MODERNIZAÇÃO E GESTÃO DIGITAL DO RPPS – M ACEIÓ FABIANA TOLÊDO VANDERLEI DE AZEVEDO 2 Painel 05/013 Regimes de aposentadoria e gestão previdenciária no serviço público MODERNIZAÇÃO E GESTÃO DIGITAL DO RPPS – MACEIÓ Fabiana Tolêdo Vanderlei de Azevedo RESUMO A Informatização dos processos e serviços do Instituto de Previdência do Município de Maceió, associada a integração dos softwares existentes no Instituto, das pessoas e entre os órgãos parceiros é o princípio que norteia as ações que conduzem o projeto de “Modernização e Gestão Digital do RPPS – Maceió”. O projeto inicia com a gestão da informação dos segurados e beneficiários de forma centralizada, em uma base de dados complexa e integrada, onde os sistemas satélites que compõem o arcabouço tecnológico do município se comunicam de forma integrada e gerenciada. Projetamos uma “Base centralizada de Informações” e normatizamos o protocolo de comunicação entre os sistemas coorporativos existentes. Esta fase inicial contou, principalmente, com a integração de três sistemas de órgãos distintos: Secretaria Municipal de Administração, Tribunal de Contas e o Ministério da Previdência Social. Como resultado temos o aumento da transparência e a agilidade no processo de homologação das concessões de aposentadorias e pensões pelo Tribunal de Contas, melhor gestão dos benefícios previdenciários e cruzamento periódico dos dados dos beneficiários e segurados com bases de dados de outros entes. 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 04 OBJETIVOS.............................................................................................................. 05 METODOLOGIA....................................................................................................... 08 CONCLUSÕES......................................................................................................... 18 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 21 4 1 INTRODUÇÃO Este projeto apresenta uma experiência inovadora do município de Maceió, iniciada em dezembro de 2014, que envolve instituições públicas com o objetivo de melhorar a gestão do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Maceió, com base no avanço da qualidade dos dados dos segurados do regime, por meio da modernização dos processos e serviços, aliados a integração das pessoas, processos, serviços e instituições. O Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Maceió, denominado IPREV-Maceió, é uma entidade de natureza autárquica, integrante da administração indireta do município e com autonomia administrativa e financeira, tendo como objetivo gerir o Regime Próprio de Previdência Social do Município. Hoje, no Brasil, existem cerca de 2.042 RPPS 1 instituídos. O IPREV-Maceió faz parte deste grande grupo que, de forma especial, identificou a necessidade de elaborar um modelo de gestão que auxiliasse na organização das informações, modernização dos processos e integração de tudo e todos envolvidos nas atividades desenvolvidas pelo Instituto. Diante desta proposta, surge a necessidade de existir uma área de tecnologia da informação forte e qualificada. Neste ponto, cumpre ressaltar que o IPREV-Maceió, no que tange a área de tecnologia da Informação e comunicação, possui em sua estrutura organizacional a Coordenadoria Geral de Organização e Informática que se apoia tecnicamente nas diretrizes elaboradas pela Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município – DTI, hoje, vinculada à Secretaria de Admi nistração, Recursos Humanos e Patrimônio – SEMARHP. Consideramos como ponto forte e fator de sucesso do projeto o fato da DTI ser composta e gerida por servidores efetivos, comprometidos e devidamente qualificados na área de Tecnologia da especialização ou mestrado em áreas afins. 1 RPPS – Regime Próprio de Previdência S ocial Informação, seja com graduação, 5 Além da necessidade do apoio técnico na área que envolve tecnologia, é fato que um projeto de gestão, com foco na modernização e informatização dos processos e serviços associados à integração e organização das informações, representa necessariamente uma mudança na forma de gerir pessoas, fluxos de trabalho e instituir parcerias. Com base nessas necessidades o projeto foi elaborado em três grandes pilares foram identificados, formando base estratégica da gestão: Inovação, Empreendedorismo e Integração. 