FORMULÁRIO DE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFROBRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
1 - IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
1.1 - UNIDADE RESPONSÁVEL:
CECA- Colegiado do Curso de Letras
1.2 – INSTITUIÇÃO/CAMPUS:
UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Cascavel
1.3 – CURSO DE ESPECIALIZACÃO EM:
ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFROBRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
1.4 - GRANDE ÁREA E ÁREA DO CONHECIMENTO:
1.3.1 LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES 8 00 00 00 2
1.3.2. ÁREA DO CONHECIMENTO 1: LETRAS - 8 03 00 00 1
1.3.3. ÁREA DO CONHECIMENTO 2: ARTES - 8 03 00 00 6
1.4 - UNIDADE RESPONSÁVEL:
CECA- Colegiado do Curso de Letras
1.4.1 -CONVÊNIO: FUNDEP
1.5 - COORDENADOR DO CURSO:
NOME: Profa. Dra. Valdeci Batista de Melo Oliveira
TITULAÇÃO: Doutora em Letras
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2 - CARACTERIZAÇÃO DO CURSO
2.1 - PERÍODO DE REALIZAÇÃO:
INÍCIO: (02/03/2009)
TÉRMINO: (01 /03/2011)
Aulas aos sábados das 8 horas às 12 horas e das 13h30 às 17h30
Matrículas de 5 de fevereiro de 2009 a 10 de março de 2009
Local de Matrícula: Pró-Reitoria de Extensão - Divisão de Cultura
Início das aulas: 21 de março de 2009 - Término 08/05/10
Período de férias: mês de julho de 2009 e a partir do dia 19 de dezembro de 2009 até 17 de
fevereiro de 2010. Mês de julho de 2010.
2.2 - CARGA HORÁRIA: 360 horas/aula
2.3 - TIPO:
( X ) Especialização (Resolução n.º 01/2001- CNE/CES – Resolução 195/2003 – CEPE)
(
) Aperfeiçoamento - Resolução 195/2003 – CEPE
(
) Outro (especifique) :
2.4 - MODALIDADE DO CURSO:
(
) Modular
( X ) Regular
(
) Tempo integral (
) Tempo parcial
Período das aulas, e dias da semana:
Aos sábados das 8 horas às 12 horas e das 13h30 às 17h30
2.4 - NÚMERO DE VAGAS:
Máximo de 60 alunos e mínimo de 40 alunos para começar o curso
2.6 - CLIENTELA - ALVO: *
O curso se destina a professores do Ensino Fundamental, Médio e Superior; aos graduados
em Letras, Pedagogia e outros profissionais portadores de Diploma de Graduação em Ciências
Humanas, Ciências Sociais, Exatas, Biológicas e de áreas afins, envolvidas com a Educação
Básica.
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2.7 - EVENTO: O Curso estará promovendo o I Seminário Internacional de Educação,
cultura, história e artes afro-brasileira e indígena, no período de 25 a 29 de maio de 2010,
com a presença de professores e escritores brasileiros e de Cabo Verde a Angola.
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3 - OBJETIVOS E NECESSIDADE DO CURSO
3.1 - JUSTIFICATIVA / OBJETIVOS DO CURSO:
3.1.2. Objetivo Geral:
O objetivo geral do curso é de fomentar condições de possibilidades para o cumprimento da
Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008 que altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
modificada pela Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases para a
Educação Nacional no Nível Básico, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena".
3.1.3. Objetivos específicos:
Fomentar a reflexão crítica em relação às questões étnico-sociais, por meio da qualificação
de professores e de pessoas diretamente envolvidas no processo de construção de identidades e de
cidadania e estereótipo;
Obter as ferramentas necessárias para lidar com conflitos raciais em todas as formas como
eles se manifestem, percebendo que a realidade dos mesmos se torna cada vez mais freqüentes
em nossa sociedade;
Oportunizar aos profissionais a construção de uma visão integrada acerca da história e da
cultura afro-brasileira e indígena, possibilitando-lhes o conhecimento de novas práticas
educativas a respeito dessas identidades, inseridas no atual contexto da diversidade étnicocultural;
Promover a inclusão social dos afro-descendentes e dos indígenas vista a partir da adoção
de seus valores, pensamentos e práticas como contributivos essenciais a novas formas de
organização civilizatórias;
Contribuir para a consolidação da produção científica e acadêmica da Unioeste e da
comunidade científica paranaense;
Consolidar a oferta de cursos de pós-graduação da Unioeste com vistas a propiciar avanços
na qualificação dos professores e profissionais da Educação Básica nas regiões abrangidas pela
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instituição;
Propiciar a articulação entre as diversas dimensões universitárias
envolvidas com a
Educação (ciclo básico, graduação, especialização, lato sensu e a extensão universitária), de
modo que elas possam refletir e problematizar as diversas relativas às práticas educativas
inclusivas;
Fomentar a produção de estudos e pesquisas que possibilitem a construção de uma fortuna
crítica de teorias e práticas voltados ao ensino das culturas afro-brasileira e indígena;
Promover condições e situações em que o professor possa refletir sobre o processo de
ensinar e aprender as culturas afro-brasileira e indígena de modo a contribuir para a formação de
uma prática docente investigativa e reflexiva;
Possibilitar ao professor da Educação Básica teorias que fundamentem as propostas
pedagógicas sobre o ensino das culturas afro-brasileira e indígena;
Promover a reflexão e o debate em torno dos estudos sobre o ensino das culturas afrobrasileira e indígena na Educação Básica;
Cotejar experiências realizadas em diferentes contextos sociais e educacionais que
envolvam o ensino das culturas afro-brasileira e indígena na Educação Básica e suas relações
com as demais produções culturais valorizadas pela escola;
Analisar os conteúdos e as imagens expostas nos livros literários infantil e juvenil e livros
didáticos que versam sobre a figura e modus vivendi dos afros-descendentes e indígenas;
Divulgar pesquisas sobre o ensino das culturas afro-brasileira e indígena no contexto do
mundo virtual, salientando novas percepções e pedagogias possíveis.
JUSTIFICATIVA DO CURSO:
“Desrespeitando os fracos, enganando os incautos,
ofendendo a vida, explorando os outros, discriminando
o índio, o negro, a mulher, não estarei ajudando meus
filhos a ser sérios, justos e amorosos da vida e dos
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outros.”
(Pedagogia da Indignação, 2000.) Últimas palavras
escritas por Paulo Freire. Referia-se ao índio Galdino,
assassinado por um grupo de adolescentes, em Brasília,
1997.
Nós, brasileiros, no afã de construirmos uma nação conforme o olhar idílico que o
imaginário eurocêntrico deitara sobre estas terras, deixamos insepultos os corpos de milhões de
índios e negros e derruídos que massacramos sob o peso da corvéia ou da nossa violência sempre
excessiva. Com o propósito de tirarmos do esquecimento o suor, o sangue e as vidas destes
milhões que suportaram o peso de construir a 14.º economia do planeta, (2008), lembremo-nos de
Walter Benjamim, para quem “todo monumento da cultura é também um monumento da
barbárie”. “E, assim como a cultura não é isenta de barbárie, não o é, tampouco, o processo de
transmissão da cultura. Por isso, na medida do possível, o materialismo histórico se desvia dela.
Considera sua tarefa escovar a história a contrapelo”.
Nesse sentido, a difícil tarefa de escovar a história e a sociedade a contrapelo foi assumida
em parte pelo Estado Brasileiro, com a recente criação da Lei 11.645/2008, de 10 de março de
2008, que altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei n. 10.639, de 9
de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no
currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura AfroBrasileira e Indígena".
Depois da criação da Lei 11.645/2008 a tarefa é passada a toda sociedade brasileira, mas,
especialmente às IES e às escolas, na figura concreta dos profissionais da Educação que devem
executar a incômoda tarefa de escovar a contrapelo os livros didáticos; as posturas; os hábitos; o
gestus; as convicções; as formações discursivas e ideológicas; as salas de aulas; os planos de
ensino; os currículos; as mídias; para limpar deles o ranço e o ódio arraigados sub-repticiamente.
Toda sorte de homofobias fascistas foram escondidas nos desvãos da cultura e travestidas
de preconceitos, estereótipos e de todo o arsenal criado para oprimir e impedir a inclusão, quer
dos negros, quer dos índios, quer de outros grupos e etnias, os quais, na mais absoluta maioria,
compõem a classe espoliada. Brecht os anteviu no belíssimo poema Perguntas de um Operário
que lê:
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
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Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
Se a escola é um espaço de combate ao racismo e à discriminação racial, está mais do que
na hora de colocar esse combate na afetividade concreta da formação escolar oferecida pela
Educação Básica, de modo a trazer à baila a cultura, a história, as artes daqueles que arcaram com
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os custos de se construir a sociedade brasileira. Especialmente, cá nas regiões Oeste e Sudoeste
do Paraná, nas quais o grau de provincianismo cresce à proporção dos quilômetros que as
distanciam das capitais. Eis que urge tirá-las do limbo do provincianismo tacanho, especialmente
em Cascavel, cidade em que o preconceito chega às raias de algumas paróquias não aceitarem os
padres negros ou alguns que nem negros são, mas possuem pele escura, como os indianos: dois
destes foram impedidos de permanecer numa de nossas paróquias (Paróquia Santo Antônio),
obviamente pelo racismo e preconceito da cor. Nem se aceitam padres que se metem a construir
abrigos para os homeless, em lugar de ficar rezando ave-marias insossas.
