IMPRENSA O trabalho de João Pina sobre a Operação Condor tem vindo a ser documentado na imprensa internacional de referência. Ao longo dos anos mais recentes, foram publicados artigos e portefólios na New Yorker, Time e Newsweek, no New York Times, Folha de São Paulo, Globo, e na FreelensMagazine. Recentemente, a CNN publicou no seu site de fotografia um conjunto de imagens de João Pina sobre o Condor. «Pesquisa, entrevistas e fotografias de João Pina, o fotógrafo mais obstinado que conheço. (...) Só um obstinado pode transportar tantos milhares de fantasmas na bagagem, de um continente para outro, antes de completar 34 anos.», Alexandra Lucas Coelho, Público editorial «O exemplo do que é um verdadeiro ‘projeto’ artístico e cívico que vale a pena, de assinalável dimensão e sentido humanista.» José Carlos Vasconcelos jornal de letras 03.09.2014 «Há nove anos, o fotógrafo João Pina decidiu fazer um trabalho sobre a Operação Condor. Queria perceber como as secretas latinoamericanas tinham atuado contra os opositores aos regimes ditatoriais. Mergulhou em arquivos, viajou sem cessar à procura de sobreviventes, entrevistou dezenas e dezenas de pessoas. O resultado é um livro chamado Condor. (…) Objeto sóbrio, Condor distingue-se por uma coerência editorial que assenta quer na escolha das imagens, quer no conteúdo editorial, quer ainda na definição gráfica, e assume uma perspetiva alargada do que foi a operação militar.» Alexandra Carita expresso · suplemento atual 23.08.2014 «Um livro marcante, de um extremo cuidado gráfico, com imagens exclusivamente a preto e branco e textos do próprio fotógrafo a revisitarem histórias que se tocam sempre nos mesmos pontos: familiares desaparecidos, assassinos sem rosto, exílios forçados, corpos por encontrar.» Pedro Dias de Almeida visão 11.09.2014 cnn http://cnnphotos.blogs.cnn.com/2014/08/21/ shadow-of-operation-condor/ «Há muito que não acredito na “isenção” jornalística. Acho que tenho uma visão própria, fortemente política(…). Todas as pessoas que entrevisto e fotografo, todos os lugares que visito, todos os julgamentos a que assisto, devem-se a uma curiosidade que é causa direta das minhas ideias, da minha forma de ver o mundo. Não me revejo numa ideologia específica, num partido, num dogma. As minhas inquietações, porém, vêm muito de abordagens políticas. Seja porque vejo e documento, enquanto repórter, o sofrimento dos pobres no Brasil ou os efeitos devastadores na população civil de uma guerra como a do Afeganistão. Mas também a destruição de enormes conquistas dos portugueses, desde o 25 de Abril, por força de uma política para a qual o Estado Social é algo pesado e inútil. Política controlada por setores da sociedade que estão a hipotecar o futuro de pelo menos uma geração de portugueses.» João Pina, em entrevista ao Jornal de Letras the new york times http://lens.blogs.nytimes.com/2014/01/24/exposingthe-legacy-of-operation-condor/?smid=pl-share «O melhor livro publicado este ano em Portugal. Em Portugal, não. Além da edição portuguesa, Condor foi publicado em inglês e em castelhano. (…) E Condor resulta de um extraordinário projecto: recolher os testemunhos das vítimas – dos seus familiares – do sinistro plano militar secreto instituído em 1975 por seis ditaduras militares da América Latina. Pela primeira vez na História, segundo creio, um fotógrafo percorreu estes seis países, dando-nos um relato completo da tristemente célebre ‘Operação Condor’.» António Araújo http://malomil.blogspot.pt/ http://malomil.blogspot.pt/2014/08/condor.html E4 ilustrada ★★★ ab SEGUNDA-FEIRA, 8 DE AGOSTO DE 2011 Fotógrafo retrata personagens das ditaduras latino-americanas Português João Pina está no Brasil para desenvolver pesquisa sobre regimes militares João Pina Autor já fez livro sobre o regime salazarista e fotografou para publicações como ‘New York Times’ e ‘El País’ RAIO-X JOÃO PINA VIDA Nasceu em Lisboa em 1980 e estudou fotografia documental e fotojornalismo no International Center of Photography em Nova York MÁRIO MOREIRA DE SÃO PAULO O desejo de manter viva em imagens a lembrança das ditaduras, para que elas não se repitam, move o fotojornalista português João Pina, 30. Autor, com o escritor e conterrâneo Rui Daniel Galiza, do livro “Por Teu Livre Pensamento”, com fotos de pessoas e lugares ligados à ditadura salazarista, Pina investe agora na América Latina. Ele está no Brasil para o projeto “Sombra do Condor” —um livro sobre ditaduras sul-americanas, incluindo a brasileira (1964-1985). O interesse de Pina pelo tema vem desde a infância. Os avós maternos, membros do Partido Comunista Português, foram presos políticos do regime que governou o país por 48 anos, até 1974. “Cresci ouvindo essas histórias”, diz. “Mas a memória desse período é muito pouco falada, e senti a necessidade de contá-la.” O livro sobre Portugal saiu em 2007. Dois anos antes, Pina já começava a desenvolver outra ideia, voltando-se para a Operação Condor, plano das ditaduras militares do Cone Sul de repressão aos opositores. Isso o trouxe ao Brasil, on- CARREIRA Trabalhou em publicações como “New York Times”, “El País”, “Newsweek” e “Time”. Venceu o Leão de Ouro no Festival Internacional de Criatividade de Cannes em 2011, entre outros prêmios Maria Santucho, filha do militante argentino Oscar Santucho, que desapareceu em 1976 de, em 2005, iniciou pesquisas e entrevistas que se estenderam pelos anos seguintes. Entre os personagens já retratados, está a pernambucana Elzita Santa Cruz, 97, mãe do desaparecido político Fernando Santa Cruz. Atualmente em São Paulo, Pina dá continuidade ao projeto, que envolve também pesquisas no Rio e em Recife. Há planos de levar um participante da guerrilha do Araguaia à região onde ocorreu. Na semana passada, ele clicou o 36º DP, na Vila Mariana, em São Paulo, que abri- gou o DOI-Codi, órgão de repressão do regime militar. DIFERENÇAS Apesar de as ditaduras sulamericanas terem ocorrido na mesma época, Pina procura registrar as características de cada uma. “Para mim, a diferença mais interessante é a da atuação da Igreja Católica no Brasil e na Argentina. No Brasil, ela esteve muito do lado dos reprimidos. Na Argentina, foi ao contrário: as pessoas pediam ajuda à igreja e acabavam delatadas”, diz. Segundo ele, a meta não é reforçar campanhas, como pelo fim do sigilo dos arquivos brasileiros ou pela punição a torturadores. “O que espero é contribuir para mostrar que houve uma operação entre países vizinhos, não pretendo entrar em discussões individuais.” A ideia, afirma, é “captar e guardar a memória e a experiência de pessoas e lugares”. “Os países sem memória têm a tendência de que sua história se repita”, conclui. JORNALISMO Editora da Ilustrada faz palestra no MIS na próxima quarta DE SÃO PAULO - A Folha promove nesta quarta-feira, às 20h, palestra gratuita sobre jornalismo cultural, com Fernanda Mena, editora da Ilustrada, no MIS-SP (av. Europa, 158, SP). Com vagas limitadas, as inscrições podem ser feitas através do e-mail evento [email protected] ou pelo tel. 0/xx/11/3224-3473, das 14h às 19h. A palestra integra a programação em comemoração dos 90 anos do jornal. CINEMA Filho de Anthony Quinn morre aos 48 de parada cardíaca DE SÃO PAULO - Morreu na sexta- feira passada em Malibu, nos Estados Unidos, o ator Francesco Quinn. Ele tinha 48 anos e sofreu uma parada cardíaca. Quinn, que nasceu em Roma e se radicou nos EUA, é o terceiro filho do ator Anthony Quinn e ficou conhecido por sua interpretação em “Platoon”, filme de Oliver Stone lançado em 1986. Ele atuou ao lado do pai em longas como “Um Amor do Passado”, de 1993. HOMENAGEM Sósias de protagonista de “I Love Lucy” se reúnem nos EUA para bater recorde d folha.com.br/il955858 TELEVISÃO Críticos norte-americanos elegem “Friday Night Lights” como a série do ano d folha.com.br/il955856 s sociaiais. s e d e Das r lunas soci às co Tudo o que dá o que falar está no F5. Comportamento, diversão, humanos, bichos, humor, colunistas, televisão e celebridades no novo site com assuntos leves. Acesse www.folha.com.br/f5 F5. O site de entretenimento da Folha. folha de s.paulo 08.08.2011 themenb e r e ic h s p u r e n su ch e s p u r e n su c he th e me nbe re ich Im Schatten des Vergessens Biographisches JoÃo de carvalho pina wurde 1980 in Lissabon, Portugal geboren. Mit 18 Jahren begann er bereits als Fotograf zu arbeiten. Um an seinem Projekt »Operation Condor« ständig weiter zu arbeiten schaffte Pina sich ab 2007 eine Basis in Buenos Aires, Argentinien, vor der er auch Assignments durchführt. Seine Geschichten führten ihn in Länder wie Argentinien, Brasilien, Bolivien, Chile, Kuba und Paraguay. Er ist aber auch intensiver Beobachter des »Arabischen Frühlings« und dokumentierte verschiedene Anlässe in Tunesien, Ägypten und Libyen. Seit 2003 ist João Pina Mitglied der portugiesischen Fotogruppe »Kameraphoto«. mit dem projekt »shadow Of the condor« spürt der Fotograf João pina das Leid auf, das Killerkommandos südamerikanischer Diktaturen hinterlassen haben – von der Geschichte und den medien vergessen. ihm blieb die Finanzierung per crowdfunding. AuSStELLuNgEN & pREiSE Oben: Zelle im Hauptquartier des einstigen militärischen Geheimdienstes in São Paulo. Rechts: Maurice Politi in einer Zelle, in der die brasilianische Politische Polizei ihn früher festhielt. FOtOs — JoÃo pina s p u r e n su c he erklärt, die man überall sieht. Sie halten etwas fest, ein Stück Erleben, oder besser, ein Stück von ihrem Leben. Man muss das ein wenig vorausschicken bevor man von João Pina erzählen kann, einem Portugiesen der »Wir Photografen«, sagte Henri CartierJoão Pina weiß um die Vergeblichkeit, wenn 1980 in Lissabon zur Welt kam. Bresson einmal, »haben ständig mit Dingen er von seinem aktuellen Projekt »Operation Er kam in einem Land zur Welt, in dem Condor« erzählt und sich vorstellt, er würzu tun, die unaufhaltsam verschwinden. die Erinnerung an die grausamen Jahre sei- de in einem Magazin dafür werben. »Bilder Wenn sie einmal verschwunden sind, kann über die ehemaligen Diktatoren Südameriner Geschichte am Verschwinden war. 1980, kas und den geheimen Plan die politische man sie durch nichts in der Welt wieder das war 16 Jahre nach der sogenannten Opposition zu vernichten. Sie nannten es zurückholen.