2 OBJETIVOS A administração pública municipal compreende os órgãos e as entidades que atuam na esfera do Poder Executivo sejam da administração direta ou da indireta com suas superintendências, fundações, autarquias e empresa de economia mista, os quais tem por objetivo atender as necessidades da população da capital Maceió, hoje formada por 932.748 habitantes, segundo dados do IBGE 2 de 2010. O IPREV-Maceió, por sua vez, apesar de fazer parte dos órgãos da administração indireta do poder executivo, também possui segurados do poder legislativo, ou seja da Câmara Municipal, conforme lei municipal 5.828 de 18 de setembro de 2009. o Art. 3 O Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Maceió – RPPS, de caráter contributivo e solidário e de filiação obrigatória, será mantido pelo Município, através dos órgãos dos Poderes Executivo e Legislativo, inclusive pelas suas autarquias e fundações instituídas e pelos seus servidores ativos, inativos e pelos pensionistas. O Instituto possui hoje 18.457 segurados, sendo 18.100 do poder executivo e 357 do legislativo, sendo ainda 13.663 segurados em atividade e 4.794 segurados com benefícios concedidos de aposentadoria ou pensão por morte. Para realizar a gestão desses segurados e seus benefícios o IPREV-Maceió utiliza vários sistemas e planilhas, que em vários momentos mostram-se divergentes, por serem utilizados por diversos setores sem uma integração, gerando retrabalho e inconsistência das informações, problema facilmente necessitamos realizar geração de relatórios gerenciais. 2 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística identificado quando 6 O fato do Instituto não possuir um sistema integrado e convergente de gestão dos benefícios e de seus segurados fez com que os servidores iniciassem a elaboração de planilhas de controle, na tentativa de respaldar os trabalhos desenvolvidos nos setores, resultando em uma confusão de informações, diante da diversidade das fontes de informações que divergem em muitos dados. Este fato aponta para o diagnóstico de que o IPREV-Maceió tem controle dos seus segurados e benefícios concedidos, porém a um grande custo operacional, pois sempre se faz necessário o saneamento das divergências de informações para emissão de uma certidão, declaração, informação ou concessão de um benefício previdenciário. Além do problema de gestão da informação quanto aos segurados e benefícios concedidos, identificamos ainda uma dificuldade quanto à recuperação dos recursos advindos das compensações previdenciárias junto ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, por meio do COMPREV 3 . Em linhas gerais, o COMPREV tem por objetivo operacionalizar a compensação previdenciária entre o Regime Geral de Previdência Social e os Regimes Próprios de Previdência Social dos Servidores Públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos casos de contagem recíproca de tempo de contribuição para efeito de aposentadorias e pensões, visando atender à Lei no 9.796 de 05 de maio de 1999 e ao Decreto no 3.112, de 6 de julho de 1999, alterado pelo Decreto no 3217, de 22 de Outubro de 1.999 e a Portaria MPAS no 6.209 de 16 de Dezembro de 1.999, atualizada em 09 de maio de 2014. Os problemas atuais do IPREV-Maceió quanto à efetividade das compensações previdenciárias são devidos à dificuldade em localizar informações exigidas pelo INSS, no momento da compensação, além do tempo levado para o registro dos benefícios por meio do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas – TCE, item indispensável para realização da compensação previdenciária junto ao INSS, por meio do COMPREV. 3 COMPREV – Sistema de Compensação Previdenciária ent re o Regime Geral da Previdência Social (RGPS ) e os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS). 7 A princípio, observando este cenário e os pontos de melhorias identificados, definimos cinco objetivos básicos a serem atingidos em 2015, onde cada objetivo tem uma meta específica que vai desencadear um conjunto de ações a serem executadas em 2015: Objetivo Meta Modernização da Gestão dos segurados Ter informações básicas dos segurados do Instituto de forma imediata, sempre que solicitado. Modernização da Gestão dos benefícios Ter informações básicas dos benefícios concedidos pelo Instituto de forma imediata, sempre que solicitado. Modernização da Gestão das contribuições previdenciárias Ter informações básicas dos segurados quanto as contribuiç ões previdenciárias, seja