Manual do Interno 1ª Edição Agosto de 2012 Sofia Ramiro Pedro Machado J. Canas da Silva Luís Maurício www.spreumatologia.pt Índice Porquê um manual do interno? Sofia Ramiro, Pedro Machado, J. Canas da Silva, Luís Maurício 5 Introdução à Reumatologia Viviana Tavares 6 Estrutura do Internato em Reumatologia Vasco Romão 8 Bibliografia Básica em Reumatologia Alexandre Sepriano 10 Livros de texto 10 Conteúdos online 10 Revistas científicas 11 Guidelines 12 Quem é Quem na Reumatologia Ana Filipa Mourão 14 Quem São os Doentes Reumáticos? Mariana Santiago 22 Internamento Joana Ferreira 24 Consulta Externa Inês Gonçalves 26 Hospital de Dia de Reumatologia Raquel Marques 28 Terapêutica biológica 28 29 32 Conceitos gerais 32 Técnicas diagnósticas 32 Técnicas terapêuticas 35 Conclusão 37 A Sociedade portuguesa de reumatologia 38 Provedor e Representante dos Internos J. Canas da Silva, Sofia Ramiro 40 Inscrição na Sociedade portuguesa de reumatologia 42 Terapêutica não-biológica Técnicas em Reumatologia João Madruga Dias Luís Maurício 2 Sofia Ramiro, Pedro Machado Acta Reumatológica Portuguesa Lúcia Costa 44 EpiReumaPt – Estudo Epidemiológico das Doenças Reumáticas em Portugal Jaime C. Branco 46 Reuma.Pt Augusto Faustino 48 José Romeu O Website da Sociedade portuguesa de reumatologia 52 Colégio de Reumatologia da ordem dos médicos Maria João Salvador 54 Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e Associações de Doentes Diana Gonçalves 56 Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas 56 Associações de Doentes 56 Jaime C. Branco Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas 58 A eular – European League Against Rheumatism José António Pereira da Silva 60 Reuniões e Congressos Nacionais Filipe Araújo 62 Congressos Internacionais Sofia Ramiro, Pedro Machado 64 Os Dois Principais Congressos Internacionais de Reumatologia 64 Outros Congressos Internacionais 64 Cursos eular 66 E-learning 66 Cursos eular 66 Sofia Ramiro, Pedro Machado Emeunet - Emerging eular Network Sofia Ramiro, Pedro Machado Uems - Union Européenne des Médecins Spécialistes José António Pereira da Silva, Cátia Duarte Um Internato de Sucesso Cátia Duarte 68 70 72 Anexos 74 3 4 Porquê um manual do interno? C aros Internos de Reumatologia, Aos recém-chegados à nossa especialidade, as sinceras boas-vindas! A todos os internos de reumatologia, é com enorme prazer que editamos o 1º Manual do Interno de Reumatologia, uma iniciativa da Provedoria do Interno, sob a égide da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR). Este manual pretende contribuir para o acolhimento e adaptação dos novos internos à nossa especialidade. Tem como objectivo dar uma perspectiva geral da Reumatologia Portuguesa: quem são os reumatologistas, quais as actividades principais do dia-a-dia de um reumatologista, apresentar a SPR e projectos importantes da reumatologia, entre outros temas importantes. Não pretendemos ensinar reumatologia, já que isto fugiria claramente ao âmbito deste manual, mas antes dar uma perspectiva mais prática e uma visão global e contextualizada da especialidade e das suas actividades, que talvez vá para além do que vem habitualmente nos livros. Como qualquer outro manual, deverá ser revisto e atualizado periodicamente. A recente criação, pela SPR, das figuras de Provedor e Representante dos Internos, representa uma preocupação e investimento, por parte da SPR, na formação dos internos, novamente reforçada com a edição deste manual. Esperemos que este dinamismo criado entre internos continue a crescer e que iniciativas como esta se repitam, na perspectiva de optimizar a formação dos internos e, consequentemente, a qualidade dos cuidados prestados pelos reumatologistas portugueses. Contamos com todos os internos para que sintam, desde cedo, a SPR como sua e se envolvam nos seus projectos. Esperemos que este Manual do Interno de Reumatologia seja útil e do vosso agrado e que contribua para o vosso sucesso na carreira de Reumatologista. n Muito