Obviamente que os padres banidos não foram forçados de forma direta a irem embora, há
na cultura brasileira um imenso rol de estratégias mais sutis, subterfúgios e outros estratagemas
de não se aceitar um padre negro numa paróquia, assim como de fomentar os preconceitos dentro
e fora das salas de aulas. Ações desse naipe estão espalhadas por todo território nacional, embora
não faltem tentativas legais de exorcizá-las das relações sociais. De fato, desde os tempos da
Primeira República (1839/1930) até a edição da Lei 11.645/2008, muitos passos foram dados até
se chegar à atual incorporação do estudo das civilizações indígenas e africanas nas escolas
brasileiras. Pode-se citar, por exemplo, a LDB de 1961 (art. 38, III) a determinar que as diferentes
culturas devam ser o escopo do ensino da História do Brasil. Entre a criação da Lei e a sua prática
nas relações sociais está o fosso da exclusão. E apenas em 2008 a legislação foi mais severa a
ponto de exigir o ensino das duas culturas em escolas brasileiras.
Esta especialização em ensino da cultura das artes e da história afro-brasileira e indígena
na educação básica, pretende executar a parte que lhe couber desta tarefa de escovar o discurso
hegemônico a
contrapelo. Por primeiro trazendo à baila a história, a voz, a memória, o
imaginário, as artes, a religiosidade, enfim, numa palavra, a cultura afro-brasileira e indígena,
subsumidas nos porões da cultura hegemônica, pois como sustenta Paul Connerton, “não há
dúvida de que o controlo da memória de uma sociedade condiciona largamente a hierarquia do
poder” (1993: 2). Assim, não foi por um mero esquecimento, ao contrário, foi por obra de um
apagamento intencional e criminoso que se empurraram os negros e índios, cada um na sua
especificidade, para as classes deserdadas, para as periferias dos grandes centros cosmopolitas,
para as piores porções de terras. Pouco adiante acrescenta o mesmo Paul Connerton, “as nossas
experiências do presente dependem em grande medida do conhecimento que temos do passado e
(...) as nossas imagens desse passado servem normalmente para legitimar a ordem social
presente.” (1993: 4).
Conforme é sabido, a escola é um espaço de poder e é ,oficialmente, o único espaço de
educação que tem a incumbência legal de fomentar a formação por meio do conhecimento
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científico. Por isso tem sido catastrófica a prática costumeira de se negar a existência de uma
outra história que não seja aquela já esquematizada pelo pensamento dominante, cujo vórtice de
importância centra-se na cultura e história eurocêntrica como matriz de construção das
identidades. O que nela sobra para a diversidade etnográfica ou de gêneros? O resultado é serem,
historicamente, apresentadas e representadas como algo exótico, folclórico, o que reforça e
estimula a homofobia. Num país formado por diversas etnias, essa prática escolar chega às raias
da criminalidade e da alienação neurótica.
Por outro lado, a escola estuda as etnias de modo superficial e distante do cotidiano vivo
das relações e práticas sociais e culturais, postura que também reforça estereótipos, naturaliza os
problemas raciais e sociais, justificando-os por meio de recursos da psicologia (por exemplo:
índio é preguiçoso, negro é violento, etc). É por isso que diversos movimentos sociais têm
reivindicado mudanças e realizado ações educativas que propõem uma nova postura e agenda da
escola em relação aos grupos étnico-raciais que compõem o povo brasileiro.
Mas mudanças são processos que demandam tempo e empenho, pois elas devem desvelar
os silêncios da história que revelam os mecanismos e dispositivos de elaboração hegemônica do
passado postos, justamente, para frear as mudanças e, portanto, como instrumentos de
manipulação da memória coletiva pela cultura hegemônica. Nesse sentido, o esquecimento
constitui uma vala comum onde repousam atores e personagens anônimos e episódios e ações
marginais, suprimidos e eliminados pelas narrativas históricas ortodoxas e convencionais. E se a
memória histórica do passado influencia o presente, o controlo sobre essa memória histórica
torna-se um sólido instrumento de dominação, em que os negros e índios foram e são jogados ao
léu da sorte ou no cadinho mais baixo do diferente, a serem temidos ou menoscabados.
Entretanto, se a história se realiza em movimentos que, a princípio, poderiam ser diferentes,
ou seja, se a concepção benjaminiana de tempo perdido não se encontra no passado, mas no
“futuro”, isto é, nos sonhos, nos desejos, nas aspirações do não-realizado, daquilo que não chegou
a se concretizar, mas que ainda se encontra voltado para o porvir, esperando condições de
possibilidades para emergir qual uma utopia retrospectiva, a Lei 11.645/2008, que torna
obrigatório o estudo da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, na Educação Básica, traz à
baila estas condições de possibilidades. Cabe ao corpo docente da Unioeste aceitar o desafio de
ajudar na construção do futuro que queremos outorgar em relação às identidades dos índios e dos
negros brasileiros.
Este projeto pretende resgatar a luta dos afro-descendentes e dos povos indígenas que, por
meio de pressões políticas e culturais podados muitas vezes, têm procurado fazer a inserção de
sua cultura e história no currículo escolar brasileiro. Atitude que revela o reconhecimento da
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Educação formal como fértil campo de disputa das diversas classes sociais. Com isso também se
pretende demonstrar a importância e a fatia da cultura negra e indígena para a formação da
sociedade brasileira, resgatando as suas contribuições nas áreas social, cultural, econômica e
política, no que respeita à história do Brasil.
Nesse sentido, esta especialização pretende incorporar os conteúdos da História, da
Literatura, da Arte e demais disciplinas acerca da cultura afro-descendente e indígena, como
construtores da cultura brasileira tout court que não podem ficar restritos a propostas de
transversalidade temáticas, mas devem ser conteúdos efetivos das grades curriculares e serem
desenvolvidas para contribuir para o senso crítico dos alunos, professores e outros atores da
educação.
Para tanto, é preciso programar conteúdos e posturas filosóficas que contribuam para os
professores repensarem seus valores e conceitos sobre as diversas etnias que compõem a
sociedade brasileira, bem como repensarem seus propósitos com os alunos, reformulando toda
uma forma de pensar e ver a cultura afro-brasileira e indígena, com vistas a desenvolver uma
pedagogia do oprimido à Paulo Freire, com referências às histórias das culturas afro-descendente
e indígena, desde o período pré-colonial até a contemporaneidade.
3.2 - NECESSIDADE / IMPORTÂNCIA DO CURSO PARA A IES, REGIÃO E
ÁREA DO CONHECIMENTO:
O curso de ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E
HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA pode colaborar
com as discussões sobre políticas de ação afirmativa, já em curso nas universidades brasileiras,
tais como a reserva de cotas para estudantes oriundos de escolas públicas. Há uma necessidade (e
exigência legal, determinada pela Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008) de que as questões
étnico-raciais se façam presentes nos cursos de formação oferecidos pela instituição - Graduação
e Pós-Graduação. No entanto, em relação às necessidades resultantes da opressão imposta ao
negro e ao índio, duas figuras basilares na formação da população brasileira, essas ações são
ainda tímidas, no sentido de envolver-se em proposições e processos que dêem cumprimento à
legislação em vigor.
As Diretrizes Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana
postulam a necessidade de políticas de reparações e valorização de ações afirmativas:
Cabe ao estado promover e incentivar políticas de reparações, no que cumpre
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ao disposto na Constituição Federal, Art. 205, que assinala o dever do estado de
garantir indistintamente, por meio da educação, iguais direitos para o pleno
desenvolvimento de todos e de cada um, enquanto pessoa, cidadão ou
profissional. Sem a intervenção do estado, os postos a margem, entre eles os
afro-brasileiros, dificilmente, e as estatísticas o mostram sem deixar dúvidas,
romperão o sistema meritocrático que agrava desigualdades e gera injustiça, ao
reger-se por critérios de exclusão, fundados em preconceitos e manutenção de
privilégios para os sempre privilegiados. (pg.11)
Contudo, no Paraná, embora a SEED, desde 2005, tenha promovido cursos e debates sobre
a temática, visando sensibilizar e capacitar os professores, muito pouco tem sido feito, uma vez
que os professores sentem dificuldades em organizarem suas aulas devido à escassez de material
didático sobre o assunto.
Vemos então que as universidades, como lócus privilegiado de formação e inclusão, têm a
frente importante papel a cumprir, que consiste em, a partir de seus espaços, estender esse papel,
com rigor e cientificidade, às
ações dos sistemas educacionais (estaduais e municipais),
envolvidas na etapa formativa da Educação Básica de modo a priorizar o maior número de
implicados como o próprio nome já sugere. As escolas públicas apresentaram grandes
dificuldades de implantar um ensino voltado para a educação para as relações étnico-raciais. Esse
movimento de implementação de políticas reparatórias enfrenta obstáculos políticos que
questionam a legitimidade das reivindicações de Políticas de Ação afirmativas; também
obstáculos sociais, porque a característica multiétnica de nossa sociedade muitas vezes oblitera
os processo de hierarquização e as posturas assumidas ou dissimuladas de diferenciação étnicoracial.
Segundo Moura, no estudo “Ritmo e ancestralidade na força dos tambores africanos”, a
contribuição das festas dos quilombos são como “elemento criador e recriador da identidade”.
No trabalho, quando se refere à forma como se desenvolve a aprendizagem das crianças, diz que,
nas comunidades estudadas, as crianças aprendem
porque participam de todas as atividades: nas danças, nos cânticos, na
arrumação do ambiente, na seleção das roupas, na preparação do altar, isto é
desde a preparação da festa até o momento de sua finalização. Todo o processo
é participativo e as crianças e os jovens querem tomar parte nos rituais por que
aquilo faz sentido para eles, faz parte de sua vivência e reafirma a noção de
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pertencimento àquela comunidade. Aprendem assim seus papéis e a hora de
exercê-los porque lhes é permitido conhecer o legado dos mais velhos, recriado
no presente, assim como sua história, que é valorizada constantemente
( Moura, 1997, p. 240).
