Avaliação funcional de cardiopatas após fisioterapia cardiovascular fase III Resumo Tatiana Lucio de Souza, Daniele Albano Pinheiro O objetivo desse estudo1 foi avaliar a performance de cardiopatas atendidos na Fisioterapia Cardiovascular fase III, da Clínica-Escola do UNIFAE, comparando testes antes e depois do treinamento. Realizaram-se testes de avaliação funcional em 15 cardiopatas de ambos os sexos antes e depois de 16 sessões de Fisioterapia cardiovascular (8 semanas).A doença cardiovascular, hoje em, dia tem grande morbi-mortalidade, sendo que muitos são os fatores de risco para sua instalação e agravamento. Entretanto, essa disfunção é beneficiada com a prática regular de atividade física, denominada de treinamento físico ou Fisioterapia Cardiovascular fase III, uma fase ambulatorial. A melhor forma de se observar essas mudanças benéficas do treinamento é através da realização de testes de avaliação funcional. Com os resultados, observa-se uma melhora na resposta dos valores de pressão arterial, tanto sistólica como diastólica, com valores menores após treinamento físico e com maior carga máxima do teste pós-treinamento. Como conclusão tem-se que o treinamento físico aplicado pelos alunos do UNIFAE na Reabilitação Cardíaca melhorou a performance dos voluntários que participaram do estudo, com melhores respostas aos testes de avaliação funcional. Autores Daniele Albano Pinheiro Professora do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE; Fisioterapeuta com Mestrado Ciências Fisiológicas pelo Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de São Carlos - CBS/UFSC. E-mail: [email protected] Palavras-chave Avaliação Funcional, Cardiopatas, Fisioterapia Cardiovascular Fase III Tatiana Lucio de Souza Aluna do 5o semestre do curso de Fisioterapia do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE. E-mail: [email protected] Recebido em 18/março/2007 Aprovado em 04/setembro/2007 Pensamento Plural: Revista Científica do , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 40 Avaliação funcional de cardiopatas após fisioterapia cardiovascular fase III 1. Introdução O sedentarismo era considerado um fator de risco secundário para qualquer doença, o qual vem sendo estudado desde 1950; somente a partir de 1992 foi reconhecido como fator de risco primário para a morbidade populacional, principalmente para doença cardiovascular (SILVA, 1999). Existem estudos que demonstram que o sedentarismo está associado à maior incidência de doença coronária e que a atividade física é importante na prevenção primária e secundária dessa doença. Assim, a ação benéfica da atividade física atua sobre vários fatores de risco e tem sido demonstrado que a intensidade do exercício é capaz de melhorar o perfil metabólico necessário para se desenvolver a capacidade cardiorrespiratória (GRIMA, 1996; RAMOS, 2000). O exercício e atividade física fazem parte da vida da maioria dos indivíduos, tornando-os fisicamente ativos e possibilitando-os desempenhar atividades simples. Esta prática do exercício busca melhorar, manter ou expressar um tipo específico de aptidão física, que na verdade se define como: função corporal capaz de tolerar o estresse do exercício, sendo que a prática regular de atividade física é denominada de treinamento físico (REGENGA, 2000). Cada tipo de pessoa busca o treinamento físico de acordo com suas condições. Os indivíduos sedentários procuram os exercícios para que consigam o bem-estar físico, social e mental e, assim, evitar possíveis doenças. Já os atletas se submetem aos duros programas de exercícios por motivações intrínsecas como competência social, prazer pelo sucesso e desenvolvimento cardiorrespiratório e motor. No entanto, os indivíduos portadores de alguma doença orgânica, metabólica ou psicossomática (por exemplo, pacientes cardíacos e/ou obesos), buscam no exercício retomar suas capacidades funcionais que foram debilitadas pela doença (NEGRÃO; BARRETO, 2005). Dentre as cardiopatias, a hipertensão arterial é hoje a mais comum e a que também complica a função cardiovascular. Ela é modernamente entendida como uma doença inserida em um contexto mais abrangente do que apenas naquele resultante da simples definição dos níveis pressóricos e é, hoje, considerada, por muitos, como um critério intermediário dentro de um amplo quadro de disfunção cardiovascular (DOUGLAS, 2002). O conceito mais atual da doença caracteriza-a como uma condição sistêmica que envolve a presença de alterações estruturais das artérias e do miocárdio, associadas à disfunção endotelial e a vasoconstrição, com remodelamento da musculatura lisa vascular, resultando em aumento dos valores de pressão arterial (MENDES, 2006). As