UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CURSO DE NUTRIÇÃO
BRUNO LUIZ DA SILVA PIERI
CONSUMO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR PRATICANTES
DE JIU-JÍTSU EM CRICIÚMA (SC)
CRICIÚMA, JULHO DE 2009.
BRUNO LUIZ DA SILVA PIERI
CONSUMO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR PRATICANTES
DE JIU-JÍTSU EM CRICIÚMA (SC)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
para obtenção do grau de bacharel em Nutrição
no curso de Nutrição da Universidade do
Extremo Sul Catarinense – UNESC.
Orientadora Profª. Msc. Adriana Soares Lobo
CRICIÚMA, JULHO DE 2009.
BRUNO LUIZ DA SILVA PIERI
CONSUMO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR PRATICANTES
DE JIU-JÍTSU EM CRICIÚMA (SC)
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção
do Grau de Bacharel em Nutrição no curso de Nutrição da Universidade do Extremo
Sul Catarinense – UNESC.
Criciúma, 03 de Julho de 2009.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Profª. Adriana Soares Lobo - Mestre - UNESC - Orientadora
______________________________________________________
Prof. Silvio Ávila Júnior - Mestre - UNESC
______________________________________________________
Prof. Marília Costa de Araújo - UNESC
Dedico este trabalho aos meus professores de
nutrição que com muita vontade e dedicação me
ensinaram e me ajudaram a chegar até aqui.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por tudo que me deu, pela vida, saúde e principalmente minha
família.
Agradeço aos meus pais, que com muito amor a dedicação me apoiaram
e em momento algum deixaram de acreditar em mim.
A Katia, que com paciência, amor e serenidade, soube me dar forças nos
momentos difíceis desta caminhada.
A minha orientadora e amiga, professora Adriana Soares Lobo, pelo
exemplo de sabedoria e profissionalismo no decorrer da pesquisa.
Aos professores Sílvio e Marilia, que aceitaram meu convite e fizeram
parte da banca examinadora.
Agradeço também a chance de conviver diariamente com verdadeiros
amigos, dentro do curso de nutrição, que conseguiram arrancar sorrisos meus em
momentos difíceis.
A todos, os meus mais sinceros agradecimentos.
Muito obrigado!
“A vida é curta demais pra sempre reclamar
e não correr atrás dos sonhos que almeja”.
Diogo Ferrero
RESUMO
O crescente consumo de suplementos alimentares parece estar diretamente
relacionado com a preocupação com a estética, boa forma física e aumento no
desempenho esportivo. Porém, muitas das promessas que vem estampadas em
rótulos e propagandas carecem de comprovação científica e de estudos acerca de
seus efeitos a longo prazo. Esse estudo teve por objetivo verificar o consumo de
suplementos alimentares por praticantes de Jiu-Jítsu em academias do município de
Criciúma (SC). Participaram do estudo 40 voluntários de ambos os sexos (35
homens e cinco mulheres, de 18 a 44 anos de idade) de duas academias
selecionadas aleatoriamente. Para coleta de dados utilizou-se um questionário
abrangendo questões acerca do estado civil, nível educacional, uso de suplementos,
finalidades do uso e responsável pela indicação do uso. Os dados foram analisados
por meio de estatística descritiva. Observou-se que a maior parte dos entrevistados
(52,5%) está cursando nível superior e 32,5% já estão graduados no ensino
superior. Grande parte dos lutadores (80%) relatou já ter utilizado ou utiliza
atualmente algum tipo suplemento, sendo o consumo maior entre os homens (82,9%
entre os homens e 60% entre as mulheres). Os suplementos mais utilizados são os
repositores energéticos (50%), seguido por aminoácidos de cadeia ramificada e
repositores hidroeletrolíticos, ambos com 40,6%. Os principais objetivos dos
consumidores de suplementos são: aumento no desempenho (78,1%) e aumento de
massa muscular (53,1%). A indicação de utilização foi feita pelo instrutor ou treinador
em 46,9% dos casos, pelo vendedor da loja de suplementos em 31,3% e pelo
nutricionista em apenas 28,1%. Ocorre um consumo preocupante de suplementos
alimentares neste público em ambos os gêneros sem uma indicação adequada.
Sugere-se a elaboração de programas educativos visando orientar essa população
sobre a necessidade, segurança e eficácia do uso de suplementos alimentares.
Palavras-chave: Jiu-Jítsu. Suplementos. Nutrição. Esporte.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Distribuição dos lutadores de Jiu-Jítsu das academias da cidade de 38
Criciúma (SC), referente ao consumo ou não de suplementos
alimentares.
Figura 2 - Distribuição referente à quantidade de diferentes suplementos utilizados
39
pelos lutadores de Jiu-Jítsu de academias da cidade de Criciúma (SC).
Figura 3 - Distribuição dos diferentes suplementos consumidos pelos lutadores de 41
Jiu-Jítsu de academias da cidade de Criciúma (SC).
Figura 4 - Distribuição de quem indicou o consumo de suplementos alimentares aos 43
lutadores de Jiu-Jítsu de academias da cidade de Criciúma (SC).
Tabela 1 - Necessidade Diária de Carboidratos Segundo a Intensidade do Exercício
19
Tabela 2 - Recomendação de ingestão diária de proteína segundo a intensidade do 21
exercício
Tabela 3 - Perfil físico dos lutadores de Jiu-Jítsu de Criciúma (SC)
35
Tabela 4 - Índice de Massa Corporal dos lutadores de Jiu-Jítsu de Criciúma (SC)
36
Tabela 5 - Características sócio-demográficas dos praticantes de Jiu-Jítsu de 37
Criciúma-SC
Tabela 6 - Consumo de suplementos alimentares dos praticantes de Jiu-Jítsu de 39
Criciúma-SC
Tabela 7 - Objetivo da utilização de suplementos alimentares dos praticantes de Jiu- 40
Jítsu de Criciúma-SC
Tabela 8 - Tipo de suplementos nutricionais utilizado por praticantes de Jiu-Jítsu de 43
Criciúma-SC
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
CBJJ – Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu.
SBME – Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva.
SC – Santa Catarina.
UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
1.1 O Problema .........................................................................................................11
1.2 Objetivos..............................................................................................................12
1.2.1 Objetivo Geral...................................................................................................12
1.2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................12
1.3 Justificativa ..........................................................................................................13
1.4 Delimitações do Estudo.......................................................................................13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................14
2.1 Jiu-Jítsu .............................................................................................................. 14
2.1.1 Regras Básicas ............................................................................................... 15
2.1.2 O Lutador de Jiu-Jítsu e o Substrato Energético ............................................. 16
2.2 Nutrição e Exercício Físico ..................................................................................17
2.2.1 Macronutrientes e Exercício ............................................................................ 18
2.2.1.1 Carboidratos ................................................................................................. 18
2.2.1.2 Proteínas .......................................................................................................20
2.2.1.3 Lipídios ......................................................................................................... 21
2.2.1.4 Micronutrientes ............................................................................................. 22
2.2.1.5 Hidratação .....................................................................................................23
2.3 Suplementos Alimentares................................................................................... 23
2.3.1 Repositores Hidroeletrolíticos...........................................................................25
2.3.2 Repositores Energéticos...................................................................................25
2.3.3 Alimentos Protéicos ..........................................................................................26
2.3.4 Alimentos Compensadores...............................................................................27
2.3.5 Aminoácidos De Cadeia Ramificada (BCAA ou ACR)......................................27
2.3.6 Outros Alimentos com Fins Específicos ...........................................................28
2.3.6 Outros alimentos que não se enquadram na Portaria da ANVISA ...................29
2.3.7.1 Creatina .........................................................................................................29
2.3.7.2 Vitaminas e Minerais .....................................................................................30
2.4 Consumos de Suplementos por Praticantes de Exercícios Fiscos......................30
3 METODOLOGIA ....................................................................................................32
3.1 Tipo de Estudo ....................................................................................................32
3.2 População e Amostra ..........................................................................................32
3.3 Critérios de Inclusão e Exclusão .........................................................................32
3.4 Aspectos Éticos ...................................................................................................33
3.5 Instrumento de Coleta de Dados .........................................................................33
3.6 Procedimento para Coleta de Dados...................................................................33
3.7 Tratamento Estatístico.........................................................................................34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................35
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................45
REFERÊNCIAS.........................................................................................................47
APÊNDICES .............................................................................................................52
ANEXO......................................................................................................................55
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 O Problema
O comércio de suplementos alimentares cresce a cada ano e isso
acontece principalmente em virtude da também crescente preocupação com a
estética, com a obtenção de um corpo perfeito ou com a melhora no desempenho
esportivo. Outro fator que influencia a comercialização de suplementos é a forte
mídia, que traz falsas promessas de ganhos de rendimento e de massa muscular,
associado a uma hiper-necessidade de nutrientes inexistente na grande maioria dos
casos. Isso sem contar, que ao consumir erroneamente suplementos alimentares as
pessoas podem estar dificultando o alcance de seus objetivos (DURAN et al, 2004;
PEREIRA; LAJOLO; HIRSCHBRUCH, 2003).
A situação, em parte, decorre da falta de conhecimento de que uma
alimentação balanceada e de qualidade, a não ser em situações especiais, atende
as necessidades nutricionais de um praticante de exercícios físicos, inclusive de
atletas de nível competitivo, o que dispensaria o uso de suplementos alimentares
(CARVALHO et al, 2003).
