- TRANSCRIÇÃO -
Rio de Janeiro, 07 de novembro de 2011
Ilmo. Sr.
Francisco Grosso
Presidente da FJERJ
Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro
(Com cópia para os árbitros da modalidade Judô nos Jogos Brasileiros Máster – 2011)
Prezado senhor:
Antes de tudo, quero deixar claro que o principal propósito da presente carta é preservar o bom
relacionamento entre as entidades, organizadores e dirigentes que batalham em prol do engrandecimento
do nosso esporte. Tenho certeza de que todos nós somos movidos por esse mesmo elevado espírito e,
para ser sincero, preferia não voltar a abordar um assunto repleto de desentendimentos que em nada
contribuem para esse ideal.
Infelizmente, a carta divulgada pelo senhor Presidente Francisco Grosso, durante o campeonato por
equipes realizado em 15 de outubro no CT de Deodoro não me deixa alternativa. Sinto-me obrigado a
esclarecer – ponto a ponto – algumas afirmações contidas naquele documento, para que não paire
nenhuma dúvida sobre a minha atuação à frente da organização da competição de Judô nos III Jogos
Brasileiros Máster.
Adotando o mesmo formato da Carta do Senhor Presidente Francisco Grosso, vou reproduzir alguns
trechos para respondê-los pontualmente:
1. (...) os senhores se apresentavam desorganizados e sem planejam ento prévio.
– Inicialmente, o III Jogos Brasileiros Máster estavam programados para o mês de maio/2011, sendo
adiados por problemas de patrocínio com o CBEM – Comitê Brasileiro de Esporte Máster.
– No final de julho, fui informado por Francisco Maciel Filho (Chiquinho) Presidente da Associação Máster
de Judô do Estado do Rio de Janeiro, que os Jogos aconteceriam a partir de 08 de outubro. Argumentei
que o prazo era muito curto, mas fui convencido de que seria lamentável se o Judô ficasse fora do evento.
– Dia 15 de Agosto Eu e o Presidente Francisco Maciel Filho (Chiquinho) nos reunimos com na Federação
de Judô com Presidente Francisco Grosso e a Senhora Ana, solicitando apoio da instituição. Acordamos
toda logística equipe de Coordenação, Alvará, Arbitragem e som no valor total de R$ 15.000,00 (quinze
mil reais), cedendo ainda a estrutura (Tatames e Som) para o domingo no campeonato de Jiu Jitsu.
– No dia 30 de setembro, quando foi anunciada a redução pela metade da verba (de R$ 15 mil para R$ 7
mil), fui informado do desinteresse da FJERJ em realizar a competição. Ou seja, faltando sete dias para o
evento, já recebendo inscrições de várias regiões do país, defrontei-me com o seguinte dilema – cancelar
a competição, ou ir para o sacrifício, mesmo com a pequena verba reduzida. Optei pelo segundo caminho,
com o único objetivo de garantir a participação do judô no evento. Qualquer “planejamento prévio” feito
até então tinha como certo o apoio da FJERJ, subitamente retirado.
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- TRANSCRIÇÃO -
2. Qualquer um a (sic) pessoa que queira realizar algum a coisa, tem que ter conhecim ento da
m atéria e um m ínim o de planejam ento prévio. (...) Acreditam os que pela sua experiência em
realizar grandes eventos (com o o senhor sempre afirm a).
– Em primeiro lugar, jamais me arroguei à condição de “realizador de grandes eventos”, como o senhor
Presidente afirma. Na verdade, o que me falta em experiência, eu procuro compensar com o Judô. Quem
tem bastante experiência na realização de eventos é a FJERJ, com cujo apoio pude contar em 2010, no
mesmo evento, que foi realizado no CT de Deodoro com toda logística montada. A única diferença é que
no ano passado pudemos contar com uma verba de R$ 25 mil, Mas sobre dinheiro trataremos mais
adiante.
3. O senhor não retirou o docum ento formal e o recibo de pagam ento pelos seguintes
m otivos: não forneceu o CR M do m édico (...); não foi na Federação para realizar o depósito...
– De fato, não foi possível realizar a antecipação do pagamento e fornecer o nome e CRM exigidos. Diante
disso, o alvará nos foi negado, pois esses dois itens eram exigências intransponíveis da burocracia da
entidade. Tudo bem, mas como agora cobrar pelo que foi negado?
4. A federação de Jiu-jitsu não tem a legalid ade para fornecer alvará para o judô. Caso isso
tenha acontecido de fato, estarem os encam inhando um a denúncia para que o nosso
departam ento jurídico proceda com as m edidas cabíveis.
– Senhor Presidente, por favor, guarde suas “medidas cabíveis” para outras situações. Poupe aqueles que
se empenharam em nos ajudar. O Jiu-jitsu não nos “emprestou” seu alvará, nem isso teria cabimento, nos
foi fornecido o alvará para o campeonato de Jiu Jitsu, alem do mais o senhor precisaria conhecer o
estatuto do Jiu Jitsu para saber se ele tem em suas atividades organização de campeonatos de Judô. Tudo
que compartilhamos foram os tatames...