diretrizes definem a hipertensão arterial quando a pressão arterial sistólica, a pressão determinada na sístole ventricular, se encontra em níveis iguais ou acima de140mmHg e/ou quando a pressão arterial diastólica, pressão determinada na diástole do ventrículo, for igual ou superior do que 90mmHg em duas ou mais ocasiões de aferição (ACSM, 2003; GUYTON e HALL, 2002; RONDON E BRUM, 2003). Sabe-se que, com a realização de um treinamento físico regular, há adaptações fisiológicas significativas, principalmente no sistema cardiovascular-sangüíneo, que resultam em melhora dos níveis pressóricos de indivíduos hipertensos. Assim, a prática regular de atividade física é uma maneira de se prevenir doenças, principalmente as cardiovasculares, já que esse treinamento físico promove adaptações fisiológicas benéficas ao paciente (GHORAYEB e col. 1999; LEITE, 2000). Pensamento Plural: Revista Científica do 1.1 Fisioterapia cardiovascular ambulatorial – fase III da reabilitação cardiovascular A fisioterapia cardiovascular atua como parte integrante da reabilitação cardíaca na fase tardia: recuperação e manutenção do cardiopata. A realização é considerada no período de doze semanas após a alta hospitalar para pacientes que se submeteram à cirurgia de revascularização do miocárdio, que foram acometidos por um episódio agudo de infarto do miocárdio ou se submeteram a um procedimento hemodinâmico ou, ainda, para os indivíduos que apresentam fatores de risco para a doença coronária. Sendo, portanto, considerada também uma fase preventiva à doença cardíaca/ coronariana. Assim, a fisioterapia intervém de forma preventiva e curativa, por meio da aplicação de programas de treinamento físico ambulatorial e comunitário, com supervisão continuada (REGENGA, 2000). A intervenção preventiva fisioterapêutica visa à profilaxia, a partir de controle e redução dos fatores de risco para a doença da artéria coronária. Já a intervenção curativa visa ao restabelecimento das funções cardiovasculares, permitindo ao cardiopata executar atividade física compatível com a capacidade funcional de seu coração (CIOLAC e GUIMARÃES, 2006; FORJAZ e col., 1998). O programa de treinamento físico, nessa fase, objetiva promover adaptações no sistema cardiovascular, para que os pacientes retornem, o quanto antes, às atividades profissionais, esportivas e de lazer, com maior segurança. As sessões de reabilitação cardíaca na fase III são compostas por uma rotina que envolve aquecimento, exercícios de treinamento ou de condicionamento físico e resfriamento e relaxamento (FARDY e col., 2003). O aquecimento prepara o sistema cardiovascular sangüíneo para uma demanda metabólica maior, que ocorre posteriormente a essa fase. Fisiologicamente seu objetivo é aumentar a circulação e, daí, aumentar a liberação de oxigênio para o tecido muscular, melhorando a flexibilidade e, também, elevando a temperatura corporal. O aquecimento também diminui o potencial de risco de lesões ortopédicas que incluem as distensões e as lesões músculo-esqueléticas, além de sobrecarga articular (GHORAYEB e col. 1999). No condicionamento, o objetivo é exercitar o paciente em uma freqüência cardíaca previamente programada a fim de obter efeito de treinamento, ou seja, conseguir as adaptações fisiológicas, que vão melhorar a performance do paciente, com a melhora da funcionalidade cardiovascular (McARDLE, 1996). Durante o desaquecimento, é importante recuperar-se gradualmente após o exercício. O suprimento da reserva de energia deve ser reposto e os produtos do metabolismo devem ser eliminados. Os exercícios de relaxamento podem ser realizados com objetivo de reduzir a freqüência cardíaca, a pressão arterial e a incidência de arritmias cardíacas, sendo o relaxamento iniciado após um suficiente resfriamento. As técnicas de relaxamento são particularmente úteis para os indivíduos que têm dificuldade de relaxar espontaneamente (REGENGA, 2000). Antes e durante o treinamento físico o indivíduo deve realizar testes de avaliação funcional, que, quando realizados com ergômetros, são também denominados de Ergometria. O teste de esforço é um dos exames mais usados para avaliar pacientes com doenças cardiovasculares, além de ser um exame de baixo custo, de fácil execução e de alta reprodutibilidade, usado com a finalidade de avaliar a resposta clínica, hemodinâmica, eletrocardiográfica e metabólica ao esforço (LEITE, 2000). A Fisiologia do exercício é a área da Fisiologia que estuda as respostas e adaptações fisiológicas que ocorrem frente , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 41 41 SOUZA, T. L. de, PINHEIRO, D. A. a um exercício, seja ele praticado de forma aguda ou cronicamente. O exercício