« Auch die Fotografie kann s p u r e n su c he ›Operation Condor‹ und bis 1978 wurden Nelken-Revolution, einem Putsch junger 60.000 das Verschwinden nicht aufhalten, aber sie Menschen ermordet. Brasilien, ChiOffiziere der Armee, die damit die 48-jäh- le, Argentinien, Nicaragua, sechs Länder. Ich kann etwas retten. Einen letzten Moment, rige, längste Diktatur Europas beendeten arbeite seit vier Jahren daran und mir fehein Zeugnis, einen Beweis, ein Bild eben. Die len noch zwei. Wer…«, er lacht, »…kann oder und die rostigen Gittertore des Gefängnis- will das heute noch bezahlen?« Welt würde heute anders aussehen, wenn ses Portugal endlich aufstießen. Die neue 34 FREELENSMAGAZIN32 sie die Fotografie nicht hätte. Sie ist Teil ihFreiheit, der Fortschritt und der Puls einer res Gedächtnisses. Im Japanischen gibt es neuen Generation ließen Portugal in die zum Beispiel den Glauben, dass etwas nicht Zukunft eilen. Wenige warfen noch einen existiert hat, wenn es kein Bild davon gibt. Blick zurück, er könnte schmerzhaft sein, Was die vielen fotografierenden Japaner text — Jochen SiemenS Warten auf späte Gerechtigkeit: Freunde und Familie der geschätzten 5 000 Opfer des Konzentrationslagers Campo de Mayo nehmen am Prozess gegen den ehemaligen argentinischen Präsidenten Reynaldo Bignone teil. 24 FREELENSMAGAZIN32 FREELENSMAGAZIN32 Die, die es sehen wollen. Und die wollen, dass solche Erinnerungen nicht einfach verschwinden. João Pina finanziert sein »Condor«-Projekt über die CrowdfundingInitiative »Emphas.is«, eine neuew Form der Reportage-Finanzierung. Auf der Website von »Emphas.is« stellen Pina und andere Fotografen ihre Vorhaben vor und Unterstützer können mindestens 10 Dollar investieren. Kommt ein Projekt aus Geldmangel nicht zustande, werden die Gelder zurückgezahlt. Kommt es zustande, lassen die Fotografen die Unterstützer am Entstehen »Emphas.is ist heute der einzige Weg, solch langfristige Geschichten zu finanzieren, anders geht es nicht mehr« teilhaben. Sie bloggen, schreiben Mails und zeigen erste Bilder. Wichtig ist, dass die »Emphas.is«-Gelder nur die Kosten des Projektes finanzieren, aber nicht den Fotografen. Ist ein Projekt abgeschlossen, haben die Unterstützer vier Tage ein Exklusiv-Recht daran, danach kann der Fotograf es zur Veröffentlichung freigeben. »Emphas.is ist heute der einzige Weg, solch langfristige Geschichten zu finanzieren«, sagt Pina, »anders geht es nicht mehr.« Und auch wenn Pina, wie er sagt nicht politisch fotografiert, könnten seine »Condor«-Bilder politische Folgen haben, »es gibt Menschenrechtsorganisationen, die immer noch nach den Verantwortlichen der Morde suchen und sie vor Gericht stellen wollen. Die Bilder können dabei helfen«, sagt Pina. Auf alle Fälle werden sie etwas leisten, wofür die Fotografie erfunden wurde: Das Vergessen zu verhindern. th e me nbe re ich Jochen SiemenS em faciam ut ut aut alibusda dolorio es deliqui dollisimin el incitature volor ministrum con restem aut essersp ernamus dus. em faciam ut ut aut alibusda dolorio es deliqui dollisimin Das Thema seines ersten Buches war inspirierend für eine Amnesty International Kampagne, die ihm 2011 einen »Lion d’Or Award« beim Lions International Festival of Creativity in Cannes einbrachte. Veröffentlichungen in: The New York Times, The New Yorker, Time Magazine, Newsweek, Stern, GEO, El Pais, EPs, La Vanguardia Magazine, D Magazine, Io Donna, Days Japan, Expresso and Visão among others.Pina-Ausstelungen liefen in New York (ICP and Point of View Gallery), London (Ian Parry Award), Tokyo (Canon Gallery), Lissabon (Galeria and Casa Fernando Pessoa) und Oporto (Centro Português de Fotografia) sowie in Perpignan (Visa pour L’Image). büchER 2007 veröffentlichte er sein erstes Buch »Por teu livre pensamento« das die Geschichten von 25 ehemaligen politischen Gefangenen in Portugal nachzeichnet. iNtERNEt www.joao-pina.com FREELENSMAGAZIN32 35 25 Erinnerung an die Verschollenen: Namensschilder im früheren Folterzentrum in Buenos Aires, in dem etliche militante Linke zu Tode gemartert wurden. Es trug den makabren Namen »Club Atletico«. er könnte Täter und Opfer noch einmal beleuchten und alte Fragen wie Wunden wieder aufreißen. Nichts in der Weltgeschichte will oder soll so schnell vergessen sein wie eine Diktatur. João Pina spürte das schon als kleiner Junge. Er saß oft bei seinen Großeltern und nur zaghaft erzählten sie von ihren Jahren im Gefängnis, von der Folter und den Drohungen. Zweimal war sein Großvater, ein Kommunist, geflohen und jedesmal wieder holten sie ihn in Ketten zurück. Und sie erzählten von denen, die sie verhaftet und geschlagen hatten, Menschen die nun auch irgendwo in der Stadt im neuen Portugal lebten. »Als ich fünf oder sechs Jahre alt war, schenkte mir meine Großmutter meine erste kleine Kamera«, sagt Pina, »und ich fotografierte alles, was ich sah.« Es war Schutz vor Rache: Sicherheitsmaßnahmen beim Prozess gegen Reynaldo Bignone, den Chef der ehemaligen Militärjunta, in Buenos Aires. Wegen Verbrechen gegen die Menschlichkeit wurde der General zu 25 Jahren Haft verurteilt. spu r e nsuc h e 26 schon damals der Impuls irgendetwas vom Verschwindenden festzuhalten und João Pina entdeckte dafür seine Kamera. Das war für den Jungen ein irgendwie einsames Hobby, denn »Portugal hatte keine große Fotografenkultur«, wie er sagt. Und auch später als Pina immer intensiver fotografierte und darin mehr als ein Hobby sah, »schaute ich mir in den Läden zwar Foto-Zeitschriften an, aber das waren SurfMagazine und ich interessierte mich mehr für das, was man sah als dafür, wie die Fotos gemacht waren.« Doch er fotografierte seine Großeltern wenn sie erzählten und er spürte, dass er mit den Bildern auch ihre Erinnerungen fotografierte. Jahre später macht der mittlerweile angesehene junge Fotograf Pina daraus sein erstes Buch. Er FREELENSMAGAZIN32 FREELENSMAGAZIN32 Zurück am Ort des Schreckens: Hernan Plaza ist einer der Wenigen, die den Aufenthalt in chilenischen Foltergefängnissen überlebt haben. Heute kann er sich mit erhobenem Haupt in der »Villa Grimaldi«, Santiago de Chile, ablichten lassen. 27 s p uren such e 30 mern schon aus? Nichts, sie sind ein gleichgültiger Bilderteppich für die Nachrichtenschleifen von CNN, so wie das Satellitenbild in Wahrheit wenig vom Wetter erzählt. João Pina macht andere Bilder, er fokussiert die Schärfe seiner Bilder auf die Menschen, mehr noch, seine Kamera sucht das Detail in der Mimik und im Blick Einzelner. Technisch arbeitet Pina dabei in radikaler Schärfe und Unschärfe und oft in Schwarzweiß, was den fokussierenden Effekt seiner Bilder, manchmal mit Tilt/ShiftObjektiven aufgenommen, noch verstärkt und irritieren kann, denn neuerdings sieht man die Tilt/Shift-Technik als trendige Werbeoptik des Spielzeugeisenbahn-Effektes. Welche Kraft die Fokussierung in Wahrheit haben kann, zeigt Pina in seinen Bildern der ägyptischen Revolution oder in seinem Projekt über die Reste der revolutionären Agrarreform in Portugal 1974/75. Und wieder ist es dabei nicht das bloße Bild, das ihn interessiert, sondern »ich versuche zu verstehen, was die Menschen vor meiner Kamera machen und warum sie es machen.« Es ist eine Fotografie, in der Bilder schnell entstehen können, die aber Zeit braucht, die Bilder werden zu lassen. »Es hat keinen Sinn irgendwo hinzufahren, die Kamera auszupacken, in’s Geschehen zu halten und wieder zu verschwinden«, sagt Pina. »Ich verbringe viel Zeit damit, an den Orten wo ich bin, vorbereitet zu sein, das Terrain, die Aura und die Stimmung zu kennen«, sagt er, »aber genauso wichtig ist es, den Menschen immer zu zeigen: Ich bin Fotograf, Wo das Blut im Abfluss verschwand: Dusche im ehemaligen Folterzentrum »Londres 38«, das mitten in Santiago de Chile liegt. FREELENSMAGAZIN32 FREELENSMAGAZIN32 31 Hintergrund Operation Condor »Operation Condor«, so hieß der geheime Militärplan von sechs lateinamerikanischen Staaten. 