N 07/96 Publicação Especial FORMAÇÃO DE BURACOS NEGROS NA TEORIA DE LOVELOCK: MODELO DE OPPENHEIMER-SNYDER DIMENSIONALMENTE CONTINUADO Andersonllha dos Santos Tese de Mestrado Rio de Janeiro, Agosto de 1996 N' 07/96 Publicação Especial FORMAÇÃO DE BURACOS NEGROS NA TEORIADE LOVELOCK: MODELO DE OPPENHEIMER-SNYDER DIMENSIONALMENTE CONTINUADO And~sonllhadosSantos Tese de Mestrado Rio de Janeiro, Agosto de 1996 FORMAÇAO DE BURACOS NEGROS NA TEORIA DE LOVELOCK: MODELO DE OPPENHEIMER-SNYDER DIMENSIONALMENTE CONTINUADO por Anderson Ilha dos Santos Observatório Nacional Rio de Janeiro Agosto de 1996 Tese de Mestrado Agradecimentos Eu gostaria de agradecer a José Lemos por seu ensinamento e crítica durante a supervisão de meu trabalho. As discussões com ele são sempre uma fonte de inspiração e entusiasmo. Meu grande agradecimento aos meus amigos da pós-graduação, parte de minha vida um episódio memorável. que fizeram desta Meu agradecimento a Vilson Zanchin. Sem ele, o meu período na graduação não teria tido a mesma intensidade que tive sob sua orientação. Ao pessoal da Coordenadoria de Pós-Graduação. O suporte financeiro veio do Conselho Nacional para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq. Eu também gostaria de agradecer a minha família. Meus pais e minha pequena irmã sempre estiveram aqui junto de mim, embora estejamos morando a muitos quilomêtros de distância. Agradeço a eles a minha educação. São os responsáveis diretos por estar aqui. Meus padrinhos e meus avós também tiveram uma participação importante na minha formação pessoal. Agradeço profundamente por isto. , Indice Prefácio 3 Resumo 5 Abstract 7 1 Introdução 9 2 Colapso gravitacional na relatividade geral Introdução.......................... 2.2 Solução exterior de vácuo ......................... 2.3 Soluçãointeriordematéria......................... 2.4 Condições de junção ............................ 20 2.5 21 2.1 Formação de buracos negros ........................ 3 A Teoria de Lovelock 4 Introdução.................................. 3.2 3.3 Generalização do tensor de Einstein e equações de movimento. . . . . Classes características e continuação dimensional. . . . . . . . . . . . . Colapso em dimensões ímpares 4.2 Introdução.................................. A escolha dos coeficientes ..................... 4.3 4.4 4.5 4.6 Soluçõesexteriores de vácuo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Soluçãointerior de matéria. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Condiçõesdejunção ........................ Formaçãode buracos negros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Colapso em dimensões 17 18 19 25 3.1 4.1 5 17 pares Introdução.................................. 5.2 A escolha dos coeficientes ......................... 5.3 Soluçõesexterioresdevácuo........................ 5.4 Soluçãointeriordematéria......................... 5.5 Condições de junção ........................ 5.1 1 25 26 30 35 35 35 36 37 40 43 45 45 45 46 47 50 2 5.6 Formação de buracos negros ........................ 52 Conclusões 59 Referências 61 A Referências selecionadas sobre a teoria de Lovelock 65 Prefácio A pesquisa inclui da nesta tese foi elaborada no Observatório Nacional, Rio de Janeiro. O capítulo 5 foi submetido, com modificações menores, para publicação, e o capítulo 4 está sendo preparado para tal, ambos em colaboração com José P. S. Lemos. 3 Resumo A extensão da relatividade geral para dimensões mais altas, de modo que as equações de campo permaneçam de segunda ordem para a métrica, é feita através da ação de Lovelock. Esta ação também pode ser interpretada como a continuação dimensional das densidades de Euler de dimensões mais baixas. A teoria possui vários coeficientes constantes, aparentemente sem significado físico. Entretanto, é possível reduzir, de uma maneira natural, este conjunto de coeficientes para apenas dois (a constante de Newton e a constante cosmológica), levando então a uma teoria restrita de Lovelock. Neste processo podemos separar as teorias definidas em dimensões ímpares das teorias definidas em dimensões pares. Estas teorias possuem soluções de buracos negros. Na relatividade geral, os buracos negros surgem como o estado final de um colapso gravitacional. Neste trabalho, o colapso gravitacional de uma nuvem de poeira regular é estudado dentro da teoria restrita de Lovelock. Para dimensões ímpares, estudamos a formação de buracos negros em três dimensões, sendo que características importantes do modelo de Oppenheimer-Snyder são preservadas neste caso, e analisamos alguns aspectos das soluções em dimensões ímpares maiores que três. Para dimensões pares, mostramos que buracos negros surgem como o resultado final de um colapso gravitacional, do mesmo modo que o colapso de Oppenheimer-Snyder. 5 A bstract The extension of the general relativity theory to higher dimensions, so that the field equations for the metric remain of second arder, is dane through the Lovelock action. This action can also be interpreted as the dimensionally continued Euler characteristics of lower dimensions. The theory has many constants coeflicients apparently without any physical meaning. However, it is possible, in a natural way, to reduce to two (the cosmological and Newton's constant) these several arbitrary coeflicients, yielding a restricted Lovelock gravity. In this process one separates theories in even dimensions from theories in odd dimensions. These theories have static black hole solutions. in general relativity, black holes appears as the final state of gravitational collapse. In this work, gravitational collapse of a regular dust fluid in the restricted Lovelock gravity is studied. For odd dimensions, we studied black hole formation in three dimensions. Important characteristics of the Oppenheimer-Snyder collapse are preserved, and we also analize some aspects of the solutions in odd dimensions greater than three. For even dimensions, we show that black holes emerge as a final state of gravitational collapse, in the same manner of Oppenheimer-Snyder model. 7 Capítulo 1 Introd ução Desde a formulação final da relatividade geral em 1916, um dos principais problemas da física teórica tem sido o da unificação em um único quadro teórico de todas as interações conhecidas na natureza. À medida que novas forças estavam sendo descobertas, foi-se tornando evidente que os métodos de quantização empregados em outras teorias de campo não levavam a resultados coerentes quando empregados para a gravitação. Entre estes estavam problemas conceituais, tais como a definição precisa de como quantizar o espaço-tempo e problemas de natureza técnica, como uma constante de acoplamento dimensional na relatividade geral, o que leva a uma teoria não-renormalizável. Estes problemas persistem até hoje, e mesmo a teoria eletrofraca não estando rigorosamente unificada com a teoria das interações fortes, muitos esforços tem sido gastos na solução do problema final: uma teoria quântica consistente da gravitação. O conceito de unificação é uma consequência natural da evolução das leis da física. Ao longa da história, as interações encontra<;las na natureza foram gradativamente sendo incoporadas em descrições cada vez mais abrangentes e completas da natureza. Assim, em 1687 Newton unificou as observações de Galileu a respeito das quedas dos corpos e as leis do movimento planetário de Kepler em uma única física, a teoria gravitacional Newtoniana. As duas descrições anteriores não pareciam em princípio ter relação direta entre si. Contudo Newton foi capaz de unificá-Ias em uma única e extraordinária síntese teórica. A segunda unificação ocorreu em 1864, quando James Maxwell elaborou um.conjunto de equações nas quais estavam todos os conhecimentos adquiridos em eletricidade e em magnetismo, desde os gregos antigos até às excepcionais descobertas de Cavendish, Coulomb e Faraday. Até as primeiras décadas do século, a gravitação e a eletrodinâmica eram as duas únicas teorias de campo conhecidas na física. Contudo, os avanços na pesquisa de altas energias revelaram a existência de duas novas forças, as forças nucleares fraca e forte. Com estas quatro interações era possível descrever qualquer observação experimental em uma escala de 40 ordens de grandeza, dentro de uma precisão admirável. Tendo este cenário, é perfeitamente natural considerar estas quatro interações como verdadeiramente fundamentais. Assim a próxima pergunta é: todas estas interações podem ser unificadas a partir de um único quadro teórico? A resposta afirmativa poderia então levar a uma teoria final da natureza. Uma teoria que responderia à perguntas sobre a própia criação do universo. Toda esta procura pode 9 10 ser resumida pelo seguinte diagrama [1] Eletricidade . I Magnetismo . U(I) SU(2) X U(I) I Força Fraca . SU(5), 0(10) ? Força Forte . supercordas ? Gravit.ação . Note que quase todas as interações são equivalentes a teorias de gauge baseadas em grupos de Lie. A partir dos trabalhos de Noether e da teoria de Yang-Mills, o conceito de simetria desempenha um papel fundamental na física. Por causa disto, é razoável esperar que também a gravitação se enquadre em uma unificação baseada em teorias de gauge, como as demais forças. O Modelo Padrão de Glashow-Salam- Weinberg e outros [2] prevê que a matéria seja composta de quarks e léptons interagindo por um campo de Yang-Mills, obedecendo à simetria SU(3) @ SU(2) @ U(I). Se uma teoria geométrica como a gravitação deve ser unificada com uma teoria como o Modelo Padrão, precisamo saber como derivar as partículas e suas simetrias a partir de meios geométricos. Se tivermos N quarks dentro de um multipleto, a sua simetria será a SU(N). Agora, se extendermos uma teoria como Kaluza-Kle"in para N dimensões, teremos liberdade para impor uma simetria neste espaço-tempo multidimensional, e obteremos não apenas a relatividade geral mas também a teoria de Yang-Mills! A simetria observada das partículas elementares poderia então ser entendida como suas "vibrações" em um espaço-tempo em N dimensões. O ponto chave é que conseguimos um quadro teórico no qual a relatividade geral e o Modelo Padrão são unificados, e uma explicação para a simetria intrínseca das partículas elementares se extendermos o espaço-tempo para além de 4 dimensões. O corolário é: todas as teorias que unificam todas as interações presentes na natureza foram ou são formuladas em 1) > 4 dimensões. É como se as quatro dimensões usuais não fossem suficientes para acomodar todas as interações conhecidas. A primeira tentativa de unificação das forças conhecidas na física foi feita por Theodr Kaluza [3] em 1916, que procurou unificar as duas interações conhecidas na época, a gravitação e o eletromagnetismo a partir de um espaço-tempo de cinco dimensões. Nesta teoria a eletrodinâmica está definida na quinta dimensão, enquanto que a relatividade geral ocupava as quatro usuais. A maneira como esta decomposição foi feita é explicitada pelo seguinte elemento de linha: dS A2 onde todas as quantidades A:; = g{.tí)dx,... dx A com um circunflexo Aí) A , (1.1.1) são definidas em cinco dimensões: 11 i/l = (XJJ.,y), onde y é a 5fkdimensão. O tensor métrico é definido por 9itv= 900 901 902 903 Ao 910 911 912 913 AI 920 921 932 943 A2 930 931 932 933 A3 Ao AI A2 A3 4> (1.1.2) onde 9, A e 4>são campos de spin 2, 1, e O, respectivamente, que não dependem de y. Note que a quinta dimensão surge como uma necessidade para acomodar uma nova interação fundamental. Levando (1.1.1) e (1.1.2) nas equações de Einstein em 5 dimensões Ritv = O surge o milagre de Kaluza: corretamente recuperamos as equações de Einstein para 9JJ.v(X), as equações de Maxwell para AJJ.(x) e a equação de Klein-Gordon para 4>(x). Uma vez dada a dimensão extra, as equações de Maxwell surgem como uma consequência da relatividade geral. N a época, a introdução desta dimensão extra causou um choque na comunidade científica. O modo surpreendente pelo qual o problema foi abordado (por meio de uma dimensão espacial inacessível ao laboratório) levou muitos físicos a descartar a teoria, que sendo essencialmente clássica, não incorporava a recém criada mecânica quântica. Além disso não havia uma dependência dos campos 9, A e 4>na dimensão y. De fato, no trabalho original de Kaluza não está bem claro se a dimensão extra é de fato uma dimensão real ou apenas uma abstração matemática. Para responder a estas perguntas e tentar tornar a idéia de Kaluza compatível com a teoria quântica, em 1926 Oskar Klein [4] reformulou a teoria original, que posteriormente passou a ser chamada genericamente de teoria de Kaluza- Klein. Kaluza-Klein [5] foi umas das primeiras teorias a usar o conceito de um espaçotempo multidimensional como um cenário de unificação. A quinta dimensão não era observável porque estava compactificada na escala de Planck, inacessível dentro da tecnologia disponível para os físicos experimentais. Klein conjecturou que esta dimensão teria uma topologia circular, levando a um espaço-tempo cilíndrico R4 x SI. Uma vez que este círculo é extremamente pequeno, a dependência dos campos fundamentais sobre a dimensão extra seria desprezível. Contudo, uma medida indireta da existência dessa dimensão poderia ser feita através da detecção de partículas que "oscilariam" ao redor da quinta dimensão. A massa destas partículas corresponderia aos comprimentos de onda destas vibrações. Ainda que existisse uma partícula com massa zero, as partículas massivas se caracterizavam por possuirem uma massa muito grande: a primeira partícula massiva possuia 1016 vezes mais massa que o próton! Não existe qualquer esperança de detectar uma partícula desta massa em qualquer acelerador do presente. De fato, nem mesmo a partícula sem massa foi observada. Isto e mais a evidência de que existiam outras interações além da gravidade e do eletromagnetismo - que não tinham espaço no programa original de Kaluza-Klein - determinaram o esquecimento da teoria nos 60 anos seguintes. O programa de unificação da física continuou evoluindo entrelaçado com os avanços feitos na física de altas energias. A consolidação da mecânica quântica e o surgimento de um grande número de partículas elementares desviaram a atenção dos físicos para a unificação das interações