realizado de maneira crônica é denominado de treinamento físico (WILMORE e COSTIL, 2001). Segundo Leite (2000), com a atividade física há benefícios físicos, metabólicos, psicológicos e sociais, resultando na melhor qualidade de vida do participante. É importante salientar que cada tipo de exercício desenvolve diferentes adaptações fisiológicas. Assim, corridas lentas e contínuas e ciclismos aeróbios desenvolverão a resistência aeróbia geral e localizada e programa exclusivo de força muscular desenvolverá habilidade motora e não resistência geral. Ainda da atividade física Ghorayeb e col. (2000) diz que evidências epidemiológicas e laboratoriais convincentes mostram que a atividade física regular protege contra o desenvolvimento e a progressão de muitas patologias crônicas, além de mostrar reduções subseqüentes na mortalidade. Segundo Leite (2000), as adaptações no sistema cardiovascular induzidas pelo condicionamento físico em repouso são: diminuição da freqüência cardíaca (FC), aumento do volume sistólico (VS), aumento da contratilidade miocárdica e hipertrofia cardíaca. Durante exercício submáximo, indivíduos treinados apresentam diminuição da FC, aumento do VS, aumento da contratilidade miocárdica, aumento do tônus vagal, aumento da diferença arteriovenosa de oxigênio e diminuição do duplo produto (DP). Já durante exercícios máximos, esses indivíduos apresentam aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2 max), aumento do Débito Cardíaco (DC), aumento do VS, nenhuma alteração ou baixa da FC máxima e aumento da diferença arteriovenosa de oxigênio. Existem adaptações gerais, ou seja, ajustes sistêmicos frente a um exercício físico realizado de maneira sistemática, o que caracteriza o treinamento físico. Em visto disso, Foss e col. (2000) diferem essas adaptações em agudas e crônicas: • Agudas: são reações envolvidas no aumento do metabolismo muscular durante o exercício e na sua recuperação; • Crônicas: são benefícios fisiológicos do exercício realizado de maneira sistemática, ou seja, do treinamento físico, chamados de adaptações fisiológicas. 1.2 Respostas crônicas ao treinamento: adaptações fisiológicas Hoje, não se têm dúvidas quanto aos efeitos benéficos do exercício físico praticado regularmente sobre a pressão arterial. No entanto, estudos bastante recentes mostram que esta queda pressórica depende, em grande parte, da intensidade do treinamento físico. Enquanto o treinamento físico de baixa intensidade, isto é, aquele realizado em torno de 5055% do consumo máximo de oxigênio atenua, sobremaneira, a hipertensão arterial, o treinamento físico de alta intensidade não modifica a hipertensão arterial. Estes resultados alteram de forma drástica o conceito de que quanto maior o volume e a intensidade do exercício físico, maior será o benefício para o paciente hipertenso. Ao contrário, o exercício de baixa intensidade e longa duração é aquele que mais beneficia o paciente hipertenso (FORJAZ e col., 1998; WILMORE e COSTIL, 2001; NEGRÃO e BARRETO, 2005; Mendes, 2006). Se, por um lado, não existem dúvidas sobre o efeito hipotensor do exercício, por outro, os mecanismos que norteiam essa queda pressórica ainda são controversos. De acordo com alguns investigadores, a redução da pressão arterial é conseqüência de uma diminuição na resistência vascular periférica, enquanto para outros, ela se deve a uma 42 diminuição no débito cardíaco, associada a uma menor freqüência cardíaca que se instala durante o período de treinamento físico. Em outras palavras, o treinamento físico normaliza a atividade nervosa simpática que se encontra aumentada na presença de hipertensão arterial. Ao contrário da bradicardia provocada pelo treinamento físico no normotenso, que ocorre pela modificação do marca passo que regula o ritmo do coração, a diminuição da freqüência cardíaca no hipertenso ocorre por uma normalização da atividade nervosa simpática no coração (POLLOCK e WILMORE, 1993; LEITE, 2000; NEDER e NERY, 2003). O exercício físico é aceito como agente preventivo e terapêutico de diversas enfermidades. No tratamento de doenças cardiovasculares e crônicas, a atividade física tem sido apontada como principal medida não farmacológica, assumindo aspecto benéfico e protetor. A inatividade física e o baixo nível de condicionamento têm sido considerados fatores de risco para a mortalidade prematura tão importantes quanto fumo, dislipidemia, diabetes e hipertensão arterial. (POLLOCK e SCHMIDT, 2003). A melhora na saúde do indivíduo que pratica exercício físico regularmente é devido à exposição repetida do organismo a uma situação que requer uma reação mais forte do que a correspondente a sua atividade orgânica normal. Tal estresse