Ano após ano os níveis de capacidade dos atletas em vários esportes
vêm melhorando. Os recordes atléticos atingem novas marcas e a margem entre o
sucesso e o fracasso no mundo do esporte torna-se cada vez mais estreita. Como
conseqüência, tanto os técnicos quanto os atletas buscam esta margem que pode
assegurar a vitória, e muitos procuram auxílio de suplementos alimentares. Embora
alguns suplementos tenham mostrado resultados positivos, a grande maioria não
tem comprovação científica ou os estudos são controversos, e mesmo os que
trazem bons resultados têm que ser utilizados de forma adequada e em atletas que
tenham real necessidade desta utilização. O consumo deste tipo de alimento deve
ser indicado por um profissional qualificado, que vai avaliar o tipo, quantidade e
horário adequado (WILMORE; COSTIL, 2001; LANCHA JÚNIOR, 2007).
No estudo realizado por Pereira, Lajolo e Hirschbruch (2003), onde foi
avaliado o consumo de suplementos em academias de musculação, pode-se
observar que há um grande consumo dentro deste ambiente e que na maioria dos
12
casos a orientação de consumo era feita pelos instrutores das academias.
Hoje existem vários estudos avaliando o consumo de suplementos em
academias de musculação, porém não existem pesquisas sobre o consumo de
suplementos alimentares em praticantes de Jiu-Jítsu, atletas estes que necessitam
de força e resistência. Diante disso, formulou-se o seguinte problema: Praticantes de
Jiu-Jítsu do município de Criciúma (SC) consomem suplementos alimentares?
1. 2 Objetivos
1.2.1 Geral
Verificar o uso de suplementos alimentares por praticantes de Jiu-Jítsu
em academias do município de Criciúma (SC).
1.2.2 Objetivos específicos
- Verificar a prevalência de uso de suplementos alimentares por
praticantes de Jiu-Jítsu;
- Verificar o perfil dos consumidores de suplementos alimentares;
- Identificar quais são os suplementos mais utilizados;
- Descrever os motivos que levam aos praticantes de Jiu-Jítsu a
utilizarem esses suplementos;
- Verificar quem prescreve o consumo desses suplementos.
13
1.3 Justificativa
Sendo o Jiu-Jítsu um esporte de crescente procura, profissionais de áreas
diversas vêm demonstrando interesse em realizar estudos com esta população, que
mescla atletas profissionais que participam de competições de nível mundial com
atletas amadores que praticam por diversão ou a fim de manter uma vida mais
saudável com a prática esportiva (ULIANA, 2005).
Não existem hoje estudos que avaliem o consumo de suplementos
alimentares em praticantes de Jiu-Jítsu. Essas informações poderão auxiliar na
implantação de estratégias que visem à educação nutricional desta população a
respeito desse problema.
1.4 Delimitação do estudo
O presente estudo limitou-se a estudar a prevalência do consumo de
suplementos alimentares de praticantes de Jiu-Jítsu, de ambos os sexos, que
treinam a modalidade em academias da cidade de Criciúma (SC).
14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Jiu-Jítsu
O Jiu-Jítsu trata-se de uma arte marcial de combate corpo a corpo, criada
inicialmente com objetivo de defesa pessoal. Ganhou com o tempo a classificação
como esporte de competição, suas técnicas de golpes podem se resumir
basicamente em chaves articulares e estrangulamento.
O Jiu-Jítsu (a arte suave) foi criado na Índia em 500 a.C. e era praticado
por monges budistas que, preocupados com a defesa pessoal, desenvolveram
técnicas baseadas nos princípios do equilíbrio do sistema de articulação do corpo e
das alavancas, evitando o uso de força e de armas. Com a expansão do budismo o
Jiu-Jítsu se espalhou por diversos países da Ásia até chegar ao Japão, onde
desenvolveu popularidade. No século XIX, alguns mestres do budismo migraram
para outros continentes e lá espalharam seus ensinamentos (CONFEDERAÇÃO
BRASILEIRA DE JIU-JÍTSU, 1994).
Jiu-Jítsu é uma perfeita arte científica de defesa pessoal em combate real é
invencível contra qualquer modalidade de luta, superior a todos os demais
estilos por ser o mais completo. O Jiu-Jítsu divide-se em: quedas (Ju-Dô);
Traumatismo – Atemi (Karatê –Jitsu); torções (Aiki-Jitsu); estrangulamentos,
pressões, imobilizações, colocação, posição de combate movimento de
ataque e esquiva (DIAS, 1995 p.15)
Por volta de 1917 chegava ao Brasil Konsei Maeda, popularmente
conhecido como Conde Koma, que havia passado em vários países da Europa e
América obtendo grandes vitórias lutando contra adversários de diversos estilos. No
Brasil ele ensinou o Jiu-Jítsu a um menino de 14 anos (Carlos Gracie), que aos 19
anos viajou para Belo Horizonte e depois para São Paulo ministrando aulas e
vencendo adversários fisicamente mais fortes de outros estilos de luta. Com fama e
prestígio, Carlos monta a primeira academia de Jiu-Jítsu no Brasil em 1924, no
15
estado de São Paulo. Este era o início da história da família Gracie no Jiu-Jítsu
(ULIANA, 2005; Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu, 1994).
Carlos Gracie passou a transmitir seus conhecimentos para seus irmãos
(entre eles se destacou Helio Gracie) e filhos (destaque para Rilion, Carley, Carlson
e Robson) adequando e aperfeiçoando a técnica à compleição física franzina
característica de sua família. Carlos Gracie teve 21 filhos e sete netos e seu irmão
Helio nove filhos e quatro netos e quase toda a família de uma maneira ou de outra
está envolvida com o Jiu-Jítsu (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE JIU-JÍTSU,
1994).
Quando o Jiu-Jítsu foi criado tornou-se a maior arte marcial japonesa,
visto o biotipo pequeno dos japoneses, os lutadores tornaram-se poderosos perante
os ocidentais que possuem um biótipo maior. Hoje nas lutas de Jiu-Jítsu os atletas
têm uma maior preocupação com a composição corporal visto que seus adversários
também dominam as técnicas desta arte marcial (DIAS, 1995).
A constituição, a composição e o tamanho corporal de um atleta de JiuJítsu, têm papel importante na determinação do sucesso esportivo numa
perspectiva de melhor planejar e organizar os trabalhos físicos e dietas na
obtenção de uma melhor qualidade de vida com aumento significativo do
desempenho físico (ULIANA, 2005 p.20).
O Jiu-Jítsu vem se recuperando de uma má fama perante a imprensa, por
alguns casos de brigas envolvendo lutadores desta arte. No entanto, Uliana (2005)
afirma que esses acontecimentos são fatos isolados e que o Jiu-Jítsu é um esporte
que proporciona melhora na autoconfiança e serve como relaxante, pois trabalha
todo o corpo e principalmente a mente.
2.1.1 Regras básicas
As categorias de luta são divididas por faixas, peso e sexo. Em
competições de Jiu-Jítsu o tempo de luta é estipulado conforme a categoria de
faixas, normalmente variando entre cinco e dez minutos. A luta pode ser decidida de
16
cinco maneiras: 1- por desistência, quando o atleta leva um golpe e não consegue
mais suportar, ele bate duas vezes no chão, no adversário ou em si mesmo,
declarando assim o fim da luta; 2- por desclassificação, caso o lutador ofenda os
árbitros ou realize algum tipo de golpe ilegal. 3- perda dos sentidos, quando um dos
lutadores desmaia durante o combate após ter recebido um golpe permitido como
estrangulamento. 4- por pontos, quando termina o tempo de combate os pontos são
contabilizados por golpes efetuados (proteção dois pontos, passagem de guarda
dois pontos, joelho na barriga dois pontos, montada quatro pontos, pegada pelas
costas quatro pontos, raspagem dois pontos ou penalidade neste caso o atleta perde
dois pontos). 5- por vantagem, quando a luta termina sem pontos o lutador que
demonstrou mais vontade de aplicar golpes e que tentou atacar mais vence a luta
(CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE JIU-JÍTSU, 1994).
2.1.2 O lutador de Jiu-Jítsu e o substrato energético
Vários fatores influenciam no substrato que deverá ser utilizado durante a
prática esportiva, dentre eles, a intensidade, duração, nível de condicionamento do
individuo e o fornecimento de nutrientes da dieta (WOLINSKY; HICKSON JUNIOR,
2002; MCARDLE; KATCH; KATCH, 2008). De forma geral, o combustível utilizado
durante o exercício é proveniente de carboidratos e lipídios (MAHAN; ESCOTTSTUMP, 2005).
Em atividades como o Jiu-Jítsu, luta de alta intensidade e duração de
poucos minutos a principal via metabólica utilizada pelo organismo é da glicose
anaeróbica (MAUGHAN; BUEKE, 2004).
Em pesquisa realizada por Uliana (2005) onde foi verificada a composição
corporal de 30 lutadores adultos de Jiu-Jítsu de Criciúma, observou-se valores
médios de 1,76m de estatura, 76Kg de massa corporal e 14,43% de massa gorda.
Uliana chega à conclusão que os atletas estão dentro do peso padrão e que os mais
graduados apresentam um perfil de composição corporal menor que a média geral.
O autor afirma ainda que sua amostra foi bem heterogênea, o que indica que o JiuJítsu aceita todos os biótipos.
17
2.2 Nutrição e exercício físico
A relação entre alimentação o bem-estar físico e o pleno desenvolvimento
mental e emocional já era conhecido na antiguidade. Esse conhecimento tornou-se
público por meio de Hipócrates, que escreveu sobre a higiene, o repouso e a boa
alimentação (TIRAPEGUI, 2005).
