ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA RECEITA DO SETOR DE SERVIÇOS (JANEIRO- 2015) BRASIL: Receita de Serviços Apresenta Variação Positiva Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor serviços registrou no Brasil crescimento nominal de 1,6%, na comparação com igual mês ano anterior, inferior, portanto, às taxas de dezembro (4,0% revisada) e novembro (3,7%), resultando assim na menor taxa mensal da série iniciada em 2012. A taxa acumulada em 12 meses é de 5,4%. É importante esclarecer que crescimento nominal é a expansão que não leva em conta a inflação ocorrida no período pesquisado. A Pesquisa Mensal de Serviços iniciou em agosto de 2013, com série histórica desde janeiro de 2012. A pesquisa produz índices nominais de receita bruta, desagregados por atividades, e divididos em três tipos: o índice do mês frente a igual mês do ano anterior; o índice acumulado no ano; e o índice acumulado em 12 meses. Ainda não há divulgação de dados com ajuste sazonal (mês contra mês imediatamente anterior), porque, segundo o IBGE, a dessazonalização requer a existência de uma série histórica de aproximadamente quatro anos. A tabela abaixo mostra, resumidamente, os indicadores da receita de serviços para o Brasil, em janeiro de 2015. Tab.1 Brasil: Variação da Receita Nominal de Serviços (Janeiro-2015) Período Receita Nominal Janeiro 2015/ Janeiro 2014 1,6% Acumulado em 2015 1,6% Acumulado em 12 meses 5,4% Fonte: PMS - Pesquisa Mensal de Serviços/IBGE, janeiro/2015. Segundo o IBGE, o crescimento baixo do setor de serviços em janeiro foi causado pelo corte de gastos do governo e de empresas privadas, sobretudo com serviços avançados. O IBGE identificou no mês de janeiro uma retração bastante significativa no setor de informação e comunicação. Tanto as empresas quanto o governo reduziram seus gastos em contratações, principalmente de serviços de informática. De acordo com os técnicos da instituição, os cortes feitos pelo governo incluem as esferas federal, estadual e municipal, e são decorrentes das restrições orçamentárias que vêm sendo amplamente divulgadas. "Os contratos não estão sendo renovados, estão sendo adiados. Nas empresas privadas também estão cortando seus gastos em serviços avançados, que incluem serviços de telecomunicação, informática e serviços técnico-profissionais, que aí abrange consultoria, publicidade e propaganda, e engenharia e arquitetura". A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), primeiro indicador conjuntural mensal que investiga o setor de serviços no país, abrange as atividades do segmento empresarial não financeiro, exceto os setores da saúde, educação, administração pública e aluguel imputado (valor que os proprietários teriam direito de receber se alugassem os imóveis onde moram). De acordo com o IBGE, as taxas correspondentes às atividades que compõem o setor terciário tiveram o seguinte comportamento: três dos cinco grupos de atividade, registraram variações positivas, cujos resultados por ordem de contribuição à taxa global foram: os serviços profissionais, administrativos e complementares, 5,3%; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, 2,2%; serviços prestados às famílias, com 8,6%. Os serviços de informação e comunicação (-0,8%) apresentaram o maior impacto negativo, isso permitiu que o índice geral se situasse em patamares inferiores aos dos meses anteriores. O segmento outros serviços 1 teve variação negativa (-0,1%). A tabela 2 mostra as taxas para todos os segmentos do setor de serviços para o Brasil, no mês de janeiro deste ano. Tab. 2. Indicadores de Receita Nominal do Setor de Serviços, segundo Grupos de Atividades. Brasil, Janeiro 2015. Atividades Mês/Igual Mês do Ano Anterior Acumulado Taxa de Variação (%) Taxa de Variação (%) Nov