do servidor ou patronal, de forma imediata, sempre que solicitado Modernização da Gestão do Registro dos Benefícios junto ao TCE Integrar o Instituto ao TCE por meio de um sistema informatizado – protocolo eletrônico ou virtual. Informatização do processo de concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença Ter em operação o sistema de concessão do benefício de auxílio-doença, desde o agendament o da perícia até a implantação do benefício em folha de pagamento. Para termos sucesso quanto aos objetivos definidos e alcançarmos as metas estabelecidas fez-se necessário uma intensa e constante interação com três grandes parceiros do IPREV-Maceió: SEMARHP, TCE-AL e MPS devido à interligação técnica e operacional existente entre estes órgãos e diante dos pontos de melhorias que o Instituto pretende avançar em 2015. Parceiro SEMARHP – Secretaria de Administração, Recursos Humanos e Patrimônio SEMARHP – Secretaria de Administração, Recursos Humanos e Patrimônio Ligação técnica e operacional Secretaria responsável pela gestão dos Recursos Humanos do munic ípio, que por sua vez são os segurados do Instituto. É o órgão que disciplina como deve ser a gestão da vida funcional do servidor. Secretaria responsável pela gestão da TIC do município, por meio da DTI – Diretoria de Tecnologia da Informação. Secretaria res pons ável pela gestão da Junta Médica Oficial do Munic ípio. 8 TCE – Tribunal de Cont as do Estado de Alagoas Órgão responsável pelo registro dos benefícios de aposentadorias e pensões, documento necessário para obtenção das compensações previdenciárias junto ao INSS e garantia do gestor em ter a concessão registrada pelo órgão de controle externo. MPS – Ministério da Previdência Social Órgão de controle e apoio aos RPPS. Disponibiliza vários sistemas\softwares de apoio a gestão do RPPS. Ao identificarmos os pontos de melhorias, os parceiros institucionais, as linhas base da gestão, os objetivos e as metas, tivemos o projeto definido de forma macro, partindo imediatamente para a identificação das ações e planejamento das reuniões, execuções e definição dos indicadores para monitorarmos claramente o sucesso do projeto. METODOLOGIA O projeto trata da informatização dos processos e serviços do Instituto de Previdência do Município de Maceió, associada a integração com os sistemas dos órgãos parceiros e está sustentado em três grandes pilares, que formam a base estratégica da Gestão: Inovação, Empreendedorismo e Integração, sem perder a ligação com a humanização, item essencial para manter o FOCO nas pessoas, essência do processo, onde todo esforço faz sentido. Figura 01 – B ase estratégic a da Gestão 9 Para falarmos de inovação, empreendedorismo e integração, a primeira ação concreta do projeto consiste em potencializar as pessoas envolvidas (os servidores), estimulando-as a repensar os processos, desejar a eficiência, trocar informações, entender o reflexo da sua atividade no Instituto, participar de cursos e interagir com outras instituições efetivando trocas de experiências. A segunda ação versa sobre a implementação das ideias que venham a surgir destes servidores potencializados, que serão o verdadeiro motor da boa competitividade, elevando seu Instituto ao patamar de referência. Um salto no projeto está em entender que as pessoas possuem time distintos. Sendo assim, as duas ações podem ocorrer simultaneamente, enquanto algumas pessoas estão sendo potencializadas outras já estarão na fase de implantação, inovando e empreendendo e assim o Instituto cresce naturalmente. Enquanto as pessoas envolvidas no processo estão sendo conscientizadas, potencializadas e já agem sobre a melhoria dos processos, serviços e intensificação das relações interpessoais e interinstitucionais, a estrutura tecnológica precisa acompanhar a evolução para não frustrar o suporte necessário a realização das ações. Neste ponto, o projeto parte da gestão da informação do Instituto, dos segurados e beneficiários de forma centralizada, em uma base de dados complexa e integrada, onde os sistemas satélites que fazem parte do arcabouço tecnológico do município se comunicam de forma gerenciada. 