FORMULÁRIO DE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFROBRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA 1 - IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO 1.1 - UNIDADE RESPONSÁVEL: CECA- Colegiado do Curso de Letras 1.2 – INSTITUIÇÃO/CAMPUS: UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Cascavel 1.3 – CURSO DE ESPECIALIZACÃO EM: ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFROBRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA 1.4 - GRANDE ÁREA E ÁREA DO CONHECIMENTO: 1.3.1 LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES 8 00 00 00 2 1.3.2. ÁREA DO CONHECIMENTO 1: LETRAS - 8 03 00 00 1 1.3.3. ÁREA DO CONHECIMENTO 2: ARTES - 8 03 00 00 6 1.4 - UNIDADE RESPONSÁVEL: CECA- Colegiado do Curso de Letras 1.4.1 -CONVÊNIO: FUNDEP 1.5 - COORDENADOR DO CURSO: NOME: Profa. Dra. Valdeci Batista de Melo Oliveira TITULAÇÃO: Doutora em Letras 2 2 - CARACTERIZAÇÃO DO CURSO 2.1 - PERÍODO DE REALIZAÇÃO: INÍCIO: (02/03/2009) TÉRMINO: (01 /03/2011) Aulas aos sábados das 8 horas às 12 horas e das 13h30 às 17h30 Matrículas de 5 de fevereiro de 2009 a 10 de março de 2009 Local de Matrícula: Pró-Reitoria de Extensão - Divisão de Cultura Início das aulas: 21 de março de 2009 - Término 08/05/10 Período de férias: mês de julho de 2009 e a partir do dia 19 de dezembro de 2009 até 17 de fevereiro de 2010. Mês de julho de 2010. 2.2 - CARGA HORÁRIA: 360 horas/aula 2.3 - TIPO: ( X ) Especialização (Resolução n.º 01/2001- CNE/CES – Resolução 195/2003 – CEPE) ( ) Aperfeiçoamento - Resolução 195/2003 – CEPE ( ) Outro (especifique) : 2.4 - MODALIDADE DO CURSO: ( ) Modular ( X ) Regular ( ) Tempo integral ( ) Tempo parcial Período das aulas, e dias da semana: Aos sábados das 8 horas às 12 horas e das 13h30 às 17h30 2.4 - NÚMERO DE VAGAS: Máximo de 60 alunos e mínimo de 40 alunos para começar o curso 2.6 - CLIENTELA - ALVO: * O curso se destina a professores do Ensino Fundamental, Médio e Superior; aos graduados em Letras, Pedagogia e outros profissionais portadores de Diploma de Graduação em Ciências Humanas, Ciências Sociais, Exatas, Biológicas e de áreas afins, envolvidas com a Educação Básica. 3 2.7 - EVENTO: O Curso estará promovendo o I Seminário Internacional de Educação, cultura, história e artes afro-brasileira e indígena, no período de 25 a 29 de maio de 2010, com a presença de professores e escritores brasileiros e de Cabo Verde a Angola. 4 3 - OBJETIVOS E NECESSIDADE DO CURSO 3.1 - JUSTIFICATIVA / OBJETIVOS DO CURSO: 3.1.2. Objetivo Geral: O objetivo geral do curso é de fomentar condições de possibilidades para o cumprimento da Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008 que altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases para a Educação Nacional no Nível Básico, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena". 3.1.3. Objetivos específicos: Fomentar a reflexão crítica em relação às questões étnico-sociais, por meio da qualificação de professores e de pessoas diretamente envolvidas no processo de construção de identidades e de cidadania e estereótipo; Obter as ferramentas necessárias para lidar com conflitos raciais em todas as formas como eles se manifestem, percebendo que a realidade dos mesmos se torna cada vez mais freqüentes em nossa sociedade; Oportunizar aos profissionais a construção de uma visão integrada acerca da história e da cultura afro-brasileira e indígena, possibilitando-lhes o conhecimento de novas práticas educativas a respeito dessas identidades, inseridas no atual contexto da diversidade étnicocultural; Promover a inclusão social dos afro-descendentes e dos indígenas vista a partir da adoção de seus valores, pensamentos e práticas como contributivos essenciais a novas formas de organização civilizatórias; Contribuir para a consolidação da produção científica e acadêmica da Unioeste e da comunidade científica paranaense; Consolidar a oferta de cursos de pós-graduação da Unioeste com vistas a propiciar avanços na qualificação dos professores e profissionais da Educação Básica nas regiões abrangidas pela 5 instituição; Propiciar a articulação entre as diversas dimensões universitárias envolvidas com a Educação (ciclo básico, graduação, especialização, lato sensu e a extensão universitária), de modo que elas possam refletir e problematizar as diversas relativas às práticas educativas inclusivas; Fomentar a produção de estudos e pesquisas que possibilitem a construção de uma fortuna crítica de teorias e práticas voltados ao ensino das culturas afro-brasileira e indígena; Promover condições e situações em que o professor possa refletir sobre o processo de ensinar e aprender as culturas afro-brasileira e indígena de modo a contribuir para a formação de uma prática docente investigativa e reflexiva; Possibilitar ao professor da Educação Básica teorias que fundamentem as propostas pedagógicas sobre o ensino das culturas afro-brasileira e indígena; Promover a reflexão e o debate em torno dos estudos sobre o ensino das culturas afrobrasileira e indígena na Educação Básica; Cotejar experiências realizadas em diferentes contextos sociais e educacionais que envolvam o ensino das culturas afro-brasileira e indígena na Educação Básica e suas relações com as demais produções culturais valorizadas pela escola; Analisar os conteúdos e as imagens expostas nos livros literários infantil e juvenil e livros didáticos que versam sobre a figura e modus vivendi dos afros-descendentes e indígenas; Divulgar pesquisas sobre o ensino das culturas afro-brasileira e indígena no contexto do mundo virtual, salientando novas percepções e pedagogias possíveis. JUSTIFICATIVA DO CURSO: “Desrespeitando os fracos, enganando os incautos, ofendendo a vida, explorando os outros, discriminando o índio, o negro, a mulher, não estarei ajudando meus filhos a ser sérios, justos e amorosos da vida e dos 6 outros.” (Pedagogia da Indignação, 2000.) Últimas palavras escritas por Paulo Freire. Referia-se ao índio Galdino, assassinado por um grupo de adolescentes, em Brasília, 1997. Nós, brasileiros, no afã de construirmos uma nação conforme o olhar idílico que o imaginário eurocêntrico deitara sobre estas terras, deixamos insepultos os corpos de milhões de índios e negros e derruídos que massacramos sob o peso da corvéia ou da nossa violência sempre excessiva. Com o propósito de tirarmos do esquecimento o suor, o sangue e as vidas destes milhões que suportaram o peso de construir a 14.º economia do planeta, (2008), lembremo-nos de Walter Benjamim, para quem “todo monumento da cultura é também um monumento da barbárie”. “E, assim como a cultura não é isenta de barbárie, não o é, tampouco, o processo de transmissão da cultura. Por isso, na medida do possível, o materialismo histórico se desvia dela. Considera sua tarefa escovar a história a contrapelo”. Nesse sentido, a difícil tarefa de escovar a história e a sociedade a contrapelo foi assumida em parte pelo Estado Brasileiro, com a recente criação da Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008, que altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura AfroBrasileira e Indígena". Depois da criação da Lei 11.645/2008 a tarefa é passada a toda sociedade brasileira, mas, especialmente às IES e às escolas, na figura concreta dos profissionais da Educação que devem executar a incômoda tarefa de escovar a contrapelo os livros didáticos; as posturas; os hábitos; o gestus; as convicções; as formações discursivas e ideológicas; as salas de aulas; os planos de ensino; os currículos; as mídias; para limpar deles o ranço e o ódio arraigados sub-repticiamente. Toda sorte de homofobias fascistas foram escondidas nos desvãos da cultura e travestidas de preconceitos, estereótipos e de todo o arsenal criado para oprimir e impedir a inclusão, quer dos negros, quer dos índios, quer de outros grupos e etnias, os quais, na mais absoluta maioria, compõem a classe espoliada. Brecht os anteviu no belíssimo poema Perguntas de um Operário que lê: Quem construiu Tebas, a das sete portas? 7 Nos livros vem o nome dos reis, Mas foram os reis que transportaram as pedras? Babilônia, tantas vezes destruída, Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas Da Lima Dourada moravam seus obreiros? No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde Foram os seus pedreiros? A grande Roma Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio Só tinha palácios Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida Na noite em que o mar a engoliu Viu afogados gritar por seus escravos. O jovem Alexandre conquistou as Índias Sozinho? César venceu os gauleses. Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço? Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha Chorou. E ninguém mais? Frederico II ganhou a guerra dos sete anos Quem mais a ganhou? Em cada página uma vitória. Quem cozinhava os festins? Em cada década um grande homem. Quem pagava as despesas? Tantas histórias Quantas perguntas Se a escola é um espaço de combate ao racismo e à discriminação racial, está mais do que na hora de colocar esse combate na afetividade concreta da formação escolar oferecida pela Educação Básica, de modo a trazer à baila a cultura, a história, as artes daqueles que arcaram com 8 os custos de se construir a sociedade brasileira. Especialmente, cá nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, nas quais o grau de provincianismo cresce à proporção dos quilômetros que as distanciam das capitais. Eis que urge tirá-las do limbo do provincianismo tacanho, especialmente em Cascavel, cidade em que o preconceito chega às raias de algumas paróquias não aceitarem os padres negros ou alguns que nem negros são, mas possuem pele escura, como os indianos: dois destes foram impedidos de permanecer numa de nossas paróquias (Paróquia Santo Antônio), obviamente pelo racismo e preconceito da cor. Nem se aceitam padres que se metem a construir abrigos para os homeless, em lugar de ficar rezando ave-marias insossas. Obviamente que os padres banidos não foram forçados de forma direta a irem embora, há na cultura brasileira um imenso rol de estratégias mais sutis, subterfúgios e outros estratagemas de não se aceitar um padre negro numa paróquia, assim como de fomentar os preconceitos dentro e fora das salas de aulas. Ações desse naipe estão espalhadas por todo território nacional, embora não faltem tentativas legais de exorcizá-las das relações sociais. De fato, desde os tempos da Primeira República (1839/1930) até a edição da Lei 11.645/2008, muitos passos foram dados até se chegar à atual incorporação do estudo das civilizações indígenas e africanas nas escolas brasileiras. Pode-se citar, por exemplo, a LDB de 1961 (art. 38, III) a determinar que as diferentes culturas devam ser o escopo do ensino da História do Brasil. Entre a