Nutrição é um conjunto dos processos de ingestão e conversão de
substâncias alimentícias em nutrientes. Esses processos envolvem nutrientes que
podem ser utilizados com finalidade energética (carboidrato, lipídio e proteína), para
construção e reparo de tecidos (proteínas, lipídios e minerais), construção e
manutenção do sistema esquelético (cálcio, fósforo e proteínas) e para regular a
fisiologia corpórea (vitaminas, minerais, lipídios, proteínas e água) (WOLINSKY;
HICKSON JUNIOR, 2002).
A boa nutrição auxilia em todos os tipos de exercício e na redução do
risco de diversas doenças crônicas degenerativas. A relação entre alimentação
saudável, atividade física e exercício afeta a saúde geral, a aptidão física e o
desempenho nos esportes, além de previnir lesões. Ademais, o exercício melhora a
condição nutricional pela diminuição do excesso de peso e pela melhora do perfil
dos lipídios relacionados com doenças cardiovasculares (CANAVAN, 2001).
Os alimentos que consumimos nos fornecem os nutrientes necessários
para a formação de nosso organismo, sua manutenção e resistência às
enfermidades. Os nutrientes são classificados em macronutrientes e micronutrientes.
Os macronutrientes são ingeridos em grandes quantidades e necessitam ser
quebrados em unidades menores para sua absorção, são eles: carboidratos, lipídios
e proteínas. Já os micronutrientes são as vitaminas e minerais que embora não nos
forneça energia são fundamentais para o perfeito funcionamento de nosso corpo.
Estes devem ser ingeridos em pequenas quantidades (TIRAPEGUI, 2005).
Os carboidratos e gorduras são as principais fontes de energia para o
metabolismo humano, as proteínas também podem fornecer energia, mas não é sua
principal função, são utilizadas para promover o crescimento e o desenvolvimento
por meio da construção e recuperação dos tecidos corporais, como músculos,
tecidos moles, enzimas, enquanto certos minerais, como cálcio e fósforo, formam a
estrutura esquelética. As vitaminas, os sais minerais e a água não são fontes de
18
energia, mas são essenciais para o perfeito funcionamento do nosso corpo. São
necessários em pequenas quantidades e, em geral, são absorvidas em nível
intestinal sem sofrer alterações (NABHOLZ, 2007).
Segundo Carvalho et al (2003) e (CANAVAN; GONÇALVES, 2001) as
necessidades nutricionais de praticantes de exercícios físicos e atletas são
diferentes das recomendações dadas a indivíduos inativos fisicamente. Eles têm
uma maior necessidade calórica (visto o seu gasto aumentado pela prática de
exercícios), protéica (pois este nutriente é utilizado na síntese protéica muscular no
pós-exercício), hídrica (pois a sudorese causa grande perda hídrica) e de outros
nutrientes. Contudo, não basta oferecer mais energia, é preciso oferecer energia
com qualidade, ou seja, através de alimentos variados em quantidades adequadas
para se obter todos os nutrientes necessários, não só para a geração de energia,
como para melhorar o aproveitamento desta energia (TIRAPEGUI, 2007).
2.2.1 Macronutrientes e exercício
Os macronutrientes são desta maneira classificados pois a sua
necessidade de ingestão é muito maior comparada com outros nutrientes, e também
pela necessidade de sua quebra em frações menores para possível absorção. Eles
são divididos em carboidratos, proteínas e lipídios.
2.2.1.1 Carboidratos
O carboidrato é um nutriente extremamente importante, que melhora o
desempenho atlético e aumenta a resistência a fadiga em alguns tipos de exercício
(CANAVAN, 2001).
Os estoques de carboidrato no organismo são limitados e representam
aproximadamente 2.000 Kcal, equivalente a cerca de 1 a 2% do total de energia
estocada no corpo humano. A maior parte dessa energia é metabolizada durante o
exercício de intensidade moderada a intensa. O carboidrato endógeno está estocado
19
sob a forma de glicogênio no músculo esquelético atingindo cerca de cinco gramas
(82% do CHO endógeno). Aproximadamente 100g estão armazenadas no fígado
(14% do total de CHO endógeno) e o restante representa a glicose presente no
plasma (4% do total de CHO endógeno), podendo essas concentrações
apresentarem certa variação como consequência do estado de treinamento e do
estado nutricional do atleta (JACOB; SHERMAN, 1999; HARGREAVES, 1995 apud
SOUZA; TIRAPEGUI, 2005).
Se a concentração de glicogênio muscular ou de glicose sanguínea
diminui durante o exercício prolongado, a intensidade do esforço obrigatoriamente
deve ser reduzida ou o exercício deve ser interrompido (ACHTEN et al, 2004;
JENTJENS et al, 2002 apud SOUZA; TIRAPEGUI, 2005).
Em geral os atletas devem consumir de 7 a 12 g/kg/peso de carboidrato
por dia. A Tabela 1 mostra a indicação de carboidrato proposta por Sousa e
Tirapegui (2005) conforme a intensidade de exercícios.
Tabela 1: Necessidade diária de carboidratos segundo a intensidade do exercício
Intensidade
Duração (horas/dia)
g de CHO/dia
Moderada a intensa
Moderada a intensa
Leve a moderado
5a6
1½ a 5
1a4
10 a 12
7 a 10
5a7
(SOUSA; TIRAPEGUI, 2005)
Os estudos realizados por Duran et al (2004) e Carvalho et al (2003) vêm
mostrando que existe baixo consumo de carboidratos e alto consumo lipídico entre
os praticantes de exercícios físicos e atletas. Segundo Duran et al (2004) em longo
prazo, um consumo elevado de lipídeos e baixo em carboidrato pode levar os
praticantes de exercícios físicos a sentirem-se mais cansados fisicamente,
adiantando a fadiga muscular, pois o carboidrato representa a fonte energética mais
importante no momento do exercício físico e principalmente após este, pois auxilia a
recuperação muscular. Estes fatores podem, inclusive, levar os praticantes de
exercícios físicos a abandonarem a prática regular.
Sugere-se ingestão de 1,0 a 4,5 g/kg de uma a quatro horas antes do
exercício. A dieta ainda deve ser moderada em proteína e pobre em gordura e fibras.
20
Dando preferência a carboidrato de baixo índice glicêmico para evitar a hipoglicemia
durante o treino. Caso o atleta não tenha se alimentado com antecedência, 30
minutos antes do treino deve ser consumido de 30g a 60g de carboidrato de alto ou
médio índice glicêmico (BIESEK; ALVES; GUERRA, 2005).
Os carboidratos ingeridos durante o exercício prolongado podem ajudar a
manter as concentrações de glicose no sangue, reduzir a percepção subjetiva do
esforço, reduzir os batimentos cardíacos, poupar o estoque de glicogênio, melhorar
o desempenho físico. Esta ingestão deve estar entre 30g a 70g de CHO por hora,
cerca de 0,5 a 1,1g de CHO por minuto. Para isso, é indicada a ingestão de uma
solução contendo de 6 a 10% de CHO a cada intervalo de 15 a 20 min (SOUSA;
TIRAPEGUI, 2005).
Após o exercício físico recomenda-se a ingestão de CHO de alto índice
glicêmico em quantidades entre 0,7 e 1,5g/Kg de peso a cada duas horas das
próximas seis horas depois do término do exercício (SOUSA; TIRAPEGUI, 2005).
2.2.1.2 Proteínas
Este é um nutriente importante para praticantes de exercício físico, sua
principal função é a construção e manutenção do tecido orgânico. As proteínas
desempenham um papel estrutural na formação de enzimas, hormônios e vários
líquidos e secreções corpóreas (NABHOLZ, 2007).
Com relação à recomendação de proteínas ainda existe muita discussão,
mas sabe-se que praticantes de exercícios físicos regulares têm uma necessidade
maior de proteínas que indivíduos sedentários (WILLIAMS, 2005).
Tirapegui (2005) afirma ainda que a suplementação protéica muito
provavelmente não seja necessária na maioria dos indivíduos praticantes de
atividade física. Há um consenso entre nutricionistas e profissionais da área
esportiva que mesmo atletas conseguem manter um balanço nitrogenado positivo
com uma ingestão com até 15% do valor calórico total (VET) de suas dieta
proveniente de proteínas de alto valor biológico.
A recomendação de proteínas também deve variar conforme o tipo de
treinamento do atleta. Segundo Carvalho et al (2003), pessoas fisicamente ativas
21
(não atletas) devem consumir de 0,8 a 1 g/kg de peso por dia, já atletas de
endurance tem uma necessidade aumentada, de 1,2 a 1,6g/Kg de peso por dia e
atleta de força devem consumir de 1,4 a 1,8g/Kg.
Panza et al (2007) propõe a ingestão protéica mencionados na Tabela 2:
Tabela 2: Recomendação de ingestão diária de proteína segundo a intensidade do exercício
Tipo de treino
Intensidade
g de PTN/dia
Endurance
Endurance
Força
Moderada
Intensa
-
1,1
1,2 a 1,6
1,6 a 1,7
(PANZA et al, 2007).
Segundo os autores anteriormente citados, a indicação varia de acordo
com o tipo de exercício, sendo que a necessidade maior de 1,8g/kg é indicada por
Carvalho et al (2003) para praticantes de exercícios de força. Segundo Tirapegui
(2005), a recomendação de proteína para atletas pode ser atingida sem maiores
dificuldades com uma dieta contendo proteínas de alto valor biológico.