3.1 Primeiro conjunto de ações – potencialização do time O estímulo ao empreendedorismo e a inovação faz parte do processo de potencialização do time e parceiros do Instituto. O empreendedorismo tem sido empregado no setor público, principalmente em países europeus, como forma de gerar valor para os serviços prestados ao cidadão – no nosso caso desejamos melhorar os serviços prestados aos segurados do regime – Desenvolver a orientação empreendedora no setor público é essencial para melhorar o setor e envolver verdadeiramente os servidores. 10 O empreendedorismo no setor público é apresentado quando identificamos primordialmente algumas características entre os servidores: estão alerta às oportunidades de melhoria; possuem habilidades de tomar decisões em momentos de incerteza ou pressão; e possuem capacidade de inovar de forma ousada e criativa, mantendo os limites impostos pela legislação da administração pública. Este é o momento em que estamos elaborando cursos, encontros, desafios e integração com outros grupos a fim de despertar estas importantes e desejadas características dentro do time que hoje compõe o IPREV-Maceió. Visualizamos o empreendedorismo como uma força criativa com poder de transformação, pois tem o poder de quebrar antigas práticas, criar visões de longo prazo e derrubar antigos pensamentos que remetem ao “sempre foi assim”, com objetivo de instituir algo novo e desejado por todos, pois nos levará a eficiência dos serviços e orgulho do trabalho realizado. É importante frisar que empreendedores são pessoas motivadas pela realização e alcance de seus objetivos, por isso possuem como características a criatividade, proatividade, inovação, liderança, iniciativa, comprometimento, flexibilidade, ousadia e autoconfiança, sendo a principal dessas, a capacidade de diferenciar-se. O servidor público com visão empreendedora almeja atender aos cidadãos, como clientes que possuem necessidades a serem supridas e uma expectativa de qualidade que não deve ser frustrada; uma prática inserida paulatinamente na gestão pública e utilizada há muito tempo na gestão privada. Diante deste contexto, é relevante observar que existem alguns fatores que precisam ser observados e fortemente considerados para que não se tornem impedimento, limitador ou entrave na aplicação de uma gestão empreendedora no serviço público, tais como: legislação, burocracia, cultura organizacional e limitação dos recursos. Aplicar uma cultura empreendedora não é fácil pois passa por uma mudança de paradigmas e até cultural, porém quando é abraçada pelos executores, no caso os servidores públicos, e estes possuem apoio da alta gestão, aliado com a consciência de todos quanto a utilização do fator inovação e criatividade em busca de soluções que caibam no orçamento do Instituto e sejam aderente a legislação vigente, tendo o foco e compromisso como resultados, aí estamos no caminho do sucesso. 11 Empreender tem muitos significados, mas um deles certamente é reconhecer que há problemas e obstáculos a serem superados. Ao abraçar essa postura empreendedora, os futuros gestores e servidores estão garantindo o desenvolvimento do País, tendo o empreendedorismo como principal fator de desenvolvimento no setor público. Com toda esta motivação, o time e parceiros do Instituto foram convidados a repensar os processos, desejar a eficiência, trocar informações, entender o reflexo da sua atividade no Instituto, participar de cursos e interagir com outras instituições efetivando trocas de experiências. O convite a repensar surgiu de forma progressiva: primeiramente com alguns questionamentos diante de ações do cotidiano que eram consideradas consolidadas e não sujeita a mudanças, os questionamentos eram simples e tinham como foco apenas a melhoria do processo para a segurança de quem executa e a melhoria do serviço para quem está esperando o resultado da atividade, o produto, o fruto do trabalho. Esta etapa foi o início da mudança, mudar o que “sempre foi assim” não é fácil, passa por um convencimento que é mais natural e rápido quando a conclusão da necessidade de melhoria e mudança parte de quem está executando, ou seja, de quem “sempre fez assim”. Por isso o convite a repensar. A segunda etapa veio com a identificação da necessidade de mudança, aí surgem dúvidas de como fazer diferente e se tudo o que foi pensado pode legalmente ser executado. Daí surge naturalmente a necessidade de qualificação, a realização de cursos e da troca de conhecimento e soluções com instituições parceiras. É chegada a hora de participarmos de seminários, fóruns, reuniões temáticas e específicas, estabelecer novas parcerias, melhorar o canal de comunicação