gerado pela prática regular de exercício físico produz algumas alterações morfofuncionais no organismo também conhecidas como efeitos crônicos do exercício, a fim de adaptar o indivíduo a uma situação ao qual está sendo submetido (GHORAYEB e col., 1999). Uma das principais adaptações que o exercício físico promove pode ser observada no tecido muscular que sofre um aumento de sua secção transversa denominado “hipertrofia”. Sendo acompanhada de alguns fenômenos como aumento nos estoques de glicogênio, aumento do número e tamanho das miofibrilas, maior capacidade da via oxidativa, que é refletida por incrementos na densidade mitocôndrial e na atividade máxima de enzimas do processo de respiração celular, aumento da vascularização e capilarização (RAMOS, 2000). Estas adaptações reduzem a resistência vascular, melhorando o fluxo sangüíneo e ocasionam um maior transporte de glicose e lipídios para o metabolismo dos tecidos, e ainda potencializam a ação da insulina. Além de melhorar o transporte e captação de insulina, os exercícios tanto aeróbicos quanto os resistidos promovem um aumento do metabolismo basal conhecido como metabolismo de repouso, que é responsável por 60% a 70% do gasto energético total, contribuindo para a perda de peso e diminuição do risco de desenvolver diabetes, hipertensão, e outras doenças (CIOLAC e GUIMARÃES, 2006). A fim de acompanhar e suprir as necessidades de adaptação do tecido muscular, o sistema cardiovascular evolui de forma a suprir as exigências crescentes (CARNEIRO, 2002), ocasionando uma hipertrofia das fibras cardíacas, tornando o coração maior e mais forte, melhorando, assim, a capacidade contrátil do miocárdio (BIBLIOTECA SAÚDE, 1996). Esta ação é seguida de um aumento do volume de ejeção, diminuição da freqüência cardíaca de repouso (bradicardia), decorrente de uma redução do tônus simpático e um aumento do tônus parassimpático, resultando em uma dilatação arteríola e venodilatação (McARDLE, 1996), contribuindo para uma queda da pressão arterial sistêmica, melhorando a eficácia do sistema circulatório (BIBLIOTECA SAÚDE, 1996). Segundo Silva (1999) a adoção de um estilo de vida não sedentário, calçado na prática regular de atividade física, encerra a possibilidade de desenvolvimento da maior parte Pensamento Plural: Revista Científica do , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 Avaliação funcional de cardiopatas após fisioterapia cardiovascular fase III das doenças crônicas degenerativas, além de servir como elemento promotor de mudanças com relação a fatores de risco para inúmeras outras doenças. Sugere inclusive que a prática regular de atividade física pode ser usada na tentativa de controle das doenças crônicas degenerativas, equivalente ao que a imunização representa na tentativa de controle das doenças infecto-contagiosas. Com isso, a prática de exercícios é de fundamental importância para qualquer indivíduo, seja ele saudável ou diabético e hipertenso e melhora a saúde e a qualidade de vida destes, mantendo, portanto, suas respectivas doenças controladas. Essa melhora na saúde de qualquer indivíduo que pratica exercício físico, se deve à exposição regular do organismo a um trabalho acima dos níveis de repouso capaz de promover adaptações hemodinâmicas e autonômicas, seguida de uma diminuição do débito cardíaco e da resistência vascular periférica, que geram efeitos hipotensores pós-exercício, o que contribui para um maior transporte e captação de oxigênio, aumenta a utilização de ácidos graxos como substratos energéticos pelo metabolismo basal, auxilia para uma melhor eficácia do hormônio insulina, diminuindo os níveis de glicose plasmática, ajudando na perda de peso e auto-estima, proporcionando uma melhora na saúde e qualidade de vida (FOSS, 1991; GHORAYEB e col., 1999; RAMOS, 2000). Para melhor programação da intensidade de exercício que resultará nessas adaptações fisiológicas é utilizado um teste de avaliação funcional. O teste de esforço físico graduado pode ser utilizado como teste do condicionamento cardiorrespiratório, antes do indivíduo realizar e iniciar um programa de condicionamento físico ou, até, ser utilizado como um teste diagnóstico. O teste clínico de esforço é utilizado para determinar a capacidade funcional de indivíduos saudáveis, sedentários e/ou indivíduos assintomáticos. Para pacientes que estão em fase de recuperação de uma cirurgia de revascularização coronariana, o teste clínico de esforço é de suma importância para se desenvolver um programa de prescrição de exercícios (POLLOCK e WILMORE, 1993). As adaptações do treinamento levam o indivíduo a uma melhor performance, com, conseqüentemente, melhores resultados em testes de avaliação funcional (O’CONNOR, 1993). “O interesse crescente no teste de esforço cardiorrespiratório provém de sua natureza essencialmente não invasiva, dos avanços no reconhecimento dos diversos padrões fisiopatológicos de exercício [...]” (NEDER e NERY, 2003. pg. 153). 