2.2.1. Lipídios
Os lipídios exercem diversas funções biológicas, como constituintes de
membrana, isolante térmico, reserva de energia, revestimento e proteção dos órgãos
internos e produção de hormônios (TIRAPEGUI, 2005; CANAVAN, 2001).
A energia gasta durante a realização do exercício físico é obtida pela
oxidação do glicogênio muscular, da glicose sanguínea e dos ácidos graxos não
esterificados, também denominados ácidos graxos livres oriundos dos triglicerídios
do tecido muscular e adiposo. Durante o exercício prolongado, há um aumento na
contribuição dos lipídios para o metabolismo muscular. A produção de energia a
partir dos lipídios é obtida pela hidrolise (ou lipólise) dos triglicerídios dão origem a
três moléculas de ácidos graxos, que são oxidadas nas mitocôndrias do músculo
esquelético (TIRAPEGUI, 2005).
22
A gordura armazenada fornece uma fonte de combustível praticamente
ilimitada durante o exercício, mesmo para a mais magra das pessoas (CANAVAN,
2001).
Segundo Carvalho et al (2003), a recomendação lipídica para atletas é a
mesma destinada à população em geral, portanto, as mesmas proporções de ácidos
graxos essenciais, que são de: 10% de monoinsaturados, 10 % de polinsaturados e
10 % de saturados.
Panza et al (2007) apresentam uma recomendação muito parecida,
também
dentro
das
recomendações
destinadas
à
população
geral.
Sua
recomendação de lipídios para atletas é de 20 a 25% da ingestão energética diária.
Ele afirma ainda que a utilização de gorduras como fonte de energia adicional à
dieta pode ser adotada, porém não deve ultrapassar o total de 30% do valor calórico
total.
2.2.1.4 Micronutrientes
As vitaminas e os minerais desempenham um grande número de funções
no corpo. Embora não forneçam energia, estes micronutrientes participam do
processo de produção de energia, pois são importantes cofatores metabólicos
(CANAVAN, 2001).
A maioria dos atletas e praticantes de exercício físico regular que
consome adequadamente as quantidades necessárias de macronutrientes acaba
atingindo a quantidade de micronutrientes pela quantidade aumentada de alimentos
na dieta (CANAVAN, 2001). Já pessoas fisicamente ativas que optam por uma dieta
hipocalórica têm dificuldades de consumir as quantidades adequadas de
micronutrientes, podendo assim vir a desenvolver algum tipo de patologia como a
anemia ferropriva (CARVALHO et al, 2003).
23
2.2.1.5 Hidratação
A atividade física em tempo prolongado pode causar desidratação e
alterar a homeostase de fluidos e eletrólitos do organismo. Durante a atividade física,
as contrações musculares geram grande quantidade de calor, cem vezes mais do
que o de repouso. O organismo pode se livrar deste calor extra, aumentando o fluxo
sanguíneo para a pele, onde o calor é dissipado pela ativação das glândulas
sudoríparas que aumentam a perda de calor pela evaporação (NABHOLZ, 2007).
Em relação à ingestão hídrica, um indivíduo sedentário ingere cerca de
1200 ml de água diariamente, mas em situação de exercício físico ou sob estresse
térmico, este consumo deve aumentar cinco ou seis vezes mais (LANCHA JÚNIOR,
2004).
Para garantir que o indivíduo inicie o exercício bem hidratado, recomendase ingestão inicial de 250 a 500ml de água duas horas antes do exercício. Durante o
exercício, recomenda-se iniciar a ingestão já nos primeiros 15 a 20 minutos. A
quantidade de líquido varia conforme a sudorese (500 a 2000ml/hora). Se a
atividade durar mais de uma hora ou se for intensa do tipo intermitente deve-se repor
carboidrato na quantidade de 30 a 60 g/h e sódio na quantidade de 0,5 a 0,7g/h. A
bebida deve estar em torno de 15 a 22°C e apresentar um sabor que agrade o
paladar do indivíduo. Após a atividade deve-se ainda continuar ingerindo líquidos
para compensar a perda de água na urina e sudorese. Deve-se aproveitar para
ingerir a quantidade de 50g de glicose nas primeiras duas horas para que ocorra
ressíntese do glicogênio muscular e rápido armazenamento de glicogênio muscular
e hepático (CARVALHO et al, 2003).
2.3 Suplementos alimentares
Na atualidade há um equilíbrio muito grande entre os atletas de elite que
um pequeno aperfeiçoamento na performance pode resultar em um grande salto na
classificação geral e, com isso, a utilização de suplementos alimentares vem
aumentando a cada dia. Constantemente novos produtos são colocados no mercado
24
com promessas de aumentas de massa muscular, redução de peso e gordura
corporal e aumento do desempenho esportivo (TIRAPEGUI, 2005).
Nos últimos anos vem ocorrendo um processo de democratização dos
suplementos alimentares, hoje não mais consumidos apenas por atletas
profissionais, mas também por indivíduos que praticam exercício físico com
regularidade e que almejam aumentar a tolerância aos exercícios físicos
acima do limite fisiológico de competência. No entanto, o uso de
suplementos alimentares deve ser prescrito por um profissional qualificado,
caso contrario pode afetar a saúde do indivíduo e alcançar resultados
opostos aos desejados (LANCHA JÚNIOR, 2007, p.5).
Segundo Pereira, Lajolo e Hirschbruch (2003), o aparecimento dos
suplementos no mercado tem sido mais rápido do que a elaboração de
regulamentações e a realização de pesquisas científicas que comprovem seus
efeitos na saúde dos consumidores e determinem a segurança de seu uso a longo
prazo. Eles ainda alertam para o fato de que milhares de "suplementos" são
comercializados com a falsa promessa de aumentar a energia, aliviar o estresse,
aumentar a desempenho atlético e prevenir ou tratar inúmeros problemas de saúde,
pois muitos destes produtos não têm o efeito prometido no rótulo comprovado por
estudos científicos.
Devido à associação óbvia entre as proteínas e os músculos e as
afirmações enganosas provenientes de indivíduos musculosos acerca das virtudes
das dietas ricas em proteínas e do uso epidêmico dos esteróides anabólicos, as
proteínas e os aminoácidos têm um grande apelo mercadológico (NABHOLZ, 2007).
O uso de suplementação alimentar é indicado segundo Lancha Júnior
(2007) em qualquer caso onde haja carência nutricional muito severa, que não
possa ser resolvido por meio de alimentação. Isso ocorre com indivíduos que não
são aptos a ingerir certos tipos de alimento.
A Portaria de numero 222, de 24 de março de 1998 (ANVISA) que aprova
o regulamento técnico referente a alimentos para praticantes de atividade física,
classifica os suplementos alimentares em: repositores hidroeletrolíticos, repositores
energéticos, alimentos protéicos, alimentos compensadores, aminoácidos de cadeia
ramificada e outros alimentos com fins específicos para praticantes de atividade
física.
25
2.3.1 Repositores hidroeletrolíticos
Tem como objetivo a reposição hídrica para a prevenção da desidratação,
e de carboidratos e eletrólitos para promover melhora no rendimento e retardo na
fadiga durante a prática de atividade física. Esses produtos são formulados a partir
de concentração variada de eletrólitos (sódio e cloreto) e carboidratos e pode ainda
conter vitaminas, potássio e minerais (BRASIL, 1998; NABHOLZ, 2007).
Um repositor hidroeletrolítico apresenta concentração de substâncias ou
minerais semelhantes às encontradas nos fluidos orgânicos. O balanço entre os
eletrólitos evita a desidratação durante a prática esportiva. Esta bebida deve possuir
a mesma pressão osmótica do sangue humano. Permitindo assim que o repositor
seja rapidamente absorvido pelo organismo (PETRUS; FARIA, 2005).
Nabholz (2007) afirma ainda que em prática de exercícios com duração
inferior à uma hora, a ingestão de água como meio de hidratação dos atletas parece
ser suficiente. Entretanto em atividades com duração maior que uma hora há
necessidade de ingestão de carboidratos, Na, Cl e K além da água para previnir a
queda na glicemia, a hiponatremia e retardar o processo de fadiga.
Para obter registro como bebida isotônica a empresa deve, por meio de
cálculos e ou análise laboratorial, apresentar uma declaração de que o produto é
compatível com a finalidade de uso a que se propõe (BRASIL, 1998).
Os repositores hidroeletrolíticos podem ser comercializados pronto para o
consumo (líquido) ou em pó. Como exemplo podemos citar Gatorade® e
SportDrink® (BIESEK; ALVES; GUERRA, 2005).
2.3.2 Repositores energéticos
São produtos formulados com nutrientes que permitam o alcance e ou
manutenção do nível apropriado de energia para atletas, eles devem disponibilizar
carboidrato que será utilizado como fonte de energia durante o exercício com
duração maior ou igual a 90 minutos e de intensidade maior ou igual e 70% do VO²
máximo (BRASIL, 1998). Deve ser utilizado quando a demanda de carboidratos
26
exceder a necessidade de fluidos (MAUGHAN; BUEKE, 2004). Esse tipo de
suplementação visa aumentar o desempenho do atleta retardando a ocorrência de
fadiga pela manutenção da glicose sanguínea. Nestes produtos, os carboidratos
devem constituir, no mínimo, 90% dos nutrientes energéticos presentes na
formulação. Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais
(CASTRO; SCHERER; GODOY, 2006).
