. Espectro de HMQC de PPHFr-1. 79 29. Espectro HMBC de PPHFr-1. 80 30. Espectro NOESY de PPHFr-1. 81 31. Estrutura da Veraguensina [20], semelhante à proposta estrutural atribuída para PPFr- 2. 83 32. Espectro d e RMN 1H (CDCl3 , 100 MHz) de PPHFr-2. 85 33. Espectro de RMN 13C (CDCl3 , 100 MHz) de PPFr-2. 86 34. Espectro HMQC (CDCl3 , 100 MHz) de PPHFr-2. 87 35. Espectro HMBC (CDCl3 , 100 MHz) de PPHFr-2. 88 36. Espectro DEPT 13C (CDCl3 , 100 MHz) de PPHFr-2. 91 37. Estrutura proposta para PPFH – 7. 91 38. Espectro de RMN 1H (CDCl3 , 100 MHz) de PPFH-7. 92 39. Espectro de Infravermelho de PPHF-7. 93 40. Espectro de HMBC de PPFH-7. 94 41. Espectro de RMN 13C -APT (CDCl3 , 100 MHz) de PPFH-7. 95 42. Regressão Linear dos resultados do teste larvicida em Aedes 97 aegypti do Óleo essencial extraído em jan. de 2005 de P. permucronatum. 43. Regressão linear dos resultados do teste de toxicidade em Artemia salina Extrato Hexânico dos Frutos (EHFr) de P. permucronatum. 101 44. Regressão linear dos resultados do teste de toxicidade em Artemia salina Extrato Éter de Petróleo das Folhas (EEF) de P. permucronatum. 102 45. Inibição de crescimento de Leishmania amazonensis em diferentes concentrações permucronatum. do extrato hexânico dos frutos de Piper 103 46. Inibição de crescimento de L. amazonensis em diferentes concentrações do extrato etéreo das folhas de P. permucronatum. 47. Inibição de crescimento de L. amazonensis em 104 diferentes concentrações de PPHFr-1. 48. Porcentagem de Inibição 104 de crescimento de Leishmania amazonensis pelos extratos dos frutos e das folhas de P. permucronatum e de seu isolado PPHFr-1 em função da concentração. 105 49. Teste de citotoxicidade em macrófagos peritoneais de camundongos BALB/c. 106 50. Regressão linear dos resultados do teste Inibição de crescimento de Leishmania amazonensis pelo Extrato Hexânico das Folhas (EEF) de P. permucronatum. 108 51. Regressão linear dos resultados do teste Inibição de crescimento de Leishmania amazonensis pelo Extrato Hexânico dos Frutos (EHFr) de P. permucronatum. 108 52. Regressão linear dos resultados do teste Inibição de crescimento de Leishmania amazonensis por PPHFr-1 isolada de P. permucronatum. 109 53. Porcentagem de atividade antioxidante dos isolados de P. permucronatum em comparação com Trolox e BHT. 113 LISTA DE TABELAS___________________________________________ Tabelas 1. Páginas Compostos voláteis identificados no óleo essencial de espécies do gênero Piper 2. Metabólitos isolados de 21 espécies de Piper, L. e suas respectivas atividades biológicas 3. 44 Espécies de Piper com suas respectivas atividades biológicas de seus extratos 4. 46 Relação dos constituintes químicos identificados nos óleos essenciais extraídos das folhas de P. permucronatum, com os IK e os percentuais. 5. 67 Comparação dos dados de RMN dados de RMN 13 C do óleo essencial com os 13 C da asaricina [14], miristicina [15], elemicina [16] e dilapiol [17] descritos na literatura (ref). 6. Atribuições dos dados de RMN 1 H e 71 13 C para PPHFr-1 e comparação destes dados com dados da literatura para a Galbegina 7. 76 Atribuições dos dados de RMN 1H e 13C para PPFr-7 e comparação destes dados com dados da literatura para a Veraguensinaref . 8. 1 Dados de RMN H e C dos átomos de hidrogênio e carbonos de PPFH – 5 9. 84 13 91 Teste larvicida em Aedes aegypti do Óleo essencial extraído em jan. de 2005 de P. permucronatum 98 10. Teste de toxicidade sobre Artemia salina do Extrato Hexânico dos Frutos (EHFr) de P. permucronatum. 100 11. Teste de toxicidade sobre Artemia salina do Extrato Hexânico das Folhas (EEF) de P. permucronatum. 101 12. Valores da concentração inibitória 50% e seus respectivos intervalos com 95% de confiança das atividades Leishmanicida e toxicidade em Artemia salina de Piper permucronatum, Yuncker. 112 13. Atividade de sequestro de radical livre dos isolados de P. permucronatum. 114 LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS_________________________ BB – Broad Band CCD – Cromatografia em camada delgada EHFL - Extrato Hexânico das folhas de Piper permucronatum EHFr – Extrato Hexânico dos frutos de Piper permucronatum DEPT – Distortioness enhacement by polarization transfer EM – Espectrômetro de Massas HMBC – Heteronuclear Multiple Bond Correlation HMQC – Heteronuclear Multiple Quantum Coherence NOESY – Nuclear Overhauser Effect RMN 1H – Ressonância magnética nuclear de hidrogênio RMN 13 C - Ressonância magnética nuclear de Carbono 13 IV – Infravermelho UV - Ultravioleta δ – Deslocamento químico J –Constante de acoplamento 2 J – Acoplamento Geminal 3 J – Acoplamento Vicinal MHz - Megahertz INPA – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia TR – Tempo de retenção IK – índice de Kovats CL50 - Concentração necessária para causar letalidade em 50% dos indivíduos. IC50 – Concentração necessária para inibir o crescimento em 50%. ERO – Espécie Reativa de Oxigênio CD4 – Cluster of Diferenciation 4 IFN- - Interferon gama SOD – Superóxido Dismutase CAT – Catalase DNA – Desoxidy Ribonucleic Acid Th1 – Lifócitos T helper – 1 Th2 – Linfócitos T helper – 2 IL-4 – Interleucina 4 MDR – Multi Drug Resistence NEC – Novas Entidades Químicas SUMÁRIO_____________________________________________________ 1. INTRODUÇÃO 20 1.1 Metabolismo secundário 22 1.2 Aspectos metodológicos sobre atividade biológica dentro da Química de 23 Produtos Naturais 1.2.1 Toxicidade sobre Artemia salina Leach 24 1.2.2 Teste Larvicida em Aedes aegypti 25 1.2.3 Avaliação antioxidante de Produtos Naturais e o Estresse oxidativo 26 1.3 Leishmaniose 29 1.3.1 Perspectivas sobre o tratamento da leishmaniose 32 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O GÊNERO Piper 35 2.1 Botânica 36 2.2 Fitoquímica do gênero Piper 37 2.3 Estudos farmacológicos no gênero Piper 42 2.4 Piper permucronatum (Yuncker) 47 3. OBJETIVO 48 3.1 Objetivo geral 49 3.2 Objetivos específicos 49 4. MATERIAIS E MÉTODOS 50 4.1 Identificação do espécime Vegetal 50 4.2 Métodos cromatográficos 50 4.3 Métodos Espectroscópicos 51 4.3.1 Infravermelho (I.V.) 51 4.3.2 Ressonância magnética nuclear de hidrogênio - 1H (RMN 1H) e de Cabono - 13 C (RMN13C). 51 4.3.3 Análise do óleo Essencial por Cromatografia Gasosa (CG) acoplado ao Espectrômetro de Massas (EM) 4.4. Estudo dos Metabólitos secundários 52 das folhas de Piper permucronatum 52 4.4.1 Obtenção dos óleos essenciais das folhas de P. permucronatum 52 4.4.2 Obtenção do extrato das folhas de P. permucronatum. 52 4.4.2.1 Tratamento cromatográfico de EHF 52 4.4.3 Obtenção do extrato hexânico dos frutos de P. permucronatum 53 4.4.3.1 Tratamento cromatográfico de EHFr 53 4.5 Ensaios biológicos 54 4.5.1 Toxicidade em Artemia salina, Leach - TAS 54 4.5.2 Atividade antioxidante 54 4.5.3 Atividade Larvicida em Aedes aegypti. 55 4.6 Obtenção e Cultivo de Leishmania amazonensis 56 4.6.1 Parasitas 56 4.6.2 Criopreservação do parasita 56 4.6.3 Meio de cultura 56 4.6.4 Cultivo do parasita 57 4.6.5 Curva de crescimento 57 4.6.6 Avaliação da viabilidade das formas promastigotas de L. amazonensis sob a ação dos extratos e isolados de P. permucronatum. 58 4.6.7 Teste de citotoxicidade em Macrófagos peritoneais de BALB/c 58 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES I: Estudo fitoquímico. 60 5.1 Introdução 60 5.2 Identificação dos compostos químicos dos óleos essenciais das folhas 61 de P. permucronatum 5.3 Determinação estrutural de PPHFr-1 {Galbelgina} 78 5.4 Determinação estrutural de PPHFr-2 {Veraguensina} 82 5.5 Determinação estrutural de PPFH-7 {8-Carvotacetona acetato} 90 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES II: Ensaios Biológicos. 97 6.1 Introdução. 97 6.2 Atividade larvicida do Óleo essencial. 97 6.3 Ensaios biológicos com extratos e substâncias isoladas. 100 6.3.1 Avaliação da toxicidade sobre Artemia salina – TAS. 100 6.3.2 Atividade inibitória do crescimento celular in vitro das formas Promastigotas de Leishmania amazonensis. 102 6.3.3 Teste de toxicidade em Macrófagos. 106 6.3.4. Atividade Leishmanicida e sua possível correlação com TAS. 111 6.3.5 Atividade Antioxidante de Veraguensina e 8-carvotacetona acetato. 112 7. CONCLUSÃO. 116 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 119 9. APÊNDICE A – Tabela 1. Constituintes químicos identificados no óleo 138 essencial de espécies do gênero Piper 1. INTRODUÇÃO O uso de plantas medicinais na arte de curar é uma forma de tratamento de origem muito antiga, relacionada aos primórdios da medicina e fundamentada no acúmulo de informações por sucessivas gerações. Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as bases para tratamento de diferentes doenças. A Organização Mundial da Saúde tem expressado a sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário, tendo em conta que 80% da população mundial utiliza essas plantas ou preparações destas no que se refere à atenção primária a saúde. Ao lado disso, destaca-se a participação dos países em desenvolvimento nesse processo, já que possuem 67% das espécies vegetais do mundo (BRASIL, 2006) De fato, a fonte natural mais explorada para fins terapêuticos tem sido o reino vegetal, o qual oferece as maiores oportunidades em virtude do grande potencial metabólico que as espécies vegetais apresentam (Tamella, 2004). As estruturas derivadas de vegetais têm a mais alta diversidade química, especificidade bioquímica e características físico-químicas desejáveis entre outras propriedades moleculares que as tornam favoráveis como fornecedoras de moldes estruturais para a descoberta de novos fármacos (Baso et. al., 2005). Por conta disso, os vegetais, sobretudo os de uso medicinal têm ganhado grande relevância no seu potencial de aplicação farmacêutica. Paradoxalmente, existe uma considerável falta de conhecimento fitoquímico comparado à grande diversidade existente particularmente nos trópicos. Poucas espécies têm sido estudadas quimicamente e um número menor tem sido avaliado biologicamente (Baso et. al., 2005; Verpoorter, 1998). 1. Introdução 21 Embora o uso de plantas na prática terapêutica tenha iniciado nos primórdios da civilização humana, só em 1820 é que o isolamento de constituintes químicos começou a ser feito. A descoberta da quinina [1] (Figura 3, pág. 28) a partir de Cinchona succiruba (Rubiaceae), planta utilizada por indígenas da região amazônica, por Caventou e Pelletier e o subseqüente desenvolvimento de derivados (Primaquina e Cloroquina) no tratamento da malária representou o início da exploração da quimiodiversidade da natureza contra doenças infecciosas não apenas para Plasmodium sp. mas também para Leishmania e Trypanossoma ssp. (Phillipson, 2001). A abordagem inovadora de Caventou e Pelletier ainda hoje é útil e, portanto, consagrada pelas indústrias farmacêuticas. De um total de 119 princípios ativos disponíveis no mercado derivados de 90 espécies de plantas cerca de 74% foram descobertas através de estudos químicos dirigidos ao isolamento de substâncias ativas de plantas utilizadas pela medicina tradicional (Gurib-Fakim, 2006). Durante as últimas décadas tem se aumentado o interesse pelo uso da Natureza como fonte de quimioterápicos principalmente pelo desenvolvimento da multiresistência às drogas por diversos agentes infecciosos. A descoberta da Artemisinina [2] (Figura 3, pág. 28), uma lactona sesquiterpênica isolada de Artemisia annua (Asteraceae), representa um importante avanço contra o fenótipo MDR e constitui uma alternativa de tratamento nos locais onde as cepas de Plasmodium sp. são resistentes (Gurib-Fakim, 2006). O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento dessa terapêutica, pois possui a maior diversidade vegetal do mundo, ampla sociodiversidade, com uso de plantas medicinais vinculado ao conhecimento tradicional e tecnologia para validar cientificamente esse conhecimento (MS, 2006). A Amazônia, única região remanescente de floresta tropical úmida do planeta, merece a maior atenção, pois muitos dos grupos de animais e plantas estão nela representadas e em maior diversidade de espécies (Val, 2006) 1. Introdução 22 1.1 Metabolismo secundário Por metabolismo entende-se o conjunto de reações de degradação (catabólicas) ou de síntese (anabólicas) que as substâncias químicas sofrem no interior da célula necessárias para a aquisição e utilização da energia livre para a realização de funções fisiológicas importantes para a manutenção da vida. As vias metabólicas são inúmeras e consistem em uma série de reações catalisadas por enzimas que produzem compostos intermediários ou produtos finais denominados de metabólitos (Voet, 2002). O metabolismo pode ser ainda definido como a soma de todas as transformações químicas de uma célula ou organismo, ocorrido através de uma série de reações catalisadas por enzimas que constituem as vias metabólicas. Cada passo consecutivo em uma via metabólica traz pequenas mudanças químicas, normalmente a remoção, transferência ou adição de um átomo particular ou grupo funcional. O precursor é convertido em produto através de uma série de intermediários metabólicos chamados de metabólitos (Leningher, 2005). No caso das plantas o metabolismo é dividido em dois grandes grupos baseado na sua funcionalidade. Esses grupos são denominados: a) primário ou essencial, importante para a manutenção da homeostasia celular participando diretamente do crescimento e desenvolvimento do vegetal; e b) secundário ou especial, especializado na adaptação da planta ao ambiente natural. (Simões et. al. 2005; Buchanan, 2000). Os metabólitos primários podem ser designados como compostos de alto peso molecular normalmente utilizados pelo metabolismo para a construção de estruturas macromoleculares como proteínas, lipídeos, membranas biológicas, receptores, organelas, enfim, estruturas que compõem, regulam e mantêm a base molecular de todos os seres vivos e, portanto, de distribuição universal (Simões et. al., 2005). 1. Introdução 23 Já os metabólitos secundários são micromoléculas de baixo peso molecular que por uma série de reações catalisadas por enzimas adquirem uma alta diversidade estrutural. Frequentemente estão relacionados com as funções de defesa e sinalização do vegetal contra outros organismos, sendo, portanto, conservados e diversificados e, por conta disso, de distribuição restrita a certos grupos de plantas, ou seja, com freqüentes implicações quimiotaxonômicas (Wink, 2003; simões et. al., 2005). As substâncias produzidas pelo metabolismo secundário de plantas podem ser divididas em 3 grandes grupos estruturais: os terpenóides, formados pela união de unidades isoprênicas de 5 carbonos; os compostos fenólicos (lignanas, neolignanas, flavonóides, cumarinas) formados a partir da via do ácido chiquímico baseada na estrutura do fenilpropano (C6C3) e os alcalóides/amidas derivados dos aminoácidos aromáticos (Dewick, 2002). 1.2 Aspectos metodológicos sobre avaliação da atividade biológica dentro da química de Produtos naturais. No estudo da atividade biológica de extratos vegetais é importante a seleção de bioensaios para a detecção do efeito específico. Entretanto, poucos laboratórios de pesquisa em química de produtos naturais apresentam os requerimentos e as facilidades necessárias para a realização de bioensaios como cultura de células e biotérios, necessitando para isso, a cooperação com outros grupos de pesquisa com infra-estrutura apropriada. Nesse contexto há um grande interesse, principalmente em países em desenvolvimento, na procura por bioensaios simples e de baixo custo capazes de serem realizados por pessoas não especializadas (Hambúrguer e Hostettmann, 1991). Dentre estes bioensaios vale citar o teste de toxicidade sobre Artemia salina e o larvicida contra Aedes aegypti os quais foram utilizados neste estudo. 