criação da Lei e a sua prática nas relações sociais está o fosso da exclusão. E apenas em 2008 a legislação foi mais severa a ponto de exigir o ensino das duas culturas em escolas brasileiras. Esta especialização em ensino da cultura das artes e da história afro-brasileira e indígena na educação básica, pretende executar a parte que lhe couber desta tarefa de escovar o discurso hegemônico a contrapelo. Por primeiro trazendo à baila a história, a voz, a memória, o imaginário, as artes, a religiosidade, enfim, numa palavra, a cultura afro-brasileira e indígena, subsumidas nos porões da cultura hegemônica, pois como sustenta Paul Connerton, “não há dúvida de que o controlo da memória de uma sociedade condiciona largamente a hierarquia do poder” (1993: 2). Assim, não foi por um mero esquecimento, ao contrário, foi por obra de um apagamento intencional e criminoso que se empurraram os negros e índios, cada um na sua especificidade, para as classes deserdadas, para as periferias dos grandes centros cosmopolitas, para as piores porções de terras. Pouco adiante acrescenta o mesmo Paul Connerton, “as nossas experiências do presente dependem em grande medida do conhecimento que temos do passado e (...) as nossas imagens desse passado servem normalmente para legitimar a ordem social presente.” (1993: 4). Conforme é sabido, a escola é um espaço de poder e é ,oficialmente, o único espaço de educação que tem a incumbência legal de fomentar a formação por meio do conhecimento 9 científico. Por isso tem sido catastrófica a prática costumeira de se negar a existência de uma outra história que não seja aquela já esquematizada pelo pensamento dominante, cujo vórtice de importância centra-se na cultura e história eurocêntrica como matriz de construção das identidades. O que nela sobra para a diversidade etnográfica ou de gêneros? O resultado é serem, historicamente, apresentadas e representadas como algo exótico, folclórico, o que reforça e estimula a homofobia. Num país formado por diversas etnias, essa prática escolar chega às raias da criminalidade e da alienação neurótica. Por outro lado, a escola estuda as etnias de modo superficial e distante do cotidiano vivo das relações e práticas sociais e culturais, postura que também reforça estereótipos, naturaliza os problemas raciais e sociais, justificando-os por meio de recursos da psicologia (por exemplo: índio é preguiçoso, negro é violento, etc). É por isso que diversos movimentos sociais têm reivindicado mudanças e realizado ações educativas que propõem uma nova postura e agenda da escola em relação aos grupos étnico-raciais que compõem o povo brasileiro. Mas mudanças são processos que demandam tempo e empenho, pois elas devem desvelar os silêncios da história que revelam os mecanismos e dispositivos de elaboração hegemônica do passado postos, justamente, para frear as mudanças e, portanto, como instrumentos de manipulação da memória coletiva pela cultura hegemônica. Nesse sentido, o esquecimento constitui uma vala comum onde repousam atores e personagens anônimos e episódios e ações marginais, suprimidos e eliminados pelas narrativas históricas ortodoxas e convencionais. E se a memória histórica do passado influencia o presente, o controlo sobre essa memória histórica torna-se um sólido instrumento de dominação, em que os negros e índios foram e são jogados ao léu da sorte ou no cadinho mais baixo do diferente, a serem temidos ou menoscabados. Entretanto, se a história se realiza em movimentos que, a princípio, poderiam ser diferentes, ou seja, se a concepção benjaminiana de tempo perdido não se encontra no passado, mas no “futuro”, isto é, nos sonhos, nos desejos, nas aspirações do não-realizado, daquilo que não chegou a se concretizar, mas que ainda se encontra voltado para o porvir, esperando condições de possibilidades para emergir qual uma utopia retrospectiva, a Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o estudo da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, na Educação Básica, traz à baila estas condições de possibilidades. Cabe ao corpo docente da Unioeste aceitar o desafio de ajudar na construção do futuro que queremos outorgar em relação às identidades dos índios e dos negros brasileiros. Este projeto pretende resgatar a luta dos afro-descendentes e dos povos indígenas que, por meio de pressões políticas e culturais podados muitas vezes, têm procurado fazer a inserção de sua cultura e história no currículo escolar brasileiro. Atitude que revela o reconhecimento da 10 Educação formal como fértil campo de disputa das diversas classes sociais. Com isso também se pretende demonstrar a importância e a fatia da cultura negra e indígena para a formação da sociedade brasileira, resgatando as suas contribuições nas áreas social, cultural, econômica e política, no que respeita à história do Brasil. Nesse sentido, esta especialização pretende incorporar os conteúdos da História, da Literatura, da Arte e demais disciplinas acerca da cultura afro-descendente e indígena, como construtores da cultura brasileira tout court que não podem ficar restritos a propostas de transversalidade temáticas, mas devem ser conteúdos efetivos das grades curriculares e serem desenvolvidas para contribuir para o senso crítico dos alunos, professores e outros atores da educação. Para tanto, é preciso programar conteúdos e posturas filosóficas que contribuam para os professores repensarem seus valores e conceitos sobre as diversas etnias que compõem a sociedade brasileira, bem como repensarem seus propósitos com os alunos, reformulando toda uma forma de pensar e ver a cultura afro-brasileira e indígena, com vistas a desenvolver uma pedagogia do oprimido à Paulo Freire, com referências às histórias das culturas afro-descendente e indígena, desde o período pré-colonial até a contemporaneidade. 3.2 - NECESSIDADE / IMPORTÂNCIA DO CURSO PARA A IES, REGIÃO E ÁREA DO CONHECIMENTO: O curso de ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA pode colaborar com as discussões sobre políticas de ação afirmativa, já em curso nas universidades brasileiras, tais como a reserva de cotas para estudantes oriundos de escolas públicas. Há uma necessidade (e exigência legal, determinada pela Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008) de que as questões étnico-raciais se façam presentes nos cursos de formação oferecidos pela instituição - Graduação e Pós-Graduação. No entanto, em relação às necessidades resultantes da opressão imposta ao negro e ao índio, duas figuras basilares na formação da população brasileira, essas ações são ainda tímidas, no sentido de envolver-se em proposições e processos que dêem cumprimento à legislação em vigor. As Diretrizes Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana postulam a necessidade de políticas de reparações e valorização de ações afirmativas: Cabe ao estado promover e incentivar políticas de reparações, no que cumpre 11 ao disposto na Constituição Federal, Art. 205, que assinala o dever do estado de garantir indistintamente, por meio da educação, iguais direitos para o pleno desenvolvimento de todos e de cada um, enquanto pessoa, cidadão ou profissional. Sem a intervenção do estado, os postos a margem, entre eles os afro-brasileiros, dificilmente, e as estatísticas o mostram sem deixar dúvidas, romperão o sistema meritocrático que agrava desigualdades e gera injustiça, ao reger-se por critérios de exclusão, fundados em preconceitos e manutenção de privilégios para os sempre privilegiados. (pg.11) Contudo, no Paraná, embora a SEED, desde 2005, tenha promovido cursos e debates sobre a temática, visando sensibilizar e capacitar os professores, muito pouco tem sido feito, uma vez que os professores sentem dificuldades em organizarem suas aulas devido à escassez de material didático sobre o assunto. Vemos então que as universidades, como lócus privilegiado de formação e inclusão, têm a frente importante papel a cumprir, que consiste em, a partir de seus espaços, estender esse papel, com rigor e cientificidade, às ações dos sistemas educacionais (estaduais e municipais), envolvidas na etapa formativa da Educação Básica de modo a priorizar o maior número de implicados como o próprio nome já sugere. As escolas públicas apresentaram grandes dificuldades de implantar um ensino voltado para a educação para as relações étnico-raciais. Esse movimento de implementação de políticas reparatórias enfrenta obstáculos políticos que questionam a legitimidade das reivindicações de Políticas de Ação afirmativas; também obstáculos sociais, porque a característica multiétnica de nossa sociedade muitas vezes oblitera os processo de hierarquização e as posturas assumidas ou dissimuladas de diferenciação étnicoracial. Segundo Moura, no estudo “Ritmo e ancestralidade na força dos tambores africanos”, a contribuição das festas dos quilombos são como “elemento criador e recriador da identidade”. No trabalho, quando se refere à forma como se desenvolve a aprendizagem das crianças, diz que, nas comunidades estudadas, as crianças aprendem porque participam de todas as atividades: nas danças, nos cânticos, na arrumação do ambiente, na seleção das roupas, na preparação do altar, isto é desde a preparação da festa até o momento de sua finalização. Todo o processo é participativo e as crianças e os jovens querem tomar parte nos rituais por que aquilo faz sentido para eles, faz parte de sua vivência e reafirma a noção de 12 pertencimento àquela comunidade. Aprendem assim seus papéis e a hora de exercê-los porque lhes é permitido conhecer o legado dos mais velhos, recriado no presente, assim como sua história, que é valorizada constantemente ( Moura, 1997, p. 240). A autora aponta a significação do novo conhecimento e o envolvimento dos sujeitos aprendentes como marca dessa forma de ensinar e aprender. Entende que as crianças aprendem na e com a comunidade e que isso produz um conhecimento capaz de envolver a criança e criar nela os sentidos e significações sobre o entrono que a circunda. No entanto, o conhecimento sistematizado que acontece na escola não tem oferecido possibilidades para a vivência dessas diferentes formas de conhecimento e educação. Não podemos nos esquecer de que já se passaram mais de 100 anos desde que a Lei Áurea foi sancionada pela princesa Isabel, em maio de 1888. Desde então, os afro-descendentes têm sido relegados à margem do sistema sócio-econômico, político e cultural. Se os incentivos governamentais à vinda de imigrantes europeus, em início do século XX, tinham o nítido objetivo de branquear a nação brasileira, eliminando os traços da mestiçagem, no que diz respeito ao ensino nas escolas a exclusão da história e da cultura negra foi mais brutal. A África foi praticamente banida dos currículos escolares e universitários