HUMBERTO JORGE DA SILVA PE 443 ToRÇÃo Do TEsTÍcULo Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação em Medicina. FLORIANÓPQLIS 1993 HUMBERTO JORGE DA SILVA TORÇAQ Do TESTÍCULQ. Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação em Medicina. Coordenador do Curso: Edson José Cardoso Orientador: José Antonio de Souza Co-Orientador: Edevard José de Araújo FLORIANÓPOLIS 1998 Silva, Humberto l9p. Jorge. Torção de testículo. Florianópolis, 1998. Trabalho de conclusão de Curso de Graduação Federal de Santa Catarina. 1. Testículo. 2. Torção. 3. Criança. em Medicina, - Universidade AGRADECIIVIEN TOS Primeiramente ao meu pai e à minha mãe , os meus verdadeiros amigos, pelas orações, pelo apoio nas horas diñceis, pelo amor e pelas lições de honestidade, humildade e gratidão. Ao meu Co-orientador e amigo, por sua paciência, sua sabedoria e pelo bom relacionamento que tivemos no deconer deste estudo. Ao companheiro e professor de Anatomia Geraldo Morgado Fagundes por toda a ajuda durante a Faculdade. Aos colaboradores deste trabalho: Dr..Waltam1`r Hom Hülse e Dr. Nívio Pascoal Teixiera. E, fmalmente ao meu Orientador, pelas excelentes aulas ministradas, pela sua humanidade e pela grande ajuda que vem me prestando. ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVO 3. MÉTODO RESULTADOS 5. DISCUSSÃO ó. CONCLUSÃO 4. 7. REFERÊNCIAS RESUMO ABSTRACT APÊNDICE 1. INTRODUÇÃO A torção do testículo (TT), mais corretamente espermático (TCE) DELAs1AUvE,em primeiramente foi V denominada torção do cordão identificada 1978. Avaliando o espermograma de 19 unilateral foi o de KRARUP, homens que haviam. sofrido torção do cordão espermático, o autor verificou anormalidades sugerindo que os por descrita 1840 12”. Desde então o trabalho de maior impacto sobre o tema em e em 18 deles, mesmos seriam inférteis 2”7”l8. Três hipóteses surgiram para explicar o prejuízo da função testicular após uma de episódios prévios de torção q ambos os os a em ambos os testículos resultariam (ANDERSON e WILLIAMSON, 1990); b) torção unilateral: a) lesões isquêmicas de defeitos preexistentes condicionando- testículos seriam portadores uma alteração da espermatogênese Lmilateral poderia afetar e à torção o testículo contralateral LANDON, PUGH e1HENDRY, 1978); c) a torção (WALLACE, GUNTER, 1982) ”›““*. Esta afecção cursa fieqüentemente escrotal, (KRARUP, com dor de início agudo em bolsa hiperemia e aumento de volume. Isso caracteriza a síndrome escrotal aguda que pode ter como causa, além da TCE, outras afecções como: epididimite, torção de apêndice testicular orquite, ruptura traumática cordão espermático de hidrocele. abdominal Em 1”7*8°1°”l8 do ou torção da hidátide de Morgani, testículo e celulite escrotal também pode estar alguns pacientes aumentado também 18,9”l°°12'l3'14'15°16”17°l8. e ainda existir se observa um O um certo grau quadro de dor 2 A TT pode ocorrer em qualquer idade, mas apresenta 2 picos de incidência: o primeiro inicia-se no período neonatal, prorrogando-se até o primeiro ano de vida; o segundo ocorre entre os 8 e 15 anos de idade 18. No primeiro período é mais comum a torção extravaginal, do das torções. Ocorre por total parede escrotal. 5% de fixação do testículo e envoltórios à A torção no período neonatal pode passar desapercebida por ser pouco dolorosa nesta faixa também por etária e edema em bolsa escrotal sem que No segundo falta que representa ser frequente a presença exista torção testicular de 7”8”1°”16. pico de incidência a torção intravaginal, quando o testículo e o bem mais comum 8”12”l6'21. epididímo giram dentro da túnica vaginal, é Existem algumas condições congênitas que predispõem à torção, como: descida incompleta do testículo, cordão longo, gubernáculo ausente ou longo, fixação alta da túnica vaginal (badalo