1. Introdução 24 1.2.1 Toxicidade sobre Artemia salina, Leach Artemia salina (Figura 1, nesta página) é um microcrustáceo amplamente utilizado na aqüicultura como alimento para as diversas fases larvais e pós-larvais de peixes e crustáceos por apresentar um alto valor nutritivo, além de não possuir carapaça rígida de quitina, facilitando a alimentação dos peixes e camarões (Pereira, 2001). Artemia sp. apresenta importantes características: -1 contém uma ampla o adaptabilidade a salinidade (5-250gL ) e temperatura (6-35 C), ciclo de vida curto (21dias), alta adaptabilidade a condições ambientais adversas, alta fecundidade, estratégia de reprodução assexuada/sexuada, tamanho reduzido, adaptabilidade a variação nutricional (Nunes et.al., 2006). a) b) Figura 1. Estágios de desenvolvimento de Artemia sp. a) Nauplii b)Adulto Fonte: www.geocities.com Quando comparado a outros organismos-alvo que vão desde equinodermos, moluscos até microalgas, sob as mesmas condições experimentais Artemia se mostrou mais resistente, o que o torna um dos mais valiosos organismos-teste disponíveis para 1. Introdução 25 bioensaios toxicológicos e ecotoxicológicos sendo por isso considerado um bioindicador (Nunes et. al.,2006). Além disso, significante correlação (r=0,85, p<0,05) foi estabelecida entre o sistema TAS e o teste sobre toxicidade oral em camundongos sugerindo o uso de Artemia como um teste preliminar de baixo custo para avaliação de toxicidade em mamíferos (Parra et. al. 2001). O teste de toxicidade em Artemia salina (TAS) é um dos mais utilizados para a realização de um fracionamento guiado por bioatividade de extratos vegetais (Tazcova et. al., 2003; Moreira et. al., 2003; Noldim et. al. 2002). A validade e confiabilidade deste tipo de teste fazem com que ele seja capaz de convergir para o isolamento de substâncias bioativas correlacionadas com outros tipos de atividades biológicas como antitumoral, antifúngica, viruscida, antimicrobiana, parasiticida e tripanocida (Siqueira et.al., 1998) 1.2.2 Teste larvicida em Aedes aegypti. Plantas com ação inseticida têm sido utilizadas como método alternativo de controle por meio de produtos com formulação em pó, óleos e extratos contra as principais pragas e vetores de doenças. Nesse contexto a atividade larvicida em Aedes aegypti tem ganhado importância devido às crescentes endemias de dengue que ocorrem em países de clima tropical. Considerado um grave problema de saúde pública estima-se que cerca de 100 milhões de casos da Dengue são diagnosticados todos os anos. Destes, 500 mil representam a Dengue hemorrágica (DHF), a forma mais severa da doença, a qual apresenta taxa de mortalidade variando de 2,5 a 5% dos casos (Stephenson, 2006). Sem nenhum tratamento específico ou vacina licenciada o controle da doença tem sido centrada única e exclusivamente na redução da população do inseto vetor através da aplicação de inseticida o que demanda altos custos ao governo (Stephenson, 2006). 1. Introdução 26 A descoberta de Produtos Naturais que possam ser empregados no lugar de inseticidas sintéticos além de reduzir o custo pode aumentar a segurança química na sua aplicação contra o inseto vetor diminuindo a contaminação ambiental. A flora brasileira tem sido uma imensa fonte de novos agentes no controle mais eficiente de Aedes aegypti (Mendonça et. al., 2005). 1.2.3 Avaliação antioxidante de Produtos Naturais contra o estresse oxidativo O stress oxidativo é um desequilíbrio químico da célula a um estado próoxidativo onde há uma grande formação de radicais livres os quais estão na gênese de diversas patologias ligadas ao processo de envelhecimento como as doenças cardiovasculares, arterosclerose, diabetes, cegueira, doenças neurodegenerativas e cânceres (Floyd, 1999). Dentre os radicais livres, moléculas contendo um ou mais elétrons desemparelhados, as Espécies Reativas de Oxigênio (ERO) representam a classe mais importante de radicais gerados pelos sistemas biológicos e são capazes de causar danos a biomoléculas (Barreiros et. al., 2006; Valko et.al., 2007). As implicações patológicas das ERO’s podem ser visualizadas na figura 2, abaixo. Figura 2. Implicações patológicas das ERO’s (Valko et. al. 2007). Dependendo do tipo celular o estresse oxidativo pode comprometer o funcionamento de diferentes órgãos e sistemas. 1. Introdução 27 Nas proteínas, as ERO’s atacam preferencialmente as cadeias laterais da cisteína, histidina, triptofano, metionina e fenilalanina, inativando-as. Nos resíduos de ácido graxo dos fosfolipídeos de membrana há uma extrema sensibilidade à peroxidação comprometendo a integridade física da célula. No DNA as ERO’s reagem com as bases púricas e pirimídicas além de reagir também com o esqueleto açúcarfosfato através da abstração de Hidrogênio causando ruptura na cadeia desoxiribonucleotídica (Barreiros et. al., 2006; Valko et.al., 2007). Modificação permanente no material genético resultante desse dano oxidativo é o primeiro passo para formação de cânceres os quais são a terceira maior causa de morte no Brasil (Sasse, 2006). Os Antioxidantes, por sua vez, são substâncias que diminuem a formação de radicais livres ou previnem o dano causado por eles e podem ser divididos em dois grandes grupos: os antioxidantes enzimáticos e os não enzimáticos. Enquanto os enzimáticos são produzidos endogenamente e incluem na sua maioria enzimas tais como superoxido dismutase (SOD) e catalase (CAT), os não enzimáticos representam compostos que são obtidos diretamente da dieta (Ratnam, et. al., 2006). Nesse nutracêuticos. contexo desenvolveu-se Alimentos que contém a idéia níveis dos alimentos significativos de funcionais ou componentes biologicamente ativos que trazem benefícios à saúde além da nutrição básica. Eles são aproveitados no próprio consumo dos alimentos in natura ou então isolados e inseridos em outro produto passando então a ser enriquecido com nutrientes (PLANETA, 2006). Os polifenóis representam a classe mais importante de compostos naturais com propriedades antioxidantes obtidos diretamente da dieta. O flavonóide quercetina [3] (Figura 3, pág. 28) é um grande exemplo de polifenol amplamente distribuído no reino vegetal cuja propriedade antioxidante é capaz de suprimir a carga oxidativa de netrófilos polimorfonucleados além de proteger a membrana celular contra peroxidação lipídica (Zielinska et. al. 2001, Nakagawa et. al., 2000). O ácido nordiidroguaiarético [4] (Figura 3, pág. 28), uma neolignana, apresenta atividade antimicrobiana e antineoplasica e, durante anos, foi utilizada como 1. Introdução 28 antioxidante e adicionado em alimentos (Gottlieb, 1988). As estruturas da quercetina e do ácido nordiidroguaiarético estão ilustradas na figura 3. Alem disso a oxidação lipídica pode promover a rancidez que é um dos maiores problemas encontrados na estocagem de alimentos ricos em ácidos graxos. Extratos de plantas ou isolados podem ser utilizados como aditivos úteis na promoção da estabilidade nutricional e na qualidade dos alimentos (Medina et. al. 2003). N HO O O O O O N O [1] [2] OH OH HO O HO OH OH OH O [3] HO OH [4] Figura 3. Estrutura química da Quinina [1], Artemisinina [2]; Representam metabólitos secundários úteis no tratamento da malária. Estrutura química da quercetina [3] e do ácido nordiidroguaiarético [4]; úteis para a redução do estresse oxidativo. 1. Introdução 29 1.3 Leishmaniose A leishmaniose é uma doença que acomete isoladamente ou em associação a pele e as mucosas do nariz, boca, faringe e laringe. É causado por protozoários do gênero Leishmania pertencente à Ordem Knetoplastidae e à Família Tripanossomatidae (Falqueto e Sessa, 2002). Em uma das primeiras descrições clínicas feitas sobre a leishmaniose, Alexander Russel em 1756, determinou como característica principal desta enfermidade as horríveis lesões e deformações faciais que os seus pacientes apresentavam. Estas características foram descobertas em representações faciais feitas em cerâmica Inca que datam dos primeiros séculos depois de Cristo indicando que a doença, além de ter origens muito antigas, prevaleceu nas Américas próxima a esta data. Textos Incas que datam do século XV e XVI referem-se a esta doença como doença do Vale ou dos Andes. Em 1901, Leishman identificou microorganismos nas amostras retiradas do baço de pacientes que morreram de “febre Dum-Dum”, outra denominação atribuída à Leishmaniose. Dum-Dum era uma cidade próxima a Calcutá cujos habitantes eram considerados “não-saudáveis”. Em 1903, Donovam descreveu estes microorganismos como sendo uma nova espécie de protozoário e Ross foi quem o denominou de Leishmania donovani estabelecendo pela primeira vez o vínculo deste parasito com a doença (WHO, 2006). O ciclo biológico da Leishmaniose (Figura 4, página 31) envolve obrigatoriamente mamíferos silvestres como hospedeiro definitivo e insetos hematófagos como hospedeiro intermediário, os quais pertencem à subfamília Phlebotominae, gêneros Phlebotomus e Lutzomia. Enquanto nos mamíferos silvestres há uma relação de equilíbrio sem qualquer sinal da doença, hospedeiros acidentais, como o homem, reagem intensamente com o aparecimento de lesões que ocorrem inicialmente na pele no local de picada do inseto (Falqueto e Sessa, 2002). Em seu ciclo de vida são diferenciadas duas formas morfológicas do parasito. A forma promastigota extracelular (Figura 5a, página 31) é flagelar, móvel, tem cerca de 30 µm de extensão e pode ser encontrado livre ou junto à cutícula intestinal do inseto vetor. Já as amastigotas (Figura 1. Introdução 30 5b, página 31) menores em tamanho (cerca de 10 µm de diâmetro), são ovóides, imóveis e com flagelo muito pequeno vivem em vacúolos lisossomais presentes em células fagocíticas (monócitos/macrófagos). Devido à ampla variedade de espécies de Leishmania combinado com a resposta imune do hospedeiro pode-se observar um largo espectro de manifestações clínicas, histopatológicas e imunopatológicas convencionalmente conhecidas como Leishmaniose Cutânea Localizada, Leishmaniose Muco-Cutânea, Leishmaniose Cutânea Difusa Anérgica e Leishmaniose Visceral. A patogenicidade depende do perfil de citocinas produzidas pelas células do sistema imune sendo que a resistência à infecção é determinada pela resposta imune de linfócitos CD4+ tipo Th1 com grande produção de IFN- enquanto que a susceptibilidade é atribuída à resposta de linfócitos CD4+ tipo Th2 com produção de IL-4 (Silveira et. al., 2004). Estima-se que 2 milhões de pessoas são infectados no mundo anualmente e a distribuição geográfica da Leishmaniose tem se expandido desde 1993 com um concomitante aumento do número de casos (WHO, 2006). Isto tem sido atribuído ao aumento dos fatores de risco como o êxodo rural, inchaço urbano, desflorestamento e condições sanitárias precárias (Desjoux, 2001). 1. Introdução 31 Figura 4. Ciclo de vida de Leishmania sp. a) b) Figura 5. Em a): Promastigotas de L. amazonensis. Foto cedida gentilmente pela Dra. Izaltina Silva Jardim. Em b): Amastigotas de L. donovani fagocitados por Macrófago. Fonte: www.msu.edu/course/zol/316/lsppscope.htm 1. Introdução 32 1.3.1 Perspectivas sobre o Tratamento das Leishmanioses O tratamento da Leishmaniose baseia-se em antimoniais pentavalentes (Pentostan e Glucantime). O antimoniato de N-metil-glucamina, único no Brasil, tem 300 g/ml do sal equivalentes a 85 g/ml do princípio ativo. Em várias espécies de Leishmania o medicamento pode variar de resultado. Além disso, ele é instável e apresenta resultados que variam com o lote de fabricação e da forma de como é conservado. Os antimoniais ainda causam efeitos colaterais relacionados à função cardíaca além de causar dores articulares, epigástricas, entre outros (Falqueto e Sessa, 2002). A resistência aos antimoniais por espécies de Leishmania é outra preocupação crescente. Sendo diagnosticado em até 80% dos casos registrados, a resistência a antimoniais por Leishmania sp. tem sido identificado em diferentes espécies e cepas parasitárias (Abdo, et. al., 2003; Sundar et.al., 2001). Doenças infecciosas tropicais, tais como a leishmaniose, continuam a causar significante morbidade e mortalidade principalmente em populações pobres dos países em desenvolvimento. O baixo poder aquisitivo destes povos torna a pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos pouco atrativo para este mercado farmacêutico. De 1393 NEC´s que entraram no mercado entre 1975 e 1999, apenas 16 (1%) correspondem a doenças infecciosas. Destas, poucas representaram avanços terapêuticos nos tratamentos existentes (Trouiller et. al., 2002). Um exemplo disso está no tratamento das leishmanioses onde os antimoniais pentavalentes, introduzidos há 5 décadas atrás, ainda são utilizados. Isto tem implicações importantes, pois sem tratamentos mais eficazes e seguros, há uma pressão seletiva que determina o surgimento de cepas resistentes. Fármacos já conhecidos por possuírem atividades antitumorais, como Azitromicina e miltenfosina; antifúngica como cetoconazol e fluconazol; e antihelmínticos como paramomicina, tem sido utilizado no tratamento de leishmaniose cutânea. Entretanto, sua eficácia varia conforme a espécie de Leishmania. O tratamento da leishmaniose sem conhecimento da espécie de parasita, prática relativamente comum na clínica médica em países em desenvolvimento, pode originar cepas com o fenótipo MDR (Multi Drug Resistent) (Minodier e Parola, 2006). 1. Introdução 33 No Brasil a maioria das populações tradicionais não tem acesso aos medicamentos industrializados e por isso o uso de plantas medicinais é predominante para a cura de doenças sendo adotada em até 91% das famílias (Bieski, 2004). Embora esta seja uma prática que tem sido aprovada pelo Ministério da Saúde através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde, as doenças infecciosas, tais como a Leishmaniose, continuam sendo negligenciadas pelo fato de que a fitoterapia no Brasil só ser permitido para doenças “leves”, por exemplo, para uso como antiinflamatórios, analgésicos, e outros (BRASIL, 2006; Gilbert, 2006). É importante o isolamento de novos compostos a partir de extratos de plantas medicinais para o desenvolvimento de novos fármacos, mas nem sempre esta abordagem é satisfatória desde que o princípio ativo seja encontrado em baixa concentração ou que a atividade do extrato seja atribuída a um efeito sinérgico entre vários compostos (Gilbert, 2006). Por outro lado, é inegável que plantas medicinais representam uma rica fonte de diversidade química e potencial aplicação terapêutica e a Flora brasileira tem sido submetida à avaliação de sua potencialidade parasiticida (Mesquita et. al., 2005). A pesquisa por novas drogas mais efetivas e seguras tem se tornado uma prioridade no tratamento da Leishmaniose. O uso de Produtos Naturais tem sido visto como uma valiosa fonte de novos agentes químicos o qual tem sido avaliado exaustivamente para a leishmaniose. Das 239 moléculas naturais quimicamente definidas relatada na literatura com bioatividade contra diversas espécies de Leishmania, a classe dos alcalóides tem se mostrado a mais efetiva com 68 estruturas relatadas ao lado dos triterpenos com 29 e sesquiterpenos com 19 estruturas contendo atividade biológica contra diversas espécies de Leishmania (Rocha et. al., 2005). Entretanto poucos são os estudos feitos com espécies de Piper contra parasitas do gênero Leishmania. Neste estudo determinou-se a inibição de crescimento das formas promastigotas de L. amazonensis para os extratos hexânicos dos frutos e das folhas de P. permucronatum. 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O GÊNERO Piper. Piper é o gênero que dá nome à família Piperaceae e constitui a denominação árabe para a pimenta. Supõe-se que foram os próprios árabes que introduziram a pimenta na Europa pelas antigas rotas das especiarias que cruzavam o Mar Vermelho. A pimenta-do-reino (Piper nigrum) foi e até hoje é a mais utilizada de todas as especiarias. Embora o uso para fins medicinais data do século V a.C. mais da metade do mercado entre Àsia e África no Século I d.C. era de especiarias as quais eram utilizadas como conservantes e para realçar o sabor dos alimentos o que, durante grande parte da história das civilizações, foi e ainda é uma prática indispensável. A demanda crescente por estes condimentos, em especial por P. nigrum, estimulou uma procura global que deu início à era dos descobrimentos (Le Couteur, 2006). Com exceção de P. nigrum, poucas espécies de Piper têm algum valor econômico, entretanto, P. methysticum tem ganhado popularidade na indústria de fitofármacos sendo utilizado como sedativo (Greig, 2004). P. hispidinervum em função do seu alto conteúdo de safrol (93%) oferece uma oportunidade para obtenção dessa importante matéria prima que é utilizada pela indústria química para preparação de derivativos (Rocha e Ming, 1999). O interesse medicinal por este gênero tem aumentado em função do largo número de metabólitos secundários que sintetizam, de tal forma que, não menos do que 65% da publicação mundial tem objetivado o estudo das atividades biológicas destas espécies nos últimos anos (Jaramillo e Marquis, 2004). 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 36 2.1 Botânica A família Piperaceae apresenta cerca de 10 a 12 gêneros com cerca de 1400 espécies. No Brasil esta família está representada por 5 gêneros – Ottonia Spreng., Piper L., Peperomia Ruiz & Pav., Pothomorphe Miq. e Sarcochachis Trel - e um total aproximado de 460 espécies (Barroso, 1978). O gênero Piper compreende cerca de 1200 espécies distribuídas em regiões tropicais e subtropicais nos dois hemisférios. A maior diversidade, porém está na região Neotropical onde cerca de dois terços das espécies descritas são encontradas. Na região Amazônica é estimada a existência de cerca de 300 espécies (Tawan et. al., 2002; Jaramilo e Manos, 2001). As espécies de Piper apresentam características morfológicas bastante uniformes onde as inflorescências são particularmente distintivas. Compreendem de 12 a milhares de diminutas flores sésseis reunidas em inflorescências verticais na forma de espiga sendo que estas são opostas às folhas. São Plantas lenhosas e com mais de um estigma (Barroso, 1978). As espécies de Piper do Novo Mundo apresentam flores hermafroditas enquanto que as do Novo Mundo as flores são dióicas (Greig, 2004). Espécies de Piper do sudeste do Brasil apresentam como sistema primário de polinização a ambofilia, isto é, anemofilia associado à entomofilia sendo que o pico de floração coincide com o pico de velocidade do vento (de Figueredo e Sazima, 2000). Existe ainda uma preferência alimentar do morcego frugívoro Carollia perspicillata por frutos de Piper tornando-o um grande dispersor de sementes deste gênero (Lima e Reis, 2004; Passos et.al., 2003). Este fato pode estar associado ao odor do óleo essencial produzido pelas espécies de Piper o que acaba por ajudar C. perpicillata na localização do alimento em situações de campo (Mikich et. al., 2004). 