1975 – zum Höhepunkt des Kalten Krieges – starteten Argentinien, Bolivien, Brasilien, Chile, Paraguay und Uruguay, die unter der Herrschaft von Militärregimes standen, einen Vernichtungskrieg gegen die Linke in ihren Ländern. Mit der Operation Condor schaffte man politische Gegner aus dem Weg. Sie verschwanden meist spurlos. Während der drei Jahre, in denen der Plan umgesetzt wurde, kamen mindestens 60.000 Menschen ums Leben. João Pina arbeitet seit 2005 an dem Thema, hat bisher mindestens 15 Wochen dafür fotografiert, hat mehr als 50 Interviews mit Betroffenen geführt und darüber hinaus noch unzählige Informationsgespräche. »Bevor ich die Locations und Orte besuche, informiere ich mich intensiv über die einzelnen Diktaturen, was sie gemeinsam haben und was sie voneinander unterscheidet. Solche Informationen sind reichlich vorhanden, so dass Protagonisten und Orte leicht zu lokalisieren sind«, berichtet João Pina, »Aus diesem Material suche ich mir dann kleine, aber nach meiner Meinung sehr repräsentative Beispiele heraus.« Vor Ort findet er Informanten – ehemalige politische Gefangene, lokale Journalisten, Gerichtsmediziner, Anwälte, Die Überreste Richter – die ihm bei der Recherche und von Horacio Bau, dieimmer in La Plata auf einem Friedhof der Motivsuche weiterhelfen, ihm wieder Namenlosen entdeckt wurden, finden neue Türen offnen. in seiner Heimatstadt Trewlew in Da er schon lange an dem Thema arbeitet, Argentinien, die letzte Ruhe. öffnen sich, ergibt sich ein Kontakt nach dem anderen. Dabei zahlt er niemals Informations- Der Hölle so nah: In dem geheimen Gefängnis »Olimpo« in Buenos Aires, Argentinien, wurden linksgerichtete Oppositionelle verhört, gefoltert und getötet. fährt in den Norden Lissabons nach Peniche und geht in das berüchtigte ehemalige Gefängnis, in dem sein Großvater von den Beamten der PIDE, der ehemaligen Geheimpolizei geschlagen wurde. Er sucht und besucht andere ehemalige Häftlinge, zeigt ihre Verhaftungsfotos und fotografiert sie. Man sieht ihre Gesichter und die Furchen und Narben, die ihre Geschichte gegraben haben. Und er fotografiert in Peniche den Innenhof, den einzigen Flecken Freiheit, den die Gefangenen beim Hofgang hatten. »Por teu livre pensamento« heißt das Buch und ist ein Stück vom Gedächtnis Portugals. João Pina ist heute 31 und gehört zu einer neuen Generation von Reportage- und Dokumentarfotografen. Aus dem ursprünglichen Impuls, mit der Kamera etwas vor 28 dem Verschwinden und Vergessen festzuhalten, hat Pina einen nicht nur technisch bemerkenswerten Stil, sondern eine Handschrift in der Fotografie gemacht. Er war in Afghanistan, in den Drogenvierteln von Rio oder in allen Ländern Arabiens als der politische Frühling 2011 ausbrach. Und auch wenn es alles Krisenpunkte der Welt waren, wäre es falsch, Pina einen Kriegsfotografen zu nennen. Pina, wie auch der Italiener Paolo Pellegrin, sind Fotografen eines anderen Blickes. Sie suchen nicht den Pulverdampf und die Krater die Granaten schlagen, sondern sie suchen jene, die solche Kriege führen und deren Opfer werden. Schon Robert Capa wusste, dass man Krieg als solchen nicht fotografieren kann, denn was sagen Bilder von Panzern, Raketen und Trüm- ich mache Bilder von euch.« Es sind Orte und Momente höchster Intensität, an denen sich Pina bewegt, es geht um Macht und Ohnmacht, Zukunft und Vergangenheit und, ja, es geht oft um Leben und Tod. Das öffentliche Auge eines Fotografen, eines Zeugen, steht dabei in einem intensiven Spannungsfeld zwischen denen, die Bilder verhindern wollen und denen, die Bilder benutzen wollen. Längst hat sich in Krisengebieten ein mediales Verhalten gebildet, das Aufstände, Razzien oder militärisches Muskelspiel inszeniert. Für Fotografen ist FREELENSMAGAZIN32 32 FREELENSMAGAZIN32 es nicht immer einfach, das zu unterscheiden. »Ich bin nicht naiv, ich weiß auch, dass meine Anwesenheit Situationen verändern kann. Das muss man spüren und abwarten, irgendwann vergessen die Menschen die FREELENSMAGAZIN32 29 Kamera auch wieder«, sagt er. Außerdem, »habe ich viel gesehen, was ich nicht fotografiert habe. Entweder war es der falsche Moment oder es wäre ein falsches Bild geworden.« Gut, aber liegt die Entscheidung über ein falsches oder nicht falsches Bild nicht auch in der Entscheidung, von welcher Sei- Oben: Lucrecia Cespesdes, Witwe eines chilenischen Landwirtes, der inhaftiert wurde und spurlos verschwand, an einer Gedenkstätte mit dem Namen ihres Mannes. Rechts: In den Kellergewölben des Nationalstadions von Chile waren Folterungen und Morde an der Tagesordnung. te man fotografiert? Von der Seite der Opfer oder der Täter, die manchmal identisch sein können? »Es ist wichtig, nicht politisch zu fotografieren«, sagt Pina, »ich suche Dokumente, nicht Meinungen. Deshalb fotografiere ich Opfer wie Täter mit demselben Respekt, auch wenn es manchmal schwer fällt, weil ich selbst natürlich eine Meinung zu dem was ich sehe, habe.« Es hat eine selten gewordene Bedachtsamkeit mit der João Pina seine Arbeit schildert, eine Bedachtsamkeit im immer schneller werdenden Geschäft mit Bildern. Jeder Konflikt der »Ich suche Dokumente, nicht Meinungen. Deshalb fotografiere ich Opfer wie Täter mit demselben Respekt, auch wenn es manchmal schwer fällt …« Welt wird heute von Fotografenschwärmen abgegrast, die Bilder sind Sekunden später über Agenturen auf der ganzen Welt verfügbar, es sind Schnappschüsse, in der Eile nicht durchdacht und oftmals ohne Entsprechung zum wirklichen politischen Geschehen. Das Handwerk von Fotografen wie Pina hat es da schwer, auch und vor allem ökonomisch. Nein, heute leistet es sich kaum noch ein Magazin einen Fotografen sechs, acht Wochen oder Monate in einem Thema zu lassen, sagt er. Der recherchierende Doku- mentarfotograf ist eigentlich als Beruf verschwunden. Das ist, wie gesagt eigentlich absurd, denn der Bedarf nach eben bedachten Bildern die den Moment des Entstehens überleben können und nicht vom nächsten Tag und der nächsten Katastrophe verdrängt werden, ist größer denn je. Es ist aber auch das Mißtrauen einer mittlerweile Bilderindustrie, dass Fotos selbst wieder eine Nachricht, eine Geschichte und eine Aufmerksamkeit erzeugen können, auch wenn das Fotografierte nicht ganz oben im Kurs der hysterischen Nachrichtenbörse steht. FREELENSMAGAZIN32 freelens magazine 2012 33 mare 04/05.2013 C M Y K 5 95 BOOKS .... 28, 2014 IN YOU R WO RDS Afghan exit and the drone war than done nothing other The drone war has t us. It populations agains galvanize whole rtions. of gigantic propo is a strategic failure t people in agains e A-Mol Playing Whacto work. Those mud huts is not going rs get ed. The foot soldie leaders get replac into Bombing people replaced even faster. work not work. It did not submission does in is not going to work in Vietnam, and it it not seem like a Pakistan. And does of e l way to dispos cowardly and clinica ? Would laced with racism people? Is it not this in Europe? the U.S. be doing TAKENI TEZ, THAIL Illuminating hidd ECHOE S OF DEATH In 1975, six South y American militar Ardictatorships — , gentina, Bolivia Brazil, Chile, UruParaguay and a guay — created secret plan to eliminate leftist opponents. By the time the program, knowns as Opera tion Condor, ended AND en horrors in the 1980s, as many as 60,000 people may have e been killed. Despit a dearth of public records and a relucors tance by surviv to revisit the trauma, the Portuguese photographer João Pina has spent a decade documenting the period. FRANK 95, U.K. and we can’t rain death So the risk is that families in destruction on civilian re? I’m all for it, the Afghanistan anymo . better the r soone ICH, CON N . h president’s break up The Frenc is say that private life The French may ent it’s their own presid private, but when l, then in junior high schoo acting like a boy rds of standa the question I have to call into French society. DAN , PARIS as r with his liaisons If the man is happie be it. ing a first lady, so opposed to choos g he chooses a lifelon . . . Whether or not ity bearing on his capac companion has no PHOTOGR APHS Above, a cluster of cells that once housed female political prisoners Uruin Montevideo, guay; top left, shoe soles from a mass CRIME S to lead. POESCR OW, DEL AWARE and rs are talking about See what reade m comments at inyt.co leave your own IN OUR PAG ES 1889 The General Wins ent of the capdissesuburban arron ital and both of the a General Boulanger ments have given ities in votes. His major majority of their as of the Radicals are the strongholds rvative, than in the Conse large, or larger, ers. fashionable Quart aristocratic and es’ own arrondisseEven in M. Jacqu leads his opponent ment, M. Boulanger has voted for him by 1,771 votes. Paris mity as did the with the same unani the peasant farmand Nord miners of the for It is a crushing blow ers of the Aisne. t. the Governmen for and et M. Floqu Arrondissem PARIS Every 1964 Congo Missi onaries Terrorized heliUnited Nations 27] stepped up an copters today [Jan. ns besieged by maevacuation of missio in Kwilu Province. rauding terrorists her group said nary One American missio because ‘‘the Lord escaped death only us.’’ She was Mrs. kept his hand over eville, Pa., Colleg of ger Geraldine Sprun and seven Americans who was one of flew into Leopoldtwo Canadians who he nd Charles, 31, said ville. Her husba terthan 30 hours by was held for more light ogated at a moon rorists and interr than 700 of them. meeting of more from 1887 to news of e Find a retrospectiv e ational Herald Tribun 2013 in The Intern ogs.nytimes.com at iht-retrospective.bl LEOPO LDVIL LE S GHOST LY SPACE The torture room of Olimpo, above, once a clandestine detention and torture center where the Argentine federal police and miliintary personnel terrogated and killed leftist militants in Buenos Aires during the rmilitary dictato ship from 1975 to 1983. Right, the in Atacama Desert aChile, the destin tion for Augusto Pinochet’s ‘‘Cara van of Death,’’ which deposited victims in unmarked mass graves, many of been which have not located. Mr. Pina, g has a book comin out this year, and will be exhibiting phoabout 100 of his tographs in a multimedia show at the in Paço das Artes , in São Paulo, Brazil September. Argrave studied by gentine forensics left, experts; above the ex-members of y Argentine militar on trial for crimes against humanity. about his crime s. How France views life in a couple in to the a should not give President Obam in some military forces temptation to keep all allegedly withdrawing Afghanistan while forces presence of foreign The . troops U.S. ty suspicion and hostili will continue to feed four rproductive. Thirtyand will be counte enough. in Afghanistan is years of warfare that part of the world Let the people in own their take care of breathe a little and affairs. EMK AY, GREENW A former henc hman comes clean newsweek 08.08.2011 BY JOÃO PINA (the French word ‘‘concubinage’’ English ‘‘cohabiting it lot sexier than the imate choice, but union’’) is a ‘‘legit es.’’ 50 | JOAO PINA | TUES DAY, JANUARY page t wo 2 The Disappea rer “I was taught that communist s were the boogeyman, and that we had to destroy them,” he said in a brief pho ne interview. “It was kill or BY MAC be killed.” MARGOL IS For Guerra’s dev otion and tale nt with a gun, he quickly climbed to pre MEMÓRIAS DE uma stige, using his cover as a sala Guerra Suja ried (Memories of intelligence offi noc het. Ten times a Dirty War) moonlight as cer to that many fell is not the Arg sort of book you a crack execution to juntas in entina in the ’70s curl up in bed er. The cast he describes . In Brazil the with. “My disa method was alw is straight from dead and Th ppeared under ays the same. film noir. ere were coc the military num Two bullets straight to the ain e-sniffing cop few hundred. bered a sho victim’s chest,” s and a And yet, thanks oting attaché explains am Cláudio Guerra, case. Arms wer to a blanket nesty in 1979, recalling his e supplied by a shadowy which essentia days as a henchman for Cuban-Americ doned crimes lly par- to the Brazilian mil an spook, said wo com rk mit for itar ted the CIA. Murde torship. Chilly y dicta- tors under the dict and confession rs were plotted (including Gue a- in a bath al, rra’s), much house–cum–str it’s also hard to of what a mil ip club owned put down. “Mo itary charity and by st of the time, I run by a reactio never even kne nary w Portuguese rest the reason for aurateur with a Celestine even the vict the mission, nor porn-starlet wif im’s name.” e. Bohlen One of Guerr Guerra’s stor y, released last a’s missions wa weekOPE s to by dis Topbooks, is roll pose of eviden EUR LET TER FROM ed out ce, throwing vic in 200 pages tims’ bodies Closer,of spare Portuoff not be as juicy as of cliffs or inc PARIS It may guese, withbroke another 83 pag inerating the magazine that the weekly gossip es ois Holreof Franç ent ma foo Presid ins in the furnac tnotes, s Julie the story about told to vetera e of a symwith the actresas n lande’s love affair pathetic sugar journalists Ma rce Gayet. baron. Guerra mini-series at the on lo Netto and And unlike the says he never Rog month ériot thisMe repor dei tortured and a ros. With Élysée Palace, the was state ed its ll marri once aborted jum py stor France’s overa nd summ ylinary a plot to blow a year-e e and cumber snapshot in time, up h couples who a plane with Frenc som ann of the number of eand ota who tions, which cov a leftist aboard those age er opted for marri known as but also scores neacivil rlyunion two dec chose the looser of children. But ade with year s last of crimes 2012, the the PACS. In wh and eren partn con of it kinds spir cam acie e to eliminating in the 1970s statistics for both three marri agessfor radicals or eve andwas ships, the ratio ’80 s, two thePACS every tale is sometim n democrats, he es 30 and 160,200 was unsentime hard (245,9 to follow. y). In ‘‘The French ntal. Coauthor But the jolting respectivel number of Net the more or revelat2013, to calculates tha ions told in 0una t marriages — 300,00 t by a dor less accep ned “conservative pro in 2000 — dropped to hel the various se (“I ped esti thr ma te” Guer231,000: the figure ow bodies ra killed, or forms ofoff the cliff have would... ”)been ordered killed, make this boo private life.’’ k lower without the more than a a hauntin margly -sexpel hundred peo com same 7,000 ling read. ple. a much-conSo under Fro ered wh m y regist the con riages 198 fess to such bar last May. 5 Oscar-winlaw that took effect testednin barities? “Contr agency Insee g Arg ticaline The French statisent ition,” sugges fi PACS h the number oflm The Offits Netto. “I believe ciatolpublis The carnage has yet Sto ns clear: ry, remai und abo trend er Brazil’s milit ut thehe sincerely in 2013, but the ary dictatorship es (except same children coupl h wan of Frenc the r ts to come clea Fewe disa is starting to ed every ppe g marri ared, gettin come to light to Chile’s new n.” Jailed sex couples) are . the president himfor six years for Memory hap Museu includ m,esLat year. That Trierpened in Brazil Amieeric running guns, to Valér ed in ans have been who isn’t marri self, has never com Guerra says he exo busy and this woman in the currcizinged the e to light, hin weiller, the scorn found God bedem ed to ons of is wh t marri ere wasn’ d bar and Mem the s and today is affair, ir darkest ories comes into rent hou rs. But me partner , his longti a preacher in In the long mo play. Assem riesen.of a Dirty Ségolène Royal Me arc of his vio the bly of God, a r of his four childr War adds Gue mothe to the the and ing, gen lent career, Pentecostal sec rekeeps witinsist rra went from h wh at had the courag As Mr. Hollande t. “If I soldier to police choices that don’t may be the most can e to do what I are perso conenal these did fess tor to elite me extent, insp ion some ecTo did, I have to al else. yet be from anyon mber of Brazil’s courageous eno concern inside French voters paid the 2012, ugh In “int kill true: ellig to ing that’s admit to them,” ence he say malist chicandi Socia ne. community,” s. attention to the little didn’t a euphemism Bra zil’s milstatus itar,yanddic for date’s unmarried d into move the band of mil tato And yet, for rship Ms. Trierweiller when (196 itary and civilian blink4–1 all the candor 981 president’s ) was e as the one of Guerra’s of his lonoperatives task tale, there is littl the Élysée Palac president and the The ges .’’ ed t anion e stre rem with ridding ‘‘comp tches orse in the tell PACS. for ahor optaut evenof the country no longer am ing. “I itarian first lady didn’t rule of leftist rad weighed dow Mr. Hollande anineven theafter But hem icals he rev had put n by the past,” isph that he ere. and guerrillas. It ed on Saturday els in Memories Ms. Tri-also hasnounc Som with p gon onshi e e of dow . “Today, I am Guerra’s free n inofhist an end to his relati ential ory fell a presid tota boo ow .” lly status Wh ks, dirt the eth y ller, fairly warriors killed er the loved one erwei oranion notremai subject of con, as one ned a the for tims sha s of his vicprofit, pocket leas r how re that sentim ation. No matte t horrific,comp ing “donation ble fascin sidera stop tiptoed ent is another ping media tream sho s” but he ma rt stic from business ofdi- the stor much the mains y, y dome soo wholes nde’s executives anx n find out. Th Holla ale d Mr. car aroun nage tha e’s strict is week, PresFranc - ident Dilma ious to halt the t was ever mindful of the h Frenc Latinlemm Rousseff is sch red tide. Others nora,m. it is clear that the laws, Som privacy eduled to ine 3,000ypeo (even as MEMÓRIAS DE murdered and stall a long-a ple ing the affair closel follow UMA were are busiwa ma their of ited killed und imed for the it’s none Truth Commis erser GUERRA SUJ the 17-year they tell pollst sadistic pleasu that will be pro sion A rule ofness.) re of it. Guerra, rbing crimes and Chile’s Gen Hollande’s unma By Cláudio Gue a rights vio rra. humanloyal functio So what does Mr.. Aug usto Piing lations commit to do with this linger nary, claims $22; Topbooks. ried state have ted during the he military according to Franmu rde red fascination? A lot, sor yea for flag and cou rs. One of the sociology profes açois de Singly, a ntry. will be star witnesses n piece in the newsp Cláudio Guerra. who in an opinio that living in per Le Monde wrote is a K TIME S AL NEW YOR INTE RNATION NEWSWE EK quenc Folio Mag Pg has conse on of marriage, institutional functi ic’’ face on a VolOne MO a ‘‘publ to put argued, isov a50 i 40 e ‘‘pubprovid , ow can21 ct uhe 97130 privat 0e life, one that adulthe turbulence of had lic’’ refuge from h presidents have tery. Other Frenc more than one — mistresses — some publicized but well (not but their affairs en their wives’ role threat didn’t n) know lady. as France’s first binage, which has In contrast, concu its only legitimacy by no status, draws affection shared is from the love and that’s gone, there When e. coupl the is why Ms. Triernothing left, which so precarious. If weiler’s status was ess, mistr nde’s is Mr. Holla e- Ms. Gayet TrierMs. servic to make tests that al then what did , the d in istering psychologic to Mr. de Singly War II, he settle weiler? According te a psymen. After World l ‘‘doesn’t tolera he received his live-in-lover mode New York, where ng. er mistress.’’ choanalytic traini e ‘‘The Anatomy of y. Reality is anoth That’s the theor or stay n His books includ split huma and the of stray, a history matter; couples Loving’’ (1987), rnity, to their union. of mode to dless ity regar together, es in struggle, from antiqu the Shadow of number of divorc 0, the ‘‘In 2004, love; Since and understand ted around 130,00 ice of Children France has oscilla of marriages deons’’ Moloch: The Sacrif er Western Religi even as the numb only 49,000 civil , Its Impact on st, al volumes he edited creases. In contra (1992); and sever Holoved in 2012, of which erations of the unions were dissol on to among them ‘‘Gen Milton E. Jucovy) percent moved 40 y, with stingl intere and caust’’ (1982, of marriage. ding Dissidence the stronger bonds not that French and ‘‘Understan History of Psychoit’s the In other words, fact, Controversy in ant to commit. In ). couples are reluct to an enanalysis’’ (2004 ared Distin the comp is s often honor the PACS ‘‘is Giraud, a Among his many Educator noted Christophe Psychoanalytic a- gagement,’’ guished sociologist. International Feder based the Parisfrom Mr. d Awar issue raised by ytic Education. In his view, the tion for Psychoanal ‘‘Crimes and Misis not which ANN, MD of de’s domestic mess his betraySEBASTIA N ZIMMERM On the strength ed by Hollan of and perhaps inspir ysis vow he broke, but the fact so much the tor, he became demeanors’’ — author and educa r of psychoanal t is shocking is not A psychoanalyst, Misdemeanors.’’ ion as the cleansing powe ng machines at- al. ‘‘Wha ann in his office. non-PACS situat film ‘‘Crimes and e, Martin S. Bergm Allen washi arriag of r Woody non-m in the 1989 — a make a teleHollande seems known for his role Mr. Bergmann in son the double life François tempted to cast g,’’ Mr. Giraud wrote r’s de. He declined, his lor’s and maste to have been leadin or less vision commercial He earned bache . ‘‘The French more e life, the University of in in an email said. of privat in the field from ended forms that grees s age variou born didn’t answer.’’ ley. After an early marri married Maria accept the Bergmann was the cheating, , California, Berketime, Mr. Bergmann’s ann Martin Shlomo are shocked by 15, 1913. His father nship.’’ divorce, Mr. Bergm his wife, a psycho- but they During this es in Prague on Feb. philosopher and an chose not to relies within the relatio he the Besid and and 1947. ed, in Mr. Vari divorc in Pal- parents Hugo, was a noted son, a filmmaker, Already interested family moved to analyst, and his turn to Palestine. Freud [email protected] ors include a grand early Zionist; the was 6. began reading EMAIL: paget n Bergmann’s surviv psychology, he States estine when Marti in the United in the 1930s, Mr. son. while serving adminAs a young man by his kibbutz to duties included sent Army, where his . Bergmann was States d Unite | NEPAL the in |MILAN ||MILAN MILAN MILAN | ||MILAN MILAN | |MANILA MANILA | |MANILA MANILA | |MALTA 10 MALTA | |MALTA study agriculture MALTA MALTA | |MADRID MADRID MADRID +33m1 41 43 92 N N|N|MADRID ON mes.co | Fax likely actor ychoanalyst and un ps 0, 10 n, an gm er Martin S. B Allen was aware, Mr. As the student -haired, a tweedy, white was looking for yst to ng psychoanal nEuropean-soundi Louis Levy, a huma portray Professor a dark . In the movie, istic philosopher age and its discon at comedy about marri plays a filmmaker tents, Mr. Allen y about Levy, entar docum a work on in film clips. only seen is uced who fit the bill. Introd Mr. Bergmann hing answered his searc rs O B I T U A RY to Mr. Allen, he al matte about philosophic attan. questions and death. Twenty minutes his home in Manh relike love, life Wednesday at elphia Inquirer Philad The as later, . told him, He was 100. 1989, Mr. Allen confirmed the death an ported in His son, Michael, Bergmann was film ‘‘You’ ll do.’’ At his death, Mr. sor of psychology dialogue in the profes Much of Levy’s oBergmann adjunct clinical Mr. psych in by d am l progr was extemporize ophical lines. in the postdoctora otherapy at New along similar philos does not seem to analysis and psych taught where he had ‘‘Human happiness the design of creYork University, had been scheduled ed in ; he ‘‘It have been includ Mifor many years ann, as Levy, says. ar there next week, that ation,’’ Mr. Bergm to teach a semin our capacity to love, unisaid. is only we, with chael Bergmann also maintained a to the indifferent give meaning Mr. Bergmann practice, alytic oanal .’’ l psych verse private he had whose professiona nce to his age, tly Mr. Bergmann, though, in defere week. put his finger instanany about 30 hours a training let him t — scaled it back to question in almos n for his erudition on the operative on A Freudian know if Mr. Allen why, books er rly wond schola r of situation, did simply relihe was the autho opher, he did not ysis, history and in wanted a philos love, psychoanal d . Bergmann lande Mr. cast a philosopher ly gion — Mr. that question,’’ meanors’’ entire ‘‘I asked him ‘‘He ‘‘Crimes and Misdea student of his who Newsday in 1989. gh Bergmann told or. by chance, throu direct g castin the happened to know BY MARGALIT FOX yst, ann, a psychoanal Martin S. Bergm tor who became for author and educa general audience a as known to a wide much-praised role film his unplanned, 1989 s Allen’ y Wood philosopher in ors’’ died on mean Misde and ‘‘Crimes LONDO m; LONDO LOND s@nyti E E| E|LONDO mes.co |LAHOR LAHOR inytsub 9456; s@nyti 3529; R R|R|LAHOR E-mail 4 428 7061 inytsub LUMPU LUMPU LUMPU 93 61; +971 |KUALA (020) E-mail 43 KUALA mm | |KUALA 41Fax +44 61; 931m; imes.co mes.co HIHIHI Fax: |KARAC 33) 43 KARAC m; imes.co 41(+ s@nyti bs@nyt 1es A A| A|KARAC mes.co ai@nyt |JAKART +33 inytsub INYTsu JAKART | |JAKART escountri s@nyti inytdub 66 51 11 30. Other E-mail countri ULULUL e); Email |ISTANB ISTANB | |ISTANB Otherinytsub 9457; (toll-fre E-mail BAD .net; Fax: 33 4 27 e) e); BAD BAD 4 428 78 92 12 |ISLAMA 48(toll-fre cobono ISLAMA 27 (toll-fre | |ISLAMA +971 44 78 s: 1 41 43 48965 800 KONG 895 KONG +33int@ric 44 00 KONG |HONG midi-pr HONG 800Inquirie 0800 ising 00; Fax 55; Europe s: 00 00 9582 93 ation: 8591 Advert 51 GUES|S|HONG 43 RGUE GUES 66s. 41 s: Europe and Inform 14020 GALLAR Emirate 33 Fax: GALLA iption Inquirie Tel:+33 s: Arab FURT| |GALLAR 9454; ux. FURT SubscrInquirie United Inquirie 8591 FRANK N • iption Montue ising 020 Le • Subscr | DUBA Tel:Dubai, ues DUBAI I| |FRANK Advert •11243, 0AG; U.S. | NYANGO alia.it Gallarg Box 10 92IG11 | |TOKYO sprintit P.O. U.S. | | YANGO -30660 43 | DHAKA | DOHA 41 Barking LLC Piot, n@new | 1 AVIV TOKYO ing M Way, | allée +33 TEL oductio 18, | uve. Fax AVIV Publish BELGIU Alfred's & m; romepr TEL Actif, Courne La ch, Y | |TAIPEI Pôle mes.co Printing | TAIPEI E-mail Approa ri ZA du 93120 s@nyti ,7935; Galada Eastern | SYDNE | BANGKOK | BEIRUT Print, by ORE | YSYDNE inytsub B1 Raspail 077435 Midi | ORE | :rue Unit SINGAP E-mail Printed 0039 •30, Ltd. 61; Printer Tel.: uk 10 SINGAP •93 92Print, 43 1312 ROMA. ebprint OUL| |SEOUL in ATHENS BALI ffset new york times 28.01.2014 A sombra da Operação Condor P2 • Sábado 2 Julho Causas LB.qxd 6/28/11 9:31 PM Page 14 10 • P2 AS CAUS AL ine.c DA RE VItaria