com os segurados, participar de cursos, ou seja, interagir. A terceira etapa é a de estimular o time já potencializado a desenhar soluções, propor mudanças em busca da eficiência. Estamos apostando na força motriz que surge da união da teoria com a prática, na força empreendedora que todos os grandes executores de tarefas possuem, porém não são estimulados a tal. Quando somos estimulados a repensar nossas atividades e nos são dadas novas 12 ferramentas de trabalho e somos ainda estimulados a inovar e ainda estamos motivados com nosso trabalho, a rea lização de mudanças simples na forma de fazer traz resultados enormes e geralmente são ações potencialmente inovadoras e empreendedoras. A quarta etapa foi a de motivar nossos parceiros, estabelecendo reuniões e encontros periódicos para discutir pontos de interesse comum com objetivo de melhorar os processos e serviços prestados ao segurado e que dependem de ações conjuntas. As ações de maior resultado que tivemos ao longo destes cinco meses de execução do projeto foram: Institucionalização de calendário com reuniões mensais com os recursos humanos dos órgãos municipais com intuito de disseminar a cultura previdenciária e falar sobre um processo/fluxo por reunião a fim de sanar problemas corriqueiros na execução de algumas atividades conjuntas. Ao final de algumas destas reuniões houve necessidade de publicação de instruções normativas conjuntas a fim de corrigir e institucionalizar alguns procedimentos; Institucionalização de calendário com reuniões mensais com a Junta Médica Oficial para tratar de ações específicas como avaliação periódica dos benefícios aposentadoria por invalidez, assim como discursão acerca de procedimentos e fluxos do dia a dia como melhoria de formulários e otimização do fluxo operacional, além da ótima oportunidade de disseminação da cultura previdenciária; Encontros periódicos com o TCE para melhor entendimento dos fluxos com foco na melhoria da eficiência e segurança no processo de concessão e registro de benefícios previdenciários; Encontros com associações e sindicatos para disseminar a cultura previdenciária, apresentando esclarecendo a legislação dúvidas, explicando vigente, ouvindo conceitos, relatos, discutindo melhorias e novas soluções para problemas identificados. As reuniões mais produtivas foram com a ASFIM – Associação do Fisco de Maceió e o SINTEAL – Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas, onde os problemas encontrados estavam na falta de informações dos entes diante da realidade do Instituto. Além de sanar as dúvidas, 13 um canal de comunicação mais efetivo e dinâmico foi proposto e sua execução foi iniciada, tendo como base o portal do Instituto, ferramentas de correio eletrônico e modernização no atendimento presencial ao segurado. Estas ações são estruturantes e sólidas pois muda conceitos, forma de pensar e constrói fluxos e processos a partir dos executores, o que fortalece a mudança. O reflexo das mudanças passa a ser imediato e sua disseminação veloz, pois foi plantado por todos de forma conjunta. 3.2 Segundo conjunto de ações – implementação das mudanças Foi desenhado um modelo de dados relacional que estabelece os dados necessários a correta identificação e gestão do segurado, dos benefícios concedidos e do registro das contribuições previdenciárias, sejam as contribuições do servidor ou patronal. Esta base passa a ser o centro principal de informações do Instituto que, por sua vez, relaciona-se com o SIPREV 4, FOPAG 5, SIIMM 6 e SIMARP 7 por meio de protocolos de comunicações definidos conjuntamente com os parceiros: SEMARHP, TCE e MPS. Figura 02 – Representação da integração dos sistemas 4 SIPREV – ferramenta de Gestão das informações referentes a servidores públicos (civis e militares ), ativos, aposentados, pensionistas e demais dependentes, da União, Estados, Distrito Federal e Municípios que possuam Regime Próprio de P revidência Social – RPPS 5 FOPAG – Sistema que gerencia a folha de pagamento dos servidores ativos, aposentados e pensionistas do munic ípio de Maceió. 6 SIIMM – Sistema de informaç ões integradas do município de Maceió, desenvolvido pela diretoria de tecnologia da informação e comunicação do município de Maceió. 