Especismo e sexismo: uma possível.
determinada espécie. Dessa forma, a citação que
PADILHA; Maria José Sales. Crueldade Com
Animais x Violência Doméstica Contra Mulheres:
Uma Conexão Real. Recife: FASA; 2011.61p.
Por Patrícia Lessa e Andressa Tamara.
Maria Padilha é presidente da Associação
Amigos Defensores dos Animais e do Meio Ambiente
(AADAMA), é formada em psicologia com Mestrado
em Educação pela George State University (EUA).
A obra inicia com uma epígrafe de Arthur
Schopenhauer: “A compaixão pelos animais está
intimamente ligada à bondade de caráter, e pode
ser seguramente afirmado que quem é cruel com os
animais não pode ser um bom homem”. Esse
debate
ganhou
força
internacional
quando
a
UNESCO aprovou em 1978, em Paris, a Declaração
Universal
dos
Direitos
do
Animal.
Esse
fato
alavancou as discussões sobre o especismo, que
significa uma discriminação baseada em espécies,
envolve atribuir a animais sencientes diferentes
valores e direitos baseados na sua espécie. De
modo similar ao sexismo (discriminação baseada no
gênero), a discriminação especista pressupõe que
os
interesses
de
um
indivíduo
são
menos
importantes pelo mero feito de se pertencer a uma
abre o livro está totalmente adequada à discussão
sobre sexismo e especismo.
O livro é resultado de uma pesquisa realizada
em
Pernambuco,
conexões
entre
em
a
2010,
crueldade
que
examinou
praticada
as
contra
animais e a violência doméstica contra as mulheres.
Pernambuco é um dos estados brasileiros com
maior incidência de casos de violência, assim vemos
na obra, gráficos de duas delegacias onde a autora
nos mostra que os boletins de ocorrência, de 2009
para 2010, aumentaram. O método de pesquisa
incluiu a elaboração de um questionário dividido
entre as Delegacias da Mulher de Jaboatão dos
Guararapes
e
de
Recife.
Tais
questionários
continham nove perguntas sobre a agressão, incluiu
a questão se a vítima possuía animais em casa e se
houve agressões e quais os tipos de violência contra
os animais.
Os percentuais mostraram que a maior parte
das vítimas tem idade superior aos trinta anos e um
nível de escolaridade razoável, o que indica que,
nesta idade e com certo estudo, as mulheres já têm
mais consciência de seus direitos. A escolaridade do
agressor, assim como a da vítima, nos mostra que
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não importa o grau de educação escolar, que todos
na área de Estudos Feministas e de Gênero pelo
são passiveis de violência.
Programa de Pós-Graduação em História (UnB/DF),
Concluindo a obra, em suas considerações
finais, a autora nos diz que, em geral, as pessoas
não enxergam que as agressões contra animais
estão ligadas com as agressões contra humanos.
Para Padilha, é necessária uma conscientização,
com
mais
pesquisas
e
trabalhos
na
área
educacional.
O livro é claro e direto, apresenta os dados
Mestrado em Filosofia da Educação (UNICAMP),
orienta no Programa de Pós-Graduação (Mestrado e
Doutorado) em Educação para Ciência e o Ensino da
Matemática. Autora do livro: “Mulheres à Venda”,
editado
pela
EDUEL,
lançado
em
2005
e
colaboradora em outros livros com o mesmo tema.
Coordenadora do Grupo de Estudos em Pedagogias
em gráficos e reforça a necessidade de estudos
do Corpo e da Sexualidade (GEPECOS).
sobre o tema. As relações entre mulher e animais
Andressa Tamara De Souza - Acadêmica do curso
têm raízes na filosofia humanista, recebeu apoio das
ciências modernas. Existe uma íntima ligação entre
o paradigma humanista e a cultura patriarcal. Essa
ligação manifesta-se na obsessão pela dominação e
Secretariado
Executivo
Trilíngue,
integrante
do
Grupo de Estudos em Pedagogias do Corpo e da
Sexualidade (GEPECOS).
controle tanto sobre as mulheres quanto sobre as
outras espécies.
Sobre o autor
Patrícia Lessa - professora do Departamento de
Fundamentos
da
Educação,
Pós-Doutorado
em
Letras, na área de Estudos da Linguagem, na
Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ), Doutora
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Especismo e sexismo: uma possível.