Dez Jan No Ano 12 Meses Brasil 1 - Serviços prestados às famílias 1.1 - Serviços de alojamento e alimentação 1.2 - Outros serviços prestados às famílias 2 - Serviços de informação e comunicação 2.1 - Serviços TIC 2.2- Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias 3 - Serviços profissionais, administrativos e complementares 3.1 - Serviços técnico-profissionais 3.2 - Serviços administrativos e complementares 4 - Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio 4.1 - Transporte terrestre 4.2 - Transporte aquaviário 4.3 - Transporte aéreo 4.4 - Armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correio 5 - Outros serviços 3,7 4,4 4,0 8,8 1,6 8,6 1,6 8,6 5,4 8,8 4,7 7,8 8,7 8,7 9,1 2,4 15,2 8,1 8,1 6,8 1,0 - 2,0 - 2,5 - 2,5 2,4 1,4 - 2,1 - 2,6 - 2,6 1,9 - 1,0 - 1,8 - 1,5 - 1,5 5,2 6,6 11,0 5,3 5,3 8,2 2,4 7,2 - 6,5 - 6,5 4,9 8,2 12,6 9,7 9,7 9,5 3,9 4,9 2,2 2,2 5,8 3,8 15,9 2,2 5,7 26,0 3,2 4,7 14,5 3,7 4,7 14,5 3,7 4,8 11,5 7,9 2,8 0,8 - 4,2 - 4,2 5,9 6,5 3,4 - 0,1 - 0,1 6,3 Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Serviços, janeiro/2015. O gráfico 1 logo abaixo ilustra a variação mensal da receita nominal de serviços no período de Jan-2014/Jan-2015. Observando a trajetória da variação da receita de serviços, percebemos que a mesma apresenta uma sequência declinante, chegando em janeiro deste ano com a menor taxa (1,6%). O que vemos ao longo desses meses é uma desaceleração da taxa da receita de serviços, algo preocupante pois se trata de um indicador importante do setor. Cabe lembrar que o setor de serviços representava 68,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, de acordo com o Sistema de Contas Nacionais (2012). 1Inclui os seguintes serviços: atividades imobiliárias (intermediação, gestão e administração de imóveis próprios e de terceiros); serviços de manutenção e reparação; serviços auxiliares financeiros; serviços auxiliares da agricultura; serviços de esgoto e serviços de coleta, tratamento e disposição de resíduos e recuperação de materiais. Gráfico 1. Brasil: Variação Mensal da Receita Nominal de Serviços (Jan-2014/Jan-2015) Brasil: Variação Mensal da Receita Nominal de Serviços (Jan2014/Jan-2015) 12,0 10,1 10,0 9,2 Variação (%) 8,0 6,6 6,8 6,2 6,4 6,0 5,8 4,0 5,2 4,6 4,0 4,5 3,7 2,0 1,6 0,0 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 Fonte: PMS - Pesquisa Mensal de Serviços/IBGE, janeiro/2015. O RECORTE REGIONAL DA PESQUISA MENSAL DE SERVIÇOS Do ponto de vista regional, no mês de janeiro de 2015, das 27 Unidades da Federação, 18 apresentaram variações positivas, na comparação janeiro de 2015 com igual mês do ano anterior, com destaque para: Rio Grande do Norte (9,2%), Ceará (7,2%) e Pará (6,6%). Apresentaram variações nominais negativas: Alagoas (-7,4%), Amapá (-4,7%), Roraima (4,1%), Piauí (-3,2%), Sergipe (-3,1%), Acre (-1,6%) Maranhão (-0,8%) e Paraíba (-0,3%). O Estado do Amazonas não apresentou variação em janeiro de 2015, em relação a janeiro de 2014. Ver o gráfico 2 com as variações das taxas mensais das unidades federativas no mês de janeiro de 2015. Gráfico 2. Brasil: Taxa de variação da Receita do Setor de Serviços, por Unidades da Federação (Janeiro-2015) Brasil: Taxa de variação da Receita do Setor de Serviços, por Unidades da Federação (Janeiro-2015) RN 9,2 CE 7,2 PA 6,6 TO 4,9 SC 4,6 ES 4,4 BA 4,0 RS 3,7 DF 2,8 Unidades da Federação (UF) GO 2,5 RJ 2,5 MS 2,3 MG 2,0 Brasil 1,6 RO 1,4 MT 1,3 PE 1,2 SP 0,4 PR 0,1 AM 0,0 - 0,3PB - 0,8 MA - 1,6 AC - 3,1 - 3,2 - 4,1 - 4,7 PI RR AP AL - 7,4 - 10,0 SE - 5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 Variação (%) Fonte: PMS - Pesquisa Mensal de Serviços/IBGE, janeiro/2015. SERGIPE : Receita de Serviços Apresenta Queda em Janeiro/2015 Em Sergipe, a receita nominal do setor de serviços