HUMBERTO JORGE DA SILVA
PE 443
ToRÇÃo Do TEsTÍcULo
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão do Curso de Graduação em
Medicina.
FLORIANÓPQLIS
1993
HUMBERTO JORGE DA SILVA
TORÇAQ Do TESTÍCULQ.
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão do Curso de Graduação em
Medicina.
Coordenador do Curso: Edson José Cardoso
Orientador: José Antonio de Souza
Co-Orientador: Edevard José de Araújo
FLORIANÓPOLIS
1998
Silva,
Humberto
l9p.
Jorge.
Torção de testículo.
Florianópolis, 1998.
Trabalho de conclusão de Curso de Graduação
Federal de Santa Catarina.
1.
Testículo. 2. Torção. 3. Criança.
em
Medicina,
-
Universidade
AGRADECIIVIEN TOS
Primeiramente ao
meu
pai e à
minha mãe
,
os
meus verdadeiros amigos,
pelas orações, pelo apoio nas horas diñceis, pelo
amor
e pelas lições de
honestidade, humildade e gratidão.
Ao meu Co-orientador e amigo, por sua paciência,
sua sabedoria e pelo
bom
relacionamento que tivemos no deconer deste estudo.
Ao
companheiro e professor de Anatomia Geraldo Morgado Fagundes por
toda a ajuda durante a Faculdade.
Aos
colaboradores deste trabalho: Dr..Waltam1`r
Hom
Hülse e Dr. Nívio
Pascoal Teixiera.
E, fmalmente ao
meu
Orientador, pelas excelentes aulas ministradas, pela
sua humanidade e pela grande ajuda que
vem me prestando.
ÍNDICE
1.
INTRODUÇÃO
2.
OBJETIVO
3.
MÉTODO
RESULTADOS
5. DISCUSSÃO
ó. CONCLUSÃO
4.
7.
REFERÊNCIAS
RESUMO
ABSTRACT
APÊNDICE
1.
INTRODUÇÃO
A torção do testículo (TT), mais corretamente
espermático
(TCE)
DELAs1AUvE,em
primeiramente
foi
V
denominada torção do cordão
identificada
1978. Avaliando o espermograma de 19
unilateral
foi
o de
KRARUP,
homens que haviam. sofrido torção
do cordão espermático, o autor verificou anormalidades
sugerindo que os
por
descrita
1840 12”.
Desde então o trabalho de maior impacto sobre o tema
em
e
em
18 deles,
mesmos seriam inférteis 2”7”l8.
Três hipóteses surgiram para explicar o prejuízo da função testicular após
uma
de episódios prévios de torção
q
ambos os
os a
em ambos os testículos resultariam
(ANDERSON e WILLIAMSON, 1990); b)
torção unilateral: a) lesões isquêmicas
de defeitos preexistentes condicionando-
testículos seriam portadores
uma alteração da espermatogênese
Lmilateral poderia afetar
e à torção
o testículo contralateral
LANDON, PUGH e1HENDRY,
1978); c) a torção
(WALLACE, GUNTER,
1982) ”›““*.
Esta afecção cursa fieqüentemente
escrotal,
(KRARUP,
com
dor de início agudo
em
bolsa
hiperemia e aumento de volume. Isso caracteriza a síndrome escrotal
aguda que pode
ter
como
causa,
além da TCE, outras afecções como:
epididimite, torção de apêndice testicular
orquite, ruptura traumática
cordão espermático
de hidrocele.
abdominal
Em
1”7*8°1°”l8
do
ou torção da hidátide de Morgani,
testículo e celulite escrotal
também pode
estar
alguns pacientes
aumentado
também
18,9”l°°12'l3'14'15°16”17°l8.
e ainda existir
se observa
um
O
um certo grau
quadro de dor
2
A TT pode ocorrer em qualquer idade, mas apresenta 2 picos de incidência:
o primeiro inicia-se no período neonatal, prorrogando-se até o primeiro ano de
vida; o
segundo ocorre
entre os 8 e 15 anos de idade
18.