sucesso, Os editores do Manual do Internato de Reumatologia Sofia Ramiro Pedro Machado J. Canas da Silva Luís Maurício Representante dos Internos de Reumatologia 2009-2012 Interno de Reumatologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Coimbra Provedor dos Internos de Reumatologia 2009-2012 Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia 2010-2012 Interna de Reumatologia do Hospital Garcia de Orta, Almada Presidente-eleito do EMEUNET (Emerging EULAR Network) 2013-2014 Director do Serviço de Reumatologia do Hospital Garcia de Orta, Almada Director do Serviço de Reumatologia do Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada 5 Introdução à Reumatologia A Viviana Tavares Reumatologia, conforme definição do Colégio de Especialidade da Ordem dos Médicos, é o ramo da Medicina que se dedica ao diagnóstico, avaliação, tratamento, reabilitação e investigação das doenças que afectam o aparelho locomotor (ou sistema músculo esquelético) nos seus vários componentes (ossos, músculos, articulações, partes moles envolventes, nervos e vasos) e de qualquer etiologia (degenerativa, infecciosa ou pós-infecciosa, neoplásica, auto-imune, autoinflamatória, metabólica, etc.), das síndromes dolorosas regionais ou difusas, orgânicas ou funcionais que envolvam este aparelho (onde se inclui a patologia raquidiana) e das manifestações músculoesqueléticas das doenças sistémicas, fazendo uso de conhecimentos nas áreas da Medicina, Imunologia, Ortopedia, Neurologia, Psiquiatria, Reabilitação e Terapia da Dor. O termo “reumatismo”, utilizado durante séculos, deriva do termo grego “rheuma”, que significa fluir, correr. Pensava-se que o reumatismo tinha origem no fluir dos “humores” pelas articulações. Este termo, que continua existir no conhecimento popular, é erróneo dado que não existe “um” reumatismo mas sim mais de uma centena de doenças reumáticas diferentes. O conhecimento destas várias doenças reumáticas é, no entanto, muito recente. Hipócrates (460-370? a.C.) fazia a descrição exacta das crises de podagra e muitos dos seus aforismos relacionados com a gota estão correctos e demonstram a capacidade de observação clinica do “pai” da Medicina. A gota (“a rainha das doenças e a doença dos reis”) foi durante séculos, a par do lumbago e da ciática, das poucas entidades descritas na literatura médica. A individualização de outras entidades nosológicas só surgirá a partir do século XVI com a descrição do reumatismo articular agudo (febre reumática) por Guillaume de Baillou. No princípio do século XIX, o médico francês Landré Beauvais descreve a “gota asténica primitiva”, um quadro de poliartite crónica mais frequente nas mulheres. Quase no fim do século, Jean Martin Charcot e Sir Alfred Garrod descrevem, de forma independente e quase em simultâneo, a mesma doença, que Charcot denomina de “reumatismo articular crónico progressivo” e Garrod de “artrite reumatóide”. Ambos fazem classificações das doenças articulares em que separam a gota das outras formas de reumatismos, dividindo estes em agudos e crónicos (os últimos com várias subdivisões). Apesar de existirem alguns relatos de outras situações clínicas a individualização completa da maioria das doenças reumáticas, só ocorre no século XX. A descoberta dos 6 Introdução à Reumatologia raios X (Roentgen, 1895), do factor reumatóide (Waaler, 1940 e Rose, 1948), das células LE (Hargreaves e Morton, 1948), dos anticorpos antinucleares e anti-DNA (Friou, 1957 e Deicher, 1959), do sistema HLA (Dousset, 1958) foram alguns dos factos determinantes para o conhecimento das doenças reumáticas, para o seu diagnóstico precoce e para a individualização de grupos nosológicos. A par do desenvolvimento dos meios de diagnóstico o século XX trouxe um avanço considerável na descoberta de novos fármacos, o que permitia começar a tratar de forma mais eficaz, muitas destas doenças. A síntese e a comercialização do ácido acetilsalicílico (1897), a utilização da cortisona no tratamento da artrite reumatoide (1948), a descoberta da fenilbutazona (o primeiro AINE não salicilado, 1950), a descoberta do alopurinol (1966), a utilização generalizada do metotrexato na artrite reumatoide (1980), a utilização de anticorpos anti-TNFα na artrite reumatoide (1998) e do rituximab no lupus eritematoso sistémico (2002) são apenas alguns dos marcos do tratamento das doenças reumáticas que surgiram em pouco mais de 100 anos. Por todos estes motivos a assistência aos doentes reumáticos foi crescendo desde os anos 20 e a especialização médica foi sendo uma realidade em muitos países. Em Portugal, foram pioneiros Manuel Assunção Teixeira e Olímpio Dias, que após estagiarem no estrangeiro em serviços de assistência a doentes reumáticos, decidem criar, em colaboração com outros colegas, a Associação Portuguesa de Reumatologia (1948). A este projeto associa-se o húngaro Prof. Luís de Pap, figura cimeira da reumatologia mundial e cofundador da ILAR (International League against Rheumatism, fundada em 1927), que se encontrava exilado em Portugal. Em 1952, Assunção Teixeira cria a primeira consulta hospitalar de reumatologia, no Hospital de Santa Marta e em 1953 é criado, no Hospital Termal das Caldas da Rainha, o Centro de Estudos Reumatológicos. Em 1954, a Associação dá lugar ao Instituto Português de Reumatologia (IPR), instituição para o estudo e tratamento das doenças reumáticas. Aqui se formam, durante cerca de vinte anos, todos os reumatologistas portugueses, alguns dos quais se deslocam depois para outros hospitais, onde iniciam consultas de reumatologia. Em 6 de janeiro de 1972, concretiza-se a criação da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, também da iniciativa dos reumatologistas do IPR. A luta pela criação da especialidade inicia-se em 1957, com um primeiro pedido à Ordem dos Médicos, que é recusado por não ser considerado “oportuno”. Os médicos do IPR, onde se destaca a figura de Robert Pereira Martins, voltam a fazer nova tentativa em 1970, sendo-lhes mais uma vez negada a criação da especialidade. Esta só se viria a concretizar em 5/6/1977, sendo concedida a especialidade, por consenso, a 28 médicos que viriam a constituir o primeiro Colégio de Reumatologia. A criação do Internato da Especialidade de Reumatologia é publicada em 28/6/1980 e em Janeiro de 1981 entram os primeiros 12 internos para 3 instituições (IPR, Hospital de Santa Maria e Hospital de São João). n 7 Estrutura do Internato em Reumatologia O Vasco Romão internato de Reumatologia tem a duração de 60 meses (5 anos), iniciando com o estágio de Medicina Interna (12 meses), ao qual se segue o de Reumatologia (36 meses). Os restantes estágios obrigatórios (Ortopedia, Neurologia, Medicina Física e de Reabilitação [MFR]) e opcionais são geralmente realizados durante os últimos dois anos, sendo a sua ordem e distribuição definidas pelo interno em conjunto com o seu orientador de formação e o Director de Serviço. Os estágios opcionais decorrem numa área relevante do interesse do Interno, geralmente num centro de referência ou sob orientação de um líder na área (nacional ou internacional), por um período de cinco a seis meses, em concordância com o orientador de formação e o Director de Serviço. Foi recentemente publicado o novo Programa de Formação de Reumatologia (Anexo 1) que substitui o Programa de Formação actual, de 1992 (Anexo 2). Este programa entrará em vigor em Janeiro de 2013 e aplica-se unicamente aos internos que à data se encontrem no 1º e 2º anos do internato. Deste modo, existirá um período de transição de três anos, em que parte dos internos serão abrangidos pelo novo Programa de Formação e parte pelo antigo. As principais diferenças prendem-se com a alteração do tempo de duração dos estágios: Ortopedia passa de 6 para 3 meses (a decorrer na consulta externa e bloco operatório), Neurologia de 3 meses para 1 mês (a decorrer na consulta externa de neurologia ou doenças neuromusculares), MFR mantém os 3 meses (a decorrer na consulta externa e locais de