próximas em alguns grupos-restritos ou pode chegar até à cidadania, quando a pessoa tem consciência de sua inserçã<lna grande comunidade da cidade dos homens, com direitos e deveres, óon, ,uìponrabilidade e ressonâncias grupaisamplas. Capítulo 3 ([sther Pillar Grossi) A inte rarçãoprofessor-aluno Atividade sobre a leitura complementar Leia e analise o brto complementar em grrtpo. Depoísfaça uma síntese,.e.speciJìcandoqual é a ideía central que cale,cteriza o constnrtiuisrno e o diferencia do inatismo e do empírísmo. 1. O valor pedagógico da relação professoraluno A formação das criançase dos iovensocorre por meio de sua participaçãona rede de relaçõesque constitui a dinâmica social. É conüvendocom pessoas,seiacom adultosou com seuscolegasgruposde brinquedoou de estudo-, gu€ a criançae o iovem a-ssimilam conhecimentose desenvolvemhábitose atitudesde conúüo social,como a cooperaçãoe o respeitohumano.Daí a importância do grupo como elementoformador. Cada classeconstitui também um grupo social. Dentro desse grupo, que ocupa o espaçode uma sala de tula, à interaçãosocial se procefsapor meio darcl:dçãoprofessor-alunoe da relaçãoaluno-aluno.E no contextoda salade aula,no conúviodirírio com o professore com os colegas,que o aluno vai paulatinamenteexercilando hábitos,desenvolvendo atitudes,assimilandovalores.Sobreisso, diz GeorgesGusdoú em suaadmirávelobraProfessores,para quê?: "Cadaum de nós conservaimagensinesquecíveisdos primeiros dia-s de aula e da lenta odisseiapedagógcaa que se deveo desenvolümento do nossoespírito e, em larga medida, a formaçío da nossa personalidade.O que nos ensinaram,a matêÍil desseensino, perdeu-se.Mas se, adultos, esquecemoso que em crianças aprendemos, o que nunca desapareceé o clima dessesdias de colégio: as aulas e o recreio, os exercíciose os iogos, os colegas"l.O valor pedagógicodarclaçãoprofessor-aluno.E por que não dizertambém que semprenos lembraremosdaquelesque foram nossosprofessores, de suaspersonalidades,de suasformas de agir, de pensare se expressar? lGeorges Gusdorf, p. 7. 56 Capítulo 3 O que GeorgesGusdorfquer dizer,ao se expressarde forma tão locantepor meio dessaspalavrase ao longo de toda a sua obra, é (lue a escolaé um local de encontrosexistenciais,da üvênciadas relaçõeshumanase claveiculaçãoe intercâmbioclevalorese princípiosde vida. Se,por um lado, a m téria e o conteúclodo ensino, tão racional e cognitivamente a^ssimilados, podem ser esquecidos, por outro, o "clima" dasaulas,os fatosalegresou tristesque nelas se sucederam,o assuntodas conversasinformais,as ideiasexprespelo professore peloscolegas,a forma de agir e clese manifessa^s tar do professoçenfim,os momentosvividosiuntose os valoresque frrram veiculadosnesseconvívio, de forma imprícita ou explícita, inconscienteou conscientemente, tudo isto tende a ser lembrado pelo aluno duranteo decorrerde suavida e tendea marcarprofundamentesuapersonalidade e nonearseuclesenvolvimenro posterior. Isso ocorre porque é duranteesteconvívio,isto é, são nesses monlentosde interação,instantescompartilhadose vividosern coniunto, que o domínioafetivose une à esferacognitivae o aluno age de forma integral,como realmenteé, como um todo. Ou seja,eie agenão só com a razão,mastambémcom os sentimentos e a^semo_ Portanto, neste momenlo de interação, de çires. convívio,de viclaem conjunto,o aluno torna-sepresentepor inteiro, pois a razãoe os sentimentos se unem,guiandoseucomportamento. O professorWalterGarciaafirmaque "a educação,sejaela escoIrr ou 'do mundo', ó fenômenoque só ocorre ent razãode um proccssobâsicode interaçãoentrepessoas.(...) eue a educaçãoé processoeminentementesocial iulgamosdesnecessário insistir, tal a cvidênciacom que isto se manifesta. Aliás,poderíarnosir maisalém, ao dizer que a educaçãoexisteexatamente porque o homemé um ser gregário e que só se realiza como tzl a partir do momento em (lue entra em relaçãocom seu semelhante.Enquantoprocessode f<rrmação humana,a educaçãoé a única maneirapela qual é asseguradaa continuidadeda espécie,que assimconseguedominar a lÌÍrturezae imprimir nela sua presençae sua maneira de ver o rntrndo"2. Falandomaisespecificamente sobreo ato de ensinare aprender, lìnrner diz que ele é um processoessencialmente sociar,porque"a^s '\/xhcr l.l. G',Íci.t, Etlttcnçeio: ttistio tuíricct e pr.ílico ped1gógica,1t. 63. A interaçãoprofessor-aluno 57 relaçõesentrequemensinae quemaprenderepercutemsemprena aprendizagem"3. Os educadoresconcordam que o processoeducativoe, mais especificamente, a construçãodo conhecimentosãoprocessosinterativos,e portantosociais,nos quaisos agentesque delesparticipam esüabelecem relaçõesentre si. Nessainteração, eles transmiteme assimilamconhecimentos, trocamideias,expressamopiniões,compartilham experiências,manifestamsuasformas de ver e conceber o mundo e veiculamos valoresque norteiamsuasvidas. Portanto,a interaçío humanatem uma função educativa,pois é que o ser humanoé educaclo conüvendocom os seussemelhantes e se educa. No processode construçãodo conhecimento, o valor pedagógico da interaçãohumanaé unda maisevidente,pois é por intermédio da relação professor-alunoe da relação aluno-aluno que o conhecimentovai sendocoletivamente construído. O educador,na sua relaçãocom o educando,estimulae ativao interessedo aluno e orientao seuesforçoindividualparaaprender. Assimsendo,o professortem, basicamente, duas funçõesna sua relaçãocom o aluno: . uma função incentivadorae energizante,pois ele deveaproveitar a curiosidadenaturaldo educandopaÍadespertaro seuinteresse e mobilizar seus esquemascognitivos(esquemasoperativosde pensamento); . uma função orientadora,pois deveorientar o esforçodo aluno par:aaprender, ajudando-oa construirseupróprio conhecimento. Cabeao professoçdurante sua intervençãoem sala de aula e por meio de sua interaçãocom a classe,aiudar o aluno a transformar sua curiosidadeem esforçocognitivoe a passarde um conhecinrentoconfuso,sincrético,fragmentado,a um saber organizadoe preciso. ' Maso profcssordeveter bem claro que, antesde ser um professor,ele é um educadoçpois suapersonalidade é norteadapor valores e princípiosde vida,e conscienteou inconscientemente, explícita ou implicitamenteele veiculaessesvaloresem salade aula, manifestando-osa seusalunos.Assim,ao interagircom cada aluno em 5.ferr>nrcS. [Jfrrner, Iima nout teoria da aprendizagem, p. 5O. Capítulo3 58 particulare ao se relacionarcom a classecomo um todo, o professor não apenastransmiteconhecimentos,em forma de informações, conceitose ideias (aspectocognitivo), mas também facilita a veiculaçãode ideais,valorese princípios de vida (elementosda esfera afetiva),contribuindo paÍa a formaçío da personalidadedo educando. De acordo com nossaconcepção,o educandoé "uma pessoa que se desenvolve,que a;Íualizasuaspossibilidades,que se aiustae se reaiusta,medianteprocessosdinâmicos,orientadospor valores que lhe conferemindiüdualidadee prospectiüdade"a. Quem assimconcebeo educando,tende t valonzarainda mais a relaçío professor-aluno,pois vê nessainteraçãoum processode intercâmbio de conhecimentos,ideias, ideais e valores, que atua diretamentena formaçãoda personalidade. 2. A importância do dirílogo na relação pedagógica como ümos, a construçãodo conhecimentoé um processo interpessoal.O ponto principal desseprocessointerativoé a relaçío E esta reltçío não é unilateral,pois não é só o educando-educador. aluno que constrói seu conhecimento.É verdadeque o aluno, através desseprocessointerativo, assimila e constrói conhecimentos, valores,crenças,adquire hábitos, formas de se expressar,sentir e ver o mundo,forma ideias,conceitos(e por que não dizer preconceitos?), desenvolvee'assume atitudes,modificando e ampliando suasestruturasmentais. Mastambémé verdadeque o professoré atingidonessarelação. De certa forma, ele aprendecom seualuno, na medidaem que conseguecompreendercomo estepercebee senteo mundo, e na medida que começaa sondar quais os conhecimentos,valorese habiüdadesque o aluno iâ taz de seu ambientefami[ar e de seu grupo social ptra a escola. Assim,em decorrênciadessarclação,o professorpode passara conhecernovasformasde concebero mundo, que sãodiferentesda sua.Podetambémrever comportamentos,ratificar ou reüficar opiniões, desfazet preconceitos, mudar atitudes, alterar posturas. { Irene Mello Can"alho, o processo didãtico, p. 297 - A interaçãoprofessor-aluno 5() Talvezsejapor isso que GuimarãesRosatenhaescrito,em seu üvro Grande sertão: ueredas,que "mestre não é quem sempre ensina, masquemde repenteaprende". Nessecontato interpessoalinstaura-seum processo de intercâmbio, no qual o diálogoé fundamental.De um lado estáo professor com seu saber otganizado,seu conhecimentocientificamente estruturado,sua forma de se expressarna norma culta da língua, com os ideais e valoresformais aceitose proclamadosoficialmente pela sociedadee com seugrau de expectativaem relaçáoao desempenhodo aluno.Do outro lado esráo aluno com seusabernão sistematizado,difuso e sincrético,seu conhecimentoempírico, com o modo de falar próprio de seu ambiente cultural, com os ideais e valoresde seu grupo social e com um certo nível de aspiraçãoem relaçãoà escolae à vida. Esseencontro do professor com o aluno poderá representar uma situaçãode intercâmbio bastanteproveitosapara ambos, em que o conhecimentoseráconstruídoem conjuntoou, ao contrário, poderá se transformar num verdadeiro duelo, num defrontar de " posiçõespouco ou nadaproveitosopara ambos. Parahuer um processode intercâmbioque propiciea construção coleüvado conhecimento,é preciso que a relação professor-alunotenhacomo baseo diálogo.É por meio do diálogoque professore aluno iuntos constroemo conhecimento,chegandoa uma síntesedo saberde cadaum. O di:álogoé desencadeado por uma situação-problemaligada à prâttca. O professor transmite o que sabe, partindo sempre dos conhecimentosmanifestâdosanteriormentepelo aluno sobre o assuntoe dasexperiênciaspor ele vivenciadas.Assim,ambospodem chegara uma sínteseesclarecedorada situação-problemaque suscitou a discussão.Nessemomento de síntese,o conhecimentoé .organizadoe sistematizado,sendo novamenteaplicado à prâtica, agoÍaiâ de forma estruturada. Referindo-seao diálogo napúncapedagó$ca, assimse expressa Maria TeresaNidelcoff:"Ao trabalharcorretaÍnentecom o problema das subculturas,o professorprocura captaÍ toda a riquezaque as criançaslÍazem,parade fato aprendercom elas.Porlanto,não se relaciona com as criançascomo se fosse o único que tem algo a ensinar,nem vê as criançascomo seresnulos que devemaprender 60 Capítulo3 tudo; ao contrário, sabe que ele e'âs cri'ançastêm que se relacionar dentro tle um mútuo intercfunbio de ensinar-aprender"s. O professor Antonio Faundez, no seu lindo texto intitulado Dialogue pour le deueloppernent et Ie déuel.oppement du dialogue, salienta a necessidade do di:ílogo no ato de construção do conhecimento ao comentar: "Se analisarmos etimologicamente o verbo francês que indica aação de conhecer (connaitre), perceberemos qne é formado de duas partes (con-naitre), que significant 'nascer iuntos', isto é, nascer com alguma coisa ou com alguém. Portanto, o ato de conhecer é um nascimento partilhado, no qual dois seres renascem. O que queremos salientar é que a construção do conhecimento é um processo social e não apenas individual (...)"6. Trata-sede uma reformulação compartilhada, na qual professor e aluno ensinam e aprendem um com o outro, reestruturano do-se. Nesseprocesso de conhecer e compreender a re'alirJanJe, diáIogo é fundamental, pois é atravésdele que ocorrerá o intercâmbio entre o conhecimento popular de caráter empírico e o conhecimento cientificamente organizado, "permitindo a criaçío de um novo üpo de conhecimento, c paz de compreender a realidade a fim de transformâ-ta"1. 