O DESAFIO DA INTERNACIONALIZAÇÃO DE SERVIÇOS
DE EMPRESAS BRASILEIRAS
Por Monique Silva Costa *
O atual cenário internacional tem despertado governos e
empresas quanto à busca de estratégias competitivas para vencer a
acirrada concorrência entre os mercados, bem como quanto à
necessidade de desenvolvimento da capacidade de lidar com um
ambiente de incertezas permanentes e ininterruptas transformações.
Nesse
contexto,
a
evolução
do
mundo
globalizado
e
o
consequente aumento do fluxo entre os mercados internacionais
configuram-se
num
desafio
para
as
empresas
brasileiras,
que
passaram a enxergar na internacionalização um caminho para a
estabilidade e crescimento no panorama contemporâneo da economia
mundial.
Atualmente, a atividade exportadora caracteriza-se como a
principal forma de internacionalização no Brasil e representa uma
alternativa estratégica de desenvolvimento que propicia uma dimensão
global à empresa, vantagens competitivas e estímulos para se tornar
mais eficiente. Em contrapartida, percebe-se que a internacionalização
de serviços configura-se como um tema pouco explorado, apesar de
possuir um caráter estratégico fundamental para o Brasil, tendo em
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vista que o desenvolvimento dessa atividade gera agregação de valor
às transações comerciais brasileiras, crescimento por inovação e
incremento da competitividade internacional do País.
No que tange ao desempenho de sua expansão internacional, o
Brasil tem apresentado crescimento significativo de sua atividade
exportadora de bens, que, no período de janeiro de 2011 a dezembro
de 2011, apresentou um saldo de US$ 256,0 bilhões e crescimento de
26,8% em relação ao mesmo período do ano de 2010 (MDIC, 2012).
Apesar
dos
ótimos
resultados
obtidos
com
esse
tipo
de
exportação, o Brasil ainda não apresenta um desempenho satisfatório
quanto a outro importante modo de entrada de empresas no exterior
referente à internacionalização de serviços. Ainda com base nos dados
do MDIC (2012), do ano de 2010 para o ano de 2011 as exportações
brasileiras de serviços tiveram um aumento de 21%, percentual
bastante
positivo,
mas
que
ainda
está
aquém
das
taxas
de
crescimento alcançadas pela comercialização de bens para o exterior.
Desse modo, nota-se que a expansão internacional da atividade
terciária no Brasil possui consideráveis chances de crescimento, mas
carece de mais investimentos, conhecimento e confiança por parte dos
empresários, bem como de um maior apoio do governo por meio de
políticas
e
programas
de
incentivo,
ações
essas
que
são
frequentemente voltadas à internacionalização de empresas por meio
da exportação de seus produtos.
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Mesmo com essa precariedade de iniciativas e fatores que
impulsionem a expansão da atividade terciária para o exterior, o Brasil
apresenta vantagens comparativas e constante desenvolvimento na
internacionalização de serviços do ramo da construção, além de
relevante potencial de crescimento referente aos setores de software,
projetos de engenharia (automobilístico), audiovisual, turismo e
serviços financeiros.
Ciente
dessas
potencialidades,
com
o
intuito
de
prover
informações detalhadas e melhorar a visibilidade econômica do setor,
a Secretaria de Comércio e Serviços (SCS), do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com o apoio
do Banco Central do Brasil, mantém a publicação anual de um relatório
detalhado, intitulado Panorama do Comércio Internacional de Serviços.
Além dessa iniciativa, a SCS/MDIC promoveu a instituição (Lei nº
12.546, de 14 de dezembro de 2011) do Sistema Integrado de
Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que
Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv) e a Nomenclatura
Brasileira de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam
Variações no Patrimônio (NBS). Essas medidas recentes representam
um importante passo na evolução da internacionalização de serviços
de empresas brasileiras, pois esses mecanismos facilitarão a produção
de estatísticas e a disponibilização de informações mais completas,
elementos essenciais não só à implementação de políticas públicas de
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incentivo
à
internacionalização
de
serviços,
como
também
ao
fortalecimento da ideia de que a expansão internacional de serviços
deve ser considerada como uma atividade válida, rentável e vantajosa
para as empresas brasileiras.
FONTES
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC).
Panorama do Comércio Exterior Brasileiro Janeiro-Dezembro 2011 Disponível em:
<http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=571
> . Acesso em: 04 nov. 2012.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC).
Panorama do Comércio Internacional de Serviços no Brasil. 2012. Disponível em:
<http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=4&menu=1793
>. Acesso em: 04 nov. 2012.
BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. A Importância das
Exportações de Serviços e da Internacionalização das Empresas Brasileiras. Nov.
2005. Disponível em:
<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arqui
vos/empresa/download/apresentacoes/mantega_importancia_das__exportacoes.pdf
>. Acesso em: 04 nov. 2012.
* Monique Silva Costa
Graduada em Negociações Internacionais (L.E.A.) pela UESC
Especialista em Gestão do Comércio Internacional pela UNIFACS
Analista de Importação e Exportação Aérea na Kuehne-Nagel Salvador
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