Doenças e Pragas de
Pastagens
Aula 6: Manejo Integrado de Pragas
Outros exemplos de controle
biológico diversos
Métodos de controle usados no MIP
8. MÉTODO QUÍMICO
Consiste na utilização de compostos químicos, que aplicados direta ou
indiretamente sobre os insetos, em concentrações adequadas, provocam a sua
morte. É um método muito utilizado no controle de pragas devido a rapidez na
preparação do combate, eficiência imediata, compatibilidade com as operações
agrícolas e baixo custo inicial, porém, apresentam a desvantagem de não serem
específicos, alto custo a longo prazo, além de serem tóxicos ao homem e a outros
animais.
Os inseticidas do grupo dos fosforados e dos piretróides são muito empregados no
controle de pragas. Dentre eles destacam-se os formicidas clorpirifós e
deltametrina; os lagarticidas deltametrina e fenitrotion e o cupinicida fention.
Os inseticidas à base de sulfluramida são os mais utilizados no Brasil para o
controle de formigas cortadeiras. Os inseticidas biológicos à base de Bacillus
thuringiensis também têm sido bastante usados em culturas como lagarticidas.
Os inseticidas do grupo das fenil pirazonas são os mais recentes lançamentos no
controle de pragas. O fipronil é o principio ativo de isca formicida e de cupinicida.
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a) Formulação dos inseticidas
É a arte de transformar um produto técnico numa forma apropriada de uso
chamada de produto comercial. Ele divide-se em:
- Produto técnico: substância que realmente mata o inseto. Contém uma
porcentagem definida de ingrediente ativo (i.a.).
- Inerte: talco, caulim etc.
- Adjuvante: estabilizante, agente molhante, dispersante, espalhante etc.
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b) Tipos de formulação de inseticidas
- Pó Seco (P): inseticida adsorvido em argila + pó inerte (1 a 10% de i.a.). Ex:
Kothrine 2P.
- Pó Molhável (PM): inseticida + inerte + agente molhante (20 a 80% de i.a.). Ex:
Dipel PM. (Bacillus thuringiensis)
- Pó Solúvel (PS, TS): inseticida puro em pó (50 a 90% de i.a.).
- Granulados (G, GR): inseticida + solvente + inerte (1 a 10% de i.a.). Ex: Mirex -S.
- Grânulos dispersíveis em água (WG). Ex: Dimilin – Fisiológico para lagartas.
- Concentrados Emulsionáveis (CE): inseticida + solvente + emulsionante (5 a
100% de i.a.). Ex: Lebaycid 500 CE.
- Soluções Concentradas (ED, UBV): inseticida + solvente (ED = eletrodinâmica,
UBV = ultrabaixo volume). Ex: Sumithion UBV.
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b) Tipos de formulação de inseticidas
- Suspensão Concentrada (SC): inseticida líquido puro. Ex: Carbaril SC.
- Gasosos: inseticida líquido ou sólido que gaseifica em contato com o ar. Ex:
Bromex.
- Aerossóis: inseticida + gás propulsor + base oleosa + solvente auxiliar + ativador +
perfume.
- Pasta (PF): inseticida pastoso. Ex: Gastoxin.
- Suspensão líquida (GrDA ou WG): inseticida disperso em partículas sólidas
micronizadas em meio liquido. Ex: Tuit NA.
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c) Classificação dos inseticidas
- quanto a finalidade: aficidas (pulgões); formicidas (formigas); cupinicidas, etc;
- quanto a forma de ação: contato (cutícula); ingestão (oral); fumigação
(respiração);
- quanto a forma de translocação no hospedeiro: sistêmicos (circula na seiva da
planta); profundidade (ação translaminar);
- quanto a toxicidade: altamente tóxico (tarja vermelha); medianamente tóxico
(tarja amarela); pouco tóxico (tarja azul) e praticamente atóxico (tarja verde).
- quanto a origem:
inorgânicos: enxofre, arsênio, mercúrio etc;
de origem vegetal: nicotina, piretro, rotenona, óleo de soja etc.
- sintéticos: clorados, clorofosforados, fosforados, carbamatos, piretróides,
reguladores de crescimento, microbianos e fumigantes inorgânicos.
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d) Características dos grupos dos inseticidas
- Clorados: compõem -se de átomos de Cl, C, H e eventualmente O; alta
persistência no ambiente; pouco voláteis; baixa solubilidade; lipossolúveis;
bioacumulativos (aumentam a concentração nos tecidos com o aumento de peso);
biomagnificativos (aumentam a concentração ao longo da cadeia trófica); são
carcinogênicos (provocam câncer); alto espectro de ação (não são específicos); e
outros.