1'ambém Georges Gusdorf, no seu cativante livro Proifessores, para quê?, ressaltaa importância do diálogo no processo educativo. Esseeducador preconizauma pedagogiado encontro e do contato vital (p. 226), na qual a relação mestre-discípuloé o intercâmbio de cluasexistências.Trata-seda confrontação do homem com o homem (p. 235).E o diálogo é a própria essênciada relação mestre-discípulo, que é uma relaçío de reciprocidade, uma mobilização e unl reagrupamentode energi'as(p. 102 e 210). Para Gusdorf, a situação pedagógicaé uma situaçãode encontro existenciale de coexistênciaentre duas personalidades.É um diálogo aventuroso,um colóquio singular entre dois seresque se expõem e se revelam um ao outro (p. 206). Mestre é aquele que surge num dado momento e numa certa situaçãocomo testemunhade uma verdade, representantede um ideal ou revelador de um saber (p. 309 a 3lt]). Assim, de acordo com a situaçãovivencial, todos nós podemos ser mestrese discípulos, pois estamossempre ensinando o que ; Maria Teresa Nidelcoff, Ilna escola para o poa), p. 7 2. 6 O tcxto de A. l'arrndezfoi extraído de uma apostila utilizada no cttrso de pós-graduaçãoda PU(I-SP,em l9ttÍt. - ldern, ibidenr. A interaçãoprofessor-alun<r 6l sabemose aprendendoo saberde outros."Nadapermiteesclarecer melhor o mistériodo ensino.(...) e verdadesó pode surgir como resultadode uma buscae de uma luta que cadaum de nós tem que tÍavarconsigopróprio, por sua própria contae risco."8 Fizemosaqui uma brevesíntesedo pensamentodessesautores, porqueelesnos mostramque a atitudedo professor,na suainteração com a classee nassuasrelaçõescom cadaaluno em particular, dependeda postura por ele adotrda diante da viclae peranteo seu fazerpedagógico. Essapostura,por suavez,é o reflexode suasconcepções,sejamelasconscientes ou inconscientes, sobreo homem, o mundoe aeducação.Isto quer dizerque suamaneirade perceber o mundo,concebero ser humanoe encarara educaçãovai refletir no modo como se relacionacom os seusalunos.De nada adianta conhecer novos métodos de ensino, usar recursos audiovisuais modernos,se encaramoso aluno com um ser pa-ssivo e receptivo. Portanto,nossaf<lrmade ensinare de interagircom os alunosvai dependerdo modo comoos concebemos(seresativosou passivos?) e da maneiracomo encaramossuaatuaçãono processode aprendizngem. Quandoo professorconcebeo aluno como um ser ativo, que formula ideias,desenvolveconceitose resolveproblemasde üda práiicxatravésda suaatividademental,construindo,assim,seupróprio conhecimento,sua relaçãopedagógicamuda.Nãoé mais uma relaçãounilateral,onde um professortransmiteverbalmenteconteúdosjá prontosa um aluno passivoque os memoriza. Se o que pretendemosé que o aluno construa seu próprio conhecimento, aplicandoseusesquemascognitivose assimiladores à realidadea ser aprendidae desenvolvendo o seu raciocínio,devemos permitir que ele exerçasuaatividadementalsobreos obietose até mesmouma ação efetivasobre eles.O aluno exercesua atiüdade mentalsobreos obietosquandooperamentalmente, isto é, quando observa,compara,classifica,ordena,seria,localizano tempoe no espaço,analisa,sintetiza,propõe e comprovahipóteses,deduz, .avaliae iulga.É assimque o aluno constróio próprio conhecimento. Estetipo de procedimentodidáticoque parte do que o aluno iá sabe,permitindo que ele exponhaseus conhecimentospréviose sua^sexperiênciaspassadas,para daí formar novosconhecimentos, cientificamenteestruturadose sistematizados,exige uma relação I Gcorgcs Gusdorf, obra citada, p. 2 I u, capítulo3 professor-alunobiunívoca,dialógica.Nessarelaçãoo professorfala, mas tambémouve,ou seia,dialogacom o aluno e permiteque ele aja e operementalmente sobreos obietos,aplicandoà rearidadecircundanteseusesquemascogniüvosde naturezaoperaüva. 3. Autoridade t)ersrts autoritarismo Algumaspessoaspodempensarque discuüra questãoda autoridadee do autoritarismoseiaum temaiâultrapassado. No entanto, não o é. O professorRegisde Morais,no livro sob suacoordenação intituladoSalade aula - gae espaçoé este?,mostraque esteé um tema bem atual. Veiamoso que ele diz, p Ía em seguidafazermos algumasreflexõessobre o assunto:"Um tempo que confundecoisas tão radicalmente disüntascomo'autoridade'e'autoritarismo'.é um tempo enfermo. (...) Levandoisto em conta, quero propor uma rediscussãodo problema da autoridadena sala de aurá.sógundoo meu modo de perceber e avaliar as chamadas .relações pedagógicas',não consigoconcebertemamaiscontemporâneo e de vanguardacomo a quest?Íoque acabode propor. Estána hora de perdermos o medo perante certos problemas,superandoinócuos trejeitosfalsamente pedagógicos e modismos,saindoà procura de um equilíbrioatéhoie raramentealcançado(...). Urge,no entanto,lembrarmos que a retomadado tema da autoridadeé a retomadado próprio tema do amor - coisa atemporalque alimentaos sonhos de todo ser humano"9. Hoie em üa, é comum encontrarmospessoasque contestama autoridade do professor em sala de aula não em nome do bom senso,massim em nomede um falsohumanismoe de um modismo chamado laissez-faire ou não diretiuidade, que geram um voluntarismo espontaneístae confundemerroneamenteautoridade com autoritârismo.ora, o bom sensopedagógiconos mostraque a autoridade do professoré um fato, pois ela é inerentea sua piópria função docente. Diz aindaRegisde Morais na obra citada:..Osprofessorescomo que passama ter vergonhade exercer uma autoridade palraa qual ') Regisdc Morais, p. l7-8. estãodesignados,uma autoridadeque nadatem que ver com raços autoritários desta ou daquela personalidade,mas que emerge do próprio processoeducacionale de ensino.f ...>Ho;eesuápàsto um de.sa{oque precisa começar a ser enfrentadono ãxato ôpaço oa salade aula: o de se recuperaro sentidoda autoridadenas-ieláçoes pedagógicas-, sem qualquer concessãoa autoritarismos,que destes iá estamosfartos. (...) Sabe-seque o autoritarismoé a ãoençada autoridade.Todaautoridadeé um valor,pois que ê garantíadaliber_ dade.Masqualquervalor,por maispuro que seia,quandose hiper_ trofia, faz-senum antivalor.Eis poi que h.u ruitó n".Àrá.io, uo pensarmosespecificamente na realidade dasaladeaula, estabelecer certadivisãode águasentreos mencionadosantípodas.'(...)Naverdade,o autoritarismoé o tapume atrásdo quar argumaincompetência se esconde.(...) Autoridade,por suandr, é hõmeosta-se, é equilíbrio (...). ora, a autoridadedo professo r nadatema ver com poricialismo;tem sim a ver com a conquistade uma disciprinade üda qrrenão se aprendeem manuais,mas na própria escalãda dos obstáculosnaturais"lo. No item anterior.deste mesmocapítulo,abordamosa importância.daatitudedialógicanaprâticapeãagógica. vimos qu" iortu." dialógicasupõedi:ílogo,intercâmbiode-iúrmaç0", " à*p".iencias, troca de ideiase opiniões.por isso é frontarment".ontrã.ia " à postura autoritária, que pensatudo saber e nadamais quer aprender, quer tudo falat e nada ouvir. Mas o fato de adotaruma atitude que varorizao di:ílogo e parte dos conhecimentosanterioresdos dúnos, não signifi""?" forma alguma assumir uma atitude de taissez-faire, de"nãooir"truio"a" irresponsávele descompromissada, pois ãeixaos alunosao léu, sem rumo, desorientados,_cada um por si, semsabero que fazere onde chegar.A aritude dialógicasupõãuma certa diretividàde,pìir o p.ofessorsabeonde quer chegarcom o seu ensino e aiudào aluno a atingir essesobjetivos,incentivandoa sua atiüdade e orientando a suaaprendizagem no senüdoda construçãodo conhecimento. ' Assim,no exercíciode sua práticadoõente, o professortem duas funções básicas, co.mo iâ abordanrosanterioimente: a função incentiuadora e afunção oríentadora. oÍ,., a Lutondade"que ere exercenasala de aula decorre dessasduas funçõesinerentei à ru" atiüdadedocente.Trata-se,portanto, de uma aútoridadeincentivar()l dem,i bi dem, p. 2l -8. Capítulo3 64 dora e orientadora:é a autoridadede quemincentivao aluno a continuar estudandoe fazendoprogressosna aptenüzagem,e a autoridade de quemorientao esforçodo alunono sentidode alcançaros obietivospor ambosdeseiados,üsando a construçãodo conhecimento. l'alando sobre a questãoda autoridadedo educadore da atitude dialógica,o professorOlivier Reboul assimse expressa:"O verdacleiroèducaclor compreendeque a autoridade por ele exercida nío é a sua;mostra,por toda a sua conduta'que nío é o detentor Essaautoridadeé a'da humanidao testemunho. da autoridade,ma^s de sobre todos os homens,a da razío, da ciência,da arte, da consciência;o papeldo educadornão é confiscá-la,mas atestá-la;(...); se lhes corrige as faltas (dos alunos), admite ser tambémcorrigido; se exigeque deemrazio de seusatos,admiteque lhe peçaÍnatazío dos seus.Nãoestáacimadeles,estiícom eles"ll. Logo, se o ensino é a orientaçío da aprendizagemvisando a construçãodo conhecimento,a autoridadedo professoré a autoridade amiga, de quem estimula, incentiva,orienta, reforça os acertos,mo-straas falhuse aiudaa corrigi-las. É a autoridadede quem auxilia a descobrir alternativas,mostra caminhos e abre perspectivas. 