A autora aponta a significação do novo conhecimento e o envolvimento dos sujeitos
aprendentes como marca dessa forma de ensinar e aprender. Entende que as crianças aprendem
na e com a comunidade e que isso produz um conhecimento capaz de envolver a criança e criar
nela os sentidos e significações sobre o entrono que a circunda. No entanto, o conhecimento
sistematizado que acontece na escola não tem oferecido possibilidades para a vivência dessas
diferentes formas de conhecimento e educação. Não podemos nos esquecer de que já se passaram
mais de 100 anos desde que a Lei Áurea foi sancionada pela princesa Isabel, em maio de 1888.
Desde então, os afro-descendentes têm sido relegados à margem do sistema sócio-econômico,
político e cultural.
Se os incentivos governamentais à vinda de imigrantes europeus, em início do século XX,
tinham o nítido objetivo de branquear a nação brasileira, eliminando os traços da mestiçagem, no
que diz respeito ao ensino nas escolas a exclusão da história e da cultura negra foi mais brutal. A
África foi praticamente banida dos currículos escolares e universitários e os traços culturais
deixados pelos africanos no Brasil, embora marcantes em nossa identidade cultural quer sejamos
afro-descendentes ou não, aparecem diluídos e destituídos de caracterização própria e definida.
Segundo Del Priore e Venâncio,
Muito sabemos sobre a presença dos europeus entre nós. Hoje, conhecemos um
pouco mais sobre os indígenas. Contudo, fora da monótona rotina do trabalho
escravo, pouco ou nada sabemos do que fizeram os africanos enquanto
“colonizadores”, com tradições culturais rivais às dos europeus. Nos manuais
escolares e mesmo nas universidades quase nada se aprende sobre nossos avós
em sua terra de origem, a África. (2004:32)
Essa situação de discriminação do afro-descendente, tanto social quanto escolar, camuflada
por tantos anos sob a roupagem do mito da democracia racial brasileira, não pôde mais ser
ignorada pelo poder oficial, que desde 1988, com a Lei nº 7.668, tem feito tentativas no sentido
de atenuar as enormes discrepâncias sociais entre brancos, negros e índios no Brasil. Nesse
sentido, a Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008, que estabeleceu as Diretrizes Curriculares
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para a educação das relações étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
e Africana e Indígena, possibilitam o estudo da ancestralidade africana, suas organizações sócioculturais e políticas e suas construções culturais, sobretudo no Brasil, mudando o foco dos
estudos que sempre recaíam no período da escravidão, mostrando o negro sempre como escravo.
O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo
da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura
negra brasileira e o negro na formação da identidade nacional, resgatando a
contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e políticas pertinentes à
História do Brasil. (Lei 10.639\2003, art. 1º)
Contudo, em um país como o Brasil em que, muitas vezes, “as leis não pegam”, é preciso
criar condições para que elas de fato se concretizem. É evidente o despreparo de educadores para
ministrar conteúdos com os quais eles não tiveram contato em sua vida escolar e acadêmica.
Parece que as universidades públicas têm uma grande responsabilidade nesse processo de
transformação de atitudes e valores da sociedade brasileira.
Desse modo, a criação do Curso de Especialização lato sensu, ENSINO DA
CULTURA,
ARTES E
HISTÓRIA
AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA
EDUCAÇÃO BÁSICA, contribuirá para promover estudos, debates e difusão de conhecimentos
relativos às culturas afro-brasileira e indígena, no périplo de atuação da Unioeste. Contribuirá
também para o trabalho para a inclusão de conteúdos e disciplinas voltados ao estudo das culturas
afro-brasileira e indígena, tanto nas licenciaturas, para a organização de cursos e seminários que
articulem os conhecimentos produzidos na universidade com as necessidades da escola básica e a
manutenção de uma sala própria com uma biblioteca de pesquisa e manutenção de um sítio de
divulgação dos trabalhos, são ações que a médio e longo prazo promoverão transformações
efetivas tanto no trabalho dos educadores na escola quanto na sociedade em geral, uma vez que
uma educação menos excludente e anti-racista beneficiará a sociedade como um todo. Além
disso, segundo a pesquisadora de cultura africana e afro-brasileira da UNESP, Claude Lépine, a
história do Brasil e de várias nações africanas e indígenas está entrelaçada, de modo que o estudo
da história afro-brasileira e indígena deveria enriquecer a compreensão da nossa própria história.
No presente, interesses comuns já unem vários países da África e do Brasil. (ANDREI e
FERNANDES, 2007, p.p. 36-7).
Nesse sentido, seria importante pensarmos sobre o caráter emancipatório da educação já há
muito discutido. Para Oliveira (2000, p. 117):
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O caráter emancipatório da educação é contemplado na medida em que os
objetivos propostos e os conteúdos selecionados adquirem relevância social e
acadêmica. A relevância social dos objetivos e conteúdos da educação está
condicionada às suas possibilidades de fazer o educando compreender as suas
condições na sociedade e as maneiras pelas quais esta condição foi histórica e
socialmente construída e mantida na atualidade. A relevância acadêmica tem
caráter epistemológico e se vincula ao grau de confiabilidade dos
conhecimentos postos à disposição dos educandos como instrumentos para
compreensão da realidade.
Assim, urge redimensionar as práticas acadêmicas, de maneira que, ao longo da formação,
sejam estabelecidas discussões sobre a temática das “relações raciais”. Mas também, e, ao
mesmo tempo, se criem condições para que a atuação docente possibilite a produção de saberes a
partir da problemática e investigação no/do contexto educativo (político, social, cultural...) no
qual a escola se insere.
Pinto (200, p. 124) entende que “a questão que se coloca é a de saber como a escola lida
com a diversidade virtual ou real, nos conhecimentos que transmite, nas ações que realiza e nas
relações que resultam desse processo”. Vemos que cabe à escola compreender as diferentes
relações que ocorrem no seu interior, investindo para (des)naturalizar as formas como têm se
apresentado às relações raciais nos materiais didáticos, nas relações entre os alunos e
professores, nos currículos, nas posturas assumidas ou dissimuladas...
Certamente, a escola precisa agregar o tema das relações raciais às discussões e ações
cotidianas, assumindo a tarefa educativa e fazendo valer o direito à diferença. Nesse sentido,
haveria um ganho para a instituição (formação de professores em um tema urgente e atual), para
a região, uma vez que a ação desses profissionais com novas posturas e possibilidades no trato da
temática étnico-racial teria um poder de desdobramento em suas ações na escola e para a área de
conhecimento com a produção de pesquisas e materiais didático para subsidiar a ação dos
professores e gestores do sistema público de educação.
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4 - ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO CURSO
4.1 - PROCESSO SELETIVO
a) Inscrição para seleção:
Período: 05/02/2009 a 10/03/2009
Local:
Pró-Reitoria de Extensão — Divisão de Cultura
Endereço: UNIOESTE — Reitoria do campus de Cascavel
Na Rua Universitária, 1619 - Bairro: Jardim Universitário
Cascavel – Paraná, Caixa Postal 701 - CEP 85819-110
Fone: (045)3220-3062
e-mail para contato: [email protected]
Horário das 8 às 12 horas e das 14 às 17 horas
b) Documentação exigida:
Ficha de Inscrição;
1 foto 3X4 recente;
Diploma de Graduação (Fotocópia)
ou declaração de conclusão do curso (para graduandos em 2008);
Certidão de nascimento ou casamento (Fotocópia);
Documento de Identidade e CPF (Fotocópias);
Curriculum Vitae sintetizado (2 folhas).
c) Seleção: Entrevista
Valor da inscrição: R$ 80,00
A ser depositado no Banco Itaú
Agência 3924
Conta Corrente: 01139-2
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4.2 - PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO ALUNO NO CURSO:
4.2.1 TRABALHO DE CONCLUSÃO:
Ao final do Curso, sob a supervisão de um orientador, o aluno devera elaborar um artigo
para publicação de livro contendo todos os artigos dos alunos e orientadores que assim o
desejarem. Os artigos deverão ser inéditos e ter como tema a discussão e a problemática a
respeito de alguma das questões, teorias e áreas de conhecimento abordadas no curso. Os artigos
deverão ter no mínimo de 15 e no máximo de 20 páginas.
Data limite para entrega do artigo: 20 de novembro de 2010
Aos professores(as) ministrantes das disciplinas propostas pela Especialização em ensino
da cultura, artes e história afro-brasileira e indígena na educação básica caberá a tarefa de
orientar no mínimo 2 e máximo 3 três artigos finais, para essa atividade o professora receberá o
valor de 200,00 reais por artigo orientado.
4.2.2 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO ALUNO POR
DISCIPLINAS:
(X) Provas
(X) Trabalhos finais de disciplinas
4.2.3. CERTIFICADO
(X) SIM
( ) NÃO
4.2.4. SETOR RESPONSÁVEL PELA EMISSÃO:
DPGI/PRPPG
17
4.4 - EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS DAS DISCIPLINAS
1. DISCIPLINA: História e Historiografia dos povos indígenas e negros no Brasil
Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Nilceu Jacob Deitos
Ementa: Estudo de leituras históricas da presença indígena e negra na constituição da
cultura brasileira do período colonial e imperial do país. Estudos da historiografia dos povos afrobrasileiro e indígena, bases fundantes da sociedade brasileira.. Razões e origens do escravismo
negro e indígena no Brasil. Educação e escravismo no Brasil. A formação da identidade nacional
e a questão étnico-racial. Diáspora: vida e existência cultural e histórica dos africanos e seus
descendentes fora da África.
Bibliografia:
BASTIDE, Roger. Estudos Afro-Brasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1983.
BURKE, Peter (org). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Editora da
Universidade Estadual de São Paulo, 1992.
CAMARGO, Oswaldo de. O negro escrito. São Paulo: IMESP, 1987.
CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura oral no Brasil. São Paulo: Itatiaia, 1984.
CHIAVENATO, Julio José. O negro no Brasil: da senzala à guerra do Paraguai. São
Paulo: Brasiliense, 1980.