de curto alcance mais o eletromagnetismo, levando ao surgimento da teoria de campos de gauge não-abelianos de Yang-Mills [6] e mais tarde 12 ao Modelo Padrão. As teorias de grande unificação (TGU, ou em inglês, GUT) surgiram como uma tentativa de unificar a teoria eletrofraca e a cromodinâmica quântica em uma única teoria de gauge não-abeliana. Embora o quadro teórico fosse bastante atrativo, elas não poderiam ser consideradas como uma teoria final por que não incluiam a gravidade. Diante deste cenário, os interesses voltaram para a tentativa de construção de uma teoria final da natureza. As primeiras idéias foram a de uma teoria que incorporasse as GUTs e alguma espécie de Kaluza-Klein não em 5, mas em 'D dimensões. A teoria original de Kaluza-Klein necessitava de 5 dimensões porque incluia apenas uma interação, o eletromagnetismo, intermediada por um bóson vetorial (o fóton). Contudo a força nuclear fraca precisa de três bósons vetorias, a força nuclear forte mais oito glúons, e o esquema GUT necessita de 10 a 500 bósons vetoriais para as suas interações! Ainda que não haja uma relação entre o número de bósons vetoriais e a dimensão do espaço-tempo, é correto supor que a teoria de Kaluza-Klein deveria ser formulada em um número maior de dimensões, sendo que o número exato dependeria da escolha particular de uma GUT. Os problemas começaram a surgir a partir daí. Afinal, qual seria a GUT correta? As dimensões extras poderiam ser fisicamente reais e mesmo assim não observáveis, porque estariam compactificadas em escalas inacessíveis. Contudo o fato de que não havia um consenso para uma questão fundamental como o valor correto da dimensão do espaço-tempo era bastante inoportuno. Além disso, os férmions não poderiam ser derivados a partir de uma teoria bosônica como a Kaluza-Klein em 'D dimensões. O único modo destas partículas entrarem na teoria seria impô-Ias na mão. Não havia nenhum procedimento formal para isto, e o número de férmions que poderiam entrar era completamente arbitrário. A solução deste dilema foi encontrada em uma nova forma de simetria que recentemente havia sido descoberta, chamada de supersimetria. As teorias supersimétricas são invariantes por trocas de bósons e de férmions. A extensão deste princípio para a gravidade criou uma teoria chamada de supergravidade [7], no qual o problema do número arbitrário de férmions foi resolvido através do conceito de partículas chamadas de superparceiros. Cada bóson presente na gravitação e nas teorias GUT possuem um superparceiro fermiônico. Por exemplo, o bóson gráviton possue um superparceiro fermiônico chamado de gravitino. Então o número de férmions está vinculado ao número definido de bósons presentes na teoria. A teoria mais simples da supergravidade prevê a existência de apenas dois campos, o gráviton, de spin 2, responsável pela interação usual de longo alcance da gravitação, e o seu superparceiro gravitino, responsável por uma nova interação de curto alcance. Ou seja, a supergravidade prevê correções à relatividade geral em um nível quântico. A maneira mais simples de incluir matéria é escrever a teoria em 'D = 11 dimensões. Edward Witten demonstrou que para além desse número, haveria inconsistências matemáticas na teoria, relacionadas com a superparceria de partículas. Ainda que em 'D < 11 existam diferentes versões da supergravidade, somente em 'D = 11 a teoria é única. A supergravidade foi a primeira tentativa realista de unificar todas as leis da física a partir de uma teoria inteiramente geométrica. Isto porque, como há invariância na troca de bósons e de férmions, todas estas partículas são na verdade uma manifestação de uma mesma força, chamada de superforça. A matéria não existe mais como uma entidade única e isolada. Está agora intrinsecamente associada com a geometria, formando uma "supergeometria". 13 Contudo, não havia nenhuma evidência experimental da existência da superparceria de partículas. Até hoje não foi encontrado o gravitino (e nem o própio gráviton diretamente), e o parceiro de spin O do elétron, por exemplo. Ainda que os defensores da supergravidade justificassem que somente em energias comparáveis com as do momento da criação todas as partículas estariam acompanhadas de seus superparceiros, havia outros problemas. A teoria não podia ser quantizada corretamente. Mais tarde ficou claro que ela não poderia ser renormalizável, e o máximo grupo de simetria que a supergravidade poderia incluir era o 0(8), insuficiente para acomodar o Modelo Padrão. A medida que o interesse na supergravidade começou a decair, a teoria de supercordas [8] começou a tomar forma. A essência da teoria é que ela pode explicar a natureza tanto da matéria quanto do espaçó-tempo. Especula-se que nesta teoria todas as partículas, os quarks, os léptons e bósons do Modelo Padrão surjam como estados de excitação de uma entidade verdadeiramente fundamental: a supercorda. Se existirem, as supercordas serão os menores objetos na natureza. Seu tamanho seria de 10-33 cm, residindo na física da escala de Planck. Uma vez que há um número infinito de excitações que podem ser atribuídos às supercordas, existe um número infinito de formas de matéria que podem ser obtidos a partir destas excitações. Isto explicaria a diversidade de partículas na natureza. Devido a condições de auto-consistência, as supercordas só podem existir em determinados espaço-tempos, ao contrário de partículas pontuais, que podem existir em um espaçotempo arbitrário. As condições de auto-consistência determinan que o espaço-tempo pode ter somente 10 ou 26 dimensões. Definida em qualquer uma destas dimensões, a teoria de supercordas pode acomodar todas as interações fundamentais. Esta característica notável mantém a esperança de que pode existir ao menos uma explicação para a dimensionalidade do espaço-tempo: se a teoria de supercordas se tornar a teoria final da natureza, então não haveria outra alternativa da criação senão escolher 1) = 10 ou 26 dimensões. A questão parece ser de que a atitude correta a se tomar não seria questionar o porque de o nosso espaço-tempo ser 1)-dimensional, mas qual seria a teoria de supercordas correta para o nosso mundo. Contudo, grande parte do interesse despertado por esta teoria é que, sem assumir em nenhum momento as equações de Einstein, a relatividade geral surge naturalmente a partir de vínculos que as supercordas impõem ao espaço-tempo. Isto é espantoso. A relatividade geral não é mais uma teoria fundamental. Ela é inteiramente derivada a partir da teoria de supercordas. Atualmente, a forma mais aceita da teoria de supercordas é a sua forma heterótica [9]. Ela consiste de uma corda fechada que pode vibrar tanto no sentido horário quanto no anti-horário. As vibrações horárias são definidas em um espaço-tempo de 10 dimensões, enquanto que as vibrações anti-horárias são definidas em 26 dimensões, 16 das quais estão compactificadas. Embora estes dois tipos existam em dimensões diferentes, ambas são combinadas para produzir uma única supercorda em 1) = 10 dimensões. As 16 dimensões compactificadas produzem uma simetria dada por Es Q9 Es (ou 50(32)), que é grande o suficiente para todas as simetrias do Modelo Padrão, da relatividade geral e da mecânica quântica. Com isso, pela primeira vez uma teoria puramente geométrica fornece uma explicação simples para a simetria encontrada na física de altas energias: todas estas simetrias são remanescentes de simetrias encontradas em um espaço-tempo de 1) > 4 dimensões. Além dessa extensa simetria, a teoria de supercordas é a única teoria geométrica a fornecer uma teoria finita da gravitação quântica. Em 1984 Green e Schwarz provaram 14 que esta teoria é a única teoria auto-consistente da gravitação quântica. Em 1985 Edward Witten mostrou que, a partir da chamada teoria de comologia é possível derivar uma teoria de campos de supercordas em um forma inteiramente relativística. A teoria de supercordas é atualmente a mais poderosa teoria física já proposta. Apesar de seus sucessos teóricos, ainda existem problemas fundamentais a serem resolvidos. Os mais óbvios são os problemas de natureza experimental: ainda não existe evidência de supersimetria ou de um espaço-tempo de 10 dimensões. Além disso, ainda não foi possível estabelecer uma teoria não-pertubativa para as supercordas. Isto é fundamental, pois o tratamento pertubativo usual não consegue estabelecer soluções únicas para a teoria. Sem isto, não será possível, por exemplo, determinar a massa do próton a partir de primeiros princípios. Ainda faltam técnicas matemáticas para isto, embora existam trabalhos nesta direção. Se todo este cenário for correto, então é perfeitamente natural procurar por uma teoria análoga à relatividade geral que descreva a dinâmica neste espaço-tempo em D > 4 dimensões. A relatividade foi formulada em um espaço-tempo com quatro dimensões. Contudo, como vimos, existem sugestões teóricas de que vivemos em um mundo com mais dimensões. As teorias de Kaluza-Klein, através de dimensões extras compactificadas, tentam unificar o campo gravitacional com os outros campos de gauge conhecidos. A teoria de cordas, que agrupa a gravidade e outras interações em um cenário unificado, é definida, em sua forma heterótica. em dez dimensões. Eliminandose todos os outros campos, o limite de baixas energias da teoria de cordas fornece a ação de Einstein-Hilbert adicionada com termos envolvendo potências quadráticas na curvatura. Para a versão quântica da teoria, estes termos devem ser proporcionais ao termo de Gauss-Bonnet para que se obtenha interações"livres de fantasmas. Por outro lado, podemos perguntar qual seria a generalização mais natural da relatividade geral para outras dimensões, mantendo os mesmos graus de liberdade. Ainda que a relatividade geral possa ser formulada em outras dimensões, quando estivermos em dimensões mais altas que quatro a teoria não é mais única. A generalização natural é dada pela ação de Lovelock [10], que fornece equações de campo de segunda ordem para a métrica para qualquer dimensão D > 3. Esta teoria também pode ser consi- derada como a extensão topológica da ação de Einstein-Hilbert [12]. Nesta teoria, os novos termos que aparecem na ação são as características de Euler dos espaços com dimensão mais baixa do que o espaço em consideração. A densidade de Euler deste espaço fornece um termo topológico apenas, sem um conteúdo dinâmico. Em quatro dimensões temos que levar em consideração duas características de Euler: a densidade de Euler do espaço O-dimensional, que é proporcional à v=g, e a característica de Euler do espaço 2-dimensional, proporcional à v=gR, onde 9 é o determinante da métrica e R é o escalar de curvatura. Então a ação de Lovelock em quatro dimensões se reduz à ação de Einstein- Hilbert SE = 16~G f d4xyCg (-2A+ R) , (1.1.3) onde A e G são as constantes cosmológica e de Newton, respectivamente. Em seis dimensões, devemos levar em conta a característica de quatro dimensões, i.e., o termo de Gauss-Bonnet, para termos a ação de Lanczos, dada por f SL = 16~ G cfx ycg [-2A + R + Ct2 (Ra~'Y8Ra~'Y8 - 4Ra~Ra~+ R2)] (1.1.4) onde Ct2 é uma nova constante. Para cada duas novas dimensões existe uma nova constante Ctp. Estas constantes não tem um significado físico a priori. Elas não podem 15 ser determinadas a partir de primeiros princípios. Contudo é possível parametrizar o conjunto {ap} em função de apenas duas constantes, G e A [11], fornecendo assim uma gravidade restrita de Lovelock. Soluções de buracos negros nesta teorias em dimensões mais altas aparecem com grande freqüência. Estes objetos podem ajudar no entendimento de efeitos não pertubativos em gravitação quântica. Além disso, esses buracos negros, assim como outros objetos extendidos tais como monopolos e vórtices, devem ter tido um papel importante no processo de compactificação do universo primordial, segundo as teorias de unificação de que falamos anteriormente [13]. Soluções em dimensões mais altas exigem que as características das soluções em quatro dimensões se mantenham qualitativamente ou mesmo inalteradas. Como em relatividade geral buracos negros surgem como o estado final de um processo de colapso gravitacional (por exemplo, de estrelas), é importante saber se em uma teoria tão geral quanto a de Lovelock esta formação também ocorre de modo similar. Este é o assunto desta tese, e mostraremos que de fato buracos negros formam-se em colapso gravitacional na teoria de Lovelock. Um possível cenário para a formação destes buracos negros em D dimensões seria no universo primordial, antes que as D - 4 dimensões extras fossem compactificadas. O processo exato que gera a compactificação não é bem conhecido. No entanto estes recém criados buracos negros poderiam desempenhar um papel predominante na compactificação do espaço-tempo para as atuais quatro dimensões. No capítulo 2 é feita uma pequena revisão do colapso de Oppenheimer e Snyder em 4 dimensões. No capítulo 3 é exposta a teoria de Lovelock, tal como foi formulada originalmente [10] e na sua formulação topológica [12]. No capítulo 4 é mostrado como ocorre a formação de buracos negros em um espaço-tempo de dimensões ímpares. Ainda que seja quase certo que o espaço-tempo não tenha um número ímpar de dimensões, este trabalho é uma interessante extensão dos modelos gravitacionais formulados em três dimensões [14]. No capítulo 5 é mostrado como podem ser formados buracos negros para dimensões pares maiores do que quatro, efetuando-se assim uma generalização natural do trabalho original de Oppenheimer e Snyder de 1939 [15]. Deixamos para o apêndice uma pequena revisão da literatura existente sobre a teoria de Lovelock. Capítulo 2 Colapso gravitacional relatividade geral na 2.1. Introdução As estrelas estão entre os objetos mais comuns em todo o universo. Ainda assim a teoria da evolução estelar não consegue explicar em detalhes todos os comportamentos apresentados pelos diferentes tipos de estrelas existentes. Sendo um objeto tão comum, é difícil não pensar na importância que um resultado geral para todas elas possa ter. Embora as estrelas possuam diferenças notáveis em aspectos tão diversos quanto na composição química e na física de suas estruturas, todas elas, desde