No primeiro período é mais comum a torção extravaginal,
do
das torções. Ocorre por
total
parede escrotal.
5%
de fixação do testículo e envoltórios à
A torção no período neonatal pode passar desapercebida por ser
pouco dolorosa nesta faixa
também por
etária e
edema em bolsa escrotal sem que
No segundo
falta
que representa
ser frequente a presença
exista torção testicular
de
7”8”1°”16.
pico de incidência a torção intravaginal, quando o testículo e o
bem mais comum 8”12”l6'21.
epididímo giram dentro da túnica vaginal, é
Existem algumas condições congênitas que predispõem à torção, como:
descida incompleta do testículo, cordão longo, gubernáculo ausente ou longo,
fixação
alta
da túnica vaginal (badalo de sino) e a inserção intravaginal do
músculo cremáster
A grande
7”8”l°'l2°16'18.
maioria dos autores, considera ser maior acometimento no lado
~
esquerdo, pelo cordao ser mais longo, aumentando
com
isto a
sua mobilidade e
consequentemente tomando-o mais vulnerável ms.
A torção
não-descidos
de testículo é pelo menos 10 vezes mais freqüente
em
testículos
18.
A principal
fluxo sanguíneo
característica
com
e
isso,
da torção do cordão espermático é a ausência de
qualquer método diagnóstico que possa demonstrar
essa alteração, toma-se extremamente
útil
para chegar-se a
um
diagnóstico
definitivo.
A
cintilografia
ultrassonográfico
ultrassonográfico
do
tecnécio
(99m Tc)
e
o
exame
com doppler são de grande auxílio no diagnóstico. O exame
com doppler colorido é atuahnente o método mais preciso para
o diagnóstico, pois permite
testículo,
com
testículo
podendo
uma
alta resolução
distinguir áreas de
da anatomia vascular do
fluxo sanguíneo aumentado ou diminuído,
3
bem como
diferenciar o
parênquima
testicular
fluxo sanguíneo da parede
1°'“°12.
l2”13'14”18
.
Infelizmente, são
exame apresenta uma especificidade
Este
aproximada de 89,4%, chegando
em
do fluxo do
escrotal
alguns estudos a marca dos
100%
exames que nem sempre estão disponíveis
emergência onde cada minuto conta para a viabilidade do
1°”
H'
em uma
testículo.
O tratamento tem como principal objetivo a manutenção do testículo torcido,
bem como
necessário
a prevenção da torção no testículo contralateral. Para
isto,
torna-se
um tratamento mais agressivo, com a exploração cirúrgica precoce do
escroto para que a destorção seja realizada nos casos confirmados, visando a
recuperação da vascularização do testículo acometido, tendo
preservação da sua viabilidade.
testículos já se
sempre
isso é possível, pois alguns
encontram necrosados no momento do ato cirúrgico
caso, preconiza-se
contralateral.
Nem
como
tratamento a orquiectomia,
Nos quadros de TCE com evolução de
recuperação oscila
em tomo
de
80% e quando
com
cirúrgica o mais breve possível
l'7”8”9”1°”“°12”13'l6.
TCE
início a
a fixação do testículo
em realizar a exploração
mesmo com a negatividade do exame,
for consistente, está indicada a exploração cirúrgica
mesmo com a possibilidade de encontrar um testículo
Por
ser a
TCE
nesse
a evolução clínica é superior a
20%. Daí a importância
Vale a pena salientar que
e,
até 5 horas, o percentual de
10 horas, o percentual cai para
de
como meta final a
se a suspeita
de bolsa escrotal,
normal7'8”9”l°”11”l2'l3”14°15”18.
a maior causa urológica das emergências pediátricas, deu-se
este estudo
com
a fmalidade de avaliar a situação atual do testículo
acometido, e a do contralateral.
2.