CONRAD, Robert. Tumbeiros. São Paulo: Brasiliense, 1985.
FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala. 30ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.
HOBSBAWM, E. J. (org.) A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
___. Bandidos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.
HUNT, Lynn. A nova história cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
HUTCHEON, Linda. Poética do pós-modernismo: história, teoria e ficção. Rio de Janeiro:
Imago, 1991.
LE GOFF, Jacques. A história nova. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1977.
MEYER, Marlyse. O folhetim: uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
___. Autores de cordel. São Paulo: Abril Educação, 1980.
MENTON, Seymour. La nueva novela histórica de la América Latina. 1979-1992. México:
Fondo de Cultura Econômica, 1993.
MIGNOLO, Walter. “Lógica das diferenças e política das semelhanças: da Literatura que
parece História ou Antropologia ou Vice-versa”. In: CHIAPPINI, Lígia & AGUIAR, Flávio Wolf
18
de. Literatura e história na América Latina. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
1993. p. 115-135.
MOURA, Clóvis. História do negro brasileiro. São Paulo: Ática, 1989.
MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. São Paulo: Ática, 1986.
PERROT, Michelle. Os excluídos: operários, mulheres, prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1992.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. Simpósio Nacional da Associação Nacional de História.
Florianópolis: FFLCH, 1999.
RABASSA, Gregory. O negro na ficção brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
1965.
RODRIGUES, Nina. Os africanos no Brasil. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional,
1945.
SERRA, Ordep. Águas do rei. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.
2. DISCIPLINA: Mídia e etnia: figurações do índio e do negro na imprensa
brasileira: construção de identidades étnicas
Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Alexandre Ferrari
Ementa: Estudo de textos jornalísticos e do modo como eles construíram/constroem a
imagem do negro e do índio em suas páginas, a partir dos pressupostos da análise do discurso de
orientação francesa. Estudo e análise as estratégias de silenciamento e esquecimento nas mídias e
o efeito de sentido desse processo na construção das identidades dos índios e negros.
Bibliografia:
ANDRADE, Rosane de. (2002). Fotografia e antropologia – olhares fora-dentro. São
Paulo: Estação Liberdade.
BARTHES, Roland. (1984). A Câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira.
BRANDÃO, Helena H. Nagamine. (2002). Introdução à análise do discurso.
Campinas: Editora da Unicamp.
DIJK, Teun A. van. (2008). Racismo e discurso na América Latina. São Paulo:
Contexto.
DUBOIS, Phillippe. (1993). O ato fotográfico. Campinas: Papirus.
19
ERIBON, Didier. (1996). Michel Foucault e seus contemporâneos. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar.
FELDMAN-BIANCO, Bela & LEITE, Miriam L. Moreira (orgs). 1998. Desafios da
imagem – fotografia, iconografia e vídeo nas ciências sociais. Campinas: papirus.
FOUCAULT, Michael.(1987). Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis:
vozes.
——.(1999) Em defesa da sociedade: Curso no Collège de France (1975-1976). São
Paulo: Martins Fontes.
——.(2004). Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
GADET, Françoise & HAK Tony (org). (1990). Por uma análise automática do
discurso; uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Editora da Unicamp.
HENRY, Paul. (1992). A ferramenta imperfeita: língua, sujeito e discurso. Campinas:
Editora da Unicamp.
HOUAISS, Antônio (2001). Dicionário eletrônico da língua portuguesa. São Paulo:
Objetiva.
INDURSKY, Freda. (1997). A fala dos quartéis e as outras vozes. Campinas: Editora
da Unicamp.
MAINGUENEAU, Dominique. (1993). Novas tendências em análise do discurso.
Campinas, SP: Pontes.
——.(1998). Termos-chave da análise do discurso. Belo Horizonte: Ed. UFMG.
MARIANI, Bethania (1998). O PCB e a imprensa – os comunistas no imaginário dos
jornais 1922-1989. Rio de Janeiro: Revan.
——.(2001). A institucionalização da língua, história e cidadania no Brasil do século
XVIII: o papel das academias literárias e da política do Marquês de Pombal. In: História
das Idéias Lingüísticas – construção do saber metalingüístico e constituição da língua
nacional. ORLANDI, Eni P. (org.). Campinas: Pontes.
ORLANDI, Eni. (1983). A linguagem e seu funcionamento; as formas do discurso.
São Paulo: Brasiliense.
——.(1988). Discurso e leitura. São Paulo: Cortez, Editora Unicamp.
——.(1996). Interpretação: autoria, leitura e feitos do trabalho simbólico. Petrópolis,
Vozes.
——.(org). (1997). Gestos de leitura – da história no discurso. Campinas: Editora da
Unicamp.
——. (2001-A). Análise de discurso: princípios e parâmetros. Campinas: Pontes.
20
——. (2001-B). Discurso e texto: formação e circulação dos sentidos. Campinas:
Pontes.
——. (2002-A) As formas do silêncio. Campinas: Editora da Unicamp.
——. (2002-B) Língua e conhecimento lingüístico: para uma história das idéias no
Brasil. São Paulo: Cortez.
PÊCHEUX, Michel. (1990) O discurso: estrutura ou acontecimento? Campinas:
Pontes.
——.(1995) Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas:
Editora da Unicamp.
SERRANI, Silvana M. (1993). A linguagem na pesquisa sociocultural: um estudo da
repetição em discursividade. Campinas: Editora da Unicamp.
3. DISCIPLINA: Introdução ao culto dos Orixás
Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Bartolomeu Tavares
Ementa: Histórico e evolução dos conceitos, objetivos, princípios e estratégias para a
compreensão do politeísmo afro-brasileiro.
Objetivos:
Propiciar a compreensão da Religião afro-brasileira (Candomblé);
Analisar os fundamentos necessários à prática da educação afro-brasileira e nos novos
paradigmas;
Desenvolver ações, teórico-práticas, que facilitem a compreensão da educação da religião
africana.
Conteúdo Programático:
Histórico: tráfico de escravos e candomblé.
02 – Objetivos, princípios e estratégias para o pensamento arquetipal dos Orixás.
03 - A relação Orixá-Homem
Interação entre o “filho” e o orixá.
Relação entre o “dono da cabeça” e os santos secundários.
A margem de manipulação na atribuição dos santos.
Nomes: de como o discurso toca a psique.
04 - Princípios, valores e comportamento.
05- O sincretismo religioso no Brasil
06- O culto e seus rituais
21
Metodologia:
Aulas expositivas com auxílio de datashow;
Debates;
Estudos em grupos;
Trabalhos em grupo e/ou individual;
Interpretação de textos.
Avaliação:
Feitura de provas ou trabalhos escritos ao final da disciplina
Bibliografia:
COSTA, Ivan H. 1995. Ifá o Ôrìxá do destino: o jogo do Ôpón e do Ôpêlê Ifá. São Paulo:
Ícone Editora. 280p.
GLEASON, Judith. 1999. Oya: um louvor à Deusa Africana. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil. 358p.
PRANDI, Reginaldo. 2001. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras. 591p.
BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil. São Paulo: Universidade de São Paulo,
1971.
SEGATO, Rita Laura. 2005. Santos e Daimones: o politeísmo afro-brasileiro e a tradição
arquetipal. 2 ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília. 516p.
VERGER, Pierre. 1999. Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo. 615p.
4. DISCIPLINA: . Poesia lírica afro-brasileira e indígena
Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Dr. Wagner Souza
Ementa: Estudo de poemas líricos de expressão portuguesa que retratem as figura do
negro e o do índio.
Bibliografia:
ALVES, CASTRO. “Navio Negreiro” In: Recortes. Companhia das Letras, São Paulo,
1993.
BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense, 1988.
___. Literatura e identidade nacional. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, 1992.
BOSI, Alfredo. A dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
22
___. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
Brookshaw, David. Raça & cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1983.
DAMASCENO, Benedita Gouveia. Poesia negra no modernismo brasileiro. Campinas:
Pontes, 1988.
GOMES, Heloísa Toller. O negro e o romantismo brasileiro. São Paulo: Atual, 1988.
LUANDINO Vieira, José Luanda. São Paulo, Ática, 1982.
RUSSEL, Hamilton G. "Preto no Branco, Branco no Preto - Contradições Lingüísticas na
Novelística Angolana"
———.Literatura africana, literatura necessária. Lisboa, Edições 70, 1984.
SANTILLI, Maria Aparecida. Africanidade. São Paulo, Ática, 1985.
SANT’ANNA, Affonso Romano de. O canibalismo amoroso. São Paulo: Brasiliense,
1984.
SAYERS, Raymond. O negro na literatura brasileira. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1958.
SCHLAFMAN, Léo. “O poeta dos oprimidos”, in: Caderno Idéias, Jornal do Brasil, 7 de
Março de 1997.
______. “Romântico e libertário”, in: Caderno Idéias, Jornal do Brasil, 7 de Março de
1997.
5. DISCIPLINA: Ritmos indígenas e africanos na música brasileira
Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Stéfano Paschoal
Ementa: Nesta disciplina pretende-se apresentar e discutir ritmos africanos e indígenas,
bem como sua influência na formação da identidade musical brasileira. Para tanto, serão
analisadas peças musicais do âmbito erudito e popular. Nortearão as discussões aspectos técnicos
da música (ritmo) e textos acadêmicos sobre folclore brasileiro.
Bibliografia:
ANDRADE, Mário de. Ensaio sobre a Música Brasileira. São Paulo: Livraria
Martins, 1962.
______. Aspectos da Música Brasileira. Belo Horizonte: Villa Rica, 1991.
BASTOS, Rafael José de Menezes e PIEDADE, Acácia Tadeu de Camargo, ”Sopros da
Amazônia: sobre as músicas das sociedades tupi-guarani”. In: Revista Man, vol.5, nº2, Rio de
23
Janeiro, 1999.