que estejam acima de um certo limite crítico para a sua massa, terão um mesmo destino final quando os ciclos de combustão nuclear e os limites impostos pela física de altas energias não conseguirem sustar a sua imensa atração gravitacional. Pela relatividade geral, estas estrelas colapsarão para uma região do espaço-tempo chamada de buraco negro e posteriormente para uma singularidade, onde, do ponto de vista da física clássica, todas as suas leis perdem a validade. O primeiro cálculo relativístico de um colapso gravitacionallevando à formação de um buraco negro (uma singularidade cercada por um horizonte de eventos) foi realizado em 1939 por Oppenheimer e Snyder [15]. Neste trabalho, foi considerado um colapso de um corpo ideal, uma nuvem composta de um material sem interação interna (equação de estado pressão=O) sujeita apenas à sua própia atração gravitacional. O resultados mostraram que a nuvem era capaz de atravessar o seu própio raio de Schwarzschild e formar então um buraco negro. Embora os objetos astrofísicos possuam equações de estado muito mais complexas, vários resultados analíticos e numéricos posteriores mostraram que de fato, para um corpo real com uma massa suficientemen~e grande, o colapso para um buraco negro é inexorável. Embora o modelo de Oppenheimer e Snyder prevê-se a formação de um horizonte de eventos em volta da singularidade, existem vários resultados que sugerem a formação de singularidades sem a presença de um horizonte. Singularidades expostas no universo são um problema para a relatividade geral clássica porque, devido à natureza da singularidade, a teoria perde a consistência interna, sendo incapaz de prever eventos futuros a partir de um conjunto de condições iniciais. Para resolver, pelo menos em parte, este problema, Penrose [16] criou o conceito de censura cósmica, no qual todas as singularidades surgi das a partir de um colapso gravitacional necessariamente estarão 17 18 inacessíveis para o resto do universo por meio de um horizonte de eventos. Este é um dos grandes problemas ainda em aberto na gravitação, e espera-se que o advento de uma teoria quântica consistente da gravitação responda a todas estas questões. Neste capítulo estudaremos o colapso gravitacional de Oppenheimer e Snyder, no qual duas regiões distintas tem de ser definidas: uma exterior à nuvem em colapso, sem possuir qualquer espécie de matéria ou radiação, com todas as componentes do tensor de energia-momento nulas. A outra interior à nuvem, consistindo de um fluido homogêneo e isotrópico de um material sem interação interna. Uma vez que ambas as geometrias não tem em princípio nenhuma relação entre si, é necessário que elas tenham uma junção suave na sua interface de separação, para que possam descrever uma mesma realidade física. Na primeira e segunda seções deste capítulo iremos descrever os espaçotempos exterior e interior respectivamente. Na seção 3 vamos juntar estas geometrias e então conseguir uma única descrição física do colapso, e finalmente, na última seção vamos mostrar que o colapso forma realmente um buraco negro, determinando para isso as equações de evolução de seus horizontes de eventos e aparente. Não trataremos aqui do problema de singularidades nuas e censura cósmica, já que estamos dentro do modelo de Oppenheimer e Snyder [17]. 2.2. Solução exterior de vácuo No espaço-tempo exterior, temos o elemento de linha de Schwarzschild, 2M 2 ds + = - (1 - r+ 2M 2 ) dt + + (1 - r+ -1 ) 2 2 2 dr+ + r + dD.2, (2.2.1) onde t e r são as coordenadas temporal e radial, e dD.~representa o elemento de linha de uma esfera unitária. O subscrito + indica que estamos trabalhando com a solução exterior. Como o limite assintótico da métrica (2.2.1) é a métrica de Minkowski, a coordenada t+ representa o tempo própio medido por um observador em repouso à uma distância muito grande da origem. A equação (2.2.1) foi a primeira solução analítica das equações de Einstein, e representa um espaço-tempo no qual não existe qualquer forma de energia ou matéria. A sua importância para o colapso gravitacional vem através do teorema de Birkoff [18] Teorema 1 Seja a geometria de um dado espaço-tempo. Se ela for 1. esfericamente simétrica 2. solução das equações de Einstein para o vácuo então essa geometria é dada por (2.2.1). Ou seja, desde que a estrela mantenha a simetria esférica (e não esteja eletricamente carregada), não importando se está pulsando, colapsando ou se simplesmente está parada, o seu espaço-tempo exterior é dado por (2.2.1). O corolário deste teorema é: toda solução de vácuo esfericamente simétrica é independente de t. O teorema de Birkoff é o análogo gravitacional do resultado em eletrodinâmica clássica, de que uma distribuição esfericamente simétrica de cargas e correntes não emite radiação (não existe a componente de monopolo na radiação eletromagnética e gravitacional). 19 2.3. Solução interior de matéria No interior da nuvem temos um fluido perfeito, homogêneo e isotrópico. Por isto o seu espaço-tempo é descrito por uma métrica também homogênea e isotrópica, a métrica de Friedman- Robertson- Walker, = -dt2 ds2 + a2 (t ) dr2 [ 1 - k r2 + r2 dn2 2] , (2.3.1) onde t e r são coordenadas comóveis (iremos omitir o subscrito - indicando uma solução interior). k é uma constante que pode assumir os valores k = 0,:1::1. Dentro da nuvem teremos um fluido perfeito, cuja equação de estado é dada por (2.3.2) TO/(3= (p + p) UO/U(3+ P 90/(3 , onde p(t) é a densidade do fluido e p a sua pressão. Com (2.3.1) e (2.3.2) teremos duas soluções para as equações de Einstein, a ã2+ k 2 -a + a2 = -8 1rGp , ã2 + k a2 - (2.3.3) 8 1r G 3 p, (2.3.4) onde x = dxfdt. Diferenciando (2.3.4) com respeito à t poderemos expressar a resposta como uma combinação linear de (2.3.3) e de (2.3.4). O resultado é equivalente à seguinte identidade d 3 2 da (pa ) +3pa = O. (2.3.5) Este resultado é uma consequência direta da lei de conservação implícita nas equações de Einstein, (2.3.6) 'V 0/ TO/(3 = O . Como o interior da nuvem é composto por um fluido de partículas sem interação interna, teremos a equação de estado p = O. Então integrando a lei de conservação (2.3.5), teremos a seguinte relação ao P = po -;; 3 () onde ao e po são constantes dada por de integração. Para k (2.3.7) , = O,a solução de (2.3.3) e (2.3.4) é 2/3 (:J = [ ~ V 831r Gpo (to - t)] , (2.3.8) onde to é o valor de t no qual a = O. Sem perda de generalidade, podemos colocar to = O. Levando (2.3.8) em (2.3.7) temos a evolução da densidade da nuvem em função de t, 61rGp(t) = (~r (2.3.9) . Note que, quando a -r O,(t = O) a concentração de massa diverge, assim como o escalar de curvatura " R=6 ~+2 [a ( .2 a a2 +k )] , (2.3.10) 20 e o escalar de Kretschmann [m =3 R"Po' Rapo' 2 + (a'";kf] Temos assim a formação de uma singularidade 2.4. Condições (2.3.11) . no espaço-tempo. de junção Na interface entre os espaços-tempo linha exterior e interior temos o seguinte elemento de = -dr2 + R2(r)dn~, ds~ (2.4.1) onde r é o tempo próprio na superfície da nuvem. Chamemos esta superfície de ~. As condições necessárias para que esta seja uma superfície de contorno são dadas pelas seguintes condições de junção [20] ds: ]~ ] K.;I' onde Kal' é a curvatura extrínseca, :f: ~ ]~ = ds~ = K:I']~ (2.4.2) (2.4.3) definida por [21] a2X:f:-y :f: ax:f: ( :f: -y a ó x:f: Kal' = -n-y aÇaaÇI' - n-y f(ó açO'. aÇI' ' (2.4.4) onde x~ são as coordenadas interiores (x~) e exteriores (xt.), Ça são as coordenadas na interface ~ e TIO'. é o vetor unitário normal à superfície~. Os índices ::I::indicam se as quantidades estão sendo calculadas no espaço-tempo interior (+) ou no espaço-tempo interior (-). Nas coordenadas exteriores, a equação da superfície é dada por f (, +, t+) = ,+ - ,~ (t+) , onde ,~ é uma função de t+ porque nestas coordenadas unitário normal à ~ é dado por +na onde agora :i; = dx/ dto A componente + K(J(J Usando a métrica equaçoes, (2.4.5) 1+ não é comóvel. (-,~.+., t+, O,O) , (2.4.6) Kto da curvatura . = t+ (,+ - O vetor extrínseca é dada por 2M) (2.4.7) (2.4.1) e (2.2.1) junto com a condição (2.4.2) teremos as seguintes -1 2M'2 ( 1- ,+ ,+ = R. ) 2M.2 t+- ( 1- ,+ ) ,+=1 (2.4.8) (2.4.9) 21 Usando (2.4.9) podemos reescrever (2.4.8) para dt+ - V(1- 2M/ R) + R2 dr (l-2M/R) Nas coordenadas (2.4.10) interiores, a equação da superfície da nuvem é dada por f (r, t) = r - rE onde rE não possui dependência condição de junção (2.4.2) temos temporal t R(r) (2.4.11) por que é uma superfície comóvel. Pela = r (2.4.12) = a(r) rE. (2.4.13) o vetor unitário normal à superfície ~ é - a(r ) na = e as componentes K;;{3da curvatura ( O,V 1 - (2.4.14) k rE 2 ' O,O) extrínseca são dadas por, K;T = K;o = O (2.4.15) Kio = a(r) r_VI - kr~ (2.4.16) Usando (2.3.1) em (2.4.8) temos, para Kto, Kto = RV(1- (2.4.17) 2M/R) + R2 Pela condição (2.4.3) teremos, ,,+ 1100 Multiplicando - = Koo {:} (1 - a equação de Friedmann 2M R )+ R 2 = -k = 1- k 2 (rE ) . (2.4.18) (2.3.4) por (r -IE)2 ficaremos com . R2 - .2 871" (rI;) + 3 R~ G Po li ' (2.4.19) onde Ro = ao rE é o raio próprio inicial da nuvem. Comparando esta última equação com a eq. (2.4.18), tiramos que a massa da nuvem de poeira, para qualquer valor de k, é dada por 471" 3 M = 3GpoRo. (2.4.20) 2.5. Formação de buracos negros Para estudar a formação de buracos negros, usaremos a solução para k = O (2.3.8). Neste caso, a métrica interior é dada por ds2 = -dt2 + a2(t) (dr2 + r2 dn~) , (2.5.1) 22 e a métrica exterior continua sendo dada por (2.2.1). Como vimos na seção anterior, existe uma junção contínua entre o espaço-tempo interior e exterior. De um modo em geral, os buracos negros são caracterizados pela existência de um horizonte de eventos e um horizonte aparente. Este último é definido como uma das fronteiras da chamada região de superfícies aprisionadas, definida pelo fato de que ambos os raios emergente e incidente de um evento convergem para a singularidade. Para a determinação deste contorno, procura-se por 2-esferas Y = a(t)r = consto cujos raios de luz emergentes possuam expansão nula, i.e. [22], \7y.\7Y=O, (2.5.2) a qual, dada a métrica (2.5.1) se reduz à da(t) dt ( ) 2 =~. r2 (2.5.3) o valor do fator de escala a(t) é dado por (2.3.8), e assim a equação da evolução do horizonte aparente em coordenadas comóveis é dada por 4 t AH "Normalizando" 47r 3 ( = -:3 3 3 ) (2.5.4) G poao r . a equação acima em termos de rE, podemos escrevê-la como 4 t AH = - - M 3 r 3 (- ) , rE (2.5.5) onde M é a massa da nuvem. A equação do horizonte de eventos é obtida partindo geodésicas nulas. Impondo ds2 = O na métric.a (2.5.1), da equação que descreve as dt dr =a(t). (2.5.6) Inserindo o valor do fator de escala e então integrando 3 r 1 a equação, chegaremos a (-rE - 3) tH = -- M 6 , (2.5.7) que é a equação de evolução do horizonte de eventos. Temos assim uma descrição da singularidade (seção 3) e dos horizontes. Podemos concluir que realmente estes objetos se formaram no contexto do modelo. O diagrama de Penrose do colapso é mostrado na figura 1. Um fóton emitido da superfície E na direção radial irá obedecer à seguinte equação I t+ = t+ + 1 r+ rEa(t) ( 2M 1- r+ -1 ) dr+ . A conseqüência mais notável desta equação é que, quando o raio r + se aproximar do seu raio gravitacional, i.e., r+ = a(t)rE --+2M, (2.5.8) = R(t) da nuvem (2.5.9) ambos t+ e t~ tenderão ao infinito. A conclusão é que, do ponto de vista de um observador externo, o colapso da nuvem para o seu raio gravitacional parece levar um 23 tempo infinito. Contudo, um observador viajando junto com a superfície ~ perceberá as coisas de uma maneira completamente diferente. Multiplicando ambos os lados da equação (2.3.8) por TI:, teremos 1 t=67rGpo Nada de especial ocorre quando R = 2M, R 3/2 (Ro ) (2.5.10) . e o observador segue irreversivelmente em direção à singularidade. À medida em que a nuvem colapsa, a sua luminosidade medida por observadores externos tenderá a zero, devido à contração dos cones de luz e ao desvio para o vermelho. A luminosidade decairá como (2.5.11) = Loexp[- 3~ (2~ )] , em t = O. L onde Lo é a luminosidade singularidade infmito centro da nuvem superficie da nuvem Figura 1: diagrama de Penrose para o colapso de Oppenheimer-Snyder. Aqui, ha e he são os horizontes aparente e de eventos, respectivamente. Capítulo 3 A Teoria de Lovelock 3.1. Introdução Pode-se perguntar qual é a generalização mais natural da teoria da gravitação de Einstein para outras dimensões do espaço-tempo. Ainda que a Teoria da Relatividade Geral possa ser formulada em outras dimensões, quando se está em dimensões maiores do que quatro, a teoria de Einstein não é mais única. A generalização natural é dada pela ação de Lovelock [10], que mantém as equações de movimento em segunda ordem para a métrica. Esta teoria também pode ser considerada como a extensão topológica da ação de Einstein-Hilbert [31]. Nesta teoria novos termos aparecem pela inclusão na ação, de densidades de Euler correspondentes a dimensões mais baixas do que a considerada. A densidade de Euler do espaço em consideração produz um termo topológico apenas. Uma vez que termos constantes na ação não modificam as equações do movimento, este termo extra não possui significado dinâmico. Por exemplo, em quatro dimensões é necessário levar em consideração duas densidades de Euler: a densidade do espaço-tempo O-dimensional, que é proporcional a ..;=g e a densidade do espaço-tempo 2-dimensional, proporcional a ..;=g R, onde 9 é o determinante da métrica e R é o escalar de curvatura. Assim em quatro dimensões a teoria de Lovelock se reduz à teoria de Einstein, cuja ação é dada por SE=16~Gf d4x..j=g(-2A+R), (3.1.1) onde A e G são as constantes cosmológica e a de Newton, respectivamente. Uma construção similar se aplica às demais dimensões. Em geral, para 1) ~ 5 os termos que aparecerão na ação serão não lineares na curvatura, envolvendo termos como R2, RabRab, RabcdRabcdetc. e além disso, para cada termo novo, novas constantes indetermindas ap irão surgir. Para determinar um conjunto de constantes que possuam significado físico, foi proposto um método [11] que parametriza o conjunto completo das constantes ap em função de apenas duas constantes: a constante cosmológica e a constante de Newton, levando então a uma teoria restrita de Lovelock. Por este