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 37 2.2 Fitoquímica do gênero Piper L. A caracterização química das espécies no gênero Piper tem sido amplamente investigada em todo o mundo. Suas espécies são reconhecidas pela medicina popular em vários países na América Latina. Algumas são listadas como remédio para doenças gastrointestinais; utilizadas para aliviar dores no peito; como agente antiinflamatório; como antídoto contra veneno de cobra; entre outros usos. As investigações fitoquímicas no gênero Piper têm revelado uma ampla variedade de constituintes químicos produzidos por suas espécies. De um total de 667 diferentes compostos isolados de 112 espécies mais da metade corresponde às classes alcalóide/amida (190), terpenos (97), neolignanas (70) e lignanas (49) (Parmar et al. 1997; Dyer, Dodson and Richard, 2004). Sob o ponto de vista biossintético, a via do ácido chiquímico parece ser uma das mais importantes rotas quanto à produção de metabólitos secundários no gênero Piper. O ácido chiquímico é o precursor central para a biossíntese do ácido gálico utilizado para a formação de galotaninos; para a formação de diversos tipos de alcalóides a partir de aminoácidos aromáticos; do ácido cinâmico para a formação de lignanas, neolignanas e fenilpropenóides; e do álcool p-cumárico utilizado na formação dos flavonóides (Esquema 1, página 37) (Dewick, 2002). Dos metabólitos citados apenas os galotaninos não tem sido encontrados em espécies de Piper (Parmar et. al. 1997). O gênero Piper é conhecido pela biossíntese de amidas isobutílicas de longa cadeia com potencial inseticida (pipericida), com diversas ações farmacológicas (piperina) e microbicidas (aduncamida) (Boll et. al., 1994; Parmar et.al.,1997). Alguns estudos suportam a hipótese de que as amidas isobutílicas junto com as Lignanas/Neolignanas são os compostos de defesa produzidos pela família Piperaceae contra a herbivoria (Bernard et. al., 1995). A nomenclatura das lignanas/neolignanas adotada para esta dissertação é a proposta por Gotlieb (1978) por ser a única a respeitar a origem biossintética destes metabólitos secundários. Segundo esta nomenclatura as lignanas são derivadas de alcoois e ácidos cinâmicos que apresentam o cabono 9 e 9’ oxigenado ao passo que neolignanas são derivados de aril e propenilfenóis que não apresentam carbono 9 e 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 38 9’ oxigenado (Simões et. al.,1999). Entretanto, a IUPAC recomenda como nomenclatura oficial a de Haworth (1936) o qual denomina de lignanas as estruturas fenilpropânicas (C6C3) acopladas entre si pelo carbono beta (C8), enquanto as neolignanas são aquelas provenientes de qualquer outro tipo de acoplamento (IUPAC, 2000). CO2H CO2H CO2H Galotaninos HO O OH OH OH HO OH OH Ác. chiquímico OH Ác. 3-hidroxichiquímico CO2H Ác. Gálico CO2H CO2H L-Ser NH2 O NH2 N H CO2H OH Antranilato Corismato HO2C Indol CO2H CO2H N H Alcalóides Indólicos Quinolínicos L-Trp CO2H NH2 O Cumarina OH Profenato L-Phe Ác. cinâmico CO2H CO2H NH2 Fenilpropanóides OH L-Tyr OH Ác. p-cumárico Malonil-CoA CO2 X2 Lignanas Alcalóides Flavonóides Protoalcalóides Benzilisoquinolínicos Isoquinolínicos Esquema 1. Rota biossintética mostrando a via do ácido chiquímico como precursor dos metabólitos secundários identificados nos vegetais. 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 39 As espécies do gênero Piper podem ser divididas em dois grandes grupos quanto ao tipo de lignanas ou neolignanas que sintetizam. No primeiro grupo encontram-se espécies que contém lignanas com estrutura tipo 2,3-dibenzilbutan1,4-diol [a]; 3,4-dibenzil-gama-butirolactol [b], -butirolactonas [c] e 2,3-bisaril-3,7dioxa [3,3,0] biciclooctano [d]. No segundo grupo encontram-se espécies que contém neolignanas com estrutura tipo 1,4-diaril-2,3-dimetilciclobutano [e], 1,2diarilpropanos [f], benzofurânicos [g] e 2,5-bisaril-3,4-dimetil tetrahidrofurânicos [h]. As exceções são P. cubeba e P. sumatranum os quais sintetizam tanto lignanas como neolignanas (Jensen et. al., 1993). As espécies de Piper que sintetizam exclusivamente lignanas ou neolignanas estão representadas na figura 12. Espécies P. arborescens P. brachistachium P. clusii P. guineense P. lacunosum P. longum Lignanas P. lowong P. nigrum P. peepuloides P. retrofractum P. ribesoides P. sylvaticum P. trichostachyon P. sarmentosum P. attenuatum P. capense P. clarkii P. futokadsura P. hancei P. interruptum Neolignanas P. polysyphorum P. schmidtii P. thomsonii P. wallichii P. kadsura P. solmsianum P. argyrophylum P. cubeba P. sumatranum Esquema 2. Divisão biossintética de lignanas e neolignanas em espécies de Piper segundo Jensen et. al. (1993). 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper Ar 7 40 Ar O 9 8 7 8' 7' Ar Ar' [b] 9 7' 9 7 7' Ar Ar' [e] Ar 7 Ar [f] 7 9' Ar' 9' 9 8' 8 8 7' [d] 9 8' 7 [c] 9' 8 8' 8 8' 7' [a] OH O 9' O 9' 9' 9 HO O O Ar' 9 8 8 Ar O [g] 7 8' O 7' Ar' [h] Figura 6. Núcleos básicos das lignanas e neolignanas1 identificados no gênero Piper de acordo com a nomemclatura proposta por Gotlieb. Ar = Anel aromático Isto demosntra que, de alguma forma, a biossíntese de lignanas é independente da biossíntese de neolignanas pelo menos para a maioria das espécies do gênero Piper com algumas exceções. Trabalhos mais recentes registram para a família Piperaceae uma grande quantidade de espécies produtoras de óleo essencial. Na região amazônica, isto foi constatado em várias espécies do gênero Piper como fornecedores de óleo essencial (Maia et al, 1987; Machado et al, 1994; Facundo et al 2006: 2007). Em recente revisão sobre a fitoquímica do gênero Piper, 88 compostos terpênicos (monoterpenos e sesquiterpenos) foram identificados de 29 diferentes espécies (Parmar et. al. 1997). Na tabela 1 (Apêndice A, página 121) são apresentados composições de 43 óleos essenciais de 37 diferentes espécies de Piper num total de 227 compostos identificados discriminando, quando possível, se o óleo foi extraído das folhas ou dos frutos. Dessa forma é apresentada a mais abrangente revisão dos compostos voláteis identificados no gênero Piper não se retringindo apenas aos terpenóides, mas também aos hidrocarbonetos e fenilpropanóides. A figura 8 (página 41) apresenta uma distribuição de freqüência dos compostos voláteis identificados em óleos essenciais de diferentes espécies de 1 Segundo a nomenclatura da IUPAC (2000) os núcleos básicos da figura 6 podem ser assim descritos: (a), (c), (d), (e) e (h) são lignanas; (b), (f) e (g) são neolignanas. 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 41 Piper de acordo com os dados da tabela 1 (Apêndice A). Pode-se verificar que o gênero Piper apresenta uma riqueza de sesquiterpenos (55%) sendo maior para os não oxigenados (33%) do que os sesquiterpenos oxigenados (22%). Entretanto, o composto de maior ocorrência é o monoterpeno hidrocarboneto -pineno [5] identificado na composição de 34 óleos essenciais. Dentre os sesquiterpenos germacreno D [6] e -copaeno [7] são os que apresentaram as maiores ocorrências identificadas em 29 óleos essenciais (Figura 7, abaixo). [5] [6] Figura 7. Estruturas do -pineno [5], germacreno D [6], -copaeno [7]. Monoterpenos não Oxigenados Monoterpenos Oxigenados Sesquiterpenos não Oxigenados Sesquiterpenos Oxigenados Fenilpropanóides Outros 50 (22%) 75 (33%) [7] 22 (9.6%) 17 (7.4%) 35 (15%) 30 (13%) Figura 8. Porcentagem dos compostos voláteis identificados no gênero Piper. 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 42 2.3 Estudos farmacológicos no gênero Piper L. As espécies do gênero Piper tem sido investigadas fitoquímica e biologicamente em todo o mundo e por conta disso, várias compostos contendo importantes atividades biológicas tem sido isolados e identificados. Dentre as atividades biológicas apresentadas por compostos isolados no gênero destacam-se as propriedades antimicrobiais (antiviral, antifúngica, antibacterial e antiparasítica) determinando um grande potencial biocida das espécies que compõem este gênero (Tabela 2, página 44). As estruturas com maior número de atividades biológicas relatadas na literatura são pertencentes à classe das lignanas/neolignanas e amidas. A mudança na concentração de cálcio intracelular é um importante indicativo de atividade sináptica em células neuronais. A isobutilamida Piperovatina [8] isolada de P. piscatorum induziu um aumento no fluxo de cálcio através de um mecanismo que envolve canais de sódio mediado por voltagem o que ajuda a elucidar as bases moleculares e farmacológicas do seu uso popular como veneno contra peixes e anestésico local (Mcferrem et. al. 2002). O extrato clorofórmio de P. guanacastensis apresentou atividade larvicida contra Aedes atropalpus (CL50 = 80,5 g/ml). O fracionamento bioguiado desta espécie convergiu para o isolamento de metil 4-hidroxi-3-(3’-metil-2’-butenil) benzoato [9] como maior constituinte ativo (CL50 20,5 g/ml) (Pereda-Miranda et. al., 1997). CO2CH3 H3CO O N H [8] OH [9] Figura 9. Estruturas da Piperovatina [8] e do metil 4-hidroxi-3-(3’-metil-2’-butenil) benzoato [9] 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 43 A neolignana piperkadsina A [10] (figura 9) isolada dos talos de P. kadsura mostrou a maior atividade antiinflamatória (IC50 4,3 μM) do que as neolignanas piperkadsina B [11] e futoquinol [12] também isoladas desta planta e avaliadas para a mesma atividade (Lin et. al., 2006). O O O O O O HO O O O O O [10] [11] O O O O O [12] Figura 10. Estruturas da Piperkadsina A [10], Piperkadsina B [11] e do futoquinol [12]. 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 44 Tabela 2. Metabólitos isolados de 22 espécies de Piper, L. e suas respectivas atividades biológicas. Espécie Atividade Grupo de Substâncias Referência P. regnelii Antibacteriana Benzofurânos Pessini et. al. 2003 P. caninum Antibacteriana Éster hidroxicinâmicos Setzer et. al. 1999 Dano ao DNA Alquilamida Ma et. al., 2004 e Ma, Jones e Hecht, 2004. P. crassinervum Antifúngica Flavanonas e hidroquinonas preniladas Danelutte et. al. 2003 P. hispidum Antifúngica Amidas pirrolidínicas Alécio et. al., 1998 P. methysticum Inibição TNF- Kavapironas Hashimoto et. al., 2003 Inibição de NF- B Kavachalconas Folmer et. al., 2006 Citotoxicidade Flavokavaina B Jhoo et. al., 2006 P. sarmentosum Antiplasmódico e antituberculose Amidas pirrolidínicas, fenilalquila Rukachaisirikul et. al. 2004 P. hispidum Antiplasmódico Chalcona Janett-Siems et. al. 1999 P. solmsianum Tripanocida Lignanas Martins et. al. 2003 P. kadsura Antiviral Neolignanas e lignanas Huang et. al., 2001 Imunomodulador Lignana, Neolignana e Amidas Kuo, et. al., 2002 Antiinflamatória Neolignanas Lin et.al., 2006 Antioxidante Amida e alcalóide Tsai et. al. 2003 P. malacophylum Antifúngica Piperolídeos Lago et. al., 2005 P. fulvescens Antifúngica Neolignanas Freixa et. al. 2001 P. betle Antifúngica; Propenilfenóis Evans, Bowers e Funk, 1984 Nematocida; Williams et al., 2002 Antiinflamatória e antimicrobiana P. gibbilibum Citotóxica; Antibacteriana Alcanilfenóis Orjala et.al., 1998 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 45 Tabela 2. Metabólitos isolados de 22 espécies de Piper, L. e suas respectivas atividades biológicas. (Continuação) P. elongatum Antileishmania Diidrochalcona Hermoso et. al. 2003 P. multiplinervium Antimicrobiana Derivado cinâmico Ruegg et. al., 2006 P. sanctum Antimicrobiana Fenilpropanoides Mata et. al., 2004 P. futokadsura Inibição da produção de NO Neolignanas Konishi et. al., 2005 P. cubeba Inibidor de CYP3A4 Lignanas Usia et. al. 2005 P.longicaudatum Antibacteriana Dihidrochalcona Joshi et. al.; 2001 P. fimbriulatum Larvicida, Antiplasmódico e Lignana Sólis et. al., 2005 tripanocida Leon et al., 2002 Atividade anti-inflamatória P. arborescens Anti-PAF e citotóxica Amidas ciclobutânicas Tsai et. al., 2005 Lignanas furânicas P. decurrens Inseticida Neolignanas Chauret et. al. 1996 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 46 Outros trabalhos apresentaram estudos farmacológicos de extratos os quais podem ser vistos na Tabela abaixo. Tabela 3. Espécies de Piper com suas respectivas atividades biológicas de seus extratos. Espécie Extrato Parte utilizada Atividade Referência P. chaba Metanólico Caule Antiinflamatória Taufiq-Ur-Rahman et. Diurética al., 2005 Antidiarréica P. cumenense Etanólico Frutos e Folhas Antiplasmódica Garavito, 2006 P. holtonii Etanólico Folhas e talos Antiplasmódica Garavito, 2006 P. sarmentosum Metanólico Folhas Inibição da liberação Ridtitid et. al., 1998 de Acetilcolina P. longum Etanólico Frutos Citotóxica Padmaja et. al.,2003 P. betle Etanólico Folhas Antidiabética Arambewela et. al. Infertilidade reversível 2005, aquoso Sarkar et. al., 2000 Piper regnellii var. Folhas Leishmanicida Nakamura et. al., 2006 Fotoprotetivo Bhattacharya et. pallescens P. betel Etanólico al.,2007 Quanto ao óleo essencial estes têm sido investigados principalmente quanto ao seu potencial inseticida e microbicida. Efeitos depressivos no sistema nervoso central foram descobertos no componente majoritário do óleo essencial de P. solmsianum (sarisan) (Moreira et. al., 2001). A atividade antibacterial foi avaliada para os óleos essenciais de 6 espécies vegetais. Nesse estudo P. nigrum obteve amplo espectro de atividade apresentando zona de inibição de crescimento em 22 de 25 bactérias Gram positivas e Gram negativas testadas (Dorman & Deans, 2000). O óleo essencial de P. crassinervum apresentou atividade antioxidante e antimicrobial (Sachetti et. al., 2005). O óleo essencial de P. guineense causou significativa mortalidade no inseto Callosobruchus maculatus (Coleóptera; Bruchidae) além de inibir a eclosão de seus 2. Considerações gerais sobre o gênero Piper 47 ovos (Keita et. al., 2000). Outras espécies em que foram avaliadas as atividades inseticidas de seus óleos foram P. aduncum e P. hispidinervum contra o gorgulho Sitophilus zeamais (Estrela et. al. 2006). P. aduncum também apresentou toxicidade em Cerotoma tingomarianus, praga comum na cultura do feijoeiro (Fazolin et. al. 2005). 2.4 Piper permucronatum, Yuncker. P. permucronatum é um arbusto aromático, conhecida pelo nome popular de elixir paregórico cujas folhas são utilizadas na forma de um chá contra cólicas menstruais e intestinais, problema digestivo, dor de estômago, diarréia, hemorragia e náusea. Em pesquisa a literatura observou-se a existência de um estudo sobre o óleo essencial extraído das folhas desta espécie coletado no estado do Rio de Janeiro (Torquilho et. al., 1999), porém, não se observou nenhuma citação sobre atividade biológica deste óleo e também não existe nenhum registro sobre o estudo fitoquímico e farmacológicos dos constituintes fixos. Figura 11. Piper permucronatum, Yuncker (PIPERACEAE). 3. OBJETIVO 3.1 Objetivo geral Estudar quimicamente e biologicamente a espécie Piper permucronatum (Piperaceae) em busca de metabólitos secundários com propriedades Leishmanicida, citotóxica, larvicida e antioxidante. 3.2 Objetivos específicos o Isolar e caracterizar os constituintes químicos fixos e voláteis da parte aérea de P. permucronatum. o Realizar ensaios de Toxicidade sobre Artemia salina com os extratos hexânicos das folhas e frutos. o Realizar ensaios para a inibição do crescimento da Leishmania amazonensis. o Avaliar a atividade larvicida do óleo essencial extraído das folhas de P. permucronatum.. o Avaliar a atividade antioxidante dos constituintes fixos isolados. o Correlacionar teste de toxicidade sobre Artemia salina - TAS com atividade leishmanicida. o Contribuir para o estudo químico e biológico das espécies de Piper da Amazônia. 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Identificação do espécime vegetal. Os materiais vegetais para estudo, folhas e frutos, foram coletados em datas diferentes do ano, a primeira coleta foi realizada em 13/01/2005 e a segunda em 02/10/2006. Ambas as coletas foram feita no município de Porto Velho capital do Estado de Rondônia. Foram confeccionadas exsicatas e enviadas para identificação botânica no INPA onde se encontra depositada sob o número 215.649. 