Esses produtos podem ser encontrados na forma de gel, líquido, barra ou
pó. São exemplos de repositores energéticos: SportEnergy®, Exceed®, Carbo Fuel®
Carboplex® e Carbo Up® (BIESEK; ALVES; GUERRA, 2005).
2.3.3 Alimentos protéicos
São produtos com predominância de proteína(s), hidrolisada(s) ou não,
em sua composição, formulados com o intuito de aumentar a ingestão deste(s)
nutriente(s) ou complementar a dieta de atletas, cujas necessidades protéicas não
estejam sendo satisfatoriamente supridas pelas fontes alimentares habituais
(BRASIL, 1998). O uso adicional de suplementação protéica ultrapassando as
recomendações diárias não determina ganho de massa muscular adicional, nem é
capaz de promover aumento no desempenho (CARVALHO et al, 2003).
Em sua constituição deve conter uma concentração de no mínimo 50% de
proteína, e 65% dessa deve ser de alto valor biológico (intacta ou hidrolisada)
(BIESEK; ALVES; GUERRA, 2005)
É
permitida
adição
de
aminoácidos
específicos
para
repor
as
concentrações dos mesmos níveis do alimento original, que se perdem durante o
processamento, ou para corrigir limitações dos produtos formulados à base de
proteínas incompletas, em quantidade adequada para atingir alto valor biológico, no
mínimo comparável ao das proteínas do leite, carne ou ovo (BRASIL, 1998).
Estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais. Podem conter
ainda gorduras e carboidratos, mas a soma dos percentuais do valor calórico total de
ambos não supere o percentual de proteínas (BRASIL, 1998).
Existem vários suplementos protéicos no mercado a disposição de quem
deseja aumento de massa muscular, porem é importante procurar um profissional
27
nutricionista para verificar a real necessidade desta suplementação. Esses
suplementos alimentares podem interagir com medicamentos e podem causar
efeitos adversos potencialmente sérios (NABHOLZ, 2007).
São exemplos de suplementos protéicos: Whey Protein®, Albumina
Pura®, Sport Amino®, Myoplex®, Amino Fluid 35.800®, WP3® e Amino 2222®
(BIESEK; ALVES; GUERRA, 2005).
2.3.4 Alimentos compensadores
Neste grupo enquadram-se os produtos que possuem em sua formulação
um composto variado de nutrientes com a finalidade de adequar a quantidade de
nutrientes da dieta do praticante de exercício físico (BRASIL, 1998).
Os alimentos compensadores devem conter concentração variada de
macronutrientes. Porém devem apresentar as seguintes especificações: carboidratos
abaixo de 90%, proteínas (com no mínimo 65% deve corresponder à proteína de alto
valor biológico), gorduras (relação de 1/3 gordura saturada, 1/3 monoinsaturada e
1/3 poliinsaturada). Estes produtos podem conter de forma opcional vitaminas e ou
minerais (BIESEK; ALVES; GUERRA, 2005).
Enquadram-se nestes critérios os popularmente conhecidos como
hipercalóricos. Ex. Critical Mass 3500® e Gainers Fuel ® (BIESEK; ALVES;
GUERRA, 2005).
2.3.5 Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA ou ACR)
São
classificados
como
aminoácidos
de
cadeia
ramificada
três
aminoácidos essenciais: leucina, isoleucina e valina, nutrientes encontrados em
fontes protéicas de origem animal, juntos eles chegam a 40% da necessidade diária
dos mesmos. Raramente estão em quantidades insuficientes na dieta (TIRAPEGUI,
2005).
28
Estes produtos são formulados a partir de concentrações variadas de
cada aminoácido e tem como objetivo o fornecimento de energia para atletas. A
concentração de aminoácidos de cadeia ramificada deve ser de no mínimo 70 % dos
nutrientes energéticos da formulação, esses podem estar isolados ou combinados,
fornecendo até 100% da ingestão diária recomendada de cada aminoácido (BRASIL,
1998).
Biesek, Alves e Guerra (2005) citam alguns efeitos que têm sido
sugeridos com a suplementação de BCAA: auxílio na hipertrofia muscular, ação anti
catabólica, retardo na fadiga central, melhora na performance, poupa os estoques de
glicogênio muscular e aumento nos níveis plasmáticos de glutamina após exercício
intenso, podendo assim fortalecer o sistema imune. Já Carvalho et al (2003) afirmam
que os efeitos da suplementação com BCAA no desempenho esportivo são
discordantes e a maioria dos estudos realizados parece não mostrar benefícios na
performance. Williams (2005) cita que a maioria dos estudos realmente não mostra
efeitos positivos da suplementação BCAA sobre o desempenho e retardo da fadiga.
Estes produtos são encontrados em cápsulas, alguns exemplos são
BCAA 1500®, BCAA 2000® e Aminoácidos Ramificados® (BIESEK; ALVES;
GUERRA, 2005).
2.3.6 Outros alimentos com fins específicos
É classificado neste grupo todo e qualquer suplemento alimentar que não
se enquadre nas descrições anteriores e que não faça parte da lista de exclusão
presente na portaria em questão.
29
2.3.7 Outros alimentos que não se enquadram na Portaria da ANVISA
2.3.7.1 Creatina
A creatina (ácido metil-guanadinoacético) é uma substancia formada por
três aminoácidos (glicina, arginina e metionina) ela é produzida naturalmente pelo
organismo humano, sua síntese acontece no fígado, pâncreas e rins. Além da
síntese endógena, a creatina também é encontrada em alimentos de origem animal
(TIRAPEGUI, 2005; BIESEK; ALVES; GUERRA, 2005).
Dados publicados por Tirapegui (2005) mostram resultados de uma
pesquisa aonde a utilização deste suplemento alimentar atinge 46% dos atletas
competitivos, sendo assim um dos mais utilizados na atualidade.
A ingestão de creatina pode aumentar significativamente a quantidade de
trabalho durante exercícios repetitivos de máxima intensidade e curta duração.
Acredita-se que a suplementação dessa substancia possa acelerar a ressíntese de
fosfocreatina no intervalo dos exercícios devido ao aumento total da creatina
intramuscular (SCHOCH; WILLOUGHBY; GREENWOOD, 2006). Porém sua
suplementação em atividades físicas prolongadas não encontra nenhum suporte na
literatura científica (TIRAPEGUI, 2005; CARVALHO et al, 2003).
A necessidade diária de creatina normalmente é de aproximadamente
duas gramas, o que compensaria a quantidade de creatinina (produto da
degradação de creatina) excretada nos rins, mas esta quantidade pode variar de
modo considerável dependendo da massa muscular do indivíduo (BIESEK; ALVES;
GUERRA, 2005).
Biesek, Alves e Guerra (2005) afirmam ainda que seja muito difícil atingir
somente com a alimentação uma quantidade superior a três gramas de creatina por
dia, que a quantidade de colesterol que está presente nas carnes poderia levar ao
aparecimento de arteriosclerose e que a quantidade de gordura dos alimentos fontes
de creatina favoreceriam o ganho de peso pela quantidade aumentada de calorias.
Então, para quem desejasse aumentar o consumo de creatina, os suplementos a
base de creatina monoidratada acabaria sendo necessária.
30
2.3.7.2 Vitaminas e Minerais
Alguns autores supõem que atletas possam apresentar as necessidades
de alguns micronutrientes específicos aumentadas, porém o consumo da dieta
variada e balanceada parece atender o incremento nas necessidades de
micronutrientes gerado pelo treinamento. O que vem se discutindo e causando
controvérsia seria um aumento na quantidade de vitaminas C e E (proporcionando
melhor resposta imunológica e ação antioxidante) (CARVALHO et al, 2003).
As recomendações de zinco, cálcio e ferro são as mesmas da população
em geral, mas a ausência e/ou consumo em quantidades menores que o ideal pode
causar consequências mais graves quando se tratando de atletas (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2008).
A quantidade de cálcio recomendada é de 1000mg/dia. A de ferro varia
conforme o sexo, 10 mg/dia para homens, 15mg/dia para mulheres e 30 mg/dia para
gestantes (CARVALHO et al, 2003).
2.4 Consumos de suplementos por praticantes de exercícios físicos
Em estudos realizados em academias de ginástica e musculação pode-se
perceber que cada vez mais vem crescendo o número de consumidores de
suplementos alimentares, isso se deve principalmente à preocupação com a estética
e boa forma física.
Outro fator que estimula o crescente consumo de suplementos
alimentares são as promessas de aumento de desempenho, força, massa muscular
e redução de gordura corporal que vem estampado em propagandas muitas vezes
sem comprovação de seu efeito prometido (PEREIRA; LAJOLO; HIRSCHBRUCH,
2003).
Pimenta e Lopes (2007) realizaram um estudo sobre o consumo de
suplementos alimentares neste tipo de estabelecimento e do total de sua amostra
66% consumiam algum tipo de suplemento, destes 61,3% consumiam mais de um
tipo.
31
Hallak, Fabrini e Peluzio (2007) conduziram um estudo semelhante e seus
resultados foram ainda mais expressivos. A maioria de sua amostra (81,1%) utilizava
suplemento alimentar, destes 55,8% utilizavam mais de um tipo.
Em estudos mais anteriores como o de Araújo, Andreolo e Silva (2002) e
de Rocha e Pereira (1998) o consumo de suplementos era menor, 30,6% e 32%
respectivamente. Isso indica que há um crescimento no consumo de suplementos
com o passar dos anos que se deve principalmente pelo grande comércio de
suplementos que cresce a cada ano, pela exigência e cobrança da mídia por um
corpo esteticamente perfeito, dentro dos padrões de beleza impostas pela própria e
pelo interesse de atletas e praticantes de exercícios físicos na melhora do
desempenho e no aumento de massa muscular (Pereira, Lajolo e Hirschbruch 2003).
