PRONUNCIAMENTO DO VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS
GERAIS, ALBERTO PINTO COELHO, NA SOLENIDADE DE POSSE DO
NOVO DIRETOR-PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DE
MINERAÇÃO – IBRAM, JOSÉ FERNANDO COURA.
Brasília, 24 de abril de 2012.
Ao saudar, em nome do Governo de Minas Gerais, o novo diretor-presidente
deste Instituto, o caro engenheiro, empresário e verdadeiro homem público que
é José Fernando Coura - a quem estou vinculado por laços de verdadeira
irmandade, reafirmo esse sentimento de Minas, ditado pelas palavras do seu
poeta maior, Carlos Drummond de Andrade, de que carregamos “noventa por
cento de ferro nas calçadas, oitenta por cento de ferro nas almas.”
Essa irmandade, estimado Coura, tem nos permitido cultivar a lealdade mesmo
nos embates que, por vezes, as grandes discussões públicas ensejam sobre
temas polêmicos e controversos, nas relações entre os poderes público e
privado.
Já é tempo de transcender uma visão colonizada que herdamos da pequena
história, eivada de preconceitos nacionalistas. É hora de ingressarmos na
grande história, na qual a mineração se faz presente como mola propulsora do
desenvolvimento nacional, desde o ciclo do ouro aos dias de hoje. Nesta
conjuntura em que a atividade mineral sustenta o saldo da balança comercial
brasileira, respondendo por trinta por cento de suas transações e participando
com cinco por cento da formação do Produto Interno Bruto – o nosso PIB.
A mineração de nosso tempo nada tem a ver, mais, com aquele antigo
estereótipo de ser uma indústria meramente extrativista, primária. Trago, de
Minas, o depoimento de uma das mais autorizadas palavras brasileiras no setor
ambiental, o neuroanatomista, professor emérito da Universidade Federal de
Minas Gerais, o professor e cientista Ângelo Machado, atual presidente do
respeitado Instituto Biodiversitas. São suas estas palavras:
“Fernando Coura representa a mineração sustentável, tanto que recebeu a
nossa confiança ao ser indicado presidente do Conselho Curador da Fundação
Biodiversitas. Temos hoje um relacionamento muito bom com a maioria das
empresas filiadas ao Sindiextra. Eu, que há mais de 30 anos acompanho a
questão ambiental, vejo o quanto o setor melhorou no trato com o meio
ambiente.”
Palavras de peso e medida e que valem ouro, bem mais que dúzias de
palestras e debates sobre o impacto ambiental da mineração.
Por isso, o trinômio da sustentabilidade ambiental, da função social e da
competitividade constitui hoje o novo perfil deste setor estratégico da economia
brasileira. Conforme projeta o próprio IBRAM, ele receberá investimentos de
US$ 68,5 bilhões nos próximos cinco anos. Por isso mesmo, afirma seu diretor
Rinaldo Mancini que “viveremos nos próximos anos a maior rodada de
investimentos minerais já vista no País”.
Em consonância com esse novo perfil produtivo e com sua sustentabilidade
ambiental, agrega-se, ao peso, o valor da mineração em nosso País,
particularmente em Minas Gerais, onde a natureza depositou 30 diferentes
tipos de bens minerais, entre minérios metálicos e não-metálicos, gemas e
rochas ornamentais.
É imperioso, pois, atingir um novo patamar de entendimento e de informação
entre Estado, Sociedade e Setor Privado, permitindo uma melhor e mais ampla
compreensão pela sociedade brasileira sobre o decisivo papel que setor
mineral ostenta em nosso desenvolvimento.
Como um dos mais importantes “players” que é da mineração mundial,
como tem disso plena consciência política o caro e ilustre ministro Edison
Lobão. Sob seu lúcido e equilibrado comando, o Ministério das Minas e Energia
vem ampliando e qualificando o diálogo entre governo, instituições e empresas,
envolvendo instituições não governamentais, para construirmos, em nosso
país, uma nova visão econômica, social e política da atividade
mineradora.
Esta oportunidade histórica se apresenta quando estamos frente a discussões
em torno do novo marco regulatório da mineração e, no seu bojo, da revisão
dos royalties, da criação da agência reguladora e de um conselho
interministerial voltado para assuntos relativos ao setor, temas que deverão ser
debatidos no Congresso Nacional ainda este ano.
Para quem, como eu, conhece de perto os valores e a integridade humana,
técnica e profissional de José Fernando Coura, sabe que o IBRAM recebe
hoje em suas mãos, para comandá-lo, um diretor-presidente que fará
história em seu mandato na direção da entidade. Que fará jus à saga de
dirigentes que enaltecem a instituição, desde Hélio Pentagna Guimarães à
gestão de seu ilustre antecessor Paulo Camilo Penna.
Fará história porque sua formação técnica e profissional converge, sob todos
os títulos, para a indústria da mineração, desde a tradicional e histórica Escola
de Engenharia de Minas em Ouro Preto à passagem pela CAEMI; de sua
experiência pública como ex-secretário adjunto de Minas e Energia de nosso
Estado à vice-presidência da FIEMG; de seu perfil como empresário de
mineração e metalurgia à sua condição de consultor de empresas de
mineração brasileiras e estrangeiras; de sua pós-graduação em Economia
Mineral à presidência do Sindiextra.
Com sua convicção de que Brasil tem condição territorial, recursos minerais,
capacitação tecnológica e profissional para se tornar o número um nesse setorchave e estratégico do desenvolvimento mundial.
E aqui está também está o cidadão do mundo – sendo mais indicado lhe
perguntar quais países ainda não visitou... -, como também está o intelectual
refinado, capaz de responder ao órgão ambiental que sugeria mudar o local da
mina para viabilizar o empreendimento, com a devida e santa ironia: “Então,
tenho que conversar com Deus...”
Como também está presente em sua pessoa, estimado Fernando, o homem da
conciliação e do entendimento; do diálogo e do consenso; na construção de
sínteses entre diferenças aparentemente irreconciliáveis.
Tanto assim é que o mais conhecido jornalista ambiental de Minas e um dos
mais reconhecidos do país, Hiram Firmino, deu-lhe o apelido de “Chico
Buarque da mineração responsável”. Quis traduzir, com essa alcunha que lhe
deu, o sentimento de unanimidade que sua atuação firme e equilibrada,
sensível e inteligente, tem formado junto à opinião especializada e que se
estende à opinião pública de Minas Gerais.
A mesma unanimidade que, hoje, o conduz à presidência do IBRAM, caro
presidente José Fernando Coura, celebra, com um brinde ao trabalho e à ação,
os 35 anos desta tão respeitada instituição, junto aos seus parceiros nacionais
e internacionais, junto ao setor público e à iniciativa privada. Mais ainda, com o
IBRAM cada vez mais aberto e mais próximo da sociedade brasileira.
MUITO OBRIGADO!
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pronunciamento do vice-governador do estado de minas