4. A questão da disciplina na sala de aula De acordo com Leif, em sua obtaVocabukírio técnico e crítico da Pedagogiae das Ciências da Educação (p' l2l-2), o termo disciplina é usado, basicamente,em duas acepçõesdiversas'que resumimosa seguir: a) Em rclaçío ao ensino,disciplina é um coniunto ou corpo específico de conhecimentoscom sua^scaracterísticaspróprias e métodosparticularesde trab'alho.Nessesentido,correspondeà múérilade ensino,conteúdoou componentecurricular. b) Em relaçãoao indivíduo, disciplina é uma regra de conduta ou um coniunto de normas de comportamentoque podem ser impostasdo exterior (heterodisciplina),ou que podemser aceitas livrementepelo indiúduo, regulandoo seu componamento (autodisciplina). rf Oliviel Rcltoul, FiktsoJìtr da Educaçtut, p. 53. A interaç4oprofessor-aluno 65 Sheüakove Reclla.firmamque,no que se refereao comportaÍnento, disciplinaé"Lorganizaçíode nossosimpulsospuÍaaobtençãode um objetivo.Do pontode ústa do grupo,a disciplinaé a subordinação dosimpulsosdos indivíduosque o integram,com o fim de se alcançar um objetivocomum"l2. A professoraTherezinhaFram,em arügode sua autoria,de leitura interessantee agradível,afirma que disciplina é a "formação interior de comportamentointeligente,que sabese dirigiç que sabe definir os seusobietivose que sabeencontraros melhoresmeios para atingiressesobietivos"1.1. Para essaeducadorabra^sileira,a pessoadisciplinadaé aquela que dá ao seu comportamentouma direçãointeligente,isto é, uma direção que supõe um autocontrole,um controle interno e conscientedos impulsosda vidae dasmotivações. "Disciplinano que diz respeito à vida do indivíduo é aquela ctpacidacleque ele tem de orientarinteligcntemente o seucomportarnento, sabendomanipular as forçasdo ambiente"l4com o qual interag,e, sejaesteo universo ffsico,seiao mundoculturale dasinstituições,ou seiao mundoda^s pessoas. É disciplinadodo pontode vistada interaçãocom o universo ffsicoquem conheceas suasleis e as uüliza paÍao bem comum. É disciplinadoclo ponto de ústa dr interrçãocom o mundo cultural e das instituiçõesquem conheceas leis sociaise consegue"entender o que a sociedadeestáexigindodele"15,atuandopara aprimorar essaculturae essasinstituições.É disciptinadodo ponto de vista daintertçãocom os sereshumanosquemconseg,ue desenvolver um coniunto de atitudesno sentido de entenderos outros e adaptaro seucomportamentoàs diferentessituaçõesem que vai atuar. Portanto,a professoraTherezinhaFramnosapresentauma concepçãobem amplade disciplina,que equivaleao coniuntodascondições nas quais t aprendizagemglobal se realna, e a insere na perspectiva de uma autodisciplina. é que essaeducadoraconsideraa disciplina . O maisinteressante como uma construção.Nãoé uma prevenção,nem tampoucotrata- rr (i. Sheviakov& F. Rcdl, "Disciplina escolar", Cadernos de Edtcaçtio, n. Í14, 1954,1t. 2. rJTltcrczinha Franr, "Algunrzrsideias sobrc disciplina cnr cdu<:açi-ro".l:.nt: T'enns ethtcttciorzais, iulho-clczcntbrodc l96tì, p. (r4. l , l dcm, i bi tl enr,p. (r5 . l5 ldcnr, ibiclcnr, p. (r7. A interaçãoprofessor-aluno mentode problemas.Trata-sede uma construçãoporque o aluno vai conduzindoe dirigindo o seu comportamentode forma a construir a suaüda e audt da sua cultura. Também o professor Walter Garcia define disciplina como ..ordenãçãode condições que possibilitem a aptendiztsendo a 8em"l6. Comopodemosverificar,o conceitode disciplinl estâpassando por uma modificaçãogradual:de um coniunto de proibiçõese puniuma disciçõescaminha-seem úreção à prevençãoe correção;de no temor e úsando unicamentea obeflina rígda e severaba^seada diênciaàs norïnasimpostas{e fora pela coerção (heterodisciplina), caminha-segradativúente em direção a uma autodisciplina' A autodiõciplinaé um coniunto de princípios e regraselaborado livrementepela pessoa,tiravésdo contatocom a realidadee da interaçíocom õs oútros, e interiorizadospela aprenüzagem,pela tomada.de consciênciadas exigênciasda üda pessoale social, e pela buscada autonomíaatravêsda atividadelivre. Da heterodisciplina à autodisciplina Essaevoluçío naforma de concebera.discipliaa coincide com as conclusõesde Jean Piaget aceÍcl do desenvolvimentomoral e socialdo indiúduo. De acordo com Piaget,o desenvolümentomoral e social segueesúgios que equivalemaos esúgios do desenvolümento intelãctual.Assim,no domínio da compreensãode regras,o em de um esU4gio indiúduo tendea se desenvolversequencialmente por de Piaget chamtdz que predomina a moral heterônoma egocêntiroá da obediênciae do devere ctracterizadapelaatitude trica e pela obediênciairrefleüda às norÍnas imposus de fora para um esLígioonde predominatmoral autônoma.A moral autônoma caÍacterrz&-sepela elaboração e aceílaçío consciente das regras, pela.rcla@odõ cooperaçãoespontâneacom os outros, pelo reãpeiio mútuo ó peh reciprocidadede sentimentos.Nestaúltima et^pa, na qual pr-edominaa moral autônoma (denominada por naget de "moraLda autonomiada consciência"),o indiúduo passa 16valterF..Garcìa,&úrcaçfu: uisão...,cit., p. 162. 67 a compreendero verdadeirosentidodas regrase consegueelaborar uma escalade valores. Mas para que o desenvolvimentoacima descrito possase processar,é muito importantea contribuiçãodo ambienteno qual a criança vive, principalmenteno que se refere ao tipo de relações sociaisque ela mantémcom os adultoscom os quais conüve e interage.Assim,se ela desdecedo,em vezde se acostumarsimplesmente a obedecernorïnas impostasdo exterior, tiver oportunidadede participar da elaboraçãode padrões de comportamentoe de normas de conduta em coniunto com o adulto, tenderá a desenvolver maisfacilmentea chamadamoral autônomae a capncidadede autodirigir o seucomportamento. A despeitoda evoluçãoda concepçãode disciplina,algunsadultos que lidam com criançase iovens parecemconsideú-la desnecessária,e em nome de um pretenso"modernismo"ou alegando adotarpseudoteoriasmal compreendidase mal digeridas,parecem até ter medo de usar o termo disciplina. Mas nós, educadores,não devemoster medo daspalavras.O professorRegisde Morais afirma: "nío hzia engano:é com esforçoe disciplinaque se constrói um equilíbrio"r7.Assim,a aprenüzagemé um processointerior que dependedo esforçoe da disciplina. A disciplinainterior é tão imporranteem nossasvidase no nosso relacionamentocom as outras pessoas,que o professor Oliüer Reboula.firmaque "a democracia,e principalmentea democracia socialista,é o regimeque exigemaisdisciplina"l8. OÍL, a disciplina é necessáriatarnbémem sala de aula, como a ordenaçãodas condiçõesque possibilitama aprendizagem. A disciplina escolaré consequênciada organizaçíototal da escola,isto é, do modo como a escolaestáorganizada,e tambémo reflexoda relação que se estabeleceentre o professore o aluno. Sepretendemosque nossosalunosdiriiam suacondutade acordo com princípios coerentementeestabelecidos,devemostrabalhar em sala de aula no senüdode desenvolvera autodisciplina.Mas o aluno só introieta norÍnas de comportamentose ele as pratica no seu dia a dia. Por isso, deve-secultivar e dar condiçõespara que o aluno possapraücar e vivenciara autodiscip[na na rotina diâria da salade aula.Paraque isso ocorra, o professorprecisacompreender rr Regis de Morais, obra cítada, p. 25 f B Olivier Reboul, obra citaLd^,p. 52. 6rì Capítulo .ì e aceitar os princípios da disciplina tlemocrática e transportá-los pÍrriì 2rsua prírtica diâria em s:tla clc aula. Pois como iír foi ressaltada do, a disciplina da classeé, em grande parte, unìa conse(1uôncia relação professor-aluno. Apresentamos,a seguir, algumas sugestõesque podem ajudar <r pr<lfessora <lrientar a conduta de seus alunos e a criar condições paÍa o desenvolvimentoda autodisciplina: a) Estabeleça, em conjunto com os alunos, os padrões de comportamento a serem seguidos, permitíndo que eles analisem e discutam as nolnnas de conduta propostas, expressando sua com opinião a respeito de cada uma delas e contribuindo sugestões. r;ue f<liproposto em conjunto pelo ÍÌnlpo, acatandoe adotando mais facilmente âs regras na prática cotidiana da sala de ar.rla. b) I/se procedimentos pctsitiuos de orientaçe'io ela coneluta, uisctndo sempre desenuoluer o autoconceito positiuo clos alunos. Autoconceito é o conceito que alguém tem cle si próprio, é a inragem quefaz de si mesmo, tanto do seu interior (per.sonalidade) como exterior (aspecto físico). Logo, autoconceito é a autoimagem que influi na autoestilna.por sua vez,a autodisciplinaé um controle interno. Portanto, o desenvolvimentoda autodìsciplina está relacionacl-oà fornração do autoconceito positivo. por issò, deve-seusar, como forma de orientar a conduta, o reforço positivo, elogiancloc dando destaqueao comportamento adeguatlo. A pr<rfessora/.aMana poppoüc e seus colaboradores, na obra Pensamento e linguagem, destinarJaàs professoras das classes de l" série do ensino fundamental que se iniciam no magistério, afirmam que "elogios e recompensasaiudam mais a motivâr o aluno do que críticas e punições. (...) um comportamento elogiado tende a aparecer de novo"2o. Mas ressaltam:"o elogio precisã ser feito nas oportunidades adequadas.se for dado à toa perde o valor de reforç<1.No entanto, você nã<ldeve ser econômica em elogios, nem tampouco desperdiçar oportunidades de reforçar positìvamente seus alunos. Elogie sempre,_nas ocasiõesque achãr oportunas"2r. Elogie os comportamentos adequados,bem como o empenho e o esforço demonstrados, pois assim você estaÍá!orienknão a concluta ão aluno e estimulando-o a progredir na aprendizagem. Na mesma obra (p. 165), Ana Maria poppovic e seus colaboradores sugerem, também, que o professor pont a em prática, na sala de aula, o que eles denominam de ,.os trêi motivadores": Quando os alunos podem discutir e opinar sobre as regras de comportamento a serem seguidaspor cada um dcles, em particular, e pela classe, em geral, eles tendem a aceitâ-h:s e adotá-las mais facilmente. Assim, os regulamcntos cstabelecidosem coniunto costumam ser respcitadospelo grupo. Quando o aluno pode participar da discussão e decisão das regras, ele tem mais motivação para respeitá-las. "O primeiro conÍato do professor com a turma é de alta importância. Se ele se fizer por meio de uma sessãode grupo, da qual todos participem, e se as normas e diretrizes forem propostz^s e aceitas pelo grupo, prepara-se a atmosfera ótima para um tral>alho proveitoso, e estabelece-seum 'rapport' positivo entre o mestre e os discípulos. A liderança do professor não desaparece,mas ela é compartilhada, e todos se sentem responsáveispelo bom êxito do curso" 19. Nas escolas onde lecionamos, fizemos um trabalho no sentido de estabelecerpadrões de comportamento em coniunto com os alunos, e percebemos que estes,por incrível que pareça, são mais rígidos e exigentesdo que os próprios professores,quando se trata de propor normas de conduta. Pois eles sabem, melhor do que ninguém, que um aluno indisciplinado e bagunceiro atrapalha os colegas que querem estudar e aprender. Verificamostambém que, quando os alunos têm a oportunidade de participar da elaboração de um "código" de comportamento, eles tendem a respeitar e a-ssumiro Eu sou alguém. Eu respeito os outros. Eu quero que os outros me respeitem. com esses "três motivadores", o qre se pretende é formar o autoconceitopositivo dos alunos e aiudá-los a desenvolvera autodisciplina, fazendo-osperceber que cada um deres é uma pessoadiferente das outras, com