om.pt do@noticiasmagaz secre ndor Na Sombra do Co H azine 03.J UL.2 011 público · p2 02.07.2011 a Fotojornalist ou João Pina junt a uma pequen ra “multidão” pa u financiar o se e trabalho sobr a et operação secr na América do Sul JOÃO PINA á seis anos, João Pina, fotojornalista u português, começo jecto a a trabalhar num pro bra do que chamou «A Som tos da Condor» sobre os efei érina Am dor Con o raçã Ope seitar mil ca Latina – plano oponencreto para eliminar ltou resu tes políticos – que os sesna morte de pelo men Pina João senta mil pessoas. mea um r cria tenta agora período mória visual deste com ão regi da história da mais de trinta anos. inado Embora tenha term itos há muito tempo, mu mas dos parentes das víti contidor Con o raçã da Ope er o que nuam a desconhec es ent s seu aos aconteceu dos queridos e a maioria mors essa por is responsáve tos nuntes e desaparecimen er peca chegou a respond rante a justiça. da nto O interesse no assu políticos repressão e presos mida «vem da experiência dos meus nha família – dois prina s avós passaram ano razões são em Portugal por Pios Em colaboração com João arquivos e políticas», explica brasileiras abram os LiTeu apoiantes da Por o livr 4, quando a ditaaconteceu ao ter196 na. No seu era que Em o s. esp em ano s.is liqu pha exp licado www.em sil começou, vítimas dos do vre Pensamento, pub as dura militar no Bra seu filho e a outras ar a primeira parte ou s filhos foram no país. Pa- min a seu reem 2007, document dur dos por dita sa os de pas s vári que ano 29 projecto, m como s», assi tico e s, polí séri s ória a tivo hist um s há mo sua presos por ao Brasil para assim ra além de Elzita, heiros o fotojor- gressar o processo que a. Em 1974, um que Pin s o as dos seus compan soa Joã ta pes con ras de out que o completar tornou-se fotografar a de prisão, experiência ras uir em dos filhos de Elzita nalista gostaria de out começou, e então seg arecido» nir o que incentivou a estudar alho no primeiro «desap fim de «ajudar a defi ante . frente e acabar o trab Esta ão, ndo ent mu de pelo Des as ditadur do Brasil. es. Brasil dur no tico país o ceu polí cinc nte ros aco out do bra nos s desta rço esfo os O projecto «A Som a fa. os par ca» vári da são aquela épo três plataforma, cria Condor» consiste em e o grafos a que as autoridades par fotó re mãe ent te pon ang zer a , fases: a primeira abr lico Argentidocumentais e o púb Brasil, a segunda a jectos le, e a permite que os pro grana, a Bolívia e o Chi te e o Parapossam ir para a fren que terceira o Uruguai DOR uenas doações ou váA OPERAÇÃO CON os regi- ças a peq guai. João Pina já viaj para ente, recom-militar entre vári orm tico teri polí pos nça sil são, alia Bra dor foi uma e, Argentina, Parias vezes para o rmações A Operação Con Bolívia, Brasil, Chil e lugares pensadas. Mais info América do Sul – ar a repressão a fotografar pessoas mes militares da w.emphas.is/web ctivo de coorden órias vie Sul. em: ww – criada com o obje Con i do gua es que considera mem sado Uru e jects?pro país ai rpro seis ragu pas /guest/discove praticadas nestes de redemocravas da repressão do res das ditaduras 311. durou até à onda «no Nor- oposito dos anos setenta, tares da jectID= io mili iníc do país. Em Recife, por no a tada rad Mon o, lide exemseguinte. A operaçã abutre típico ALVES deste do Brasil, por tização na década o nome de Condor, TEXTO DANIELA grafei foi baptizada com ga. plo, entrevistei e foto de América Latina, riamente necrófa orita mai mãe é z, ção Cru Elzita Santa es cuja alimenta And dos 97 dez filhos, agora com 14 Notícias Mag o 2011 • Sábado 2 Julh 2011 • 11 precisava de a João Pina r ao para regressa de 6750 dólares ar o trabalho Brasil e continu há seis o que iniciou fotojornalism dor Operação Con anos sobre a u do Sul. Recorre na América ding de crowdfun à plataforma através do a Emphas.is, e, de uma pequen es, iant financiamento wd) de 76 apo res “multidão” (cro 5 alhar 683 dóla até ado conseguiu ame mul es (valor acu em dois mes o ontem). lica tema, exp A escolha do amente a, está intim fotojornalist em resse pessoal ligada ao inte da repressão a foram explorar o tem avós os seus política, de que a ditadura em rica vítimas durante ta feita, na Amé Portugal. Des ntina, Latina. ve já na Arge João Pina este nvolver Brasil a dese no Chile e no dor, Sombra de Con plo, o projecto A exem por ui, a, incl acio que, até agor funeral de Hor fotografias do e da organização tant o Bau, um mili rrad ente e “morto Montoneros o 30 anos e identificad em sem nome” sala de tortura depois, de uma ainda um retrato de s ou Cuba. Buenos Aire o, exilada em Maria Santuch sobreviventes Os relatos dos etidas idades” com com e as “barbar se “juntaram, as por países que , para liquidar o aval dos EUA ctos que aspe os m oposições” fora ram o fotógrafo. iona mais impress está não a O projecto aind hum dos países nen concluído. “Em alho estivesse senti que o trab lica o fotojornalista, exp terminado”, m ainda “20 para quem falta alho”, que, depois trab semanas de il, se fase no Bras desta primeira ntina, Bolívia e Arge estenderá à , e, na fase segunda fase Chile numa guai. Para e i gua Brasil, final, ao Uru o regresso ao Para financiar ao crowdfunding rreu João Pina reco que há ma altura em porque, “nu na imprensa, eiro dinh tão pouco alho il produzir trab mas , é muito difíc ideia é simples de fundo”. A ligação directa , inovadora: uma a e o público alist jorn foto entre o apresenta o eiro prim o tante de em que belece o mon para o projecto e esta de que precisa financiamento ndos contribuem segu de realizar; e os vão, no caso que ções res, e com doa aos três mil dóla ito a Pina, dos dez dire a escalão, dão ser uma que, em cad e nsa, que pod mpe reco uma imento, stal de agradec fotografia-po um trabalho, ou um livro do ado. o workshop priv ter ultrapassad O facto de já nciado nanceiro anu fase o objectivo fi ntar a segunda ainda “permite adia Até terça-feira, em o”. ject pro do es r contribuiçõ é possível faze Rita Himmel s. www.emphis.i diário de notícias · notícias magazine 03.07.2011 2 , Mar 19, 201 new yorker 19.03.2012 The New Yorker, Mar 19, 2012 3/14/12 12:21 The New Yorker, Mar AM 19, 2012 3/14/12 12:21 AM Yorker, Mar 19, 2012 The New The New 3/14/12 Yorker,12:21 Mar 19, AM2012 3/14/12 The 12:21 AMYorker, Mar 19, 2012 New TheAM New Yorker, Mar 19, 2012 3/14/12 12:21 The New 3/14/12 Yorker,12:21 Mar 19, AM2012 m/glo .newyorker.co http://archives er.com rchives.newyork http://images.a emoteprefix= Conde%2…e&r th=/djvu/ bal/print.asp?pa p://im oteprefix=htt de%2…e&rem th=/djvu/Con bal/print.asp?pa rker.com/glo of 12 e 1wyo ves.ne 8 /archiPag http:/ &pagecount=9 The New Yorker, Mar 19, 2012 3/14/12 12:21 AM 3/14/12 12:21 The New Yorker, Mar AM 19, 2012 t=98 om&pagecoun ewyorker.c ages.archives.n Page 2 of 12 The New 3/14/12 Yorker, 12:21 Mar 19, AM 2012 3/14/12 12:21 AM User: Gfreitas 2 User: Gfreitas Time: 08-03-2012 19:46 Product: OGloboProsaeVerso PubDate: 04-08-2012 Zone: Nacional Edition: 1 Time: 08-03-2012 20:00 Product: OGloboProsaeVerso PubDate: 04-08-2012 Zone: Nacional Edition: 1 l O GLOBO Page: PAGINA_B Color: C K Y M l Prosa l Sábado 4.8.2012 Page: PAGINA_A Color: C K Y M OGLOBO User: Gfreitas Time: 08-03-2012 VERSO A ESPANHA CONTINUARÁ UNIDA? SÁBADO 4.8.2012 oglobo.com.br 2 20:00 Product: OGloboProsaeVerso PubDate: 04-08-2012 Zone: Nacional Edition: 1 l O GLOBO Page: PAGINA_B Color: C K Y M l Prosa l PÁG. 8 OBRA INÉDITA REGISTRA AS MEMÓRIAS DE UMA ERA DE CONFLITOS JOÃO PINA/ DIREITOS RESERVADOS Passado presente Fotógrafo português João Pina percorre o Brasil e mais cinco países para finalizar livro sobre a Operação Condor e a relação da América Latina com a herança dos regimes militares GUILHERME FREITAS [email protected] N os últimos anos, o fotógrafo português João Pina cobriu a Guerra do Afeganistão, a Primavera Árabe, os confrontos na Líbia e os abusos de traficantes e policiais nas favelas do Rio de Janeiro, entre outros conflitos, para veículos como as revistas “The New Yorker” e “Time” e os jornais “The New York Times” e “El País”. Mais do que os fatos que elas registram, o grande tema dessas fotos, se tomadas em conjunto, é a violência do presente. Ela é mostrada ora de forma explícita, como na imagem de um manifestante ferido desafiando um tanque do Exército egípcio, ora apenas sugerida, como no retrato quase cômico de um homem varrendo uma rua na Tunísia em meio à turbulência que levou à queda do presidente Ben Ali, em 2011. Nos intervalos entre essas incursões a alguns dos principais conflitos de nosso tempo, Pina, de 32 anos, trabalha em um projeto sobre a violência do passado. Desde 2005, ele reúne material para um livro ainda inédito sobre a Operação Condor, a colaboração entre regimes militares da América do Sul nos anos 1970. Intitulado “A sombra do Condor”, o projeto vem sendo financiado por doadores de todo o mundo, por meio do site de crowdfunding <www.emphas.is>. Pina já esteve várias