Outro fator preocupante divulgado em estudos científicos é que em
grande parte dos casos a indicação da suplementação não é feita por um
profissional qualificado. Em uma pesquisa realizada por Bif e Lobo (2006) com
instrutores de musculação de Criciúma (SC), 43% admitiram que já fizeram
recomendação de suplementação para seus clientes. O mesmo estudo avaliou o
conhecimento destes instrutores sobre nutrição e suplementação chegando à
conclusão que estes têm conhecimento insatisfatório sobre o assunto.
32
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de estudo
Este estudo se caracterizou como do tipo descritivo de campo, de corte
transversal com abordagem quantitativa. Segundo Appolinário (2004), o estudo
descritivo limita-se a descrever o fenômeno observado, sem inferir relações de
causalidade entre as variáveis.
3.2 População e amostra
O conjunto de pessoas que foi estudado diz respeito a homens e
mulheres adultos que praticavam Jiu-Jítsu em academias do município de Criciúma.
A seleção da amostra aconteceu em duas etapas: 1) sorteio de duas das
cinco academias de Jiu-Jítsu da região de Criciúma (amostragem probabilística
simples) e 2) recrutamento de voluntários nessas academias sorteadas (amostragem
não-probabilística, por voluntariado).
Fizeram parte da amostra 40 voluntários.
3.3 Critérios de inclusão e exclusão
Como critérios de inclusão foram considerados: indivíduos de ambos os
gêneros que praticavam Jiu-Jítsu em academias de Criciúma que tinham idade
acima de dezoito anos e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Apêndice 1) e que concordaram em preencher o questionário.
Foram excluídos os que tinham idade menor que dezoito anos, que não
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que não concordaram
em preencher o questionário.
33
3.4 Aspectos éticos
O projeto de pesquisa foi devidamente submetido ao Comitê de Ética em
Pesquisa dessa Universidade, de acordo a Resolução 196/96 do Conselho Nacional
de Saúde - CNS. A carta de aprovação se encontra em anexo (Anexo 1).
3.5 Instrumento de coleta de dados
Como instrumento para coleta de dados foi desenvolvido um questionário
(APÊNDICE 2) contendo questões abertas e fechadas que foi preenchido pelo
avaliado. O questionário continha questões acerca de dados pessoais (sexo, idade,
escolaridade), composição corporal (massa corporal referida e estatura referida) e
questões voltadas ao consumo de suplementos (tipo de suplemento, indicação,
objetivo). As perguntas e estrutura das questões foram adaptadas de pesquisas
realizadas por Hirschbruch; Fisberg; Mochizuki, 2008; Pereira; Lajolo; Hirschbruch,
2003; Araújo et al, 2002; Santos; Santos, 2002.
3.6 Procedimento para coleta de dados
Inicialmente, foi estabelecido contato com os proprietários das
academias de Jiu-Jítsu, solicitando por escrito, a autorização da pesquisa. Após esta
etapa foi decidido em conjunto com as academias, uma data para a realização desta
coleta, que aconteceu durante três dias.
Os praticantes foram abordados antes ou após seu treinamento. Durante
esta abordagem foi realizada uma breve explicação sobre a pesquisa e apresentado
o termo de consentimento livre e esclarecido. O questionário foi aplicado com os
lutadores que concordaram em participar.
34
3.7 Tratamento estatístico
Os dados foram tabulados em planilhas do programa Microsoft Office
Excel 2007 (desenvolvido pela Microsoft). Foram calculados valores médios,
freqüências absolutas e relativas. Os resultados foram apresentados por meio de
tabelas e gráficos.
35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A coleta de dados foi realizada com 44 participantes sendo que, destes,
quatro foram excluídos por não se enquadrarem nos critérios de inclusão, totalizando
40 indivíduos, dos quais 35 eram homens e cinco eram mulheres. A idade dos
lutadores variou entre 18,6 a 44,6 anos, sendo que o valor médio encontrado foi de
27,3 (+5,4).
A Tabela 3 apresenta os valores de idade, massa corporal referida,
estatura referida e o Índice de Massa corporal dos avaliados, de acordo com o sexo.
Tabela 3: Perfil físico dos lutadores de Jiu-Jítsu de Criciúma (SC)
Sexo
Feminino (n=5)
Variáveis
Média
DP
Min
24,5
Idade (anos)
3,6
20,4
62,8
Massa Corporal (Kg)
7,5
52
1,68
Estatura (m)
0,05
1,62
22,31
IMC (Kg/m²)
1,93
19,81
Máx
29,8
72
1,75
25,21
Média
27,8
84,9
1,80
26,24
Masculino (n=35)
DP
Min
5,5
18,6
11,2
68
0,06
1,68
3,0
21,85
Máx
44,6
123
1,93
35,94
DP= Desvio padrão; Min = Mínimo; Máx = Máximo; IMC= Índice de Massa Corporal; n = número
da amostra
Conforme se pode observar na Tabela 3, os indivíduos do sexo masculino
apresentaram valores médios de idade, massa corporal, estatura e IMC superiores
aos valores médios encontrados no sexo feminino. O valor médio de IMC encontrado
classifica a amostra como sobrepeso. No entanto, os valores variaram de 19,81 a
35,94 mostrando que foram encontrados indivíduos com peso adequado, assim
como indivíduos obesos.
Cabe ressaltar que o pesquisador utilizou os valores de massa corporal e
estatura referidos. Oliveira et al (2008) concluíram que as diferenças entre massa
corporal e estatura medidos e auto-referidos apesar de significativas, são pequenas
de forma que não invalidam a utilização de valores auto-referidos em estudos com
grandes grupos. Em estudo realizado por Araujo e Araujo (2003), comparando
massa corporal e estatura referidas e aferidas foi concluído que como as magnitudes
das diferenças eram pequenas, os valores de índice de massa corporal obtidos com
36
base nos dados relatados ou medidos não diferiram (p=0,89 para masculino e
p=0,13 para feminino).
A Tabela 4 apresenta a classificação da amostra em relação ao estado
nutricional verificado através do índice de Massa Corporal proposto pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), apud Nahas, 2001.
Tabela 4: Índice de Massa Corporal dos lutadores de Jiu-Jítsu de Criciúma (SC)
Sexo Feminino (n=5) Masculino (n=35)
Total geral (n=40)
Variáveis
f
F%
f
f%
f
f%
Eutróficos
4
80,0
13
37,1
17
42,5
Sobrepeso
1
20,0
19
54,3
20
50,0
Obesidade grau I
0
0,0
2
5,7
2
5,0
Obesidade grau II
0
0,0
1
2,9
1
2,5
f = freqüência absoluta; f% = freqüência relativa; n = número da amostra
Observando os dados de IMC percebe-se que menos da metade da
amostra (42,5%) é eutrófica. Metade da amostra (50%) apresentou sobrepeso,
sendo a prevalência maior entre os homens (54,3%). Três indivíduos do sexo
masculino (7,5%) foram classificados com algum grau de obesidade. Já na amostra
feminina, a grande maioria apresentou-se como eutrófica (80%), enquanto apenas
uma participante apresentou sobrepeso (20%).
Sabe-se que o excesso de peso está relacionado com várias doenças,
como dificuldades respiratórias, problemas músculo-esqueléticos crônicos e
infertilidade, e doenças que promovem risco aumentado de morte prematura, entre
elas as doenças cardiovasculares, condições associadas à resistência à insulina e
alguns tipos de câncer (SILVA, 2008). Cabe lembrar que o IMC não é considerado
um bom indicador de obesidade em atletas, haja vista a grande quantidade de
massa magra característica nesse público (MAUGHAN; BUEKE, 2004).
As variáveis relacionadas às características sócio-demográficas dos
avaliados são apresentadas na Tabela 5.
37
Tabela 5: Características sócio-demográficas dos praticantes de Jiu-Jítsu de
Criciúma-SC
Sexo
Variáveis
Estado Civil
Solteiro
Casado
Escolaridade
Ensino Médio Completo
Cursando Ensino Superior
Superior Completo
Pós-Graduado
Profissão
Estudante
Comerciante
Advogado
Professor de luta
Administrador
Auxiliar Administrativo
Feminino (n=5)
f
f%
Masculino (n=35)
f
f%
Total geral (n=40)
f
f%
4
1
80
20
23
12
65,7
34,3
27
13
67,5
32,5
0
4
0
1
0
80
0
20
6
17
9
3
17,1
48,6
25,7
8,6
6
21
9
4
15
52,5
22,5
10
4
0
1
0
0
0
80
0
20
0
0
0
6
4
3
4
2
2
17,1
11,4
8,6
11,4
5,7
5,7
10
4
4
4
2
2
25
10
10
10
5
5
f = freqüência absoluta; f% = freqüência relativa; n = número da amostra
Avaliando o estado civil pode-se perceber que a grande maioria da
amostra é composta por indivíduos solteiros (67,5%), enquanto apenas 32,5% são
casados. Essa relação foi mantida quando observados os gêneros separadamente.
Quanto à escolaridade dos lutadores destaca-se que a grande maioria
possuia um bom grau de instrução. O menor grau de instrução relatado foi ensino
médio completo com 15% da amostra, todos do gênero masculino. A grande maioria
(52,5%) está cursando o ensino superior, sendo este item também o maior
percentual encontrado quando separamos os gêneros.