4.2. Métodos Cromatográficos Nas cromatografias de adsorções em colunas foram utilizadas gel de sílica 60 da Merck e da Vetec ( m 63-200). O comprimento e diâmetro das colunas variaram de acordo com as quantidades de amostras a serem cromatografadas e de gel de sílica a serem utilizadas. Para cromatografia em camada delgada (CCD) utilizou-se cromatoplacas de gel de sílica 60 ( m 2-25) sobre poliéster T – 6145 da Sigma Chemical CO ( com indicador de fluorescência na faixa de 24 m). Os solventes utilizados nas eluições cromatográficas foram: éter de petróleo (Etp), hexano (Hex), acetato de etila (AcEt) e metanol (MeOH), puros ou combinados em gradiente crescente de polaridade. A revelação das substâncias cromatográficas em CCD se deu por exposição das cromatoplacas analíticas à luz ultravioleta (UV), reveladas em um comprimento de onda (254 nm) e por pulverização com revelador universal (mistura de etanol:acido acético:ácido sulfúrico – 8:1:1), seguido de aquecimento em estufa à 100 0C por aproximadamente cinco minutos. 4. Materiais e métodos 51 4.3. Métodos espectroscópicos Os espectros apresentados neste trabalho foram obtidos em aparelhos pertencentes ao Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Central Analítica da Universidade Federal do Ceará. Os modelos e condições dos aparelhos para a caracterização das substâncias isoladas estão descritas abaixo. 4.3.1. Infravermelho (I.V.) Os espectros de absorção na região do infravermelho foram registrados em Espectrômetros Perkin-Elmer 720, utilizando-se para substâncias sólidas e líquidas pastilhas de KBr e filmes, respectivamente. 4.3.2 Ressonância magnética nuclear de hidrogênio-1 (RMN 1H) e de carbono – 13 C (RMN 13C). Os espectros de RMN unidimensionais e bidimensionais foram registrados em espectromêtros Bruker AC – 200 e 500, operando a 200 e 500 MHz para hidrogênio – 1 (RMN 1H) e 50 e 125 MHz para carbono – 13 C (RMN 13 C). As seqüências de pulsos utilizadas nas experiências bidimensionais estão contidas nos programas Bruker XHCORREAU, para correlação heteronuclear de hidrogênio – 1 e carbono – 13 C a uma ligação e a longa distância (1H x 13C – COSY, ‘JCH, n = 1, 2 e 3) e COSY – UA, para correlação Homonuclear (1H x 1 H – COSY). Nos experimentos unidimensionais de DEPT UA (ângulo de mutação 135 0). Os deslocamentos químicos ( ) foram expressos em partes por milhão (ppm) e as multiplicidades dos deslocamentos indicados segundo a convenção: s (silgleto), Sl (singleto largo), d (dubleto), dd (duplo dubleto), t (tripleto), q (quarteto) e m (multipleto). 4. Materiais e métodos 52 4.3.3 Análise do Óleo essencial por Cromatografia Gasosa acoplado ao Espectômetro de Massas (EM). O óleo foi analisado utilizando um instrumento Heulett-Packard 5971 CG/EM empregando as seguintes condições: Coluna: Dimetilpolisiloxano revestido com sílica fusionada; Gás: Helio (1ml/min); temperatura do injetor: 250o C; temperatura do detector: 200o C; temperatura da coluna: 35-180oC à 4oC/min então 180-250oC à 10oC/min: espectro de massas: impacto do elétron 70 eV. A identificação dos constituintes foi feita por pesquisa no banco de dados do computador, índice de retenção e interpretação visual dos espectros de massas (Adams, 2001). 4.4 Estudo dos metabólitos secundários das folhas de P. permucronatum 4.4.1 Obtenção dos óleos essenciais das folhas de P. permucronatum As folhas frescas e trituradas (1,2 kg – folhas coletadas em 13/01/2005, 1,0 Kg coletadas em 02/10/2006) foram submetidas, em separadas, à extração com arraste de vapor d’ água em aparato tipo Clevenger modificado. Os óleos essenciais foram secos, utilizando-se sulfato de sódio anidro. 4.4.2 Obtenção do extrato das folhas de P. permucronatum As folhas após terem sido extraídas o óleo essencial (folhas coletadas em 13/01/2005) foram secas á 60 0C, em estufa com ventilação e submetidas à extração com hexano a temperatura ambiente (3 x 5 litros) por 5 dias. A destilação do solvente sob pressão reduzida forneceu 8 g de extrato hexânico denominado EHF. 4.4.2.1 Tratamento cromatográfico de EHF O extrato EHF (8 g) foi adsorvido em 35 g de gel de sílica, pulverizado em grau de porcelana, adicionado sobre 50g de sílica em coluna cromatográfica e eluido com uma mistura de hexano/acetato de etila em polaridade crescente. Foram 4. Materiais e métodos 53 coletadas 53 frações de 50 mL que foram concentradas por destilação do solvente sob pressão reduzida.. As frações 6-9 (800mg) eluídas com hexano foram analisadas em CCD e reunidas conforme o perfil cromatográfico semelhante para recromatografia a qual permitiu isolar uma substância oleosa (56mg) eluída com hexano/cloroformio (95%/5%) incolor denominada PPFH-7.. 4.4.3. Obtenção do extrato hexânico dos frutos de P. permucronatum Os frutos secos e triturados (44g) foram submetidas à extração com hexano a temperatura ambiente (3 x 5 litros) por 7 dias. A destilação do solvente sob pressão reduzida forneceu 3 g de extrato denominado EHFr. 4.4.3.1 Tratamento cromatográfico de EHFr O extrato EHFr (3 g) foi adsorvido em 15 g de gel de sílica, pulverizado em grau de porcelana, adicionado sobre 50 g de sílica em coluna cromatográfica e eluido com uma mistura de hexano/acetato de etila em polaridade crescente. Foram coletadas 43 frações de 50 mL que foram concentradas por destilação do solvente sob pressão reduzida. A fração 9 (240 mg) eluída com Hex/AcEt (90-10%) foi analisada em CCD e submetida a recromatografia. Desta foram obtidas 32 frações sendo que as frações 20-25 (23 mg) eluídas com Hex/AcEt (98-2%) mostraram-se conter um sólido amorfo de coloração branca denominado PPHFr-1. As frações 27-32 (70 mg) eluídas com Hex/AcEt (90-10%) foram reunidas e novamente submetidas à cromatografia em coluna de sílica gel e eluida com uma mistura de Hex/AcEt em polaridade crescente, sendo possível obter-se 15 mg de um substância denominada PPHFr-2 4. Materiais e métodos 54 4.5 Ensaios biológicos 4.5.1 Toxicidade em Artemia salina, Leach - (TAS) Ovos de A. salina foram postos para eclodir em água do mar previamente filtrada na presença de luz. As Artemias são coletadas após 48 horas da eclosão para a realização dos experimentos. O ensaio TAS foi realizado com 10 larvas (náuplios) por tratamento com 3 repetições para cada concentração testada. A contagem dos animais mortos e vivos foi feita após 24 horas. Foram testadas as concentrações iniciais de 1, 10, 100 e 1000 ppm. A partir daí foram feitas diluições sucessivas a fim de determinar o CL50. Os extratos foram considerados ativos quando o CL50 for < 1000 ppm. Utilizou-se a análise de regressão para a determinação do CL50. Os dados foram analisados estatisticamente com o programa Microcal Oringin versão 6.0. 4.5.2 Atividade Antioxidante Para a determinação da atividade antioxidativa de compostos orgânicos ou extratos, 2 ml de amostra em diferentes concentrações foram submetidos a uma mistura reacional com o mesmo volume de solução metanólica (60 M) do radical estável 2,2-diphenyl-1-picrylhydrazyl (DPPH) conforme descrito por Hegazi e El Hady (2002). A redução do DPPH é monitorada pela diminuição de sua absorvância medida a 520nm após 30 minutos de reação. O resultado é a média de três determinações. A porcentagem de seqüestro de radical livre é determinada pela seguinte equação: (%) = (( Abs A ) Abs DPPH – 1 ) x 100 4. Materiais e métodos 55 Onde Abs A é absorvância da amostra na presença do radical e Abs DPPH é a absorvância do radical DPPH sem amostra. Foram utilizados como controle positivo os antioxidantes Acido 6-Hidroxi-2,5,7,8-tetrametilcroman-2-carboxílico (Trolox) e hidroxitolueno de butila (BHT). 3.5.3 Atividade Larvicida em Aedes aegypti. Larvas de 3o ínstar de A. aegypti, oriundas de criações mantidas no Laboratório de Entomologia do Núcleo de Doenças Endêmicas da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (NUEND/SESA) foram separadas para a realização dos bioensaios. O óleo essencial foi diluído em solução aquosa de dimetil sulfóxido 2% (DMSO, Synth ACS) nas concentrações: 100, 50, 10, e 1,0 mg/ml. As larvas foram separadas com o auxílio da pipeta de Pasteur distribuindo-se 50 larvas em copos de plástico descartáveis (50 ml) contendo 20 ml das diluições. Como controle utilizou-se água e DMSO 2%. Após 24h de exposição das larvas aos tratamentos, o número de larvas mortas foi registrado sendo consideradas mortas àquelas que não apresentavam movimento ou não respondiam aos estímulos com a pipeta de Pasteur. Os testes foram feitos em triplicatas a análise estatística feita por regressão linear para a determinação do CL50. 4. Materiais e métodos 56 4.6 Obtenção E Cultivo de Leishmania amazonensis 4.6.1 Parasitas Os parasitos utilizados neste trabalho foram a forma promastigotas de Leishmania (Leishmania) amazonensis cepa IFLA/BR/67/PH8, cuja cultura original foi cedida pelo prof. Dr. Francisco Juarez Ramalho-Pinto do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP. 4.6.2 Criopreservação do Parasita. Para preservação e posterior utilização, as promastigotas eram criopreservadas em meio de cultura de RPMI-1640 acrescidos de glicerina a 10% (v/v). A glicerina foi adicionada gota a gota na cultura, sob agitação manual constante. Após 30 min de agitação, alíquotas da cultura glicerinada eram distribuídas em tubos de criopreservação de 1,8 ml (Nuclon-Delta, Nunc, Dinamarca), mantidas por 24 horas a 20ºC em suporte de isopor, em seguida transferida para deep-freezer (Bio Freezer, Forma Scientific, Marietta, Ohio, USA) a 80ºC, e finalmente conservadas em nitrogênio liquido (botijão modelo Omega EM32, MVE Cryogenics, New Prague, Minnesota, USA). Para recuperação das promastigotas criopreservadas, o material é retirado do nitrogênio liquido e degelado rapidamente em banho a 37ºC e inoculado em 10 ml de meio de cultura e mantidos a 23ºC em estufa BOD (Quimis modelo Q-315M). 4.6.3 Meio de Cultura. O meio de cultura utilizado para a propagação in vitro das promastigotas de L. amazonensis é o meio de RPMI-1640 (Sigma Chemical Co St. Louis, MO, USA), suplementado com 10% de soro fetal bovino (SFB) (Fetal Bovine Serum Characterized, HyClone, Logan, Utah, USA). O meio é preparado segundo as 4. Materiais e métodos 57 instruções do fabricante, sendo adicionado sulfato de gentamicina (Sigma Chemical Co) na concentração final de 50 mg/l. O meio é esterilizado por filtração em membrana de nitrocelulose de poro 0,22 µm (Sartorius, Göttingern, Alemanha). O SFB, previamente inativado a 56ºC por 30 min, é adicionado ao meio no momento do uso. 4.6.4 Cultivo do Parasita Como mencionado, para a propagação in vitro das promastigotas de L. amazonensis, utiliza-se o meio de cultura de RPMI, suplementados com soro fetal bovino a 10% (RPMI/SFB). Utiliza-se o inóculo de 5 x 105 promastigotas por ml. Avalia-se o crescimento dos parasitos mantidos a 23ºC, por contagens de alíquotas de 10 µl de cultura diluída 1:100 em PBS (NaCl 145 mM, Na2HPO4 9 mM, NaH2PO4H2O 1mM, pH 7,6). Realiza-se a contagem em uma câmera hemocitométrica de Neubauer (C.A. Hausser & Son, Philadelphia, USA) em microscópio óptico com aumento de 400 vezes, utiliza-se a média aritmética de duas contagens para calcular o número de parasitas contido em 1,0 ml de cultura. Utilizando a seguinte fórmula: no de parasitas = média dos 4 quadrantes x inverso da diluição da amostra x 104. 4.6.5 Curva de Crescimento Avalia-se o crescimento dos parasitas no meio de cultura através de curvas de crescimento. Diluíram-se alíquotas do meio de cultura em 1 ml de PBS gelado (NaCl 145 mM, Na2HPO4 9mM, NaH2PO4H2O 1mM, pH 7,6). Acrescenta-se 100 L do corante Eritrosina B (MERCK, Darmstadt, Alemanha) diluído a 0,4% (p/v). Após 5 minutos no gelo conta-se as promastigotas em câmara de Neubauer. Consideram-se os parasitas corados de vermelho como mortos e os birrefringentes e móveis como sendo os vivos. Para fins de cálculo considera-se apenas o número de parasitas vivos. 4. Materiais e métodos 58 4.6.6 Avaliação da viabilidade das formas promastigotas de L. amazonensis sob a ação dos extratos e isolados de P. permucronatum. 5x105 promastigotas/ml de L. amazonensis em início de fase estacionária de crescimento foram lavadas duas vezes por centrifugação a 1000xg por 10 min em PBS estéril e distribuídas em placas de 24 poços e incubadas com diferentes concentrações dos extratos EHF e EHFr, bem como das substâncias isoladas PPFH-7 e PPFr-1 diluídos em DMSO. As amostras foram incubadas por cinco dias a 24ºC e, no terceiro e no quinto dia de crescimento, alíquotas das culturas eram diluídas em PBS gelado contendo o corante eritrosina B 0,04% (v/v) para contagem do número de parasitas na cultura. O controle para determinar a morte dos parasitas foi a Pentamidina (100 g/mL). E as culturas contendo o controle do solvente foram incubadas com DMSO na maior concentração (10%). 4.6.7 Teste de Citotoxicidade em Macrófagos peritoneais de BALB/c Para obtenção de macrófagos, os camundongos BALB/c foram inoculados por via intraperitoneal com 2 mL de tioglicolato 3%. Após 4 dias, 5 mL de PBS gelado foram injetados na cavidade peritoneal desses roedores e em seguida o líquido peritoneal foi recolhido com seringa. O líquido foi então lavado 3 vezes por centrifugação a 2000 rpm por 10 minutos em PBS estéril, contendo 50 mg/mL de sulfato de gentamicina. As células obtidas foram contadas em câmara hemocitométrica tipo Neubauer. 1x105 células foram incubadas por 24 horas com os extratos de P. permucronatum nas concentrações de 50 e 25 g/mL. Realiza-se contagens de 100 células utilizando como corante diferencial o azul de tripan. Utilizaram-se como controle positivo DMSO e como controle negativo apenas os macrófagos em meio RPMI. Os resultados são expressos como o valor médio dos experimentos feitos em duplicatas. 5.Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 73 5.3. Determinação estrutural de PPHFr-1 { Galbelgina } A substância denominada PPHFr-1, isolada dos fruto de P. permucronatum, apresentou-se como um sólido branco, com ponto de fusão 137-139 0C e solúvel em clorofórmio. A análise do espectro de massas (Figura 24, página 75) exibiu o pico íon molecular 372 sugerindo a formula molecular de C22H28O5 cuja fragmentação indicou a estrutura geral de uma neolignana contendo o anel tetraidrofurânico com pico base característico m/z de 206 sugerindo com isso a substituição do anel aromático igual a uma dimetoxifenila (Figura 25, página 75) (Barata 1976). O espectro de RMN 1H (Figura 26, página 77) de PPHFr-1, exibiu absorções em δ 4,66 (2H, d, J=7,0 Hz) na região de hidrogênios oxibenzilico, em δ 1,05 (6H, m) de grupamentos metílicos ligados a átomos de carbonos terciários. Estes dados sugerem a presença de um anel tetrahidrofurânico na molécula de PPHFr-1. Na região de hidrogênio aromático observou-se absorções na faixa de δ 6,85 – 6,97 (m) e absorções relacionadas a grupamentos metoxilas em δ 3,91 – 3,88 (singletos), que pela integração pode ser relacionada a quatro destes grupamentos. O espectro de RMN 13 C de PPHFr-1, confirmou a presença dos grupamentos metoxilas através das absorções em δ 56,1. Os átomos de carbonos oxibenzílicos absorveram em δ 88,2, os grupamentos metilas ligados a átomos de carbonos terciários absorveram em δ 13,8. A análise comparativa entre os espectros de RMN 13 C – BB com o RMN 13C – DEPT 135 (figura 27, página 78), revelou que as absorções em δ 148,5; 149,0 e 134,9 são de átomos de carbonos aromáticos não-hidrogenados. Todos estes dados permitiram propor para PPHFr-1 a estrutura de uma neoliganana tetrahidrofurânica [18]. Com relação à estereoquímica do anel furânico foi possível determinar através da comparação dos deslocamentos químicos dos hidrogênios oxibenzilicos H-7 e H-7’ e dos hidogênios H-8 e H-8’ (tabela 6, página 84), a semelhança com a estereoquímica relativa da galbelgina e, principalmente a partir dos dados do espectro bidimensional NOESY (Figura 30, página 81). Esta substância já foi isolada em outras espécies de Piper, P. futokadsura, P. attenuarum, P. thomsoni e P. wightii (Parmar et. al., 1997), porém esta é a primeira vez que a mesma foi identificada em P. permucronatum. 5.Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 74 Através dos dados de RMN bidimensional, HMQC (figura 28, página 79) e HMBC (Figura 29, página 80), foi possível atribuir os deslocamentos químicos dos átomos de hidrogênios e dos átomos de carbonos, bem como, os acoplamentos a longa distância (2J e 3J) para PPHFr-1 e comparar estes dados com os dados descritos na literatura para a Galbegina (tabela 6, página 76) (Sumathykutty e Rao, 1991; Barata, 1996). 9' 9 6 5 8 1 7 4 H3CO 3 2 OCH3 6' 8' O 5' 1' Ou enanciômero 7' 2' 3' 4' OCH3 OCH3 Correlações a partir do espectro bidimensional NOESY Figura 23. Estrutura da Galbelgina2, semelhante à proposta estrutural atribuída para PPHFr-1 [18]. As setas indicam as correlações bidimensionais homonucleares de 1H utilizando a técnica NOESY. As absorções, neste caso, são de Hidrogênios que estão no mesmo plano da molécula. 