vezes no Brasil, na Argentina, no Chile e no Uruguai. Agora, está captando financiamento para a última fase da pesquisa, no Paraguai e na Bolívia, e precisa levantar US$ 7.590 até 13 de agosto (mais da metade do valor já foi obtido). Na semana passada, recebeu apoio da Anistia Internacional, que lançou uma campanha publicitária pedindo doações para o projeto. As imagens feitas nos últimos sete anos — algumas delas estão no site <www.joao-pina.com> — mostram o método desenvolvido pelo fotógrafo Gfreitas 08-03-2012 para abordar a violênciaUser: de um períodoTime: que continua a ecoar no presente. Pina retratou e entrevistou sobreviventes da luta armada, parentes de vítimas das ditaduras e militares que participaram da repressão. Acompanhou prisões e julgamentos. E fotografou antigos centros Sábado 4.8.2012de detenção, mostrando que mesmo espaços que hoje têm outras funções conservam vestígios de atrocidades: o piso quadriculado de uma casa no centro de Santiago do Chile ficou gravado na memória de quem lá foi torturado; as paredes de uma delegacia civil em São Paulo ainda exibem os nomes rabiscados por prisioneiros políticos. — Meu objetivo é criar uma memória visual daquele período. Quero captar como esses eventos são representativos ainda hoje, por isso procurei sobreviventes e parentes das vítimas. E acredito que as imagens dos antigos centros de tortura transmitem o vazio e a estranheza atual desses lugares, que a maioria das pessoas hoje nem sabe que estiveram associados às ditaduras — diz Pina em entrevista ao GLOBO, por telefone, de Lisboa. 19:46 Product: OGloboProsaeVerso PRIMEIRO LIVRO RETRATOU PRESOS POLÍTICOS DE PORTUGAL Pina começou a desenvolver esses métodos em seu livro anterior, “Por teu livre pensamento”, criado em parceria com o escritor Rui Daniel Galiza e publicado em Portugal em 2007. A obra reunia retratos e histórias de 25 ex-prisioneiros políticos do Estado Novo português, instaurado por Salazar em 1933 e encerrado com a Revolução dos Cravos em 1974. Dois dos personagens do livro são seus avós, que foram militantes do Partido Comunista Português: Albertina Diogo, que passou 6 anos presa, e Guilherme da Costa Carvalho, detido por 19 anos e falecido em 1973. — Convivi desde a infância com histórias de prisões políticas e torturas. Mas foi durante a pes- PubDate: quisa para esse livro que percebi que essas histórias tinham um significado profundo não só para as vítimas, seus parentes e amigos, mas para todo mundo. Por isso quis continuar a investigar o tema na América Latina — diz Pina. Ele começou o projeto “A sombra do Condor”, em 2005, pelo Brasil. Esteve em Recife, no Rio e em São Paulo, onde entrevistou ex-presos políticos e fotografou a antiga sede do DOI-Codi em São Paulo, que hoje abriga a 36ª DP, na Rua Tutóia, na Vila Mariana. Lá, surpreendeu-se com o fato de só dois funcionários saberem onde ficavam as antigas salas de tortura. — A maioria mal sabia o que tinha acontecido ali durante a ditadura. Mas muitos diziam ouvir vozes ou ver vultos, e essas lendas urbanas são também uma dimensão da memória. “NO BRASIL, MILITARES SE SENTEM À VONTADE” Pina foi também ao Pará e a Tocantins para entrevistar personagens da guerrilha do Araguaia, como Adalgisa Santa Cruz, lavradora que teve o marido torturado e as filhas sequestradas e abusadas por militares; Lauro Santos, morador da região que perdeu parte do braço ao pegar uma granada por acidente; o ex-guerrilheiro Josias Gonçalves; e o coronel Sebastião Curió, que comandou operações na área entre 1972 e 1974. Em março de 2012, Curió se tornou o primeiro militar brasileiro a ser 04-08-2012 Zone: pelo Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_C denunciado Ministério Público Federal por envolvimento no caso Araguaia, sob acusação do sequestro de cinco pessoas. A denúncia não foi aceita em primeira instância, mas o MPF recorreu. Na época, a ONU divulgou nota apoiando a ação como “umProsa primeiro passo crucial na luta contra a impunidade que rodeia o período do regime militar no Brasil”. — O Brasil é o único país da América Latina onde os militares se sentem à vontade para continuar a dizer que tinham razão — avalia Pina, que considera a Argentina o país mais avançado no tratamento dos crimes da ditadura. — Na Argentina, ao contrário do Brasil, o tema está muito presente na agenda nacional há anos, com julgamentos, buscas por corpos e um debate público amplo sobre os casos. Isso ajuda a tornar inadmissível que se defenda a ditadura em público. Pina viveu em Buenos Aires de 2007 a 2010 e nesse período fez diversas viagens pela região. Na Argentina, fotografou julgamentos de militares acusados das mortes no campo de detenção de Campo de Mayo e o funeral do militante de esquerda Horacio Blau, que havia sido enterrado como indigente e teve os restos mortais encontrados em 2007. No Uruguai, visitou um antigo convento de Montevidéu transformado em prisão pela ditadura. No Chile, esteve em Santiago e percorreu o Atacama com familiares de vítimas do regime Pinochet que ainda buscam os corpos dos parentes em cemitérios anônimos no deserto. As viagens ao Paraguai e à Bolívia encerrarão a fase de pesquisas do projeto “A sombra do Condor”, diz Pina. Depois, começa a fase de edição do livro, que o fotógrafo pretende publicar em inglês, português e espanhol, com textos seus e de representantes de famílias das vítimas e ativistas de direitos humanos. l l Color: C K Y M l O GLOBO l 3 FOTOS DE JOÃO PINA/ DIREITOS RESERVADOS OBRA INÉDITA REGISTRA AS MEMÓRIAS DE UMA ERA DE CONFLITOS Traumas históricos. Crânio com perfuração de bala em laboratório forense argentino criado para investigar desaparecimentos da ditadura História em fragmentos Da esquerda para a direita: Cemitério de Xambioá, na região do Araguaia; funeral de militante de esquerda enterrado como indigente durante a ditadura na Argentina; parentes de vítimas em julgamento em Buenos Aires e militares argentinos escondendo o rosto no tribunal. Abaixo: Lauro Santos, que perdeu parte do braço com granada no Araguaia ,e os nomes de presos gravados na parede da antiga sede do DOI-Codi em São Paulo Marcas da ditadura O fotógrafo português João Pina viaja pela América do Sul para criar uma memória visual da Operação Condor, no momento em que a Comissão da Verdade reabre o debate sobre a participação do Brasil na repressão em países vizinhos BRASIL Ação ainda não foi esclarecida F ormada oficialmente em maio, a Comissão da Verdade brasileira tem entre suas atribuições investigar a extensão do envolvimento do país na rede de colaboração entre regimes militares da América do Sul, conhecida como Operação Condor. Uma das primeiras medidas da comissão foi estabelecer contatos com o National Security Archive, organização não governamental americana que trabalha pela divulgação de documentos secretos nos Estados Unidos. Em julho, um seminário reuniu em Brasília representantes de Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Estados Unidos, com o objetivo de coletar informações para as investigações. Historiadores e ativistas dos direitos humanos do Brasil e do exterior esperam que, com a nova Lei de Acesso à Informação, que também entrou em vigor em maio, a abertura dos arquivos brasileiros ajude a esclarecer esse episódio da História nacional. Pesquisador do National Security Archive, instituição ligada à Universidade George Washington, o americano Peter Kornbluh esteve no Brasil em maio para um encontro com os integrantes da Comissão da Verdade. Nos últimos anos, a organização colaborou com iniciativas semelhantes em outros países latino-americanos recém-saídos de ditaduras, como Chile, Guatemala e Peru. “HISTÓRIA DA AMÉRICA LATINA PODERÁ SER REESCRITA” Em entrevista ao GLOBO por telefone, de Washington, Kornbluh diz esperar que a Comissão da Verdade jogue luz sobre o papel do Brasil na Operação Condor, que o pesquisador considera um dos pontos cegos do episódio ainda hoje. Kornbluh diz que os documentos revelados até agora nos Estados Unidos sugerem que o Brasil relutava em se engajar nos aspectos mais extremos da Operação Condor, como o assassinato de opositores dos regimes no exterior, mas só a divulgação de documentos do governo brasileiro pode determinar a natureza da colaboração do país com as polícias secretas de Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai. — Os arquivos do Brasil têm muita informação sobre sua colaboração com os Estados Unidos e os outros países da Operação Condor. Mas o governo brasileiro vem escondendo essa história de seu próprio povo e do resto do mundo. Com a nova Lei de Acesso, o Brasil finalmente se uniu à comunidade de Estados modernos que entendem que o direito à informação é um pilar — A criação da Comissão da Verdade brasileide toda sociedade democrática. Acredito que, ra foi um grande passo para a luta contra a imquando o trabalho da Comissão da Verdade for punidade. Indefectivelmente, a “explosão da concluído, a História da