5. Os senhores apresentaram um orçam ento de R$ 15.000,00 com tax as de serviços
ALTAM EN TE IN FLACION ADAS e fora do padrão utilizado pela federação para rem unerar os
R Hs. E ainda para agravar o fato, os senhores queriam que validássem os essa planilha de
custos, o que foi prontam ente recusado por nós.
– As taxas de serviço de RHs “altamente inflacionadas” que o senhor menciona foram apresentadas à
FJERJ quando a verba anunciada era de R$ 15 mil, e a entidade se propunha – alegremente – a realizar o
evento. Ou seja, essa verba seria totalmente administrada pela FJERJ em que eu me beneficiaria. . . De
qualquer forma, nossa tarifa parece conservadora quando comparada com a planilha da FJERJ (cópia em
anexo, com a assinatura do Senhor Presidente), em que destacamos alguns valores a serem pagos em um
único evento:
-
Coordenador geral: R$ 3.000,00.
Coordenador técnico: R$ 2.000,00.
Subcoordenador geral: R$ 1.500,00.
Subcoordenador técnico: R$ 1.230,00
Como vemos, não seria por falta de coordenação de altíssimo nível que o evento deixaria de acontecer.
Pelos cálculos da FJERJ, seriam gastos R$ 7.730,00 (sete mil setecentos e trinta reais) – mais da metade
da verba – apenas com a “coordenação”. Taxas de RHs inflacionadas? Talvez não. Em nossa opinião,
quando um árbitro sacrifica um dia para colaborar com um evento, não o faz motivado pelos cem reais
que irá receber. Isso é amor pelo esporte!
[email protected]
- TRANSCRIÇÃO -
Quando aceitamos o desafio de viabilizar uma competição de âmbito nacional em uma semana, com uma
verba julgada inaceitável pela FJERJ, também não o fizemos movidos por interesses gananciosos. O
dinheiro não é tudo na vida. Estamos falando de amor pelo Judô! O mesmo amor que – temos certeza –
inspira as ações de todos nós, atletas, dirigentes e árbitros.
Só não podemos aceitar que sejam feitas insinuações contra a lisura de nossas intenções. Não são só
insinuações que encontramos na carta de 14 de outubro. Ao final, o senhor faz também ameaças bastante
clara:
6. (...) esperam os sinceram ente que o senhor ou algum a outra pessoa responsável pelo
evento tenham se equivocado (...) e se retratem form alm ente com todos os envolvidos para
que não sejam os obrigados a tom ar m edidas que prejudiquem o bom relacionam ento...
Se essas “medidas” vão “prejudicar o bom relacionamento”, espero que o senhor não se decida a tomálas. Tenho a consciência tranqüila sobre tudo que afirmei – informalmente, e em caráter reservado –
naquela ocasião. Em momento algum, tive a intenção de atingir a imagem da FJERJ ou a honra pessoal de
seus dirigentes, em quem reconheço pessoas dedicadas ao bem do desporto. Por outro lado, não tenho a
mínima intenção de me retratar com quem quer que seja, por ter me mostrado desapontado com o
escasso apoio que recebi de onde mais esperava auxilio. Desculpar-me por algo que não fiz – nem
parecido – seria algo semelhante a pagar por algo que me foi negado, e não pude usar. Reafirmo minha
opinião – com pleno respaldo na Lei do desporto (responsabilidade social de seus dirigentes – Lei 10.672
de 2003) e o Estatuto da Federação – de que “cabe à seus dirigentes promover, fomentar e incentivar o
esporte e eventos realizados em seu estado”. Não tem sentido, portanto, alegar que “este evento é muito
mais nacional do que estadual”, como o senhor diz.
Em suma, senhor Presidente Francisco Grosso, não há equívocos, mas também não há ofensas. Não retiro
uma vírgula do que disse – reservadamente – aos árbitros da FJERJ. Conhecendo o caráter de cada um
deles, tenho certeza de que reproduziram minhas palavras com fidelidade. Não há mal-entendido algum.
Realmente, fiquei decepcionado com a ajuda da FJERJ, desestimulada com a redução da verba, e a partir
daí mais preocupada com entraves burocráticos do que em apoiar o evento.
O mais importante para mim é que, com muito esforço, sacrifício – e nenhuma recompensa financeira – o
Judô marcou presença em mais um evento nacional.
Coloco-me a disposição da Federação do senhor Presidente para quaisquer ações a que venha contribuir
para o crescimento do Judô.
Atenciosamente,
Assinado a original
Wagner Paes Gomes
Colaborador do judô no 3º Jogos Brasileiro Máster
[email protected]
À ONG Ensinando
A/c Sr. Paulo César
Proposta de Orçamento
Vimos por meio desta apresentar a proposta de orçamento para os III Jogos
Brasileiros Master, a serem realizados no Rio de Janeiro, no período de 28 de
setembro a 09 de outubro de 2011.
A presente proposta contempla despesas com recursos Humanos a serem
realizadas na execução da modalidade Judô no referido evento, na forma abaixo:
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Outras despesas poderão ser realizadas, mas sem acréscimo ao valor exposto nesta
proposta.
Valor da proposta: R$ 15.000,00 (quinze mil reais)
Validade: 60 dias
Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2011
Francisco Grosso
Presidente
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