1.3 Respostas fisiológicas aos testes de avaliação funcional Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e possa continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode ser muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. O sistema nervoso é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos, os sistemas parassimpático e simpático. A estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes efeitos sobre o coração: diminuição da freqüência dos batimentos cardíacos; diminuição da força de contração do músculo atrial; diminuição na velocidade de condução dos impulsos através do nódulo AV (átrio-ventricular), aumentando o período de retardo entre a contração atrial e a ventricular; e diminuição do fluxo sangüíneo através dos vasos coronários que mantêm a nutrição do próprio músculo cardíaco (DOUGLAS, 2002). Todos esses efeitos, segundo Ghorayeb e col (1999), podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação Pensamento Plural: Revista Científica do parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante do corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos de repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão. A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos sobre o coração: aumento da freqüência cardíaca, aumento da força de contração e aumento do fluxo sangüíneo através dos vasos coronarianos, visando suprir o aumento da nutrição do músculo cardíaco. Esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes aumentando a capacidade de bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais como exercício, doença, calor excessivo, ou outras condições que exigem um rápido fluxo sangüíneo através do sistema circulatório. Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o mecanismo de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco, quando necessário (NEDER e NERY, 2002). Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina, razão pela qual são denominados neurônios adrenérgicos. A estimulação simpática do cérebro também promove a secreção de adrenalina pelas glândulas adrenais ou supra-renais. A adrenalina é responsável pela taquicardia (batimento cardíaco acelerado), aumento da pressão arterial e da freqüência respiratória, aumento da secreção do suor, da glicose sangüínea e da atividade mental, além da constrição dos vasos sangüíneos da pele (McARDLE, 1996). O neurotransmissor secretado pelos neurônios pósganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual são denominados colinérgicos, geralmente com efeitos antagônicos aos neurônios adrenérgicos. Dessa forma, a estimulação parassimpática do cérebro promove bradicardia (redução dos batimentos cardíacos), diminuição da pressão arterial e da freqüência respiratória, relaxamento muscular e outros efeitos antagônicos aos da adrenalina (NEGRÃO e BARRETO, 2005). Sendo os testes ergométricos crescentes, ou seja, testes que recrutam de maneira gradativa mais funcionalidade dos sistemas fisiológicos, tem-se que, com o passar do tempo e, conseqüentemente, com o crescer da intensidade de exercício, mais atuação simpática e menos atuação parassimpática. Dessa forma, há aumento gradativo da pressão arterial e da freqüência cardíaca, variáveis cardiovasculares que necessitam aumentar para promover aumento do débito cardíaco, ou seja, do próprio fluxo sangüíneo (FARDY e col., 1998; ACSM, 2003) 2. Objetivos O objetivo geral desse estudo foi comparar os pacientes cardiopatas atendidos na fase III na Clínica Escola de Fisioterapia do UNIFAE, antes e após o treinamento físico, realizado para prevenção e tratamento de doença cardíaca. Os objetivos específicos desse estudo foram: • Comparar o valor de carga máxima dos testes, antes e após treinamento físico; • Comparar a resposta de pressão arterial durante o teste, antes e após treinamento físico; • Comparar a resposta de freqüência cardíaca durante o teste, antes e após treinamento físico. , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 43 43 SOUZA, T. L. de, PINHEIRO, D. A. 3. Materiais e métodos 3.1 V oluntários Voluntários Participaram deste estudo 8 voluntários do sexo masculino e feminino, hipertensos e não fumantes, que realizavam treinamento físico cardiovascular - fase III na Clínica Escola de Fisioterapia do UNIFAE. Antes de participarem dos procedimentos experimentais propriamente ditos, cada voluntário foi informado de todos os riscos e estresses associados a este estudo. 