característicaspróprias, com apüaões e habi- r') lrene Mello Carvalho,obra citada, p. 369 2('Ana Maria Poppovic, coord., p. l(r7 2r l dcm, i hi dem, p. t3O . - 70 Capítulo3 e defeitos,aspeccom qu'alidacles lidades,preferênciase interesses, que cada um deles quer ser respeitado tos positivose neg,ativos; pelosdemais,mas,por outro lado,tambémdeverespeitaros outros A melhor f<rrmade se fazer colegas,o professor,as ouÍraspessoas. respeitaré respeitandoos outros. Qu'andoo professortiver que repreenderum aluno por algum comportamentoinadequado,deveprocurar não fazê-loem público, nem submeter o aluno a tratanÌentovexatório.,4"srepreensões devemser feitas,na medidado possível,em particular e não devem Não se deve envergonharum aluno na frente da ser degradantes. classe. O professortambémdeveprocurar nãorotular o aluno.O comportamentodo alunoem salade aulaé muito influenciadopclo conque ceitoque elefaz.de si próprio (autoconceito)e pelaexpectativa o professortem dele (e o aluno percebeo que o professorespera dele).Assim,o alunoque foi rotuladode "problema","indisciplinaformando do", "desajustado",tendea introietaressesestereótipos, um conceitonegativode si. E o que é pior: tendea agir dessaforma, que é esperadodele. reproduzindoo comportarnento O professor Luiz Alves de Mattos, no seu livro Sumário de Did.títicageral (p. 21S), mencionauma pesquisafeita por Briggs sobreos procedimentosadotadospelosprofessorespara orientara eficáciadessastécnicas.Os condutade seusalunose a consequente resultadosda pesquisamostramque, dos procedimentosadotados, os resultaos que surtirammaisefeito,isto é, os que apresentaram dos mais positivosno senüdode aiudar a melhorar a condutado em primeiro lugar,a conversaparticular aluno,foram os seguintes: de que o (francae amistosa);em segundolugaEo reconhecimento públic<l; e, em lugar, o elogio progredindo; em terceiro aluno está que não quartolugar,a repreensãoem particular.Ospr<lcedimentos suniram o efeito esperadoe até lc ÍÍetaÍerÍÍrresultadosnegativos, funndo o aluno incidir no comportamentoinadequado,foram os exporo alunoao sarcasmopúblico;reclamaçãode que o seg,uintes: aluno está piorando; fazer sarcasmodo aluno em particular; repreensãopública. pois o que Essapesquisaratificao que dissemosanteriormente, por podemosdeduzir dos resultadosda pesquisareahz'ada Briggsé que os procedimentospositivosde orientaçãoda condutasão os mais eficazes.Os procedimentosque contribuírampara a melhoria da condutados alunos foram ac;uelesque se baseiamno reforço positivoe que o ajudama formar seuautoconceitopositivo. A interação professor-aluno 7l c) Procure explicar a razão de ser das regras de conduta adotadas, mostrando por que elas são necessárias.No caso de uma repreensãoem particulari explique ao aluno por que seu cornportarnento é inadequado. A aceitaçãode normasé necessáriaplÍa se viverem sociedade. "A üda em comum exigeque respeitemos leis, norrnas,regulamentos...Seassimé, deveser naturalaceitarmostais regras,desdeque não nospareçamarbitrárias"zz. Por isso,é precisomostrarao aluno que o estabelecimentodas regrasde conduta náo é algoarbitrário. Cadauma delas tem uma razío de ser na dinâmica da escola em geral,e dasalade aulaem particulaçpois visamo bom andamento dos trabalhosescolares. Seo professorpuderexplicara seusalunoso porquêdasregras e dos regulamentosescolares,talvezseiam menoresos problemas de disciplina. É importante discutir cadaregra com a classe,para que os alunospossamentenderpor que algumasexigênciasprecisam ser feitas.Durante a explicação,leve em contâ as sugestõese opiniõesdos alunos,procurandodeixar bem claro que as regras que foram propostaspelo grupo precisamser respeitadas. d) Respeite e leue em conta a bistória pessoal do aluno. A indisciplinana escolaé uma retçío do aluno decorrentede seu desinteresse, de sua inadtptaçío, insatisfação,frustraçãoou revolta. Atnís de cadacasode indisciplinahá um problemaa ser analisadoe solucionado.O professorpode eütar frustrações,desajustaÍnentos e a consequenteindisciplina,se consideraras experiênciasanteriores dos alunos e sua história pessoalde üda, e se trará-loscom compreensãoe respeito. No casode um alunoque demonstraconstantemente comportamentosinadequadose revelacom frequênciaproblemasde indisciplina, desajustamentoe inadaptaçío, o professor pode realizar entrevistascom ele e com seus pais ou responsâveis,fazendoum 'estudo do caso, para tentar encontrar uma forma de aiudát-loa melhorar sua conduta.Veiamosum exemplo:um aluno mostra-se muito irrequieto e indisciplinado, recusa-sea fazer as atividades escolarese briga constantementecom os colegas.Ele pode estar passandodificuldadesde naturezaafeüvte emocional,causadaspor 22lrene Mello Carvalho, obra citada, p. 364. 72 Capítulo 3 situaçõesconflitantesvivenciadas por ele em ca-sa, na escolaou com seu grupo de colegas.As causasdessacondutapodemser as mais variada^s. Cabeao professorinvestigá-las, conversandocom o aluno e com seuspais ou responsáveis. Vamosmencionaruma dentreas muitascausaspossíveis: essecomportamentopode ter-seoriginado no fato de o aluno não se sentir aceito por seus companheiros. .{ssim,chamandoconstantemente a atençíodo professore closcolegas,ele tentaconìpensaro sentimentode rejeição.Tendoperclidoa autoconfianç e a autoestima,tendea reproduzir,na salade aula, uma aütudeque correspondaà expectativa que dele fazemos paise colegas. Muitasvezes,os problema^s de ordeln afetivae emocionalextrapolamo âmbitode atuaçãodo professor.Nessecaso,o que ele pode fazeré conversarcom os paisou responsáveis pelo alunoe encaminhá-loa um profissionalespecializado, que tenhacondiçõesde oferecer o tratamentonecessárioe o acompanhamento adequadoao caso. A interaçãoprofessor-aluno zesua tençío e lhe dê uma ocupaçãoimediataem üsta de um obietivo definido"24. que podemaiudar o a seguiralgumassugestões Apresentarnos professora incentivara participaçãodo aluno no processoensinoe na dinâmicade salade aula: -aprendizagem - - e) Incentiae e permita que os alunos participem atiuamente da organização escolar e da dinâmica da sala de aula. do procesQuandoo alunoestámotivadoe participaativamente so ensino-aprendizagem, ele se concentramaise aprendemelhor,e, em geral,não apresentaproblemasde discipüna."Enquantoparticipa, ele concentratodas as suasenergiasna situaçãode aprendizagem.E assimmantémseuinteresse,senìter tempode ser indisciplinado. (...) A moüvaçãoé um fator fundamentalpara a aprendiz,agem.Senão estivermotivada,a cnançaperde o interesse.por causa dessedesinteresse ela muitasvezesfica indisciplinada.Urnaforma inrportantede motivara criançaé estimularsuainiciativa."2.l Tambémo professorLuizAlvestle Mattosse pronunciasobrea relaçãoentre motivaçãoe disciplina,afirmando:"A autênticamotivaçlo é, por excelência,o melhor recurso disciplinaç porquanto proporciona um forte condicionamentointerior às atitudese ao cornportamentodos alunos, integrando-osna tarefa escolar em interessado e motivadonão ocorremas l)auta.Ao alunodevidamente tcntaçõesda indisciplina;esta^s sobrevême o dominamquandoele cstáem disponibilidademental,sem qualquerinteresseque polari1' Arra Mariâ Poppovic, obrâ cit:úa, p. 164. 73 - Apresenteatividadesdesafiadoras,que envolvamuma situação-problemae mobilizemos esquemascognitivosde naturezaoperativa dos alunos. Estasatividadespodem ser individuais, ou então grupais.Os jogos e trabalhosem equipe,por exemplo, estimulamo relacionamentoentre os alunos e incrementama integraçãoda classe. p1ep61çioneatividadesde expressãooral, nas quais o aluno possaouür e fazer-seouvir,falar sobreo que aprendeue externar suasopiniõese suasdúvidas.Depoisde dar uma explicação sobre determinadoconteúdo, peça para um aluno fazer oralmente uma rápida síntesedo assuntoque foi explicado.Isto aiudaa manteros alunosatentos,pois elessabemque precisam prestaratençãona explicaçãodo professor,porque serãosolicitadosa fazer um breve relatório oral do que foi expostopaÍa a classe.Quandoum aluno apresentaruma dúvidasobre algum ponto da explicaçãodadz,antesde expor o assuntonovamente, verifiquequaisos alunosque entenderamaqueletópico,e peça ao colegaque a um delesparaexplicâ-loà classe,e, em especi'al, para a coopedesenvolver não entendeu.Estamedidacontribui raçãoentre os membrosda classe,pois assimelestêm a possibilidadede se aiudaremmutuamenteno processode construção a coletivado conhecimento.Isto aiuda,também,a desenvolver aprendizagemautopossuída,que é aquela que se caractetiza pelo fato do aluno ter aprendidoe saberque aprendeu. Distribuafunçõese dividatarefas,como Lp g Í a lousa,recolher os cadernos,passaro cestode lixo, distribuiro material,penduÍaÍ cuÍi^zese quadros didáticos, levar recadosdo professor a outros funcionáriosda escola etc. Os 'alunosassumemessas funçõese executamessastarefasem rodízio. Isto permite que todosparticipemda dinâmicada salade aula e tambémse sinpor ela. tam responsáveis r, I.rriz Alvcs rle Mattos, Suttrírb de Didtítica gertl, p. 223 A interação professor-alutro convém ressaltar que o nível de disciplina da classe está ligado ao grau de motivação dos alunos e dele depende. .,A necessida_ de do maneio e das intervenções disciplinares está sempre na razão inversa da motivação. euanto mais forre e intensa for a motivação, tanto menor será a necessidadede manejo disciplinar. Inversamente,quanto mais fraca e remissa for a motivaçã<1, tanto maior serâ a necessidadede intcrvenções disciplinares, como que para compensar essafalta. O que, porém, não padece qualquer dúvida é a superioridadc e maior efic/aciaclo processo motivador sobre o processo disciplinador. somente na medida em que faltam os recursos incentivadoresé que o profess<lrpode e deve lançar mão dos recursos disciplinares para garantir a necessáriaordem na classe e dar andamento aos trabalhos."25 outro aspecto que deve ser salientado é que a autoclisciplina, sendo Ìtm controle interno, não é algo que o professor consiga de um momento para outro, sír numa aula ou atravós de uma simplcs conversa. É um comportamento que precisa ser clesenvolvido, e até treinado, dependendo de um trabalho permanente e constante. um dos meios mais eficientes para desenvolver a autodisciplina é reforçar o comportamento adequacloe a conduta positiva dos alunos, sem exacerbar nas cúicas negativas,p<lis o reforço positivo aumenta a motivação e o sentimento de autoconfiança e de autoestima.A professora Irene carvalho, falando sobre os problcmas de disciplina quc às vezes os professores precisam enfrentar e tentar solucionar, assim se expressa:*ptra tais problemas não adianta dar conselhos. o professor terá de atuar de acordo com sua própria person,alidadee com o grau cle experiência que possui. Iìstas palavras ou aquelas medidas dão resultadoscom o professor A, mas são incompatíveiscom o professor B. Têm efeito na situaçãoX, mas são inoperantes na situação Y. Em relações humanas, não há fórmulas que se possam aplicar mecanicamente"2(). A única coisa que podemos 'assegurarno que se refere à disciptina de sala de aula é que o professor precisa e deve orientar a conduta dos alunos, de forma compreensiva, ma^scom aütudes seguras. Como ele farâ isso, vai depender da postura de cada l.ui, ni"tì" Manos,obra cirrda.p. 22.