Ex. DDT, BHC, Aldrin, endossulfan, dodecacloro.
- Fosforados: compõem -se de derivados do ácido fosfórico; alta toxicidade aguda
a mamíferos; não são bioacumulativos; alta volatilidade; são inibidores da
acetilcolinesterase.
Ex. clorpirifós, fention, fenitrotion, sumition.
- Carbamatos: compõem-se de derivados do ácido carbâmico; alta volatilidade;
não são bioacumulativos; baixa persistência no ambiente; inibidores da
acetilcolinesterase.
Ex. carbufuran, carbossulfan, carbaril.
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Piretróides: compõem-se de derivados dos ácidos crisantêmico e pirétrico;
fotoestáveis; baixa toxicidade a mamíferos; repelentes às pragas; induzem
resistência rapidamente; baixa estabilidade no solo; alta toxicidade a peixes; alta
potência; pouco voláteis; interferem no fluxo de íons através das células nervosas.
Ex. deltametrina, permetrina, cipermetrina.
- Inibidores de síntese de quitina: inibem a formação da cutícula do inseto; baixa
estabilidade à luz ultravioleta; seletivos.
Ex. diflubenzuron, ciromazina, buprofezina.
- Juvenóides e Precocenos: afetam o crescimento dos insetos; seletivos; baixa
toxicidade a mamíferos; baixa estabilidade à luz e temperatura.
Ex. metopreno, hidropreno, quinopreno.
Microbianos: compõem-se de bactérias, vírus, fungos, ou seus produtos; alta
especificidade; não contaminam o ambiente; baixa estabilidade no ambiente;
baixatoxicidade a mamíferos.
Ex. Bacillus thuringiensis, Baculovirus sp., Metarhizium sp, Beauveria sp, Nomurae
sp.
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e) Mecanismo de ação dos inseticidas
A maioria dos inseticidas possui mecanismo de ação relacionado à transmissão de
impulsos nervosos. No axônio, o impulso é transmitido por meio de cargas
elétricas via variação do potencial elétrico resultante da movimentação de íons K+
e Na+ através da membrana dos axônios. Em repouso a membrana do axônio é
permeável aos íons K+ e impermeável aos íons Na+. Assim, existe uma maior
concentração de K+ no interior do axônio e de Na+ no exterior, gerando uma
diferença de potencial elétrico (DDP) de -60 mV (potencial de repouso) entre o
interior e o exterior do axônio. Devido a um estímulo (ex. um toque no
tegumento) a membrana do axônio torna-se permeável aos íons Na+ (abertura do
canal de Na). Com a entrada dos íons Na+ , ocorre uma saída de íons K+ por
repelência de cargas, ficando o interior do axônio com maior concentração de Na e
o exterior com maior concentração de K. Isso gera uma diferença de potencial
elétrico de +40 mV (potencial de ação) entre o interior e o exterior do axônio. A
abertura dos canais de Na dura cerca de 0,002 a 0,003 segundo e a membrana
torna-se, novamente, impermeável aos íons Na (fechamento do canal de Na). Este
processo é passivo, ou seja, sem o gasto de energia (ATP).
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e) Mecanismo de ação dos inseticidas
Para restabelecer o repouso, a membrana do axônio torna-se permeável aos íons
K (abertura do canal de K) e força a entrada de K+ para o interior do axônio através
do consumo de ATP que é chamado de BOMBA Na-K. Este processo é ativo, ou
seja, ocorre gasto de energia (ATP). No interior do axônio a enzima ATP-ase quebra
a ligação ATP-K+, liberando K+ e ATP. Quando o impulso elétrico chega na porção
final do axônio, a membrana próxima à sinapse torna-se permeável a íons Ca++
(abertura do canal de Ca), que ficam no exterior das fendas sinápticas. Estes íons
ativam as vesículas secretoras de substâncias neurotransmissoras (acetilcolina,
principalmente), liberando esta substância na fenda sináptica. A substância
neurotransmissora acopla-se ao receptor sináptico da membrana pós-sináptica do
outro axônio, transmitindo o impulso elétrico. A membrana se torna impermeável
ao Ca++ (fechamento do canal de Ca), que volta para o exterior do axônio.