e os traços culturais deixados pelos africanos no Brasil, embora marcantes em nossa identidade cultural quer sejamos afro-descendentes ou não, aparecem diluídos e destituídos de caracterização própria e definida. Segundo Del Priore e Venâncio, Muito sabemos sobre a presença dos europeus entre nós. Hoje, conhecemos um pouco mais sobre os indígenas. Contudo, fora da monótona rotina do trabalho escravo, pouco ou nada sabemos do que fizeram os africanos enquanto “colonizadores”, com tradições culturais rivais às dos europeus. Nos manuais escolares e mesmo nas universidades quase nada se aprende sobre nossos avós em sua terra de origem, a África. (2004:32) Essa situação de discriminação do afro-descendente, tanto social quanto escolar, camuflada por tantos anos sob a roupagem do mito da democracia racial brasileira, não pôde mais ser ignorada pelo poder oficial, que desde 1988, com a Lei nº 7.668, tem feito tentativas no sentido de atenuar as enormes discrepâncias sociais entre brancos, negros e índios no Brasil. Nesse sentido, a Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008, que estabeleceu as Diretrizes Curriculares 13 para a educação das relações étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e Indígena, possibilitam o estudo da ancestralidade africana, suas organizações sócioculturais e políticas e suas construções culturais, sobretudo no Brasil, mudando o foco dos estudos que sempre recaíam no período da escravidão, mostrando o negro sempre como escravo. O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da identidade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e políticas pertinentes à História do Brasil. (Lei 10.639\2003, art. 1º) Contudo, em um país como o Brasil em que, muitas vezes, “as leis não pegam”, é preciso criar condições para que elas de fato se concretizem. É evidente o despreparo de educadores para ministrar conteúdos com os quais eles não tiveram contato em sua vida escolar e acadêmica. Parece que as universidades públicas têm uma grande responsabilidade nesse processo de transformação de atitudes e valores da sociedade brasileira. Desse modo, a criação do Curso de Especialização lato sensu, ENSINO DA CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA, contribuirá para promover estudos, debates e difusão de conhecimentos relativos às culturas afro-brasileira e indígena, no périplo de atuação da Unioeste. Contribuirá também para o trabalho para a inclusão de conteúdos e disciplinas voltados ao estudo das culturas afro-brasileira e indígena, tanto nas licenciaturas, para a organização de cursos e seminários que articulem os conhecimentos produzidos na universidade com as necessidades da escola básica e a manutenção de uma sala própria com uma biblioteca de pesquisa e manutenção de um sítio de divulgação dos trabalhos, são ações que a médio e longo prazo promoverão transformações efetivas tanto no trabalho dos educadores na escola quanto na sociedade em geral, uma vez que uma educação menos excludente e anti-racista beneficiará a sociedade como um todo. Além disso, segundo a pesquisadora de cultura africana e afro-brasileira da UNESP, Claude Lépine, a história do Brasil e de várias nações africanas e indígenas está entrelaçada, de modo que o estudo da história afro-brasileira e indígena deveria enriquecer a compreensão da nossa própria história. No presente, interesses comuns já unem vários países da África e do Brasil. (ANDREI e FERNANDES, 2007, p.p. 36-7). Nesse sentido, seria importante pensarmos sobre o caráter emancipatório da educação já há muito discutido. Para Oliveira (2000, p. 117): 14 O caráter emancipatório da educação é contemplado na medida em que os objetivos propostos e os conteúdos selecionados adquirem relevância social e acadêmica. A relevância social dos objetivos e conteúdos da educação está condicionada às suas possibilidades de fazer o educando compreender as suas condições na sociedade e as maneiras pelas quais esta condição foi histórica e socialmente construída e mantida na atualidade. A relevância acadêmica tem caráter epistemológico e se vincula ao grau de confiabilidade dos conhecimentos postos à disposição dos educandos como instrumentos para compreensão da realidade. Assim, urge redimensionar as práticas acadêmicas, de maneira que, ao longo da formação, sejam estabelecidas discussões sobre a temática das “relações raciais”. Mas também, e, ao mesmo tempo, se criem condições para que a atuação docente possibilite a produção de saberes a partir da problemática e investigação no/do contexto educativo (político, social, cultural...) no qual a escola se insere. Pinto (200, p. 124) entende que “a questão que se coloca é a de saber como a escola lida com a diversidade virtual ou real, nos conhecimentos que transmite, nas ações que realiza e nas relações que resultam desse processo”. Vemos que cabe à escola compreender as diferentes relações que ocorrem no seu interior, investindo para (des)naturalizar as formas como têm se apresentado às relações raciais nos materiais didáticos, nas relações entre os alunos e professores, nos currículos, nas posturas assumidas ou dissimuladas... Certamente, a escola precisa agregar o tema das relações raciais às discussões e ações cotidianas, assumindo a tarefa educativa e fazendo valer o direito à diferença. Nesse sentido, haveria um ganho para a instituição (formação de professores em um tema urgente e atual), para a região, uma vez que a ação desses profissionais com novas posturas e possibilidades no trato da temática étnico-racial teria um poder de desdobramento em suas ações na escola e para a área de conhecimento com a produção de pesquisas e materiais didático para subsidiar a ação dos professores e gestores do sistema público de educação. 15 4 - ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO CURSO 4.1 - PROCESSO SELETIVO a) Inscrição para seleção: Período: 05/02/2009 a 10/03/2009 Local: Pró-Reitoria de Extensão — Divisão de Cultura Endereço: UNIOESTE — Reitoria do campus de Cascavel Na Rua Universitária, 1619 - Bairro: Jardim Universitário Cascavel – Paraná, Caixa Postal 701 - CEP 85819-110 Fone: (045)3220-3062 e-mail para contato: [email protected] Horário das 8 às 12 horas e das 14 às 17 horas b) Documentação exigida: Ficha de Inscrição; 1 foto 3X4 recente; Diploma de Graduação (Fotocópia) ou declaração de conclusão do curso (para graduandos em 2008); Certidão de nascimento ou casamento (Fotocópia); Documento de Identidade e CPF (Fotocópias); Curriculum Vitae sintetizado (2 folhas). c) Seleção: Entrevista Valor da inscrição: R$ 80,00 A ser depositado no Banco Itaú Agência 3924 Conta Corrente: 01139-2 16 4.2 - PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO ALUNO NO CURSO: 4.2.1 TRABALHO DE CONCLUSÃO: Ao final do Curso, sob a supervisão de um orientador, o aluno devera elaborar um artigo para publicação de livro contendo todos os artigos dos alunos e orientadores que assim o desejarem. Os artigos deverão ser inéditos e ter como tema a discussão e a problemática a respeito de alguma das questões, teorias e áreas de conhecimento abordadas no curso. Os artigos deverão ter no mínimo de 15 e no máximo de 20 páginas. Data limite para entrega do artigo: 20 de novembro de 2010 Aos professores(as) ministrantes das disciplinas propostas pela Especialização em ensino da cultura, artes e história afro-brasileira e indígena na educação básica caberá a tarefa de orientar no mínimo 2 e máximo 3 três artigos finais, para essa atividade o professora receberá o valor de 200,00 reais por artigo orientado. 4.2.2 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO ALUNO POR DISCIPLINAS: (X) Provas (X) Trabalhos finais de disciplinas 4.2.3. CERTIFICADO (X) SIM ( ) NÃO 4.2.4. SETOR RESPONSÁVEL PELA EMISSÃO: DPGI/PRPPG 17 4.4 - EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS DAS DISCIPLINAS 1. DISCIPLINA: História e Historiografia dos povos indígenas e negros no Brasil Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Nilceu Jacob Deitos Ementa: Estudo de leituras históricas da presença indígena e negra na constituição da cultura brasileira do período colonial e imperial do país. Estudos da historiografia dos povos afrobrasileiro e indígena, bases fundantes da sociedade brasileira.. Razões e origens do escravismo negro e indígena no Brasil. Educação e escravismo no Brasil. A formação da identidade nacional e a questão étnico-racial. Diáspora: vida e existência cultural e histórica dos africanos e seus descendentes fora da África. Bibliografia: BASTIDE, Roger. Estudos Afro-Brasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1983. BURKE, Peter (org). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Editora da Universidade Estadual de São Paulo, 1992. CAMARGO, Oswaldo de. O negro escrito. São Paulo: IMESP, 1987. CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura oral no Brasil. São Paulo: Itatiaia, 1984. CHIAVENATO, Julio José. O negro no Brasil: da senzala à guerra do Paraguai. São Paulo: Brasiliense, 1980. CONRAD, Robert. Tumbeiros. São Paulo: Brasiliense, 1985. FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala. 30ed. Rio de Janeiro: Record, 1992. HOBSBAWM, E. J. (org.) A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. ___. Bandidos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976. HUNT, Lynn. A nova história cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992. HUTCHEON, Linda. Poética do pós-modernismo: história, teoria e ficção. Rio de Janeiro: Imago, 1991. LE GOFF, Jacques. A história nova. São Paulo: Martins Fontes, 1998. MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. MEYER, Marlyse. O folhetim: uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. ___. Autores de cordel. São Paulo: Abril Educação, 1980. MENTON, Seymour. La nueva novela histórica de la América Latina. 1979-1992. México: Fondo de Cultura Econômica, 1993. MIGNOLO, Walter. “Lógica das diferenças e política das semelhanças: da Literatura que parece História ou Antropologia ou Vice-versa”. In: CHIAPPINI, Lígia & AGUIAR, Flávio Wolf 18 de. Literatura e história na América Latina. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1993. p. 115-135. MOURA, Clóvis. História do negro brasileiro. São Paulo: Ática, 1989. MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. São Paulo: Ática, 1986. PERROT, Michelle. Os excluídos: operários, mulheres, prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. PESAVENTO, Sandra Jatahy. Simpósio Nacional da Associação Nacional de História. Florianópolis: FFLCH, 1999. RABASSA, Gregory. O negro na ficção brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1965. RODRIGUES, Nina. Os africanos no Brasil. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1945. SERRA, Ordep. Águas do rei. Rio de Janeiro: Vozes, 1995. 