A Tabela 5 mostra ainda que as profissões mais relatadas no questionário
foram: estudantes (25%), seguido por comerciantes, advogados e professores de
luta cada um com 10% da amostra.
A Figura 1 apresenta os resultados referentes ao questionamento acerca
do uso de suplementos alimentares por essa população.
38
37,5%
Já Utilizou
Utiliza
42,5%
Nunca Utilizou
17,5%
2,5%
Está Pensando em
Utilizar
Figura 1: Distribuição dos lutadores de Jiu-Jítsu das academias da cidade de Criciúma (SC),
referente ao consumo ou não de suplementos alimentares.
De acordo com a Figura 1, a grande maioria da amostra (80%) já utilizou
ou utiliza algum suplemento. Do total da amostra, 42,5% relataram já ter feito uso de
suplementos alimentares, mas não estavam fazendo no momento, enquanto que
37,5% dos lutadores utilizavam algum tipo de suplemento no momento da pesquisa.
Apenas 20% nunca utilizaram suplementos alimentares, mas 2,5% estavam
pensando em utilizar.
Pereira e Lobo (2005) fizeram um estudo sobre o consumo de
suplementos em academias de musculação de Criciúma (SC), e em seus resultados
observou que a maioria da amostra não utilizava suplementos alimentares (61,4%),
mas destes, 12,1% estavam pensando em utilizar. Consumiam suplementos 21,2%,
e 17,4% relataram já terem utilizado.
Por sua vez, Pereira, Lajolo e Hirschbruch (2003) conduziram um estudo
sobre o assunto nas academias de musculação da cidade de São Paulo e
perceberam que a maioria (76,1%) não fazia uso de suplementos alimentares.
Já na pesquisa de Pimenta e Lopes (2007), onde se avaliou o consumo
de suplementos em uma academia de musculação na cidade de Cascavel (PR), o
consumo de suplementos alimentares foi bem maior que nos estudos relatados
anteriormente. Nesse estudo, 66% da amostra consumiam suplementos alimentares.
39
Contudo, percebe-se que ocorre um grande consumo de suplementos
alimentares dentro das academias de Jiu-Jítsu assim como acontece nas academias
de musculação.
A Tabela 6 descreve os resultados acerca do consumo de suplementos
de acordo com o sexo dos participantes.
Tabela 6: Consumo de suplementos alimentares dos praticantes de Jiu-Jítsu de
Criciúma-SC
Sexo
Feminino (n=5)
Masculino (n=35)
Variáveis
f
f%
f
f%
Nunca utilizou
2
40
5
14,3
Está pensando em utilizar
0
0
1
2,9
Já utilizou mais parou
1
20
16
45,7
Utiliza
2
40
13
37,1
f = freqüência absoluta; f% = freqüência relativa; n = número da amostra
Analisando o consumo de suplementos separando os gêneros observa-se
que este faz parte da realidade tanto de homens como de mulheres. Entre as
mulheres 60%, já utilizaram ou utilizam suplementos e entre os homens este número
chegou a 82,8%.
A Figura 2 apresenta os resultados referentes ao consumo de um ou mais
tipos de suplementos pelo mesmo lutador.
40%
37,50%
35%
30%
25%
Um Suplemento
Dois Suplementos
Três Suplementos
Quatro Suplementos
Cinco ou Mais Suplementos
25%
21,90%
20%
15%
9,40%
10%
6,30%
5%
0%
Figura 2: Distribuição referente à quantidade de diferentes suplementos utilizados pelos lutadores de
Jiu-Jítsu de academias da cidade de Criciúma (SC).
40
De acordo com a Figura 2, percebe-se que grande parte da amostra
(75%) consome ou já consumiu suplementos alimentares de diferentes tipos. Sendo
que 37,5% já utilizaram três diferentes suplementos. Do total da amostra 9,4%
relataram um consumo de cinco ou mais suplementos alimentares.
Nos estudos de Pimenta e Lopes (2007) 61,3% de sua amostra
consumiam mais de um tipo de suplemento, sendo que 12,4% consumiam quatro ou
mais suplementos. Já nos estudos de Hallak, Fabrini e Peluzio (2007), que avaliaram
o consumo de suplementos em academias de Belo Horizonte (MG), 55,8%
utilizavam mais de um suplemento, sendo que 27,1 % utilizavam dois tipos de
suplementos e 12,4 utilizavam cinco suplementos.
Percebe-se que assim como nas academias de musculação, o consumo
de suplementos é grande em quantidade e variedade e muitas vezes o mesmo
indivíduo faz uso de vários suplementos diferentes.
Os objetivos para o uso de suplementos relatados pelos avaliados são
apresentados na Tabela 7.
Tabela 7: Objetivo da utilização de suplementos alimentares dos praticantes de JiuJítsu de Criciúma-SC
Sexo
Variáveis
Melhorar desempenho
Aumentar massa muscular
Aumento de peso
Redução de peso
Outros
Feminino (n=3)
f
f%
2
66,7
2
66,7
0
0,0
1
33,3
0
0,0
Masculino (n=29)
f
f%
23
79,3
15
51,7
4
13,8
3
10,3
1
3,4
Total geral (n=32)
f
f%
25
78,1
17
53,1
4
12,5
4
12,5
1
3,1
f = freqüência absoluta; f% = freqüência relativa; n = número da amostra
O principal objetivo dos homens avaliados foi a melhora no desempenho
durante o treino e competições (79,3%), seguido por aumento de massa muscular
(51,7%), aumento de peso (13,8%) e redução de peso (10,3%). Já entre as
mulheres, a melhora no desempenho e aumento de massa muscular ficaram com o
mesmo percentual (66,7%). O motivo da redução de peso foi encontrado em 33,3%
das avaliadas.
Percebe-se que os objetivos mais relatados para o consumo de
suplementos tanto entre os homens quanto entre as mulheres foram melhora no
41
desempenho durante treinos e competições e aumento de massa muscular, fatores
estes que estão diretamente relacionados com a modalidade esportiva praticada.
Já nas academias de musculação os principais objetivos relatados no
estudo de Pereira e Lobo (2005) foram a preocupação com a saúde e ganho de
massa muscular. E no estudo de Pimenta e Lopes (2007) foram aumento de massa
muscular e melhora no desempenho. Podemos assim perceber que tanto entre
praticantes de musculação quanto entre os lutadores de Jiu-Jítsu ocorre certa
preocupação com o ganho de massa muscular e melhora no desempenho.
Os
tipos
de
suplementos
mais
utilizados
pelos
lutadores
são
apresentados na Figura 3.
60%
50%
Carboidratos
50%
BCAA
40,6%
Isotônicos
40%
Hipercalóricos
31,2%
30%
Hiperprotéicos
25%
18,7%
20%
12,5%
10%
Creatina
Vitaminas e Minerais
Outros
0%
1
Figura 3: Distribuição dos diferentes suplementos consumidos pelos lutadores de Jiu-Jítsu de
academias da cidade de Criciúma (SC).
Os suplementos mais relatados como consumidos (anteriormente ou
atualmente) foram os repositores energéticos (50%), seguido por BCAAs e bebidas
isotônicas, ambos com 40,6%. Logo após aparecem os hipercalóricos e
hiperprotéicos, cada um com 31,2%. A creatina foi consumida por 25% dos
42
avaliados. As vitaminas e minerais foram utilizadas por 18,7%. Do total da amostra
12,5% relataram utilizar outros tipos de suplementos.
No estudo de Pereira e Lobo (2005), o suplemento mais consumido foi
produtos protéicos (52,9%), seguido por creatina com (37,3%), logo após
carboidratos e aminoácidos, ambos com 29,4%, vitaminas e minerais 21,5% e
bebidas isotônicas com 1,7%.
Já na pesquisa realizada por Pereira, Lajolo e Hirschbruch (2003), os
suplementos mais utilizados foram aminoácidos e outros concentrados protéicos
(38,9%), seguidos pelas vitaminas e complexos vitamínicos com 14,8%, repositores
energéticos com 11,1% e creatina com 10,2%.
Pimenta e Lopes (2007) observaram que os suplementos mais
consumidos foram os produtos protéicos e aminoácidos, assim como na pesquisa
anterior, ambos com 30% da amostra. Na sequência os carboidratos com 19% e os
complexos vitamínicos com 7%.
Comparando o consumo nas academias de musculação com o de
praticantes de Jiu-Jítsu nota-se que os produtos mais consumidos nas academias
são os concentrados protéicos e aminoácidos, enquanto os lutadores utilizaram mais
os repositores energéticos. As bebidas isotônicas também são muito utilizadas entre
os atletas de Jiu-Jítsu, já entre os praticantes de musculação as pesquisas
comparativas indicam um pequeno consumo.
Carvalho et al (2003) cita a existência de vários experimentos
demonstraram os efeitos ergogênicos da suplementação de carboidratos durante o
exercício. Através desses estudos pode-se perceber que em exercícios prolongados
o nível de glicogênio muscular reduz acentuadamente, exigindo constante
preocupação com sua reposição
A Tabela 8 apresenta os resultados dos diferentes suplementos
consumidos em relação ao sexo.