GUARNIERI, Camargo. Congada.
KATER, Carlos. Eunice Katunda: musicista brasileira. São Paulo: Annablume, 2001.
LACERDA, Osvaldo. Exercícios de teoria elementar da música, São Paulo: Editora
Ricordi, 1988.
MACEDO, Márcio, De corpo e alma na memória afro-brasileira, in: SILVA,
Vagner Gonçalves da (org), Arte do Corpo, São Paulo: Solo Negro Edições, 2004.
POZZOLI, Guia teórico-prático para o ensino do ditado musical. São Paulo: Editora
Ricordi, 1992
SEKEFF, Maria de Lourdes. Curso e discurso do sistema musical. São Paulo: Annablume,
2005.
TATIT, Luiz. A Canção: Eficácia e Encanto. São Paulo: Atual, 1986.
TINHORÃO, José Ramos. Música Popular: Os Sons que Vem da Rua. Rio de
Janeiro: Tinhorão, 1976.
VIANNA, Fructuoso, Dansa de negros.
VILLA-LOBOS, Heitor, Bachianas Brasileiras nº 4 (prelúdio, coral, ária, dança).
_____, Ciclo Brasileiro (Impressões Seresteiras, Festa no Sertão, Plantio do Caboclo,
Dança do Índio Branco).
WISNIK, José Miguel. “O ouvido pensante”. In: O som e o sentido. São Paulo: Cia das
Letras, 1989.
KATER, Carlos. Eunice Katunda: musicista brasileira. São Paulo: Annablume, 2006.
6. DISCIPLINA: Metodologia da Pesquisa em cultura afro-brasileira e indígena
(disciplina didático-pedagógica)
Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Aparecida de Jesus Ferreira
Ementa: Estudo dos métodos científicos, assim como do conjunto de categorias
e
procedimentos metodológicos que performam um determinado método tendo-se em conta as
questões da cultura afro-brasileira e indígena, de maneira a conter uma proposta de discutir e
avaliar as características essenciais da ciência e de outras formas de conhecimento; as abordagens
metodológicas, enfocando o planejamento, a apresentação de projetos e a execução dos mesmos,
bem como a elaboração de relatórios, defesas e divulgação dos trabalhos de pesquisa embasados
na ética profissional. Técnicas de Pesquisa – Normatização de trabalhos científicos – Elaboração
de projetos e relatórios.
24
Bibliografia:
BASTOS R. L. Ciências Humanas e Complexidades: projetos métodos e técnicas de
pesquisa. Juiz de Fora:EDUFJF, Londrina CEFIL, 1999.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
CAPRA, Fritjof. A teia da Vida.: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São
Paulo: Editora Cultrix, 1996.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LAKATOS, E. M. e MARCONI M. de A. Fundamentos de Metodologia Científica. 4. ed.
rev. e ampliada. São Paulo: Atlas, 2001
LAVILLE, C. e DIONNE, J. A construção do saber: Manual de Metodologia de pesquisa
em Ciências Humanas. Porto Alegre: Editoras Artes Médicas Sul Ltda.; Belo Horizonte: Editora
UFMG, 1999
TAMAYO, M.T. El processo de la Investigación Científica. México: Editora Limusa,
1997.
TRIVIÑOS, Augusto. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa
em Educação. São Paulo: Atlas, 1997.
QUIVY, Raymond e CAMPENDHOUDT, Luc Van. Manual de Investigação em Ciências
Sociais. Lisboa: Gradiva, 1992.
CONNERTON, Paul.1998. Como as Sociedades Recordam. Trad. de Maria Manuela
Rocha. Lisboa: Editor Celta.
7. DISCIPLINA: Cultura afro-brasileira, movimentos
e
formas de resistência:
capoeira, terreiros, clubes, associações e intelectuais negros
Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Gustavo Biasoli
Ementa: Discutir e problematizar a eficácia e a possibilidade de implementação de
políticas compensatórias voltadas para a questão racial com enfoque na apreensão do processo
político brasileiro (agenda – arena e processo) pós-ditadura militar, no ressurgimento da
sociedade civil e nos Conselhos Gestores, sobretudo nos de Educação e Cultura.
Bibliografia:
25
AS IDÉIAS RACISTAS, OS NEGROS E A EDUCAÇÃO. Série Pensamento Negro em
Educação 2ª edição, vol.1. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de Estudos negros), 2002.
BORON, A; LECHINI, G (comp) Politica Y Movimientos Sociales En Un Mundo
Hegemónico: lecciones desde África, Asia y América Latina – Buenos Aires, Clacso, 2006
DAYRELL, J. T. (org.) Múltiplos Olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte:
UFMG, 1996.
EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03.
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: Ministério da
educação, Secretaria de educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.
FARIA, C.A.P
MEDEIROS, C. A . Na lei e na raça: Legislação e relações
raciais, Brasil-Estados Unidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2004
MUNANGA, K Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus
identidade negra. Petrópolis: Vozes, 1999
MUNANGA, K. (org.) Estratégias e Políticas de Combate à Discriminação Racial. São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Estação Ciência, 1996.
MUNANGA, K.(org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação.
Secretária de Educação Fundamental, 2005.
OS NEGROS, OS CONTEÚDOS ESCOLARES E A DIVERSIDADE CULTURAL. Série
Pensamento Negro em Educação 2ª edição, vol.3. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de
Estudos negros), 2002.
PARECER Nº: CNE /CP 003/2004: CP. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
das relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Aprovado em 10/03/2004.
SILVA, P. B. G. & BARBOSA, L.M.A (org.) O pensamento negro em educação no Brasil:
expressões do Movimento Negro. São Carlos; EdUFSCar, 1997.
SILVA, P. B. G. Diversidade Étnico-Cultural e Currículos Escolares. 1ª edição. Cadernos
Cedes, São Paulo, n.32, p.25-34, 1993.
SILVA, P.B.G. (orgs). Experiências étnico-culturais para formação de professores. Belo
Horizonte: Autêntica, 2002.
SILVÉRIO, V. R. (orgs). Afirmando diferenças: Montando o quebra-cabeça da
26
diversidade na escola. Campinas, SP: Papirus, 2005.
8. DISCIPLINA: Semiótica da cultura e teoria estética, categorias e fundamentos
ontológicos e epistemológicos para a recepção das artes afro-brasileira, africana e indígena
Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Valdeci Batista de Melo Oliveira
Ementa: Estudo e discussão das categorias centrais da semiótica da cultura e das teorias
estética e artística com vistas a desenvolver no aluno capacidade de atuação efetiva na tarefa de
levar a arte, a cultura e a literatura afro-brasileira e indígena para a sala de aula da educação
básica.
Bibliografia:
ARGAN, Giulio Carlo. Arte e Crítica da Arte. Lisboa: Editorial Estampa, 1988.
ARISTÓTELES. Poética. Tradução Eudoro de Souza. 2 ed. São Paulo: Ars Poetica, 1993.
AUERBACH, Erich. Mimesis. A representação da realidade na literatura ocidental
Trad. George Sperber. São Paulo, Perspectiva, 1987.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo:
Martins Fontes, 2004.
——. "Epos e romance". In: Questões de Literatura e de Estética. São Paulo:Unesp,1990.
BERTRAND, Denis. Caminhos da semiótica literária. Trad. Grupo da CASA.
Bauru: Edusc, 2003.
CANDIDO, Antonio. “O direito à literatura”. In: Vários Escritos, Duas Cidades: SP,
2004, pp. 169-191.
——. "Um instrumento de descoberta e interpretação". In Formação da literatura
brasileira: momentos decisivos. São Paulo, Martins, 1959. vol. II, cap. 3, p. 109- 118.
[Nova ed. em 1 vol.: Rio de Janeiro, Ouro sobre Azul, 2006.]
——. "Realidade e realismo (via Marcel Proust)". In Recortes. São Paulo, Companhia
das Letras, 1993. p. 123-129.
——."Literatura e cultura de 1900 a 1945". Literatura e sociedade. São Paulo,
Companhia Ed. Nacional, 1973. 3 ed. [Nova ed.: Rio de Janeiro, Ouro sobre Azul, 2006.]
——."Literatura e subdesenvolvimento". In A educação pela noite e outros ensaios.
São Paulo, Ática, 1989. 2ª ed. p. 140-162.
——"Duas vezes 'A passagem do dois ao três'". In Textos de Intervenção. Sel., apres.
e notas Vinicius Dantas. São Paulo, Duas Cidades / Ed. 34, 2002, p. 51-76.
——. "Dialética da malandragem". In O Discurso e a Cidade. São Paulo, Duas
Cidades, 1993. p. 19-54. [Nova ed.: Rio de Janeiro, Ouro sobre Azul, 2004.]
——."Entrevista a Luiz Carlos Jackson". In A tradição esquecida. Belo Horizonte,
UFMG, 2000. p.125-176.
27
CEVASCO, Maria Elisa. Dez lições sobre estudos culturais. São Paulo: Boitempo, 2003
CHKLÓVSKI, Victor. "A arte como procedimento". Trad. Ana Mariza R. Filipouski
e outros. In: Teoria da literatura. Formalistas russos. Porto Alegre, Globo, 1978. 4ª ed.
p.39-56.
CONNERTON, Paul.1998. Como as Sociedades Recordam. Trad. de Maria Manuela
Rocha. Lisboa: Editor Celta.
DAYRELL, J. T. (org.) Múltiplos Olhares sobre educação e cultura. Belo
Horizonte: UFMG, 1996.
EAGLETON, Terry. Teoria da Literatura: uma introdução. Trad. Waltesir Dutra.
São Paulo, Martins Fontes, 1994.
ECO, U., Leitura do Texto Literário, Lisboa, Presença, 1983.