de sino) e a inserção intravaginal do músculo cremáster A grande 7”8”l°'l2°16'18. maioria dos autores, considera ser maior acometimento no lado ~ esquerdo, pelo cordao ser mais longo, aumentando com isto a sua mobilidade e consequentemente tomando-o mais vulnerável ms. A torção não-descidos de testículo é pelo menos 10 vezes mais freqüente em testículos 18. A principal fluxo sanguíneo característica com e isso, da torção do cordão espermático é a ausência de qualquer método diagnóstico que possa demonstrar essa alteração, toma-se extremamente útil para chegar-se a um diagnóstico definitivo. A cintilografia ultrassonográfico ultrassonográfico do tecnécio (99m Tc) e o exame com doppler são de grande auxílio no diagnóstico. O exame com doppler colorido é atuahnente o método mais preciso para o diagnóstico, pois permite testículo, com testículo podendo uma alta resolução distinguir áreas de da anatomia vascular do fluxo sanguíneo aumentado ou diminuído, 3 bem como diferenciar o parênquima testicular fluxo sanguíneo da parede 1°'“°12. l2”13'14”18 . Infelizmente, são exame apresenta uma especificidade Este aproximada de 89,4%, chegando em do fluxo do escrotal alguns estudos a marca dos 100% exames que nem sempre estão disponíveis emergência onde cada minuto conta para a viabilidade do 1°” H' em uma testículo. O tratamento tem como principal objetivo a manutenção do testículo torcido, bem como necessário a prevenção da torção no testículo contralateral. Para isto, torna-se um tratamento mais agressivo, com a exploração cirúrgica precoce do escroto para que a destorção seja realizada nos casos confirmados, visando a recuperação da vascularização do testículo acometido, tendo preservação da sua viabilidade. testículos já se sempre isso é possível, pois alguns encontram necrosados no momento do ato cirúrgico caso, preconiza-se contralateral. Nem como tratamento a orquiectomia, Nos quadros de TCE com evolução de recuperação oscila em tomo de 80% e quando com cirúrgica o mais breve possível l'7”8”9”1°”“°12”13'l6. TCE início a a fixação do testículo em realizar a exploração mesmo com a negatividade do exame, for consistente, está indicada a exploração cirúrgica mesmo com a possibilidade de encontrar um testículo Por ser a TCE nesse a evolução clínica é superior a 20%. Daí a importância Vale a pena salientar que e, até 5 horas, o percentual de 10 horas, o percentual cai para de como meta final a se a suspeita de bolsa escrotal, normal7'8”9”l°”11”l2'l3”14°15”18. a maior causa urológica das emergências pediátricas, deu-se este estudo com a fmalidade de avaliar a situação atual do testículo acometido, e a do contralateral. 2. OBJETIVO Avaliar a situação atual do testículo acometido e/ou do contralateral de patientes que sofreram torção na idade pediátrica. 3. MÉTODO Estudo transversal, retrospectivo e descritivo de crianças operadas com diagnóstico de torção do testículo, no período de janeiro de 1980 a dezembro de 1997. Os pacientes tiveram seus registros localizados no centro cirúrgico do Hospital Infantil Joana de prontuários obtidos no Gusmão (I-II] G). Posteriormente, foram revisados os Serviço de Arquivos Médicos com preenchimento de uma ficha individual com dados Após isso, o estudo uma deste hospital, dos mesmos. submetido à aprovação do Centro de Estudos Miguel (CEMSC) Salles Cavalcanti concedida e foi (SAME) e da Comissão de Ética. Com vez identificado e confirmado o diagnóstico, correspondência aos pacientes e agendamento de uma foi a aprovação emitida uma consulta no ambulatório de urologia do HIJ G. O paciente e/ou responsável foi(ram) esclarecido(s) sobre o trabalho o consentimento, foi realizado Finalizado o exame fisico solicitado apenas um e, após um exame fisico. e respondidos os possíveis questionamentos, foi