2. DISCIPLINA: Mídia e etnia: figurações do índio e do negro na imprensa brasileira: construção de identidades étnicas Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Alexandre Ferrari Ementa: Estudo de textos jornalísticos e do modo como eles construíram/constroem a imagem do negro e do índio em suas páginas, a partir dos pressupostos da análise do discurso de orientação francesa. Estudo e análise as estratégias de silenciamento e esquecimento nas mídias e o efeito de sentido desse processo na construção das identidades dos índios e negros. Bibliografia: ANDRADE, Rosane de. (2002). Fotografia e antropologia – olhares fora-dentro. São Paulo: Estação Liberdade. BARTHES, Roland. (1984). A Câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. BRANDÃO, Helena H. Nagamine. (2002). Introdução à análise do discurso. Campinas: Editora da Unicamp. DIJK, Teun A. van. (2008). Racismo e discurso na América Latina. São Paulo: Contexto. DUBOIS, Phillippe. (1993). O ato fotográfico. Campinas: Papirus. 19 ERIBON, Didier. (1996). Michel Foucault e seus contemporâneos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. FELDMAN-BIANCO, Bela & LEITE, Miriam L. Moreira (orgs). 1998. Desafios da imagem – fotografia, iconografia e vídeo nas ciências sociais. Campinas: papirus. FOUCAULT, Michael.(1987). Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: vozes. ——.(1999) Em defesa da sociedade: Curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes. ——.(2004). Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária. GADET, Françoise & HAK Tony (org). (1990). Por uma análise automática do discurso; uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Editora da Unicamp. HENRY, Paul. (1992). A ferramenta imperfeita: língua, sujeito e discurso. Campinas: Editora da Unicamp. HOUAISS, Antônio (2001). Dicionário eletrônico da língua portuguesa. São Paulo: Objetiva. INDURSKY, Freda. (1997). A fala dos quartéis e as outras vozes. Campinas: Editora da Unicamp. MAINGUENEAU, Dominique. (1993). Novas tendências em análise do discurso. Campinas, SP: Pontes. ——.(1998). Termos-chave da análise do discurso. Belo Horizonte: Ed. UFMG. MARIANI, Bethania (1998). O PCB e a imprensa – os comunistas no imaginário dos jornais 1922-1989. Rio de Janeiro: Revan. ——.(2001). A institucionalização da língua, história e cidadania no Brasil do século XVIII: o papel das academias literárias e da política do Marquês de Pombal. In: História das Idéias Lingüísticas – construção do saber metalingüístico e constituição da língua nacional. ORLANDI, Eni P. (org.). Campinas: Pontes. ORLANDI, Eni. (1983). A linguagem e seu funcionamento; as formas do discurso. São Paulo: Brasiliense. ——.(1988). Discurso e leitura. São Paulo: Cortez, Editora Unicamp. ——.(1996). Interpretação: autoria, leitura e feitos do trabalho simbólico. Petrópolis, Vozes. ——.(org). (1997). Gestos de leitura – da história no discurso. Campinas: Editora da Unicamp. ——. (2001-A). Análise de discurso: princípios e parâmetros. Campinas: Pontes. 20 ——. (2001-B). Discurso e texto: formação e circulação dos sentidos. Campinas: Pontes. ——. (2002-A) As formas do silêncio. Campinas: Editora da Unicamp. ——. (2002-B) Língua e conhecimento lingüístico: para uma história das idéias no Brasil. São Paulo: Cortez. PÊCHEUX, Michel. (1990) O discurso: estrutura ou acontecimento? Campinas: Pontes. ——.(1995) Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Editora da Unicamp. SERRANI, Silvana M. (1993). A linguagem na pesquisa sociocultural: um estudo da repetição em discursividade. Campinas: Editora da Unicamp. 3. DISCIPLINA: Introdução ao culto dos Orixás Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Bartolomeu Tavares Ementa: Histórico e evolução dos conceitos, objetivos, princípios e estratégias para a compreensão do politeísmo afro-brasileiro. Objetivos: Propiciar a compreensão da Religião afro-brasileira (Candomblé); Analisar os fundamentos necessários à prática da educação afro-brasileira e nos novos paradigmas; Desenvolver ações, teórico-práticas, que facilitem a compreensão da educação da religião africana. Conteúdo Programático: Histórico: tráfico de escravos e candomblé. 02 – Objetivos, princípios e estratégias para o pensamento arquetipal dos Orixás. 03 - A relação Orixá-Homem Interação entre o “filho” e o orixá. Relação entre o “dono da cabeça” e os santos secundários. A margem de manipulação na atribuição dos santos. Nomes: de como o discurso toca a psique. 04 - Princípios, valores e comportamento. 05- O sincretismo religioso no Brasil 06- O culto e seus rituais 21 Metodologia: Aulas expositivas com auxílio de datashow; Debates; Estudos em grupos; Trabalhos em grupo e/ou individual; Interpretação de textos. Avaliação: Feitura de provas ou trabalhos escritos ao final da disciplina Bibliografia: COSTA, Ivan H. 1995. Ifá o Ôrìxá do destino: o jogo do Ôpón e do Ôpêlê Ifá. São Paulo: Ícone Editora. 280p. GLEASON, Judith. 1999. Oya: um louvor à Deusa Africana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 358p. PRANDI, Reginaldo. 2001. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras. 591p. BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1971. SEGATO, Rita Laura. 2005. Santos e Daimones: o politeísmo afro-brasileiro e a tradição arquetipal. 2 ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília. 516p. VERGER, Pierre. 1999. Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 615p. 4. DISCIPLINA: . Poesia lírica afro-brasileira e indígena Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Dr. Wagner Souza Ementa: Estudo de poemas líricos de expressão portuguesa que retratem as figura do negro e o do índio. Bibliografia: ALVES, CASTRO. “Navio Negreiro” In: Recortes. Companhia das Letras, São Paulo, 1993. BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense, 1988. ___. Literatura e identidade nacional. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1992. BOSI, Alfredo. A dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. 22 ___. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Brookshaw, David. Raça & cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983. DAMASCENO, Benedita Gouveia. Poesia negra no modernismo brasileiro. Campinas: Pontes, 1988. GOMES, Heloísa Toller. O negro e o romantismo brasileiro. São Paulo: Atual, 1988. LUANDINO Vieira, José Luanda. São Paulo, Ática, 1982. RUSSEL, Hamilton G. "Preto no Branco, Branco no Preto - Contradições Lingüísticas na Novelística Angolana" ———.Literatura africana, literatura necessária. Lisboa, Edições 70, 1984. SANTILLI, Maria Aparecida. Africanidade. São Paulo, Ática, 1985. SANT’ANNA, Affonso Romano de. O canibalismo amoroso. São Paulo: Brasiliense, 1984. SAYERS, Raymond. O negro na literatura brasileira. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1958. SCHLAFMAN, Léo. “O poeta dos oprimidos”, in: Caderno Idéias, Jornal do Brasil, 7 de Março de 1997. ______. “Romântico e libertário”, in: Caderno Idéias, Jornal do Brasil, 7 de Março de 1997. 5. DISCIPLINA: Ritmos indígenas e africanos na música brasileira Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Stéfano Paschoal Ementa: Nesta disciplina pretende-se apresentar e discutir ritmos africanos e indígenas, bem como sua influência na formação da identidade musical brasileira. Para tanto, serão analisadas peças musicais do âmbito erudito e popular. Nortearão as discussões aspectos técnicos da música (ritmo) e textos acadêmicos sobre folclore brasileiro. Bibliografia: ANDRADE, Mário de. Ensaio sobre a Música Brasileira. São Paulo: Livraria Martins, 1962. ______. Aspectos da Música Brasileira. Belo Horizonte: Villa Rica, 1991. BASTOS, Rafael José de Menezes e PIEDADE, Acácia Tadeu de Camargo, ”Sopros da Amazônia: sobre as músicas das sociedades tupi-guarani”. In: Revista Man, vol.5, nº2, Rio de 23 Janeiro, 1999. GUARNIERI, Camargo. Congada. KATER, Carlos. Eunice Katunda: musicista brasileira. São Paulo: Annablume, 2001. LACERDA, Osvaldo. Exercícios de teoria elementar da música, São Paulo: Editora Ricordi, 1988. MACEDO, Márcio, De corpo e alma na memória afro-brasileira, in: SILVA, Vagner Gonçalves da (org), Arte do Corpo, São Paulo: Solo Negro Edições, 2004. POZZOLI, Guia teórico-prático para o ensino do ditado musical. São Paulo: Editora Ricordi, 1992 SEKEFF, Maria de Lourdes. Curso e discurso do sistema musical. São Paulo: Annablume, 2005. TATIT, Luiz. A Canção: Eficácia e Encanto. São Paulo: Atual, 1986. TINHORÃO, José Ramos. Música Popular: Os Sons que Vem da Rua. Rio de Janeiro: Tinhorão, 1976. VIANNA, Fructuoso, Dansa de negros. VILLA-LOBOS, Heitor, Bachianas Brasileiras nº 4 (prelúdio, coral, ária, dança). _____, Ciclo Brasileiro (Impressões Seresteiras, Festa no Sertão, Plantio do Caboclo, Dança do Índio Branco). WISNIK, José Miguel. “O ouvido pensante”. In: O som e o sentido. São Paulo: Cia das Letras, 1989. KATER, Carlos. Eunice Katunda: musicista brasileira. São Paulo: Annablume, 2006. 6. DISCIPLINA: Metodologia da Pesquisa em cultura afro-brasileira e indígena (disciplina didático-pedagógica) Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Aparecida de Jesus Ferreira Ementa: Estudo dos métodos científicos, assim como do conjunto de categorias e procedimentos metodológicos que performam um determinado método tendo-se em conta as questões da cultura afro-brasileira e indígena, de maneira a conter uma proposta de discutir e avaliar as características essenciais da ciência e de outras formas de conhecimento; as abordagens metodológicas, enfocando o planejamento, a apresentação de projetos e a execução dos mesmos, bem como a elaboração de relatórios, defesas e divulgação dos trabalhos de pesquisa embasados na ética profissional. Técnicas de Pesquisa – Normatização de trabalhos científicos – Elaboração de projetos e relatórios. 24 Bibliografia: BASTOS R. L. Ciências Humanas e Complexidades: projetos métodos e técnicas de pesquisa. Juiz de Fora:EDUFJF, Londrina CEFIL, 1999. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Martins Fontes, 1988. CAPRA, Fritjof. A teia da Vida.: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Editora Cultrix, 1996. GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LAKATOS, E. M. e MARCONI M. de A. Fundamentos de Metodologia Científica. 4. ed. rev. e ampliada. São Paulo: Atlas, 2001 LAVILLE, C. e DIONNE, J. A construção do saber: Manual de Metodologia de pesquisa em Ciências Humanas. Porto Alegre: Editoras Artes Médicas Sul Ltda.; Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999 TAMAYO, M.T. El processo de la Investigación Científica. México: Editora Limusa, 1997. TRIVIÑOS, Augusto. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em Educação. São Paulo: Atlas, 1997. QUIVY, Raymond e CAMPENDHOUDT, Luc Van. Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva, 1992. CONNERTON, Paul.1998. Como as Sociedades Recordam. Trad. de Maria Manuela Rocha. Lisboa: Editor Celta. 7. DISCIPLINA: Cultura afro-brasileira, movimentos e formas de resistência: capoeira, terreiros, clubes, associações e intelectuais negros Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Gustavo Biasoli Ementa: Discutir e problematizar a eficácia e a possibilidade de implementação de políticas compensatórias voltadas para a questão racial com enfoque na apreensão do processo político brasileiro (agenda – arena e processo) pós-ditadura militar, no ressurgimento da sociedade civil e nos Conselhos Gestores, sobretudo nos de Educação e Cultura. Bibliografia: 25 AS IDÉIAS RACISTAS, OS NEGROS E A EDUCAÇÃO. Série Pensamento Negro em Educação 2ª edição, vol.1. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de Estudos negros), 2002. BORON, A; LECHINI, G (comp) Politica Y Movimientos Sociales En Un Mundo Hegemónico: lecciones desde África, Asia y América Latina – Buenos Aires, Clacso, 2006 DAYRELL, J. T. (org.) Múltiplos Olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996. EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: Ministério da educação, Secretaria de educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. FARIA, C.A.P MEDEIROS, C. A . Na lei e na raça: Legislação e relações raciais, Brasil-Estados Unidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2004 MUNANGA, K Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Petrópolis: Vozes, 1999 MUNANGA, K. (org.) Estratégias e Políticas de Combate à Discriminação Racial. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Estação Ciência, 1996. MUNANGA, K.(org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, 2005. OS NEGROS, OS CONTEÚDOS ESCOLARES E A DIVERSIDADE CULTURAL. Série Pensamento Negro em Educação 2ª edição, vol.3. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de Estudos negros), 2002. PARECER Nº: CNE /CP 003/2004: CP. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Aprovado em 10/03/2004. SILVA, P. B. G. & BARBOSA, L.M.A (org.) O pensamento negro em educação no Brasil: expressões do Movimento Negro. São Carlos; EdUFSCar, 1997. SILVA, P. B. G. Diversidade Étnico-Cultural e Currículos Escolares. 1ª edição. Cadernos Cedes, São Paulo, n.32, p.25-34, 1993. SILVA, P.B.G. (orgs). Experiências étnico-culturais para formação de professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. SILVÉRIO, V. R. (orgs). Afirmando diferenças: Montando o quebra-cabeça da 26 diversidade na escola. Campinas, SP: Papirus, 2005. 8. DISCIPLINA: Semiótica da cultura e teoria estética, categorias e fundamentos ontológicos e epistemológicos para a recepção das artes afro-brasileira, africana e indígena Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Valdeci Batista de Melo Oliveira Ementa: Estudo e discussão das categorias centrais da semiótica da cultura e das teorias estética e artística com vistas a desenvolver no aluno capacidade de atuação efetiva na tarefa de levar a arte, a cultura e a literatura afro-brasileira e indígena para a sala de aula da educação básica. Bibliografia: ARGAN, Giulio Carlo. Arte e Crítica da Arte. Lisboa: Editorial Estampa, 1988. ARISTÓTELES. Poética. Tradução Eudoro de Souza. 2 ed. São Paulo: Ars Poetica, 1993. AUERBACH, Erich. Mimesis. A representação da realidade na literatura ocidental Trad. George Sperber. São Paulo, Perspectiva, 1987. BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2004. ——. "Epos e romance". In: Questões de Literatura e de Estética. São Paulo:Unesp,1990. BERTRAND, Denis. Caminhos da semiótica literária. Trad. Grupo da CASA. Bauru: Edusc, 2003. CANDIDO, Antonio. “O direito à literatura”. In: Vários Escritos, Duas Cidades: SP, 2004, pp. 169-191. ——. "Um instrumento de descoberta e interpretação". In Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. São Paulo, Martins, 1959. vol. II, cap. 3, p. 109- 118. [Nova ed. em 1 vol.: Rio de Janeiro, Ouro sobre Azul, 2006.] ——. "Realidade e realismo (via Marcel Proust)". In Recortes. São Paulo, Companhia das Letras, 1993. p. 123-129. ——."Literatura e cultura de 1900 a 1945". Literatura e sociedade. São Paulo, Companhia Ed. Nacional, 1973. 3 ed. [Nova ed.: Rio de Janeiro, Ouro sobre Azul, 2006.] ——."Literatura e subdesenvolvimento". In A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo, Ática, 1989. 2ª ed. p. 140-162. ——"Duas vezes 'A passagem do dois ao três'". In Textos de Intervenção. Sel., apres. e notas Vinicius Dantas. São Paulo, Duas Cidades / Ed. 34, 2002, p. 51-76. ——. "Dialética da malandragem". In O Discurso e a Cidade. São Paulo, Duas Cidades, 1993. p. 19-54. [Nova ed.: Rio de Janeiro, Ouro sobre Azul, 2004.] ——."Entrevista a Luiz Carlos Jackson". In A tradição esquecida. Belo Horizonte, UFMG, 2000. p.125-176. 27 CEVASCO, Maria Elisa. Dez lições sobre estudos culturais. São Paulo: Boitempo, 2003 CHKLÓVSKI, Victor. "A arte como procedimento". Trad. Ana Mariza R. Filipouski e outros. In: Teoria da literatura. Formalistas russos. Porto Alegre, Globo, 1978. 4ª ed. p.39-56. CONNERTON, Paul.1998. Como as Sociedades Recordam. Trad. de Maria Manuela Rocha. Lisboa: Editor Celta. DAYRELL, J. T. (org.) Múltiplos Olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996. EAGLETON, Terry. Teoria da Literatura: uma introdução. Trad. Waltesir Dutra. São Paulo, Martins Fontes, 1994. ECO, U., Leitura do Texto Literário, Lisboa, Presença, 1983. ——. Os Limites da Interpretação, Lisboa, Difel, s.d. ——. Seis Passeios nos Bosques da Ficção, Lisboa, Difel, 1995 FRIEDRICH, Hugo. Estrutura da lírica moderna. São Paulo: Duas Cidades, 1978. GREIMAS, Algirdas Julian e FONTANILLE, J. Semiótica das paixões - dos estados de coisas aos estados de alma. Trad. Maria José R. Coracini. São Paulo: Ática, 1993. LIMA, Luiz Costa. Teoria da literatura em suas fontes. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983, 2 vols. 2ª ed. revista e ampliada. LANDOWSKY, Eric. A sociedade refletida. Ensaios de sociossemiótica. São Paulo: EDUC /Pontes, 1992. LANDOWSKY, Eric. DORRA, Raúl e OLIVEIRA, Ana Cláudia. Semiótica, estesis, estética. (eds.) São Paulo: EDUC, 1999. PIETROFORTE, Antonio Vicente. Semiótica visual: os percursos do olhar. São Paulo: Contexto, 2004. SANTAELLA, Lucia e NOTH, Winfred. Imagem – Cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 1998 SCHWARZ, Roberto. "Pressupostos, salvo engano, de "Dialética da malandragem'". In Que horas são? São Paulo, Companhia das Letras, 1987. p. 129-155. ——. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo, Duas Cidades, 1990. XAVIER, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo, cinema marginal. São Paulo: Brasiliense, 1993. 28 9. DISCIPLINA: Educação Quilombola Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Sonia Maria Marques Ementa: Quilombos como território sócio-histórico, cultural e espaço de resistência. História de comunidades quilombolas e remanescentes de quilombo no Brasil, a questão da terra e os movimentos sociais para titulação de territórios quilombolas. A importância da narrativa em comunidades tradicionais. Bibliografia: ANJOS, José Carlos Gomes, SILVA, Sérgio Baptista. São Miguel e Rincão dos Martimianos: ancestralidade negra e direitos territoriais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. Territórios das comunidades remanescentes de antigos quilombos no Brasil. Brasília: Edição do Autor, 1999. AUGÉ, Mar. El Sentido de los otros: actualidade de la antropología. Barcelona: Paidós, 1994. AZEVEDO, Ramiro C. Uma experiência em comunidades negras rurais. São Luís: Gráfica São Luís, 1982. BALANDIER, Georges. A desordem. Elogio do movimento. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 1997. BALANDIER, Georges. O contorno: poder e modernidade: Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 1997. BALANDIER, Georges. O Dédalo: para finalizar o século XX. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 1999. BANDEIRA, Maria de Lourdes. Território negro em espaço branco: estudo antropológico em Vila Velha. São Paulo: Brasiliense, 1988. BARBOSA, João Alexandre. Uma psicologia do oprimido. In BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembrança dos velhos, São Paulo: T. A. Queiroz, 1979. BARCELLOS, Daisy Macedo de, Chagas Miriam de Fátima (et al). Comunidade negra de Morro Alto: historicidade, identidade e territorialidade. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. BAUER, José de Araújo. Reminiscências: história de Palmas. Palmas: Kaigang, 2002. BAUER, Martim W., GASKEL. Pesquisa qualitativa com Texto, imagem e som: um manual prático. Trad. de Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis: Vozes, 2002. BOSI, Ecléia. Memória e Sociedade: lembranças dos velhos. São Paulo: T. A. Queiroz, 29 1983. BOSI, Ecléia. O tempo vivo da memória, São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. BRITO, Joaquim Paes de. Entrevista concedida a Celso Castro, DURÃO, Susana. Estudos Históricos, Rio de Janeiro nº. 33, 2004. CALVINO, Ítalo. As cidades Invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. CALVINO, Ítalo. Seis Propostas para o próximo milênio, São Paulo: Companhia das Letras, 1990. NASCIMENTO, Elisa L. Matrizes africanas da Cultura brasileira. RJ: EDUERJ, 1996. 10. DISCIPLINA: Antropologia e religiosidade indígena: xamanismo, território, predação, canibalismo, formas de resistência Carga horária: 20 horas/aulas Prof. Ms. Antonio Pimentel Pontes Filho Ementa: O objetivo desta disciplina é apresentar a produção da antropologia brasileira, particularmente, em etnologia indígena e proporcionar ao aluno o reconhecimento desta produção, sua problematização e seus principais estudiosos. A idéia é fazer um levantamento dos autores e temáticas relacionadas, possibilitando aos alunos uma compreensão do que é a (s) religião (ões) indígena (s). Para este fim, os conceitos de: cultura, diferença, religião, alteridade e xamanismo serão os temas centrais que orientarão as leituras dos textos. Bibliografia: AGOSTINHO, Pedro. 1974. Kwarìp. Mito e Ritual no Alto Xingu. São Paulo: EDUSP. BOWKER, John. 1997. Para entender as religiões. São Paulo: Ática. CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. 1996. O Índio e o Mundo dos Brancos. São Paulo: Editora da Unicamp. ____. 1978. A Sociologia do Brasil Indígena, Brasília/Rio de Janeiro: UNB/Tempo Brasileiro. ____. 1976. Do índio ao bugre. Rio de Janeiro: Francisco Alves. ____. 1976. Identidade, etnia e estrutura social. São Paulo: Livraria Pioneira Editora. ____. 1968. Urbanização e tribalismo: a integração dos índios Terêna numa sociedade de classes. Rio de Janeiro: Zahar Ed.. CLASTRES, Pierre. 2003. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac & Naify. CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). 