MÉTODOS DE CONTROLE
PRAGAS
LUÍS CLÁUDIO PATERNO SILVEIRA
Eng. Agr. – Entomologista
Professor Adjunto
Universidade Federal de Lavras
1- Componentes do MIP
1- Avaliação do agroecossistema
- Amostragens
2- Tomada de decisão
- Controla ou não controla
- Relação custo-benefício
a) Densidade populacional da praga > ou = ao NC
b) Densidade populacional dos inimigos naturais < que o NNA
c) Se a planta está no estágio suscetível á praga
d) Se as condições climáticas estão favoráveis á praga.
1- Componentes do MIP
3) Métodos de Controle
a) aspectos econômicos – eficiência e custo de
controle
b) aspectos ecológicos – impactos ambientais
c) aspectos sociais – toxicidade e perigo durante a
aplicação.
2- MÉTODOS DE CONTROLE
A- Cultural: Emprego de
práticas agrícolas
normalmente utilizadas no
cultivo das plantas objetivando
o controle de pragas.
1 - Variedades resistentes
S
M
R
LAGARTAS DE Spodoptera frugiperda COM 10
DIAS DE IDADE
suscetível
resistente
2 - Rotação de culturas/faixas – gramíneas/leguminosas
culturas em faixas
rotação de culturas
consórcio de culturas
PLANTIO
EM ÉPOCA
NORMAL
PLANTIO
ANTECIPADO
colheita
colheita
floração
floração
vegetação
vegetação
semeadura
3 - Época plantio/colheita – escape da praga
4 - Adubação
SEM SILÍCIO
COM SILÍCIO
Goussaim, M. Dissertação de
Mestrado – UFLA, 2001
MANDÍBULAS DE LAGARTAS DE 6o INSTAR DE
Spodoptera frugiperda
5 - Poda ou desbaste – cortar e destruir, principalmente, os
ramos de plantas perenes atacados por brocas, para evitar
que as mesmas alcancem o tronco e cause a morte da
planta;
6 – Manejo da água – insetos que preferem ambientes secos
(irrigação) e outros se adaptam melhor em locais úmidos
(drenagem). Ex: aspersão pode causar redução de suas
populações de pulgões;
7 - Cultura armadilha – plantar variedades susceptíveis ao
redor ou mesmo no interior da área de cultivo, para atrair os
insetos-praga para as mesmas e, sobre elas realizar o
controle;
8 - Eliminar hospedeiros de pragas – eliminar plantas que
que possam ser utilizadas pelas pragas como fontes
alternativas de alimento e/ou abrigo;
9 - Sistema de plantio – direto (manutenção da palhada no
solo pode repelir algumas espécies de pragas) x convencional
(revolvimento do solo poderá expor larvas, pupas e adultos a
ação de predadores, bem como serem esmagadas).
MÉTODOS DE CONTROLE
B. Mecânico: Uso de
técnicas que
possibilitem a
eliminação direta das
pragas.
B- Mecânicos
1 - Destruição manual
– esmagar ovos, cortar lagartas com tesoura
2 - Uso de barreiras
– cercas vivas para interceptação de vôo
3 - Armadilhas
– faixas adesivas (casas-de-vegetação)
4 - Esmagamento
– aração e gradagem
MÉTODOS DE CONTROLE
C. Físicos: Consiste na aplicação
de métodos de origem física para o
controle de insetos. Exemplo: fogo,
drenagem, inundação, temperatura
e radiação eletromagnética no
controle de pragas.
Físicos
 calor
– fogo controla muitas pragas, porém, mata os benéficos
 frio
– ↓ temperatura - ↓ desenvolvimento do inseto
 umidade
– ↓ umidade - ↓ desenvolvimento do inseto
 energia
– eletricidade
– luz (atrai ou repele)
 som
– repele mosquitos / mariposas (ultra-som)
 radiação ionizante
– macho estéril
MÉTODOS DE CONTROLE
D. Químicos: Consiste na aplicação de
compostos químicos, que aplicados direta
ou indiretamente sobre os insetos, em
concentrações adequadas provocam a
sua morte.