OBJETIVO
Avaliar a situação atual do testículo acometido e/ou do contralateral de
patientes que sofreram torção na idade pediátrica.
3.
MÉTODO
Estudo transversal, retrospectivo e descritivo de crianças operadas
com
diagnóstico de torção do testículo, no período de janeiro de 1980 a dezembro de
1997.
Os
pacientes tiveram seus registros localizados no centro cirúrgico do
Hospital Infantil Joana de
prontuários obtidos no
Gusmão
(I-II] G).
Posteriormente, foram revisados os
Serviço de Arquivos Médicos
com preenchimento de uma ficha individual com dados
Após
isso,
o estudo
uma
deste hospital,
dos mesmos.
submetido à aprovação do Centro de Estudos Miguel
(CEMSC)
Salles Cavalcanti
concedida e
foi
(SAME)
e da
Comissão de
Ética.
Com
vez identificado e confirmado o diagnóstico,
correspondência aos pacientes e agendamento de
uma
foi
a aprovação
emitida
uma
consulta no ambulatório
de urologia do HIJ G.
O paciente
e/ou responsável foi(ram) esclarecido(s) sobre o trabalho
o consentimento,
foi realizado
Finalizado o
exame fisico
solicitado
apenas
um
e,
após
um exame fisico.
e respondidos os possíveis questionamentos, foi
estudo ultrassonográfico escrotal.
O
estudo foi realizado por
um profissional, mediante o preenchimento de uma ficha.
com
Pacientes
idade de
16
ou mais anos foram conscientizados da
um estudo seminal para evidenciar possíveis anormalidades.
um estudo comparativo entre os pacientes com torção testicular,
importância de
Foi feito
observando as possíveis alterações morfológicas e funcionais do testículo
acometido e/ou do contralateral, primeiramente no exame físico
orquidômetro de
PRADE e depois com a realização de exames
(ultrassonografia e espermograma).
com
auxílio do
complementares
6
Os dados coletados foram: idade em que ocorreu a torção
fisico,
achado
cirúrgico,
exame
ultrassonográfico,
(espermograma) para os pacientes acima de 16 anos.
testicular,
exame
exame
laboratorial
4.
Dos 82
pacientes
com hipótese
diagnóstico
confirmado no
localizados.
Dos
Alegou
RESULTADOS
diagnóstica de torção testicular, 38 tiveram o
trans-operatório.
pacientes localizados,
ser assintomático e ter
Desses 38 pacientes, 11
negou-se a comparecer ao hospital.
1
uma filha.
Foram analisados 10 pacientes, 2
deles
sem retomar com exames
Oito patientes além de examinados foram investigados
Desses, 4 realizaram
foram
com
solicitados.
ultrassonografia.
também o espermograma por apresentarem idade
igual
ou
superior a 16 anos.
Tabela I - Pacientes
com diagnóstico de torção
testicular, distribuídos
de acordo
com a idade (em anos).
IDADE
0-2
2-4
4-6
6-8
8~10
Casos
Percentual
5
13,15%
4
10,52%
3
7,89%
5
13,15%
5
13,15%
10-12
4
10,52%
12-14
11
28,94%
14-16
1
Total
38
2,68%
100,00%
8
Tabela
acordo
-
II
Pacientes
com o lado do
com
diagnóstico de torção testicular, distribuídos de
testículo acometido.
'
N° de casos
Lado acometido
Percentual
Esquerdo
26
68,43%
Direito
12
31,57%
Total
38
100,00%
Tabela
III
-
Pacientes
distribuídos de acordo
com
com o procedimento cirúrgico realizado.
Procedimento
Destorção
diagnóstico confirmado de torção testicular,
+ Fixação do
lado
N° de casos
Percentual
04
10,52%
32
84,21%
02
5,26%
acometido e do contra-lateral
Orquiectomia + Fixação contralateral
Orquiectomia
Quadro
-
com
confirmado de torção
testicular,
submetidos ao exame ñsico do testículo acometido e do contralateral.