método, é possível separar de uma maneira natural teorias gravitacionais em dimensões Ímpares e em dimensões pares. Na primeira seção iremos desenvolver o trabalho feito por Lovelock [10], onde é mostrado a ação em 1) dimensões que generaliza a ação de Einstein-Hilbert. Na seção seguinte iremos mostrar a equivalência entre o trabalho de Lovelock e a chamada 25 26 continuação dimensional, é baseada em [31], 3.2. Generalização além de definirmos a densidade de Euler. Esta última seção do tensor de Einstein Buscando uma maneira de encontrar mostrassem as mesmas características isto é, que fossem 1. simétricos, Xab e equações de movimento todos os tensores Xab de segunda ordem que do tensor de Einstein Gab = Rab - (1/2)gabR, = Xba 2. funcionais apenas do tensor métrico gab e de suas duas primeiras derivadas, Xab = Xab (gcd, agcd, a2gcd) 3. tais que sua divergência covariante seja nula, V"bxab = O , Lovelock descobriu que o número de tensores independentes que obedecem às exigências acima depende de uma maneira crítica da dimensão V do espaço-tempo. Para V = 4 as únicas possibilidades para Xab são o tensor métrico e o tensor de Einstein. Em geral, para V # 4 outras expressões surgem, envolvendo termos não lineares na curvatura, tais como R2, RabRab, RabcdRabcdetc. Note que excepcionalmente usaremos nesta seção símbolos latinos ao invés de gregos para denotar índices da variedade espaço-temporal. Se definirmos um inteiro positivo m por m - { !V se V for inteiro par (V + 1) se V for inteiro ímpar, ~ (3.2.1) então o tensor mais geral que satisfaz as exig~ncias acima é dado por m-l p p=l t=l ab b\...b4p X ab = '"' TI R b4t-\b4t-3b4t-2b4t L..J cp' () + a 9 ab , (3.2.2) onde Cpe a são constantes, Rabcdé o tensor de Riemann, gabé o tensor métrico e ()ij,b\,..b4P, (com p = 1, . . . , m - 1) é um tensor que deve obedecer às seguintes exigências: a. deve ser funcional apenas do tensor métrico: ()ij,bl,..b4p = ()ij.bi,..b4p(gab) , b. deve ser simétrico nos índices ij e em b2t-lb2t para t = 1,2,. . ., 2p , c. deve satisfazer uma identidade cíclica envolvendo qualquer um dos quatro índices (i,j) (b2t-l, b2t) para t = 1,2,..., 2p. Por exemplo: ()ij.bi b2..,b4p + ()b\ i,jb2 ...b4p + ()jb\ ,ib2...b4p =O . As condições b e c implicam que ()ij,b\b2...b4P deve também ser simétrico na troca do par (i,j) com o par (i2t-l, i2t) para todos os t = 1,2,..., 2p. Se pudermos achar um tensor não nulo que satisfaça as condições acima, então teremos uma fórmula explícita para Xab. Pode-se demonstar [10], que para qualquer número inteiro p, 1 ::; p ::; m - 1, o seguinte tensor '!jJij,a\,..a4p -- ( [kÚ..'j2p]9 Ó[ih\"'h2P] kj + Ó[i~\"'~2P] [kJ\ "'J2p] g ki 1)a\a2a3a4 ... h\h2k\k2 )g Úk\ g hk2 ... gj2pk2P 1)a4p-3a4p-2a4p-\a4p h2p_\h2pk2p-\k2p' . (3.2.3) 27 onde {"al Ó[al...aN] - [b1...bN] = d '. et : ( D~~cd = ~Jt1.l - {"al . .. Ub1 UbN ' " : {"aN {"aN Ub1 . .. UbN ) ~ (Ó~ Óbt + Óali? ) (Óe:Ód + ÓeÓ~) t 2 ~ ~ J 1.1 1.1 J satisfaz todas as exigências a, b e c. Levando (3.2,3) em (3.2.2) teremos m-l Xab -- L.J '" a P Ó[ahl...h2P] R hljÚ2 ... R h2p-l j2p-Ú2p+ a Óa [bÚ"'hp] h2 h2p b , (3.2.4) p=l que é a forma explícita do tensor de Lovelock. Podemos ver que as duas primeiras exigências feitas no início da seção são respeitadas: o tensor (3.2.4) é simétrico em a, b e é um funcional apenas do tensor métrico e de suas duas primeiras derivadas (através do tensor de Riemann). Precisamos agora mostrar que sua divergência é zero, o que pode ser feito através do seguinte teorema [10] Teorema 2 O único tensor simétrico Xab = Xab (ged, 8ged, 82gcd) para o qual vexae = O (3.2.5) é o tensor (3.2.4). Demonstração: tomando a divergência covariante do tensor (3.2.4), m-l V cAeb = - - '" jÚ2 ... R hp-Ú2P aP Ó[C~l...h2P] V e {R h1h2 + a V eÓe [bJl"'J2p] h2p-l h2p } b '" a L.J p=l m-l L.J p=l P P Ó[ehl...h2P]V [bjl "'hp] e {R jÚ2 } R h1 h2 J3J4 h3 h4 ". R h2p-l hp-Ú2p h2p , (3.2.6) uma vez que existemp componentes do tensor de Riemann em (3.2.4) e Vc(aÓab) = O. Isolando os termos Ó[ahlh2,..h2P] V [bjÚ2"'hp] e Úh {R h1h2 }' podemos ver que temos embutido uma identidade de Bianchi, e que portanto identicamente nula, o que prova o teorema. Para V = 4, teremos de (3.2.4) Xab a ót - 4 bGí:, onde Gab = Rab - (1/2) gabR é o tensor de Einstein. isto podemos concluir o seguinte = (3.2.6) é O = a óa + bÓ[a~1~2] R)~h b [bJlJ2] ~l~2 - Corolário : Para V (3.2.7) (3.2.8) (Rab é o tensor de Ricci). Com 4 o único tensor simétrico Xab = Xab (gcd,8ged, 82ged) para o qual V exac = Oé dado por Xab = a Gab + bgab' (3.2,9) o 28 Conseqüentemente, para 1) = 4 as condições (1), (2) e (3) implicam que Xab seja necessariamente linear nas segunda derivadas de gabo Portanto não é necessário impor esta condição para a derivação do tensor de Einstein. Contudo, em um trabalho posterior, Lovelock foi capaz de demonstrar que mesmo a condição de simetria (1) é desnecessária [24]. Portanto, as únicas exigências necessárias para a construção do tensor de Einstein são (2) e (3). Uma vez dado o tensor Lagrange associada é Eab = [23]. A densidade Lagrangeana Teorema de Lovelock (3.2.4), a densidade tensorial de Euleronde 9 é o determinante do tensor métrico correspondente vem então do seguinte teorema : v=g Xab, 3 Se Xab é dado por (3.2.4), então sua densidade Lagrangeana correspon- dente é dada por m-l i:-= c: ""' 2 a P 8[al...a2P-2 cjRblb2 . .. Rb2p-3b2p-2 + 2 a Y-Y c: g Y-Y g L...J [b1...b2p-2bj ala2 a2p-3a2p-2 (3.2.10) P=O Demonstração: Dada a densidade Lagrangeana i:- = i:- (gab,agab,a2gab) as equações de movimento Eij - de Euler- Lagrange são forneci das pela seguinte quantidade, ai:- - - agij ai:- ~ + axh [ a (agij) ] As equações (3.2.11) e (3.2.12) são equivalentes Eij (3.2.11) , a2 ai:- (3.2.12) axhaxk [ a (ahkgij)] , às seguintes equações [25] (3.2.13) = \7hk(ahkAij) + ~gij i:-- }Rt lh (ailAhk) onde ahk Aij = ai:- (3.2.14) - a (ahkgij ) Note que usando (3.2.13) precisaremos apenas do valor de ahkAij, ao passo que, usando (3.2.12) precisariamos não apenas deste termo mas também de ai:-jagab e ai:-ja(acgab)' Usando (3.2.10) em (3.2.14) ahk Aij = a a(a m-l .. ) hkgtJ - ~ Y -g { c: g Y-Y ""' L...J p=O 2 aP 8[al...a2P-2 cg [b1...b2p-2bjcjRb1b2 ala2 . .. Rb2P-3b2P-2 a2p-3a2p-2 + 2 a Y-Y m-l ""' 2 a 8[al'..a2P-2cj L...J P [b1...b2p-2 bj p=O uma vez que a e ap são constantes e a Rblb2. a(ahkgtJ.. ) { ala2 v=g não .. Rb2P-3b2p-2 a2p-3a2p-2' } } (3.2.15) depende das derivadas de gaboNote que, pela contagem dos índices de Ra'bd,a derivada parcial está atuando em p componentes do tensor de Riemann. Então m-l ahkAij = c: g ""' 2 p a y-Y L...J p=O 8[al...a2P-2cj p [bl...b2p-2bj a a(a hkgtJ .. ) {R blb2 ala2 }R b3b4 a3a4 ... Rb2P-3b2P-2 a2p-3a2p-2 . (3.2.16) 29 Usando agora a identidade a(aa ) hkgij R a1a2 b1b2 -- 9b1u 9b2t Dhkij a1a2ut (3.2.17) onde, (3.2.18) D'iÍtC:= ~ ((j'i(j~+ (j:(jf) ((jj (j~+ (j~(j1) , simplificamos (3.2.16) para m-l ahk Aij c]R b3b4 ... = V~-yg '"~ 2 P a P (j[a1...a2P-2 [b1...b2p-2 b] a3a4 p=O Rb2P-3b2P-2 gj2t g 11u a2p-3a2p-2 Dhhj '1'2ut . (3.2.19) tomando agora a sua derivada covariante, m-l = \7 h (ahk Aij) ~ -g '" ~ V (j[a1...a2P-2c] \7 P [b1...b2p-2 b] h p=O m-l ~ - 2 Pa V -g '" ~ p=O {R a3a4 b3b4 ... Rb2P-3b2P-2 a2p-3a2p-2 }gj2t g11 \7 2 p (p - 1) ap (j[a1...a2P-2c] R b3b4 R bsb6 [b1...b2p-2 b] h { a3a4 } asa6' . . 9 i2t 9 j1 u Dhkij i1i2ut, u D~~ij '1'2ut Rb2P-3b2P-2 a2p-3a2p-2' (3.2.20) podemos ver pelo somatório entre (j e V R que temos uma identidade de Bianchi, e por ISSO \7 h (ahk Aij) (3.2.21 ) = O. Se escrevermos B~li.2 ~(j[a1'..a2P-2c] R b3b4... J1J2 - V -g [b1...b2p-2 b] a3a4 Rb2P-3b2P-2 a2p-3a2p-2' (3.2.22) então simplificamos (3.2.15) para m-l ahk Aij = V~-y g '"~ 2.p a P Bijrs' g ru g st D~?cd 'Jut , (3.2.23) p=O e então m-l Rbkda - (acd A ab) ~ V -g '" ~ 2 par B rsij 9 ru 9 st D abcd R bkda ijut p=O m-l - ye:g L: (3.2.24) 3p ap B;~ RJ;s , p=O onde usamos a seguinte indentidade, B ij ru 9 rs st 9 abcd - 3 B ic R nijut R bkda -"2 rs ik rs (3.2.25) . Com (3.2.21) e (3.2.24) podemos reescrever (3.2.13) para Ei c = ~ (ji L: - ~R 2 3 = _(ji L: 2 c c 1 m-l '" ~ (aiIAhk ) kclh 2 p a Bai R rs P p=O rs a m-l - ~ V -y g '" a { ~ p=O p c] Rhb2 . .. ((jic éa1...a2P-2 [b1...b2p-2b] a1a2 - 2 P (j[ia2...a2p-2 c] Rb1 b2 ... [h ...b2p-2 b] ca2 Rb2P-3 b2p-2 a2p-3a2p-2 Rb2P-3b2P-2 + a2p-3a2p-2 )+a cSi c' } (3.2.26) 30 ou, simplificando as expressões com os deltas, m-I E~ J = c::-,. V -g "a L...t { p=O J[i.al...a2P-2 c]Rblb2 P (jb1...b2p-2 b] ala2 . .. Rb2P-3b2P-2 + a Ji. a2p-3a2p-2 (3.2.27) J' } ou seja, E; = v=g X;, o que demonstra o teorema e prova que a densidade Lagrangeana associada com o tensor (3.2.4) é a equação (3.2.10). O O tensor (3.2.4) representa uma generalização 1)-dimensional do tensor de Einstein. De fato, se reduzirmos (3.2.4) para 1) Xab = agab = 4, (3.2.28) - aI Gab, onde Gab Rab-(1/2) gabR é o tensor de Einstein. Assim podemos identificar a = -2 A e aI = -1 e então recuperar a relatividade geral. Contudo, para 1) > 4 as demais constantes ap não poderão ser determinadas a partir de primeiros princípios, sendo necessário um método geral para a determinação de todas estas constantes. Para que possamos determinar as equações de campo e então dar um sentido dinâmico à teoria de Lovelock, é necessário incorporar o equivalente ao tensor de energia-momento, de modo que Xab = o:Qab, (3.2.29) onde Q ab é o equivalente em 1) dimensões do tensor de energia- momento, e a constante de acoplamento o: é arbitrária, exceto que para 1) = 4 ela deve se reduzir para o valor usual da constante gravitacional na relatividade geral. As equações (3.2.29) formam as equações de campo da teoria de Lovelock. Da mesma maneira que na relatividade geral, o tensor Q ab deve ser fornecido pela variação de uma Lagrangeana .em que descreve os campos materiais. Incorporando esta Lagrangeana em (3.2.10), poderemos definir então a generalização 1)-dimensional da ação de Einstein-Hilbert, s= f L =f c::-,. V -yg { ~I c]Rblb2 . .. Rb2P-3b2P-2 + 2a L...t 2 a P J[al...a2P-2 [b1...b2p-2 b] ala2 a2p-3a2p-2 P=O onde Sm é uma ação fenomenológica 3.3. Classes características que descreve as fontes macroscópicas } + sm (3.2.30) materiais. e continuação dimensional Mostraremos agora como a Lagrangeana e as equações de campo de Lovelock se enquadram também no formalismo de primeira ordem. Neste formalismo considera-se como campos fundamentais, ao invés das componentes do tensor métrico gOl.{3, as 1)adas ea e as conexões de spin ú.)ab. Vamos considerar um espaço-tempo 1)-dimensional M. Em cada ponto de M existe um conjunto de 1) campos vetoriais ortonormais {e~ (x)} que definem um referenciallocal de Lorentz tangente a este ponto. Nesta seção os índices latinos denotam cada um dos 1) vetores ea, e os índices gregos J1 as diferentes componentes de cada ea no espaço-tempo M. Os campos vetoriais satisfazem as seguintes relações de ortonormalidade a b "labeJ.Ley = eaJ.Leby = g J.LY gJ.LY nab O" 31 onde '/}abé a métrica de Minkowski do referencial de Lorentz e g/l-Vé a métrica do espaçotempo curvo M. Podemos então definir um conjunto de l-formas ea e conexões l-forma wab por ea = ea/l-dx/l- wab = (3.3.1) (3.3.2) _wba = w:bdx/l-, onde as l-formas ea estão associadas com as translações internas e wab com as V rotações internas do grupo de Lorentz 50 (V - 1,1) (ou seja, estamos falando do grupo inomogêneo de Lorentz ou grupo de Poincaré, onde as l-formas ea e wab são o seus campos de gauge). A conexão wab obedece à equação de estrutura de Cartan (3.3.3) -Rab = dwab - w~ 1\ wcb, onde Rab é a curvatura 2-forma, definida em termos do tensor de Riemann meio de R~~ por 1 (3.3.4) Rab = -2 R~~ dx/l- 1\ dxv . Como conseqüência de (3.3.3), a curvatura 2-forma obedece às identidades D 1\ Rab = O de Bianchi (3.3.5) onde a derivada covariante exterior D é definida por D 1\ Rab = dRab - w~ 1\ Rcb - w~ 1\ Rcb - w~ 1\ Rac. (3.3.6) Também assumiremos que a conexão seja métrica, o que significa que wab é uma função de e~ através do requerimento de que a derivada covariante para e~ seja zero: D 1\ ea = dea - wb 1\ eb = O, (3.3.7) o que por sua vez implica que a torção é nula. Estamos interessados na construção de uma possível Lagrangeana gravitacional em V dimensões. Iremos começar pela procura da V-forma mais geral construída com a curvatura 2-forma Rab e as l-formas ea junto com suas derivadas, I' J - R ala2'\""\ 1\ 1\ R a2p-la2p'\ 1\ E al ".a2p . (3.3.8) Vamos supor que V ~ 2p, (p ~ O). Então Eal...a2p é uma (V - 2p) forma que possivelmente irá depender de ea e de suas derivadas, além de tensores invariantes no referencial local de Lorentz, tais como '/}abe fal...av' Para que (3.3.8) seja invariante pelo grupo de Lorentz , Eal...a2p deve se transformar como um tensor sobre rotações no referencial local. Portanto as dependências de E sobre as derivadas de e devem ser através das componentes do tensor de curvatura. Podemos então separar E como E al...a2p -- E al...a2pa2p+l...av ea2p+l '1\\ ... 1\ e av , (3.3.9) onde Eal...a2pa2p+l"'avé um tensor invariante pelo grupo de Lorentz 50 (V - 1,1). Uma vez que este tensor é invariante por rotações e também por translações, a sua derivada covariante é nula, (pois ela divide-se em uma parte translacional e rotacional, sendo esta última através do parâmetro wab). Tomando a derivada covariante de (3.3.9) teremos então D 1\ Eal '..a2p = O. (3.3.10) 32 Formando a ação a partir de (3.3.8), teremos (3.3.11) s= J l, cuja variação é dada por ós = J 1\ . .. + pó [Rala2] {Rala2 R a2p-l 1\ a2p ]+ 1\ Ó [Eal...a2P ... 1\ Ra3a4 1\ 1\ 1\ Eal...a2P} ,(3.3.12) Ra2P-la2P contudo óRab = ó (dwab - w~ 1\ wCb) - (3.3.13) D (ówab) . Com (3.3.5), (3.3.10) e (3.3.13) a variação (3.3.12) é dada por ós= J {Rala2 1\ ... 