43
Tabela 8: Tipo de suplementos nutricionais utilizado por praticantes de Jiu-Jítsu de
Criciúma-SC segundo o sexo
Sexo
Variáveis
Carboidratos
BCAA
Isotônicos
Hipercalóricos
Hiperprotéicos
Creatina
Vitaminas e Minerais
Outros
Feminino (n=3)
f
f%
1
33,3
2
66,7
2
66,7
1
33,3
0
0,0
0
0,0
0
0,0
0
0,0
Masculino (n=29)
f
f%
15
51,7
11
37,9
11
37,9
9
31,0
10
34,5
8
27,6
6
20,7
4
13,8
f = freqüência absoluta; f% = freqüência relativa; n = número da amostra
Avaliando o consumo em relação ao sexo observa-se que os suplementos
mais consumidos entre os homens foram os repositores energéticos (51,7%). Já
entre as mulheres, os mais consumidos foram o BCAA e as bebidas isotônicas,
ambos com 66,3%, seguido por hipercalóricos e repositores energéticos com 33,3%.
A Figura 4 apresenta quais foram os responsáveis pela indicação de uso
desses suplementos na amostra estudada.
50,00%
46,90%
45,00%
Treinador ou Professor
de Educação Física
40,00%
Amigo
35,00%
31,30% 31,30%
30,00%
28,10%
Vendedor de
suplementos
25,00%
Nutricionista
18,80%
20,00%
15,00%
9,40%
10,00%
Propaganda ou
Informações da Internet
Médico
5,00%
0,00%
1
Figura 4: Distribuição de quem indicou o consumo de suplementos alimentares aos lutadores de JiuJítsu de academias da cidade de Criciúma (SC).
44
De acordo com a Figura 4, o consumo de suplementos alimentares foi
indicado, em grande parte (46,9%), pelo treinador ou pelo professor de educação
física. Os amigos foram quem indicaram o uso para 31,3% da amostra, assim como
o vendedor da loja de suplementos (31,3%). O nutricionista indicou o uso em 28,1%.
Em 18,8% dos casos os praticantes de Jiu-Jítsu obtiveram indicação para o
consumo através de informações obtidas na internet ou propaganda do produto. E a
recomendação médica foi feita em 9,4% dos lutadores. Apenas 28,1% dos usuários
relataram que a prescrição partiu de um profissional habilitado, ou seja o
nutricionista.
Nos estudo realizado por Pereira e Lobo (2005), os resultados são
semelhantes, neste a indicação de suplementos pelo treinador e/ou professor da
academia acontece em 39,2%, seguido pela orientação de amigos e colegas 37,3%,
propagandas com 15,7% e nutricionista com apenas 13,8%.
Nos estudos de Pereira, Lajolo e Hirschbruch (2003), a indicação
novamente foi feita principalmente pelo instrutor da academia (31,1%), seguido de
indicação de amigos 15,6% e o nutricionista aparece com 11,1% da amostra.
Na pesquisa de Pimenta e Lopes (2007), esse fato se repete novamente,
a indicação foi realizada principalmente pelo instrutor (43%), logo após o
nutricionista com 20,4% da amostra.
Quanto à recomendação ou indicação de suplementação ocorreu uma
unanimidade em todos os estudos, o instrutor ou professor é o maior responsável.
Este é um fato preocupante, pois a utilização de suplementos deve partir de um
profissional qualificado. Em estudos realizados por Bif e Lobo (2006) que avaliou a
atuação do instrutor de musculação na orientação nutricional e uso de suplementos,
a conclusão a que se chegou foi que esses profissionais têm conhecimento
insatisfatório à cerca de nutrição e suplementação. Outros responsáveis pela
indicação de suplementação são os amigos que aparecem em grande parte dos
estudos como o segundo maior indicador.
45
5 CONCLUSÃO
Por meio dos resultados obtidos com este estudo, que teve como objetivo
verificar o uso de suplementos alimentares por praticantes de Jiu-Jítsu no município
de Criciúma (SC), chegou-se às seguintes conclusões:
•
A maioria da amostra está cursando o ensino superior, sendo que o nível de
escolaridade mais baixo encontrado entre os entrevistados foi ensino médio
completo. A idade média dos entrevistados foi de 27,3 (+ 5,4) anos, sendo a
grande maioria da amostra formada por pessoas solteiras.
•
A metade da amostra apresentava-se com sobrepeso segundo o IMC, sendo
mais frequente entre os homens.
•
Há um número muito maior de indivíduos do sexo masculino que praticam
Jiu-Jítsu em Criciúma quando comparados a indivíduos do sexo feminino.
•
Ocorreu um consumo significativo e preocupante de suplementos alimentares
entre os praticantes de Jiu-Jítsu de Criciúma, grande parte da amostra utiliza
ou já utilizou mais de um tipo de suplemento.
•
Os suplementos mais utilizados por praticantes de Jiu-Jítsu de Criciúma
foram os carboidratos ou repositores energéticos. O que parece estar
relacionado corretamente com o principal objetivo relatado pelos mesmos
“melhora no desempenho esportivo”. Porém são necessários mais estudos
para avaliar a necessidade desta suplementação entre estes atletas.
•
Quem indicou o consumo de suplementos alimentares na maioria dos casos
foi o treinador ou professor da academia.
Pode-se perceber que existe um bom grau de instrução entre os lutadores
de Jiu-Jítsu de Criciúma, e que é um esporte praticado por pessoas de várias
idades, embora se concentre mais entre 20 e 30 anos. Mesmo com uma boa
escolaridade observou-se um consumo abusivo de suplementos alimentares. E que
a recomendação da utilização dos suplementos na grande maioria dos casos não é
feita por um profissional apto, ou seja, o nutricionista.
É necessário um programa nutricional educativo visando orientar essa
população sobre necessidade e efeitos da suplementação, sobre os casos aonde a
46
suplementação se faz necessária e que uma alimentação adequada e balanceada
pode suprir as necessidades nutricionais tanto de indivíduos inativos fisicamente
como de atletas profissionais, garantindo saúde e prevenindo doenças.
47
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atual São Paulo: Roca, 2002.
52
APÊNDICES
53
APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CURSO DE NUTRIÇÃO
Você está sendo convidado a participar da pesquisa sobre consumo de
suplementos alimentares por praticantes de Jiu-Jítsu em criciúma (SC).
Sua participação não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de
participar e retirar seu consentimento não necessitando apresentar nenhuma
justificativa, bastando, para isso, informar sua decisão ao pesquisador. Sua recusa
não lhe trará nenhum prejuízo em relação ao pesquisador ou a instituição.
O objetivo deste estudo é avaliar o consumo de suplementos alimentares por
praticantes de Jiu-Jítsu em Criciúma (SC). Sua participação nesta pesquisa
consistirá em responder um questionário aplicado pelos pesquisadores.
Não há risco ou ônus na sua participação nessa pesquisa. Da mesma forma,
você também não terá bônus.
Os dados obtidos serão confidenciais e asseguramos o sigilo de sua
participação durante todas as fases da pesquisa, inclusive após a publicação da
mesma. Os dados não serão divulgados de forma a denegrir sua imagem. O seu
anonimato será preservado por questões éticas.
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone do pesquisador.
Nome do pesquisador: Bruno Luiz da Silva Pieri. Telefone para contato é
XXXX XXXX
Considerando os dados acima, confirmo ter sido informado por escrito e
verbalmente
dos
objetivos
deste
estudo
científico.
Desta
forma,
Eu.................................................................................................,
aceito
voluntariamente participar desta pesquisa e declaro que entendi os objetivos, riscos
e benefícios de minha participação.
Criciúma, _____ de ____________ de 2009.
Bruno Luiz da Silva Pieri
Voluntário da pesquisa
54
APÊNDICE 2- INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
1) Data de nascimento: __/__/__
2) Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino
3) Estado civil
( ) Solteiro
( ) Casado
( ) Divorciado
( ) Viúvo
4) Profissão: ________________________________________________
5) Escolaridade
( ) até a 8ª série do primeiro grau
( ) até o ano do segundo grau
( ) Está cursando o Ensino Superior. Curso: ____________________
( ) Ensino Superior Completo. Curso: ________________________
( ) Está cursando ou já cursou Pós – Graduação (Especialização, Mestrado ou Doutorado)
5) Você já utilizou suplementos alimentares?
( ) Nunca utilizei
( ) Nunca utilizei mas estou pensando em utilizar
( ) Já utilizei. Mas parei. Quanto tempo utilizou?_______________
( ) Já utilizei e continuo utilizando. Quanto tempo utiliza?________________
6) Qual seu objetivo com o consumo de suplementos alimentares? (pode assinalar
mais de uma alternativa)
( ) Melhora no desempenho físico
( ) Aumento de massa muscular
( ) Aumento de peso
( ) Perda de peso
( ) Outros. _________________________________
6) Que tipo de suplementos você utiliza? (pode assinalar mais de uma alternativa)
( ) Carboidrato (soluções de maltodextrina, géis de carboidrato, barras energéticas)
( ) Hipercalóricos (compensadores)
( ) Hiperprotéicos. Nome: ________________________________
( ) Creatina
( ) BCAAs (Aminoácidos de Cadeia Ramificada)
( ) Outros aminoácidos isolados. Nome: ___________________________________
( ) Vitaminas, complexos vitamínicos ou minerais
( ) Bebida Isotônica/repositor hidroeletrolítico
( ) Outros. Qual? ______________________________________
7) Quem lhe deu orientações sobre suplementação? (pode assinalar mais de uma
alternativa)
( ) Instrutor, treinador ou professor de educação física
( ) Amigos
( ) Nutricionista
( ) Médico
( ) Vendedor da loja de suplementos
( ) Informações obtidas pela internet ou propagandas
( ) Outros. Quem? _____________________________
8) Peso____________ Estatura___________
55
ANEXO
56
ANEXO 1- CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM
SERES HUMANOS
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