As Lutas e a Mídia Introdução As lutas esportivas e artes marciais se desenvolveram ao longo do tempo e alcançaram seu patamar atual com numerosos praticantes de diversas modalidades. É notória a prática dos estilos de lutas nas várias academias espalhadas no Brasil. Entre as modalidades tratadas nesta pesquisa, Da Costa (2006) salienta que, no Judô existem dois milhões de praticantes ocasionais e 200 mil atletas, já no Jiu-Jitsu, o número de praticantes é de 350 mil, e o de atletas é de 18 mil. Para esclarecer os termos usados aqui, Nagamini (2006) conceitua artes marciais as lutas de origem oriental, sendo elas japonesas, chinesas e coreanas, com raízes religiosas e filosóficas, como no caso do Judô e do Jiu-Jitsu. Já as lutas esportivas não possuem essas raízes e são de origem ocidental. Porém, todas essas passaram por transformações e apropriações competitivas. Atualmente, a mídia em geral fornece um grande espaço sobre lutas esportivas e artes marciais em suas publicações e transmissões. Portanto, torna-se muito interessante analisar e compreender no que pode resultar essa grande divulgação. Os objetivos desta pesquisa são de: analisar a contribuição da mídia na adesão e aderência à prática de lutas esportivas e artes marciais; verificar os motivos de adesão e aderência e relacioná-los com a modalidade escolhida dos praticantes; verificar o conhecimento sobre mídia dos praticantes; e, identificar quais lutas esportivas e artes marciais a mídia teve maior contribuição para a adesão e aderência na prática das mesmas. As lutas e a mídia Conforme o CONFEF (2002), a prática de Artes Marciais proporciona uma boa forma física, trabalha o corpo e a mente de forma indissociável e gera vários benefícios para a saúde. Porém, para assegurá-los, o aluno terá que inserir em sua rotina esses exercícios físicos. Assim, o conceito de aderência é aplicado para melhor entendimento. “A aderência, ou seja, o comprometimento do praticante de exercícios físicos com a sua rotina programada de treinamento, não ocorre logo no início da prática, pois há um processo lento que vai da inatividade à manutenção da prática de exercícios físicos” (NASCIMENTO et al., 2007, apud LIZ et al., 2010 p. 182). O praticante, contudo, pode estar realizando esses exercícios esporadicamente. Já aquele que os inseriu em sua rotina e conhece os benefícios da prática, pode ser considerado aderente. De acordo com Saba (2001, p. 71) “A aderência pode ser entendida como o ápice de uma evolução constante, rumo à prática do exercício físico inserida no cotidiano de um indivíduo”. O autor delimita certos níveis rumo à aderência, aquele que é inativo fisicamente e deseja uma condição diferente buscando essa mudança em direção à prática, passa das fases: “pré-contemplação” e “contemplação”. Segue-se para a “ação” o indivíduo já praticante, porém de forma esporádica, até chegar à última etapa “manutenção e aderência”, onde o exercício físico está inserido em sua rotina. E para conquistar esses estágios o praticante depende de fatores pessoais e ambientais, como por exemplo: sua ocupação e automotivação, a acessibilidade ao local e o reforço social. As transmissões esportivas são uma forte vertente da mídia, na qual recentemente, agregou eventos específicos de combate dando um maior espaço nas programações do que em tempos passados. O MMA (Mistura de Artes Marciais) é exemplo disso. O evento que envolve a competição dessa modalidade de luta é um show/espetáculo pronto que gera muito interesse do público, proporcionando fantásticas batalhas exibidas mundialmente. “Com exceção do futebol, no Brasil o único esporte que vende muitas cotas de pay-per-view¹ é o MMA” (PAIVA, 2009, p. 67). A grande audiência dos esportes é assunto de muitas pesquisas e debates. O mais novo chamariz da mídia é o MMA. Depois que a Rede Globo comprou os direitos de exibição desta modalidade, o resto da mídia foi atrás e lançou-se na conquista das sobras. As lutas esportivas foram para as primeiras páginas dos jornais, apareceu nas capas de revista e infiltrou-se no mundo das telenovelas (DINES, 2012). Metodologia A pesquisa realizada é descritiva do tipo estudo de caso, na qual procura analisar e compreender, aspectos referentes ás lutas esportivas e artes marciais. “O pesquisador utiliza o questionário para obter informação pedindo aos sujeitos que respondam às questões em vez de observarem seu comportamento” (THOMAS E NELSON, 2002, p. 280). A população é composta por alunos de ambos os sexos com idade mínima de 18 anos e com no mínimo seis meses de prática regularmente matriculados em academias de Jiu-Jitsu, Muay Thai, Judô e MMA, da região sul de Santa Catarina. A amostra é de 40 alunos, 10 para cada modalidade acima. A amostragem foi intencional e composta por voluntários. O pesquisador foi em cada academia onde os treinos acontecem, apresentou a pesquisa e os objetivos aos praticantes e explicou o questionário a quem se interessou em participar do estudo. Cada participante assinou seu termo de consentimento e livre esclarecimento. Os alunos foram previamente avisados que iria acontecer uma pesquisa científica pelos seus professores. Como instrumento de pesquisa, o acadêmico utilizou um questionário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas e também de múltipla escolha. Dividido em duas partes: sendo A) dados de perfil; e B) questões de cunho perceptivo relacionadas à luta e à mídia. O instrumento foi validado pelos professores do curso de Educação Física – Bacharelado da UNESC. Os questionários foram respondidos individualmente antes e/ou depois dos treinos e recolhidos imediatamente após serem concluídos. Os dados foram analisados através da estatística descritiva, onde foram organizados em tabelas e posteriormente realizou-se a discussão dos resultados em consonância com a literatura existente. Considerações finais Este estudo indicou que, o motivo de adesão com maior média total é por praticar lutas e/ou artes marciais como forma de atividade física relacionada a saúde. No Judô, no Muay Thai e no Jiu-Jitsu isso permaneceu proporcionalmente alto. Ficou claro que, nos entrevistados de MMA, foge a busca pela saúde e entra a busca por competição. É notório o surgimento de vários atletas nessa modalidade, principalmente em nosso país. Quanto a aderência, os motivos que mantêm os alunos praticando são os mesmos que lhe fizeram iniciar a prática. Em geral, os praticantes têm uma idéia formada sobre o que é mídia próxima da correta e quando questionados sobre isso, não respondiam de forma completa. A mídia não influenciou os entrevistados a iniciar à prática de artes marciais. Contudo, nas quatro modalidades presentes na pesquisa, a Internet, entre os tipos de mídia, é a mais usada para a busca de informações. O MMA é a modalidade considerada de maior evidencia, atingindo uma popularidade maior que as outras.