1 - Formulação de Inseticidas
- Pó seco (P)
- Pó molhável (PM)
- Pó solúvel
- Granulados (G)
- Concentrados emulsionáveis (CE)
- Soluções concentradas
- Aerossóis
- Gasosos
- Suspensão líquida
- Pastas
- Microencapsulada
- Espalhantes adesivos
Químico
2 - Obsevãções:
•
•
•
•
aplicar produtos seletivo
fazer aplicação seletiva – só no local do problema!!!
alternar princípio ativo
inseticidas de s formas de atuação
3 – Classe toxicológica
Classe I - Extremamente Tóxico
CUIDADO VENENO MUITO
PERIGOSO EXTREMAMENTE
TÓXICO
CUIDADO VENENO MUITO
PERIGOSO EXTREMAMENTE
TÓXICO
Classe II – Altamente Tóxico
CUIDADO VENENO
ALTAMENTE TÓXICO
CUIDADO VENENO
ALTAMENTE TÓXICO
Classe III - Medianamente Tóxico
CUIDADO - ATENÇÃO
PRODUTO MEDIANAMENTE
TÓXICO
Classe IV - Pouco Tóxico
CUIDADO
ESTE PRODUTO PODE SER TÓXICO
MÉTODOS DE CONTROLE:
E. Comportamental: Se baseia no
estudo fisiológico e comportamental
dos insetos visando o seu controle
através do seu hábito ou
comportamento.
1 - Classificação dos semioquímicos
conforme a sua ação
2 - Tipos de feromônios:
- Feromônio Sexual: substância liberada para atração do parceiro
sexual. Ex.: Lepidoptera.
- Feromônio de Agregação: Substância para manutenção da sociedade
(abelha), colonização de habitats (Coleoptera: Scolitidae) e agregação.
- Feromônio de Trilha: Substância deixada no solo para reconhecimento
da "trilha“ (formigas e cupins).
- Feromônio de Alarme: Substância usada pelos insetos para fuga
(pulgões) e agressão (formigas e abelhas), muito voláteis.
- Feromônio de território: Substância relacionada com a área de
ocupação do inseto.
3 - MIP: Detecção, monitoramento e controle
(coleta massal, cultura armadilha, confundimento)
Feromônio para controle
do bicho-furão - citrus
Feromônio para controle
do bicho-furão - citrus
Feromônio para controle
de Migdolus fryanus - cana
3- Outros Métodos de Controle Comportamental
Atraentes
Iscas:
- Moleque da bananeira.
Plantas iscas
- Coleobrocas em citros.
Estimulantes Alimentares
- Iscas para moscas das frutas.
- Iscas para coleobrocas.
Repelentes
F. Controle Genético: propagação
de insetos estéreis ou
geneticamente incompatíveis
com a população natural
G. Controle Regulatório
1- Quarentena – EMBRAPA (Jaguariúna)
2- Programas de suspensão ou erradicação – envolve
vários métodos de controle
3- Legislação exigindo o controle de certos insetos –
queima dos restos de cultura do algodão.
MÉTODOS DE CONTROLE
H. Controle Biológico: Uso de um
ser vivo para regular a população
de outro ser vivo. Para nós (MIP) –
insetos ou aracnídeos contra
insetos-praga ou ácaros.
PREDADORES
PATÓGENOS
PARASITÓIDES
Biológico
1- Predadores
• alimenta-se de várias presas para se desenvolver
• alimenta-se externamente
• normalmente é maior que a presa
PREDADORES
PERCEVEJOS - ORDEM HEMIPTERA
- asas do tipo hemiélitro
- possuem rostro com 3 segmentos
- predadores generalistas
III
II
I
PERCEVEJOS
PERCEVEJOS
PERCEVEJOS
PREDADORES
BESOUROS - ORDEM COLEOPTERA
- asas do tipo élitro
- possuem mandíbula
- predadores generalistas
élitro
asa
posterior
BESOUROS
BESOUROS
BESOUROS
PREDADORES
VESPAS - ORDEM HYMENOPTERA
- asas do tipo membranosa
- possuem mandíbula e ferrão
- predadores generalistas
VESPAS
VESPAS
PREDADORES
NEURÓPTEROS – ORDEM NEUROPTERA
- asas rendilhadas
- larvas são predadoras - mandíbula
- predadores generalistas
NEURÓPTEROS
Chrysopidae
PREDADORES
SIRFÍDEOS – ORDEM DIPTERA
- um par de asas - balancins
- aparelho bucal lambedor
- larvas predadoras de pulgões
Syrphidae
OUTROS PREDADORES
Phytoseiidae
ÁCAROS
Biológico
2- Parasitoides
• consomem um hospedeiro por indivíduo
• alimentam-se externa ou internamente.
• mata o hospedeiro no final do ciclo, não
imediatamente.