1\ Ra2P-la2P óEal...a2p + -p D 1\ (ÓWala2 1\ Ra3a4 ... Ra2P-la2P 1\ Eal...a2P)} . (3.3.14) o último termo da equação acima pode ser transformado em uma integral de superfície através do teorema de Stokes [30], [ dw = [ w, Jp Jap (3.3.15) onde P é uma região do espaço-tempo M, e 8P é o seu contorno. Isto é permitido porque a derivada covariante no segundo membro de (3.3.14) está atuando sobre um escalar, e neste caso pode-se trocar D pela derivada exterior ordinária d. Portanto nós teremos ós = i 1\ ...1\ Rala2 No caso particular Ra2P-la2P óEal...a2p em que V + {integral de superfície sobre 8P} . (3.3.16) = 2p, as l-formas ea não aparecem em (3.3.9). A variação de (3.3.16) com respeito às l-formas ea é então identicamente nula. Isto significa que neste caso S depende apenas das propiedades topológicas no interior de P. Se P não possuir nenhum contorno, S é uma função apenas de sua topologia. S é então uma espécie de invariante topológico, ou mais precisamente, uma classe característica. Precisamos agora determinar a forma explícita de Eal...a2P. Existem duas possibilidades: (i) E pode ser o produto simetrizado de V /2 métricas de Minkowski e (ii) E pode ser a densidade de Levi-Civita E. No caso (i) V deve ser um número par. É mostrado em [31] que V tem que obedecer à relação V = 2p, em cujo caso S é um invariante topológico conhecido por classe de Pontrjagin. Este tipo de invariante não aparece na teoria de Lovelock e por isso não mais o mencionaremos. No caso (ii) V pode ser tanto par quanto ímpar. A relação (3.3.9) é dada por E al"'a2p = fal"'a2pa2p+l...a1) ea2p+l1\ . . . 1\ e a1), (3.3.17) e com isso a ação (3.3.8) é dada por S = i fal...a1) Rala2 1\ ... 1\ Ra2p-la2p 1\ ea2p+l 1\ ... 1\ ea1) . (3.3.18) 33 Quando V = 2p o integrando de (3.3.18) é independente de ea e por isso se torna um invariante topológico, chamado de classe de Euler, ou característica de Euler. Podemos agora supor que V > 2p em (3.3.18). Neste caso os Índices varrem um intervalo maior e as l-formas ea aparecem na ação. Para V > 2p a equação (3.3.18) deixa de ser um invariante topológico e passa a ser chamado de continuação dimensional da característica de Euler V = 2p. Portanto teremos o seguinte resultado: para qualquer dimensão V dada, podemos considerar uma ação gravitacional dada pela soma das continuações dimensionais das classes de Euler provenientes de todas as dimensões pares abaixo de V, pesadas por coeficientes arbitrários ap, [(1'-1)/2] S L = K, 1P ap p=O Eal"'av Ral a2 A ... A Ra2p-l a2p A A ea2p+l A eav , '" (3.3.19) apropiadamente normalizada pela constante de acoplamento K, da teoria. A ação (3.3.18) é precisamente idêntica à ação de Lovelock (3.2.10), embora esteja escrita em um outro formalismo matemático. Incorporando à ação (3.3.19) uma ação Sm que descreve as fontes materiais, teremos então a generalização dimensional da ação de Einstein- Hilbert, [(1'-1)/2] S = K, L ap p=o 1p Eal",av A ... A Ra2p-la2p A ea2p+l A ... A eav +Sm' Rala2 (3.3.20) As equações de campo são obtidas pela variação de (3.3.20) com respeito às l-formas ea (a variação com respeito às conexões iJ.)abé identicamente nula, pois estamos assumindo que a torção é zero) [(1'- )/2] liS = K, - - L p=o [(1'-1)/2] ap L ap p=o ea2p+l A '" 1p Eal,..av li [Rala2 .... A A (V - 2p) 1p Eal..'aV [Rala2 A eaV-l] A lieav +liSm. Precisamos agora encontrar liSm cx eav, ou seja, Ra2p-la2p A ... A A ea2p+l Ra2p-la2p A ... A J Qav + Sm] A (3.3.21) o valor da variação de Sm. Necessariamente liSm = eav A eav , devemos ter (3.3.22) onde Qa é uma (V - l)-forma correspondente ao tensor de energia-momento. Levando (3.3.22) na equação (3.3.21), e impondo que a variação da ação seja nula, obtemos as equações de campo da teoria de Lovelock [(1'-1)/2] -K, L p=o ap (V - 2p) Eal,..avRala2 A ... A Ra2p-la2p A ea2p+lA ... A eaV-l = Qav , (3.3.23) onde Q a é definida por Qa = 1 (V-I)! Tal c a'-al'..aVe al " 1\...AeV, a (3.3.24) Aqui, Tb é O tensor de energia-momento. Note que as equações (3.3.23) são de segunda ordem para ea (através de Rab). Note que as constantes ap e K,são arbitrárias, exceto 34 que para 1) = 4 elas devem se reduzir para os seus valores usuais, dados pela relatividade geral. Como um exemplo, vamos mostrar que (3.3.23) se reduz de fato para as equações de Einstein. Para 1) = 4 teremos al a2 - 2 K,tala2aad [2 ao e 1\ e onde - Q d -, + aI Rala2 ] 1\ e aa = Q d, (3.3.25) 1 al a2 1\ aa 1\ a4 T e e. 3. d tala2aaa4e (3.3.26) N a linguagem tensorial usual, esta expressão pode ser reduzida para [32] -K, [aI al a2 R /-IV + 2 ao al aa a2 e/-l ev ] /-IVOI{3 - eOl tala2aad t -, 1 T al 3. d /-IVOI{3 tal/-lVOIt , (3.3.27) ou, [ K, a Ral a2 e[/-Iv{3] + 2 a eal ea2 e[/-Iv{3] I /-IV [ala2d] O /-I V [ala2d] ] = Ta da' e{3 (3.3.28) onde [~ {3] - e[ala2d] - Com isto, simplificamos ( e/-l al /-I eval V e{3 al {3 eaJ ed ea; ed e~ ed ) . (3.3.28) para K, [aI (R~ - ~ e~R) + 2 ao e~] = Tf . Multiplicando (3.3.29) (3.3.30) a equação acima por e~, teremos finalmente, K, [G~ + 2 A <5$]= T;; , onde deveremos ter K,= 1/87rG,ao = A e aI ~ 1. (3.3.31) Capítulo 4 Colapso em dimensões ímpares 4.1. Introdução A importância teórica do estudo da gravitação em baixas dimensões vem das simplificações operacionais que uma ou duas dimensões a menos no espaço-tempo provocam na teoria. Mesmo que estejamos trabalhando em modelos irreais para a natureza, várias das mais importantes características e conseqüências da teoria da relatividade geral se mantém em baixas dimensões. Por exemplo, Baiíados, Teitelboim e Zanelli (BTZ) demonstraram, ao contrário da crença então vigente [33, 34], que a relatividade geral com constante cosmológica em três dimensões possui buracos negros [35]. Estas soluções apresentam muita das características encontradas em quatro dimensões, tais como o surgimento de buracos negros a partir de um colapso gravitacional [36] e propriedades termodinâmicas de buracos negros também bem definidas [37]. A partir das semelhanças conceituais da relatividade em três e quatro dimensões e das simplificações introduzidas nestes modelos, temos um cenário bastante interessante para o estudo de problemas fundamentais ainda não resolvidos, como a gravitação quântica [38]. Além disso, existem sistemas que realmente estão confinados a se mover em dimensões mais baixas, como cordas e paredes cósmicas [39]. Soluções de buracos negros em três dimensões e suas conexões com a relatividade geral em quatro dimensões foram encontradas em [40, 41]. Uma vez que a ação de Lovelock representa a teoria gravitacional que extende naturalmente a relatividade geral para dimensões 1) 2: 3, é bastante interessante estudar a maneira pela qual estas soluções em baixas dimensões seriam extendidas para dimensões mais altas. 4.2. A escolha dos coeficientes Dada apenas a ação de Lovelock (3.2.30), ainda não podemos descrever de uma forma razoável a física da teoria sem antes termos uma maneira de definir o conjunto de constantes indeterminadas ap (ver a equação (3.3.23)). Neste trabalho usaremos as constantes determinadas em [11]. Ali, todo o conjunto de constantes foi parametrizado em função da constante de Newton e da constante cosmológica. Para que isto fosse possível, foi necessário extender o grupo de simetria usual da relatividade geral - o 35 36 grupo de Lorentz SO (D - 1,1) - para um grupo maior, o grupo de anti-de Sitter SO (D - 1,2). Em dimensões ímpares, é possível construir uma Lagrangeana invariante pelo grupo de anti-de Sitter, sendo que esta Lagrangeana é a forma de Chern-Simons associada com a densidade de Euler de uma dimensão acima de D. Podemos achar uma construção similar à ação de Chern-Simons em 3 dimensões. Vamos considerar a densidade de Euler uma dimensão acima de D. Esta densidade é uma forma exata e pode ser escrita como c - RAI A c..2n-l\,tAI...A2n onde ÊlAB é a curvatura A2 A A /\.../\ R' A2n-1 A2n - Ar - d /\J..-2n-l, 2-forma de anti-de Sitter, construída (4.2.1) a partir da conexão WAB de S O (D - 1, 2) por ÊlAB = dWAB+ wg A WCB. (4.2.2) Os índices latinos capitais vão de O até 2n. A forma (4.2.1) não pode ser usada como uma Lagrangeana em dimensões pares porque ela é uma derivada total, mas L2n-l é uma Lagrangeana em D = 2n-1 dimensões [11]. Para comparar (4.2.1) com a ação (3.2.30), precisamos decompor WAB no grupo de Lorentz, i.e., em suas translações internas ea e D rotações internas wab, já que (3.2.30) está dada em termos destas quantidades. A decomposição da conexão W é dada por W AB -e assim a curvatura wab -ea , (4.2.3) ~[2 ea A eb ' (4.2.4) b e ( O ) 2-forma é dada por Êlab= Rab + onde [ é um fator de escala relacionado com 'a constante cosmológica por [ Levando (4.2.4) em (4.2.1) teremos a seguinte Lagrangeana = -1/ A2. n-l L2n-l = I\, L: ap tal...avRaIa2 A p=O ... A Ra2p-Ia2p A ea2p+1 A '" A eav, (4.2.5) onde os coeficientes ap são dados por n- 1 I\, a p e a constante de acoplamento = D - 2p ( p é convenientemente ) [-1J+2p (4.2.6) definida como (D - 2) [1J-2. 1\,= 167rGn 4.3. Soluções exteriores , (4.2.7) de vácuo No vácuo, todas as componentes do tensor de energia-momento são nulas, e então, pela definição da (D - l)-forma de energia-momento (3.3.24), as equações de campo (3.3.23) são dadas por -I\, Lp ap (D - 2p) tal...av Rala2 A ... A Ra2p-la2p A ea2p+lA ... A eaV-l = O. (4.3.1) 37 Levando os coeficientes (4.2.6) e a constante K,(4.2.7) na equação acima, temos (R ala2 + l -2 eal 1\e a2 ) 1\ ... 1\(R a2n-3a2n-2 Vamos considerar agora um espaço-tempo mos escrever sua métrica como sendo + l-2 ea2n-3 1\e a2n-2 = O. )t ala2...a2n-l estático e esfericamente simétrico. Podere- (4.3.3) = -l(r +) dt~ + g-2(r+) dr~ + r~ do1-2' ds~ (4.3.2) onde t e r são as coordenada temporal e radial, e dO~-2 é o elemento de linha de uma (V - 2)-esfera unitária. O subscrito + indica que estamos tratando da solução exterior. Com a métrica (4.3.3) e equações (4.3.2), Bailados, Teitelboim e Zanelli determinaram a seguinte solução exata para V = 2n - 1 [11] ds2+ = - [1- (M + l)l/(n-l) + (r+/l)2] dt~ + dr~ 2 2 + 1 - (M + 1)1/(n-l) + (r +/l)2 + r +dOV-2 (4.3.4) Estas soluções descrevem buracos negros. Mostraremos que (4.3.4) também representam a solução de vácuo exterior para uma nuvem de poeira em contração (ou expansão) na teoria de Lovelock, generalizando o trabalho apresentado por [36]. 4.4. Solução interior de matéria O espaço-tempo exterior é modelado por uma nuvem de poeira em colapso (ou em expansão), descrita pela métrica de Friedmann-Robertson-Walker em V dimensões 2 ds 2 = -di dr2 2 d r\2 2 + a (t) [ 1 - k r2 + r HV-2] (4.4.1) . As coordenadas t e r são coordenadas comóveis (nós omitiremos o subscrito - indicando uma solução interior). A constante k pode tomar os valores k = O,:f:1. O tensor de energia-momento para um fluido perfeito é dado por (4.4.2) To:{3 = (p + p) Uo:U{3+ p go:{3, onde p é a densidade de energia, p é a pressão e U é a V-velocidade métrica (4.4.1), as curvaturas 2-forma Rab são dadas por do fluido. Dada a 1 d2a Rab 1/:" = :' [k = ( ~ dt2 ) + (~: r] ea /\ eb para a ou b iguais a zero e' 11e' para a e b diferentes de zero Dadas as curvaturas 2-forma acima, tetrada, são dadas por R oiO'~ as componentes = -aa , (4.4.3) (4.4.4) do tensor de Riemann, em base . á2 + k R~.hl - a2 (4.4.5) 38 enquanto que as componentes do tensor de Ricci são ii ii = -(1> - 1) -, a Roo 0,2+ k (4.4.6) Ri = -a + (1>- 2)- a2 onde i é um índice fixo (sem convenção de soma) que pode assumir 1> - 1 valores. O escalar de curvatura é dado então por = R 7]00Roo + . . . + 7]avavRavav = (V -1) [2 ~ + (V o invariante (4.4.7) , - 2) O,2a~k] Rab Rab por ab R 2 Rab=-(V-I) .. e finalmente o escalar de Kretschmann R abcd .. 2 a C;) +(V-I) 2 .2 a a [ ~+(V-2) a2 +k] (4.4.8) ' RabcdRabcdpor 2 .2 2 ii Rabcd= (1>- 1) [( ~) + ( a a~ k) ] (4.4.9) . Uma vez que as curvaturas (4.4.3) e (4.4.4) são distinguidas umas das outras pelo fato de possuirem ou não um índice zero, poderemos separar as equações de campo [(V-l)/2] -I>, L (V-2p) Qp t':al"av Rala2 /\ .. /\ Ra2p-la2p /\ ea2p+l /\.. /\ eaV-l = Qav, (4.4.10) p=O em duas equações independentes, de acordo com o valor do índice livre aI': uma na qual aI' = O e outra na qual aI' =J. o. No primeiro caso (aI' = O) todos os outros índices aj, (j = 1,..., V-I) necessariamente serão diferentes de zero, uma vez que t':al"'O...O = o. Assim todas as curvaturas 2-forma serão do tipo (4.4.4). Temos assim - (V - I)! ~ ~ (V - 2p) {:, <>p [k+ (:; r] r e1 11 e' 11 ... 11 e"-1 = Qo. (4.4.11) A partir da definição de Qa, Q - O - 1 T.al (1> - I)! a2 /\ ... /\ eav O t':ala2,..aVe = rg el /\ ... /\ eV-l - -p e 1 1\ 1\ 1\". 1\ e V-I (4.4.12) . Portanto, nossa primeira equação de campo é dada por k + O,2 ( (V-I)!~Qp(V-2p) a2 ) P (4.4.13) =p. No segundo caso (aI' =J.O) o índice zero é livre para estar tanto nas curvaturas 2-forma quanto nas l-formas ea. Uma vez que o somatório se extende para os 2p índices em Rab e 1> - 1 - 2p índices das l-formas, teremos .. -(V-2)!I>, L p Qp (V-2p) { 2p~ k+ ( P-l k+ '2 a2a ) 'el/\e2/\"'/\eV-l=Qi, +(V-2p-I) ( P '2 a2a ) } . (4.4.14) 39 onde i é um índice fixo diferente de zero. Note que a equação acima na verdade é um conjunto de V-I equações, uma para cada valor possível de i. Devido às equações (4.4.3) e (4.4.4) é que todas estas equações são idênticas entre si. A(V - 1)-forma de energia-momento é dada por 1 Q. t - T al (V-I)! - a2 /\ i fala2...aVe p el /\ ... av /\ ... e (4.4.15) /\ e1'-l . Levando (4.4.15) na equação (4.4.14) teremos a nossa segunda equação de campo k + . 2 p-l ( a2a ) (V-2)!;;=O:p(V-2p) .. k + .2 a2a ) =p. ( 2p~-(V-2p-l) (4.4.16) De um modo alternativo, podemos rearranjar (4.4.13) e (4.4.16) para um novo sistema de equações. Somando (4.4.13) e (4.4.16) e derivando (4.4.13) teremos d' dT -B - (V - ~ + -k = p + P a a2 () á 1)B (~ ) k [ - a2 (4.4.17) á d . ( (4.4.18) + dT ~)] = p, onde P-l á2+ k B = (V - ( 2)1;;= O:p2p(V - 2p) a2 ) (4.4.19) . As equações (4.4.17) e (4.4.18) implicam em uma lei de conservação entre p(t) e a(t). Levando (4.4.18) em (4.4.17) teremos + p) ~a = O. P+ (V - l)(p (4.4.20) Uma vez que estamos considerando uma nuvem de poeira, nossa equação de estado é dada por p = O. Então podemos integrar a equação (4.4.20) para p onde po e ao são constantes (4.4.21) = po (:0) 1'-1 , de integração. Inserindo o valor das constantes O:p(4.2.6) e K,(4.2.7) na equação (4.4.13), teremos (V - 1)1 (V - 2) 167r G [2 Lp [ ~P - n- 1 1 ( ) p o:p ] = p, (4.4.22) onde o: Mas n-l L p 1 - [ p-l n- 1 ( (4.4.23) = [2 (k:2 á2) . o:P ) p ] =- 1 n-l (1 +o:n-l ) ' (4.4.24) e com isto a equação (4.4.22) é igual a á2 = -k - ~ 2+ ao 2 ([ ) ( [ ) 87rGpo[2 [ (V - 2)! (V - 2) ] 2/(1'-1) , (4.4.25) 40 onde foi utilizada a equação (4.4.21). Chamando 2/(1)-1) 871" G po f2 C = -k + [ (1)- 2)' (1) - 2)] (4.4.26) , reescrevemos a equação (4.4.25) para (4.4.27) ã2=-(yr+C, cuja solução é dada por a(t)=lvCsin(b-Í) Tomando a = ao quando a(t) (4.4.28) . t = O, podemos reescrever a solução acima para = ao cos (7)+ J (lJC? (7) . - -:~ sin (4.4.29) A solução (4.4.29) é válida para qualquer valor de k e para qualquer dimensão 1) Ímpar. Uma vez que a solução a(t) deve ser real, deveremos ter sempre a seguinte condição (l vC) 2 - a~ (4.4.30) 2:o. Sujeita a esta condição a solução (4.4.29) sempre colapsará para a(te) própio finito te, que é dado por ao tt = arctan (- j (1 JC) . 