ì-4. ".l('lrerrc Mcllo Canalho,obrn citudx,l). .J68. professor e das características de cada situação em particular, pois em educação nío hâ fórmulas prontas e acabadas. 5. Motivação e incentivação da aprendizagem Para que haia uma aprendizagem efetiva e duradoura é preciso que existam propósitos definidos e autoatividade reflexiva dos alunos. Assim, a autêntica aprendizagemocorre quando o aluno está interessado e se mostra empenhado em aprender, isto é, quando está motivado. É. a motivação interior do aluno que impulsiona e wtzliza o ato de estudar e aprender. Daí a impoÍância da motivação no processo ensino-aprendizagcm. Se voltarmos atrâs no tempo e fizermos uma sondagemna história do pensamento pedagógico,podemos verificar que Quintiliano, que viveu de 33 a95 d.C.,iá salientavaa importância do interesseno processo educativo. Juan Luis Vives,<;ueúveu de 1492 a 154O,iâ chamavaaatençío dos educadores para o valor da atenção e do interesse no ato de aprender, faz.endoconsiderações sobre a influência da emoção e dos sentimentos no ftlncionamento da inteligência e da memória. Enr pleno século XVI, ele fazia reÍeÊncia ao que hoie em dia a terminõlogia educacional moderna denomina a influência da ârea tfetiva no canÌpo co8nitivo. Pestalozzi,que viveu de 1746 a 1827, ressaltavaa necessidade do educador faz.eruma sondagem sistemáticado interessedo educanclo. a fim de conhecer os interesses característicos de cadnfaixa etâria e poder aproveiú-los na orientação do processo de aprendiz:àgprn. Stanley Hall ( ltl44-1924> preconizava que o organismo age e reage em função de estímulos internos, dinâmicos e persistentes, que são os motivos do comportarnento. Defendia a ideia de que os interesses variav,;tmde acord<l com as diversas fases do desenvolvimento, passandopor uma evolução. Os interessespróprios de cada etapa dcveriam Ser usados para nortear as atividades escolares daquela fase. Claparède (1873-1940) fez um estudo sobre a evolução dos interesseshurnanos, tentandOsistematizaraqueles qlle eram dOminantes ern cada fase do desenvolvimentobiopsicológico do indivídu<1.Afirmava que o inclivíduo age impulsionado pelo interesse tlo A i nteração professor-al tuto momento,que funcionacomo a causaou motivodo comportamento e liga as necessidades às reaçõesadaptativaspara satiú,.ê-las. Atualmente,a Psicologia,que tentaa-ssumir o status de ciência, procuraestudarde forma maissistematizdaa influênciada motivação na aprenüzagem.Aliás,estetem sido um dos temasbásicosda Psicologiada aprendizagem.No entanto,a história do pensamento pedagógiconos revelouque a questãodos interessese suainfluência no ato de aprendertêm sido obieto da reflexãodos educadores ao longo de muitosséculos. E comum os professoresinterrogarem como podem motivar mais seusalunosdurarrteas aulas.o professorLuiz Alvesde Mattos respondea estaperguntadizendoque, "dada a n tuÍez complexae sutil da motivação,como fenômenopsicológicointerior,no qual as diferençasindividuais,a experiênciapréviaão nívelde aspiraçaode cada aluno desempenhamum papel impofrante, não é possívelà Didâüca Íraçar uma técnica padronizada,iegura e infalível p ara provocar ou gerar em cada caso a deseiadamotivaçãointerior pilra a aprenüzagem.contudo, dehâtmuitoos didatastêrnprocurado estabelecer,por intuição e por experimentação,proced.imentos eficazes que geremou estimulemessamotivação.(...). n esseconjuntode recursose procedimentosenvolventese estimulanteschamamosde incentiuação da aprendizagem. Incentivaçío dz aprenüzagerné,, assim,a aruaçíoexterna,intencionale bem calculadado prõfessor para, mediantemeios auxiliares,recursose procedimentoi adequados, intensificar em seus alunos a motivaçãointerior, necessária para uma autêntica aprendizagem,proporcionando-lhesmotivos polarizzdoresde interesse,de estudoe de trabalho',27. Dessetrecho deduz-seque um professornão pode motivar um aluno a aprender,pois a motivaçãoé um procesìo psicológico e energético,e como tal, pessoale interno, que impelè o indiúduo p^Í a ação,determinandoa direção do componamento.sendo um fenômenopsicológico, ocorre no interior dõ indiwduo e varia de acordo com as diferençasindiüduais, as experiênciasanteriorese o nível de aspiraçãode cada um. o que o professor pode fazer ê incentivar o aluno, isto é, despertare porarizarsua atençãoe seu interesse,orientandoe canüzando positivamenteas fontesmotivacionais. 27Luiz Alves de Mauos, obra citada, p. 2O9- I O. 77 Assim, a primeira coisa a fazer quando se aborda esse assunto, é estabeleceruma distinção entre nìotivo e incentivo. Motiuo é um estímulo interno enquanto incentiuo é um estímul<lexterno. A ação pode ser estimulada e gerada tanto por fatores internos, que são os motivos, como por estímulos externos, que agem como incentivos. ,{'ssim,no sentido psicológico, moüvo é um impulso da conduta que corresponde a unra necessidadee põe o ser humano em moürnento, levando-o x agir. O motivo é sempre algo interno, profundo e clurad<luro. 0 interesse,por sua vez, pode ser intrínseco e extrínseco.O interesse é intrínseco quando corresponde a uma necessidade,tornando-se a manifestaçãode um motivo. Nestecaso, o interesseó persistente e duradouro. O interesseextrínseconão corresponde a unta verdacleiranecessidade e não tem relação com a n tvrez^ da atividade solicitada, sendo superficial, momentâneo e passageiro. Psicologicamente,a nÌotivação é um estado dc tensão, de dinarììismo, de necessidadeque provoca a ttividade, fnendo o indiúduo a1gir.Diz-se quc uma pessoa está nrotivada quando a atividade qtte realizacorresponde a uma necessidaclepsicológica otl a um interesse intrínseco. O professor não pode motivar o aluno, pois este é um processo intenro, ma^spode sondar e aproveitar os motivos iá latentes,despertando nele os interessesintrínsecos, qtte são a manifestaçãode um motivo. Portanto, como diz a professora lrene Carvalho, "a motivação é um fato interior, enquâtrtoa incentivaçãoprovém cle forças ambientais, entre as quais situa-sea atuaçãodo professor, quando este tem plenir consciência do valor da incentivação,e realiza esforços deliberados para bem estimular seus alunos (...). A incentivaçãosó é operante se se transformar em motivação. Isto é: os estímulos externos (incentivos) precisam sintonizar-seconì motivos preexistentes .(estín-rulosinternos) para conseg,uiralgum resultado. Muitos incentivos chegam até nós e nada conseguem,porque não encontranl ressonância enì nosso interior"28. Isto quer dizer que o aluno aprende efetivameuteaquilo que corresponde a uma necessidade,a um motivo, ou a um interesseintrínseco. ,-s|rc,,," ;;, Gtrvalho, ()br:r citada, p. lo'f. 7tl Capítulo3 Paraincentivaros alunosa estudare aprender,o professorutiliza recursos ou procedimentosincentivadores.Essesrecursos devem ser usadosnão apenasno início da aula, mas em todo o decorrer dela. "Motivos e incentivossão importantesem todas as fasesda aprenüzagem,e não somenteem seu momentoinicial. Há no início da muito professorque só se preocupacom a incentivação aüvidade,sem se lembrar de que esta tem de ser reforçada no decorrer de todo o processo,a fim de que a motivaçãonão decresça, a ponto deaté se exünguir."2') Tambémo professor Luiz Alvesde Mattos se pronuncia a esse respeito,dizendo que "a incentivaçãoda aprendizagemnío é apenasum passopreliminardo ciclo docente,mas uma constanteque devepermear todo o processamentodos trabalhosescolares,atravésde t<rdoo ano. Incentivaros alunosna sua aprerulizagem não significa despertarapenasa curiosidadeou o interessemomentâneo atentos,maspassivose inertes.A conquisdos alunos,mantendo-os ta do interessec da atençãodos alunosé apenasa preliminar da motivação.Partindo desseinteressee dessaatenção,é necessário levaros alunosa aüüdadesintensivase proveitosas, induzindo-osao estudo,à reflexão,ao esforçoe à disciplinaespontânea do trabalho discente. Essasatividadestrarão aos alunos o pÍazer do sucesso obtido pelosseusesforçospessoais.Todo o esforçobem-sucedidoe como tal reconhecidopelo profcssoré altamcnteeducativoe motivador"30. do aluno Comopodemosconcluir,a participaçãointensae ^tivl na aula depended<l grau de motivaçãopelo assunto ou atiüdade Íocalizada.Por outro lado, a incentivaçãoda aprendizagemdeve ocorrer durante todo o desenrolarda aula e da unidadede ensino. dependendo,em parte,do ambienteda salade aula e do clima de relaçõeshumanasnela existente. Em geral, quandose perguntaa um aluno de 5 a 8" série do ensinofundamental,ou a um aluno do curso médio,ou mesmodo curso superior,qual a matérrl do currículo que ele prefere e qual a razão dessaescolha, é comum ouvirmos, como resposta,que a causaprincipal da preferênciaestânasqualidadespessoaisou profissionaisdo professor.Ou ele explica bem o assuntoque está para os expondo,tornandoo conteúdoacessívele compreensível r') ld('nì, ibidcm, p. lO5. ro l,uiz Alvesde Matt<ls,obra citada, p. 22o Ou Contâgia ClaSSe' alunos,Ou tem Um bOm relaCionamentoCOma que revelapela matéria seusalunos com a empolgaçãoe vibração o compoque leciona.Assim,na maior parte dasvezes'não é tanto que o pessoa a mas alunos, nentecurricular em si que interessaaos condele exrraindo òabeao professôrreÍletir sobreesrefato, ;;;^. atruarçÁo sua clusõesde ordem prítica que o aiudem a aperfeiçoar docente. indiferença Na verdade, um professor que manifesta apaltae que conseguirá dificilmente a seusalunos, pelo assuntoque professor um "*pã" lado, outro conteúdo.Por elesse interessempà, "rr" seu entusiasmoe interessepelo demonstra e que faz do ã"" ã"t," facilidadepara incentivarseusalunosa [uã ãnrinu, t"nd" ^ ter mais u'f."nd". aqueleconteúdoe a se interessarpor ele' algunsprocedimentosque podemaiudar A seguir,apresentamos no p.o.