tratamento) e os estágios opcionais passam a contar com 5 meses adicionais, não integrados nos 36 meses de Reumatologia, como sucedia com o Programa de Formação de 1992, o que permite aumentar o tempo efectivo do estágio de Reumatologia. Do novo programa consta também uma Grelha de Avaliação Final, onde são definidos de forma clara todos os parâmetros a considerar e respectiva ponderação, no que diz respeito às provas de discussão curricular, prática e teórica. O internato tem como objectivo dotar o Interno de competências e conhecimentos que lhe permitam exercer com excelência e de forma autónoma a actividade clínica e científica na área da Reumatologia. O Programa de Formação define de forma clara os objectivos de conhecimento e de desempenho dos diferentes estágios obrigatórios, com destaque óbvio para o estágio de Reumatologia. O novo programa actualiza detalhadamente os objectivos de desempenho de cada um dos anos do estágio de Reumatologia, incluindo a discriminação das várias técnicas reumatológicas diagnósticas e terapêuticas, obrigatórias e opcionais, que devem ser realizadas pelo Interno de forma autónoma (ponto 5.2.2.3, alínea j). 8 Estrutura do Internato em Reumatologia A avaliação do Interno é feita de forma contínua, de acordo com o Regulamento do Internato Médico (RIM; Anexo 3; Capítulo VIII, artigos 65º-75º). A avaliação de desempenho é formalizada no final de cada estágio e anualmente nos estágios com duração superior a doze meses através da apreciação e discussão de um relatório de actividades. A avaliação de conhecimentos é feita no final de cada ano do internato e consiste na apreciação do relatório de actividades e trabalhos produzidos pelo Interno, na discussão teórica dos temas definidos como objectivos para o estágio ou ano em questão e numa prova prática clínica com entrevista e observação de um doente e elaboração do respectivo relatório, de forma semelhante à prova prática da avaliação final. A avaliação final é feita de acordo com o RIM (Capítulo VIII, artigos 76º - 88º) e é constituída pela prova de discussão curricular, prova prática e prova teórica. O novo Programa de Formação inclui uma Grelha de Avaliação que deve ser tomada em conta e define os elementos a valorizar e as respectivas cotações em cada uma das três provas (Anexo 1, pontos 6.2.1-6.2.3). Para além das disposições do Programa de Formação, o internato de Reumatologia é regido pelo Regulamento do Internato Médico (Anexo 3), aprovado na Portaria n.º 251/2011 de 24 de Junho. Dele constam definições de temas importantes como a realização de formação externa durante o internato (artigos 54º - 58º), a avaliação contínua (artigos 65º - 75º) e a avaliação final (artigos 76º - 88º). Tal como definido no RIM (artigo 30º), está contemplada a hipótese de realização de programas de investigação médica durante o internato, sem implicar o aumento da duração do mesmo. Os programas devem estar integrados nos objectivos gerais de formação e podem constituir um estágio específico ou serem integrados a tempo parcial ao longo do internato. De igual modo, está também prevista a possibilidade de realização de programas de investigação médica/clínica com vista à realização do doutoramento (artigo 31º). Neste contexto, foi criado o estatuto do Interno Doutorando que se rege pelo Regulamento do Interno Doutorando (RID, Anexo 4) aprovado em 2008, com uma pequena alteração em 2010 (Anexo 5). De forma simples, o doutoramento pode ser feito interrompendo o internato de acordo com os termos do RIM (n.