——. Os Limites da Interpretação, Lisboa, Difel, s.d.
——. Seis Passeios nos Bosques da Ficção, Lisboa, Difel, 1995
FRIEDRICH, Hugo. Estrutura da lírica moderna. São Paulo: Duas Cidades, 1978.
GREIMAS, Algirdas Julian e FONTANILLE, J. Semiótica das paixões - dos
estados de coisas aos estados de alma. Trad. Maria José R. Coracini. São Paulo: Ática,
1993.
LIMA, Luiz Costa. Teoria da literatura em suas fontes. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1983, 2 vols. 2ª ed. revista e ampliada.
LANDOWSKY, Eric. A sociedade refletida. Ensaios de sociossemiótica. São Paulo:
EDUC /Pontes, 1992.
LANDOWSKY, Eric. DORRA, Raúl e OLIVEIRA, Ana Cláudia. Semiótica, estesis,
estética. (eds.) São Paulo: EDUC, 1999.
PIETROFORTE, Antonio Vicente. Semiótica visual: os percursos do olhar. São
Paulo: Contexto, 2004.
SANTAELLA, Lucia e NOTH, Winfred. Imagem – Cognição, semiótica, mídia. São
Paulo: Iluminuras, 1998
SCHWARZ, Roberto. "Pressupostos, salvo engano, de "Dialética da malandragem'".
In Que horas são? São Paulo, Companhia das Letras, 1987. p. 129-155.
——. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo, Duas
Cidades, 1990.
XAVIER, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo,
cinema marginal. São Paulo: Brasiliense, 1993.
28
9. DISCIPLINA: Educação Quilombola
Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Sonia Maria Marques
Ementa: Quilombos como território sócio-histórico, cultural e espaço de resistência.
História de comunidades quilombolas e remanescentes de quilombo no Brasil, a questão da terra
e os movimentos sociais para titulação de territórios quilombolas. A importância da narrativa em
comunidades tradicionais.
Bibliografia:
ANJOS, José Carlos Gomes, SILVA, Sérgio Baptista. São Miguel e Rincão dos
Martimianos: ancestralidade negra e direitos territoriais. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
2004.
ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. Territórios das comunidades remanescentes de
antigos quilombos no Brasil. Brasília: Edição do Autor, 1999.
AUGÉ, Mar. El Sentido de los otros: actualidade de la antropología. Barcelona:
Paidós, 1994.
AZEVEDO, Ramiro C. Uma experiência em comunidades negras rurais. São Luís:
Gráfica São Luís, 1982.
BALANDIER, Georges. A desordem. Elogio do movimento. Rio de Janeiro: Bertand
Brasil, 1997.
BALANDIER, Georges. O contorno: poder e modernidade: Rio de Janeiro: Bertand
Brasil, 1997.
BALANDIER, Georges. O Dédalo: para finalizar o século XX. Rio de Janeiro:
Bertand Brasil, 1999.
BANDEIRA, Maria de Lourdes. Território negro em espaço branco: estudo
antropológico em Vila Velha. São Paulo: Brasiliense, 1988.
BARBOSA, João Alexandre. Uma psicologia do oprimido. In BOSI, Ecléa. Memória e
sociedade: lembrança dos velhos, São Paulo: T. A. Queiroz, 1979.
BARCELLOS, Daisy Macedo de, Chagas Miriam de Fátima (et al). Comunidade
negra de Morro Alto: historicidade, identidade e territorialidade. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2004.
BAUER, José de Araújo. Reminiscências: história de Palmas. Palmas: Kaigang, 2002.
BAUER, Martim W., GASKEL. Pesquisa qualitativa com Texto, imagem e som: um
manual prático. Trad. de Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis: Vozes, 2002.
BOSI, Ecléia. Memória e Sociedade: lembranças dos velhos. São Paulo: T. A. Queiroz,
29
1983.
BOSI, Ecléia. O tempo vivo da memória, São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
BRITO, Joaquim Paes de. Entrevista concedida a Celso Castro, DURÃO, Susana.
Estudos Históricos, Rio de Janeiro nº. 33, 2004.
CALVINO, Ítalo. As cidades Invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
CALVINO, Ítalo. Seis Propostas para o próximo milênio, São Paulo: Companhia das
Letras, 1990.
NASCIMENTO, Elisa L. Matrizes africanas da Cultura brasileira. RJ: EDUERJ, 1996.
10. DISCIPLINA: Antropologia e religiosidade indígena: xamanismo, território,
predação, canibalismo, formas de resistência
Carga horária: 20 horas/aulas Prof. Ms. Antonio Pimentel Pontes Filho
Ementa: O objetivo desta disciplina é apresentar a produção da antropologia brasileira,
particularmente, em etnologia indígena e proporcionar ao aluno o reconhecimento desta
produção, sua problematização e seus principais estudiosos. A idéia é fazer um levantamento dos
autores e temáticas relacionadas, possibilitando aos alunos uma compreensão do que é a (s)
religião (ões) indígena (s). Para este fim, os conceitos de: cultura, diferença, religião, alteridade e
xamanismo serão os temas centrais que orientarão as leituras dos textos.
Bibliografia:
AGOSTINHO, Pedro. 1974. Kwarìp. Mito e Ritual no Alto Xingu. São Paulo:
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SILVA, Aracy Lopes da & GRUPIONI, Luís Donisete (org.). 1995. A Temática
Indígena na Escola, MEC/MARI/UNESCO, Brasília.
11. DISCIPLINA: Educação indígena
Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Evanilde Pereira Salles Lange
Ementa: As Diretrizes Curriculares Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais; A
legislação e a especificidade da educação escolar indígena; a formação de professores indígenas
para a educação básica; a instrumentação do professor e a produção do material didático; a língua
materna; o bilingüismo; a oralidade; a memória; a valorização étnica e diversidade cultural.
BIBLIOGRAFIA:
LADEIRA, M. I. Os índios guarani/mbya e o complexo lagunar estuarino de Iguape Paranaguá. Centro de Trabalho Indigenista. Coordenadoria de Proteção Recursos Naturais da
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. São Paulo, fev. 1994.
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RIBEIRO, D. Os índios e a civilização. São Paulo: Cia das Letras, 1996.
12. DISCIPLINA: Metodologia de ensino em cultura afro-brasileira e indígena
(disciplina didático pedagógica)
Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Francy R. da Guia Nyamien
Ementa: Estudo dos métodos pedagógicos para a construção e constituição da identidade
negra e indígena. Identidades culturais e suas relações com o desenvolvimento psicológico e com
as aprendizagens institucionais de grupos étnico-raciais. Formulação da identidade e processo de
socialização. Estudos sobre a identidade afro-descendente e indígena. A escola e a construção da
identidade na diversidade. A importância de uma auto-representação e auto-imagem positiva.
Bibliografia
32
ABRAMOWICZ, A.& MOLL, J. (orgs). Para Além do Fracasso Escolar. São Paulo:
Papirus, 1997.
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diferença. Campinas: Armazém do Ipê (Autores Associados), 2006.
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direitos humanos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
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Petrópolis: Vozes, 1997.
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Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação, 1998.
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Trad. Márcia Bandeira de Mello Leite Nunes. Petrópolis: Vozes, 1988.
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AS IDÉIAS RACISTAS, OS NEGROS E A EDUCAÇÃO. Série Pensamento Negro em
Educação 2ª edição, vol.1. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de Estudos negros), 2002.
Os Negros, os conteúdos escolares e a diversidade cultural. Série Pensamento Negro em
Educação 2ª edição, vol.3. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de Estudos negros), 2002.
SANTOS, G.; SILVA, M. P(orgs.) Racismo no Brasil: percepções da discriminação e do
preconceito racial no século XXI. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005.
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SOUZA, Neuza Santos. Tornar-se Negro : as vicissitudes da identidade do negro brasileiro
em ascensão racial. Rio de Janeiro : Edições Graal, 1983.
VASCONCELOS, M. F; RIBEIRO, R. B. (orgs) Diversidade cultural e desigualdade:
dinâmicas identitárias e jogo. Fortaleza: Editora UFC, 2004.
13. DISCIPLINA: Literatura oral e leitura infanto-juvenil afro-brasileira e indígena
Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Ruth Cecon Barreiros
Ementa: A importância da literatura infantil na formação do leitor mirim. obras infantis
que possibilitam reflexões acerca da cultura afro-brasileira e indígena. encaminhamentos
metodológicos para o trabalho de leitura destas obras em sala de aula.
Metodologia: 1) leitura e reflexões os textos teóricos 2)leitura e análise das obras infantis
3) dinâmica de trabalho em grupos para a discussão dos materiais apresentados e sugestões
pedagógicas para o trabalho em sala de aula.
Bibliografia:
ALMEIDA, Fernanda Lopes de. Berimbau. Editora Ática, 2006.
BRAZ, Julio Emílio. Lendas Negras. São Paulo: FTD, 2001.
_______Felicidade não tem cor. São Paulo. Ed. Moderna, 1998.
DIOUF, Sylviane Anna. As tranças de Bintou. São Paulo. Editora Cosac & Naify, 2004.
GOMES, Nilma Lino e MARTINS, Aracy Alvez. Afirmando direitos – acesso e
permanência de jovens negros na universidade. São Paulo: Autêntica, 2004.
JACQUART, Albert. Todos semelhantes todos diferentes. Editora Augustus. (tradução de)
Tous différentes, tous pareils. Éditions Nathan, 1991.
LAMBLIN, Christian. Luisa e Samira brigam. (tradução Luciano V. Machado). São Paulo:
Editora Ática, 2005.
_________Os pais de Samira se separam. São Paulo: Editora Ática, 2005.
_________Samira debocha do novo aluno. São Paulo: Editora Ática, 2005.
LIMA, Heloisa Pires. Histórias de Preta. São Paulo. Companhia das Letrinhas, 2002
LOBATO, Monteiro. Histórias da tia Anastácia, o Pica-pau Amarelo. São Paulo. Circulo do
Livro s/d;
MACEDO, Aroldo. Luana: a menina que viu o Brasil neném. São Paulo: FTD. 2000.