De acordo
I
Pacientes
diagnóstico
com o orquidômetro de PRADE.
*O
Caso
Testículo acometido
Testículo contra-lateral
1
Impalpável
Normal
2
Impalpável
Normal
3
Normal
4
Impalpável
Hipertrófico
5
Impalpável
Normal
6
Prótese
Normal
7
Impalpável
Hipertrófico
8
Impalpável
Hipertrófico
9
Impalpável
Normal
10
Hipotrófico **
Normal
testículo
*
Normal
acometido do caso 3 encontrava-se normal ao exame fisico
(textura e orquidometria).
**
O testículo acometido do caso
10,
ao exame fisico, apresentava se
com
volume diminuído.
Os
testículos
que não foram
que foram submetidos.
palpados, deveu-se a orquiectomia previa a
10
Quadro
II
-
Pacientes
com
torção de testículo de acordo
volmnétrica e aspecto do testículo contra-lateral
(orquidômetro de
Caso
com
com
a avaliação
base no exame físico
PRADE) e estudo ultrassonográfico.
Aspecto
Volume do
orquidômetro
Volume Ultrassonografico
(HIH13)
(IDH13)
1
Normal
20 (N
*)
10,2 (N)
2
Normal
20 (N
*)
10,7 (N)
3
Normal
25 (N
*)
4
Hipertrófico
30 (H**)
5
Normal
03 (N*)
6
Normal
25 (N*)
1o,ó (N)
7
Hipertrófico
30 (H**)
13,1 (H)
8
Hipertrófico
25 (H**)
12,4 (H)
9
Nomial
20 (N*)
10
Normal
20 (N*)
10,3 (N)
15,6 (H)
0,38 (N)
NRH*
NRH*
*N = volume normal do testículo de acordo com a idade do paciente
**H = volume aumentado do testículo de acordo com a idade (hipertrofico)
***NR = não realizou
11
Quadro
III
-
com
Pacientes
diagnóstico
confirmado de torção
testicular,
sendo submetidos a análise do espermograma.
Caso
Cor
I
Caso
II
Caso
III
Caso IV
Opalescente
Opalescente
Opalescente
Opalescente
Normal
Normal
Nonnal
Nomial
8,0
7,5
8,0
7,5
2,1ml
3,5ml
2,8ml
Viscosidade
Nomual
Normal
Normal
Coagulação
1 0°
25'
Sui-generis
Sui-generis
Sui-generis
Sui-generis
Liquefação primária
+
+
+
+
Liquefação
+
+
+
+
l8,560000/ml
28,960.000/ml
11.920.000/ml
53.600.000/ml
51%
85%
45%
75%
84%
80%
60%
80%
55%
76%
86%
95%
35%
5%
15%
5%
Aspecto
pH
Volume
Odor
1
0°
1
,Omi
Normal
15'
~
secundária
Espermatozóides
Viabilidade
Morfologia normal
Motilidade rápida e
progressiva
Imotilidade
5.
Poucos pacientes da
série
DISCUSSÃO
foram localizados.
reavaliação.
Um
desses
recusou-se à
A idade do acometimento mostrou uma incidência menor do que a literatura
refere
como sendo o
primeiro pico, que vai desde o período neonatal, até o
primeiro ano de vida, ocorrendo
em apenas 2 pacientes neste estudo.
o pico de maior incidência se deu dos 8 aos 15 anos de idade
com um percentual
com os dados da literatura 7”8”9'1°”l2'14'18.
de 65,24 %, coincidindo
Quanto ao lado acometido, observou-se que o esquerdo teve
número de casos, com um percentual de 68,43
dando
uma
proporção de
que refere apenas
uma
testículo esquerdo,
em
cordão é mais longo,
O
tipo de
testículo se
2:1, criando
discreta
uma
maior
% contra 31,57 % do lado direito,
certa divergência
com
a literatura
predominância da incidência da torção no
relação ao direito.
deu do seguinte modo: destorção e fixação do lado acometido
em 04 pacientes
(lO,52 %).
casos ocorreu a orquiectomia do lado acometido,
devendo o
inviabilidade
o
procedimento realizado nos pacientes que sofreram torção de
do
cirurgião,
com
Na
grande maioria dos
a fixaçäo contralateral
no momento do ato cirúrgico,
testículo acometido.
com
Normalmente a destorção é
quando é sugerida a viabilidade do mesmo.