estudo ultrassonográfico escrotal. O estudo foi realizado por um profissional, mediante o preenchimento de uma ficha. com Pacientes idade de 16 ou mais anos foram conscientizados da um estudo seminal para evidenciar possíveis anormalidades. um estudo comparativo entre os pacientes com torção testicular, importância de Foi feito observando as possíveis alterações morfológicas e funcionais do testículo acometido e/ou do contralateral, primeiramente no exame físico orquidômetro de PRADE e depois com a realização de exames (ultrassonografia e espermograma). com auxílio do complementares 6 Os dados coletados foram: idade em que ocorreu a torção fisico, achado cirúrgico, exame ultrassonográfico, (espermograma) para os pacientes acima de 16 anos. testicular, exame exame laboratorial 4. Dos 82 pacientes com hipótese diagnóstico confirmado no localizados. Dos Alegou RESULTADOS diagnóstica de torção testicular, 38 tiveram o trans-operatório. pacientes localizados, ser assintomático e ter Desses 38 pacientes, 11 negou-se a comparecer ao hospital. 1 uma filha. Foram analisados 10 pacientes, 2 deles sem retomar com exames Oito patientes além de examinados foram investigados Desses, 4 realizaram foram com solicitados. ultrassonografia. também o espermograma por apresentarem idade igual ou superior a 16 anos. Tabela I - Pacientes com diagnóstico de torção testicular, distribuídos de acordo com a idade (em anos). IDADE 0-2 2-4 4-6 6-8 8~10 Casos Percentual 5 13,15% 4 10,52% 3 7,89% 5 13,15% 5 13,15% 10-12 4 10,52% 12-14 11 28,94% 14-16 1 Total 38 2,68% 100,00% 8 Tabela acordo - II Pacientes com o lado do com diagnóstico de torção testicular, distribuídos de testículo acometido. ' N° de casos Lado acometido Percentual Esquerdo 26 68,43% Direito 12 31,57% Total 38 100,00% Tabela III - Pacientes distribuídos de acordo com com o procedimento cirúrgico realizado. Procedimento Destorção diagnóstico confirmado de torção testicular, + Fixação do lado N° de casos Percentual 04 10,52% 32 84,21% 02 5,26% acometido e do contra-lateral Orquiectomia + Fixação contralateral Orquiectomia Quadro - com confirmado de torção testicular, submetidos ao exame ñsico do testículo acometido e do contralateral. De acordo I Pacientes diagnóstico com o orquidômetro de PRADE. *O Caso Testículo acometido Testículo contra-lateral 1 Impalpável Normal 2 Impalpável Normal 3 Normal 4 Impalpável Hipertrófico 5 Impalpável Normal 6 Prótese Normal 7 Impalpável Hipertrófico 8 Impalpável Hipertrófico 9 Impalpável Normal 10 Hipotrófico ** Normal testículo * Normal acometido do caso 3 encontrava-se normal ao exame fisico (textura e orquidometria). ** O testículo acometido do caso 10, ao exame fisico, apresentava se com volume diminuído. Os testículos que não foram que foram submetidos. palpados, deveu-se a orquiectomia previa a 10 Quadro II - Pacientes com torção de testículo de acordo volmnétrica e aspecto do testículo contra-lateral (orquidômetro de Caso com com a avaliação base no exame físico PRADE) e estudo ultrassonográfico. Aspecto Volume do orquidômetro Volume Ultrassonografico (HIH13) (IDH13) 1 Normal 20 (N *) 10,2 (N) 2 Normal 20 (N *) 10,7 (N) 3 Normal 25 (N *) 4 Hipertrófico 30 (H**) 5 Normal 03 (N*) 6 Normal 25 (N*) 1o,ó (N) 7 Hipertrófico 30 (H**) 13,1 (H) 8 Hipertrófico 25 (H**) 12,4 (H) 9 Nomial 20 (N*) 10 Normal 20 (N*) 10,3 (N) 15,6 (H) 0,38 (N) NRH* NRH* *N = volume normal do testículo de acordo com a idade do paciente **H = volume aumentado do testículo de acordo com a idade (hipertrofico) ***NR = não realizou 11 Quadro III - com Pacientes diagnóstico confirmado de torção testicular, sendo submetidos a análise do espermograma. Caso Cor I Caso II Caso III Caso IV Opalescente Opalescente Opalescente Opalescente Normal Normal Nonnal Nomial 8,0 7,5 8,0 7,5 