América Latina poderá memória” colocará a Justiça brasileira no banco ser reescrita — diz o pesquisador. dos acusados — diz Almada. Kornbluh é autor do livro “The Pinochet file” (“O arquivo Pinochet”, publicado em 2004 nos “O PROBLEMA ESTÁ PRESENTE EM NOSSO COTIDIANO” EUA e ainda sem edição no Brasil), que usa do- Co-organizadora da série de três livros “Conscumentos e transcrições oficiais até então iné- trução social dos regimes autoritários” (Civiliditos para analisar a participação do governo de zação Brasileira), que tem um volume dedicado Richard Nixon, em especial de seu secretário de à América Latina, a historiadora Samantha Viz Estado Henry Kissinger, no golpe contra o presi- Quadrat lembra que comissões semelhantes em dente chileno Salvador Allende, em 1973. O países vizinhos tiveram papel importante na grau de envolvimento do Brasil nesse golpe e no transição democrática mesmo sem realizar julsuporte ao regime Pinochet é um dos pontos gamentos. Professora da Universidade Federal que Kornbluh espera ver elucidados pelo traba- Fluminense (UFF), ela aponta as manifestações lho da comissão, assim como o apoio brasileiro em frente a residências de supostos ex-torturadores como um sinal de pressão social alimenà ditadura de Alfredo Stroessner no Paraguai. A relação entre o regime militar brasileiro e o tada pelos debates em torno da comissão. — As comissões podem mobilizar uma sociegoverno de Stroessner é um tema central também para o advogado paraguaio Martín Alma- dade a demandar por justiça. Elas não são um da, que teve participação decisiva na descober- ponto final. A pressão social, junto com o papel ta de um conjunto de dezenas de milhares de da imprensa, divulgando o que há nos arquivos, podem levar a uma mudandocumentos sobre a Operaça no rumo da ação do goção Condor conhecido coverno — diz Samantha. mo “Arquivo do Terror”, enA historiadora prefere usar contrado há 20 anos, em AsCOMISSÃO DA a denominação “Plano Consunção. Preso em 1974 sob VERDADE dor”, por entender que a coacusação de “terrorismo inINVESTIGA laboração entre os regimes telectual”, por defender uma reunia uma série de operatese de doutorado na ArgenCOLABORAÇÃO ções dentro de uma mesma tina sobre reformas na eduDO PAÍS COM lógica e era anterior a 1975 cação paraguaia, Almada foi DITADURAS DA (data que se convencionou torturado, teve a mulher asREGIÃO usar para demarcar o início sassinada e foi libertado da operação). Entre os muiapenas três anos depois, tos aspectos desse plano, quando se exilou em Paris. acredita que ainda precisa Depois da queda de Stroessner, em 1989, e da promulgação de uma nova ser esclarecida a participação do Brasil no desaConstituição com leis de acesso à informação, parecimento de argentinos em território nacioem 1992, Almada conseguiu identificar os ar- nal e de brasileiros no exterior. Contudo, Samantha critica a ideia corrente de quivos do regime na periferia da capital paraguaia. Desde então, os documentos foram usa- que o Brasil está atrasado em relação aos países dos em inúmeros casos, como nos processos vizinhos no tratamento das violações de direitos contra Pinochet, o general argentino Jorge Rafa- humanos durante a ditadura. As diferenças hisel Videla e o ditador uruguaio Juan María Bor- tóricas entre os regimes implicam em processos daberry. Atualmente, o material faz parte do de transição necessariamente distintos e molCentro de Documentação e Arquivo para a De- dam a forma como cada sociedade lida com seu fesa dos Direitos Humanos, da Corte Suprema passado autoritário, diz. Cita como exemplo o Chile, onde, apesar de a Lei de Anistia imposta de Justiça do Paraguai, e é aberto ao público. Em entrevista ao GLOBO por e-mail, Almada por Pinochet continuar em vigor, a Justiça enconta que começou a investigar a colaboração controu brechas para punir crimes do regime, entre os regimes do Cone Sul para descobrir por atendendo a uma demanda da sociedade. Já no que havia sido torturado na prisão não só por Brasil, acredita, ainda há um “jogo de empurra” militares paraguaios, mas também argentinos, entre os três poderes. — Para que esse quadro mude, é preciso ir uruguaios, chilenos e brasileiros. Os documentos que descobriu ajudaram a atestar a prática além da pressão importantíssima e atuante de de treinamento de torturadores em Buenos Ai- familiares e atingidos pela repressão, dos pesres, Manaus e Washington, além de na Escola quisadores e das ONGs. É preciso mobilizar a das Américas, instituição de ensino militar sociedade. Não existe em tempos democráticos ou autoritários justificativas ou perdão para o mantida pelos Estados Unidos no Panamá. Um dos participantes do Seminário Internaci- uso da tortura. O problema é nosso, está presenonal Operação Condor, realizado em Brasília te em nosso cotidiano. Não está restrito ao pasem 5 e 6 de julho, Almada confia que, mesmo sado autoritário. l sem a prerrogativa de realizar julgamentos, a Comissão da Verdade vai estimular a ação da Guilherme Freitas Justiça contra os crimes da ditadura: [email protected] Livros Leia mais sobre a Operação Condor A construção social dos regimes autoritários: Brasil e América Latina Samantha Viz Quadrat e Denise Rollemberg (org.) Um dos três volumes da série, publicada em 2011 pela Civilização Brasileira, que discute como ditaduras de todo o mundo no século XX encontraram apoio entre a sociedade. The Pinochet file Peter Kornbluh Inédito no Brasil, o livro publicado em 2004 nos Estados Unidos pelo National Security Archive revelou diálogos entre Kissinger e Nixon sobre o golpe contra Allende Os anos do Condor: uma década de terrorismo internacional no Cone Sul John Dinges Publicado no Brasil em 2005 pela Companhia das Letras, o livro reúne as investigações do jornalista americano sobre a colaboração entre regimes militares do continente Passado presente Fotógrafo português João Pina percorre o Brasil e mais cinco países para finalizar livro sobre a Operação Condor e a relação da América Latina com a herança dos regimes militares GUILHERME FREITAS [email protected] N os últimos anos, o fotógrafo português João Pina cobriu a Guerra do Afeganistão, a Primavera Árabe, os confrontos na Líbia e os abusos de traficantes e policiais nas favelas do Rio de Janeiro, entre outros conflitos, para veículos como as revistas “The New Yorker” e “Time” e os jornais “The New York Times” e “El País”. Mais do que os fatos que elas registram, o grande tema dessas fotos, se tomadas em conjunto, é a violência do presente. Ela é mostrada ora de forma explícita, como na imagem de um manifestante ferido desafiando um tanque do Exército egípcio, ora apenas sugerida, como no retrato quase cômico de um homem varrendo uma rua na Tunísia em meio à turbulência que levou à queda do presidente Ben Ali, em 2011. Nos intervalos entre essas incursões a alguns dos principais conflitos de nosso tempo, Pina, de 32 anos, trabalha em um projeto sobre a violência do passado. Desde 2005, ele reúne material para um livro ainda inédito sobre a Operação Condor, a colaboração entre regimes militares da América do Sul nos anos 1970. Intitulado “A sombra do Condor”, o projeto vem sendo financiado por doadores de todo o mundo, por meio do site de crowdfunding <www.emphas.is>. Pina já esteve várias vezes no Brasil, na Argentina, no Chile e no o globo 04.08.2012 para abordar a violência de um período que continua a ecoar no presente. Pina retratou e entrevistou sobreviventes da luta armada, parentes de vítimas das ditaduras e militares que participaram da repressão. Acompanhou prisões e julgamentos. E fotografou antigos centros de detenção, mostrando que mesmo espaços que hoje têm outras funções conservam vestígios de atrocidades: o piso quadriculado de uma casa no centro de Santiago do Chile ficou gravado na memória de quem lá foi torturado; as paredes de uma delegacia civil em São Paulo ainda exibem os nomes rabiscados por prisioneiros políticos. — Meu objetivo é criar uma memória visual daquele período. Quero captar como esses eventos são representativos ainda hoje, por isso procurei sobreviventes e parentes das vítimas. E acredito que as imagens dos antigos centros de tortura transmitem o vazio e a estranheza atual desses lugares, que a maioria das pessoas hoje nem sabe que estiveram associados às ditaduras — diz Pina em entrevista ao GLOBO, por telefone, de Lisboa. PRIMEIRO LIVRO RETRATOU PRESOS POLÍTICOS DE PORTUGAL Pina começou a desenvolver esses métodos em seu livro anterior, “Por teu livre pensamento”, criado em parceria com o escritor Rui Daniel Galiza e publicado em Portugal em 2007. A obra reunia re- quisa par as tinham vítimas, mundo. ma na Am Ele com em 2005 em São P cos e fot São Paul na Vila M só dois fu tigas sala —Am ali duran vozes ou também “NO BRASIL Pina foi t vistar pe mo Adal rido tortu por mili que perd por acide o corone ções na á Curió se denunci envolvim sequestr aceita em reu. 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