2 Nomenclatura IUPAC: Rel -(7 , 7’ , 8 , 8’ ) 3,3’,4,4’ tetrametoxi-7,7’-epoxilignana. 5.Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 75 Figura 24. Espectro de massas de PPHFr-1 exibindo o pico base de m/z 206. H3CO O H3CO H3CO OCH3 H3CO OCH3 H3CO + H3CO O O OCH3 OCH3 OCH3 OCH3 C13H18O2 206,1 Figura 25. Proposta de fragmentação responsável pelo pico base m/z 206 de PPHFr-1. 5.Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 76 Tabela 6. Atribuições dos dados de RMN 1H e 13 C para PPHFr-1 e comparação destes dados com dados da literatura para a Galbegina. PPHFr-1 C δC δH 1/’1 134,9 - Galbelgina 2 3 JCH δC* H-5/H-5’; H-8/H-8’ 135,3 JCH H-2/H-2’; δH** H-6/H-6’ 3/3’ 149.0 - - H-5/H-5’; MeO-3’/MeO-3’ 149,5 4/4’ 148,5 - - H-2/H-2’; H-6/H-6’; MeO- 148,9 4/MeO-4’ CH 2/2’ 109,2 6,97 (m) - H-6/H-6’; H-7/H-7’ 109,9 6,82 (d) 5/5 110,9 6,85 (m) - - 111,5 6,74 (d) 6/6’ 118,6 6,94 (m) H-5/H-5’ H-2/H-2’; H-7/H-7’ 118,8 6,74 (d) 7/7’ 88,2 4,66 (d, J=7,0 Hz) H-8/H-8’ 3H-9/3H-9’ 88,3 4,52 (d) J=9 Hz 8/8’ 50,8 1,80 (m) H-7/H-7’; - 51,1 1,7 (m) 3H-9/3H-9 CH3 9/9’ 13,8 1,05 H-8/H-8’ H-7/H-7’ 14 1,04 (d) J=6 Hz MeO-3/3’ 56,1 3,91(s) - - 56,1 3,84 (s) MeO-4/4’ 56,1 3,88(s) - - 56,1 3,80 (s) * Sumathykutty e Rao, 1991; ** Barata, 1976. 5.Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 26. Espectro de RMN 1H (CDCl3 , 100 MHz) de PPHFr-1. 77 5.Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 27. Espectro de RMN 13C – DEPT 135 (CDCl3 , 100 MHz) de PPHFr-1. 78 5.Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 28. Espectro de HMQC (CDCl3 , 100 MHz) de PPHFr-1. 79 5.Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 29. Espectro HMBC (CDCl3 , 100 MHz) de PPHFr-1. 80 5.Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 30. Espectro NOESY (CDCl3 , 100 MHz) de PPHFr-1. 81 5.Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 78 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 82 5.4. Determinação estrutural de PPHFr-2 { Veraguensina } A substância denominada PPHFr-2, isolada dos fruto de P. permucronatum, apresentou-se como um sólido branco, ponto de fusãp 127-129 0C, solúvel em clorofórmio. O espectro de RMN 1H (Figura 32, página 85) de PPHFr-2, exibiu absorções na região de hidrogênios oxibenzilico em δ 4,66 (2H, d, J=9,1 Hz) e δ 5,18 (1H, d, J=8,9 Hz), em δ 0,72 (3H, d, J=6,2 Hz) e δ 1,10 (3H, d, J= 5,8 Hz) de grupamentos metílicos ligados a átomos de carbonos terciários, estes dados sugerem a presença de um anel tetrahidrofurânico na molécula de PPHFr-2. Na região de hidrogênio aromático observou-se absorções na faixa de δ 6,90 – 7,12 (m) e absorções relacionadas a grupamentos metoxilas em δ 3,90 – 3,95, que pela integração pode ser relacionada a quatro destes grupamentos. O espectro de RMN 13 C (Figura 33, página 86) de PPHFr-2, confirmou a presença dos grupamentos metoxilas através das absorções em δ 56,9. Os átomos de carbonos oxibenzílicos absorveram em δ 87,4 e δ 83,2, os grupamentos metilas ligados a átomos de carbonos terciários absorveram em δ 15,2. A análise comparativa entre os espectros de RMN 13 C – BB com o RMN 13C – DEPT 135 (Figura 36, Pág 89), revelou que as absorções em δ 148,9; 148,5; 148,0; 133,7 e 133,4 são de átomos de carbonos aromáticos não-hidrogenados. Todos estes dados permitiram propor para PPFr- 2 a estrutura de uma neoliganana tetrahidrofurânica [19] com grandes semelhanças da neoliganana tetrahidrofurânica denominada de PPHFr-1. Com relação à estereoquimica relativa do anel furânico foi possível determinar através da comparação dos deslocamentos químicos dos hidrogênios oxibenzilicos H-7 e H-7’ e dos hidrogênios H-8 e H-8’ (Tabela 7, Página 84), a semelhança com a estereoquímica da veraguensina, já isolada em outras espécies de Piper, P. futokadsura, P. cuneifolium e P. puberculum (Parmar et al., 1997), porém esta é a primeira vez que a mesma foi identificada em P. permucronatum. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 83 Ainda sobre a estereoquímica segundo Barata (1976), o deslocamento em campo alto dos hidrogênios da metila C9’ indica que esta é protegida pelo anel aromático que está em posição cis, enquanto que a os hidrogênios da outra metila C9 ocupa uma posição trans em relação ao anel aromático e por isso está menos protegido pela nuvem eletrônica deste. Os carbonos 7, 7’ e 8, 8’ são afetados pela orientação destas metilas refletindo em um deslocamento químico diferencial também para os hidrogênios destes carbonos. Através dos dados de RMN bidimensional, HMQC (figura 34, página 87) e HMBC (Figura 35, página 88), foi possível atribuir os deslocamentos químicos dos átomos de hidrogênios e dos átomos de carbonos, bem como, os acoplamentos a longa distância (2J e 3J) para PPHFr-2 e comparar estes dados com os dados descritos na literatura para a Veraguensina (tabela 7, página 84) (Barata, 1976; Fonseca, 1980). 9' 9 8' 8 6 5 1 4 H3CO 3 2 7' 7 H OCH3 O 6' 5' 1' ou enanciômero H 2' 3' 4' OCH3 OCH3 [19] Figura 31. Estrutura da Veraguensina3 , semelhante à proposta estrutural atribuída para PPFr- 7. 3 Nomenclatura IUPAC: Rel -(7 , 7’ , 8 , 8’ ) 3,3’,4,4’-tetrametoxi-7,7’-epoxilignana Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 84 Tabela 7. Atribuições dos dados de RMN 1H e 13 C para PPFr-2 e comparação destes dados com dados da literatura para a Veraguensina. PPFr-2 δC δH 1 133,4 - 1’ 133,7 3 Veraguensina 2 3 JCH δC* δH** H-2; H-6 H-5;H-8 133,2 - - H-2’;H-6’ H-5’;H-8’ 133,6 - 148,1 - - H-5; MeO-3 148,3 - 3’ 148,9 - - H-5’; MeO-3’ 148,7 - 4 148,5 - - H-2; H-6; OMe-4 148,3 - 4’ 148,5 - - H-2’; H-6’; OMe-4’ 147,8 - 2 109,2 7,0 (m) - H-6; H-7 109,7 7,0 2’ 109,9 - - H-6’; H-7’ 110,5 - 5 111,2 6,85 (m) - - 110,8 6,86 5’ 110,6 - - - 110,5 - 6 118,1 6,94 (m) H-5 H-2; H-7; 3H-9 118,1 6,96 6’ 119,6 - H-5’ H-2’; H-7’; 3H-9’ 118,4 - 7 87,4 4,46 (d, J=7,0 Hz) H-8 3H-9 87,1 4,4 (d, J=9) 7’ 83,2 5,18 H-8’ 3H-9’ 82,8 5,12 (d, J=8) 8 47,8 1,80 (m) H-7;3H-9 - 47,8 1,8 8’ 45,9 2,27 (m) H-7’;3H-9’ - 45,9 2,25 (q) 9 14,9 1,07 14,9 1,07 9’ 14,9 0,69 H-8/H-91 H-7/H-7’ 14,9 0,66 MeO-3/3’ 56,1 3,91(s) - - 55,7 3,85 MeO-4/4’ 56,1 3,88(s) - - 55,7 3,85 JCH C CH CH3 *Fonseca, 1980; **Barata, 1976 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 1,1 0,7 1,8 2,3 H3CO 4,4 5,2 OCH3 O H3CO OCH3 Figura 32. Espectro d e RMN 1H (CDCl3 , 500 MHz) de PPHFr-2. 85 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 14,9 14,9 47,89 H3CO 109,9 148,1 148,5 H3CO 110,6 83,24 45,94 87,47 110,3 133,7 O 133,4 119,2 118,6 OCH3 148,9 148,5 111,2 OCH3 Figura 33. Espectro de RMN 13C (CDCl3 , 500 MHz) de PPHFr-2. 86 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 34. Espectro HMQC (CDCl3 , 500 MHz) de PPHFr-2. 87 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 35. Espectro HMBC (CDCl3 , 500 MHz) de PPHFr-2. 88 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 36. Espectro DEPT 13C (CDCl3 , 500 MHz) de PPHFr-2. 89 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 86 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 90 5.5. Determinação estrutural de PPFH – 7 {8-carvotacetona acetato} A substância denominada PPFH – 7 isolada das folhas e frutos de P. permucronatum, apresentou-se na forma de um óleo incolor, solúvel em clorofórmio. O espectro de RMN 1H (Figura 38, página 92) de PPFH – 5 apresentou absorções em δ 6,72 (1H, ddd, J=5,2; 2,2; 1,5 Hz) de um átomo de hidrogênio olefínico, em δ 1,42 (3H, s), δ 1,72 (6H, s) e δ 1,93 (1H, s) de quatro grupamentos metilas. O espectro na região do infravermelho (Figura 39, página 93) de PPFH – 7, exibiu bandas de absorção relacionadas a dois grupamento carbonilas, uma em 1675 cm-1 de carbonila conjugada e a outra em 1736 cm-1. O espectro de massas de PPFH – 5, exibiu o pico [M+ - 60], compatível com a saída de um fragmento neutro com fórmula C2H4O2 relacionada a uma molécula de ácido acético. Isto sugere a presença de um grupamento acetato como parte da molécula de PPFH – 5, e ainda, fórmula molecular C12H18O3. O espectro de RMN 13 C de PPFH – 7 apresentou duas absorções relacionadas a átomos de carbonos olefínicos em, δ 144,6 e δ 135,2. Duas absorções, δ 199,8 e 170,2, relacionadas a átomos de carbonos de grupamentos carbonilicos, sendo uma de carbonila de uma função éster (δ 170,2). A análise comparativa entre os espectros de RMN 13 C – BB com o RMN 13 C – DEPT 135 (figura 41, página 95), revelou que a ligação dupla carbono – carbono é do tipo trisubstituída, esta dedução foi feita através da absorção δ 144,6 de um CH olefinico. Duas absorções no espectro de RMN 13 C - DEPT-135 em 30,1 e δ 28,9 podem ser relacionadas a dois átomos de carbonos dihidrogenados (CH2). Todos estes dados sugeriam propor a estrutura [18] (Figura 37, página 91) para PPFH–7, trata-se de um monoterpeno naturalmente acetilado, já identificado em Elettaria cardamomum (Zingiberaceae) e nomeado 8-Acetoxicarvotanacetone (Noleau et. al., 1987), sendo esta a primeira vez que foi identificado em P. permucronatm. Os dados de RMN 1H e 13C dos átomos de hidrogênio e carbonos de PPFH – 7 estão relacionados na tabela 8, página 91. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Tabela 8. Dados de RMN 1H e 91 13 C dos átomos de hidrogênio e carbonos de PPFH – 5 1 2 JCH (1) 3 JCH (2) C δC 1 199,8 - H-6 H-3; H-5; 3H-12 2 135,2 - 3H-12 H-5 8 82,9 - H-4 H-5; 6H-6 e 9 11 170,2 - 3H-11 - 3 144,6 6,72 (1H, ddd, J=5,2; 2,2; 1,5 Hz) - 3H-12 5 44,1 2,32 (1H, m) H-3 H-6 4 27,4 2,23 (1H, m) H-6 - 6 39,5 2,53 (2H, dt, J=9,8; 2,7 Hz) H-5 - 7 15,5 1,72 (3H, s) 10 23,0 1,42 (3H, s) H-5 - 9 23,2 1,42 (3H, s) - - 12 22,2 1,93 (1H, s) - - JCH CH CH2 CH3 H-3 (1) e (2) Estes dados foram obtidos através do espectro de RMN (Figura 39, página 94). O 6 7 1 2 10 5 3 O 12 4 8 11 9 O Figura 37. Estrutura proposta para PPFH – 7 [18] 13 C bidimencional Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 38. Espectro de RMN 1H (CDCl3 , 100 MHz) de PPFH-7. 92 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 39. Espectro de Infravermelho de PPHF-7. 93 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 40. Espectro HMBC (CDCl3 , 100 MHz) de PPFH-7. 94 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 41. Espectro de RMN 13C -APT (CDCl3 , 100 MHz) de PPFH-5. 95 Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 96 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO I: Estudo Fitoquímico 5.1. Introdução As análises dos óleos essenciais de espécies de Piper revelaram a presença de monoterpenos, sesquiterpenos e fenillpropanoides (apiol, dilapiol, myristicina, safrol, asaricina) os quais têm mostrado interessantes atividades biológicas (Parmar et al., 1997). Em recente registro na literatura sobre o estudo fitoquímico de P. permucronatum, revelou a presença de óleo essencial extraído das folhas em um espécime coletado na Floresta da Tijuca no Estado do Rio de Janeiro em 1995 (Torquilho et al., 1999). O resultado desta pesquisa demonstrou a presença de trinta e três constituintes químicos, sendo que os majoritários foram o β-cariofileno (6,80 %), muroleno (7,40 %) e δ – cadineno (12,70 %) (Torquilho et al., 1999). Neste trabalho foi investigado o óleo essencial das folhas de P. permucronatum em datas de coletas diferentes, porém na mesma localidade (município de Porto Velho). Na primeira, as folhas foram coletadas em 13/01/2005, e foram identificados quatro fenilpropanoides. Na segunda coleta, em 02/10/2006, foram identificados quinze constituintes químicos, cinco monoterpenos, três sesquiterpenos, um hidrocarboneto e seis fenilpropanoides. Não foi encontrado nenhum registro na literatura sobre o estudo fitoquímico dos constituintes fixos de P. permucronatum, porém existem vários registros descrevendo a identificação de lignanas e neolignanas de outras espécies de Piper (Parmar et al., 1997; Martins et al., 2000; Pessine et al., 2005). Neste estudo, foram isoladas três substâncias dos extratos hexânico das folhas e frutos de P. permucronatum. Do extrato hexânico dos frutos foram isolados e identificados um monoterpeno acetilado e duas neoliganas furânicas. Do extrato hexânico das folhas foi também isolado o monoterpeno acetilado. 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 61 5.2. Identificação dos Compostos Químicos dos Óleos Essenciais das folhas de P. permucronatum Os óleos essenciais das folhas de P. permucronatum foram extraídos com o auxilio de um sistema de arraste com vapor d’água, e analisado pelo processo de cromatografia gás-liquído acoplado a um espectrômetro de massa com auxilio de um computador. O cromatograma do óleo essencial extraído em 02/10/2006 (Figura 12, página 63) apresentou dois constituintes majoritários, o primeiro com abundância relativa de 41,77 % (TR 21,371 min) e o segundo com abundância relativa de 37,30 % (TR 27,911 min.). Quanto ao óleo essencial extraído em 13/01/2005 o cromatograma (Figura 13, página 63) apresentou quatro constituintes, o primeiro com abundância relativa de 8,55 %, (TR 11,45 min), o segundo 25,61 % (TR 11,89 min), o terceiro 9,92 % (TR 12,33 min) e o quarto 54,70 % (TR 13,53 min). A identificação dos constituintes químicos dos óleos essenciais foi feita por comparação dos espectros de massa de cada substância com padrões arquivados na espectroteca do computador, da comparação visual dos espectros de massas com espectros de catálogos e observação dos índices de Kovats, além de Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H) e de Carbono – 13 (RMN 13 C). Com isto foi possível identificar, no óleo essencial extraído em 02/10/2006, quinze constituintes químicos, cinco monoterpenos, três sesquiterpenos, um hidrocarboneto e seis fenilpropanoides. Os fenilpropanoides, safrol [13] 41,77% e asaricina [14] 37,67%, foram os constituintes majoritários no óleo. Na tabela 4 (página 67), encontra-se a relação de todos os constituintes químicos identificados com os respectivos Índices de Kovats (IK) e abundância relativa. Os espectros de massas de [13] e [14] estão representados na figura 14 e 15, pagina 64. Foram identificados os quatro constituintes químicos do óleo essencial, extraído em 13/01/2005, são todos fenilpropanoides, asaricina [14] 8,55%, miristicina [15] 25,61%, elemicina [16] 9,92% e dilapiol [17] 54,70%. Na tabela 4, encontra-se a relação de todos os constituintes químicos identificados com os respectivos Índices de Kovats (IK) e abundância relativa. Os espectros de massas de [15], [16] e [17] estão representados nas figuras 16, 18 e 17, respectivamente (páginas 65 e 66). 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 62 Com o objetivo de garantir uma maior certeza da constituição dos componentes do óleo essencial extraído em 13/01/2005, e levando em consideração a quantidade de constituintes, foram obtidos espectros de Ressonância Magnética Nuclear – RMN de 1 H e de 13C desse óleo. O espectro de RMN 1H (figura 20, pagina 68) do óleo essencial apresentou absorções na faixa de δ 3,27 - 3,30 (seta 1) dos hidrogênios olefinicos H-7 dos quatro constituintes, em δ 3,87; 3,86 e 3,76 (setas 2 e 3), absorções relacionadas aos grupamentos metoxilas, em δ 5,00 – 5,08 (seta 4) correspondentes aos hidrogênios da ligação dupla terminal do grupamento alila dos quatro constituintes, em δ 5,88 – 5,93 (seta 5) correlacionados aos hidrogênios do grupamento metilenodioxido da asaricina [14], miristicina [15] e dilapiol [17], bem como aos hidrogênios da H-8 dos quatro constituintes. Outras absorções, na faixa de δ 6,52 – 6,75 (seta 6), dos hidrogênios dos anéis aromático dos quatro constituintes. O espectro de RMN 13 C (Figura 21, página 69) do óleo essencial, confirmou a presença dos grupamentos alilas dos quatro constituintes, através das absorções em δ 31,5; 33,9; 39,8 e 39,9 (C-7) (setas 1 e 2), em δ 137,5 e 137,2 (C-8) (seta 8 e 9), em δ 115,2 e 115,6 (C-9) (setas 6 e 7). Os grupamentos metilenodioxido foram confirmados através das absorções em δ 100,7 e 100,9 (seta 4). A análise comparativa entre os espectros de RMN 13 C – BB com o RMN 13 C– DEPT 135 (figura 22, pág 71), confirmou as afirmações citadas acima através das absorções em δ 40,3 (seta 1); δ 34,3 (seta 2); δ 101,3 e 101,8 (seta 3); δ 115,6 e 116,6 (seta 4). Todos estes dados e a comparação dos dados de RMN com os dados de RMN 13 C do óleo essencial 13 C da asaricina [14], miristicina [15], elemicina [16] e dilapiol [17] descritos na literatura (Benevides et. al., 1999; Jayasinghe et. al., 2003; Moreira et. al., 1998) (tabela 5, pág 71), confirmaram a constituição do óleo essencial. 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 12. Cromatograma do óleo essencial extraído em 02/10/2006. Figura 13. Cromatograma do óleo essencial extraído em 13/01/2005. 