2 = Oem um tempo (4.4.31) - ai) 4.5. Condições de junção Agora vamos juntar os espaço-tempos exterior e interior achados nas seções anteriores. As condições de junção são dadas por [20] ds2 ] + E K~iJ] E onde KaiJ é a curvatura = ds2 = K:iJ] E ] (4.5.1) - E (4.5.2) extrÍnseca [21], :!: :!: ~2 -y u x:!: :!: ~ ( -y ux:!: ~ Ó ux:!: KaiJ = -n-y oçaoçiJ - n-y f(ó oÇa oçiJ ' (4.5.3) e n~ são as componentes do vetor normal à L;. Os subscritos :f: representam as quantidades tomadas no espaço-tempo exterior e interior. Ambas a métrica e a curvatura extrÍnseca em (4.5.1)- (4.5.2) são determinadas em L;. A métrica intrínseca à L; é escrita como ds~ = -dr2 + R2(r) dn;-2. (4.5.4) onde r é o tempo própio em L; e dn~-2 indica o elemento de linha em uma 1) - 2-esfera unitária. 41 A equação da superfície da ~ da nuvem nas coordenadas do espaço-tempo é dada por f(r+,t+) = r+ - [r+ (t+)]~ . exterior (4.5.5) O vetor normal à esta superfície (gradiente da superfície) é então af ax,+ =N . - dr~ 1 ... O ( dt+' , onde N é uma constante de normalização, determinada af gOl{3 (4.5.6) ) , por meio de af . ---rJ = 1 . aX'+ aX+ (4.5.7) Usando as componentes de gOl{3da métrica (4.3.4) e do gradiente (4.5.6), chegamos à seguinte relação para N, 2 N '2 [A 1'2 '2 t+ - A r +] = t+ ' (4.5.8) onde A = 1- (M + l)l/(n-l) + (r: r ' (4.5.9) onde x dx/dT.Usando as condições de junção (4.5.1), a métrica (4.5.4) e a métrica exterior (4.3.4) obteremos r+=R(T), (4.5.10) além disso, isolando dT na métrica (4.3.4) [1- (M + 1)1/(n-l)+ (r+/l)2] i~- [1- (M + 1)1/(n-l)+ (r+/l)2r1 r~ = 1 , (4.5.11) onde ambas as equações são determinadas em~. Daqui para diante, nós usualmente omitiremos o subscrito ~ para denotar uma medida na superfície. Levando (4.5.11) em (4.5.8), simplificamos a constante de normalização N para N = i+. Assim o vetor unitário normal é dado por nt = (-r+,i+,O,...,O). (4.5.12) Isolando i+ em (4.5.11) e usando (4.5.10) nós acharemos dt+ - h J[ 1 - (M + 1)1/(n-l)+ (R/l)2] + R2 - (4.5.13) [1- (M + 1)n:l + (R/l)2] A única componente da curvatura extrínseca que utilizaremos será a componente Kto. A partir da definição (4.5.3) temos K:t, = [1- (M + I)' (.-1)+ ("7 r] Ri+ (4.5.14) Usando (4.5.13) em (4.5.14) nós então temos Kto = R [1 - (M + 1)'/(n-1)+ (~) '] + R'. (4.5.15) 42 No espaço-tempo interior, a equação da superfície ~ da nuvem é dada por f (r, t) = r - rI:;. (4.5.16) Não há depenência temporal em rI:; porque r é uma coordenada comóvel. O vetor normal à superfície é dado por =N âf âx-a . - drI:; 1 ... O ( dt+ ' , ) , (4.5.17) onde N é uma constante de normalização cujo valor é determinado, como anteriormente, por gaf3 âf . âf âX+ âX~ = 1. (4.5.18) Usando as componentes de gaf3 da métrica interior (4.3.4) e do vetor (4.5.17), temos que a constante N é dada por N = a(t) . (4.5.19) VI - k rI:; Assim, o vetor unitário normal é dado por n;= ( O,V1 -a k r2 ,0,...,0 ) . (4.5.20) Usando a condição de junção (4.5.1) junto com as métricas (4.3.4) e (4.5.4), teremos = t a(t)rI:; = R. r (4.5.21) (4.5.22) A componente Kte da curvatura extrínseca (4.5.3) é dada por Kiõ = R(r) VI - (4.5.23) k (rI:;)2 . Usando agora a segunda condição de junção (4.5.2) junto com (4.5.15) e (4.5.23) temos R2 + (~) 2 + k (4.5.24) (rI:;)2 = (M + 1)1/(n-1) Multiplicando a equação (4.4.25) por (rI:;)2, R2 = e comparando -(rI:;)2 k- R Ro 2 2/(D-1) 87rGpoL2 [ (V - 2)! (V - 2) ] , (4.5.25) agora as equações (4.5.24) e (4.5.25), nós temos 1 M Para V + (I ) ( I ) 2 = 3, esta D-3 = (T) [ 87rGPo (aorI:;)D-1 (V - 2)!(V - 2) ] -l. expressão para a massa concorda com [36]. (4.5.26) 43 4.6. Formação de buracos negros Nesta seção iremos mostrar como ocorre a formação de buracos negros em 3 dimensões, seguindo o trabalho de [36]. Este estudo está sendo generalizado para qualquer dimensão ímpar [42]. Em três dimensões, a solução (4.4.16) para o fator de escala a é dada por a(t) = ao cos (D + aosin (D (4.6.1) ' onde ao = j aõ (8 7rG f2 - (4.6.2) 1) - k i2 . A nuvem de poeira sempre colapsará para a(te) = O em um tempo própio finito te, dado por te = - arctan desde que a seguinte condição se verifique (4.6.3) (~:) (4.6.4) a~ (8 7rG i2 - 1) - k z2 ~ O. No espaço-tempo exterior, todas as componentes do tensor energia-momento são nulas. Então, conforme a solução (4.3.4), para 3 dimensões o espaço-tempo exterior é descrito pela seguinte métrica 2 ds+=onde M é a massa-energia riores a superfície [(r+li) 2 2 dr~ ] -M dt++(r+li)2-M+r+dn, 2 da nuvem. Conforme a seção anterior, nas coordenadas da nuvem está localizada interiores, em a( t) rE 2 em r + = R, enquanto (4.6.5) exte- que nas coordenadas = R. Impondo as condições de junção (4.5.1), temos uma relação entre a coordenada temporal exterior t+ e o tempo própio medido na superfície da nuvem, t, dt+ - j[(RIi)2 - M] + R2 dt [(RIi)2 - M] (4.6.6) A expressão para a massa da nuvem vem pela equação (4.5.26). Ela é dada por M = 8 7r G po a~r~ (4.6.7) - 1. Como a massa M deve ser positiva, o colapso só ocorrerá para um po suficientemente grande. Se po :::; 1/(87r G aõ r~;) a nuvem colapsará para um a singularidade cônica no espaço de anti-de Sitter. nuvem quando Se po > 1/(87rGaõrt), o raio for R tH - i = i VM então o horizonte de eventos cruza a em um tempo = 2 arctan brE + VIIb2rt + aõ(rEIi)2 - Ai [ (rEli) ao+ VM ] ' (4.6.8) onde b=/87rGpoaÕ-k-(~Or. (4.6.9) Note que este tempo tH é também o tempo de formação do horizonte aparente tAH, já que foi calculado na superfície da nuvem (ver o capítulo 5 para mais detalhes). 44 Então, o tempo necessário para cruzar o horizonte de eventos no ponto de vista de um observador comóvel com superfície da estrela é finito. Por outro lado, um fóton emitido da superfície da estrela em um tempo t+ obedece à seguinte equação dR -dt+ r+ (l ) 2- M, (4.6.10) e chega em um ponto R' em um tempo , t+ = t+ + - t+ - i R' dt -=!:.dR rI;a(t)dR 1 arctanh M/f2 fMjl2 IR' R [ M f2 ] rI;a(t) (4.6.11 ) Da equação acima, temos que t~ -+ 00 quando r~a(t) -+ VM f2, de modo que o colapso para o horizonte de eventos parece levar um tempo infinito para um observador externo. O intervalo de tempo comóvel dt entre a emissão de dois fótons sucessivos é igual ao comprimento de onda). da radiação que seria emitida sem a presença de um campo gravitacional. O intervalo dt~ entre a chegada destes fótons é o comprimento observado N. Então o desvio para o vermelho da luz emitida pela superfície da nuvem é dt' 1 dt VI - kr~ + r~ á z=--=t-l= -1, (4.6.12) e r~á(th) = -VI - k r~, de modo que z -+ 00 quando t+ -+ 00. Assim a intensidade da luz emitida pela nuvem irá tender a zero, na medida em que o desvio para o vermelho diverge para o infinito. Estas propiedades.. são inteiramente análogas ao colapso de Oppenheimer-Snyder em quatro dimensões (veja o capítulo 2). Capítulo 5 Colapso em dimensões pares 5.1. Introdução A teoria da relatividade geral prevê a existência de buracos negros em nosso universo. A sua relevância provem de seu inevitável surgimento no colapso gravitacional completo de objetos astrofísicos, como foi mostrado por Oppenheimer e Snyder [15] e detalhado no capítulo 2. V árias soluções estáticas e cosmológicas dentro da teoria de Lovelock foram achadas [43]. Dentro do contexto restrito de [11], onde o conjunto completo de constantes é parametrizado por apenas duas, soluções de buracos de vermes [47] e de buracos negros [11] foram determinados tanto para dimensões pares quanto impares. Como na relatividade geral os buracos negros surgem como o estado final do colapso gravitacional, é importante saber se na teoria de Lovelock as soluções de buracos negros também surgem, como na relatividade geral, a partir de um colapso gravitacional. Investigaremos este problema aqui. Este capítulo é basedo em [44]. 5.2. A escolha dos coeficientes No capítulo anterior foi mostrado que a maneira de determinar os coeficientes O:pfoi através de uma imersão do grupo de Lorentz 50 (D - 1,1) em um grupo maior, o grupo de anti-de Sitter 50 (D - 1,2). Entretanto, para dimensões pares D = 2n, (n = 2,3, . o.) não é possível construir um princípio de ação não trivial que seja invariante por 50 (D - 1,2). É necessário quebrar a simetria para o grupo de Lorentz, e assim teremos uma teoria na qual há uma separação das Lagrangeanas em duas classes distintas: Lagrangeanas para dimensões pares e Lagrangeanas para dimensões ímpares [11]. Para dimensões pares, D = 2n, podemos escolher a seguinte Lagrangeana r - ,(.,2n - '" RAA1A2 1\" R'A3A4"1\ ... 1\" R'Av-1Av Q A1A2o..Av (5.2.1) com Ai, A2 = 0,1,. . . , D sendo os índices de anti-de Sitter. ÊlA1A2é a curvatura 2-forma de anti-de Sitter, construída a partir da conexão WA1A2 do grupo 50(D - 1,2), ÊlA1A2= dWA1A2 + wc11 45 A WCA2 , (5.2.2) 46 onde Q é um tensor sobre 50 (D - 1,2). A única maneira simples de obter uma variação não trivial na ação é quebrando a simetria para o grupo de Lorentz [45]. O tensor Q é então escolhido para ser um tensor invariante apenas pelo grupo de Lorentz, i.e., QAIA2"'A')) ={ Ai = ai, (i=1,...,D) tal "'a')) para O caso contrário (5.2.3) Decompondo como no capítulo anterior a conexão W AB nas translações nas D rotações internas wab do grupo de Lorentz, vem wab WAB = Nesta separação a curvatura -ea (5.2.4) ) . O eb ea e 2-forma RAB passa a ser escrita como RAB onde Ta curvatura ( internas + [-2ea Rab = ( 1\ eb (5.2.5) _~a) Tb = dea + wl: 1\ eb é a torção 2-forma (que estamos considerando nula). A de anti-de Sitter Rab é dada então em termos da curvatura de Lorentz Rab por R ab= R ab + A onde [ é um fator de escala relacionado .!.- a [2 e A b (5.2.6) 1\ e , com a constante cosmológica por [ = -1/A2. Usando (5.2.5) na Lagrangeana (5.2.1), podemos escrevê-Ia na seguinte forma r "-'2n - K, - ala2 (R + .!.- e al A ea2 [2 1\ ) A ... A 1\ 1\ + a'))-la')) (R .!.- ea'))-l [2 1\ ea')) ) t ala2"'a'))' (527 ) .. Esta Lagrangeana é o análogo gravitacional da teoria eletrodinâmica de Born-Infeld [12]. Podemos então retirar o valor dos coeficientes O:pcomparando (5.2.7) com a ação de Lovelock [(1'-1)/2] 5 =f 1:,1' L = K, p=O o:p 1P tal'..a')) Rala2 1\...1\ Ra2p-Ia2p 1\ ea2p+1 1\...1\ ea')), (5.2.8) onde teremos então - o:p - K, n ( p ) [-V+2p , (5.2.9) onde por conveniência podemos escolher a constante K,como K,= 5.3. Soluções exteriores [1'-2 32 7r G n (5.2.10) ' de vácuo No vácuo todas as componentes do tensor de energia-momento as equações de campo são dadas por -K, Lp o:p (1) - 2p) tal"'a')) Rala2 1\ ... 1\ Ra2p-Ia2p 1\ ea2P+1 1\ são nulas, de modo que ... 1\ ea'))-l = O. (5.3.1) 47 Levando os coeficientes ap e a constante ~ dados em (5.2.8) e (5.2.9) na equação (5.3.1), teremos, para dimensões pares (V = 2n) (Rala2 + L-2 eal 1\ ea2) 1\ . . . 1\ (Ra2n-3a2n-2+ L-2 ea2n-3 1\ ea2n-2) 1\ ea2n-l tala2...a2n= O. (5.3.2) Vamos considerar agora um espaço-tempo estático e esfericamente simétrico. Poderemos escrever sua métrica como sendo ds~ = -l(1' +) dt~ + g-2(1' +) d1'~ + 1'~ dn1-2, (5.3.3) onde t e r são as coordenada temporal e radial, e dn~-2 é o elemento de linha de uma (V - 2)-esfera unitária. O subscrito + indica que estamos tratando da solução exterior. Com a métrica (5.3.3) e equações (5.3.2), Baiíados, Teitelboim e Zanelli determinaram a seguinte solução exata para V = 2n [11] 2 L ds+=- 2 [1-(2M/1'+)n-l+(1'+/L) 2 ] dt++ d1'~ 2 1 1- (2M/1'+)n-l 2 +1'+dnD-2' + (1'+/L)2 (5.3.4) Estas soluções descrevem buracos negros. Mostraremos que (5.3.4) também representam a solução de vácuo exterior para uma nuvem de poeira em contração (ou expansão) na teoria de Lovelock. 5.4. Solução interior de matéria Como no capítulo anterior, o espaço-tempo exterior é modelado por uma nuvem de poeira em colapso (ou em expansão), descrita pela métrica de Friedmann-RobertsonWalker em V = 2n dimensões . ds2 = -dt2 + a2 (t ) d1'2 [ 1 - k1'2 + 1'2dn2 D-2 ] . (5.4.1) As coordenadas t e r são coordenadas comóveis (nós omitiremos o subscrito - indicando uma solução interior). A constante k pode tomar os valores k = 0,:1:1. O tensor de energia-momento para um fluido perfeito é dado por TO/{3 = (5.4.2) (p + p) UO/ U{3 + P gO/{3, como no capítulo anterior. Os cálculos e os resultados para os invariantes de curvatura e para as equações de movimento são idênticos aos do capítulo anterior, desde a equação (4.4.3) até à equação (4.4.21), e por isso não a repetiremos aqui. Inserindo o valor das constantes (V - I)! (V-I)! 167rGf2 LP ap (5.2.9) e ~ (5.2.10) na equação (4.4.13), n LD-2 ( [ 327rGn 1 ~;;:[ P ) L-D+2P (V - 2 ) ] P k + à2 P - ( a2 ) -p n ( p ) (n-p)aP ] =p, (5.4.3) onde a=L2 k+à2 ( a2 ) . (5.4.4) 48 Mas, ; ~ [~ ( ) Usando esta informação na equação (5.4.3), ficaremos com ~ 2+ ~ integral 2 (l ) (l ) õ? = -k que é a primeira (5.4.5) (n - p) ap] = (1 + a r-I. ao 167rz2GPo ( ) [ (V-I)! 2/(D-2) D-l (5.4.6) ' ] a das equações de campo. Em geral não é possível uma solução analítica exata para (5.4.6) para k = 0,:1::1. Entranto, restringindo para V = 4, naturalmente iremos obter os modelos de Lemaitre, no qual os universos aberto e fechado de Friedmann são um caso particular para l -1- 00. Para k = -1 e V i= 4 existe uma solução especial com nenhum conteúdo material, tomado no limite l -1- 00 e dada por (5.4.7) a (t) = :l::t O e para o sinal + toma-se O < t < 00. Não existem singularidades nesta solução já que, como pode-se mostrar, os escalares de curvatura são nulos. Esta solução indica que os termos de ordem mais alta na curvatura onde para o sinal - toma-se < -00 t < na ação de Lovelock, atuam, em certo sentido, como termos materiais O caso marginalmente Para k = O teremos .2 a ligado, k = O, permite a 2 uma segunda integral 2 a ) () [ a2(D-l)/(D-2' onde B = 167r G [ (V D-l - 1)! poao 1 (l ) f dt -- f - que pode ser integrada obtemos 1 - () l da (D-2)/2 2 l ] (5.4.9) . origem da contagem do tempo. a = 167r ao { (V-I)' . Gpol = a(D-l)/(D-2). 