ótto d-eincentivaçãoda aprendizagem' sendo ensinadoe a.) Façaa articulaçãoe a correlaçãodo que está conteúdoou aprendidocom o real.Assim,ao introduzirum novo situaçõesreais inlciar uma unidadedidática,comecepelosfatose e próximos relacionadosao ambienteimediato (físico ou social) da corpartir A aluno' do da experiênciae da realidadevivencial e à elageneralnaçáo à relaçãocom o reJ, chega-seà abstração' operaesquema's noraçao teórica, por meio da mobilizaçãodos raciocínio' Em tórios do pensamento,que g,erama reflexãoe o fatos' o conheseg,uida,faça os alunosapticaremnovamenteaos real' cimento iá organiztdo iitt"t"tiztdo a partir do " questãoprobleb) Apresenteos novosconteúdospartindo de uma alunos devem qual os a mutizrdoraou situação-problema,para exnli.caeão encontrar,individualmenteou em grupos' ym" 1t1 (que envolveensalo solução'Atravésdo processoda descoberta diálogoe a nnâe erro) e de procedimentos,como a pesquisa'o aluno coleta lise da-sinformações expostaspelo professor' o aiudam apresentada' ' ãaOosqu", aplicaàosà siiuação-froblema "r explicá-laou resolvê-la' esclareõê-la, condizentes c) Use procedimentosaüvosde ensino-aprendizagem' comafrixaerânaeoníveldedesenvolvimentodosalunos'Isto propor quer dizer que, para incen-tivara tprenüzag,em'convém desaüadoras'que estimulemsua participaaos alunos ativid^ades seus esquemasoperaüvosde cogção e acionem e mobilizem tìo Capítulo.ì nição (seiam eles sensório-motores,simbólicos ou operatórios). Os alunos devem üvenciar situaçõesde ensino-aprendizagemativas, onde possam observar, comparar, classificar, ordenar, seriar, fazer estimativas, realizar operações numéricas a partir da manipulação de material concreto, localizar no tempo e no espaço, coletar e analisar dados, sintetizar, propor e comprovar hipóteses, chegar a conclusões, elaborar conceitos, avaliar, julgar, enfinr, onde possam'aglilizare praücar as operações cognitivas. d) Incentive o aluno a se autossuperargradualmente,atravésde atividades sucessivasde progressivadificuldade. Proponha pequenas tarefa-se prepare os alunos parurealizâ-la^s,proporcionando-lhes a^scondições necessáriaspara assegrlrar o seu êxito imediato. Elogie e reforce o sucessopor eles alcançado no desempenho da atividade,pois, em geral, os alunos demonstram interessepor aquilo gue conseguemrealizar bem. e) Planeje as atiúdades do dia ou da semana em conjunto com a classe.Explique aos alunos os obietivosde cada atividade,e o que se espera deles ao término de cada uma, para que saibam o que devem fazer e qual a expectativa em relação ao seu desempenho. 0 Esclareça o obietivo a ser atingido com a realiz.açãode certa atividade ou o estudo de determinado conteÍrdo, relacionando esse obietivo à realidade imediata do aluno. Quando o aluno conhece a finalidade da atividade, tende a realizar esforço voluntário para 'alcançaro obietivo. Mas é praticamente inútil tentar incentivar os alunos informando-lhes, simplesmente,sobre o valor e a importância do conteúdo ensinado e das vantagens remotas de sua aprendizagem.O que ajuda a incentivar o aluno é o fato de ele perceber e verificar que aquilo que aprende tem uma relação com a sua realidade imediata e apresentavantagenspara sua vida real e presente. Os projetos de ação que apresentanìmetas mais imediatas são mais significativos e têm uma carga motivadora mais forte. É preciso aproveitar a predisposlçãoqú o aluno possui para aprender aquilo que é significativopara ele. g) Mantenha um clima agradâvelna sala de aula, estimulando a cooperação entre os membros da classe, pois as relações humanas que se estabelecemna sala de aula influem na aprendiz gem. Oriente e supervisioneos trabalhos, acompanhando e assistindo os alunos quando necessitarem.Elogie o esforço realizado por cada um e o progresso alczrnçado,inspirando-lhes confiança e segurança na própria capacidade de aprender e fazer pr<>- A interaçãoprofessor-aluno forgressos.Quandofor o caso,mostre-lhes'com compreensão, lemConvém estudos. nos mas de melhoraro seu desempenho brar que a expectativaque o professortem em relaçãoao desempenho do aluno, isto é, o que o professoresperadele, tem um papel decisivoem seu aproveitamentoescolar. h) Informe regularmenteos alunosdos resultadosque estãoconseguindo, anàlisandoseusavançose dificuldadesno processode a continuarprogredinEstimule-os óonstruçãodo conhecimento. isto é, fOrma Construtiva, de erros, do e inCentive-oSen} ÍaÍ Os ^ a autoAqui como uma maneirade aprendere de se aperfeiçoar. autoa se avaliaçãoserá muito útil. Por isso, estimuleos alunos avaliarem,verificandoseuspontosfortese fracos,seusavançose um bom desemdificuldades,os aspectosem que apresentaram penho,e aquelesem que precisammelhoraraindamais. 6. Direção de classe Direção de classeê a organizaçãoe apresentaçãodas situações visando aiudt o aluno no processode de ensino-aprendizagem, construçãodo conhecimento.Comoensinaré orientar a aprenüzarelacionadaàsituação gem,e a direçãode classeestábasicamente ãe ensino,podemosdizer que ela é a orientaçãoda aprendizagem' com o obietivo de auxiliar o aluno a estruturar e sistematizaro conhecimento. pessoas,alegandoserem adeptasdo não diretivismoe Alguma-s individuais e da criatividade, em nome do respeito às diferença^s alardeiamque a direção de classeé algo ultrapassadoe dispensável. Na opinião dessaspessoas,não cabeao professorintervir na aprendizagemdos alunos:cadaum aprendeo que quer na hora que estiver ãisposto,e se não quiser não aprende.É o laissez-faire total, . uma situaçãode "deixar-fazer"levadaao extremo, onde cada um agede acordocom suaprópria contae risco. E, com isso,o professõr não precisa ensinar.Ao nosso ver, esta posição ê contrârta à Seo aluno estána escola,ê para do conhecimento. democraiização aprender,é paraconstruirseu conhecimento,e cabe ao professor aiudá-lo nesseprocesso.O conhecimentodeve ser coletivamente construídopelosalunose pelo professor,soba orientação{esteúltisim, e muito. a direçãode classeé necessária mo. Nessaperspectiva, a2 Capítulo3 No nossoentender,não se deveconfundiro respeitoà individualidadee à criatiüdadecom uma situaçãoonde os alunossãodeixados cadaum por si, abandonados na salade aula,sem orientação, sem um rumo traçado,sem um objetivoa atingir.A educaçãoé unt processodiretivo por natureza,pois sempreüsa alcançarcertos objetivos.Por isso,cabeao professorusarseubom sensoparasaber quandoserámaisou menosdiretivo.Mesmoquandodeixao aluno descobrirpor si próprio, o professorconscientetem certosobjetivosa serematingidos. Ao aprender,o alunoestáconstruindoseuconhecimento. Nesse processo,algunsmomentossão de descoberta,outros de generalizaçãoe transferênciado que foi aprendido,e outros, ainda, de estruturaçãoe sistemaüzaçáo. Em cadaum dessesmomentos,cabe ao professorperceberse deveser mais ou menosdiretivo,se deve ou não interferir mais diretamentena aprendiz gem do aluno e como f'azê-losem tolher sua iniciativa.Portanto,a diretividadena educaçãoem geral,e no ensinoernespecial,é uma questãode grau. Nossaposiçãoé corroboradapelo professorLibâneo,que assim se expressa:"A nível do relacionamentopsicossocialentende-se uma revisãodas formas de direção do trab,alhoescolarincluindo questõescomo autoridade,estruturaorganizacional e participação; propõe-seuma forma de relacionamentoprofessor-alunoonde <r adultonão omite seupapelde guia,expressando uma presençasignificativapzra a criança:ainda que permaneçaum facilitador,não deveperder-sena ingenuidadedo não diretivismo.Numaperspectiva de educaçãocrítica,direcionaclapara uma pedagogiasocialque privilegiauma educaçãode classeno rumo de um novo projeto de sociedade,a escolapública possuipapel relevantee indispensável. Paraisso,é precisosim, dar aulzrs,fizer planos,controlara disciplina, maneitr a cla-sse, dominar o conteúdoe tudo o mais...Sabe-se que famíliaspobres apreciamuma escolaonde há uma disciplina rigorosae que exigededicaçãoaosestudos".ìl. Sobreo mesmoÀssunto,o trechoapresentado a seguir,de autoria do professorLuckesi,abordaa mesmaquestão,só que do ponto de vistamaisamplo do processoeducacional:"Primeiramentee de um modo genérico,diria que educadoré todo ser humanoenvolüdo em sua prática históricatransformadora.Em nossasmúltiplas relações,estamosdialeticamente situadosnum contextoeducacio{f J<rséCarl<rsLibâneo, "Sabcr, sabcr scr. saber íltz.er", ANDE, n. 4, | 91J2.p. {4. A interaçãoprofessor-aluno 83 nal. Todos somos educadorese educandos,ao mesmo tempo. Ensinamose somosensinados,numa interaçãocontínua,em todos os instantesde nossasvidas.(...).Em segundolugaç e aqui estáo núcleode interessep Í^ o momento,educadoré o profissionalque se dedica à atividade de, intencionalmente,criar condições de desenvolvimentode condutasdeseiáveis,seia do ponto de vista do indivíduoseiado ponto de ústa do agrupamentohumano"32. Transpondoessaideia pff^ o campomaisespecíficoda construpodemosdizerque,emboratodosnós estejaçãodo conhecimento, ensinandoe aprendendo,cabe ao professor, mos constantemente como profissionalque é, prever, organiztr e apresentaraos alunos situaçõesdidaticamenteestruturadasno sentidode aiudáJosa descobrir, generalizare sistematizaro conhecimento,transformandoo conhecimentoprévio de naítrezaempíricaem conhecimentocientificamenteestruturado.Portanto,a direção de classeé necessária, como forma de organizar e proporcionar atividadesde ensinovisandoa consecuçãode obietivos. -aprendizagem, A direção de classesupõe: o pl,anejaras aulas; . selecionare estruturaros conteúdos; . prever e uüüzar adequadamenterecursosincentivadorese materiais audioüsuais; . oÍg nizaÍ atiüdades individuais e grupais interessantese bem dosadas,que auxiliemo aluno na construçãodo conhecimento; . avafiarcontinuamenteos progressosrealizadospelosalunos,mostrando os seusavançose dificuldades,e como podem aperfeiçoar o seuconhecimento. A seguir,apresentamosalgumassugestõesque podem aiudar o professora aperfeiçoarsuaposturapedagógicae facilitamo processo de construçãodo conhecimento. il) Façauma previsãodos conteúdosa serem desenvolvidose das atividadesa serem tealizadas,levandoem contâ os obieüvosa eo serem atingidos,bem como os interesses,as necessidades nívelde desenvolvimento dos alunos.Ao planeiaro seu trabalho J2 Cipriano C. Luckesi, "O papel da Did:itica na formaç:-todo cducador". Etn: vcrâ Mâriil Candatr, t rF,., A Did.