2,1ml 3,5ml 2,8ml Viscosidade Nomual Normal Normal Coagulação 1 0° 25' Sui-generis Sui-generis Sui-generis Sui-generis Liquefação primária + + + + Liquefação + + + + l8,560000/ml 28,960.000/ml 11.920.000/ml 53.600.000/ml 51% 85% 45% 75% 84% 80% 60% 80% 55% 76% 86% 95% 35% 5% 15% 5% Aspecto pH Volume Odor 1 0° 1 ,Omi Normal 15' ~ secundária Espermatozóides Viabilidade Morfologia normal Motilidade rápida e progressiva Imotilidade 5. Poucos pacientes da série DISCUSSÃO foram localizados. reavaliação. Um desses recusou-se à A idade do acometimento mostrou uma incidência menor do que a literatura refere como sendo o primeiro pico, que vai desde o período neonatal, até o primeiro ano de vida, ocorrendo em apenas 2 pacientes neste estudo. o pico de maior incidência se deu dos 8 aos 15 anos de idade com um percentual com os dados da literatura 7”8”9'1°”l2'14'18. de 65,24 %, coincidindo Quanto ao lado acometido, observou-se que o esquerdo teve número de casos, com um percentual de 68,43 dando uma proporção de que refere apenas uma testículo esquerdo, em cordão é mais longo, O tipo de testículo se 2:1, criando discreta uma maior % contra 31,57 % do lado direito, certa divergência com a literatura predominância da incidência da torção no relação ao direito. deu do seguinte modo: destorção e fixação do lado acometido em 04 pacientes (lO,52 %). casos ocorreu a orquiectomia do lado acometido, devendo o inviabilidade o procedimento realizado nos pacientes que sofreram torção de do cirurgião, com Na grande maioria dos a fixaçäo contralateral no momento do ato cirúrgico, testículo acometido. com Normalmente a destorção é quando é sugerida a viabilidade do mesmo. (84,2l %), um Como já mencionado neste lado conferindo ao testículo uma maior mobilidade 7°9”12”18. fixação do contralateral realizada Contudo, ter constatado a Segundo alguns autores a maior causa de necrose irreversível é a demora no diagnóstico e na conduta cirúrgica 1,3,4,ó,7,s,9,;o,13,1s,1ó,1s O que surpreendeu foi a conduta tomada orquiectomia do lado acometido, sem em 2 casos, onde foi realizada ser feita a fixação contralateral, e sem tido nos prontuários destes 2 pacientes, justificativa para esta conduta. a ter Isso 13 com diverge uma torção a literatura, pois futura nos pacientes Dos 10 a prevenção de l'3°7”8'9”l2”13'17'18. 2 tiveram seus testículos acometidos preservados, pacientes, constatando-se ao 3) a fixação contralateral objetiva exame fisico 1 palpação normal (testículo acometido do caso posteriormente confirmado pelo exame ultrassonográfico; e , hipotrófico (testículo acometido do caso 10) que infelizmente, um testículo por recusa do próprio paciente e de seu responsável, tomou-se impossível a realização dos exames complementares. O exame fisico contralateral em desses 10 pacientes hipertrofia submetidos à orquiectomia, um achado explicando muito flequente nos o assim, mecanismo compensatório do testículo preservado na tentativa de suprir a contralateral l*2°3”4'5”6”7'9*1°*l6 Quanto aos dois casos onde os . uma preservados, constatou-se testículo testicular 3 casos (4,7 e 8), contradizendo os dados da literatura, que referem ser a hipertrofia vicariante do testículo, pacientes mostrou acometido do caso 10, no momento do ato cirúrgico falta testículos do foram hipotrofia significativa ao exame físico no provavelmente por este mesmo, um falso prognóstico ter apresentado de viabilidade direcionando a conduta cirúrgica para a sua manutenção. Os dados com obtidos dos 8 primeiros casos, foram posteriormente confirmados a realização do exame ultrassonográfico. Dando continuidade ao estudo ultrassonográfico do testículo contralateral, não foi observada alteração na textura e na cápsula dos mesmos, destacando apenas a presença de varicocele nos casos l,3,4 e 7, que