Após a transmissão do impulso elétrico, ocorre a liberação da enzima
neurotransmissora (acetilcolinesterase), que degrada a acetilcolina, ligada ao
receptor pós-sináptico, em colina e ácido acético, cessando a transmissão do
impulso e tornando a membrana pós-sináptica livre para receber um novo
estímulo.
Métodos de controle usados no MIP
e) Mecanismo de ação dos inseticidas
Desta forma, o impulso segue até um músculo específico que irá reagir (contrair,
por exemplo) e isso é chamado de ação excitatória. Para que este músculo volte à
posição normal (relaxar) o cérebro deve enviar uma nova mensagem, chamada de
ação inibitória.
Esta nova mensagem é transmitida pelos axônios e pelas sinapses inibitórias, num
processo semelhante ao que ocorre nas sinapses excitatórias, porém, o
neurotransmissor é o ácidoaminobutírico (GABA) e o íon envolvido é o Cl-.
O mecanismo de ação dos principais grupos de inseticidas é:
- Organofosforados e Carbamatos: ligam-se a acetilcolinesterase inativando-a e
impedindo que ocorra a quebra da acetilcolina. Com isso os receptores póssinápticos ficam sobrecarregados e não receberão novos estímulos. Isso faz com
que não chegue estímulos aos músculos, o que paralisará a respiração muscular,
causando a morte do inseto.
Métodos de controle usados no MIP
e) Mecanismo de ação dos inseticidas
- Clorados do Grupo do DDT e Piretróides: atrasam o fechamento dos canais de
Na+, hiperexcitando o axônio e levando à exaustão muscular.
- Clorados do Grupo do BHC, Neonicotinóides e Ciclodienos: acoplam-se ao
receptor do GABA, impedindo a abertura dos canais de Cl-, provocando
hiperexcitação, convulsões, paralisia e morte do inseto.
- Lactonas ou Avermectinas: simulam a ação do GABA, favorecendo a entrada de
Cl- com mais intensidade, provocando paralisia.
- Precocenos: transformam os insetos em adultóides (insetos adultos pequenos e
estéreis)
- Juvenóides: induzem a permanência do inseto na fase jovem, não se
transformando em adulto.
Métodos de controle usados no MIP
e) Mecanismo de ação dos inseticidas
- Inibidores de síntese de quitina: impedem a deposição de quitina na cutícula,
que se torna mole e se rompe durante a muda, matando o inseto.
- Inseticidas bacterianos: os esporos ingeridos pelos insetos produzem cristais
tóxicos que dão origem a toxinas letais no intestino do inseto (Bt).
- Inseticidas virais: os corpos poliédricos de inclusão ingeridos pelos insetos
liberam vírions no intestino do inseto provocando infecção generalizada.
- Inseticidas fúngicos: as hifas penetram pela cutícula e produzem micotoxinas
letais ao inseto.
o Norte do Paraná, cerca de 30% das
lagartas coletadas estavam infectadas por
nematoides, mas um nematoide do bem.
Em algum momento, que ainda não
sabemos exatamente como funciona, a
lagarta é infectada por esse nematoide,
que não é o mesmo que ataca as raízes
das plantas.
Os parasitoides encontrados são
principalmente moscas da família Tachinidae,
que se desenvolvem no interior da lagarta e,
ao completar seu desenvolvimento geram de 1
a 4 parasitóides por lagarta, matam o inseto
promovendo um controle natural da praga.
Eles prestam o mesmo serviço ambiental
atacando outras espécies de lagartas, como
a Anticarsia e a Spodoptera.
Semeadura com SOJA Bt
Em áreas com histórico de ocorrência de lagartas, o tratamento de sementes com
inseticidas é outra opção que pode ser considerada.
É importante lembrar que na soja-Bt (soja intacta), é necessária a adoção da área de
refúgio com soja não-Bt, em no mínimo 20% da área, a fim de reduzir os riscos de
surgimento de insetos resistentes.
Vale destacar que a maior distância entre uma planta Bt e uma não Bt na área não
pode ultrapassar 800 metros.
Importante: Mesmo utilizando soja-Bt (com a proteína Cry1Ac) há a necessidade de
monitoramento constante para lagartas, principalmente aquelas do gênero
Spodoptera, tolerantes a esse evento, bem como insetos sugadores, como os
percevejos, que são pragas-chaves na cultura.
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f) Avaliação toxicológica dos Inseticidas
A toxicidade de inseticidas é expressa em Dose Letal 50 (DL50).