1 -- 2 a {[ 167rGpo (l ) sm (ao) a equação V -1 [ -- V-2 t (- acima, l (5.4.10) } ' ] definir C1 (5.4.11) = -to, a temos 1/(D-l) to - Integrando I/(D-2) D-l Podemos simplesmente Reagrupando 2 . D-2 (5.4.10) vi B2/(D-2) - a2(D-l)/(D-2) , (V-I)! onde to é uma constante de integração. com a sepa- al/(D-2) com a troca de variável x V-2. (t - to) = arcsm . V-I (5.4.6). (5.4.8) ] Temos então uma equação diferencial separável de 1~ ordem. Procedendo ração, chegamos a - de B = - (T + T - [46]. )] } . (5.4.12) onde to fornece o tempo no qual a = O, e sem perda de generalidade, podemos colocar to = O. Nós tomaremos -7r < t < o. Para -7r < t < 7r/2 a nuvem está expandindo. Para -7r/2 < t < Oa nuvem está colapsando. 49 Levando (5.4.12) em (4.4.21) obteremos a evolução da densidade no modelo de poeira para k = O. p(t) ~ 2 sin-{V-2) = (D - 1)1 1671"G L - D- 1 () D-2 [ ! ( L)] . (5.4.13) Os escalares de curvatura (4.4.7)-(4.4.9) e a densidade (5.4.13) divergem em t (representando laridade) . o aparecimento da densidade) e t = O (indicando Podemos agora tomar o limite onde a constante Expandindo (5.4.12) em potências de (l/L) ~ (ao) V-I ~ G po L2 1671" (D - I)! -t ~ (L) {D- 2 -71" a formação da singu- cosmológica é zero (L -+ 00). ~~ - = -t ( L )] 3 [D - 2 3 +O ~ 5 (L) } V-2 . (5.4.14) Chamando = a 1671"G (5.4.15) (D - I)! po l = simplificamos a aproximação a (~ = ~) - acima para l V-I (ao) (5.4.16) t, ~ a L2 { 1 l 3 1 (l) - 3 (l) + O (T) V-2 5 . } (5.4.17) Para expandir a expressão acima, podemos usar o teorema do binômio, n (n - 1) . (a+bt=an+nan-Ib+ 2 an-2b2+... (5.4.18) Com isto, ficamos com a V-I ( ) ao Para D 1 ~ a =4 { [D-2 1 V-4 (T) 1 V-2 (T) - 3 (D - 2) [D teremos 3 a (ao ) ~a 2 -4 :L2 {t -3t 1 2 1 l V + "6(D - 2) (D - 3) [D+2 T + .. . } . (5.4.19) () 4 1 (T) +0 (T) +... } . (5.4.20) Levando os valores de a (5.4.16) e l (5.4.16), a 3 () ao ~ 871"G 3 :3 po [ 2"(-t) 2 ] 1 onde a densidade vai como p "-' t-2. '" ) + O (T + . . . Quando D =1= 4 e L -+ 00 temos a = O, i.e., nenhuma recuperamos o caso usual de Friedmann para k = O, (:J 2 [~l3~ GP°t)'. solução física. (5.4.21) Para L -+ 00 (5.4.22) 50 5.5. Condições de junção Agora vamos juntar os espaço-tempos exterior e interior achados nas seções anteriores. As condições de junção são dadas por [20] ds2 ] + E K~t~ onde KaJ3é a curvatura extrínseca ::!: KaJ3 ds2 -]E (5.5.1) = K;J3]E (5.5.2) [21], ~2 - = - -n'Y 'Y u ::!: ~ x::!: ::!: oçaofl - 'Y [ ~ ux::!: í) ux::!: n'Y r[í) oÇa oçJ3 ' (5.5.3) e n; são as componentes do vetor normal à ~. Os subscritos::!: representam as quantidades tomadas no espaço-tempo exterior e interior. Ambas a métrica e a curvatura extrínseca em (5.5.1)- (5.5.2) são determinadas em~. A métrica intrínseca à ~ é escrita como ds~ = -dr2 + R2(r) dn~-2' (5.5.4) onde r é o tempo próprio em ~ e dn~-2 indica o elemento de linha em uma V - 2-esfera unitária. A equação da superfície da ~ da nuvem nas coordenadas do espaço-tempo é dada por f(r+,t+) = r+ - [r+(t+)]E . exterior (5.5.5) O vetor normal à esta superfície (gradiente da superfície) é então of Ox+ =N . ( - dr E 1 ... . dt+"" O (5.5.6) ) onde N é uma constante de normalização, determinada por meio de af g aJ3 ox+ . afJ3 -- Ox+ 1. (5.5.7) Usando as componentes de gaJ3da métrica (5.3.4) e do gradiente (5.5.6), chegamos à seguinte relação para N, 2 N '2 [A 1'2 '2 (5.5.8) t+ - Ar +] = t+, onde 2M - A=I- ( l (n-l) - r+ ) + -r+ l 2 ( ) ' (5.5.9) e além disso, x = dx/dr. Usando as condições de junção (5.5.1), a métrica (5.5.4) e a métrica exterior (5.3.4) obteremos r+=R(r), (5.5.10) além disso, isolando dr na métrica (5.3.4) [1- (2M/r+)n:l + (r+/l)2] i~ - [1- (2M/r+)n:l + (r+/l)2rl r~ = 1 , (5.5.11) onde ambas as equações são determinadas em~. Daqui para diante, nós usualmente omitiremos o subscrito ~ para denotar uma medida na superfície. Levando (5.5.11) 51 em (5.5.8), simplificamos a constante de normalização unitário normal é dado para N para N = i+. Assim o vetor dr+ dt+ + n[ - ( - dr' dr ,0,...,0 ) (5.5.12) . Isolando i+ em (5.5.11) e usando (5.5.10) nós acharemos dt+ /[1- d:; = (2M/R)r?:::r+ (R/l)2] + R2 (5.5.13) [1- (2M/R) n:l + (R/l)2] A única componente da curvatura extrínseca que utilizaremos será a componente Kte. A partir da definição (5.5.3) temos 1 (n-l) 2M 2 Kte= [ 1- ( r+ ) + (r;)] (5.5.14) Ri+. Usando (5.5.13) em (5.5.14) nós então temos Kte = R (R ) - [ No espaço-tempo n:l 2M 1- R + 1 . +R2 2 () ] (5.5.15) . interior, a equação da superfície L; da nuvem é dada por I (r, t) = r - r~ . (5.5.16) Não há dependência temporal em r~ porque r é uma coordenada normal à superfície é dado por aI =N. a x-a _dr~ 1...0 ( dt+ ' , onde N é uma constante de normalização g a/3 . ax+. aI /3 ax+ - 1 - . O vetor (5.5.17) ) , cujo valor é determinado aI comóvel. por (5.5.18) Usando as componentes de ga/3 da métrica interior (5.4.1) e do vetor (5.5.17), temos que a constante N é dada por N a(t) - VI - k r~ . (5.5.19) Assim, o vetor unitário normal é dado por n;= mos ( O, V1 -a k r2 ,0,...,0 ) . (5.5.20) Usando a condição de junção (5.5.1) junto com as métricas (5.4.1) e (5.5.4), tere- r = t a(t)r~ = R. (5.5.21) (5.5.22) 52 A componente Kte da curvatura extrÍnseca (5.5.3) é dada por Kio = R(r) VI- (5.5.23) k (r~)2 . Usando agora a segunda condição de junção (5.5.2) junto com (5.5.15) e (5.5.23) temos k2 + (~) 2 + k (r~)2 (5.5.24) = (2:) 2/(V-2). Multiplicando a equação (5.4.6) por (rE)2 . R2 R 2 2 R ( ) + k (r~)2= ( [ ) + T 167r [2 G po [ (V - I)! Ro 2/(V-2) V-l (R ) . ] (5.5.25) Comparando agora as equações (5.5.24) e (5.5.25) nós temos 1 V-4 M = (Y) 8 7r (5.5.26) (V - 1)! GpoRg-1 , que é a massa da nuvem expressa em termos das constantes expressão é válida para qualquer valor de k = 0,::1:1. dadas no problema. Esta 5.6. Formação de buracos negros De modo a estudar a formação de buracos negros nesta teoria, nós trabalharemos com a solução para k = O achada em (5.4.12). A métrica interior (5.4.1) é então reescrita para (5.6.1) ds2 = -dt2 + a2 (t) (dr2 + r2 dn~-2) . Para nossa conveniência, vamos reescrever (5.4.12) como a- 2M V-2 . V-2 [ Sln r~V-l ( V - 1 - [ V - 2 t ( 1)]) V~l ' (5.6.2) onde usamos a equação (5.5.16) e Ro = aor~. A métrica exterior é dada em (5.3.4), e como vimos na seção 4, é possível realizar uma junção suave entre os dois espaço-tempos. Nós assumiremos que o colapso gravitacional ocorre para -~ ~ t ~ o. O tempo t = -~ marca o surgimento do colapso. Neste momento não há singularidades no espaço-tempo, como os escalares de curvatura (4.4.7)-(4.4.9) e a densidade (5.4.13) indica. De fato, a singularidade aparece apenas em t = O, onde todas as quantidades divergem. Para saber se há formação ou não de buracos negros, é necessário procurar pelo aparecimento de um horizonte aparente e de um horizonte de eventos. O horizonte aparente é definido em [22] como sendo o contorno da região de 2-esferas aprisionadas no espaço-tempo. Para achar este contorno no espaço-tempo interior procura-se por 2-esferas Y = a(t)r = consto cujos raios de luz emergentes possuam expansão nula, isto é VY.VY=O. (5.6.3) 53 Usando a métrica (5.6.1) em (5.6.3) fornece da(t) [ dt ] = ~. 2 (5.6.4) r2 Usando (5.6.2) em (5.6.4) temos ([I' L2f/v-I r - (~) sin-I/V-I [~ = ~ Ce ~ t)) cos [~ = ~ Ce ~ t)) onde I' 167r = V-I (V - I)! G poao . (5.6.6) Isolando r_, a equação para o horizonte aparente em coordenadas então por - LV-3 I/V-I sinI/V-I (u) r-, cos(u) ( I' ) onde r = (5.6.5) 1, V-I comóveis é dada (5.6.7) t I u--V-2 (5.6.8) . ( ) Podemos expressar a equação (5.6.7) em termos da variável m, definida por m ~ = r-lI; ~ I/(V-I) sinI/(V-I)(u) (m ) = (5.6.9) cos(u) onde te V-I ( u-V-2 - t L = M/L, ). (5.6.10) Expandindo (5.6.9) em potências de (l/L), r- r- >:::: LV-3 I/V-I I/V-I (T ) (u) [ V-2 [1 LV-4 - V-I >:::: [1 - 1/3! (u )2f/V-I ( I' ) I/V-I t - 1/2! (u)2] [1 - 1/3! (u )2f/V-I ] [1-1/2!(u)2] (5.6.11) , onde para V = 4 e L -7 00 esta expressão se reduz para a expressão usual para o horizonte aparente na métrica de Friedmann t Agora, o horizonte aparente 2M = -~ ( ) 3 . r3 rI;3 forma-se primeiro (5.6.12) na superfície rI;. Então, para r = rI;, a equação (5.6.9) fornece o tempo t no qual o horizonte primeiro se forma. Por outro lado, devemos ser capazes de achar o tempo de formação do horizonte aparente na superfície L; através de uma equação em L;, equação (5.5.24). De fato, na junção temos R = a(t)rI; (5.5.22). Então a partir da condição de junção (5.5.24) e equação (5.6.4) nós temos o tempo que o horizonte aparente primeiro se forma quando R R [ 1+ 2 (T) (V-2)/2 ] - 2M. (5.6.13) 54 Usando (5.5.10) isto também fornece r + [1 + (r +ll)2rV-2)/2 = 2M. Para Friedmann (I -+ 00 e 1) = 4) a expressão acima se reduz para r + = 2M, como esperado. Dividindo a equação (5.6.13) por I e definindox = Rll nós temos (V-2)/2 [ X 1 + X2 = 2m , ] (5.6.14) onde m - Mil tal como acima. Agora o tempo de formação do horizonte aparente pode ser achado através da equação RAH = a(tAH) r~ = {2M lv-2 sinV-2 [- ~=~ C~H)] f/V-1 . (5.6.15) Em termos de x e m (5.6.15) se esceve 1) - 1 XAH = { 2m sinv-2 [ -1) - 2 t 1/(V-1) ( ~H)] } . (5.6.16) Dada uma dimensão 1) e m podemos obter x através da equação (5.6.14). Então a equação (5.6.16) fornece implicitamente tAH, o tempo da formação do horizonte aparente na superfície~. Para 1) = 6 e m = 1 nós achamos tAH = -0.531. Colocando este valor de volta na equação (5.6.9) podemos verificar que tudo está fechado. O horizonte de eventos, sendo uma superfície esférica nula, é determinada através dos raios de luz emergentes da métrica (5.6.1), i.e., dt dr (5.6.17) = a(t). A equação (5.6.17) pode ser colocada na seguinte forma integral, r 1) - 2 r~ = -1) 1 -12m ( ) 1/(V-1) ful du lua sin(V-2)/(V-1)(u)' (5.6.18) u = - (1) - 1) I (1) - 2) (til) e m foram definidos acima. Agora, o tempo U1 é precisamente igual ao tempo de formação do horizonte aparente, desde que no vácuo ambos concidem [19]. Temos então que integrar (5.6.18) para achar o tempo Uo no qual o horizonte de eventos primeiro se forma, em r = O. Isto pode ser feito numericamente. Para 1) = 6 e m = 1 temos to = -tuol = -1.571. Um gráfico em coordenadas comóveis pode mostrar a evolução dos horizontes aparente e de eventos. Isto está feito nas figuras (1)-(4), para 1) = 4,6,10 e 26 dimensões, respectivamente. Nestas figuras, temos o colapso de Oppenheimer-Snyder em 1) dimensões em um espaço-tempo assintoticamente anti-de Sitter. O interior da nuvem de poeira em coordenadas comóveis (r, t) preenche todo o diagrama. O lado esquerdo representa o centro da nuvem em r = O, e o lado direito a superfície da nuvem rlr~ = 1. A evolução do horizonte de eventos (linha traçejada) e do horizonte aparente (linha contínua) estão desenhados. A singularidade 55 ocorre em t = O. D=4 0,0 -0,2 -0,4 -0,6 '- -0,8 +' -1,0 -1,2 -1,4 , , /, , ,, , ,, ,, / , , , , ,, / , / ,, , , /, ,, , ,, ,, -1,61-,,'" 0,2 0,0 0,4 0,6 0,8 1,0 r Ir I: Figura traçejada) 2: A evolução dos horizontes aparente (linha contínua) e de eventos (linha em coordenadas comóveis para 'D =4 dimensões. Veja o texto para mais detalhes. D=6 0,0 -0,2 -0,4 -0,6 --- -0,8 -1,0 -1,2 -1,4 ,, ,, , , ,, / ,, , ,, ,, / , ,, , ,/ , , , , / , ,, ,, -1,6 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 r I rI: Figura 3: A evolução dos horizontes aparente (linha contínua) e de eventos (linha traçejada) em coordenadas comóveis para 'D = 6 dimensões. Veja o texto para mais detalhes. 57 Por uma junção com o espaço-tempo exterior de vácuo, achamos o diagrama usual de Penrose para o colapso gravitacional e formação de um buraco negro (figura 6). singularidade centro da nuvem infinito superficie da nuvem Figura 6: Diagrama de Penrose para o colapso de Oppenheimer-Snyder em um espaço assintoticamente anti-de Sitter. Aqui, ha e he são os horizontes aparente e de eventos, respectivamente. Conel usões Neste trabalho nós analizamos o colapso gravitacional do tipo Oppenheimer- Snyder dentro da teoria de Lovelock, que é a extensão natural da relatividade geral em di- mensões V 2:: 3. Foi mostrado que, a partir de um conjunto restrito de coeficientes de Lovelock, uma nuvem de poeira sem momento angular e carga elétrica, e definida tanto em dimensões pares quanto Ímpares sofre um colapso gravitacional, formando os horizontes de eventos e aparente e terminando em uma singularidade de curvatura. Como no caso das soluções de buracos de vermes achadas em [47] quanto nas soluções de buracos negros achadas em [11], as soluções de colapso estudadas aqui mostram que algumas características importantes da relatividade geral clássica são preservadas dentro do contexto mais geral da teoria de Lovelock. 59 Referências [1] M. Kaku, Introduction to Superstrings, (Springer-Verlag, Nova Iorque, 1988). Para uma interessante comparação, veja um diagrama similar em D. Z. Freedman e P. van Nieuwenhuizen, Scientific American, 238, fevereiro de 1978. [2] I. J. R. Aitkinson e A. J. G. Hey, Gauge Theories in Particle Physics, Graduate Series in Physics, (Adam Hilger Ltd., Bristol, 1984). [3] T. Kaluza, Sitzungsber. Preuss. Akad. Wiss. Phys. Math. Klasse Kl (1921). [4] O. Klein, Z. F. Physik 37, 895 (1926). [5] M. J. Duff, Kaluza-Klein Theory in Perspective, gr-qcj9410046; A. SaIam e J. Strathdee, Ann. Phys., 141 (1982). [6] L. H. Ryder, Quantum Field Theory, (Cambridge University Press, Cambridge, 1987). [7] P. van Nieuwenhuizen, Phys. Rep. 68, (1981); L. Castellani, R. D'Auria e P. Fré, Supergravity and Superstrings: a Geometric Perspective, (World Scientific, Cingapura, 1991). [8] M. B. Green, J. H. Schwarz e E. Witten, Superstring Theory, Cambridge Monographs on Mathematical Physics, Cambridge University Press, Cambridge, 1992. [9] D. J. Gross, J. A. Harvey, E. Martinec e R. Rohm, Phys. Rev. LeU. 54 (1985). [10] D. Lovelock,J. Math. Phys., 12,471 (1971). [11] M. Bafíados, C. Teitelboim e J. Zanelli, Phys. Rev. D 49,975 (1994). [12] M. Bafíados, C. Teitelboim e J. Zanelli, J. J. Giambiagi Festschrift, organizado por H. Falomir, R. Gamboa, P. Leal e F. Schasposnik (Worl Scientific, Cingapura, 1990). [13] E. W. Kolb e M. S. Turner, The Early Universe, Frontiers in physics, (Addinson Wesley Publishing Co.,1990). [14] S. Carlip, Class. Quantum Grav. 12, 2853 (1995); R. B. Mann, "Lower Dimensional Black Holes: inside and out", gr-qcj9501038. [15] J. R. Oppenheimer e H. Snyder, Phys. Rev. 56, 455 (1939). [16] R. Penrose, Riv. Nuovo Cimento 1, 252 (1969). [17] T. P. Singh, "Gravitational Collapse and Cosmic Censorship" , gr-qcj9606016. 