7 SIMARP – Sistema Integrado Modular de Aposentadorias, Reservas e Pensões, desenvolvido pelo Tribunal de Contas do Estado de Alagoas 14 A base de dados central de informações do RPPS foi definida pelo Instituto como centro das atenções para geração de relatórios gerenciais e estatísticos de controle e gestão do próprio Instituto, seus segurados e benefícios concedidos. Esta base está ligada aos principais sistemas de gestão do Instituto e dos parceiros SEMARHP, TCE e MPS, e foram integradas e suas instalações e utilização redefinidas para termos uma unidade, integração e maior eficiência. O FOPAG – Sistema de Gestão de folha de pagamento – Sistema da SEMARHP/DTI O FOPAG é o sistema de gestão da folha de pagamento dos ativos, aposentados e pensionistas do município, foi desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia da Informação do Município de Maceió, implementado em Delphi, plataforma cliente servidor e em uma base de dados PostgreSQL 8. O sistema foi desenvolvido para gerenciar os servidores ativos e adaptado para gerar a folha de benefícios previdenciários, o que causava grandes problemas por não ter implementado conceitos como rubrica única de proventos e pensão, a figura do instituidor da pensão previdenciária, contracheques diferenciados para cada tipo de benefício e inexistência de informações quanto ao benefício que estava sendo pago como: data de início do benefício, tipo do benefício, natureza do benefício, fundo que custeia o pagamento do benefício dentre outras particularidades. Os passos definidos para a integração foram os seguintes: uniformização das informações necessárias para pagamento do benefício, padronização do contracheque para benefícios previdenciários, saneamento das informações ausentes na base, cruzamento dos dados com as bases de planilhas e censo para uniformização das informações e definição de uma única fonte de informações. Após a integração o FOPAG passa a ser apenas o sistema de gestão dos pagamentos dos benefícios, sendo a gestão dos benefícios e dos segurados passada para o SIIMM e o SIPREV de forma integrada e gerenciada. 8 PostgreSQL – é um Sistema Gerenciador de Banco de Dados Objeto Relacional. 15 O SIIMM – Sistema da SEMARHP/DTI O SIIMM é o Sistema Integrado de Informações do Município de Maceió, planejado e desenvolvido pela Diretoria de Tecnologia da Informação do Município de Maceió, tem plataforma Web, base de dados PostgreSQL. Este sistema de informações concentra boa parte dos sistemas municipais, seja integrado a ele ou desenvolvido em um módulo específico dentro desta plataforma, como é o caso do sistema de gestão do IPREV-Maceió. Figura 03 – Tela principal do sistema SIIMM A maioria das ferramentas de gestão pensadas para o Instituto estão desenhadas para funcionar no SIIMM e estão sendo disponibilizadas paulatinamente, ao longo do exercício de 2015. O SIIMM já nasce integrado com o FOPAG, porém ainda com muitos protocolos de comunicações a serem definidos e regras de negócios estabelecidas. As ferramentas previstas para o SIIMM em 2015, no que tange o módulo do IPREV Maceió são as seguintes: contracheque específico para benefícios previdenciários, relatórios gerenciais de benefícios, relatórios gerenciais de segurados, registro de pagamento de contribuições previdenciárias, registro de atendimento aos segurados, auditoria sistemática, integração com sistema da Junta Médica para concessão do 16 benefício de auxílio doença, integração com o SIPREV e integração com o SIM-ARP gerando relatórios gerenciais para o COMPREV e para gestão dos processos de concessões submetidos ao registro junto ao TCE. O SIM-ARP – Sistema do TCE O SIM-ARP é o Sistema Integrado Modular de Aposentadorias, Reservas e Pensões. Sistema de protocolo eletrônico, desenvolvido pelo Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, com um módulo específico para tramitação de processos eletrônicos de registro de aposentadorias, reservas e pensões. Figura 04 – Tela principal do sistema SIM -ARP Este sistema foi apresentado ao IPREV-Maceió em dezembro de 2014 quando foram iniciadas várias reuniões de ajustes de fluxo e procedimentos objetivando a implantação no início de 2015. Os ajustes técnicos e operacionais ocorreram de janeiro a março de 2015, os testes em abril e o início da utilização efetiva em maio de 2015 com o IPREV-Maceió como piloto do projeto. O SIM-ARP além de proporcionar uma maior transparência no processo de submissão das concessões de benefícios ao TCE, garante uma maior eficiência no trâmite e registro destes benefícios, além de possibilitar integrações com os sistemas