em nada influencia na gênese ou decorrência da torção testicular. Em pacientes com espennograma. idade igual ou superior a 16 anos foi possível realizar Na análise do espermograma, primeiramente diminuição do volume do sêmen no caso l e no caso foi observado 4. Seria uma prudente que nesses dois casos, o espermograma fosse repetido, pois a situação de estresse a 14 que o paciente é submetido, pode gerar Luna produção muito pobre do líquido seminal. Caso, após refeito o espermograma, persistisse muito pobre, paciente. seria um volume de sêmen prudente a investigação da próstata e da vesícula seminal do Quanto à repercussão da torção de pouco provável, porque a torção de testículo sobre este fato, seria assim como a varicocele, testículo influenciam na produção de espermatozóides que em termos de contribuição para a formação do volume do líquido seminal, é muito insignificante Outro dado significativo, casos 1 e 3. a redução do Este fato sim, pode ter presente, nesses dois casos, O modo foi como a muito l'6'18'18. número de espermatozóides nos como causa a varicocele que se fez além da torção testicular 18”. torção testicular pode influenciar na produção de espermatozóides provém de 3 hipóteses: torções prévias subagudas que o(s) testículo(s) preservado(s) de poderiam ter sofrido anteriormente, uma reação auto imune mediada por anticorpos são preservados e nos contralaterais19'2°; e, nos testículos acometidos que por fim, ambos os testículos seriam portadores de defeitos preexistentes, condicionando-os a espermatogênese e à torção 19. desencadeamento uma alteração da Essas teorias seriam as prováveis causas da diminuição do número de espermatozóides nesses pacientes. Esses pacientes não baixo podem ser classificados como inférteis, pois apesar do número de espermatozóides encontrado no espermograma, espermatozóides apresentam morfologia normal e viabilidade superior a uma motilidade do tipo A (rápida e progressiva) Finahnente, ainda deve-se levar ao espennograma (16 anos), em conta que ainda superior a esses 50% e 25%. a idade dos pacientes submetidos não atingiram o clímax do desenvolvimento sexual, estando os testículos vicariantes, ainda por atingir a capacidade máxima de funcionalidade A casuística do grande dificuldade 1930. estudo é pequena e 2 motivos em podem justificar localizar os pacientes e a esse fato: a pouca colaboração para 15 proceder os exames complementares. Mais dificil ainda é a realização do espennograma que, culturalmente, é um exame em que há grande resistência dos pacientes para ser feito. Apesar disso, desconhecemos, em nosso meio, outro trabalho que tenha avaliado tardiamente pacientes que sofreram torção do testículo. Fica sugerido que todos os pacientes acometidos por esta afecção tenham acompanhamento periódico quando, com e criterioso até atingirem os 16 anos de idade, a realização do espermograma, possa-lhes ser dado esclarecimento e, nos casos alterados, tratamento a ser realizado. um uma melhor um melhor orientação quanto ao 6. 1. A coNcLUsÕEs torção testicular foi mais freqüente entre 8 aos 16 anos de idade, acometendo mais o cirúrgico testículo esquerdo mais utilizado foi na proporção de a orquiectomia com 2:1, e o procedimento fixação do testículo com aspecto e contralateral. 2. O testículo contralateral apresentou-se, na maioria dos casos, volume normais, porém com uma diminuição no número de espermatozóides. REFERÊNCIAS 7. 1. Gausche M. Genitourinary surgical emergencies. Ped Ann 1996; 251458-64. 2. Sakai AT, Srougi do cordão espermático sobre o unilateral experimental 3. M, Cedenho AP, Sakai Y, Mies em ratos. J Br Urol Chakraborty L, Nelson L, S. 