ític.t en cptestão,1t. 24. It4 C:rlrítuloJ em sala de aula, o profess<ll'telrde a se sentir nrais seguro, p<lis podc conlrolar nraisfacilrnenteas improvisaçõese os conlratetnpos. Mas, lclnbre-se:o plancjalncntocleveser flexível,adaptantlo-se aos intercssesmanifestadospcla cl,.r.ssc em ditd<lmomcnto, llois só assinrlloderá satisfazeràs reiús neccssidatlcstle aprendizirÍìcrììdos alunos. b) l;açaos :rlultosparticiparcrnno planciatnentotlo trabalho di:irio dit cl:nse, colrtribuiltclocotìl sugcstilcs.lìegistrc lrrrnrciutt<lcl<l r;tterdr<l de giz,ern couiunto colìì os alunos,as atividiÌdcsa serenÌ rlcsclrvolvidas no dia pela classe. c) lìsclareçao que se prctende alcançar conl a .aprendizagenr de tleternrinado corrteúdo ou colÌl a realiz.açíode certa :rtividade, pois conhccendo os objetiv<lsa serelÌì atingitlos,r>salunos tendcnr a nranifestarmais intcrcssc pclo trabalho c a enrpreendcr esforços no senticlodc alcançar essesobictivos. rl) l)rocure adotiu'uma atitucleclialírgicatìA sua prática tlocelrteent sala de arrla,par:r facilitar a constnrçãocoletivado conhecimclrto por parte closzrlunos.Lenrbrc-scquc o diírlog<lé fundalnental para (luc o profess<>re <ls alun<tslx)ssiÌt'tìc<tnstrtririuntos o conhecilnerrto.Para tlesencadc,aro diírlogr) c<lnvcítÌlpartir (lc unta situação-problelnae aproveitaros conhecinìentosprí'vi<lsc as experiênciasanterioresclosalulros. e) Incentivca particjpaçãoativa dos zrlunosna situaçãodc aprcndiz^genr, ;lrollondo-lhcs atividatles desafiatlora^sque aciouenr e nrollilizernscus csqÌtcmasoperzrtiv<ts de cogniçã<1. Assinrsendo. prop<lrcirxresituaçõcsproblentatizadoras, nas quais eles tc'nhalrr que observar,descrever,rel:rtar,dial<lgar,ler, escrever,colÌìparitr. idcrrtificar, difcrenciar, classificar, seriar, urdelìzrr, [:uer <perações numéricas, fazcr estintativas,l<lcalizarno tenìlx) e no espaço, explicar, an'alisar, sintetizar, conceituar, deduzir, c<lncluir, interpretar, cscolher e iustificar as escolhasfcitas, iulgar, avaliar. propor e conìprovarhip<iteses etc. lrrra conseguira nraiur parlicipação dos alun<ls,é preciso usar Llnì nrót<ldoativ<lou operativo (de acordo conì a terminologia de Jean Piagct), quc, acione e mobilize os esquetÌìáLs lnentaisdo indivíduo,agilizitndosÌtasopcrações cognitivas. [) A<l introduzir um conteÌido novo. verifique o que os alunos jír sabem sobre o mesmo, e aproveite suas experiências ilnteriores e seusconhecimentosprévios sobre <lassuntoestudado.Parta de A i rttcritçixl 1lr<lfcssor'-alutt<r tì5 siÍuações significativas,ligadas à realidade vivi<lapelos alunos. l)epois, apreserìtepara a cla^ssesituaçõescle <lrg:tnizaçãoc aplicaçãrcldo novo conhecimerìto, propot'ci<lnancloativicladcsquc façam os zrlunosaplicar e sistenratizaro que aprcnder:un. g) M:rntenhaos alunos senìpre ocupados,errì constanteatividadc, pois "o trabalho cì a atividade mental são senrpre as nrelhorcs garantia^sde disciplinit erÌ.rclasse".ìJ.Assirn, planeje e propicic iurs alunos atividadesindividuaise grullais dc ensitto-aprendizagcnr interessantese bcm closad'a^s. Explique o que é para ser fcittt eln cada ativiclade,dand<l instruções claras e objctivas. No czts<r do trabalho erÌì Íìrupo, oriente os itlunos para trabalhar enr e<;uipe, proporìdo,enr c<lujuut<l com eles,paclrõesde conrportamcnto e rìornìas de conduta. Circule pela classe, procur:uttlo obser'vAr os alunos trabalhand<1. Verifique as dificuldatles de czÌdâutn, para'ditdâ-los a supcrá-las. h) Observeos álvançosde seus alunos no processo de construit'o c<lnhccirncrrto c avaliecontinuanrenteos proÍÌrcssospor eles retlizados rros cstrrckrs,forneccncl<l-lhes,corììo retonìo <>ufeedlttrch, o resultatlo das avaliações.Mit-snão lhes aprescnte simplesmenteurììa rìotzrou ulìì conceito frio e inrpessoal.M<lstre-lhes :usprovas, os trabalhos e os exercícios que seruirzuncortìo instrumentos de avurliaçã<r, i'í devidanrentccorrigidos, para que eles lxlssanr vcrificar o quc acertaranì c o que errarAnl, e cottìo p<ldernnrelhorar nos cstuclos. i) Ao avaliar, não denrore rnuito pzrrac<lrrig,ira^sprovas, trabalhos <ruexercícios,pois quanto mais rápid<lf<lr dado o retorno d:tavttliação,isto é, quantomais rápid<los alurtossouberemo (lue acertaranr e o que erraram, rnais fácil será para cles avançar nÍl construçiur do conhecilÌìento. <lpróprio tr:rbalho,praticanclo,it^ssirìì, i) Incentive<lsztlunos'a.av'ali'.n' a autoavaliação.O aluno, quando bcm orientado, tambént sabe dizer c;uaissão seus polìtos f<rrtes,o que :tprencleue etn que prc'cisa nrelhorar. Se pretendenrosque nossosalunos deseltvolvatna rroção de responsabilidadce unìa atitude crítica, é preciso criar olrortunidades para que eles pratiquenl a ltut<tavaliação,começando por analisar t si nresntos,seus erros e acertos, e assumir a responsabilidadepor seus atos. Os alunos devenradotar uma ati- ii Afirr<lcMatfcirrr Mlrcozzi at.rlii. Í:nsitnndo ri c'riançt,1t. 20. rì6 Capítulo .ì tude crítica inicialmente sobre seu comportamento e em relaçiio a seus própri<ls conhecimentos. k) Procure enfatizaros progressos realizados pelos alunos no seu processo de constmção do conhecimento e valorizar o esforço que cada um empreendeu. Procure, tambéln, salientar os conìportanìentos adequados do ponto de vista do corrvívio grupal, porque os elogios e a valorização do comportamento cleseiado ajudam mais a motivar o aluno do que cúicas e punições. Não repreenda publicamente unl aluno de forma humilhante, p<lis isto seria degradante, nem càstigue a classe inteira pela falta cometida por um só, pois isto seria iniusto. l) Distribua fr.rnçõese divida tarefasde modo a permitir que os alunos participem mais ativamenteda dinâmica da sala de aula e cooperem em suas atividades rotineira-s.Assim, estabeleçaum sistema de auxiliares do dia ou da senlana, no qual os alunos fiquem responsáveis,em rodízio, por certos encarg,os,como ap g Í o quadro de giz, recolher os cadernos, distribuir ntaterial, arrumar a sala após a aula etc. Tanto os assuntosabordados neste capítulo, bem como ar;ueles que serão tratados nos próximos, têm relação com a direção de classe.Assim, ao continuar lendo este livro. o leitor poderá sistemaüzar Outros pressupostosque norteiem seu trabalho na sala de aula. No entanto, no que concerne a estetema, a aprendizagemdo professor será constante,pois cada classeé uma realidade, apresentando características próprias. Cabe ao professor aplicar seus conhecimentos anteriores, nras principalmente usar sua sensibiliclade,sua intuição e seu bom senso na oricntação da aprendizagemdos alunos e na direção de cl'asse.Assim,cada professor encorìtraráo seu caminlro na prâtica, rJiâri'ada sala de aula. Resumo l. O plrolì.ssor lr.rtt sr.a lx'rs()nalirlirdt' oritrttarla ;lor vtrlorr.s r. r' xpl ír' i l rr ;l r ir r c ipios dt . r ' i rl i t < ' r' o rrs < ' i t' trlocrr i n c o rts ci tl tl r.l rrr.rrÍe. orr irnpliciltrnr('rìle. r.le vr.icrrla r.ssr.svirlor(.s (,nr stlir rlr. irrrlir. rrrttrtilì'slirrtrlo-osa s(.lrs itltnros. Âssirrt. tro inlr.ragir <'otrrcir<lir trl ur r o enr ; r ar licrrl i rr (' s (' rt' l i tc i o tri tr (' ()rni r < ' l i tssr.r' orrrorrrrrl rxl o. o prolì'ssor rrrìo irplelraslrtrrsrnile corrlrr.r'irrrtnlos.r.rrr lirrnrir <lr. ittlìtrrrtaçires. r'orx'r'ilos r. itk'ias (aspr.r'kr cogrrilivo). rrrns liunlli'rrr Íix'ilita u vr.icrrllçiro dc idetris. r'tlor<.s r. ;lrirr<.í;liosde virllr A interaçãoprofessor-aluno 87 (elenrerrÍosdo domínio alì.tivo). ajrrdando a firrmnr a pt'rsorralidude do educando. Por isso. o prol'essor devt ter bent r.laro r;ur.. anles ck'ser rrnr ;rrofessor. ele ó unr edu<:ador. 2. Na rela<,'ãoprofessor-alrrrro. o dirilogo e firndtrlrrental. A trtilude dialr'lgica no llro('('sso ensino-trprendizagern ó aqrrela tlue pnrte clt ulntr questrìo Problenraliztrdora Paru desen<:adt'ar<l diálogo. rro rlual o prol'tssol' lransmilt' () (lu(' sirbe. trproveitando os eolrlrtcinrenlos previos (' as t'x1lt'riênr.ias anltriores do aluno. Âssirrr. tunbos cheganr rr urnrì sírrttst qut' elu<.idtr. t'x;llit:a orr rt soh't' a siÍutrção-problt'rna 11rrt'desen<.adeouu disr.ussr-ro. iì. Na corrdrrçiìo da aprendizagenr dos strrs trlunos. o proli'ssor lern efurts Íìtnçrìes lxisicirs: arfuuçtitt ineeulirndorru. pois ;trrr.isa grìritntir silrrar,'ões(lue incenlivenr o nlrrrro a r.onlinrrar progredind<l nos csludos r. r.slilrruk rn sua ptrlir.ipaçiro aliva no alo de âprencft'r: t' tfunção oricnludttnt. pois calrt tr elt't'rrsinlr. islo í'. orientar o processo de tprelrrlizlgr.ln dos trlrrtros l)ârn (lu(. l)ossrìtn conslnrir o prri;rrio <.onlrr.<.inrt nt<1. auloridade do profi.ssor i' ilrr.rerrlr. iì srru lìrnçâo r.drrcarlora. orr sejt. í' a rrrrtoridlrk de (l l renr i rrccnl i l 'a e or ier r t n. 4. N<l r;rre se relì.rr' à dis<'i;llilra. i' prr.<.isoolierrlitr t <.ondrrtados trlrrrros <'ornalilrrdes s(.gtrriìse rt(f ln('srÌìo lt lrrp<l<'orn;lrcr.rtsivits. (lorrro lirzer islo depenclt rti da poslrrnr de r.adn proft'ssrlr e do "<'lirna" da clnsse. pois t'm eelu<'açr-ur nrìo hii lifrrnulus pronlns. o pt'r<'t'lrerri vtzr.s i\s prt<.isa ser rnais t'nd'rgi<.oe r;ue ;rrolì'ssor orrlras vez(.s nì(.nos. deperrdelrdo da siluaçiirl r. do "r.lima" drr <'lrtssr'.(krrrvriln lcrrrbrtr (llr(. ()s r.logios fiur<'iorrtrlrrr.onrrl relìrrço positivo. eslirnultrndo o alrrrro e rrjrrdalrdo-o n desenvolvtr o arrlo<'orrcr.iloposilivo. lìlas (' prr.<.iseiusrtr o elogio nns siluirçr-rt's rurk'r;uadits.orr seja. r;rrando prr.rcr.berrt trlruelrtt't;rre o trlurro t'slti sr. r'sfirrr,'andode lerdrr<lt'r. fazt'ndo o lnelhor r;ue podt'. ir. O ;lrolì'ss()r (' os alrrrr<ls<k verrr l)ropor. lnalisur e disr.u(ir. I'lrr conjrrrrlo. os prrdrr-rtsde <.oln;xrrlnlnt'nkr (' norrnas dr' <.onrlrrlir. pois <luartdo o tluno ptrrli<'ipn dit r'lalrornçrìo dt' trrrr "código" ck ('(rntx)rÍanttnkl. ltnde t assurnir o (llro propôs t a adolii-lo. na ;lnilica colidiana dr. saltt de arrla. nrais ftu.ilnrenle do (lu(' sc ' lìlssr. irnposlo. Assilrr. r;rrando o llrrrro pode disr.utir orr eltrlrornr its r('!Iriìs coltlivamt rrle'.t'lt' sc sr.nlt' nrnis ntolivarlo ;rtrra rt's;rr.ii ri -l as. 6. lfkrtivaçrìo i. um pro(.rsso psir.okigi<.o r. r'rrergí.lir.o. ink'rno (. prolìrrrrlo. t;trc inrpek'o irrrlir-írluo l)ara rr rrçrìo.rk k'rrnirrando a clireçiro tkr colnporlarnr.n(o. lì rrnr lï'lrôrrrelro pt'ssoal r;ur. dt'penck' da t'xpr.riôrrcin ;lrór'ia de <.rrdirtrlurro e do serr nível de aspirirção. l)or isso. o prolì'ssor rrr-r<l;rode tnolivar o aluno a aprelrdt'r'. miìs 8u Capítulo .3 Jrodr. incr.rrtivá-lo. islrl ri. r.stirnulri-k) (.xlertritnìentr'. r.aptltrdo e ;rolariztrnrlo slttt aletrçiìrl r. rlt's;ttrlatrrlo o sr.rr irrlerr.ssr'. l)trrir isso. podc c dr.r'r' ustrr re('lrrs()se l)ro(.(.(lirrrelrlosilrr.errlivadorr.s. a;trovcilutttlo tts frttort's arnbie'rrlais. niìo alx'rrts rro inír.irt rla aula. lnas duranlt'Íorlo o sorr rlr.<.orrr.r. 7.I)ireção de elusxe rl ir orgatriztçrìo r. apr(.s('ltlit(iro rlas silrrirr-rìr.s de ensino tk' lilrnra t la<'ililar u renliztr..iì()(liì al)r(.n(lizrgr.trr r. lr conslruçiio do conlrt'r.inrr.nto ;relo alurro. O ;rrofi'ssor ;tr.r<.elreri'r t;rtt. rìs l'(.z(.s.lerá quc iìgir (l(. m()(l() nrais dirr.livo: orrlras ì(.2('s. rk. firrrrru niro direliva. deixando o alrrno dr.sr.olrrir prlr si nr('srìr(). O inr;lrlrlank. ri usar urn lntlorkl itlir'o orr o;x'rllivo (segurtrkl a rk'rronrirrtçiìo dr..lr.an l'iagr.