Artigo Publicado na revista Eletrônica F@pciência, Apucarana-PR, v.1, n.1, 67-69, 2007. 67 FRANCO, Maria A. R. Planejamento Ambiental para a cidade sustentável. Annablume : Fapesp, São Paulo, 2001, 296p. Por Fernando César Manosso* A obra Planejamento Ambiental para a cidade sustentável aqui se apresentará devido a duas justificativas primordiais, a primeira, se refere à relevância que se tem depositado nos últimos anos na questão ambiental em nível mundial e a segunda, devido à necessidade de buscarmos e elaborarmos formas ditas sustentáveis de apropriação do território. E para isso, Maria de Assunção Ribeiro Franco, que é arquiteta – urbanista e tem se dedicado ao desenho e planejamento ambiental nos últimos anos, nos contribui com o presente trabalho. Antes de detalharmos as três partes que está dividido o livro, devemos lembrar da importância que a temática possui frente as ações das sociedades contemporâneas, época em que os problemas ambientais e sociais produzidos pala descontrolada expansão urbana e industrial tem proporcionado preocupações da comunidade científica. Na Parte 1, “Planejamento Ambiental: fator indutor do desenvolvimento sustentável”, a autora procura recompor, sobretudo através de duas figuras representativas do centro da cidade de Viena, no século XIX, o que poderíamos considerar o berço dos principais problemas de ordem ambiental e social nas cidades, que é o traçado urbano se direcionando para formas horizontais. Neste capitulo inicial é perceptível que a autora apóia-se em algumas premissas para propor uma cidade sustentável, inclusive, ela demonstra algumas formas de intervenção sobre o território na parte 3, que são válidas. No entanto, mesmo que a autora tenha realizado uma revisão do termo sustentabilidade, devemos salientar que existe um grande abismo entre o que existe na prática sobre o termo sustentabilidade ambiental, por exemplo, e o que é discutido e na teoria. Mas deixando os problemas epistemológicos e conceituais a parte, é interessante observar como a autora aloca uma gama de conceitos sobre as discussões em torno das regiões e cidades sustentáveis, fato que embora talvez não Artigo Publicado na revista Eletrônica F@pciência, Apucarana-PR, v.1, n.1, 67-69, 2007. 68 seja sustentável realmente, mas trás inúmeras dimensões a serem analisadas frente aos planejamentos e gestões urbanísticas atuais. Na segunda parte da obra, a autora dedica-se com bastante qualidade a revisão histórica das principais figuras acadêmicas e populares que propagaram teses e teorias a cerca da responsabilidade da conservação ambiental na América. Dentre eles podemos destacar Olmsted, Marsh, Muir, Wright, Lovelock, entre outros. Em seguida, é reservado um espaço para as personalidades e entidades ou projetos que no Brasil se destacaram na preocupação com a conservação da natureza, como a Imperatriz Leopoldina, o Major Archer, a Organização SOS Mata Atlântica, o Projeto FLORAM, etc. E para findar a parte 2, a autora não deixa, é claro, de mencionar alguns documentos internacionais, criados a partir de reuniões no mundo inteiro, sobretudo na segunda metade do século XX, como o Clube de Roma, a Conferencia de Estocolmo, o Relatório Brutland, a Cúpula da Terra e a Agenda 21. Por fim, na terceira e ultima parte, talvez a mais rica da obra, a autora reserva espaço para representar os estudos de caso no âmbito do planejamento ambiental, os quais tiveram as seguintes áreas como recorte de estudo: Reserva Indígena de Manguerinha no estado do Paraná; a bacia hidrográfica do rio Itajaí, em Santa Catarina e a megalópole da cidade de São Paulo, capital. Mesmo sendo desenvolvidos sobre espaços geográficos totalmente diferenciados, seja pelas suas características do ambiente físico ou pela organização socioeconômica criada, ainda devemos salientar que ambos os trabalhos possuem escalas temporais e espaciais diferenciadas e que estas podem refletir em dinâmicas ambientas e sociais com potenciais variados, por isso a necessidade de um planejamento e gestão ambiental bastante detalhado. Entretanto, a autora não mediu esforços em realmente sistematizar e integrar os dados existentes sobre estas áreas, assim como em propor as sociedades locais envolvidas, bases para a promoção da sustentabilidade. *Bacharel em Geografia, Mestre em Analise Ambiental e professor da Faculdade de Apucarana (FAP)