35
MACHADO, Ana Maria. Menina bonita do laço de fita. Editora Ática.2005
ROCHA, Rosa Margarida de Carvalho. Almanaque pedagógico afro-brasileiro: uma
proposta de intervenção pedagógica na superação do racismo no cotidiano escolar. São Paulo:
Editora Mazza, 2004.
AVALIAÇÃO:
Os critérios de avaliação dos participantes serão: a presença, a participação e as leituras
realizadas.
14. DISCIPLINA: . Literatura afro-brasileira e indígena, lendas e contos do folclore
afro-brasileiro e indígena
Carga horária: 20 horas/aulas. Elizabete Arcalá Sibin
Ementa: Estudo crítico da conformação teórica da Literatura afro-brasileira e indígena. A
imagem estereotipada do negro e do índio na historiografia literária brasileira. Estudo de lendas e
contos do folclore afro-brasileiro e indígena.
Bibliografia:
ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo: Círculo do Livro, 1976. _____.
Macunaíma. Edição Crítica de Telê Ancona Lopez. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos;
são Paulo: Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia, 1978.
BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Moderna, 1993.
BASTIDE, Roger. A poesia afro-brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 1943.
______. Estudos afro-brasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1983.
BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.
____. (Org.). Poesia negra brasileira. Porto Alegre: AGE/IEL, 1992.
BROOKSHAW, David. Raça e cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado Aberto,
1983.
CAMARGO, Oswaldo de. O negro escrito. São Paulo: Secretaria de Estado da CulturaImprensa Oficial, 1987.
CARNEIRO, Suely. Uma guerreira contra o racismo.Caros Amigos. São Paulo, ano III,
n.35, páginas 24 a 29, fev.2000, Entrevista..
CRUZ, Adélcio de Souza. Lima Barreto: a identidade étnica como dilema. 2001.
Dissertação (Mestrado em Literatura) – Faculdade de Letras, UFMG, Belo Horizonte.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Livraria Fator, 1983.
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FERREIRA, Ricardo Franklin. Afro-descendente: identidade em construção. São Paulo:
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FONSECA, Maria Nazareth Soares (Org.). Brasil afro-brasileiro. Belo Horizonte:
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HALL, Stuart. A identidade cultural na Pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.
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MUZART, Zahidé Lupinacci. Maria Firmina dos Reis. In: MUZART, Z.L. (Org.).
Escritoras brasileiras do século XIX. 2.ed.rev. Florianópolis/Santa Cruz do Sul: Editora
Mulheres/EDUNISC, 2000.
PENA, Sérgio D. J.; CARVALHO-SILVA, Denise R.; ALVES-SILVA, Juliana;
PRADO, Vânia F.; SANTOS, Fabrício R. Retrato molecular do Brasil. Ciência hoje,
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, v.27, n.159, p.16-25, abr.2000.
PIERUCCI, Antônio Flávio. Ciladas da diferença. São Paulo: Editora 34/EDUSP, 1999.
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SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial
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muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: História da vida privada no Brasil: contrastes
da intimidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. v.4, p.173-243.
15. DISCIPLINA: Teatro jesuíta e teatro africano; a figura do negro e do índio no
teatro brasileiro
37
Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Edina Boniatti
Ementa: Estudo do teatro como ferramenta pedagógica e veículo didático de criação,
discussão e estímulo que promove a investigação de novas possibilidades, a noção de processo e
de qualidade, o trabalho em equipe e a superação de obstáculos como a construção de textos, a
relação consigo mesmo e com o outro, tendo em vista o desenvolvimento de questões correlatas
às etnias afro-brasileira e indígena. O teatro jesuíta e o teatro africano; as figuras do negro e do
índio no teatro brasileiro
Bibliografia:
BRECHT, Bertolt. Teatro Dialético. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; seleção,
tradução e introdução: Luiz Carlos Maciel, 1967, p. 99.
COELHO, Nelly Novaes. A literatura infantil: história, teoria, análise: das origens
orientais ao Brasil de hoje. São Paulo: Ed. Quíron / Global. 2ª edição, 1982, p. 24.
COHEN, Renato. Performance como linguagem: criação de um tempo-espaço de
experimentação. São Paulo: Editora Perspectiva, 1989.
Castro, Ilíada Silva Alves de. Dramaturgia no teatro para crianças de São Paulo.
Dissertação
ECA/USP,
São
Paulo,
1987.
Orientador
Prof.
Dr.
Clóvis
Garcia.
DORMIEN, Ingrid K. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 2001.
——. Brecht: um jogo de aprendizagem. São Paulo:Perspectiva, 1991, p. 29.
GARCIA, Maria de. Teatro na Escola. Rio de Janeiro: Coisas da Mente Editores
Associados / Arte e Indústria Editora Ltda,1975, pp. 11-12, Introdução (Olga Reverbel).
GUINSBURG, J.. Diálogos sobre teatro. São Paulo: Perspectiva, 2002
——.Working in progress na cena contemporânea. São Paulo: Perspectiva, 1998.
MACHADO, Maria Clara. “O que deve se oferecer à criança?” In: Cadernos de teatro. Rio de
Janeiro: Tablado, nº 164-165, 2001.
NETO, Coelho. Theatro Infantil. In: Sandroni, op. cit.
BROOK, Peter. A porta aberta: reflexões sobre a interpretação e o teatro. Tradução
Antônio Mercado. 2a ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000, pp. 98-99.
REVERBEL, Olga. Um caminho do teatro na escola. São Paulo: Scipione, 1997, pp.
12-13.
Sandroni, Dudu. Maturando: Aspectos do desenvolvimento do teatro infantil no Brasil. Rio
de Janeiro: J. Di Giorgio & Cia, 1995.
SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. São Paulo: Summus, 1978.
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op. Cit
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——.Jogos
teatrais
na
sala
de
aula.
São
Paulo:
Perspectiva,
2007.
16. DISCIPLINA: Literatura africana de língua portuguesa – lírica e prosa
Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Claudiana Soeresen
Ementa: Estudo das relações estabelecidas entre História, Literatura e Memória nas
literaturas africanas de Língua Portuguesa. O olhar crítico sobre a colonização. As utopias
libertárias e a descolonização política e literária. As distopias sociais e literárias. As literaturas
africanas de Língua Portuguesa (Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e
Príncipe) por meio da leitura e análise sucinta das obras dos mais representativos autores dos
países referidos.
Bibliografia:
BONNICI, Thomas. O pós-colonialismo e a Literatura: estratégias de leitura. Maringá:
EDUEM, 2000.
BOSI, Ecléia. Memória e Sociedade: lembranças dos velhos. São Paulo: T. A. Queiroz,
1983.
CHAVES, Rita e MACEDO, Tânia (orgs.). Marcas da diferença: as literaturas africanas de
Língua Portuguesa. São Paulo: Alameda, 2006.
LE GOFF, Jacques. História e memória. (trad. Bernardo Leitão [et. al.] 4ª. ed. Campinas:
Editora Unicamp, 1996.
MINER, Horace. “Os ritos corporais entre os Nacirema”. A. K. Romney e P. L. Vore (eds.).
In: You and Others – readings in Introductory Antropology. (trad. Selma Erlich). Cambridge:
Winthrop Publishers, 1973, p. 72-76.
ROCHA, Everardo; SANTOS, Joel; BERND, Zila. O que é etnocentrismo, racismo e
negritude. Editora Círculo do livro, s/d.
SANTILLI, Maria Aparecida. Estórias africanas: História e Antologia. São Paulo:
Ática,1985.
Obras literárias de Mia Couto, José Craveirinha; Alda Lara; Jorge Barbosa; Agostinho
Neto; Francisco José Tenreiro; Pepetela; José Luandino Vieira e Castro Soromenho entre outros.
17. Disciplina: Produção de materiais didáticos para a educação afro-brasileira e
39
indígena
Carga Horária: 20 horas/aula. Professores João Catelan e Luciana Schröeder
Ementa: Estudo teórico-prático sobre a produção de materiais didáticos que problematizem
as relações raciais e de poder no Brasil e que estimulem a construção de materiais pedagógicos
para a Educação Básica. Sistematização de conteúdos discutidos nas disciplinas ao longo do
curso e proposição de atividades pedagógicas para sala de aula.
Bibliografia:
ANDREWS, G. R. Trabalhadores brancos e negros em São Paulo, 1888-1928. s.d.
(mimeo)
BARRETTO, E. S. S. (org.) Os Currículos do ensino fundamental para as escolas
brasileiras. São Paulo: Fundação Carlos Chagas; Campinas: Autores Associados, 1998. p. 5-42:
tendências recentes do currículo do ensino fundamental no Brasil. (Col. Formação de
Professores)
BITTENCOURT, C. M. F. Propostas curriculares de História: continuidade e
transformações. In: BARRETTO, E. S. S. (org.) Os Currículos fundamentais para as escolas
brasileiras. Campinas: Autores Associados; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1998. p.127-61.
(Col. Formação de Professores).
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Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília:
MEC/SEF, 1997a.
CANEN, A. Formação de professores: diálogo das diferenças. Ensaio: Avaliação e
Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro, v. 5, n. 17, p. 477-94, out.-nov. 1997.
CHAVES, Eduardo. Tecnologia e Educação: O Futuro da Escola na Sociedade da
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DREGUER, Ricardo e Toledo, Eliete. História: cotidiano e mentalidades, 7ª. São Paulo:
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SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2006.