municipais por meio de serviços web (WebService). Estão previstas as 17 seguintes integrações para 2015: integração com o portal municipal para consultas do andamento do processo, integração com o SIIMM para fornecermos informações do segurado e obtermos informações do processo, possibilitando geração de relatórios gerenciais quanto ao volume de processos submetidos e o status de cada processo. O SIPREV – Sistema do MPS O SIPREV é uma ferramenta destinada a gestão das informações dos segurados do Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, é de distribuição livre, desenvolvido em código aberto e com suporte e treinamentos do próprio Ministério da Previdência Social, que idealizou o sistema desenvolvido pela DATAPREV 9. Figura 05 – Tela principal do sistema SIP REV Este é o verdadeiro e completo sistema de gestão de um RPPS, o problema de sua utilização é a não integração deste com os demais sistemas municipais, fato que tem neste projeto uma proposta e integração que não corrompe a integridade de nenhum dos sistemas envolvidos. O SIPREV será instituído em 2015 como o sistema oficial de gestão dos benefícios do IPREV-Maceió, para tal, sua base foi atualizada com as informações advindas do sistema da folha de pagamento, estes dados estão sendo cruzados com os do último censo realizado, com os dados do sistema de gestão de pastas funcionais existente no Instituto, assim como está sendo saneado com o cruzamento de informações advindas de planilhas alimentadas por setores específicos do Instituto. 9 DATAP REV – Empresa de Tec nologia e Informações da P revidência Social, é uma empresa pública brasileira, vinculada ao Ministério da Previdência Social. 18 O SIPREV, após todo saneamento de dados, será integrado a base central de dados do Instituto, promovendo uma interação com o SIIMM, FOPAG, SIM-ARP, gerando mais consistência e agilidade das atividades do Instituto. Com a integração de sistemas e pessoas podemos afirmar que a gestão do IPREV foi desenhada para ter o carimbo de “moderna e humanizada”, o projeto traz uma proposta de padronização de procedimentos e principalmente a integração entre sistemas já existentes, pessoas e órgãos que sempre estiveram presentes, mas que não conversavam ou interagiam. O amadurecimento dos protagonistas deste processo de mudança vai aproximar o Instituto naturalmente da P&D10 e será neste momento que será dado o grande passo rumo à sustentabilidade do processo continuado de modernização. 4 CONCLUSÕES Após implementação da base de dados centralizada, da definição dos protocolos de comunicações entre os sistemas dos parceiros da primeira fase do projeto (2015): SEMARHP, TCE e MPS, tivemos grandes avanços quanto ao retrabalho, item que deixou de existir paulatinamente, à medida que as integrações foram estabelecidas e os processos definidos. passam a ser definidos, padronizados e Neste momento os processos institucionalizados, garantindo a transparência e sustentabilidade da informação e processo. As definições estabelecidas conjuntamente com o TCE, gerou um compromisso de finalização dos quase 2.600 processos pendentes de registro do benefício de aposentadoria, viabilizando assim as compensações previ denciárias vinculadas a estes benefícios concedidos pelo Instituto. A implantação do sistema SIM-ARP 11 institucionalizou o processo eletrônico para registro dos benefícios do Instituto junto ao TCE, deu transparência e eficiência ao processo que antes era de anos e foi reduzido a meses, melhorando a fiscalização do TCE, tranquilizando o gestor e o segurado que passam a ter de forma mais efetiva a observação do órgão de controle externo quanto a concessão do benefício. 10 11 P&D – Pesquisa e Desenvolvimento SIM-ARP – Sistema Integrado Modular de Aposentadoria, Reserva e Pensão 19 As ações de aproximação e interação do Instituto com a SEMARHP, em especial com a Diretoria de Recursos Humanos, gerou a publicação de instruções conjuntas, decretos regulamentadores, cursos conjuntos e uma agenda de reuniões mensais. Essas ações além de aproximar os servidores instituiu uma disseminação natural e recursiva da cultura previdenciária, um ambiente de discursão previdenciária e de melhorias contínuas na forma de registro da vida funcional do servidor. A cada novo sistema implantado uma nova ação automática e virtual passa a integrar sistematicamente a vida funcional do servidor, evitando retrabalho, ausência