3.2 Materiais Os seguintes materiais foram utilizados nesse estudo: • Ficha de avaliação para controle das variáveis fisiológicas de cada paciente; • Esteira Ergométrica (Moviment®), para a realização dos testes de avaliação funcional; • Freqüencímetro Polar ®, para aferição da freqüência cardíaca em cada step de trabalho físico do teste; • Estetoscópio Bic® e Esfigmomanômetro Tycos®, para aferição da pressão arterial, tanto sistólica como diastólica, em cada step de trabalho físico do teste. 3.3 Procedimento Os indivíduos foram submetidos a um teste ergométrico de avaliação funcional, em uma esteira de frenagem eletromagnética com potências de esforço crescentes, caracterizando um teste de esforço em degrau contínuo, com o protocolo de Ellestad. Esse é um teste máximo para esteira ergométrica e é usado, principalmente, em idosos, por não exigir inclinações acentuadas. A velocidade do teste fica entre 1,7 e 8,0 milhas por hora (mph) e a duração de cada estágio varia de 2 a 3 minutos. Nos quatro primeiros estágios, a inclinação da esteira é de 10%; e no quinto, aumenta-se a inclinação em 5% até o fim do teste, que ocorre com 7 steps. A carga foi aumentada até que os voluntários não conseguissem mais continuar o teste, mesmo com os incentivos dados verbalmente para que eles continuassem, ou quando algum sinal de PA ou FC assim contra indicassem a continuidade do mesmo. A potência de trabalho foi, então, diminuída gradativamente. Quando os voluntários atingiram a carga máxima do teste (sétimo step) diminuía-se a carga gradativamente também. Durante todo o teste os voluntários estavam conectados a um freqüencímetro para determinação da freqüência cardíaca (FC), registrada por esse aparelho, em média, a cada 3 batimentos do coração. A PA também foi mensurada ao final de cada potência de trabalho e também ao final do primeiro, terceiro e quinto minutos da recuperação por meio de um esfigmomanômetro e de um estetoscópio pelo método auscultatório, sempre no membro superior esquerdo. Em seguida os pacientes realizaram treinamento físico da Reabilitação Cardiovascular-fase III na Clínica Escola do UNIFAE, com alunos do último ano de Fisioterapia, com supervisão da Professora Mestre Daniele Albano Pinheiro. Esse treinamento foi dividido em fases: Aquecimento, Condicionamento e Desaquecimento. Chegando para a sessão, os pacientes tinham sua pressão arterial e sua freqüência cardíaca aferidas, valores denominados como valores de repouso. Realizava-se, então, a fase de Aquecimento, fase de duração média de dez minutos, composta por exercícios de alongamentos, exercícios calistênicos e exercícios dinâmicos para que houvesse pequena elevação da freqüência cardíaca, como preparação para uma fase de au44 mento metabólico maior. O aquecimento é preventivo para complicações cardíacas, como arritmias e lesões músculoesqueléticas. Após esses exercícios, a freqüência cardíaca era aferida, valor denominado de pós-aquecimento. Os pacientes, então, realizavam a fase de Condicionamento propriamente dito, fase de 25 a 30 minutos, composta de exercícios aeróbios dinâmicos, como caminhadas. Essa fase era separada em “steps”, tempos em que se interrompia o exercício e aferia-se tanto pressão arterial como freqüência cardíaca. Essa fase tinha como objetivo atingir a chamada FC alvo ou FC treino, valor de FC do limiar de anaerobiose, ou seja, momento metabólico máximo do exercício aeróbio, onde as adaptações fisiológicas são estimuladas de forma máxima. Assim, a intensidade dessa fase é dada pela velocidade, quando o paciente andava ou corria, dependendo do paciente estar ou não na faixa da FC alvo, valor esse de 70 a 85% da FC máxima do teste de avaliação funcional previamente realizado. Essa fase foi realizada nos arredores do UNIFAE. Em seguida, os pacientes retornavam ao interior da Clínica Escola do UNIFAE para realizarem a última fase da Reabilitação Cardíaca-Fase III: o Desaquecimento, composto por exercícios de alongamentos e de relaxamentos, com objetivo de fazer as variáveis fisiológicas retornarem aos valores basais. O desaquecimento tinha duração média de 10 minutos. Após essa fase, novamente aferiam-se FC e PA de cada paciente. As sessões de treinamento físico foram realizadas duas vezes por semana com duração média total em torno de 60 minutos. Todos os valores aferidos de cada paciente durante toda a sessão eram registrados em uma ficha própria do setor de Cardiologia Ambulatorial. Após oito semanas de Fisioterapia Cardiovascular-fase III, os pacientes foram submetidos novamente ao teste de avaliação funcional, (Protocolo de Ellestad), seguindo exatamente os mesmos moldes do primeiro teste. 