• é menor que o hospedeiro
– Vespas
– Moscas
2 - PARASITOIDE
 MICRO HIMENÓPTEROS – ORDEM
HYMENOPTERA
- pequeno tamanho (0,5 - 2 mm)
- colocam ovo no interior do hospedeiro
(ovipositor)
- adultos alimentam-se de néctar
MICRO
HIMENÓPTEROS
Braconidae
pulgão
parasitado
saída do
parasitóide
MICRO
HIMENÓPTEROS
Aphelinidae
pupário parasitado
pupário após a saída
do parasitóide
MICRO
HIMENÓPTEROS
larva se desenvolve no ovo
do hospedeiro
fêmea coloca ovos no
hospedeiro
pupa no interior do
ovo
0,5 mm
emergência do
adulto
Trichogrammatidae
MICRO
HIMENÓPTEROS
Eulophidae
MICRO
HIMENÓPTEROS
Encyrtidae
MICRO
HIMENÓPTEROS
Encyrtidae
2 - PARASITOIDE
HYMENÓPTEROS – ORDEM HYMENOPTERA
- tamanho (1 - 2 cm)
- colocam ovo no interior do hospedeiro
(ovipositor)
- adultos alimentam-se de néctar
HIMENÓPTEROS
2 cm
Ichneumonidae
2- PARASITOIDE
TAQUINÍDEO – ORDEM DIPTERA
-
um par de asas - balancins
aparelho bucal lambedor
colocam ovos sobre o hospedeiro
pêlos no corpo
MOSCAS
PARASITAS
Tachinidae
Biológico
3 - Patógenos
• causam doenças nos insetos
• atrasam seu desenvolvimento ou matam
–
–
–
–
bactérias
vírus
fungos
nematoides
3 - PATÓGENO
- BACTÉRIAS
- afetam aparelho digestivo do inseto
BACTÉRIAS
Bacillus thuringiensis (Bt)
PATÓGENO
- VÍRUS
- afetam de várias maneiras o inseto
VÍRUS
Baculovirus
PATÓGENO
- FUNGOS
- afetam de várias maneiras o inseto
FUNGOS
Beauveria
bassiana
FUNGOS
Aspergillus
PATÓGENO
- NEMATOIDES
- multiplicam-se no interior do inseto,
associados a bactérias
Universidade Federal de Lavras
NEMATÓIDES
Steirnernema sp.
Heterorhabditis sp.
4 - Tipos de Controle Biológico
- APLICADO
a) INUNDATIVO
- liberação de grande quantidade de IN produzidos
massalmente;
- efeito = inseticida.
APLICADO INUNDATIVO
IN
população do inseto
IN
Nível de controle
semanas, meses
efeito = inseticida, não duradouro
tempo
Tipos de Controle Biológico
- APLICADO
b) INOCULATIVO SAZONAL
- liberação periódica de IN, nativos ou não, criados
massalmente;
- efeito duradouro na estação, perde-se de um ano para o
outro.
APLICADO INOCULATIVO SAZONAL
próximo cultivo
IN
população do inseto
IN
IN
Nível de controle
meses
tempo
efeito duradouro na estação de cultivo
Tipos de Controle Biológico
- APLICADO
c) CONSERVATIVO
- manutenção das populações de IN nativos, através do
manejo do habitat
- efeito a médio/longo prazo
- sustentável e duradouro
população do inseto
APLICADO CONSERVATIVO
Nível de controle
manejo do
ambiente
estações, anos, décadas
efeito duradouro, longo prazo
tempo
Tipos de Controle Biológico
- APLICADO
d) CLÁSSICO
-
importação de IN exóticos para controle de pragas
exóticas
- efeito a médio/longo prazo
- duradouro e sustentável, se tudo der certo....
população do inseto
APLICADO INOCULATIVO
IN
Nível de controle
anos, décadas, séculos
tempo
efeito duradouro, longo prazo, se...
Tipos de Controle Biológico
- NATURAL
- ocorre em condições de não interferência do
homem
- florestas nativas, campos de vegetação natural,
formações vegetais diversas
I- Baseando-se na Introdução e nos Conceitos do
MIP
MIP – 4 componentes
básicos
1) inseto-praga
2) inimigos naturais
3) clima
4) fenologia da planta
TOMADA DE DECISÃO
1)
2)
3)
4)
VÁRIOS MÉTODOS
DECISÃO
5) aspectos econômicos
6) aspectos sociais
7) aspectos ecológicos
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