(84,2l %),
um
Como já mencionado neste lado
conferindo ao testículo uma maior mobilidade 7°9”12”18.
fixação do contralateral
realizada
Contudo,
ter
constatado a
Segundo alguns autores a maior causa de
necrose irreversível é a demora no diagnóstico e na conduta cirúrgica
1,3,4,ó,7,s,9,;o,13,1s,1ó,1s
O
que surpreendeu
foi a
conduta tomada
orquiectomia do lado acometido,
sem
em
2 casos, onde
foi realizada
ser feita a fixação contralateral, e
sem
tido nos prontuários destes 2 pacientes, justificativa para esta conduta.
a
ter
Isso
13
com
diverge
uma torção
a
literatura, pois
futura nos pacientes
Dos 10
a prevenção de
l'3°7”8'9”l2”13'17'18.
2 tiveram seus testículos acometidos preservados,
pacientes,
constatando-se ao
3)
a fixação contralateral objetiva
exame fisico
1
palpação normal (testículo acometido do caso
posteriormente confirmado pelo exame ultrassonográfico; e
,
hipotrófico (testículo acometido do caso 10) que infelizmente,
um
testículo
por recusa do
próprio paciente e de seu responsável, tomou-se impossível a realização dos
exames complementares.
O
exame fisico
contralateral
em
desses
10
pacientes
hipertrofia
submetidos
à
orquiectomia,
um achado
explicando
muito flequente nos
o
assim,
mecanismo
compensatório do testículo preservado na tentativa de suprir a
contralateral
l*2°3”4'5”6”7'9*1°*l6
Quanto aos dois casos onde os
.
uma
preservados, constatou-se
testículo
testicular
3 casos (4,7 e 8), contradizendo os dados da literatura, que
referem ser a hipertrofia vicariante do testículo,
pacientes
mostrou
acometido do caso
10,
no momento do ato cirúrgico
falta
testículos
do
foram
hipotrofia significativa ao exame físico no
provavelmente por este mesmo,
um falso prognóstico
ter
apresentado
de viabilidade direcionando
a conduta cirúrgica para a sua manutenção.
Os dados
com
obtidos dos 8 primeiros casos, foram posteriormente confirmados
a realização do
exame ultrassonográfico. Dando continuidade ao estudo
ultrassonográfico do testículo contralateral, não foi observada alteração na
textura e
na cápsula dos mesmos, destacando apenas a presença de varicocele
nos casos l,3,4 e
7,
que
em nada
influencia na gênese ou decorrência da torção
testicular.
Em pacientes com
espennograma.
idade igual ou superior a 16 anos foi possível realizar
Na análise
do espermograma, primeiramente
diminuição do volume do sêmen no caso
l
e
no caso
foi
observado
4. Seria
uma
prudente que
nesses dois casos, o espermograma fosse repetido, pois a situação de estresse a
14
que o paciente é submetido, pode gerar Luna produção muito pobre do líquido
seminal. Caso, após refeito o espermograma, persistisse
muito pobre,
paciente.
seria
um
volume de sêmen
prudente a investigação da próstata e da vesícula seminal do
Quanto à repercussão da torção de
pouco provável, porque a torção de
testículo sobre este fato, seria
assim como a varicocele,
testículo
influenciam na produção de espermatozóides que
em
termos de contribuição
para a formação do volume do líquido seminal, é muito insignificante
Outro dado significativo,
casos
1
e 3.