61 62 [18] C. W. Misner, K. S. Thorne e J. A. Wheeler, Gravitation, (W. H. Freeman and Co., Nova Iorque, 1973). [19] S. W. Hawking, G. F. R. Ellis, The Large Scale Structure of Space and Time, (Cambridge University Press, Cambridge, 1973). [20] W. Israel, Nuovo Cimento 44B, 463 (1967). [21] L. P. Eisenhart, Riemaniann Geometry, (Princeton University Press, Princeton, 1949). [22] D. M. Eardley e L. Smarr, Phys. Rev. D 19, 2239 (1979). [23] D. Lovelock, Aequationes Math. 4, 127 (1970). [24] D. Lovelock, J. Math. Phys. 13, 874 (1972). [25] H. Rund, Abhandl. Math. Sem. Univ. Hamburg 29, 243 (1966). [26] J. T. Wheeler, Nucl. Phys. B268, 737 (1986); B273, 732 (1986). [27] B. Whitt, Phys. Rev. D 38, 3000 (1988). [28] R. C. Myers e J. Simon, Phys. Rev. D 38, 2434 (1988). [29] D. L. Wiltshire, Phys. Rev. D 38, 2445, (1988). [30] R. W. R. Darling, Differential Forms and Connections, (Cambridge University Press, Cambridge, 1994). [31] C. Teitelboim e J. Zanelli, in Constraint Theory and Relativistic Dynamics, organizado por G. Longhi e L. Lussana (World Scientific, Cingapura, 1987). [32] V. de Sabbata e M. Gasperini, Introduction to Gravitation, (World Scientific, Cingapura, 1985). [33] S. Deser, R. Jackiw e G. 't Hooft, Ann. Phys., 152, 220 (1984). [34] S. Giddings, J. Abbot e K. Kuchaf, Gen. Rei. Grav., 16,751 (1984). [35] M. Baíiados, C. Teitelboim e J. Zanelli, Phys. Lett. 69, 1849 (1992). [36] R. B. Mann e S. F. Ross, Phys. Rev. D 47 3319 (1993). [37] J. D. Brown, J. Creighton e R. B. Mann, Phys. Rev. D 50, 6394 (1994). [38] S. D. Odintsov e L L. Shapiro, Mod. Phys. Lett. A7, 437 (1992); E. Eliadze e S. D. Odintsov, Nucl. Phys. B399, 581 (1993). [39] A. Vilenkin e E. P; S. Shellard, Cosmic Strings and other TopologicalDefects, (Cambridge University Press, Cambridge, 1995). [40] J. P. S. Lemos e V. Zanchin, Phys. Rev. D 53, 4684 (1996). [41] J. P. S. Lemos e V. Zanchin, Phys. Rev. D, setembro 1996. [42] A. Ilha e J. P. S. Lemos, em preparação. [43] D. G. Boulware, S. Deser, Phys. Rev. Lett. 55, 2565 (1985). J.T. Wheeler, Nucl. Phys. B268, 737 (1986); R. C. Myers, J. Simon, Phys. Rev. D 38, 2434 (1988). B. Whitt, Phys. Rev. D 38, 3001 (1988); G. A. Marugán, Class. Quantum Grav. 8, 935 (1991). 63 [44] A. Ilha e J. P. S. Lemos, "Dimensionally Continued Oppenheimer- Snyder Gravitational Collapse I: Solutions in Even Dimensions", gr-qcj9608004, submetido à Physical Review D. [45] S.W. Mac Dowell e F. Mansouri, Phys.Rev.Lett. 38, 739 (1977). [46] M. Farhoudi, "The Lovelock tensor as a generalized Einstein tensor", gr-qcj9511047. [47] X. Li, Phys. Rev. D 50, 3787 (1994). A pêndice A Referências selecionadas sobre a teoria de Lovelock Aqui estão colocadas algumas referências conhecidas sobre determinados tópicos da teoria de Lovelock e de suas aplicações. Estes tópicos foram escolhidos como sendo a. Teoria de Lovelock b. Soluções esfericamente simétricas e de buracos negros c. Soluções cosmológicas e de cordas cósmicas d. Conexão da teoria de Lovelock com a teoria de cordas Faremos agora uma descrição de cada um dos tópicos acima. É importante notar que esta pequena compilação não pretende de modo algum ser completa em relação a todas as referências sobre a teoria de Lovelock. Apenas foram selecionadas algumas das referências das quais tinhamos conhecimento. a. Teoria de Lovelock: Neste tópico estão as referências sobre a teoria propiamente dita, i.e, o seu desenvolvimento matemático, os formalismos usados na teoria e as análises sobre a teoria, na maioria dos casos sem tentar fazer uma escolha particular dos coeficientes arbitrários {O:p}. Este é um tópico bastante amplo, e entre os artigos, está o trabalho original de David Lovelock sobre a sua teoria [Ia]. Lovelock escreveu o seu artigo no formalismo tensorial global em 1970. Em 1986, Claudio Teitelboim e Jorge Zanelli [2a] reescreveram a teoria na sua formulação Hamiltoniana e fizeram as primeiras conexões com a topologia, sendo que ambos os assuntos foram explicados com mais detalhes em um trabalho posterior [3a]. Teitelboim e Zanelli, desta vez juntos com Marc Henneaux [4a], voltaram ao assunto da formulação Hamiltoniana em 1987, no VI SILARG, realizado no Rio de Janeiro, onde foi explicado alguns dos incovenientes da teoria, relacionados com a indeterminação da do sistema devido à existência de potências da curvatura em ordem mais altas, e onde foi tentada uma solução usando a mecânica quântica, via integrais de trajetória. As implicações da gravitação e cosmologia quântica dentro do contexto da teoria de Lovelock (TL) foram estudadas por Mena-Marugán em 1990 [5a], e a generalização da TL para espaços com torsão não nula foi estabelicida por Alejandro Mardones e Zanelli em 1991 [6a]. Máximo Bailados, Teitelboim e Zanelli (também conhecidos por BTZ) 65 66 em 1991 [7a] realizaram uma análize de vínculos da TL e mostraram algumas soluções de buracos negros e cosmológicas em seu trabalho. Finalmente, em 1995, Farhoudi [8a, 9a], a partir de sua tese de doutorado, escreveu dois trabalhos sobre uma representação alternativa do formalismo lagrangeano da T1. Referências [Ia] D. Lovelock, J. Math. Phys. 12, 498 (1970). [2a] C. Teitelboim e J. Zanelli, Class. Quantum Grav. 4, L125 (1987). [3a] C. Teitelboim e J. Zanelli, in Constraint Theory and Relativistic Dynamics, editado por G. Longhi e L. Lussana (World Scientific, Cingapura, 1987). [4a] M. Henneaux, C. Teitelboim e J. Zanelli, in Proceedings of Silarg VI, organizado por M. Novello (World Scientific, Cingapura, 1988). [5a] G. A. Mena Marugán, Phys. Rev. D 42, 2607 (1990). [6a] A. Mardones e J. Zanelli, Class. Quantum Grav. 8, 1545 (1991). [7a] M. Bailados, C. Teitelboim e J. Zanelli, in J. J. Giambiagi Festschrift, editado por H. Falomir, R. E. Gamboa, P. Leal e F. A. Schaposnick, (World Scientific, Cingapura, 1991). [8a] M. Farhoudi, "Lovelock Tensor as a Generalized Einstein Tensor", gr-qc/9510060. [9a] M. Farhoudi, "Classical Trace Anomaly", gr-qc/9511047. b. Soluções esfericamente simétricas e de buracos negros: Uma das características mais notáveis da TL é que ela corresponde exatamente ao limite de baixas energias de teorias de cordas. Isto influenciou uma onda de trabalhos sobre generalizações da RG, onde o termo de Gauss-Bonnet é adicionado na ação de Einstein-Hilbert. Assim, D. Wiltshire [lb] provou a validade do teorema de Birkhoff na generalização da teoria de Einstein-Maxwell. James Wheeler [2b], em 1986, procurou por soluções estáticas e esfericamente simétricas sem tentar definir as constantes O'p. Além disso, ele também foi capaz de achar soluções cosmológicas homogêneas e isotrópicas com uma fonte de fluido perfeito. Ainda em 1986 [3b], Wheeler determinou esta mesma classe de soluções para espaços com torsão arbitrária. Suas conclusões foram de que todas as soluções massivas assintoticamente planas possuem singularidades de curvatura. Neste mesmo ano, Mignemi [4b], usou a TL em 1) = 6 dimensões (a generalização não trivial mais simples da RG) para estudar o espectro de massa e a estabilidade da teoria quando acoplada ao campo de gauge de Maxwell, U(l). Em 1988, Brian Whitt [5b] extendeu os trabalhos anteriores de Whiltshire e Wheeler ao considerar espaços- tempo não estáticos. O estudo da termodinâmica de buracos negros dimensionalmente continuados teve um de seus trabalhos iniciais em 1988, quando Robert Myers e Jonathan Simon [6b] estudaram a termodinâmica destes buracos negros como um modelo para possíveis efeitos de interações de ordems mais altas em campos gravitacionais intensos. Em 1994, BTZ 67 [7b] observaram que a entropia de buracos negros poderia ser derivada de uma maneira mais simples a partir da TL. Neste mesmo ano, BTZ [9b] pela primeira vez determinaram soluções de buracos negros a partir de uma teoria restrita de Lovelock. A partir desta escolha, cujas origens podem ser traçadas até [8b], a TL é naturalmente definida em teorias para dimensões pares e ímpares. Além disso, uma escolha conveniente permite interpretações físicas mais naturais e diretas do que no caso contrário. Neste trabalho foi usada a formulação Hamiltoniana para a obtenção das soluções e para o cálculos das expressões explícitas para todos os parâmetros termodinâmicos de um buraco negro. Baseado nesta definição para {O:p} Javier Muniain e Dardo Píriz [10b] estudaram a ocorrência de transições de fase e a possibilidade de comportamento crítico de buracos negros no início de 1995. Finalmente, em 1995 Anderson Ilha e José Lemos, usando a mesma escolha de coeficientes determinada por BTZ, iniciaram um estudo sobre como ocorreria a formação de buracos negros a partir do modelo de colapso de Oppenheimer-Snyder [11b - 15b]. A conclusão foi de que a formação ocorre de um modo inteiramente análogo ao modelo de Oppenheimer-Snyder, tanto para dimensões pares quanto ímpares. Referências [lb] D. L. Wiltshire, Phys. LeU. 169B, 36 (1986). [2b] J. T. Wheeler, Nucl. Phys. B268, 737 (1986). [3b] J. T. Wheeler, Nucl. Phys. B273, 732 (1986). [4b] S. Mignemi, Mod. Phys. LeU. A 1, 337, (1986). [5b] B. Whitt, Phys. Rev. D 38, 3000 (1988). [6b] R. C. Myers e J. Z. Simon, Phys. Rev. D 38, 2434 (1988). [7b] M. Baiíados, C. Teitelboim e J. Zanelli, "Black Hole Entropy and the Dimensional Continuation of the Gauss-Bonnet Theorem", gr-qcj9309026. [8b] M. Baiíados, "Black Holes in Einstein-Lovelock Theory", gr-qcj9309011. [9b] M. Bailados, C. Teitelboim e J. Zanelli, Phys. Rev. D 49, 975 (1994). [10b] J. P. Muniain e D. Píriz, Phys. Rev. D 53, 816 (1996). [llb] A. Ilha e J. P. S. Lemos, Boletim da Sociedade Astronômica Brasileira, 15, 37 (1995). [12b] A. Ilha e J. P. S. Lemos, Resumos do XVII Encontro Nacional de Física de Partículas e Campos, (1996). [13b] A. Ilha e J. P. S. Lemos, Proceedings of the XVII Encontro Nacional de Física de Partículas e Campos, editado por A. Silva, a aparecer em 1997. [14b] A. Ilha e J. P. S. Lemos, "Dimensionally Continued Oppenheimer-Snyder Gravitational Collapse: Solutions in Even Dimensions", Phys. Rev. D, a aparecer. gr-qcj9608004. 68 [15b] A. Ilha e J. P. S. Lemos, "Dimensionally Continued Oppenheimer-Snyder Gravitational Collapse: Solutions in Odd Dimensions", em preparação. c. Soluções cosmológicas e de cordas cósmicas: Os primeiros trabalhos envolvendo soluções cosmológicas dentro da TL foram feitos dentro do contexto de teorias do tipo Kaluza-Klein (KK). Um dos motivos disto ter ocorrido é a de que cosmologias baseadas em KK fornecem uma explicação para a compactificação das D - 4 dimensões extras: durante a fase em que KK dominava no universo, as dimensões usuais aumentavam enquanto que as dimensões extras decresciam, e com elas o volume médio do universo. Pode-se então mostrar que isto significa um aumento na temperatura do universo, que por sua vez pode ser interpretado como um aumento da entropia das dimensões em expansão. Assim, no iníco de 1986 Nathalie Deruelle e John Madore [lc] propuseram uma lagrangeana gravitacional baseada na TL que não possuia constante cosmológica. Alfredo Henriques [2c] usou o termo de Gauss-Bonnet (proveniente da TL) na ação de Einstein-Hilbert dentro de KK para estudar suas soluções cosmológicas. Ele descobriu reminiscências das soluções de Kasner, além de que o processo de compactificação é rápido demais para permitir uma produção de entropia em quantidades suficientes. Um pouco mais tarde, Deruelle e Madore [3c] demostraram que, utilizando lagrangeanas não lineares, tais como na TL, dentro de uma cosmologia KK, ocorre o surgimento de uma espécie de "atrator", que leva as soluções para um universo de Friedmann. Utilizando a definição das constantes {ap} dada por BTZ, Xin-zhou Li [4c] em 1994 estudou algumas soluções do equivalente da equação de Friedmann para casos específicos da constante de curvatura, em con~xão com buracos de vermes. No contexto de cordas cósmicas, Mustapha Azreg-Ainou e Gerárd Clément [5c] em 1996 fizeram um estudo sistemático de soluções cilindricamente simétricas (com quatro vetores de Killing comutando-se: soluções de cordas cósmicas) à TL em D = 5 dentro de KK, onde novas soluções foram encontradas. Referências [1c] N. Deruelle e J. Madore, Phys. LeU. 114A, 185 (1986). [2c] A. B. Henriques, Nucl. Phys. B277, 621 (1986). [3c] N. Deruelle e J. Madore, Mod. Phys. LeU. A1, 237 (1986). [4c] X. Li, Phys. Rev. D 50, 3787 (1994). (1991). [5c] M. Azreg-Ainou e G. Clément, "Kaluza-Klein and Gauss-Bonnet cosmic strings", gr-qcj9603059. d. Conexão da teoria de Lovelock com a teoria de cordas: A relação entre teoria de cordas e a TL foi determinada pela primeira vez por Barton Zwiebach [ld] em 1985, em um trabalho em que foi demostrado que a presença de potências de ordens mais altas na curvatura na ação gravitacionalleva a uma teoria livre de fantasmas no limite 69 de baixas energias de teorias de cordas. Uma vez que termos deste tipo também são fornecidos pela definição geral da ação da TL, estabeleceu-se assim uma conexão entre estas duas teorias. Nesta época já se sabia que haveria um processo de compactificação espontânea em teorias do tipo KK se na ação gravitacional fosem incorporados termos em potências quadráticas na curvatura. Assim Folkert Müller-Hoissen [2d] procurou por soluções em D dimensões deste esquema generalizado de KK. David Boulware e S. Deser [3d] usando a sugestão de Zwiebach de que estas correções induzidas pela teoria de cordas seriam na verdade dadas pelo termo de Gauss-Bonnet (veja o artigo de revisão de Bruno Zumino [5d] a este respeito), demostraram que este modelo, ao contrário de outros que implicam em combinações diferentes da curvatura na ação gravitacional, leva a uma teoria viável da gravitação. Em 1987, Robert Myers [6d] estudou o problema de valores de contorno associados a estas novas Lagrangeanas. Referências [ld] B. Zwiebach, Phys. Lett. 156B, 315 (1985). [2d] F. Müller-Hoissen, Phys. Lett. 163B, 106 (1985). [3d] D. G. Boulware e S. Deser, Phys. Rev. Lett. 55, 2656 (1985). [4d] T. Regge, Phys. Rep. 137, 31 (1986). [5d] B. Zumino, Phys. Rep. 137, 109 (1986). [6d] R. C. Myers, Phys. Rev. D 36, 392 (1994).