de informações e aumentando a transparência. Com esta ação conjunta com a SEMARHP tivemos melhoria na forma de concessão e gestão dos benefícios de auxílio-doença, auxílio maternidade, saláriofamília. Passamos a ter informações de óbitos de forma antecipada com a integração do processo de concessão do benefício administrativo auxílio funeral, modernizamos o processo de concessão do benefício previdenciário de auxílio doença ao torná-lo eletrônico, conjuntamente com a Junta Médica Oficial, assim como, automatizamos a publicação deste ato concessivo junto ao Diário Oficial do Município – DOM e levamos automaticamente esta informação para registro na vida funcional do servidor, que passa a ter uma pasta funcional virtual, alimentada pelo registro de alguns sistemas coorporativos do município. As ações conjuntas com o Ministério da Previdência Social – MPS resultou na utilização dos sistemas como COMPREV, CADPREV e SIPREV. O SIPREV, em especial, foi integrado aos demais sistemas do município tornando -se a base de dados oficial dos segurados do Instituto, aproximando o Instituto do MPS, facilitando os cruzamentos de dados, as auditorias de sistemas, as adesões aos padrões do MPS por utilizarmos as ferramentas já previstas no software de gestão, além da uniformização dos procedimentos e linguagem previdenciária ao termos como principal ferramenta de trabalho um produto oficial, desenvolvido para este fim e monitorado pelo MPS. Todas as mudanças de fluxos, procedimentos e ferramentas de trabalho foram tratadas conjuntamente com os servidores do Instituto, que tiveram a sua interação com os parceiros crescente naturalmente. Cursos de qualificação, pósgraduações e eventos de capacitação foram oferecidos ao time e seus principais 20 parceiros como: Procuradores do Município, Gestores de Recursos Humanos dos diversos órgãos, profissionais da Junta Médica Oficial do Município, associações, sindicatos, representantes dos Conselhos Administrativo e Fiscal do Instituto, assim como os servidores do IPREV-Maceió. Estas ações resultaram em um maior entendimento da previdência entre os parceiros e segurados diminuindo a insatisfação, questionamentos e polêmicas quanto as atividades do Instituto. E por fim, as ações de motivação dos servidores, para que eles sintam-se parte do todo e sejam motivados a contribuir de forma mais efetiva com o crescimento, modernização e melhoria do Instituto. Temos alguns servidores apresentando ideias de melhoria, projetos completos de áreas específicas como ergonomia, participando de forma mais proativa dos problemas e dificuldades do Instituto, além de ser claro o maior entendimento dos servidores quanto ao Instituto como o todo e não apenas a sua área específica. Os resultados obtidos com apenas cinco meses de implementação do projeto, deixa-nos otimistas quanto ao resultado final a ser colhido com o término da primeira fase, que tem seu marco ao final dos doze meses, ou seja, em dezembro de 2015. Quando trabalhamos com foco, parceiros e time comprometido os projetos conseguem chegar ao objetivo traçado. Este projeto, em especial, que tem como foco principal a modernização e integração dos processos e pessoas, motiva naturalmente o empreendedorismo e a autoestima dos participantes, por ser um projeto dinâmico e de equipe com resultado desejado por todos. 21 5 REFERÊNCIAS PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ. Cartilha Previdenciária. Maceió, AL, 2014. Lei 5.828, de 18 de setembro de 2009. Dispõe sobre a reorganização do Regime Próprio de Previdência Social do Município de Maceió e a alteração da denominação do IPREV, que passou a se chamar Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Maceió. Diário Oficial do Município de Maceió, Poder Executivo, Maceió, AL, 19 de setembro de 2009. Valadares, Josiel Lopes. Orientação empreendedora na administração pública: análise da trajetória e das implicações da criação e manutenção do cargo de empreendedor público em Minas Gerais . Brasil, Viçosa, MG, 2013. Site oficial da DATAPREV: http://www.dataprev.gov.br/ Site oficial do Ministério da Previdência Social: http://www.mps.gov.br/ Sie oficial do software público: http://www.softwarepublico.gov.br ___________________________________________________________________ AUTORI A Fabiana Tolêdo Vanderlei de Azevedo – Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Maceió. Endereço eletrônico: [email protected]