apresentou decréscimo de (-3,1%) no mês de janeiro de 2015 na comparação com igual mês do ano anterior. Este resultado negativo vem após dois meses de variações positivas da receita de serviços em Sergipe. No acumulado do ano, a receita de serviços acumula uma variação negativa de (- 3,1%). Em doze meses a receita de serviços acumula uma variação de positiva de 2,2%. O gráfico 3 abaixo ilustra a variação mensal da receita de serviços no pesíodo de Jan-2014/Janeiro-2015. Gráfico 3. Sergipe: Variação Mensal da Receita Nominal de Serviços (Jan- 2014/Jan-2015) Sergipe: Variação Mensal da Receita Nominal de Serviços (Jan- 2014/Jan-2015) 10,0 8,8 8,0 6,7 Variação (%) 6,1 5,4 6,0 3,4 4,0 5,2 3,8 2,3 2,1 1,3 2,0 0,0 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 - 2,0 - 1,6 - 3,1 - 4,0 - 4,5 - 6,0 Fonte: PMS - Pesquisa Mensal de Serviços/IBGE, janeiro/2015. Para ilustrar de forma comparativa o comportamento da variação da receita de serviços em Sergipe, e ter uma maior compreensão, elaboramos um gráfico com as informações do período de 2012-2015, nos meses de janeiro. O gráfico 4 abaixo mostra que o mês de janeiro deste ano apresentou a maior queda de receita de serviços para um mês de janeiro (-3,1%). Até então, o mês de janeiro de 2013 tinha sido o único mês de janeiro com queda na variação da receita de serviços (-0,6%), desde o início da série histórica. Como foi mencionado na análise anterior, o ano de 2015 vai ser difícil. Seria importante traçar estratégias de negócios, do ponto de vista individual das firmas, e formulação de propsotas para uma agenda de política pública e ações de apóio para o setor. Gráfico 4. Sergipe: Variação da Receita de Serviços nos Meses de Janeiro (2012-2015) Sergipe: Variação da Receita de Serviços nos Meses de Janeiro (2012-2015) 14 12,6 12 Variação (%) 10 8,8 8 6 4 2 0 -2 jan/12 jan/13 -0,6 jan/14 -4 Fonte: PMS - Pesquisa Mensal de Serviços/IBGE, janeiro/2015. jan/15 -3,1 NORDESTE: Receita de Serviços Apresenta Queda na Maioria dos Estados A PMS de janeiro revelou que somente três estados da região apresentaram variações positivas, Rio Grande do Norte (9,2%), Ceará (7,2%) e Bahia (4,0%). Os estados que apresentaram as maiores variações negativas foram Alagoas (-7,4%), Piauí (-3,2%) e Sergipe (-3,1%). O gráfico abaixo ilustra o comportamento da variação da receita de serviços do mês de dezembro/2014 para os estados do Nordeste. Gráfico 5. Nordeste: Variação da Receita Nominal de Serviços (Janeiro-2015/Janeiro-2014) Nordeste: Variação da Receita Nominal de Serviços (Janeiro-2015/Janeiro-2014) 12,0 9,2 10,0 7,2 8,0 Variação (%) 6,0 4,0 4,0 1,2 2,0 0,0 Maranhão - 2,0 - 4,0 Piauí - 0,8 Ceará Rio Grande do Norte Paraíba - 0,3 Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia - 3,1 - 3,2 - 6,0 - 8,0 - 7,4 - 10,0 Fonte: PMS - Pesquisa Mensal de Serviços/IBGE, janeiro/2015. Se compararmos os resultados da receita de serviços da região Nordeste para os meses de janeiro (2012-2015), verifica-se que o comportamento do mês de janeiro deste ano foi ruim para quase todos os Estados. Considerando o mês de janeiro, o ano de 2015 foi o pior para a Região no quesito receita de serviços. A tabela 3 mostra os resultados das taxas de variação da receita de serviços para a região Nordeste, nos meses de janeiro, desde o início da série histórica, em 2012. Tabela 3. Nordeste: Comparativo da Variação Mensal da Receita de Serviços nos Meses de Janeiro (2012-2015) jan/12 jan/13 jan/14 jan/15 Maranhão 13,9 12,2 Piauí 19,0 3,0 Ceará 13,7 12,4 Rio Grande do Norte 7,6 4,1 Paraíba 13,6 8,4 Pernambuco 12,0 7,0 Alagoas 15,2 7,3 Sergipe 12,6 -0,6 Bahia 13,5 8,9 Fonte: PMS - Pesquisa Mensal de Serviços/IBGE, janeiro/2015. 5,1 2,3 8,3 8,7 17,0 9,6 12,8 8,8 2,8 - 0,8 - 3,2 7,2 9,2 - 0,3 1,2 - 7,4 - 3,1 4,0