Veículo: Folha de Pernambuco
Editoria: Imóveis
Coluna:
Pág.: 1
Data: Sexta-feira, 13 de abril de 2012
Financiamento: como se programar a longo prazo
Planejamento deve acontecer antes mesmo do fechamento do negócio
Ter a posse, mas não a propriedade de um imóvel, é situação comum quando se
decide comprar a prazo. Com parcelas menores e tempos elásticos, o
financiamento se tornou a forma mais comum de aquisição desses bens.
Programar-se para que a compra da casa caiba no orçamento da família - mesmo
daqui a 20 anos - é algo que deve ser pensado antes de fechar negócio.
Executivo da construtora Habiserve, que oferece financiamento em até 444 meses,
Giovanne Alves explica que, para quem tem interesse em prazos longos, as
exigências para a concessão de crédito direto não são muitas: é preciso que a soma
entre o tempo de financiamento e a idade do comprador não ultrapassem a marca
dos 70 anos (com base na estimativa de vida do brasileiro) e que o valor da parcela
não
seja
superior
a
30%
da
renda
da
família.
O executivo explica que, nesses casos, é exigida uma entrada maior. “Geralmente o
cliente paga 30% do valor do imóvel e financia o restante”. Ainda, de acordo com
Giovanne Alves, os financiamentos longos são muito procurados, mas alerta: não
são sinônimo de imóvel barato. “Quando se pensa nesses prazos, tem-se a
impressão de que é um imóvel acessível. É preciso entender que são apartamentos
de
alto
valor”,
reitera.
Mas há benesses. O executivo explica que as parcelas decrescem todos os meses,
fruto da amortização do valor financiado. “Muitos clientes amortizam o saldo com o
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS, ou 13º salário”, detalha.
A pedagoga Fabíola Belém entrou no financiamento há pouco mais de dois anos. O
imóvel escolhido, um apartamento no Cordeiro, será pago por 20 anos. De acordo
com Fabíola, a opção pelo prazo estendido se deu por conta da renda familiar na
época. “Íamos nos casar e decidimos comprar o apartamento. Procuramos uma
prestação que coubesse no nosso orçamento na época”, explica. O casal pensou
nos juros que teria que pagar, mas, ao diluir o valor do imóvel, percebeu que era a
melhor opção. Atualmente, com maior poder aquisitivo, a pedagoga e o marido
estão, além do pagamento de praxe, amortizando as parcelas com o valor do FGTS.
REFERÊNCIA
Boa parte dos financiamentos longos é feita através da Caixa Econômica Federal. O
banco oferece opções de parcelamento - em até 360 meses - para imóveis
prontos, construções individuais ou imóveis na planta, terrenos, além de
reforma/conclusão e ampliação. É imprescindível que estes estejam devidamente
matriculados no Cartório de Registro de Imóveis. O cliente deve ter até 80 anos na
data da última prestação. Para ajudar os compradores, há ferramenta online que
simula os juros praticados, os tipos de seguros obrigatórios assumidos, a evolução
da
prestação
e
o
seu
valor
total.
De acordo com o economista e coordenador do curso de Economia da
Faculdade Boa Viagem, Antônio Pessoa, os interessados devem fazer
simulações com os bancos, sempre com imóveis de mesmo valor, para que possam
perceber a diferença no preço das parcelas. Já os financiamentos longos são boas
opções, dada a maior facilidade em encaixar as parcelas no orçamento. “Com o
incentivo do Governo à diminuição das taxas de juros, há competição entre os
bancos. Isso é bom para o cliente”, explica.
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Pág.: 1 Data: Sexta-feira, 13 de abril de 2012