3.4 Estatística Para cada variável de cada teste foi calculada média (X) e desvio padrão (SD) e, para verificar diferenças significativas entre os testes ergométricos antes e depois do treinamento de Fisioterapia Cardiovascular Fase III, o teste estatístico t de Student foi utilizado, considerando como nível de significância de 95% (p<0,05), compatível com a área da saúde. 4. Resultados e discussão Os resultados desse estudo serão apresentados separados por cada variável estudada. R esposta de Carga Máxima do TTeste este de Esforço antes e após Fisioterapia Cardiovascular – Fase III O valor médio ± desvio padrão (SD) da carga máxima, em steps, no primeiro teste, aquele realizado pelos voluntários antes do treinamento foi de 4,12 ± 1,80 steps, variando de um mínimo de 2 a um máximo de 7 steps. Já o valor médio dessa variável no segundo teste de avaliação funcional, após o período de treinamento de Reabilitação Cardíaca Fase III, foi de 5,00 ± 1,85 steps, variando de 2 a 7 steps. Quando esses valores foram comparados com o teste t de Student, não se encontraram diferenças estatisticamente significativas, com p>0,05. Esses resultados podem ser melhor visualizados no gráfico 1. Analisando-se o gráfico 1, mesmo sem diferenças estatísticas, nota-se que o treinamento físico da Fisioterapia Cardiovascular Fase III melhorou o desempenho dos voluntários, já que houve aumento da carga máxima. Esse resulta- Pensamento Plural: Revista Científica do , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 Avaliação funcional de cardiopatas após fisioterapia cardiovascular fase III Gráfico1: Média da carga máxima do 1º e 2º Teste de Esforço p>0,05 Gráfico 2: Média da PAS aferida na carga máxima do 1º e 2º Teste de Esforço p<0,05 do ocorre pelas adaptações fisiológicas do treinamento que resultam em maior funcionalidade dos sistemas fisiológicos e permitem, portanto, maior performance aos cardiopatas (FORJAZ e col., 1998; GHORAYEB e col., 1999; MENDES, 2006). refletem menor trabalho cardíaco, o que é interessante para um cardiopata, principalmente se considerar, também, que a carga máxima dos voluntários foi maior com esse valor de PAS menor. Esses resultados estão de acordo com Forjaz e col. (1998) e Ghorayeb e col. (1999). Resposta da PPressão ressão Arterial Sistólica (P AS) na carga (PAS) máxima do TTeste este de Esforço O valor médio ± desvio padrão (SD) da PAS no primeiro teste, aquele realizado pelos voluntários antes do treinamento foi de 165,00 ± 25,07 mmHg, variando de um mínimo de 120 a um máximo de 190 mmHg. Já o valor médio dessa variável no segundo teste de avaliação funcional, após o período de treinamento de Reabilitação Cardíaca Fase III, foi de 150,00 ± 10,69 mmHg, variando de 140 a 170 mmHg. Quando esses valores foram comparados com o teste t de Student, diferenças estatisticamente significativas foram notadas, com p<0,05. Esses resultados podem ser melhor visualizados no gráfico 2. Observando-se o gráfico da PAS na carga máxima do teste de esforço, nota-se que houve grande diminuição dos valores quando comparados o primeiro e o segundo teste de esforço, após as sessões de Fisioterapia Cardiovascular. Esses resultados já eram esperados, em função da atividade física promover, após treinamento aeróbio, exercícios preconizados nessas sessões, grande vasodilatação periférica, com queda na Resistência Vascular Periférica e, conseqüentemente, queda nos valores de PAS (FOX, 1991). Pode-se relacionar essa queda da PAS na carga máxima do teste ergométrico, também, com a grande atuação parassimpática que há após treinamento físico. O sistema parassimpático é a divisão do sistema nervoso autônomo que promove diminuição das variáveis fisiológicas, dentre elas a PAS (DOUGLAS, 2002). Vale ressaltar aqui que esses valores menores de PAS AD) na R esposta da PPressão ressão Arterial Diastólica (P (PAD) este Crescente carga máxima do TTeste O valor médio ± desvio padrão (SD) da PAD no primeiro teste, aquele realizado pelos voluntários antes do treinamento, foi de 100,00 ± 19,27 mmHg, variando de um mínimo de 80 a um máximo de 140 mmHg. Já o valor médio dessa variável no segundo teste de avaliação funcional, após o período de treinamento de Reabilitação Cardíaca Fase III, foi de 87,50 ± 12,81 mmHg, variando de 70 a 110 mmHg. Quando esses valores foram comparados com o teste t de Student, diferenças estatisticamente significativas foram notadas, com p<0,05. Esses resultados podem ser melhor visualizados no gráfico 3. Ao analisar o gráfico da PAD, visualiza-se grande diminuição dos valores de PAD dos voluntários após o término das 16 sessões de Fisioterapia Cardiovascular. Segundo Fox (1991), após um treinamento físico que tenha intensidade de trabalho sendo uma