Toxicidade aguda : quantidade do inseticida que aplicada uma única vez em cada
indivíduo de uma população resulta em 50% de mortalidade. O inseticida pode ser
aplicado topicamente e via ingestão.
Toxicidade crônica: é a quantidade do inseticida que provoca a morte de 50% dos
indivíduos de uma população-teste, quando aplicada várias vezes em cada um dos
indivíduos dessa população. A dose é determinada após várias aplicações de
subdosagens e os efeitos esperados ocorrem em longo prazo.
Tolerância: concentração máxima dos resíduos de um agrotóxico que é permitida
em um alimento por ocasião da colheita ou consumo.
Carência: é o intervalo de tempo necessário desde a aplicação do produto até a
colheita.
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g) Seletividade de inseticidas
De modo geral, os inseticidas disponíveis no mercado têm largo espectro de ação
e, desse modo, são ecologicamente perigosos. Uma das maiores necessidades do
manejo integrado de pragas é o desenvolvimento de inseticidas seletivos ou
mesmo específicos a cada grupo de insetos-praga, para poderem atuar em
sinergismo com outros métodos de controle, principalmente o biológico.
Tais substâncias devem ter um espectro de ação suficiente para atuarem somente
nos insetos-alvo, preservando os demais insetos.
Como poucos inseticidas disponíveis no mercado apresentam tal vantagem,
podem-se reduzir os impactos negativos dos outros inseticidas não seletivos,
utilizando-os de forma criteriosa, das seguintes maneiras:
Métodos de controle usados no MIP
g) Seletividade de inseticidas
 emprego deles quando necessário: somente quando a população do inseto
estiver acima do nível de controle;
 estabelecimento de condições adequadas de aplicação: dosagens adequadas e
melhores formulações, época, métodos e locais de aplicação.
Exemplos: uso de iscas tóxicas (iscas granuladas) que atraem somente o insetoalvo, uso de plantas armadilhas ou cultura armadilha que são iscadas com
feromônio ou com atraentes alimentares ou são precoces, onde se aplica o
inseticida somente nelas, evitando atingir toda a área;
uso de inseticidas sistêmicos que afeta somente os insetos que se alimentam da
planta; aplicação em horários específicos onde somente a praga está em atividade
etc.;
Métodos de controle usados no MIP
g) Seletividade de inseticidas
 desenvolvimento de novos inseticidas e de métodos de aplicação mais
específicos e de menor impacto ambiental.
Exemplos: uso de inseticidas biológicos como o Dipel e o Agree à base da bactéria
Bacillus thuringiensis, que são seletivos para lagartas desfolhadoras e não têm
efeito tóxico para predadores.
Além disso, são bastante seguros para outros animais e para o homem; uso de
inseticidas fisiológicos como o Dimilin (difluobenzuron) que é um inibidor da
síntese de quitina e tem efeito tóxico somente para insetos imaturos, sendo
seletivo para grande parte dos IN dos insetos.
Lagarta da Soja atacada pelo fungo da doença-branca, Nomuraea rileyi
Esse fungo ocorre com elevada prevalência,dizimando populações da lagarta-da-soja e tornando
desnecessária durante os períodos de alta umidade relativa (maior que 80%), a aplicação de
outras medidas de controle.
As lagartas atacadas por N. rileyi apresentam coloração branca, devido ao crescimento
vegetativo do fungo, aspecto seco e mumificado, não apodrecendo como as lagartas mortas por
baculovírus. Quando ocorrem condições de umidade apropriadas, o fungo esporula, passando
da coloração branca à verde. Os esporos formados sobre as lagartas mortas se espalham pela
ação do vento, infectando outras lagartas presentes na lavoura, multiplicando o patógeno. A
ocorrência do fungo parece ser favorecida quando as plantas de soja fecham as linhas, criando
um microclima favorável para o seu desenvolvimento. Assim, em semeaduras no início da época
recomendada, a aparição do fungo é antecipada. Quando há previsão de períodos chuvosos, N.
rileyi está presente na lavoura e as populações da lagarta-da-soja ainda não atingiram o nível de
dano econômico, é conveniente monitorar a evolução da doença na população da lagarta para
não realizar aplicações desnecessárias de produtos químicos.
Lagarta falsa-medideira, Pseudoplusia includens, morta pelo fungo da doença-branca ou
nomúrea, Nomuraea rileyi, em lavoura de soja.