18. Disciplina: Educação para os Direitos Humanos
Carga horária 20 horas/aula. Prof.. Ms. Carlos Alberto da Silva
Ementa: Ética, cidadania e direitos humanos: conceito e relação. Construção histórica dos
Direitos Humanos. Percepção dos direitos humanos e da cidadania na construção das lutas sociais
e na constituição de novos sujeitos de direito.
Direitos humanos e diversidade étnico-racial.
Educação não-discriminatória e promotora de uma cultura dos direitos humanos. Políticas
Públicas de educação em direitos humanos.
Bibliografia:
ARAÚJO, Ulisses F. & AQUINO, Júlio Groppa. Os direitos humanos na sala de aula: A
Ética Como Tema Transversal. São Paulo: Moderna, 2001.
BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em preto e branco: discutindo as relações
sociais. São Paulo: Ática, 2002.
41
BITTAR, Eduardo C. B. Ética, educação, cidadania e direitos humanos. Barueri: Manole,
2004.
BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano nacional de
educação em direitos humanos. Brasília: Secretaria Especial em Direitos Humanos, 2003.
_____. Constituição da República Federativa, 1988.
_____. Lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática
"História e Cultura Afro-Brasileira".
_____. Lei 8069 de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança e do adolescente.
_____. Lei Nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989. Lei do racismo.
CANDAU, Vera Maria, et al. Oficinas pedagógicas de direitos humanos. Petrópolis:
Vozes, 1995.
CANDAU, Vera e SACAVINO, Susana (orgs.). Educar em direitos humanos. Rio de
Janeiro: D& P Editora, 2000.
COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo:
Saraiva, 2008.
COVRE, Maria de Lourdes Manzini. O que é cidadania. Coleção Primeiros Passos. São
Paulo: Brasiliense, 1995.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 2001.
DORNELLES, João Ricardo W. O que são direitos humanos. São Paulo: Brasiliense, 1993.
DUARTE, Evando, et al. Cotas raciais no ensino superior. Entre o jurídico e o político.
São Paulo: Selo Negro, 2003.
LAFER, Celso. A internacionalização dos direitos humanos: constituição, racismo e
relações internacionais. Barueri: Manole, 2005.
KLAINER, Rosa; LÓPEZ, Daniel; PIERA, Virgínia. Diálogos com crianças: construindo
projetos educativos em e para os direitos humanos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração universal dos direitos humanos.
1948.
_____. Plano global de educação em direitos humanos. 2004.
RAYO, José Tuvilla. Educação em direitos humanos. Porto Alegre: Artmed, 2003.
SCHILLING, Flávia (Org). Direitos humanos e educação: outras palavras, outras práticas.
São Paulo: Cortez, 2005.
SILVA, Reinaldo Pereira. Direitos humanos como educação para a justiça. São Paulo: LTr,
1999.
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4. 4. 2 OFICINAS TEMÁTICAS: Durante o transcorrer do curso serão desenvolvidas 40
oficinas temáticas, 2 por mês, as quais envolverão atividades práticas que envolvam o uso da
voz, a interpretação do texto, a criação e comunicação de uma mensagem; além de todas as
questões práticas de confecção de cenários, figurinos, iluminação, sonoplastia, que se comunicam
com outros saberes. Oficinas de percussão afro-brasileira e indígena e montagem da peça teatral
A benzedura do concreto de André Boniatti, bem como oficinas de confecção de máscaras e
happenings sobre temáticas em torno do preconceito, do estereótipo, do racismo e da construção
de identidade e etnias.
4. 5 - METODOLOGIA DE ENSINO (DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVAS)
Com vista à realização dos objetivos acima indicados, pretende-se pôr em prática uma
metodologia que possa servir a prática pedagógica no interesse das etnias afro e indígena. Assim
cada disciplina do curso contempla obras que as discutem e as problematizam. Em cada uma
delas há incentivo para a leitura e reflexão integral dessas obras que se entendem como
esclarecedores para a prática pedagógica no sentido de conscientização do aluno da Educação
Básica. Acrescente-se que a bibliografia agora sugerida poderá ser completada consoante as áreas
de interesse dos alunos; da bibliografia constará também um Dossiê de Textos de Apoio (cuja
recolha e cujo critério de seleção é da responsabilidade do professor de cada uma das disciplinas,
e que estará disponível nas suas respectivas pastas).
O trabalho desenvolvido por cada professor aluno (ou grupo) deverá ter em conta a
dinâmica das aulas, que partirá sempre de uma análise prática dos textos para se chegar à
necessária formulação teórica. Assim, alguns textos serão comentados na aula, previamente lidos
em casa, outros consistirão em leituras-complemento, mas solicitando, sempre, uma leitura ativa
da parte dos alunos.
Parece certo que a mudança de mentalidade no Brasil deva começar na escola, espaço em
que se aprende, ou se deveria aprender, a história, a cultura e a arte das matrizes fundadoras de
nossa sociedade, incluindo a européia (portuguesa), a indígena e as várias etnias africanas.
Contudo, (e não foi por mero esquecimento) a história e cultura africana e afro-descendente e
afro-brasileira foram banidas do currículo escolar brasileiro. A omissão, tanto de conteúdos e
informações nos currículos escolares sobre a participação dos negros e dos índios na constituição
social cultural e histórica da população brasileira quanto de atitudes de interferência do professor
em situações de racismo em sala-de-aula, contribui para a situação de exclusão de alunos afrodescendentes e das temáticas indígenas dos bancos escolares.
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As metodologias de ensino utilizadas nas diferentes disciplinas serão: aulas expositivas,
com recursos didático-pedagógicos (painéis, transparências, retroprojetor, multimídias); leitura de
textos específicos e obras literárias completas; produção de textos de alunos fundamentados nos
conteúdos programáticos apresentados.
No decorrer do processo de ensino-aprendizagem será dada ênfase ao conteúdo-forma e a
teoria-prática como unidades sustentadoras das relações apresentadas nas várias disciplinas
direcionadas ao ensino da cultura, arte e história, afro-brasileira e indígena na Educação Básica.
Este curso de especialização pretende colaborar para construção de uma proposta que
interfira no processo de educação para as relações étnico-raciais. Dessa forma, ao colaborar para
a formação do educador e, indiretamente, promover discussão da temática na sala de aula em que
os professores lecionam. Para a aplicação da metodologia, os cursos propostos dialogam entre si
de modo a estabelecer um todo teórico-prático participativo, empregando-se linguagem adequada
à clientela, evitando-se as argumentações paternalistas e questionando a construção e legitimação
de um dizer julgado verdadeiro pelo discurso xenófobo.
A aparente neutralidade
do discurso hegemônico proporciona uma ilusão de
imparcialidade e, em conseqüência, conquista a credibilidade daqueles que são impedidos de
desenvolverem sua consciência crítica. Nesta especialização procurar-se-á identificar e construir
marcas culturais e atitudes que desmistifique essa neutralidade aparente. A base ou pressuposto
desta proposta de especialização é o reconhecimento de que as diferenças étnicas são usadas pelo
discurso hegemônico não como diferença a ser respeitada, mas com o objetivo de desvalorizá-la,
impondo ao diferente o ônus maior da construção da sociedade. Nesse sentido, esta
especialização busca inverter o processo que tende a desvalorizar o negro e o índio e impedir de
se associá-los a tais reconhecimentos e estereótipos negativos.
Considerando as questões anteriormente propostas, além das disciplinas em cada unidade,
serão propostos seminários temáticos, projeção de filmes, produção de material e artigo
(individual) de maneira que os professores das escolas públicas de Educação Básica contribuam
para uma sociedade mais democrática no que se refere à temática do curso.
Por último, a proposta de ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E
HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA se justifica como
forma de se atender a demanda reprimida, quer por parte dos professores da Educação Básica,
quer por necessidade legal de cumprimento a Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008 e quer,
ainda, para dispor à comunidade profissionais e textos críticos como instrumentos de análise
necessários para o aprofundamento da visão brasileira sobre o negro e o índio. Nesse sentido, a
presente proposta procurou centrar problemas e questionamentos pertinentes a essas duas etnias.
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Busca-se, com a diversidade de textos e o aclaramento de suas perspectivas, desenvolver o
conhecimento prático-teórico do aluno, a fim de que possa exercitar o discernimento crítico para
a análise e a interpretação dessa aguda questão histórica.
4. 6 - DADOS RELATIVOS AO CORPO DOCENTE QUE MINISTRARÁ
DISICPLINAS NESSE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO E AO COORDENADOR DO
CURSO (SÍNTESE)
a). Informações gerais:
Número total de docentes: 20 docentes
Número de docentes externos a Unioeste: 2 docentes
Número de docentes pertencentes ao quadro permanente da Unioeste 18 docentes
Titulação: 11 professores doutores e 9 professores mestres, alguns dos quais em processo
de doutoramento.
A coordenadora do curso, professora Valdeci Batista de Melo Oliveira, é graduada em
Letras pela UEM, com mestrado em Teoria Literária pela UNICAMP e doutorado em Letras pela
USP. Lotada no Ceca, pertence ao quadro efetivo da Unioeste, desde 1995 - Colegiado do Curso
de Letras Modernas - campus de Cascavel. Ministra as disciplinas de Teoria Literária, Literatura
Portuguesa, Literatura Universal, etc.. Atualmente exerce o cargo administrativo de Chefe da
Divisão de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão, onde, além de outros, desenvolve diversos
projetos de extensão universitária.
b). Apresentar os Curriculum Vitae - Plataforma Lattes – CNPq, do corpo docente e do
Coordenador do Curso, com cópia da última titulação.
4.7 – ORÇAMENTO DE ACORDO COM A RESOLUÇÃO ESTABELICIDA PELO
COU – (Resolução 059/2001 – COU – anexar planilha)
5 - PARECERES:
5.1 Ciência do Colegiado proponente
5.2 Parecer do Conselho de Centro
5.3 Parecer do Conselho de Campus
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formulário de curso de pós-graduação lato sensu