1992. História dos índios do Brasil. São Paulo: Núcleo de História Indígena e do Indigenismo/ Universidade de São Paulo/ Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo / Companhia das Letras Ed. ELIADE, Mircea & COULIANO, Ioan P.. 1999. Dicionário das Religiões. São 30 Paulo: Martins Fontes. GILLETTE, Douglas. O segredo do xamã. 2001. Rio de Janeiro: Rocco. GROISMAN, Alberto. 1999. Eu venho da floresta: um estudo sobre o contexto simbólico do uso do Santo Daime. Florianópolis: Ed. UFSC. GRUPIONI, L. D., (org.). 1991. Índios no Brasil. São Paulo, Secretaria Municipal da Cultura. HITCHCOCK, Susan Tyler. 2005. História das religiões: onde vive Deus e caminham os peregrinos. São Paulo: Editora Abril. JUNQUEIRA, Carmen. 1991. Antropologia indígena. São Paulo: EDUC. ____. 1975. Os índios de Ipavu: um estudo sobre a vida do grupo Kamaiurá. São Paulo: Ática. LANGDON, Jean E. 1996. Xamanismo no Brasil. Novas perspectivas, Florianópolis: Ed. UFSC. MELATTI, Júlio Cezar. Índios do Brasil. 1994. São Paulo: HUCITEC. OLIVEIRA FILHO, João Pacheco de (org.). 1998. Indigenismo e Territorialização: Poderes, rotinas e saberes coloniais no Brasil contemporâneo, Rio de Janeiro: Contra-Capa Livraria. ____. 1999, A Viagem da volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena, Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria. ____.1999. Ensaios em Antropologia Histórica. Rio de Janeiro: Editora UFRJ. ORO, Ari Pedro. 1989. Na Amazônia um messias de índios e brancos. Petrópolis: Vozes. ____. Tükuna: vida ou morte. 1978. Petrópolis: Vozes / UCS / EST. RAMOS, Alcida Rita & ALBERT, Bruce (org.). 2002. Pacificando o Branco: Cosmologias do contato no norte-amazônico, São Paulo: Edunesp/IRD/Imprensa Oficial. RAMOS, Alcida Rita. “Convivência interétnica no Brasil. 2007. Os índios e a nação brasileira”. Série Antropologia 221. Brasília: Departamento de Antropologia. ____.1986. Sociedades Indígenas. São Paulo: Ática. RIBEIRO, Berta. (org.). 1987. Suma Etnológica Brasileira, Vol. 1 – Etnobiologia. Petrópolis: Vozes; FINEP. RIBEIRO, Darcy. 1979. Os Índios e a Civilização: A Integração das Populações Indígenas no Brasil Moderno. Petrópolis: Vozes. ____. O povo brasileiro. 1995. São Paulo: Companhia das Letras. RICARDO, Carlos Alberto (Ed.). 2001. Povos Indígenas no Brasil 1996-2000. São Paulo: Instituto Socioambiental (ISA). SCHADEN, Egon. (org.). 1976. Leituras de Etnologia Brasileira. São Paulo, Cia. Editora Nacional. SEEGER, Anthony. 1980. Os Índios e Nós. Estudos sobre sociedades tribais brasileiras, Rio de janeiro: Editora Campus. 31 SILVA, Aracy Lopes da & GRUPIONI, Luís Donisete (org.). 1995. A Temática Indígena na Escola, MEC/MARI/UNESCO, Brasília. 11. DISCIPLINA: Educação indígena Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Evanilde Pereira Salles Lange Ementa: As Diretrizes Curriculares Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais; A legislação e a especificidade da educação escolar indígena; a formação de professores indígenas para a educação básica; a instrumentação do professor e a produção do material didático; a língua materna; o bilingüismo; a oralidade; a memória; a valorização étnica e diversidade cultural. BIBLIOGRAFIA: LADEIRA, M. I. Os índios guarani/mbya e o complexo lagunar estuarino de Iguape Paranaguá. Centro de Trabalho Indigenista. Coordenadoria de Proteção Recursos Naturais da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. São Paulo, fev. 1994. Magalhães, E. D. (org) Legislação indigenista brasileira e normas correlatas. 3. ed. Brasília: FUNAI/CGDOC, 2005. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECAD - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Educação Escolar Indígena. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/secad/index.php?option=content&task=view&id=37&Itemid=164> Acesso em: 10 out. 2008. PARANÁ. Paraná indígena. Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania – SEJU, 2002. Disponível em: <www.celepar.br/prindigena/povoshist.html>. Acesso em: 26 mar. 2007. RIBEIRO, D. Os índios e a civilização. São Paulo: Cia das Letras, 1996. 12. DISCIPLINA: Metodologia de ensino em cultura afro-brasileira e indígena (disciplina didático pedagógica) Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Francy R. da Guia Nyamien Ementa: Estudo dos métodos pedagógicos para a construção e constituição da identidade negra e indígena. Identidades culturais e suas relações com o desenvolvimento psicológico e com as aprendizagens institucionais de grupos étnico-raciais. Formulação da identidade e processo de socialização. Estudos sobre a identidade afro-descendente e indígena. A escola e a construção da identidade na diversidade. A importância de uma auto-representação e auto-imagem positiva. Bibliografia 32 ABRAMOWICZ, A.& MOLL, J. (orgs). Para Além do Fracasso Escolar. São Paulo: Papirus, 1997. ______; SILVÉRIO, V. R. (orgs). Afirmando diferenças: Montando o quebra-cabeça da diversidade na escola. Campinas, SP: Papirus, 2005. ______; BARBOSA, L.M.A.; SILVÉRIO, V. R. (orgs) Educação como prática da diferença. Campinas: Armazém do Ipê (Autores Associados), 2006. AQUINO, Julio Groppa.(org.) Diferenças e Preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998. BARBOSA, L.M.A.; SILVA, P.B.G.; SILVÉRIO, V.R. (orgs.) De preto a afrodescendente: trajetos de pesquisa sobre o negro, cultura negra e relações étnico-raciais no Brasil. São Carlos: EDUFSCar, 2003. CANDAU, V. M. (coord.) Somos todas iguais? Escola, discriminação e educação em direitos humanos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. CHAGAS, C. C. Negro uma identidade em construção: dificuldades e possibilidades. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1997. CARONE, I. & BENTO, M.A . S. (orgs.) Psicologia Social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. 2ª edição. Petrópolis: Vozes, 2002. CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação, 1998. ______.(org.) Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Summus, 2001. DAYRELL, Juarez Tarcísio. (org.) Múltiplos Olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996. FERREIRA, R. F. Afro-descendente: identidade em construção. São Paulo: EDUC; Rio de Janeiro: Pallas, 2000. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara, 1989 GOFFMAN, Erwing. Estigmas; notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Trad. Márcia Bandeira de Mello Leite Nunes. Petrópolis: Vozes, 1988. _______________. A representação do eu na vida cotidiana. Trad. Maria Célia Santos raposo. Petrópolis: Vozes, 1985. GOMES, Nilma Lino. A Mulher Negra que vi de perto. Belo Horizonte: Mazza Edições, 1995. ______; SILVA, P.B.G. (orgs). Experiências étnico-culturais para formação de 33 professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. GONÇALVES, L. A. O; SILVA, P. B. G. O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. GUIMARÃES, A. S. A.; HUNTLEY, L.(orgs.) Tirando a máscara: ensaio sobre racismo no Brasil. Trad. Prefácio: Candace Maria Albertal Lessa. São Paulo: Paz e Terra, 2000. MEDEIROS, C. A. Na lei e na raça: Legislação e relações raciais, Brasil-Estados Unidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2004 MOURA, Clóvis. Dialética Radical do Brasil Negro. São Paulo: Editora Anita, 1994. MUNANGA, Kabengele. (org.) Estratégias e Políticas de Combate à Discriminação Racial. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Estação Ciência, 1996. ______.(org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, 2005. ______. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Petrópolis: Vozes, 1999 NYAMIEN, Francy. R. G. Ser negro nas vozes da escola. Dissertação de Mestrado. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, 1999. OLIVEIRA, I. (orgs). Relações raciais e educação: novos desafios. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. PARECER Nº: CNE /CP 003/2004: CP. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Aprovado em 10/03/2004. PINTO, R.P. Diferenças étnico-raciais e formação do professor. Cadernos de Pesquisa, Fundação Carlos Chagas. São Paulo, n.108, p. 199-231, novembro, 1999. AS IDÉIAS RACISTAS, OS NEGROS E A EDUCAÇÃO. Série Pensamento Negro em Educação 2ª edição, vol.1. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de Estudos negros), 2002. Os Negros, os conteúdos escolares e a diversidade cultural. Série Pensamento Negro em Educação 2ª edição, vol.3. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de Estudos negros), 2002. SANTOS, G.; SILVA, M. P(orgs.) Racismo no Brasil: percepções da discriminação e do preconceito racial no século XXI. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005. SILVA, Consuelo Dores. Negro, qual é o seu nome? Belo Horizonte: Mazza Edições, 1995 SILVA, P. B. G. & BARBOSA, L.M.A (org.) O pensamento negro em educação no Brasil: expressões do Movimento Negro. São Carlos; EdUFSCar, 1997. SODRÉ, Muniz. Claros e escuros: identidade, povo e mídia no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 1999. 34 SOUZA, Neuza Santos. Tornar-se Negro : as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão racial. Rio de Janeiro : Edições Graal, 1983. VASCONCELOS, M. F; RIBEIRO, R. B. (orgs) Diversidade cultural e desigualdade: dinâmicas identitárias e jogo. Fortaleza: Editora UFC, 2004. 13. DISCIPLINA: Literatura oral e leitura infanto-juvenil afro-brasileira e indígena Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Ruth Cecon Barreiros Ementa: A importância da literatura infantil na formação do leitor mirim. obras infantis que possibilitam reflexões acerca da cultura afro-brasileira e indígena. encaminhamentos metodológicos para o trabalho de leitura destas obras em sala de aula. Metodologia: 1) leitura e reflexões os textos teóricos 2)leitura e análise das obras infantis 3) dinâmica de trabalho em grupos para a discussão dos materiais apresentados e sugestões pedagógicas para o trabalho em sala de aula. Bibliografia: ALMEIDA, Fernanda Lopes de. Berimbau. Editora Ática, 2006. BRAZ, Julio Emílio. Lendas Negras. São Paulo: FTD, 2001. _______Felicidade não tem cor. São Paulo. Ed. Moderna, 1998. DIOUF, Sylviane Anna. As tranças de Bintou. São Paulo. Editora Cosac & Naify, 2004. GOMES, Nilma Lino e MARTINS, Aracy Alvez. Afirmando direitos – acesso e permanência de jovens negros na universidade. São Paulo: Autêntica, 2004. JACQUART, Albert. Todos semelhantes todos diferentes. Editora Augustus. (tradução de) Tous différentes, tous pareils. Éditions Nathan, 1991. LAMBLIN, Christian. Luisa e Samira brigam. (tradução Luciano V. Machado). São Paulo: Editora Ática, 2005. _________Os pais de Samira se separam. São Paulo: Editora Ática, 2005. _________Samira debocha do novo aluno. São Paulo: Editora Ática, 2005. LIMA, Heloisa Pires. Histórias de Preta. São Paulo. Companhia das Letrinhas, 2002 LOBATO, Monteiro. Histórias da tia Anastácia, o Pica-pau Amarelo. São Paulo. Circulo do Livro s/d; MACEDO, Aroldo. Luana: a menina que viu o Brasil neném. São Paulo: FTD. 2000. 