a redução do
Este fato sim, pode ter
presente, nesses dois casos,
O modo
foi
como a
muito
l'6'18'18.
número de espermatozóides nos
como causa a
varicocele que se fez
além da torção testicular 18”.
torção testicular pode
influenciar na produção de
espermatozóides provém de 3 hipóteses: torções prévias subagudas que o(s)
testículo(s) preservado(s)
de
poderiam
ter sofrido anteriormente,
uma reação auto imune mediada por anticorpos
são preservados e nos contralaterais19'2°;
e,
nos testículos acometidos que
por fim, ambos os testículos seriam
portadores de defeitos preexistentes, condicionando-os a
espermatogênese e à torção
19.
desencadeamento
uma
alteração da
Essas teorias seriam as prováveis causas da
diminuição do número de espermatozóides nesses pacientes.
Esses pacientes não
baixo
podem
ser classificados
como
inférteis, pois
apesar do
número de espermatozóides encontrado no espermograma,
espermatozóides apresentam morfologia normal e viabilidade superior a
uma motilidade do tipo A (rápida e progressiva)
Finahnente, ainda deve-se levar
ao
espennograma (16 anos),
em conta
que
ainda
superior a
esses
50%
e
25%.
a idade dos pacientes submetidos
não
atingiram
o
clímax
do
desenvolvimento sexual, estando os testículos vicariantes, ainda por atingir a
capacidade máxima de funcionalidade
A casuística do
grande dificuldade
1930.
estudo é pequena e 2 motivos
em
podem justificar
localizar os pacientes e a
esse fato: a
pouca colaboração para
15
proceder os exames complementares. Mais dificil ainda é a realização do
espennograma que, culturalmente,
é
um exame em que há grande resistência dos
pacientes para ser feito.
Apesar
disso,
desconhecemos,
em
nosso meio, outro trabalho que tenha
avaliado tardiamente pacientes que sofreram torção do testículo.
Fica sugerido que todos os pacientes acometidos por esta afecção tenham
acompanhamento periódico
quando,
com
e criterioso até atingirem os 16 anos de idade,
a realização do espermograma, possa-lhes ser dado
esclarecimento
e,
nos casos alterados,
tratamento a ser realizado.
um
uma melhor
um
melhor
orientação quanto ao
6.
1.
A
coNcLUsÕEs
torção testicular foi mais freqüente entre 8 aos 16 anos de idade,
acometendo mais o
cirúrgico
testículo esquerdo
mais utilizado
foi
na proporção de
a orquiectomia
com
2:1, e
o procedimento
fixação do
testículo
com
aspecto e
contralateral.
2.
O testículo contralateral apresentou-se,
na maioria dos casos,
volume normais, porém com uma diminuição no número de espermatozóides.
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RESUMO
A
torção testicular é
uma
das mais freqüentes emergências na urologia
pediátrica.
Foi realizado
afecção, atendidos
um
estudo retrospectivo dos pacientes acometidos por esta
no Hospital
Infantil
Joana de Gusmão, realizando-se exame
ñsico e exames complementares.
A
idade,
f
idade do acometimento oscilou do período neonatal até os 16 anos de
com maior incidência em pacientes com mais de 8 anos de idade.
Nesse estudo, ocorreu
um
maior acometimento do lado esquerdo, numa
proporção de 2:1, sendo a orquiectomia do testículo acometido
contralateral, o
Avaliou-se
preservados,
com
a fixação
procedimento terapêutico mais utilizado.
também o volume dos
acometidos que foram
testículos
bem como o dos contralaterais, onde foi observada hipertrofia em 3
testículos vican`antes.
Foi feita a análise do espennograma nos pacientes
anos no
momento do exame, sendo
espermatozóides nos mesmos.
_
constatado
com
um
idade superior a 16
número diminuído de
ABSTRACT
The
sprain of testicles
is
one of the most fiequent emergencies in pediatric
urology.