63 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Figura 14. Espectro de massas do safrol [13] OCH3 O O Figura 15. Espectro de massas da asaricina [14] 64 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico OCH3 O O Asaricin OCH3 O Figura 16. Espectro de massas da miristicina [15] O Asaricin OCH3 H3CO OCH3 Figura 17. Espectro de massas da elemicina [17] OCH3 OCH3 O O Figura 18. Espectro de massas do dilapiol [16] 65 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 66 9 9 8 8 7 7 1 2 6 1 R1 3 5 4 O 2 6 3 5 R2 H3CO O [13] R1 = R2 = H 4 OCH3 OCH3 [17] [14] R1 =H; R2 = OCH3 [15] R1 = OCH3; R2 = H [16] R1= R2 = OCH3 Figura 19. Estruturas dos fenilpropanóides identificados nos óleos essenciais das folhas de P. permucronatum. 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 67 Tabela 4. Relação dos constituintes químicos identificados nos óleos essenciais extraídos das folhas de P. permucronatum, com os IK e os percentuais. Componentes N0 1 OE-13/01/2005 (%) 2 OE-02/10/2006 (%) IK β-Pineno - <1 979 Limoneno - 1,81 1029 1,8-Cineol - 1,28 1031 - <1 1060 Linalol - 1,44 1097 Safrol - 41,77 1287 α-Cubebeno - <1 1351 Metil – eugenol - <1 1404 (E)-Cariofileno - <1 1419 β-Gurjuneno - <1 1434 8,55 37,30 1496 - <1 1500 Miristicina 25,61 - 1519 Elemicina 9,92 1,30 1557 (E) – Assarona - 1,23 1676 (Z) – Assarona - 1,5 1617 54,70 - 1621 -Terpineno Asaricina Pentadecano Dilapiol 1 OE-13/01/2005=Óleo essencial extraído em 13/01/2005 2 OE-02/10/2006=Óleo essencial extraído em 02/10/2006 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 1.2623 1.2554 1.2408 1.0546 1.0218 1.0047 0.8336 3.8717 3.8616 3.7613 6.7501 6.7299 6.6845 6.6807 6.6479 6.5229 5.9332 5.9212 5.9167 5.8909 5.8864 5.8808 5.0878 5.0833 5.0638 5.0600 5.0499 5.0455 5.0417 5.0379 5.0341 5.0309 5.0095 5.0057 5.0025 PROTON CDCl3 u UNIR 26 3.3086 3.2959 3.2922 3.2833 3.2795 68 *** Current Data Parameters *** NAME : desftpp EXPNO : 1 PROCNO : 1 *** Acquisition Parameters *** Seta 2 Seta 5 Seta 3 Seta 6 Seta 1 Seta 4 BF1 : 400.1300000 MHz BF2 : 400.1300000 MHz BF3 : 400.1300000 MHz CPDPRG : D[1] : DATE_t : DATE_d : May 09 2006 NS : 16 NUC1 : 1H O1 : 2470.97 Hz O2 : 2470.97 Hz P[1] : PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z3756/0186 PULPROG : RG : 114.0000000 SFO1 : 400.1324710 MHz SFO2 : 400.1324710 MHz SFO3 : 400.1324710 MHz SOLVENT : SW : SW_h : 8278.146 Hz TD : 65536 TE : 300.0 K 1.0000000 sec 04:46:02 7.6 usec zg30 CDCl3 20.6885 ppm *** Processing Parameters *** 8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 (ppm) 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 GB : LB : SI : 0.0000000 0.30 Hz 32768 *** 1D NMR Plot Parameters *** 1 SOLVENT : Figura 20. Espectro de RMN H (CDCl3, 400MHz) do óleo essencial extraído em 13/01/2005 ? 39.9106 39.8088 33.9606 31.4875 56.5676 55.7820 C13CPD CDCl3 u UNIR 26 69 121.2971 120.7370 120.3806 115.6817 115.2380 111.8048 111.1865 109.6590 109.0916 108.1606 100.9377 100.7995 94.8714 152.0652 147.6136 146.2607 145.8025 140.9218 137.5976 137.2194 133.8589 132.6224 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico *** Current Data Parameters *** NAME : desftpp EXPNO : 15 PROCNO : 1 *** Acquisition Parameters *** Setas 6 e 7 Setas 1 e 2 Setas 8 e 9 Seta 4 Seta 3 BF1 : 100.6127290 MHz BF2 : 400.1300000 MHz BF3 : 100.6127290 MHz CPDPRG : waltz16 D[1] : 2.0000000 sec DATE_t : DATE_d : May 09 2006 NS : 512 NUC1 : 13C O1 : 10060.79 Hz O2 : 1600.52 Hz P[1] : PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z3756/0186 PULPROG : RG :32768.0000000 SFO1 : 100.6227898 MHz SFO2 : 400.1316005 MHz SFO3 : 100.6227898 MHz SOLVENT : SW : SW_h : 23980.815 Hz TD : 65536 TE : 300.0 K 05:10:29 10.5 usec zgpg30 CDCl3 238.3239 ppm *** Processing Parameters *** 150 140 130 120 110 100 90 80 (ppm) 70 60 50 40 30 20 10 0 GB : LB : SI : 0.0000000 1.00 Hz 32768 *** 1D NMR Plot Parameters *** Figura 21. Espectro de RMN 13 SOLVENT : C (CDCl3, 100 MHz) do óleo essencial extraído em 13/01/2005 ? 34.3591 40.3090 56.9660 70 95.2698 101.3362 101.1834 110.0574 109.4901 108.5590 116.0801 115.6364 C13DEPT135 CDCl3 u UNIR 26 121.6955 137.9961 137.6179 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico *** Current Data Parameters *** NAME : desftpp EXPNO : 16 PROCNO : 1 *** Acquisition Parameters *** Seta 2 Seta 4 Seta 3 Seta 1 BF1 : 100.6127290 MHz BF2 : 400.1300000 MHz BF3 : 100.6127290 MHz CPDPRG : waltz16 D[1] : 2.0000000 sec DATE_t : DATE_d : May 09 2006 NS : 256 NUC1 : 13C O1 : 10060.79 Hz O2 : 1600.52 Hz P[1] : PROBHD : 5 mm DUL 13C-1H-D Z3756/0186 PULPROG : RG :46341.0000000 SFO1 : 100.6227898 MHz SFO2 : 400.1316005 MHz SFO3 : 100.6227898 MHz SOLVENT : SW : SW_h : 23980.815 Hz TD : 65536 TE : 300.0 K 05:22:13 10.5 usec dept135 CDCl3 238.3239 ppm *** Processing Parameters *** 150 140 130 120 110 100 90 80 (ppm) 70 60 50 40 30 20 10 GB : LB : SI : 0.0000000 1.00 Hz 32768 *** 1D NMR Plot Parameters *** SOLVENT : ? Figura 22. Espectro de RMN 13C – DEPT-135 (CDCl3, 100 MHz) do óleo essencial extraído em 13/01/2005 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico Tabela 5. Comparação dos dados de RMN RMN 13 71 13 C do óleo essencial com os dados de C da asaricina [14], miristicina [15], elemicina [16] e dilapiol [17] descritos na literatura. Carbono Dilapiol* Miristicina* Elemicina** Asaricina+ O. Essencial 1 126,0 126,0 130,8 120,5 120,7 2 135,1 104,9 105,5 151,9 152 3 137,6 137,6 153,2 94,6 137,6; 94,8 4 144,6 144,5 135,8 146,1 146,2 5 144,3 144,3 153,2 140,8 140,9; 152; 145,8 6 102 102,7 105,5 109,4 109,4 7 33,9 33,8 40,5 33,8 33,9; 39,9 8 137,4 137,3 137,2 137,0 137,2; 9 115,5 115,5 116,0 114,9 115,2; 115,6 OCH2O 101,1 101,0 - 100,7 100,7; 100,9 OCH3 -2 61,3 - - 56,3 56,5 OCH3 -3 50,9 51,0 56,1 - 56,5 OCH3 -4 - - 60,9 - - OCH3 -5 - - 56,1 - 56,5 * Benevides et. al., 1999 (50 MHz); + Moreira et. al., 1998 (100 MHz); ** Jayasinghe et. al., 2003 (50,2 MHz) É fato observar que a biossíntese de Metabólitos Secundários pode variar de acordo com a idade da planta, clima local ou por diversidade intraespecífica. Em termos de variação anual foi constatado em 8 espécies de Piper um aumento dos sesquiterpenos oxigenados após 3 anos de coletas consecutivas inclusive com variações intraespecífica (Mesquita et. al., 2004). Outra espécie que, assim como P. permucronatum, apresenta Dilapiol como componente majoritário é P. aduncum. Entretanto, existem trabalhos em que essa espécie apresenta quimiotipos diferentes de acordo com a localização geográfica. O óleo de P. aduncum coletado no Panamá foi caracterizado contendo uma alta porcentagem de sesquiterpenos hidrocarbonetos (38,9%). Em contraste, o óleo extraído da mesma espécie coletada na Bolívia apresentou um alto conteúdo de monoterpenos (76%). Fenilpropanóides 5. Resultados e Discussão I: Estudo Fitoquímico 72 foram encontrados apenas no óleo extraído da espécie coletada na Bolívia (asaricina 12,9%) (Vila et. al., 2005). P. guineense também apresentou polimorfismo químico. O óleo essencial extraído de espécie coletado na Nigéria não apresentou o fenilpropanóide miristicina comumente encontrado em P. guineense (Oyedeji et.al., 2005). Alguns trabalhos tentam relacionar os diferentes quemótipos a algum fator genético que opere a biossíntese de fenilpropanóides nos óleos essenciais. Isto foi feito nas espécies P. aduncum, P. hispidinervium e P. lanceofolium (Mundina et. al., 2001; Wadt et. al.2004). No primeiro caso, os estudos de diversidade genética de P. aduncum (rico em dilapiol) e P. hispidinervum (rico em safrol) baseados em nove marcadores RAPD demonstraram que as espécies coletadas em diferentes regiões do estado do Acre apresentaram polimorfismo genético. Entretanto, a composição do óleo não variou significativamente (Wadt et. al.2004). No caso de P. lanceofolium a análise multivariada do óleo permitiu distinguir 3 grupos bem definidos de óleo essencial com base na concentração de fenilpropanóides (elemicina, dillapiol e apiol) presentes nesta espécie. Como cada grupo apresenta indivíduos coletados em diferentes regiões, logo, tal variabilidade não poderia ser explicada com base na sua localização geográfica (Mundina et. al., 2001). 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES II: Ensaios Biológicos 6.1 Introdução Nos últimos anos tem-se aumentado os estudos sobre a atividade biológica de diversas espécies do gênero Piper revelando um grande potencial terapêutico. As atividades antimicrobiana e parasiticida são as mais estudadas as quais tem sido relacionada a compostos pertencentes às classes das lignanas, neolignanas e amidas isoladas neste gênero. Entretanto o estudo da atividade biológica de Piper ainda está aquém do desejado para a grande maioria de suas espécies. Neste trabalho foi realizado, pela primeira vez, o estudo da atividade biológica de P. permucronatum a qual pode estar relacionada com a presença de neolignanas e fenilpropanóides aqui identificados pela primeira vez nesta espécie. 6.2 Atividade Larvicida do óleo essencial de P. permucronatum. O óleo essencial obtido das folhas de P. permucronatum em 13/01/2005 apresentou uma grande atividade larvicida frente ao Aedes aegypti com um CL 50 de 36 g/mL estimado a partir da análise de regressão dos resultados obtidos pelo teste larvicida (Figura 42, abaixo; e Tabela 9, página 98) Concentração versus letalidade Ajuste Linear 40 30 20 o Letalidade (n de Artemias mortas) 50 10 0 20 25 30 35 40 45 50 Concentração (ppm) Y= -40,6569 + 1,8248X, R=0,99, p=<0,0001 Figura 42. Regressão Linear dos resultados do teste larvicida em Aedes aegypti do Óleo essencial extraído em jan. de 2005 de P. permucronatum. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 98 Tabela 9. Teste larvicida em Aedes aegypti do Óleo essencial extraído em jan. de 2005 de P. permucronatum. o Concentrações de EEF (ppm) N de Artemia mortas + Desvio Padrão (média) 50 30 28 26 25 24 50 + 0,0 16 + 3,5 12 + 0,5 6 + 0,5 4 + 0,5 2 + 1,0 Teste realizado em triplicatas com p = 0,0001 De quatro espécies de Piper em que foi feito o teste larvicida, P. permucronatum foi o mais ativo seguido de P. hostmanianum (CL gaudichaudianum (CL 50 121 g/mL) e P. humaytanum (CL 50 50 54 g/mL), P. 156 g/mL)1. A alta atividade larvicida de P. permucronatum pode estar relacionada com a alta concentração de arilpropanóides em especial de Dilapiol. Esta substância é um reconhecido sinergista e vários derivativos têm sido preparados a partir desta com o objetivo de potencializar esse efeito sobre Aedes. Nesse caso o efeito sinérgico foi associado à cadeia alila ligado ao anel benzênico de Dilapiol (Belzile et.al., 2000). Entretanto, outros autores atribuem a atividade sinérgica de compostos com estrutura do tipo metilenodioxifenil através de um mecanismo inibitório do citocromo P450 pelo grupo metilenodioxido (Hodgson, et. al.1995). Este segundo mecanismo pode ser corroborado por outro importante composto sinérgico que é a Miristicina, o segundo maior componente químico encontrado no óleo essencial de P. permucronatum. Ele foi considerado grande inibidor de CYP6D1, uma isoforma do citocromo P450 de insetos o qual está relacionado à resistência de insetos a piretroides (Scott et. al., 2000). Os citocromos p450 são uma super família de monooxigenases que catalizam reações de oxigenação estéreo e regioespecíficas, hidroxilações aromáticas e alifáticas entre outras reações que tornam moléculas hidrofóbicas mais solúveis para excreção funcionando, portanto como uma defesa química da célula (Voet, 2002). Em vegetais, os citocromos p450 catalizam a maioria das oxidações no metabolismo secundário entre os quais se encontra a biossíntese de fenilpropanóides cuja enzima 1 Trabalho submetido à Revista Bioresource Tecnology. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 99 cinamato-4-hidroxilase (C4H) tem um papel chave convertendo ácido trans-cinâmico em p-cumárico (Chen e Morgan, 2005). Miristicina e elemicina são encontradas no óleo essencial de Myristica fragrans utilizada como codimento alimentar. Foram relatados casos recentes de intoxicação por Myristica fragans em doses acima de 5 mg/kg (Sangalli, Sangali e Chiang, 2000). Diante disso vários estudos tentam avaliar a toxicidade destes compostos. No que tange a elemicina, os dados toxicológicos não são conclusivos quanto ao potencial risco à saúde que este composto possa oferecer (Vicenzi, Vicenzi e Silano, 2004). Quanto à miristicina, esta inibiu a formação de tumor induzido por benzo- -pirona (Zheng et. al. 1992a) e foi hepato protetivo, atividade esta atribuída a inibição da liberação de TNF- (Morita et. al., 2003) além de induzir a atividade de Glutationa-S-transferase (Zheng et. al. 1992b). Entretanto, miristicina exibiu atividade neurotóxica através de um mecanismo indutor de apoptose pela liberação do citocromo c e ativação da caspase-3 (Lee et. al. 2005) e em alguns casos tem sido observado a formação de adducts de DNA sugerindo uma possível ação carcinogênica. Estruturas relacionadas à miristicina como estragol e safrol, tem induzido a formação de carcinomas hepáticos em camundongos bem como a formação de adducts de DNA (National Toxicology Program). Em um estudo relacionando o potencial antiplaquetário com a porcentagem de fenilpropanóides em 23 óleos essenciais foi demonstrada a existência de boa correlação (r=0,91; p=0,01) entre esses constituintes químicos e a atividade biológica específica. Muitos dos constituintes identificados compartilham a presença de um anel fenil conectado a uma cadeia propilênica tais como miristicina, elemicina, dilapiol, asaricina e safrol (Tognolini et. al. 2006). Isto sugere que a o óleo essencial de P. permucronatum coletado na Amazônia possa ter atividade antiplaquetária dado a grande porcentagem de fenilpropanóides. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 100 6.3 Ensaios Biológicos com Extratos e substâncias isoladas. 6.3.1 Avaliação da toxicidade sobre Artemia salina - TAS Com o intuito de avaliar o potencial biológico de P. permucronatum os extratos éter de petróleo das folhas e hexânico dos frutos foram submetidos a um teste de toxicidade sobre Artemia salina. Os resultados foram analisados a partir de um modelo de regressão linear (Figuras 43 e 44, página 101 e 102) com o objetivo de descrever a relação existente entre as variáveis concentração e letalidade. Desde que o valor médio da variável letalidade seja uma função linear da concentração utilizada no experimento pode-se predizer a CL 50 a partir deste modelo interpolando os valores de concentração versus letalidade em um gráfico obtendo desta forma o modelo preditor. Para isto foram utilizados os valores das tabelas 10 e 11. Tabela 10. Teste de toxicidade sobre Artemia salina do Extrato Hexânico dos Frutos (EHFr) de P. permucronatum. o Concentrações de EHFr (ppm) N de Artemia mortas + Desvio Padrão (média) 15 14 13 10 2 10+ 0,0 8+ 0,0 7+ 0,0 6+ 0,0 0+ 0,0 Teste realizado em triplicatas com P = 0,00204. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 16 Concentração X Letalidade Ajuste Linear 14 Concentração (ppm) 101 12 10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10 o Letalidade (n de mortos) Y = -1,42238 + 0,70578X, R = 0,98574 Figura 43. Regressão linear dos resultados do teste de toxicidade em Artemia salina Extrato Hexânico dos Frutos (EHFr) de P. permucronatum Tabela 11. Teste de toxicidade sobre Artemia salina do Extrato Hexânico das Folhas (EEF) de P. permucronatum. o Concentrações de EEF (ppm) N de Artemia mortas + Desvio Padrão (média) 40 30 25 20 15 10+ 0,0 8+ 0,0 7+ 0,0 6+ 0,0 5+ 0,0 Teste realizado em triplicatas com P = 0,0001 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos Concentração X Letalidade Ajuste Linear 40 Concentração (ppm) 102 30 20 10 0 0 2 4 6 8 10 o Letalidade (N de mortos) Y = 0,51001 + 0,25145X, R = 0,98545 Figura 44. Regressão linear dos resultados do teste de toxicidade em Artemia salina Extrato Hexânico das Folhas (EEF) de P. permucronatum Os extratos testados apresentaram alta toxicidade frente a Artemia salina. O mais ativo foi o extrato hexânico dos frutos com CL 50 de 9,1 ppm enquanto o extrato hexânico das folhas mostrou um CL 50 de 17,87 ppm. A partir destes resultados foram selecionados estes extratos para uma posterior avaliação da atividade Leishmanicida. 6.3.2 Atividade inibitória do crescimento das formas Promastigotas de Leishmania amazonensis in vitro. Neste estudo sobre a inibição de crescimento de L. amazonensis determinouse a atividade leishmanicida para os extratos hexânico dos frutos e das folhas de P. permucronatum. Foram utilizados como controle positivo a Pentamidina que é um medicamento de 2a escolha utilizada no tratamento da leishmaniose quando o parasito não responde mais ao tratamento com glucantime, e o DMSO utilizado como agente solubilizante das amostras. A forma promastigota de L. amazonensis não é capaz de suportar um volume de DMSO acima de 1,6% do volume total utilizado no meio de cultura conforme descrito na literatura (Alves et. al. 2003). 