35 MACHADO, Ana Maria. Menina bonita do laço de fita. Editora Ática.2005 ROCHA, Rosa Margarida de Carvalho. Almanaque pedagógico afro-brasileiro: uma proposta de intervenção pedagógica na superação do racismo no cotidiano escolar. São Paulo: Editora Mazza, 2004. AVALIAÇÃO: Os critérios de avaliação dos participantes serão: a presença, a participação e as leituras realizadas. 14. DISCIPLINA: . Literatura afro-brasileira e indígena, lendas e contos do folclore afro-brasileiro e indígena Carga horária: 20 horas/aulas. Elizabete Arcalá Sibin Ementa: Estudo crítico da conformação teórica da Literatura afro-brasileira e indígena. A imagem estereotipada do negro e do índio na historiografia literária brasileira. Estudo de lendas e contos do folclore afro-brasileiro e indígena. Bibliografia: ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo: Círculo do Livro, 1976. _____. Macunaíma. Edição Crítica de Telê Ancona Lopez. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos; são Paulo: Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia, 1978. BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Moderna, 1993. BASTIDE, Roger. A poesia afro-brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 1943. ______. Estudos afro-brasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1983. BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988. ____. (Org.). Poesia negra brasileira. Porto Alegre: AGE/IEL, 1992. BROOKSHAW, David. Raça e cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983. CAMARGO, Oswaldo de. O negro escrito. São Paulo: Secretaria de Estado da CulturaImprensa Oficial, 1987. CARNEIRO, Suely. Uma guerreira contra o racismo.Caros Amigos. São Paulo, ano III, n.35, páginas 24 a 29, fev.2000, Entrevista.. CRUZ, Adélcio de Souza. Lima Barreto: a identidade étnica como dilema. 2001. Dissertação (Mestrado em Literatura) – Faculdade de Letras, UFMG, Belo Horizonte. FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Livraria Fator, 1983. 36 FELINTO, Marilene. Pequena notável. Caros amigos. São Paulo, ano IV, n.47, páginas 30 a 36. fev.2001, Entrevista. FERREIRA, Ricardo Franklin. Afro-descendente: identidade em construção. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2000. FONSECA, Maria Nazareth Soares (Org.). Brasil afro-brasileiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. HALL, Stuart. A identidade cultural na Pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. JÚNIOR, R. Magalhães. Machado de Assis desconhecido. Rio de Janeiro: civilização Brasileira, 1957. LOBO, Luiza. Auto-retrato de uma pioneira abolicionista. In: ______. Crítica sem juízo. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993.. MOTT, Luiz. Rosa Egipcíaca: uma santa africana no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1993. MUZART, Zahidé Lupinacci. Maria Firmina dos Reis. In: MUZART, Z.L. (Org.). Escritoras brasileiras do século XIX. 2.ed.rev. Florianópolis/Santa Cruz do Sul: Editora Mulheres/EDUNISC, 2000. PENA, Sérgio D. J.; CARVALHO-SILVA, Denise R.; ALVES-SILVA, Juliana; PRADO, Vânia F.; SANTOS, Fabrício R. Retrato molecular do Brasil. Ciência hoje, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, v.27, n.159, p.16-25, abr.2000. PIERUCCI, Antônio Flávio. Ciladas da diferença. São Paulo: Editora 34/EDUSP, 1999. pROENÇA FILHO, Domício. O negro na literatura brasileira. Boletim bibliográfico Biblioteca Mário de Andrade. São Paulo, Biblioteca Mario de Andrade, v.49, n.14, jan./dez.1988.. RABASSA, Gregory. O negro na ficção brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1965. SAYERS, Raymond. O negro na literatura brasileira. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1958. SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil. 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. ______. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: História da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. v.4, p.173-243. 15. DISCIPLINA: Teatro jesuíta e teatro africano; a figura do negro e do índio no teatro brasileiro 37 Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Edina Boniatti Ementa: Estudo do teatro como ferramenta pedagógica e veículo didático de criação, discussão e estímulo que promove a investigação de novas possibilidades, a noção de processo e de qualidade, o trabalho em equipe e a superação de obstáculos como a construção de textos, a relação consigo mesmo e com o outro, tendo em vista o desenvolvimento de questões correlatas às etnias afro-brasileira e indígena. O teatro jesuíta e o teatro africano; as figuras do negro e do índio no teatro brasileiro Bibliografia: BRECHT, Bertolt. Teatro Dialético. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; seleção, tradução e introdução: Luiz Carlos Maciel, 1967, p. 99. COELHO, Nelly Novaes. A literatura infantil: história, teoria, análise: das origens orientais ao Brasil de hoje. São Paulo: Ed. Quíron / Global. 2ª edição, 1982, p. 24. COHEN, Renato. Performance como linguagem: criação de um tempo-espaço de experimentação. São Paulo: Editora Perspectiva, 1989. Castro, Ilíada Silva Alves de. Dramaturgia no teatro para crianças de São Paulo. Dissertação ECA/USP, São Paulo, 1987. Orientador Prof. Dr. Clóvis Garcia. DORMIEN, Ingrid K. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 2001. ——. Brecht: um jogo de aprendizagem. São Paulo:Perspectiva, 1991, p. 29. GARCIA, Maria de. Teatro na Escola. Rio de Janeiro: Coisas da Mente Editores Associados / Arte e Indústria Editora Ltda,1975, pp. 11-12, Introdução (Olga Reverbel). GUINSBURG, J.. Diálogos sobre teatro. São Paulo: Perspectiva, 2002 ——.Working in progress na cena contemporânea. São Paulo: Perspectiva, 1998. MACHADO, Maria Clara. “O que deve se oferecer à criança?” In: Cadernos de teatro. Rio de Janeiro: Tablado, nº 164-165, 2001. NETO, Coelho. Theatro Infantil. In: Sandroni, op. cit. BROOK, Peter. A porta aberta: reflexões sobre a interpretação e o teatro. Tradução Antônio Mercado. 2a ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000, pp. 98-99. REVERBEL, Olga. Um caminho do teatro na escola. São Paulo: Scipione, 1997, pp. 12-13. Sandroni, Dudu. Maturando: Aspectos do desenvolvimento do teatro infantil no Brasil. Rio de Janeiro: J. Di Giorgio & Cia, 1995. SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. São Paulo: Summus, 1978. 38 SOUSA, J. Galante. O teatro no Brasil. Rio de Janeiro: MEC, 1960, tomo I, apud: Castro, op. Cit SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 1998. ——.Jogos teatrais na sala de aula. São Paulo: Perspectiva, 2007. 16. DISCIPLINA: Literatura africana de língua portuguesa – lírica e prosa Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Claudiana Soeresen Ementa: Estudo das relações estabelecidas entre História, Literatura e Memória nas literaturas africanas de Língua Portuguesa. O olhar crítico sobre a colonização. As utopias libertárias e a descolonização política e literária. As distopias sociais e literárias. As literaturas africanas de Língua Portuguesa (Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) por meio da leitura e análise sucinta das obras dos mais representativos autores dos países referidos. Bibliografia: BONNICI, Thomas. O pós-colonialismo e a Literatura: estratégias de leitura. Maringá: EDUEM, 2000. BOSI, Ecléia. Memória e Sociedade: lembranças dos velhos. São Paulo: T. A. Queiroz, 1983. CHAVES, Rita e MACEDO, Tânia (orgs.). Marcas da diferença: as literaturas africanas de Língua Portuguesa. São Paulo: Alameda, 2006. LE GOFF, Jacques. História e memória. (trad. Bernardo Leitão [et. al.] 4ª. ed. Campinas: Editora Unicamp, 1996. MINER, Horace. “Os ritos corporais entre os Nacirema”. A. K. Romney e P. L. Vore (eds.). In: You and Others – readings in Introductory Antropology. (trad. Selma Erlich). Cambridge: Winthrop Publishers, 1973, p. 72-76. ROCHA, Everardo; SANTOS, Joel; BERND, Zila. O que é etnocentrismo, racismo e negritude. Editora Círculo do livro, s/d. SANTILLI, Maria Aparecida. Estórias africanas: História e Antologia. São Paulo: Ática,1985. Obras literárias de Mia Couto, José Craveirinha; Alda Lara; Jorge Barbosa; Agostinho Neto; Francisco José Tenreiro; Pepetela; José Luandino Vieira e Castro Soromenho entre outros. 17. Disciplina: Produção de materiais didáticos para a educação afro-brasileira e 39 indígena Carga Horária: 20 horas/aula. Professores João Catelan e Luciana Schröeder Ementa: Estudo teórico-prático sobre a produção de materiais didáticos que problematizem as relações raciais e de poder no Brasil e que estimulem a construção de materiais pedagógicos para a Educação Básica. Sistematização de conteúdos discutidos nas disciplinas ao longo do curso e proposição de atividades pedagógicas para sala de aula. Bibliografia: ANDREWS, G. R. Trabalhadores brancos e negros em São Paulo, 1888-1928. s.d. (mimeo) BARRETTO, E. S. S. (org.) Os Currículos do ensino fundamental para as escolas brasileiras. São Paulo: Fundação Carlos Chagas; Campinas: Autores Associados, 1998. p. 5-42: tendências recentes do currículo do ensino fundamental no Brasil. (Col. Formação de Professores) BITTENCOURT, C. M. F. Propostas curriculares de História: continuidade e transformações. In: BARRETTO, E. S. S. (org.) Os Currículos fundamentais para as escolas brasileiras. Campinas: Autores Associados; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1998. p.127-61. (Col. Formação de Professores). BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997a. CANEN, A. Formação de professores: diálogo das diferenças. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro, v. 5, n. 17, p. 477-94, out.-nov. 1997. CHAVES, Eduardo. Tecnologia e Educação: O Futuro da Escola na Sociedade da Informação. Campinas: Mindware Editora, 1998. DREGUER, Ricardo e Toledo, Eliete. História: cotidiano e mentalidades, 7ª. São Paulo: Atual, 2000. FERNANDES, F. A Integração do negro à sociedade de classes. Boletim da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Sociologia I. São Paulo, n. 12, 1964. FIGUEIRA, V. M. O Preconceito racial na escola. Estudos Afro-Asiáticos. Rio de Janeiro, n.18, p. 63-72, maio 1990. 