Prevalência e Aplicação da Classificação de Mckenzie para Lombalgia em
Funcionários do Centro Universitário UniEVANGÉLICA
SILVA, Caroline Nonato1
SILVA, Aline Tocchio2
GERVÁSIO, Flávia Martins3
Palavras chaves: Lombalgia, Mackenzie, Fisioterapia, Prevalência.
1 Introdução
Lombalgia é definida como dor na região póstero-inferior do tronco compreendido
entre o último arco costal e a prega glútea. Apresenta-se entre uma das principais causas de
afastamento de trabalho no Brasil, sendo a segunda razão mais freqüente de procura por
consultas médicas, ocupando mais de 50% do gasto total de problemas relacionados ao
trabalho. Constatando, portanto, alta prevalência e significante impacto sócio-econômico
negativo, gerando incapacidade física temporária ou não. Tendo como objetivo: verificar a
epidemiologia da síndrome de dor lombar segundo McKenzie (apud Grieve, 1994) na
população de funcionários da UniEVANGÉLICA Anápolis,com idade entre 20 e 50 anos de
ambos os sexos e avaliar os efeitos da conduta fisioterapêutica aplicada por meio de uma
cartilha.
2 Metodologia
Estudo descritivo, quantitativo, do tipo levantamento, realizada no período
compreendido de novembro 2005 a outubro de 2006. Os passos da pesquisa foram:
levantamento de dados a partir de uma abordagem ampla utilizando um cartaz convidando os
interessados para tratamento de dor lombar. Esta medida de seleção de pacientes não surtiu o
efeito desejado, realizando-se em um segundo momento, levantamento específico nos
departamentos da instituição. Foram utilizadas fichas de triagem para seleção de pacientes,
fichas de avaliação de Mackenzie para classificação dos distúrbios posturais e uma cartilha
para aplicação dos exercícios e orientações de boa postura. Os funcionários inclusos foram
1
Bolsista do PBIC – Curso de Fisioterapia
Aluna Colaboradora da Pesquisa – Curso de Fisioterapia
3
Professora Mestre – Curso de Fisioterapia
2
divididos em dois grupos: grupo A, pacientes classificados com a síndrome postural e a
síndrome de disfunção, ambos sem causa prévia, tratada pela orientação presente na cartilha.
Grupo B constituído pelos pacientes classificados como portadores da síndrome de disfunção
e síndrome do distúrbio, com causa conhecida, tratados por meio do método Mackenzie. O
desenvolvimento do tratamento realizado com os pacientes do grupo B, não faz parte dos
objetivos desta pesquisa, sendo descrito em um outro trabalho, subprojeto deste. Esclarece-se
que os dois projetos supra citados foram desenvolvidos conjuntamente apenas no que se refere
ao processo de seleção da amostra.
3 Resultados e discussões
A instituição possui um total de 789 funcionários, a triagem da pesquisa abordou 24%
destes. Entre os entrevistados 33% relatam presença de dor. Houve queixa de lombalgia
isolada em 20 funcionários. Destes, 13, foram incluídos para o tratamento, todos pertencentes
ao grupo B, porém apenas oito receberam a terapia, com as seguintes classificaçoes, três com
síndrome de disfunção, cinco com síndrome do distúrbio, destes seis do sexo feminino e dois
do sexo masculino, com idade media de 37 anos com mínima de 30 e máxima de 48 anos, e
cinco não apresentaram disponibilidade de horário para o tratamento ou mesmo interesse pelo
método. Houve sete funcionários exclusos deste grupo com queixa isolada de lombalgia
principalmente pela prática regular de exercício físico, idade além dos limites préestabelecidos na pesquisa e histórico de fratura. Um achado interessante foi o número de
pacientes com queixa de cervicalgia e dorsalgia associados ao quadro de lombalgia, o que
explica a maior parte das exclusões da pesquisa, 33 funcionários. Nenhum paciente com
lombalgia pura foi enquadrado no grupo A, portanto não houve a aplicação da cartilha, como
previsto nos objetivos.
Os dados encontrados na população estudada estão aquém do esperado para queixa de
lombalgia segundo os relatos de literatura. Acredita-se que este fator deva-se principalmente
ao início do processo de triagem, que utilizou cartazes para convidar os pacientes com esta
queixa para tratamento, e apenas posteriormente, aplicou-se o questionário individualmente
em cada departamento, já próximo ao término da pesquisa.
4 Conclusão
Os dados da pesquisa demonstram que a lombalgia pura não é a principal queixa de
dor nas costas na população estudada, pois a prevalência maior é de lombalgia associada com
cervicalgia e dorsalgia. Mesmo assim, a partir deste levantamento, alguns funcionários foram
encaminhados para tratamento, o que de alguma forma veio a contribuir com a melhora da
qualidade de vida e trabalho destes. A continuidade desta pesquisa obrigatoriamente deve
abordar uma população maior de funcionários oferecendo tratamento fisioterapêutico para
todos os níveis de distúrbios dolorosos da coluna vertebral.
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