í). ,lu" ar.ione c. nrollilizr. ()s (,s(lu('nrasoperalivos rle rrrgrriçiro. tgilizan(l(f. (.rn es;x.r.ial. :rs o;reritqilr.slnr.rrlt i s. Arividodes l. Foço umo síntesepor escritodo primeiroitem do copítulo,A interodestocondoseusospectosprincipois. çõo professor-oluno, 2. Expliqueo importônciodo diólogo no reloçõo pedogógicoe, de modo especiol,no processode construçõodo conhecimento. 3. Expliquepor que o outoridodedo professoré inerenteò suo próprio funçõodocente. 4. O quortoitemdestecopitulofocolizoo guesfõodo disciplinono solo de oulo. Foço um resumodesseilem, explicitondo,em especiol,o evoluçõodo conceilode disciplino. 5. Expliqueo diferençoexisÌenteenlre motivoçõoe incentivoçõodo oprendizogem. ó. Conceitue,com suos próprios polovros,o expressõo"direçõo de closse",exemplificondo. 7. Dentreos lreze sugestões opresentodos poro ouxilioro trobolhode direçõo de closse,escolhoos seteque você consideromois importontesporo o processode construçõodo conhecimenÌo e iustiÍique suo escolho. 8. Anolise,por escrito,o ofirmoçõoopresentodoo seguir:"A interoçõo é o oçõo que exercemconstonlemente, unssobreos oufros,os mem- bros de um orgonismosociol.Em codo contotoque o indivíduotem volores,moneicom os demoii, comunicosuosideios,sentimentos, volosentimentos, ideios, rosde ser,oo mesmotempoem que recebe eu. seu sobre externo res,moneirosde ser,sob'o Íormode influêncio outro e um entre mensogens Hó, porÌonto,umo troco produtivode 'A é um processointerotivo'A ( l reloçõo ensino-oprendizogem interoçõodemondo umo troco produtivode inÍluênciosentrequem ensinoe quemoPrends"3a. Alividade prâtíca Foço um estógiode observoçõoem umo clossede suo escolho. usodospelo professor,bem como o Observeos ,ecrrsósincentivodores nivelde porticipoçõodos olunose suoscondiçõesde disciplino.Anote o que vocêobservouem clossee depoisÍoço um breverelotório,exponsobreo reloçõoentremotivoçõo,porticipoçõoe do'os suosconclusões disciplinono closseobservodo. Trabolho em gruPo Anoliseo oÍirmoçõoo seguir,registrondoos principoispontosdiso que checutidospelosmembrosdo grúo e onotondoos conclusões ou conhecimento do o reol dominio gorom: "O métododeve gãrontir -fit se nõo e perdure, de que o oprendido ão técnicooperotório,o certificode um obtençõo poro constituoem merooquisiçõopossogeiro do ou diplomo; deve dor ênfoseoos ospectosbósicose gero.is,poro Íocilitor o tronsferênciodo oprendizogeme gorontir o flexibilidode mentolnecessórioporo oplicor o oprendido,com os nuonçosque o situoçõoreol especificooconselho;e, por fim, deve servivido em climo .de outênticoliberdodedo educondo,sem imposiçõesoutoritóriosdo educodor(que motomo iniciotivoe o criotividodedo oluno),mos tombém semo ousêncio,o possividode,o olheomento,o omissõo,o comoque, ossim dismo, o descosoe o desorientoçõode certosprofessores do ondo, porno cristo e estorem muilo ovonçodos ogindo, iulgomser ,;; M ;,,;;, ar ztlii,l'lttnejamertkt rle attsintt e aaalíaçã()' P' rzir)' A interaçãoprofessor-aluno que ouvirom Íolor em certosprincípiosfilosóficosexistenciolistos, ou que ho correnresnõodirerivosno compo psicoiogi_ TI:i,:!U::1" -d.semverdodeiro co ou didotico,e, conhecimento de couso,'r"ionço,no empregortécnicosmodernos,ciesconhecendo seusfundomenúse os condiçõesde seuêmprego"3S. Ie i t ura cornplernen tar o texto a seguir é um resumo adaptado do admiráver e cativante rivro de GeorgesGusdorf intitulado lrrolbssores,para quê? Professoreshá muitos; mestres,dignos dessenome, raros o são. A paravra consagra, aÍlora, uma qualiÍìcação especial, uma força superior, de cuja pre_ sençae irradiação irão se beneficiar todos os que com ela contatam. ,{ssim compreendida, rparavra "mestre" é prerrogativa independente da atiüdade pedagógica,no sentido estrito desta palavra.Muitos homlns ensinam - uma disciplina intelectualou manual,uma técnica,um ofício - pouquíssimos gozam desseacréscimo de autoridade que lhes não vem do saúr ou da capacidade,ma^sdo seu valor como homens. Nestesentido, um artista, um artífice, um homem de Estado,um chefe militar, um sacerdotepodem ser mestres dos que com eles contatam, tanto quanto, ou até mais do que, os professores propriamente ditos. A sua úda impõe-se, a todos ou a alguns, comã uma lição de humanidade. A relação mestre-discípurosurge-nos,pois, como dimensão fundanrental do mundo humano. cada existência ffrma-ie e aÍìrma-se em contato com as existência^s que a rodeiam; forma, no coniunto das relação humanas, uma espécie de nó. Dentre essasrelações, uma-shá que são privilegiadas: a^sdos firhos com os pais, com os irmãos ou irmãs, as reraçõesde amiÀde, a^srelações de amor. Ma^s,entre todas,singular é a relaçãodo discípuro com o mestre que rhe revelou o sentido davtda e o orientou, não apena^sna atiúdade profissional, ma-sna descoberta das certezas fundamentais. para. ar,ém da refleiao sobre a^s üas e os meios do ensino especializado,abre-se-nosa possibiridade de uma outra meditação que, como uma pedago$a da pedagoga, se exerce sobre a investigaçãodos processossecretos,graçasaos quais, fora de todo o conteúdo paíicular, se cumpre a edificaçãode uma personaridade e se processaum destino. O papel do mestre é, aqui, o papel do intercessor: é ele que dá a forma J5 lrcne Mello Carvalho, obra cirada, p.295-6. 9l humana aos valores. A criança e o adolescetrte'todo aquele qrte a si mesmo se busca, acham-se confrontados com a encarnação das vontades que neles a mars alta iaziam ocultas. Esseencontro com o melhor, esse confronto com exigência,clesmascarandouma identidade que a si nìesmase ig,norava,pennit" q,," n personalidade passeao ato e a si mesma se escolha tal como desde e se queria. (p. l0- I ) semprc'se cleseiava A verdadecomo autoconhecimento A verdade só pode surgir como resultado de uma busca e de uma luta que caclaunr de nós tem que travar consig,opróprio, por sua própria conta e risco. Não é outro o sentido dzrsentençadélfica invocada por Sócrates:"Conhece-te a ti próprio...". O caminhoquc à verdadeconduznão levaa uma imitaçãodesta ou {aquela personagemexterior; leva ao examede consciênciaem que cada pessoatem que reconheceras suaspróprias razõesde ser' (p' 2l) cada homem tem uma história,ou melhor dito, cada homem é uma história. Cadavida se apresentacomo uma linha de vida. (...) O ensinotem por fundo indivíduo ção permitir uma tomada de consciência pessoalno aiustamento (...) se for exatahomem, um de A formação outros. os e com com o mundo metìte compreendidacomo a vinda ao mulrdo duma personalidade,como o estabelecimentodessaperconalidadeno mundo e n1 humanidade,torna-se ttm fenômenode proporçõescósmicas.(p.26) A história de um homem eúrnra-se no tempo como a lenta formação e reformaçãoda personaliclade.(...) Por isso, a constituiçãodunta üda pessoal não pode, eúdentemente,coincidir com um diplonraou unr rito de pa.ssagem. (...) A história de um homem resume-se,ao fim e ao cabo, na experiência desselromem, no que essehomem faz da vlda, daquilo que nela está em iogo. 1p.27) A própria a<;uisiçãodo saber corresponde a uma forma essencialde experiência vivida. Na escola, no liceu, na universidade, instituições que têm por função ministrar o saber, a criança e o adolescenteconhecem formas decisivas de experiência da sua vida. [stes locais nã<l são, para eles, simpleslnente o cenário de certos iogos da intelig,ênciaou da memória. É a personalidadeinteirâ que aí aprende; sensibilidade, clarâteÍ,vontade são aí experimentadose a aquisição de conhecimentossurge indissociávelda tomada de consciênciados úo."i. O espaço escolar deÍine o lug,arda^sprimeiras relações humanas,fora do círculo famibar. É nesseespaçoque o futuro homem tenta, bem ou mal, a sua autoafirmação na coexistência. Assimse iustiÍica a decisivaimportância do diíogo do'aluno com o professor na odisseia de cada consciência,como também a dos outros diálogos do aluno com o ,iluno, do professor com a classeou do aluno com a classe. No 92 Carrítulo3 encontro de pers<lnalidades, confonne aos ritnìos alternadose complementares do iogo e da luta da amir.adee da hostilidade,é um coniunto de relaçõeshuman'Àsque se estabelece.O sabcr propriamente dito, os programase exercícios,na nraior parte dos casos,são apenastemas impostos, pretextospara a realização e desabrocharda autoafìrmaçãode uns e de outros. (p. 28-9) assi m.podedi zer-se, éodiscí puloqr r ef az. om est r e'e(com 'omoest r ec;é uef azodisuma outro; :'ìili;.Ëil"aï iãt"á^ ilï;i; <lasuarelação à"p"n<le u".da.l. enr reciProcidade' humana é a verdade de um diáPoderia dizer-se,arüi, que toda a verdade l ogo. (p.205) Atividade sobre a leitura complementar Educação:um encontro de duas existências Mesmonum ensinode massa,e por muito confusasque seiamas relações que o constituem,a educaçãocontinuaa ser um ca^so pessoal,um colóquio singular e intermitente:no seio da massacoletiva,estabelece-se um "encontro a dois" entre o aluno isolado e aquele ou aquelesdos seusprofessorescuia competênciareconheceu.Conscientemente ou não, realiza-seum contato,lrocam-se sinais, aütudes, palavras. Os diálogos do espírito são furtivos como os do amor, mas tão decisivoscomo eles. (p. 36-7) O colóquio singular entre o professor e o aluno, o enfrentar de duas existências uma à oura expostas,uma à outra recusadas,é o fulcro de qualquer reflexão séria acerca do sentido da educação. (...) A realidade fundamental é esse diálogo aventuroso, ao longo do qual se defrontam e enfrentam dois homens de maturidade desigual, mas onde cada um, a seu modo, dá testemunho peranteo outro das possibilidadeshumanas.(p. 45-6) Os verdadeiros meÍitres dum homem nem sempre são os seus professores, mas todos aquelesde quem, nos casosda üda, recebeexemploe lição. (p. 66-7) A função do diálogo Há uma ilusão do mestre que consiste em se tomar por mestre. Mas há uma ilusão do discípulo, que se engana acerca do mestre e acerca de si próprio quando considera definitiva a sua condição de discípulo. O mestre e o discípulo, no seu encontro de um momento, no seu frente a frente, situam-setambém no seio de um vasto moümento de relatividade generalìzada.Cada um desempenhaem relação ao oulro um papel essencial;cada um dá testemunho diante do outro. Seria um erro fazer desta situação um absoluto, e fixar para sempre aquilo que nío é,parr os dois interessados,mais que uma fasede uma história. A discussãodo mestre e do discípulo revela assim que toda a verdade humana é uma verdade em diálogo; o sentido da verdade é o que estáem iogo num debate em que cada um, enfrentando o outro, se enfrenta a si próprio, e se mede com a verdade,com a sua verdade.(p.2O4) O mestre e o discípulo não se descobrem como tais senão na relação que os une. Tal como o marido e a mulher só existem em úrtude do laço confugal, I'eiaeanaliseotextoacima,destacandoesintetizanfuasideiasbtísicasaprese dasPeloautor.