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 103 O controle utilizando o DMSO a 10%, que corresponde ao volume de DMSO adicionado junto com a maior concentração testada (100 g/ml), foi tóxico ao parasito obtendo grande inibição em seu crescimento (85%). Na concentração de 100 g/ml de EHFr, entretanto, não foram detectados parasitos vivos utilizando eritrosina como corante diferencial nas contagens das promastigotas em câmara de Neubauer. Mesmo na concentração de 50 g/ml, EHFr obteve uma maior atividade inibitória do crescimento de L. amazonensis do que o controle com DMSO a 10% e com um volume adicionado de DMSO 2 vezes menor. A figura 45, nesta página, mostra a inibição do crescimento de L. amazonensis em diferentes concentrações Promastigotas de EHFr. 10 Controle DMSO 10% 1 100 µg/mL 2 50 µg/mL 3 25 µg/mL 4 12,5 µg/mL 5 6,25 µg/mL 100µg/mL Pentamidina 6 1:DMSO 10% 2:DMSO 5% 3:DMSO 2,5% 4:DMSO 1,25% 5:DMSO 0,65% 10 5 1 2 3 4 5 Tempo (Dias) Figura 45. Inibição de crescimento de Leishmania amazonensis em diferentes concentrações do extrato hexânico dos frutos de Piper permucronatum. Já o extrato hexânico das folhas (Figura 46, página 104) apresentou um efeito inibitório menos pronunciado. Apenas a concentração de 100 g/ml apresentou uma alta inibição do crescimento de L. amazonensis (88,3%) fato este que pode ser atribuído ao DMSO utilizado como agente solubilizante dos extratos que nesta concentração é tóxica ao parasito. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 104 As substâncias isoladas PPHFr-1 e PPHF-7 foram submetidas também ao teste de inibição de crescimento de L. amazonensis. Apenas PPHFr-1 demonstrou atividade inibitória (Figura 47, nesta página). 7 10 6 Controle DMSO 10% 1 100 µg/mL 2 50 µg/mL 3 25 µg/mL 4 12,5 µg/mL 5 6,25 µg/mL 100 µg/mL Pentamidina Promastigotas. mL -1 10 1:DMSO 10% 2:DMSO 5% 3:DMSO 2,5% 4:DMSO 1,25% 5:DMSO 0,65% 10 5 1 2 3 4 5 Tempo (dias) Figura 46. Inibição de crescimento de L. amazonensis em diferentes concentrações Promastigotas.mL do extrato hexânico das folhas de P. permucronatum. 10 10 Controle DMSO 10% DMSO 2,4% 1 100 µg/mL 2 50 µg/mL 3 25 µg/mL 4 12,5 µg/mL 5 6,25 µg/mL 6 3 µg/mL 6 1:DMSO 10% 2:DMSO 5% 3:DMSO 2,5% 4:DMSO 1,25% 5:DMSO 0,65% 5 1 2 3 4 5 Tempo (Dias) Figura 47. Inibição de crescimento de L. amazonensis em diferentes concentrações de PPHFr-1. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 105 Tabela 12. Porcentagem de inibição de crescimento de L. amazonensis em diferentes concentrações de EHF, EHFr e PPHFr-1. Tratamentos EHF (%) EHFr (%) PPHFr-1 Controle 0,0 0,0 0,0 DMSO 10% 85,9 85,9 98 100 ug/mL 88,3 100 98,6 50 ug/mL 56,3 95,1 91,3 25 ug/mL 37,3 53 97,1 12,5 ug/mL 12,8 35 76,9 6,25 ug/mL 0,0 35 56,53 3 ug/mL - - 71,1 A Figura 48, na página 106, e tabela x, nesta página, comparam as porcentagens de inibição de crescimento de L. amazonensis dos extratos de P. permucronatum bem como de PPHFr-1. Pode-se observar a melhor atividade de Extrato Hexânico dos Frutos (EHFr) em relação ao Extrato Hexânico das Folhas (EHF) principalmente nas concentrações de 6,25 g/mL e 50 g/mL onde a porcentagem de inibição de crescimento foi de 35% e 95,1%, respectivamente, para EHFr e 0% e 56%, respectivamente, para EHF. A substância isolada PPHFr-1, Galbelgina, mostrou a maior atividade. Na concentração de 12 g/mL obteve 76,9% de inibição de crescimento. Nesta concentração, o DMSO não ultrapassa 1,25% do volume total no meio de cultura, portanto, sem apresentar toxicidade nas promastigotas de L. amazonensis. Entretanto, é necessário relatar que os resultados de PPHFr-1 são representativos de um único experimento. O Interessante é que a substância PPHFr-1 na maior concentração testada (100 g/ml) não foi apta em causar a total mortalidade das promastigotas de L. amazonensis tal qual foi observado em relação ao EHFr na mesma concentração. Isto sugere que outros metabólitos possam estar agindo em sinergia no extrato hexânico dos frutos de P. permucronatum. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 106 EHFr EHF PPHFr-1 Inibição de Crescimento (%) 100 80 60 40 20 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Concentração (ug/mL) Figura 48. Porcentagem de Inibição de crescimento de Leishmania amazonensis pelos extratos dos frutos e das folhas de P. permucronatum e do isolado PPHFr-1 em função da concentração. 6.3.3 Teste de toxicidade em Macrófagos Um importante critério na pesquisa de compostos ativos com potencial terapêutico contra L. amazonensis, é determinar a ausência de efeitos tóxicos nas células do hospedeiro. O teste de viabilidade celular em macrófagos retirados de camundosngos BALB/c foi realizado para definir se os extratos realmente apresentam uma atividade exclusivamente leishmanicida em vez de ser fruto de uma toxicidade celular. Para isso os extratos e DMSO foram testados nas concentrações de 50 e 25 μg/mL (Figura 49, nesta página). Os extratos testados, o DMSO e o controle foram submetidos à análise de variância - ANOVA (p=0,03) e não apresentaram diferenças significativas entre si determinando deste modo que os extratos e DMSO nas concentrações testadas não comprometeram a viabilidade celular dos macrófagos após 24 horas de incubação, não apresentando, portanto, toxicidade em células de mamíferos. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 107 Controle 50 µg/mL 25 µg/mL % de Macrófagos vivos 100 80 60 40 20 0 1 2 3 4 Tratamentos 1 = DMSO; 2 = EHF; 3 = EHFr Figura 49. Teste de citotoxicidade em macrófagos peritoneais de camundongos BALB/c. A análise de regressão (Figuras 50, 51 e 52; página 108 e 109) feita a partir dos resultados do teste de inibição de crescimento de L. amazonensis permitiu estimar o IC50 do EHF, EHFr e PPHFr-1 como sendo de 50,3 g/mL, 22,5 g/mL e 8,6 g/mL, respectivamente. Considera-se, portanto, que ambos os extratos se mostraram ativos, pois o IC50 foi inferior a 100 g/mL. O IC 50 de EHFr está muito próximo da fração hexânica de Piper regnellii (Miq.) C. DC. var. pallescens (C. DC.) Yunck que obteve IC50 = 21,5 g/mL seguido pela fração clorofórmica (IC50 = 32 g/mL) (Nakamura et. al., 2006). As neolignanas eupomatenoide-5, eupomatenoide6 e conocarpan foram isolados como principais componentes ativos desta espécie apresentando IC50 = 7 g/mL, 7,5 g/mL e 8 g/mL, respectivamente (Vendrametto et. al. 2006; Luize et. al. 2006) valores também muito próximo ao obtido por PPHFr-1 o que sugere que as neolignanas ou uma mistura delas possa ser responsável pela atividade do extrato hexânico dos frutos e folhas. O gênero Piper é conhecido pela biossíntese de amidas isobutílicas de longa cadeia com potencial inseticida (pipericida), com diversas ações farmacológicas 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 108 (piperina) e microbicidas (aduncamida) (Boll et. al., 1994; Parmar et.al.,1997). Destas, piperina (5mg/kg) foi avaliada em camundongos BALB/c infectados com L. donovani e conseguiu reduzir a carga parasitária no fígado e baço em 38% e 31%, respectivamente. Sua encapsulação em nano esferas de lipídeos contendo estearilamina obteve redução da carga parasitária de 90% e 85% , respectivamente (Veerareddy et. al., 2004). Estudos preliminares feitos com o extrato éter de petróleo das folhas de P. alatabacum avaliados contra L. amazonensis apresentou atividade inibitória de crescimento (LC50 = 36,2 g/mL) (Alpirez, 2006). As amidas piplartina, piperovatina, N-(3’,4’,5’- Trimetoxidihidrocinnamoil-D3-piridin-2-ona e a flavona 5,5’,7-Trimetoxi3’,4’-metilenodioxiflavona foram previamente isoladas das folhas desta planta (Facundo et. al., 2005). 8 Concentração X Letalidade Ajuste Linear 6 5 Promastigotas x 10 . mL -1 7 5 4 3 2 1 0 0 20 40 60 80 100 Concentração mcg/mL Y = 7,41757-0,06897.X, R = - 0,97799, p = 0,003 Figura 50. Regressão linear dos resultados do teste Inibição de crescimento de Leishmania amazonensis pelo Extrato Hexânico das Folhas (EEF) de P. permucronatum 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 109 9 Concentração x Letalidade Ajuste Linear 7 6 6 Promastigotas x 10 . mL -1 8 5 4 3 2 1 0 0 10 20 30 40 50 Concentração (mcg/mL) Y = 6,95636 - 0,13357.X, R = - 0,96835, p = 0,006 Figura 51. Regressão linear dos resultados do teste Inibição de crescimento de Leishmania amazonensis pelo Extrato Hexânico dos Frutos (EHFr) de P. Promastigotas.mL -1 permucronatum. 7x10 6 6x10 6 5x10 6 4x10 6 3x10 6 2x10 6 1x10 6 Concentração x Letalidade Ajuste linear 0 0 5 10 15 20 25 Concentração (ug/mL) Y=55,462-2,4383X, R=-0,90, p=0,09 Figura 52. Regressão linear dos resultados do teste Inibição de crescimento de Leishmania amazonensis por PPHFr-1 isolada de P. permucronatum. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 110 O melhor resultado contra L. amazonensis é atribuída à espécie P. aduncum. O extrato diclorometano das inflorescências diminuiu significativamente a viabilidade das formas promastigotas (IC50 = 2,2 g/mL). O fracionamento bioguiado permitiu a purificação de 2’,6’-Dihidroxi-4’-Metoxichalcona como princípio ativo o qual exibiu atividade contra as formas amastigotas (ED50 = 24 g/mL) (Torres-Santos et. al., 1999a). Da mesma forma, dihidrochalconas foram isoladas de P. elongatum e se mostraram ativas contra L. brasiliensis, L. tropica e L.infantum (Hermoso et. al., 2003). Além das chalconas isoladas de Piper, muitos outros produtos naturais de estruturas moleculares diversas têm demonstrado potencial leishmanicida como é o caso dos alcalóides berberina, chimanina, dioncofilina e da quinona plumbagina (Kaiser et. al., 2003). Em uma investigação do potencial leishmanicida de auronas foi determinado que esta depende de um padrão de oxigenação de seus substituintes. Estruturas com limitado número de substituintes oxigenados apresentaram as maiores atividades sugerindo uma natureza lipofílica desejável para estes tipos de compostos (Kaiser e Kiderlen, 1999). Isso faz sentido desde que o composto se difunda através de uma série de membranas até alcançar o parasito dentro do fagossoma do macrófago infectado. Entretanto, extratos mais polares podem revelar a presença de saponinas triterpênicas pentacíclicas com potente atividade leishmanicida (IC50 variando de 20 ng/mL a 15 g/mL) e, portanto, com diferente mecanismo de ação (Mandal et. al., 2005; Germonprez et. al., 2004). Sobre a classe das Lignanas estas apresentam importantes atividades biológicas (Gottlieb, 1988). Lopes et. al. (1998) demonstrou que a neolignana Veraguensina, isolada de Virola surinamensis, foi ativa in vitro contra as formas tripomastigotas de Trypanossoma cruzi sem apresentar citotoxicidade em eritrócitos com potência 50 vezes maior do que a droga de referência. Leishmania sp. e Trypanossoma sp pertencem à mesma família Tripanossomatidae e por isso guardam relações filogenéticas muito próximas que podem refletir na avaliação da atividade parasiticida de produtos naturais de origem vegetal. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 111 De 11 derivados preparados com estrutura do tipo 2,5-diaril e 2-arilfuranos avaliados contra T. cruzi uma apresentou 65% de inibição das formas amastigotas a qual difere de Veraguensina apenas por não conter metilas ligadas ao anel furânico (Oliveira et. al., 2006). Filho et. al. (2004) ao estudar a atividade em T. cruzi de lignanas Tetraidrofurânicas com diferentes padrões de substituição e estereoquímica relativa definiu que a atividade é dependente de ambas, sendo que a hidroxilação do anel aromático diminui a atividade e a presença do grupamento metilenodioxido aumenta. Neste estudo as estruturas relacionadas com a Veraguensina apresentaram IC50 de 12 M. 6.3.4. Atividade Leishmanicida e sua possível correlação com TAS. Diversos autores têm utilizado o teste TAS como um pré-screnning de baixo custo visando diversas atividades como, por exemplo, a atividade larvicida, moluscicida e antiplasmodial (Luna et. al., 2005; Cheng et. al., 2003; Wanyoike et. al., 2005). O teste TAS tem apresentado boa correlação com as atividades antitumoral (in vitro) e toxicidade oral aguda (in vivo) (Arcanjo et. al. 2006; Parra et. al., 2001). Embora alguns trabalhos tentem correlacionar a atividade tripanocida com TAS poucos são os trabalhos realizados relacionando este teste com a atividade leishmanicida (Siqueira et. al. 1998). Para isto foi realizada a análise de regressão dos dados obtidos através do teste de inibição de crescimento de Leishmania para fins de comparação entre os IC50 da atividade leishmanicida e TAS. Os valores dos IC50 de ambos os testes se encontram na tabela 12 na página 112. Pode-se notar que o teste TAS foi sensível o bastante para determinar uma atividade biológica duas vezes maior para EHFr em relação a EEF fato este que foi posteriormente confirmado pelo teste de inibição de crescimento de L. amazonensis. Isto indica que Artemia salina pode ser utilizado como organismo-alvo na prática fitoquímica com o objetivo de um fracionamento de extratos vegetais guiado por bioatividade visando a atividade leishmanicida. 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 112 Estes resultados vão de encontro ao de Chan-bacab et. al. (2003) que concluiu que o teste TAS não deve ser um teste confiável para detecção de atividade leishmanicida em extratos de plantas uma vez que o extrato metanólico das raízes de Urechites andrieuxii se mostrou ativo contra A. salina (IC50 = 253,76) e pouco ativo contra L. brasiliensis, L. amazonensis e L. donovani (Inibição de crescimento de 15%) enquanto o extrato das folhas desta mesma planta obteve resultado inverso. Os diferentes resultados entre o trabalho de Chan-bacab et. al (2003) o de P. permucronatum entretanto, podem ser atribuídos a diferenças metodológicas. Tabela 13. Valores da concentração inibitória de 50% e seus respectivos intervalos com 95% de confiança das atividades Leishmanicida, toxicidade em Artemia salina e citotoxicidade de Piper permucronatum, Yuncker. Extratos IC50 ( g/ml) + IC 95% L. amazonensis TAS Citotoxidade EHF 50,3 (49,6 – 51,0) 17,85 (17,06 - 18,63) >50 EHFr 22,5 (17,51 – 27,45) 9,1 (8,45 – 9,74) >50 EHF: extrato hexânico das folhas; EHFr: extrato hexânico dos frutos; 6.3.5 Atividade Antioxidante de Veraguensina e 8-carvotacetona acetato. Com o objetivo de avaliar a atividade antioxidante dos isolados de P. permucronatum, foi feito o teste de redução do radical livre DPPH na presença de uma amostra de diferentes concentrações do monoterpeno 8-carvotacetona acetato e da neolignana veraguensina isolados do extrato hexânico das folhas e frutos de P. permucronatum. Na concentração de 1 mg/ml a Veraguensina obteve uma atividade moderada com 57% de seqüestro de radical resultado próximo ao antioxidante BHT (64%) utilizado como aditivo pelas indústrias de alimentos, cosméticos e farmacêuticas. Nas concentrações de 0,5 e de 0,25 mg/ml a atividade diminuiu para 44,74 e 30,7% de seqüestro de radical enquanto que para BHT foram de 62% e 48,6%, respectivamente. Já o monoterpeno obteve fraca atividade antioxidante com 34,65% de seqüestro de radical na concentração de 1 mg/ml enquanto nas 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 113 concentrações de 0,5 e de 0,25 mg/ml a atividade diminuiu para 24,56 e 22,37% , respectivamente (Figura 53 e Tabela 13, páginas 113 e 114). Trolox, que é conhecido por prevenir o estresse oxidativo mediado por peroxinitrito, foi o antioxidante mais efetivo. Em todas as concentrações testadas obteve 95% de Porcentagem de sequestro de DPPH seqüestro de radical. 100 Trolox BHT Carvotaceto Veraguensina 80 60 40 20 0 1 2 3 Concentração 1 = 1mg/mL; 2 = 0,5 mg/mL; 3 = 0,25 mg/mL Figura 53. Porcentagem de atividade antioxidante dos isolados de P. permucronatum em comparação com Trolox e BHT. As lignanas/neolignanas estão entre os compostos com maiores atividades antioxidantes ao lado dos taninos e flavonóides. Entretanto, tal atividade depende de um padrão de hidroxilação dos anéis aromáticos o que acaba por acrescentar um caráter ácido e, portanto, doador de H à molécula. Substâncias que têm OH fenólicas em posição orto geralmente apresentam as maiores atividades antioxidantes (Torres et. al., 2003). Lignanas com estrutura do tipo catecol (3,4 dihidroxifenil) apresentaram a maior atividade antioxidante em um estudo relacionando a estrutura com a atividade antioxidante, o que suporta o padrão de hidroxilação em posição orto (Eklund et. al., 2005). 