O Nemat é um Bionematicida composto pelo fungo Paecilomyces lilacinus, com registro para uso
no controle do Nematoide das Galhas (Meloidogyne incognita)
http://www.ballagro.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=section&id=4&layou
t=blog&Itemid=23
Controle Biológico - METIÊ
Diversas formas de controle podem ser utilizadas no manejo de cigarrinhas de
pastagem, porém o controle biológico com o fungo Metarhizium anisopliae é uma
prática que tem ganhado cada vez mais destaque. Principalmente por se mostrar
muito eficiente quando utilizado de forma correta, acaba não gerando problemas de
residual (como produtos químicos) no pasto, sua utilização contínua vai trazendo um
reequilíbrio populacional da praga na área e a sua aplicação não traz riscos ao meio
ambiente.
O Metiê é um inseticida microbiológico formulado a base do fungo Metarhizium
anisopliae e registrado no MAPA para controle da Cigarrinha das Pastagens.
Reportagem do Globo Rural sobre Controle Biológico
Qua, 05 de Dezembro de 2012 18:01
Blog do Controle Biológico: Reportagem do Globo Rural sobre Controle
Biológico Fonte: Globo Rural
Produzir de forma limpa, sem contaminar as pessoas, o ambiente e os alimentos com
agrotóxicos é um desafio que todo agricultor gostaria de vencer. Em São Paulo,
algumas fazendas estão usando uma tecnologia alternativa para combater pragas de
forma natural, sem usar veneno.
Em Piracicaba, o controle natural é feito com insetos que matam outros insetos e com
fungos e bactérias capazes de contaminar lagartas, mariposas e várias pragas que
atormentam os agricultores.
O agrônomo José Roberto Parra, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (Esalq), trabalha nessa área há mais de 30 anos e é especialista no assunto.
“nós aqui estudamos arduamente as pragas, porque a partir do conhecimento delas é
que nós vamos identificar o que é realmente um inimigo natural. Vamos também
conhecê-lo, estudar sua biologia e tentar identificar qual é o melhor, qual é o mais
eficiente, qual é aquele que deve ser multiplicado em laboratório”, explica.
Para reproduzir os inimigos naturais é preciso criar também as pragas. Por isso, as
prateleiras do laboratório estão cheias de lagartas, percevejos e vespas.
Hoje, a vedete do laboratório é a vespa Tamaríxia, inimiga natural do psilídeo, outro
inseto que transmite uma grave doença dos citrus: o amarelão, também chamado de
HLB ou Greening. Ele coloca seus ovos nas folhas e galhos novos da laranjeira e
quando eclodem nascem as ninfas, que se alimentam da seiva da planta e, ao mesmo
tempo, injetam na laranjeira a bactéria causadora do amarelão.
O controle biológico pode substituir o uso de produtos químicos no combate de
muitas pragas com algumas vantagens. “o controle químico é sabidamente
responsável por problemas de contaminação, seja ao ambiente, seja ao homem ou aos
polinizadores. Com o controle biológico não existem problemas de desequilíbrio, de
contaminação da água, do solo e do homem. Os alimentos não são prejudicados”,
garante José Roberto.
Apesar dessas vantagens, o controle biológico ainda é pouco usado no Brasil.
“Enquanto na Europa e nos Estados Unidos existem cerca de 230 inimigos naturais
disponíveis no mercado, no Brasil temos entre 8 e 12 agentes de controle biológico
disponíveis”, diz o agrônomo.
Confiram a reportagem completa no site do G1 e também assistam a matéria
apresentada no programa Globo Rural.
Métodos de controle usados no MIP
h) Tecnologia de aplicação
Refere-se aos conhecimentos necessários para aplicar um inseticida no alvo
desejado (praga), na concentração adequada para matá-lo, sem contaminar outras
áreas. Os inseticidas podem ser aplicados:
 via sólida
• pós: aplicado através de polvilhadeiras. Ex. controle de formigas cortadeiras;
• grânulos: aplicado pelas granulados. Ex. controle de cupins;
 via gasosa: expurgo ou fumigação. Ex. controle de formigas cortadeiras;
 via líquida
• pulverização: pulverizadores (energia hidráulica). Ex: controle de diversas
pragas de pastagens;
• atomização: atomizadores (energia pneumática). Ex: controle de lagartas;
• nebulização: termonebulizadores (neblina). Ex: controle de formigas;
• pulverização eletrodinâmica: electrodyn (carga elétrica).