sobrecarga fisiológica e não patológica, há queda da PAD, de responsabilidade também, da queda da RVP e da maior ativação parassimpática, significando, também, menor sobrecarga cardiovascular. Pensamento Plural: Revista Científica do R e sposta da FFreqüência reqüência Cardíaca (FC) na carga este Crescente máxima do TTeste O valor médio ± desvio padrão (SD) da FC no primeiro teste, aquele realizado pelos voluntários antes do treinamento, foi de 127,37 ± 11,87 mmHg, variando de um mínimo de 114 a um máximo de 149 mmHg. Já o valor médio dessa variável no segundo teste de avaliação funcional, após o período de treina- , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 45 45 SOUZA, T. L. de, PINHEIRO, D. A. mento de Reabilitação Cardíaca Fase III, foi de 130,12 ± 8,07 mmHg, variando de 129 a 139 mmHg. Quando esses valores foram comparados com o teste t de Student, não se encontraram diferenças estatisticamente significativas, com p>0,05. Esses resultados podem ser melhor visualizados no gráfico 4. Observando-se o gráfico 4, nota-se que não houve diferenças entre os valores de FC comparando-se o primeiro com o segundo teste de esforço, que foram realizados separados pelo treinamento físico da Fisioterapia Cardiovascular-Fase III. Es- ses dados corroboram com Fardy e col. (1998); Forjaz e col. (1998) e Ciolac e Guimarães (2006), que dizem que indivíduos que recebem treinamento físico, dentro de uma sobrecarga fisiológica (mantendo-se, portanto, sua FC alvo ou treino), suportam uma carga de trabalho máxima maior, com um valor menor de FC, mostrando, novamente, menor sobrecarga no sistema cardíaco. Considerando o indivíduo com cardiopatia, essa menor sobrecarga no próprio sistema cardiovascular, resulta, para ele, melhor performance no teste de esforço (MENDES, 2006). Gráfico 3: Média da PAD aferida na carga máxima do 1º e 2º Teste de Esforço Gráfico 4: Média da FC na carga máxima no 1º e 2º Teste de Esforço 5. Considerações finais As conclusões desse trabalho seguem abaixo, divididas em específicas e geral. Conclusões Específicas São conclusões específicas desse estudo: • A carga máxima do segundo teste foi maior que o primeiro; assim, após treinamento físico da Fisioterapia Cardiovascular os cardiopatas apresentaram melhor condição de manter e suportar cargas maiores nos testes de avaliação funcional. • Em relação aos valores de Pressão Arterial na carga máxima dos testes, tanto a Sistólica como a Diastólica apre46 • sentaram valor menor após treinamento físico, mostrando menor sobrecarga cardiovascular. A Freqüência Cardíaca na carga máxima dos testes foi menor após a Reabilitação Cardíaca, portanto, no segundo teste comparado com o primeiro, também assegurando aos cardiopatas melhor funcionalidade do sistema cardíaco, já que eles apresentaram esse valor menor, mesmo com uma carga máxima maior. Como conclusão geral, esse trabalho traz que os pacientes atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia do UNIFAE, setor de Cardiologia Clínica, apresentam melhoras funcionais que resultam em melhor performance em testes de avaliação física, atingindo valor de carga máxima maior, com valores de pressão arterial e freqüência cardíaca menores. Pensamento Plural: Revista Científica do , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007 esquisa das Diretrizes do A CSM para os TTestes estes de Esforços e sua PPrescrição, rescrição, ACSM.. Manual de PPesquisa ACSM Hipertensão. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. Exercício e Hipertensão Notes Notas (1) O estudo integra o Programa de Apoio à Iniciação Científica (PAIC), patrocinado pelo UNIFAE. Referências Avaliação funcional de cardiopatas após fisioterapia cardiovascular fase III (1) The study is part of the Program in Support of Undergraduate research (PAIC), sponsored by UNIFAE BIBLIOTECA DA SAÚDE. Exercícios, boa forma e saúde saúde. 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The best form to observe the beneficial changes of the training is through performing functional evaluation tests. From the results, it was detected an improvement on the values for the arterial pressure, both systolic and diastolic measures, with lower values after the physical training and with a larger maximum load of the after-training test. A conclusion of the study is that the physical training applied by the sutends of UNIFAE on the Cardiac Reabilitation, improved the performance of the volunteers who had participated on the study, with better results on the tests of functional evaluation. Key words Functional Evaluation, Cardiopaths, Cardiovascular Physiotherapy Phase III. 48 Pensamento Plural: Revista Científica do , São João da Boa Vista, v.1, n.1, 2007