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 114 Tabela 14. Atividade de sequestro de radical livre dos metabólitos isolados de P. permucronatum. Concentração ( mg.mL-1) Compostos 1.0 0.5 0.25 Absorvância % Absorvância % Absorvância % Controle 0.228 00.00 0.228 00.00 0.228 00.00 Trolox 0.010 95.60 0.010 95.60 0.010 95.60 BHT 0.082 64.00 0.087 62.00 0.117 48.60 PPF-7 0.149 34.65 0.172 24.56 0.177 22.37 PPHFr-2 0.098 57.02 0.126 44.74 0.158 30.70 Veraguensina por não apresentar OH fenólica apresentou uma atividade de seqüestro de radical não tão pronunciada sendo apenas moderada na maior concentração testada. Entretanto, a lignana sesamina, que não apresenta tal padrão de hidroxilação em seus anéis aromáticos, não demonstrou atividade antioxidante in vitro contra radicais O2-, OH, DPPH e TBARS. Mas os estudos in vivo indicaram sua metabolização no fígado de ratos com o padrão 3,4-dihidroxifenil presente após 24 horas de administração oral da droga. Os metabolitos formados (2-{3,4metilenodioxifenil}-6-{3,4-dihidroxifenil}-cis-dioxabiciclo octano e 2-{3,4- dihidroxiphenil}-6-{3,4-dihidroxifenil}-cis-dioxabiciclo octano exibiram alta atividade antioxidante e sesamina pode ser considerada uma pró-droga (Kiso, 2004; Nakai et. Al., 2003). Diferentes resultados antioxidantes entre testes in vitro e testes in vivo sugere uma falta de correlação entre estes diferentes tipos de testes. Este é um dos maiores problemas ao se avaliar a atividade antioxidante em extratos e isolados de plantas. Aliado a isto, o número de testes e variações nos métodos de avaliação de antioxidantes tem aumentado assustadoramente (340%) levando a uma falta de padronização (Prior et. al., 2005; Gaulejac et. al., 1999). Desmarchelier (2006) tem atribuído, ao menos em parte, as propriedades terapêuticas de plantas medicinais, à capacidade de seqüestro de radicais livres os quais estão envolvidas em muitas doenças. Diferentes extratos de 70 plantas medicinais da América do Sul foram submetidos a um screnning para atividade antioxidativa. Descobriu-se que as plantas que foram aptas como antioxidantes eram 6. Resultados e Discussão II: Ensaios biológicos 115 utilizadas contra desordens inflamatórias sugerindo uma possível correlação entre estas duas atividades. O extrato etanólico das folhas de P. betel demostrou alta atividade antioxidante sobre DPPH. O tratamento cromatográfico permitiu o isolamento dos fenilpropanóides chavibetol e alilpirocatecol como constituintes majoritários os quais se mostraram aptos em prevenir a peroxidação lipídica e o dano induzido por raios gama no DNA (Rathee et. al., 2006). Em outro estudo, Williams et. al. (2002) verificou que a atividade antiinflamatória de fenilpropanóides de P. betel depende, de novo, de OH ligado anel aromático o que suporta a hipótese de que a atividade antioxidativa e antiinflamatória estão correlacionadas. Neolignanas do tipo tetrahidrofurânica, tais quais as isoladas de P. permucronatum, tem demonstrado atividade neuroprotetora que, novamente foi relacionada à presença de OH fenólica (Zhai et. al. 2005). Galbelgina apresentou atividade neuroprotetora e hepatoprotetora os quais foram relacionados com a capacidade antioxidativa (Young et. Al. 2000). Três compostos com atividade anti-PAF (fator ativador plaquetário) tem sido encontrados nos talos de P. futokadsura e identificados como sendo galgravina, galbelgina e Veraguensina (Chen et. al. 1993). O fator ativador plaquetário está envolvido em diversas desordens inflamatórias, cardiovasculares e respiratórias (Foster, 2002). 8-carvotacetona acetato junto com outros derivativos de carvona foram ativos ao induzir em diferentes tecidos de camundongos a enzima detoxificante GlutationaS-transferase (GST) a qual tem importante papel na prevenção do câncer ao promover a eliminação de xenobióticos (Zheng; Kenney e Lam, 1992c). Isto sugere que P. permucronatum tenha propriedades quimiopreventiva do câncer e antitumoral uma vez que consta na literatura disponível que tanto miristicina como 8carvotacetona acetato apresentaram atividade indutora de Glutationa-S-Transferase, além disso, o teste de toxicidade em Artemia salina apresenta boa correlação com a atividade antitumoral. 7. CONCLUSÃO_________________________________________ Neste estudo sobre a fitoquímica de P. permucronatum foram identificados quatro constituintes químicos do óleo essencial extraído em 13/01/2005, sendo eles a asaricina (8,55 %), miristicina (25,61 %), elemicina (9,92 %) e dilapiol (54,70 %). Já o óleo essencial extraído em 02/10/2006, apresentou quinze sesquiterpenos, constituintes um químicos, hidrocarboneto e cinco seis monoterpenos, três fenilpropanoides. Os fenilpropanoides, safrol (41,77%) e asaricina (37,67%), foram os constituintes majoritários neste óleo. Neste trabalho foram identificados pela primeira vez as neolignanas tetrahidrofurânicas galbelgina e veraguensina na espécie Piper permucronatum (Parmar et al., 1997). O monoterpeno acetilado 8-carvotacetona acetato apenas foi identificado na natureza em Elettaria cardamomum (Zingiberaceae) sendo identificada pela segunda vez como um produto natural em P. permucronatum e pela primeira vez é identificada na família Piperaceae. De acordo com os resultados obtidos sobre a atividade biológica do óleo essencial das folhas de P. permucronatum extraído em 13/01/2005 conclui-se que este apresentou uma grande atividade larvicida frente ao Aedes aegypti com um IC 50 de 36 g/mL fato este associado a alta concentração dos componentes sinergistas Dilapiol e Miristicina. Este resultado abre a perspectiva de que o óleo essencial de P. permucronatum possa ser utilizado no controle mais eficaz da dengue. Sobre os extratos hexânicos das folhas e frutos estes demonstraram alta letalidade sobre Artemia salina com LC50 de 17,8 e 9,1 g/mL, respectivamente. A avaliação de inibição de crescimento das formas promastigotas de Leishmania amazonensis demonstrou que ambos os extratos foram novamente ativos apresentando o IC50 para o extrato dos frutos de 22,5 g/mL, enquanto para o extrato das folhas o IC50 foi de 50 g/mL. A avaliação da toxicidade celular frente a macrófagos peritonais de camundongos BALB/c demonstrou Conclusão 117 que os referidos extratos não comprometeram a viabilidade das células do hospedeiro. Das substâncias isoladas Galbelgina demonstrou interessante atividade inibitória do crescimento de L. amazonensis com IC50 8,6 g/mL sugerindo que as neolignanas podem ser os metabólitos responsáveis pelas bioatividades apresentadas pelos extratos de P. permucronatum. Estes resultados abrem a perspectiva de que P. permucronatum possa ser utilizado no tratamento da leishmaniose cutânea entretanto, é necessária a realização de experimentos in vitro contra as formas amastigotas bem como experimentos in vivo para assegurar sua eficácia. Veraguensina e 8-carvotacetona acetato demonstraram capacidade antioxidativa ao diminuir a absorvância do radical livre DPPH a 520nm. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS___________________________ ABDO, M.G.; Elamin, W.M.; Khalil, E.A.G.; Mukhtar, M.M. 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Allo ocimeno 18. Terpinoleno 19. o-cimeno 20. (Z)-sabineno hidrato 21. -tepineno 22. isoterpinoleno Monoterpenos Oxigenados 23. Estragol 24. Camfora 25. Isoborneol 26. L-borneol 27. piperitona 28. 1,8 cineol 29. Mirtenal 30. Linalool 31. Terpinen-4-ol 32. Metil chavicol 33. Alcanfor 34. ρ-cimen-8-ol 35. Acetato de Linalila + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 141 Tabela 1. Constituintes químicos identificados no óleo essencial de espécies do gênero Piper. (Continuação) Compostos 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 + + + + 36. -terpineol 37. Neral 38. Nerol 39. Geraniol 40. Perilleno 41. Neo-Isopulegol Acetato 42. Acetato Bornyla Sesquiterpenos hidrocarbonetos 43. -elemeno 44. (E)- -bergamoteno 45. δ-elemeno 46. -cubeno 47. -cubebeno 48. -copaeno 49. -bourboneno 50. -cubebeno 51. (E)-cariofileno 52. -muuroleno 53. -muuroleno 54. -ylangeno 55. -bisaboleno 56. Z- -bisaboleno 57. -sesquifelandreno 58. -gurjuneno 59. -gurjuneno 60. Germacreno C 61. -elemeno 62. Neryl acetona 63. -trans-bergamoteno 64. -guaieno 65. -farneseno 66. -farneseno 67. (Z)- -farneseno 68. Isocariofileno 69. -cariofileno 70. 6,9-guaiadieno 71. Cypereno 2 19 20 + 21 22 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 142 Tabela 1. Constituintes químicos identificados no óleo essencial de espécies do gênero Piper. (Continuação) (Continuação) 72. (Z)-cariofileno 73. -cariofileno 74. E- -farneseno 75. Seicheleno 76. E-Muurola-4-(14), 5 dieno 77. 9-epi-cariofileno 78. -gurjuneno 79. Viridifloreno 80. Germacreno D 81. Δ-guaieno 82. Guaieno 83. -Selineno 84. -selineno 85. -Selineno 86. Valenceno 87. Aromadendreno 88. Ishwarano 89. Biciclogermacreno 90. Germacreno A 91. (E,E)-a- Farneseno 92. Δ-cadineno 93. -cadineno 94. -cadineno 95. Cadina-1,4-dieno 96. -metil-ionona C15H24 97. -Cadieno 98. -Cadieno 99. -humuleno 100. Ar-curcumeno 101. Trans-sesquisabineno hidrato 102. Calameneno 103. Calacoreno 104. Chamigreno 105. Germacreno B Sesquiterpenos Oxigenados 106. Elemol 107. -elemol 1 2 3 4 5 6 + + + + + 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 + 20 21 22 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 143 Tabela 1. Constituintes químicos identificados no óleo essencial de espécies do gênero Piper. (Continuação) (Continuação) 108. Nerolidol 109. (E)-Nerolidol 110. (Z)-Nerolidol 111. 6(E)-Nerolidol 112. Bourbanonol 113. 1,5-epoxisalvial-4(14)-eno 114. Spathulenol 115. Globulol 116. Viridiflorol 117. Cariofileno epóxido 118. -cariofileno óxido 119. Cariofileno oxido 120. Isocariofileno óxido 121. Ledol 122. Guaiol 123. Humuleno epoxido 124. 10-epi-γ-Eudesmol 125. 1,10-di-epi-cubenol C15H22O 126. -eudesmol 127. Hinesol 128. Epi- -muurolol 129. Cubenol 130. Cariofila-4(14),8(15)-dien-5- -ol 131. Epi-cubenol 132. -eudesmol 133. Kongol 134. -eudesmol 135. Cadina-1,4-dieno-3-ol 136. δ-cadinol 137. -Cadinol 138. T-cadinol 139. T-muurolol 140. -Muurolol 141. -bisabolol 142. -bisabolol 143. (Z)-trans-a-bergamotol 144. Bulnesol 1 2 3 + + 4 5 6 + + 7 8 9 + 10 11 + + 12 13 14 15 16 17 18 19 + + + + 20 21 22 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 144 Tabela 1. Constituintes químicos identificados no óleo essencial de espécies do gênero Piper. (Continuação) (Continuação) 1 2 3 4 145. Torreyol 146. (E,E)-Farnesol Outros 147. Tridecano 148. 2-tridecanona 149. 2-Dodecanona 150. 2-Nonyl-1-ol 151. 1,3,5-trimetoxibenzeno 152. Dilapiol 153. Safrol 154. Eugenol 155. Metileugenol 156. (Z)-metil isoeugenol 157. (E)-metil isoeugenol 158. isoelemicina 159. Elemicina 160. (Z)-isoelemicina 161. (E)-isoelemicina 162. Miristicina 163. Metoxi 4,5-metilenodioxi propiofenona 164. 3,4-metilenodioxipropiofenona 165. 2-hidroxi-4,5-metilenodioxipropiofenona 166. 2-metoxi-4,5-metilenodioxi-propiofenona 167. -asarona 168. -asarona 169. -asarona 170. Apiol 171. Asaricina 172. Ácido hexadecanóico 173. Transanetol 1 : P. permucronatum (Torquillo et. al. 1999) 2 : P. amplum (Santos et. al., 2001) 3 : P. arboreum (Santos et. al., 2001) 4 : P. dilatatum (Santos et. al., 2001) 5 : P. goesii (Santos et. al., 2001) 6 : P. hispidum (Santos et. al., 2001) 7 : P. hoffmanseggianum (Santos et. al., 2001) 8 : P. mollicomum (Santos et. al., 2001) 9 : P. somlsianum (Moreira et. al., 2001) 5 + 6 7 8 9 10 11 + + 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 10 : P. reticulatum (Luz et. al., 2003) 11 : P. crassinervium (Luz et. el. 2003) 12 : P. aduncum (Gottlieb et. al., 1981) 13 : P. callosum (Gottlieb et. al., 1981) 14 : P. hispidinervum (Gottlieb et. al., 1981) 15 : P. fimbriolatum (Mundina et. al., 1998) 16 : P. obliquum (Mundina et. al. 1998) 17 : P. fulvescem (Vila et. al.,2001) + 18 : P. tuberculatum var. tuberculatum (Facundo et. al., 2005) 19 : P. barbatum (Vargas et. al.,2003) 20 : P. lhotzkyanum (Moreira et. al.1998) 21 : P. guineense (frutos) (Ekundayo et. al., 1988). 22 : P. marginatum folhas (Ramos et. al., 1986) 145 Tabela 1. Constituintes químicos identificados no óleo essencial de espécies do gênero Piper. (Continuação) (Continuação) 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 37 38 39 40 41 42 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + Monoterpenos hidrocarbonetos 1. Tricicleno 2. -tujano 3. -pineno 4. Canfeno 5. 6-methyl-5-heptanona 6. -pineno 7. Sabineno 8. Myrceno 9. –Phellandreno 10. -terpineno 11. δ-3-careno 12. ρ-cimeno 13. Limoneno 14. -phelandreno 15. (Z)-Ocimeno 16. (E)-Ocimeno 17. (E)- -Ocimeno 18. p-cimeneno 19. (Z)- -ocimeno 20. -terpineno 21. Car-3-eno 22. Allo ocimeno 23. Terpinoleno 24. (E)-sabinenp hidrato 25. (Z)-sabineno hidrato 26. 1,3,8-p-mentatrieno 27. -tepineno 28. Verbeneno Monoterpenos Oxigenados 29. Isopulegol 30. Estragol 31. Camfora 32. Transpinocarveol 33. Pinocarvona + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 43 146 Tabela 1. Constituintes químicos identificados no óleo essencial de espécies do gênero Piper. (Continuação) (Continuação) 34. Canfolenal 35. Borneol 36. (Z)-piperitol 37. (E)-piperitol 38. Piperitol 39. Piperitona 40. 1,8 cineol 41. Mirtenal 42. Acetato de mirtanila 43. Linalool 44. Terpinen-4-ol 45. Alcanfor 46. ρ-cimen-8-ol 47. Linalil acetato 48. Carvona 23 24 25 26 27 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 + + + + + + + + 42 43 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 49. δ-terpineol 50. -terpineol 51. -terpineol 52. Neral 53. Verbenona 54. (Z)-p-ment-2-en-1-ol 55. Nerol 56. Timol 57. Bornyl acetato Sesquiterpenos hidrocarbonetos 58. Ciclosativeno 59. -elemeno 60. E- -bergamoteno 61. δ-elemeno 62. -cubebeno 63. -copaeno 64. -bourboneno 65. -cubebeno 66. (E)-cariofileno 67. -muuroleno 68. -muuroleno 69. -ylangeno 28 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 147 Tabela 1. Constituintes químicos identificados no óleo essencial de espécies do gênero Piper. (Continuação) (Continuação) 70. -bisaboleno 71. Sesquiceneol 72. -cedreno 73. -gurjuneno 74. -gurjuneno 75. Germacreno C 76. -elemeno 77. Neryl acetona 78. -trans-bergamoteno 79. -cariofileno 80. Tujopseno 81. 6,9-guaiadieno 82. E- -farneseno 83. -gurjuneno 84. Germacreno D 85. Δ-guaieno 86. Ledeno 87. -Selineno 88. -Selineno 89. Allo aromadendreno 90. Aromadendreno 91. Geranil cetona 92. Biciclogermacreno 93. Germacreno A 94. (E,E)-a- Farneseno 95. Δ-cadineno 96. - cadineno 97. Cadina-1,4-dieno 98. -Cadieno 99. -humuleno 100. -curcumeno 101. Calameneno 102. Calacoreno 103. Zingibereno 104. Furanodieno 105. Germacreno B Sesquiterpenos Oxigenados 23 24 25 26 27 + + 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 + + + + + + + 42 43 + + + + + 41 + + + 40 + + + 39 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + , + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 148 Tabela 1. Constituintes químicos identificados no óleo essencial de espécies do gênero Piper. (Continuação) (Continuação) 106. Elemol 107. -elemol 108. -elemol 109. Nerolidol 110. (E)-Nerolidol 111. (Z)-Nerolidol 112. 6E-Nerolidol 113. Germacreno-δ-4-ol 114. Isoespatulenol 115. Spathulenol 116. Globulol 117. Viridiflorol 118. Cariofileno epóxido 119. -cariofileno óxido 120. Cariofileno oxido 121. Bornil isovalerato 122. Neril isovalerato 123. Ledol 124. Epi cubebol 125. Guaiol 126. Humuleno epoxido 127. 10-epi-γ-Eudesmol C15H22O 128. Epi- -muurolol 129. Cubenol 130. 1-epi-cubenol 131. Cariofila-4(14),8(15)-dien-5- -ol 132. -eudesmol 133. -eudesmol 134. δ-cadinol 135. -Cadinol 136. T-cadinol 137. T-muurolol 138. -Muurolol 139. -bisabolol 140. (Z)-trans-a-bergamotol 141. 11-selinen-4-ol 142. 2(E),6(E)-farnesol 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 + 36 37 + + 38 39 40 + + 41 42 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 43 149 Tabela 1. Constituintes químicos identificados no óleo essencial de espécies do gênero Piper. (Continuação) (Continuação) 143. 2(E),6(Z)-farnesol 144. 2(Z),6(Z)-farnesol Outros 145. -ianona 146. Fitol 147. Tridecano 148. (E)-2-tridecenal 149. -ianona 150. 2-nonanona 151. (E)-2-hexenal 152. 2-hexil-butirato 153. Ácido bezenopropanoico etil ester 154. Trans diidroagarofurano 155. Ácido bezenopropanoico metil ester 156. undecanona 157. 2-nonanona 158. Octanal Fenilpropanóides 159. Dilapiol 160. Safrol 161. Eugenol 162. Metileugenol 163. isoelemicina 164. Elemicina 165. Miristicina 166. 3,4-metilenodioxipropiofenona 167. 2-hidroxi-4,5-metilenodioxipropiofenona 168. Apiol 23 : P. marginatum talos (Ramos et. al.,1986) 24 : P. humaytanum (Andrade et. al., 2006). 25 : P. trichocarpon (Andrade et. Al., 2006). 26 : P. capense (Martins et. Al., 1998) 27 : P. nigrum Frutos (Martins et. Al., 1998) 28 : P. guineense (folhas) (Martins et. Al., 1998) 29 : P. umbellatum (Martins et. Al., 1998) 30 : P. bisasperantum (espigas) (Cicció, 1997) 31 : P. bisasperantum (Folhas) (Cicció, 1997). 32 : P. amalago (Mesquita et. al., 2005). 33 : P. cernum (Mesquita et. al., 2005). 23 24 25 26 27 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 + + + 43 + + + + 28 + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + 34 : P. submarginalum (Mesquita et. al., 2005). 35 : P. viscosanum (Mesquita et. al., 2005). 36 : P. carniconectivum Folhas (Facundo et. al., 2005) 37 : P. carniconectivum Talos (Facundo et. al., 2005) 38 : P. regnellii (Constantin et. al. 2001) 39 : P. friedrichsthalii (folhas) Panamá (Vila et. al, 2003) 40 : P. friedrichsthalii (espigas) Panamá (Vila et. al, 2003) 41 : P. friedrichsthalii (folhas) Costa Rica (Vila et. al, 2003) 42 : P. pseudolindenii (Vila et. al., 2003). 43 : P. arboreum var. latifolium (Machado et. al., 1994) 47