Métodos de controle usados no MIP
h) Tecnologia de aplicação
Procedimentos para calibração do equipamento
Após o diagnóstico do problema é necessário periciar os equipamentos de
aplicação dos agrotóxicos, para prescrever o produto em função desse
equipamento. Para calibrar o equipamento deve-se utilizar a formula:
Q=(600.q)/V.f em que:
Q= volume de aplicação em l/ha;
q= vazão do bico em l/minuto;
V= velocidade de deslocamento em km/h;
f= faixa de aplicação em metros.
Métodos de controle usados no MIP
h) Tecnologia de aplicação
Procedimentos para calibração do equipamento
Após o diagnóstico do problema é necessário periciar os equipamentos de
aplicação dos agrotóxicos, para prescrever o produto em função desse
equipamento. Para calibrar o equipamento deve-se utilizar a formula:
Q=(600.q)/V.f em que:
Q= volume de aplicação em l/ha;
q= vazão do bico em l/minuto;
V= velocidade de deslocamento em km/h;
f= faixa de aplicação em metros.
1º) Determinação da faixa de aplicação (f)
-medir a largura da faixa tratada por bico a cada passada do equipamento.
2º) Determinação da velocidade de deslocamento (V)
-marcar o tempo que o equipamento leva para deslocar uma distância conhecida
na velocidade de trabalho.
3º) Determinação da vazão do bico (q)
- calcular a vazão teórica com base no volume de aplicação (Q) recomendado pelo
fabricante e nos dados de f e V calculados anteriormente, calcular "q" pela
fórmula: q = (V.f.Q)/600.
- consultar as tabelas dos fabricantes de bicos e escolher aquele que tem a vazão
teórica igual à calculada.
- acoplar tais bicos ao equipamento e calcular a vazão real;
- medir o volume aplicado por minuto, com o equipamento parado, acelerado na
velocidade de trabalho.
A diferença entre a vazão real e a teórica não deve ultrapassar 10%, caso ocorra,
trocar os bicos por novos.
4º) Determinação do volume realmente aplicado
- com base nos dados de f, V e "q real", anteriormente calculados, calcular Q pela
formula:
Q=(600.q)/V.f
5º) Determinação da quantidade de inseticida a ser adicionada ao
equipamento
- após todos esses passos é possível calcular a quantidade de produto a ser
adicionada ao equipamento, usando as informações que constam na bula dos
produtos.
Tipo de bico a ser utilizado
De modo geral, as lagartas costumam ficar nas partes mediana e inferior da planta,
tanto nas culturas da soja como no algodão. Para que o controle seja eficiente, é
preciso ter um bom molhamento das folhas dessa região, fazendo com que as gotas
que saem do pulverizador cheguem na parte mediana e inferior da planta.
Não é uma técnica de aplicação tão fácil, mas há algumas dicas para aumentar a
eficiência:
Procure trabalhar com produção de gotas pequenas, pois essas gotas tem maior
capacidade de atingir a parte inferior da planta.
Utilize bicos de boa qualidade e adequados para produção de gotas menores.
O ideal é trabalhar com maiores volumes de aplicação, que também proporciona uma
maior cobertura do produto aplicado.
Evite aplicar em condições de temperatura muito elevadas (acima dos 30°C) e de
umidade baixa (menor que 60%) senão a gota pequena pode evaporar e não realizar o
controle desejado.
Evite também aplicar com ventos superiores a 6 km/h, pois pode ocorrer a deriva e o
produto não chegar no alvo desejado.
Geralmente os horários mais adequados para aplicação são a partir do final do tarde
até o início da manhã, prefira fazer a aplicação nesse intervalo do dia, pois as
condições climáticas tendem a serem as mais propícias.
i) Cuidados na aplicação de defensivos
- ler atentamente as instruções no rótulo do produto;
- usar todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI's) recomendados;
- procurar informações técnicas;
- não abrir embalagens em ambientes fechados;
- usar água limpa para o preparo da calda;
- guardar os defensivos em local adequado;
- nunca fazer aplicações nos dias de ventos fortes;
- afastar crianças e gestantes do local;
- verificar a saúde do trabalhador;
- lavar o material utilizado em local apropriado;
- nunca reutilizar o vasilhame para outros fins;
- tomar banho após a pulverização;
- não fazer uso de bebida alcoólica e de alimentos durante a aplicação; e
- respeitar o período de carência etc.;
- em caso de intoxicação procurar um médico munido da embalagem do produto,
para que
o especialista saiba que antídoto usar.
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Aula 6 – Controle Químico