We realized a retrospective historic with patients that have this diagnose
“Hospital Infantil Joana de Gusmão”;
we examined them
at
and realized
complementary exams.
We fotmd patients in neonatal period, and the older was
frequently patients with
We found
more than 8 years.
In this study there were
2:1,
16 years.
more
and the orquitectomy of the
cases in the left testicle, in the proportion
illness° testicle
of
and fixation of the other testicle
was the treatment realized in more cases.
'
We
testicle
We
verified the
ilhiess testicle°s
volume
of the other side, where were observed 3
that
were preserved, and the
testicles
with hypertrophy.
analyzed the sperm of the patients that had more than 16 years in the
moment of the exam, and We verified a poor number of sperm°s cells.
APÊNDICE
Segue neste o protocolo utilizado para a confecção do trabalho
ANEXO 1
EXAME Físico DIRIGIDO
PRoTocoLo DE AVALIAÇÃO
NOME:
IDADE:
DATA DA CIRURGIA;
TIPO DE PRocED1MENToz
TEsTícULo Aco1vrET1Doz
Bolsa escrotalz
Normal
(
)
(
)Hidrocele direita
(
)I-Iidrocele esquerda
(
)
Varicocele direita grau
(
)
Varicocele esquerda grau
~
Observaçoes:
Testículo Acometido:
,_\
›
,Lx
›
Normal
Retrátil
\/\1\1\1
rêx
›
,@\
r\
›
\/
›
\
r\
\
›
Impalpável
Hipotrófico
Hipertrófico
Presença de prótese
I II III
I II III
Testículo Contra-lateral
(
)Nonna1
‹[
]›
Retrátil
(
)
Impalpável
(
)
Hipotrófico
(
)
Hipertrófico
(
)
Presença de prótese
ANEXO 2
PRoTocoLo DE AVALIAÇÃO Dos PACIENTES coM ToRÇÃo
TESTICULAR.
EXAME ULTRAssoNoG1àA1‹¬1co
f
NOME:
IDADE:
REGIS TRO:
Tipo de procedimento:
Orquiectomia
(
)
(
)Destorção e fixação do testículo acometido
(
)
Orquiectomia
(
)
Orquidopexia bilateral
(
)
Prótese testicular presente
com orquidopexia contra-lateral
Simetria:
Testículos simétricos
(
)
(
)Testículos assimétricos
(
)
Orquíectomia com o testículo
contra-lateral de
tamanho normal
(
)
Orquiectomia com o testículo
contra-lateral de
tamanho reduzido
Volume: Diam. AP.
com atrofia do lado acometido
X Diam. Long. X Diam. Transv. X 0,52
Testículo acometido
Diâmetro ântero-posterior:
cm
Diâmetro longitudinal:
Diâmetro transversal:
Volume:
cm
cm
cm3
Testículo contra-lateral:
Diâmetro ântero-posterior:
Diâmetro longitudinal:
Diâmetro transversal:
Volume:
cm
cm
cm
cm3
Textura:
(
)
Testículo acometido hipoecogênico
(
)
Testículos
(
)
Testículo contra-lateral hipoecogênico
(
)
Testículo acometido hiperecogênico
com ecogenicidade normal
Albugínea:
(
)Espessada
(
)Normal
(
)Atrofiada
Doenças associadas:
(
)Varicocele
(
)Hidrocele
(
)
Alteração no cordão espermático
(
)
Comprometimento na vascularização
(
)
Hémia inguinal
Observações
testicular
TCC
UFSC
PE
N-ChflmTítulo:
0443
Ex.l
TCC UFSC PE
0443
Humberto Jo
Torção do testículo..
Autor: Silva,
uma
uu ||m|||||‹u|;|a0
AC 254 33
972805250
Ex.I
UFSC BSCCSM
IIIIIIII
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humberto jorge da silva pe 443 - Universidade Federal de Santa