40 FLEMING, D. M. Desenvolvimento de Material Didático para Educação a Distância no contexto da Educação Matemática. São Paulo, 2004. Disponível em: http:// www.abed.org.br. Acesso em: 18 fev. 2004. GONÇALVES, L. A. Discriminação étnica e multiculturalismo. In: BICUDO, M. A. V, SILVA Jr., C. A. (orgs.). Formação do educador: dever do Estado, tarefa da universidade. São Paulo: UNESP, 1996. v. 3, p. 57-71. (Seminários e Debates) GONÇALVES, L. A. O., SILVA, P. B. G. O Jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. (Trajetória 1) LITWIN, Edith (Org.). Tecnologia educacional: política, histórias e propostas. Porto Alegre: ArtMed, 1997. MACEDO, José Rivair e Oliveira, Mariley W. Brasil: uma história em construção, vol. 3. São Paulo: Editora do Brasil, 1996. McLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 1964. MORÁN, José Manoel. Como ver televisão: leitura crítica dos meios de comunicação de massa. São Paulo: Paulinas, 1991. RITZEL, M. I. Apresentação de Material Didático à Distância com Controle de Uso e Avaliação de Aprendizagem. São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.abed.org.br>. Acesso em: 18 fev. 2004. SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2006. 18. Disciplina: Educação para os Direitos Humanos Carga horária 20 horas/aula. Prof.. Ms. Carlos Alberto da Silva Ementa: Ética, cidadania e direitos humanos: conceito e relação. Construção histórica dos Direitos Humanos. Percepção dos direitos humanos e da cidadania na construção das lutas sociais e na constituição de novos sujeitos de direito. Direitos humanos e diversidade étnico-racial. Educação não-discriminatória e promotora de uma cultura dos direitos humanos. Políticas Públicas de educação em direitos humanos. Bibliografia: ARAÚJO, Ulisses F. & AQUINO, Júlio Groppa. Os direitos humanos na sala de aula: A Ética Como Tema Transversal. São Paulo: Moderna, 2001. BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em preto e branco: discutindo as relações sociais. São Paulo: Ática, 2002. 41 BITTAR, Eduardo C. B. Ética, educação, cidadania e direitos humanos. Barueri: Manole, 2004. BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano nacional de educação em direitos humanos. Brasília: Secretaria Especial em Direitos Humanos, 2003. _____. Constituição da República Federativa, 1988. _____. Lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". _____. Lei 8069 de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança e do adolescente. _____. Lei Nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989. Lei do racismo. CANDAU, Vera Maria, et al. Oficinas pedagógicas de direitos humanos. Petrópolis: Vozes, 1995. CANDAU, Vera e SACAVINO, Susana (orgs.). Educar em direitos humanos. Rio de Janeiro: D& P Editora, 2000. COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo: Saraiva, 2008. COVRE, Maria de Lourdes Manzini. O que é cidadania. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 1995. DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 2001. DORNELLES, João Ricardo W. O que são direitos humanos. São Paulo: Brasiliense, 1993. DUARTE, Evando, et al. Cotas raciais no ensino superior. Entre o jurídico e o político. São Paulo: Selo Negro, 2003. LAFER, Celso. A internacionalização dos direitos humanos: constituição, racismo e relações internacionais. Barueri: Manole, 2005. KLAINER, Rosa; LÓPEZ, Daniel; PIERA, Virgínia. Diálogos com crianças: construindo projetos educativos em e para os direitos humanos. Porto Alegre: Artmed, 2004. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração universal dos direitos humanos. 1948. _____. Plano global de educação em direitos humanos. 2004. RAYO, José Tuvilla. Educação em direitos humanos. Porto Alegre: Artmed, 2003. SCHILLING, Flávia (Org). Direitos humanos e educação: outras palavras, outras práticas. São Paulo: Cortez, 2005. SILVA, Reinaldo Pereira. Direitos humanos como educação para a justiça. São Paulo: LTr, 1999. 42 4. 4. 2 OFICINAS TEMÁTICAS: Durante o transcorrer do curso serão desenvolvidas 40 oficinas temáticas, 2 por mês, as quais envolverão atividades práticas que envolvam o uso da voz, a interpretação do texto, a criação e comunicação de uma mensagem; além de todas as questões práticas de confecção de cenários, figurinos, iluminação, sonoplastia, que se comunicam com outros saberes. Oficinas de percussão afro-brasileira e indígena e montagem da peça teatral A benzedura do concreto de André Boniatti, bem como oficinas de confecção de máscaras e happenings sobre temáticas em torno do preconceito, do estereótipo, do racismo e da construção de identidade e etnias. 4. 5 - METODOLOGIA DE ENSINO (DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVAS) Com vista à realização dos objetivos acima indicados, pretende-se pôr em prática uma metodologia que possa servir a prática pedagógica no interesse das etnias afro e indígena. Assim cada disciplina do curso contempla obras que as discutem e as problematizam. Em cada uma delas há incentivo para a leitura e reflexão integral dessas obras que se entendem como esclarecedores para a prática pedagógica no sentido de conscientização do aluno da Educação Básica. Acrescente-se que a bibliografia agora sugerida poderá ser completada consoante as áreas de interesse dos alunos; da bibliografia constará também um Dossiê de Textos de Apoio (cuja recolha e cujo critério de seleção é da responsabilidade do professor de cada uma das disciplinas, e que estará disponível nas suas respectivas pastas). O trabalho desenvolvido por cada professor aluno (ou grupo) deverá ter em conta a dinâmica das aulas, que partirá sempre de uma análise prática dos textos para se chegar à necessária formulação teórica. Assim, alguns textos serão comentados na aula, previamente lidos em casa, outros consistirão em leituras-complemento, mas solicitando, sempre, uma leitura ativa da parte dos alunos. Parece certo que a mudança de mentalidade no Brasil deva começar na escola, espaço em que se aprende, ou se deveria aprender, a história, a cultura e a arte das matrizes fundadoras de nossa sociedade, incluindo a européia (portuguesa), a indígena e as várias etnias africanas. Contudo, (e não foi por mero esquecimento) a história e cultura africana e afro-descendente e afro-brasileira foram banidas do currículo escolar brasileiro. A omissão, tanto de conteúdos e informações nos currículos escolares sobre a participação dos negros e dos índios na constituição social cultural e histórica da população brasileira quanto de atitudes de interferência do professor em situações de racismo em sala-de-aula, contribui para a situação de exclusão de alunos afrodescendentes e das temáticas indígenas dos bancos escolares. 43 As metodologias de ensino utilizadas nas diferentes disciplinas serão: aulas expositivas, com recursos didático-pedagógicos (painéis, transparências, retroprojetor, multimídias); leitura de textos específicos e obras literárias completas; produção de textos de alunos fundamentados nos conteúdos programáticos apresentados. No decorrer do processo de ensino-aprendizagem será dada ênfase ao conteúdo-forma e a teoria-prática como unidades sustentadoras das relações apresentadas nas várias disciplinas direcionadas ao ensino da cultura, arte e história, afro-brasileira e indígena na Educação Básica. Este curso de especialização pretende colaborar para construção de uma proposta que interfira no processo de educação para as relações étnico-raciais. Dessa forma, ao colaborar para a formação do educador e, indiretamente, promover discussão da temática na sala de aula em que os professores lecionam. Para a aplicação da metodologia, os cursos propostos dialogam entre si de modo a estabelecer um todo teórico-prático participativo, empregando-se linguagem adequada à clientela, evitando-se as argumentações paternalistas e questionando a construção e legitimação de um dizer julgado verdadeiro pelo discurso xenófobo. A aparente neutralidade do discurso hegemônico proporciona uma ilusão de imparcialidade e, em conseqüência, conquista a credibilidade daqueles que são impedidos de desenvolverem sua consciência crítica. Nesta especialização procurar-se-á identificar e construir marcas culturais e atitudes que desmistifique essa neutralidade aparente. A base ou pressuposto desta proposta de especialização é o reconhecimento de que as diferenças étnicas são usadas pelo discurso hegemônico não como diferença a ser respeitada, mas com o objetivo de desvalorizá-la, impondo ao diferente o ônus maior da construção da sociedade. Nesse sentido, esta especialização busca inverter o processo que tende a desvalorizar o negro e o índio e impedir de se associá-los a tais reconhecimentos e estereótipos negativos. Considerando as questões anteriormente propostas, além das disciplinas em cada unidade, serão propostos seminários temáticos, projeção de filmes, produção de material e artigo (individual) de maneira que os professores das escolas públicas de Educação Básica contribuam para uma sociedade mais democrática no que se refere à temática do curso. Por último, a proposta de ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA se justifica como forma de se atender a demanda reprimida, quer por parte dos professores da Educação Básica, quer por necessidade legal de cumprimento a Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008 e quer, ainda, para dispor à comunidade profissionais e textos críticos como instrumentos de análise necessários para o aprofundamento da visão brasileira sobre o negro e o índio. Nesse sentido, a presente proposta procurou centrar problemas e questionamentos pertinentes a essas duas etnias. 44 Busca-se, com a diversidade de textos e o aclaramento de suas perspectivas, desenvolver o conhecimento prático-teórico do aluno, a fim de que possa exercitar o discernimento crítico para a análise e a interpretação dessa aguda questão histórica. 4. 6 - DADOS RELATIVOS AO CORPO DOCENTE QUE MINISTRARÁ DISICPLINAS NESSE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO E AO COORDENADOR DO CURSO (SÍNTESE) a). Informações gerais: Número total de docentes: 20 docentes Número de docentes externos a Unioeste: 2 docentes Número de docentes pertencentes ao quadro permanente da Unioeste 18 docentes Titulação: 11 professores doutores e 9 professores mestres, alguns dos quais em processo de doutoramento. A coordenadora do curso, professora Valdeci Batista de Melo Oliveira, é graduada em Letras pela UEM, com mestrado em Teoria Literária pela UNICAMP e doutorado em Letras pela USP. Lotada no Ceca, pertence ao quadro efetivo da Unioeste, desde 1995 - Colegiado do Curso de Letras Modernas - campus de Cascavel. Ministra as disciplinas de Teoria Literária, Literatura Portuguesa, Literatura Universal, etc.. Atualmente exerce o cargo administrativo de Chefe da Divisão de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão, onde, além de outros, desenvolve diversos projetos de extensão universitária. b). Apresentar os Curriculum Vitae - Plataforma Lattes – CNPq, do corpo docente e do Coordenador do Curso, com cópia da última titulação. 4.7 – ORÇAMENTO DE ACORDO COM A RESOLUÇÃO ESTABELICIDA PELO COU – (Resolução 059/2001 – COU – anexar planilha) 5 - PARECERES: 5.1 Ciência do Colegiado proponente 5.2 Parecer do Conselho de Centro 5.3 Parecer do Conselho de Campus 45