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J Urol. 1983; l29:558-9. RESUMO A torção testicular é uma das mais freqüentes emergências na urologia pediátrica. Foi realizado afecção, atendidos um estudo retrospectivo dos pacientes acometidos por esta no Hospital Infantil Joana de Gusmão, realizando-se exame ñsico e exames complementares. A idade, f idade do acometimento oscilou do período neonatal até os 16 anos de com maior incidência em pacientes com mais de 8 anos de idade. Nesse estudo, ocorreu um maior acometimento do lado esquerdo, numa proporção de 2:1, sendo a orquiectomia do testículo acometido contralateral, o Avaliou-se preservados, com a fixação procedimento terapêutico mais utilizado. também o volume dos acometidos que foram testículos bem como o dos contralaterais, onde foi observada hipertrofia em 3 testículos vican`antes. Foi feita a análise do espennograma nos pacientes anos no momento do exame, sendo espermatozóides nos mesmos. _ constatado com um idade superior a 16 número diminuído de ABSTRACT The sprain of testicles is one of the most fiequent emergencies in pediatric urology. We realized a retrospective historic with patients that have this diagnose “Hospital Infantil Joana de Gusmão”; we examined them at and realized complementary exams. We fotmd patients in neonatal period, and the older was frequently patients with We found more than 8 years. In this study there were 2:1, 16 years. more and the orquitectomy of the cases in the left testicle, in the proportion illness° testicle of and fixation of the other testicle was the treatment realized in more cases. ' We testicle We verified the ilhiess testicle°s volume of the other side, where were observed 3 that were preserved, and the testicles with hypertrophy. analyzed the sperm of the patients that had more than 16 years in the moment of the exam, and We verified a poor number of sperm°s cells. APÊNDICE Segue neste o protocolo utilizado para a confecção do trabalho ANEXO 1 EXAME Físico DIRIGIDO PRoTocoLo DE AVALIAÇÃO NOME: IDADE: DATA DA CIRURGIA; TIPO DE PRocED1MENToz TEsTícULo Aco1vrET1Doz Bolsa escrotalz Normal ( ) ( )Hidrocele direita ( )I-Iidrocele esquerda ( ) Varicocele direita grau ( ) Varicocele esquerda grau ~ Observaçoes: Testículo Acometido: ,_\ › ,Lx › Normal Retrátil \/\1\1\1 rêx › ,@\ r\ › \/ › \ r\ \ › Impalpável Hipotrófico Hipertrófico Presença de prótese I II III I II III Testículo Contra-lateral ( )Nonna1 ‹[ ]› Retrátil ( ) Impalpável ( ) Hipotrófico ( ) Hipertrófico ( ) Presença de prótese ANEXO 2 PRoTocoLo DE AVALIAÇÃO Dos PACIENTES coM ToRÇÃo TESTICULAR. EXAME ULTRAssoNoG1àA1‹¬1co f NOME: IDADE: REGIS TRO: Tipo de procedimento: Orquiectomia ( ) ( )Destorção e fixação do testículo acometido ( ) Orquiectomia ( ) Orquidopexia bilateral ( ) Prótese testicular presente com orquidopexia contra-lateral Simetria: Testículos simétricos ( ) ( )Testículos assimétricos ( ) Orquíectomia com o testículo contra-lateral de tamanho normal ( ) Orquiectomia com o testículo contra-lateral de tamanho reduzido Volume: Diam. AP. com atrofia do lado acometido X Diam. Long. X Diam. Transv. X 0,52 Testículo acometido Diâmetro ântero-posterior: cm Diâmetro longitudinal: Diâmetro transversal: Volume: cm cm cm3 Testículo contra-lateral: Diâmetro ântero-posterior: Diâmetro longitudinal: Diâmetro transversal: Volume: cm cm cm cm3 Textura: ( ) Testículo acometido hipoecogênico ( ) Testículos ( ) Testículo contra-lateral hipoecogênico ( ) Testículo acometido hiperecogênico com ecogenicidade normal Albugínea: ( )Espessada ( )Normal ( )Atrofiada Doenças associadas: ( )Varicocele ( )Hidrocele ( ) Alteração no cordão espermático ( ) Comprometimento na vascularização ( ) Hémia inguinal Observações testicular TCC UFSC PE N-ChflmTítulo: 0443 Ex.l TCC UFSC PE 0443 Humberto Jo Torção do testículo.. Autor: Silva, uma uu ||m|||||‹u|;|a0 AC 254 33 972805250 Ex.I UFSC BSCCSM IIIIIIII