º 2 do artigo 53º), com um período de suspensão que pode ir até 48 meses, ou por compatibilização, mediante os termos do RID (artigo 5º), sendo que neste caso o internato pode ser prolongado até ao máximo de 3 anos. O RID define os vários aspectos relacionados com o estatuto de Interno Doutorando, como as vertentes da formação médica e científica, compatibilização, horários, remuneração e avaliação final do internato. n 9 Bibliografia básica em Reumatologia E m reumatologia, são muitos e diversificados os recursos de aprendizagem. Pretende-se nesta secção sumarizar e dar a conhecer as principais fontes de informação científica nesta área. Alexandre Sepriano Livros de Texto Existem manuais de reumatologia de autores portugueses e internacionais (Anexo 6). Dos portugueses, temos o clássico “Reumatologia” do Professor Viana Queiroz composto por quatro volumes e que conta com uma edição recente publicada em 2002. Temos, ainda, os livros do Professor Jaime Branco: “Os Grandes Síndromes em Reumatologia” (2006), “Abordagem terapêutica em Reumatologia” (2010) e “Avaliação Diagnóstica em Reumatologia, 2ª edição” (2011). Destaca-se, igualmente, o livro “Reumatologia Prática” (2005) do Professor Pereira da Silva. Na literatura estrangeira encontramos excelentes livros que poderão ser a base da nossa aprendizagem. O tratado “Rheumatology, third edition” de Marc C. Hochberg (2003) é composto por 2 volumes que cobrem diversas áreas desde a biologia molecular até aos princípios fundamentais da terapêutica. Dentro do mesmo registo temos o “Oxford Textbook of Rheumatology, third edition” (2004) e o “Kelley’s Textbook of Rheumatology, eight edition” (2008). Podemos ainda contar com livros mais concisos como o “CURRENT Diagnosis and treatment, Rheumatology, second edition” (2007) e o “Oxford Handbook of Rheumatology, third edition” (2011). Conteúdos online A Internet é, actualmente, a principal fonte de conteúdos científicos relevantes. Os sítios de referência fornecem-nos actualizações constantes sobre diversos assuntos, nomeadamente, congressos e reuniões científicas, bolsas de investigação e prémios, cursos, guidelines, critérios de classificação das doenças reumáticas e notícias médicas: http://www.spreumatologia.pt (Sociedade Portuguesa de Reumatologia) http://www.eular.org/ (European League Against Rheumatism) http://www.rheumatology.org/ (American College of Rheumatology) http://www.ilar.org/ (International League of Associations for Rheumatology) 10 Bibliografia Básica em Reumatologia Revistas científicas Apresentamos as três principais revistas científicas bem como a lista completa com os respectivos factores de impacto. Acta Reumatológica Portuguesa: Disponível em formato impresso e online (http://arp.spreumatologia.pt/). A versão online disponibiliza trimestralmente os artigos publicados de forma gratuita, bem como o arquivo completo de todas as edições desde o seu início em 1973. A Revista está indexada no PubMed/Medline. Annals of the Rheumatic Diseases: É a revista científica oficial da EULAR. A sua versão online permite aceder aos abstracts de todos os artigos publicados, bem como alguns textos completos de forma gratuita. Arthritis & Rheumatism: É a revista científica oficial da ACR. A sua versão online apenas disponibiliza a lista de conteúdos. Para visualizar abstracts e textos completos é necessário ser membro da ACR ou subscrever a revista. Cl. 1 Título da revista (sítio da internet) FI Annals of the Rheumatic Diseases (http://ard.bmj.com/) 9.082 8.435 2 Arthritis & Rheumatism (http://www.rheumatology.org/publications/ar/index.asp) 3 Nature Clinical Practice Rheumatology (http://www.nature.com/nrrheum/journal/v4/n7/full/ncprheum0857.html) 7.113 4 Nature Reviews Rheumatology (http://www.nature.com/nrrheum/index.html) 6.448 5 Arthritis Care & Research (http://www.rheumatology.org/publications/acr/index.asp) 4.749 6 Seminars in Arthritis and Rheumatism ( http://www.sciencedirect.com/science/journal/00490172) 4.744 7 Current Opinion in Rheumatology (http://journals.lww.com/co-rheumatology/pages/default.aspx) 4.497 8 Arthritis Research & Therapy (http://arthritis-research.com/) 4.357 9 Rheumatology (http://rheumatology.oxfordjournals.org/) 4.171 10 Osteoarthritis and Cartilage (http://www.oarsijournal.com/) 3.953 11 The Journal of Rheumatology (http://jrheum.org/) 3.551 12 Best practice & research in clinical rheumatology (http://www.sciencedirect.com/science/journal/15216942 ) 3.300 13 Rheumatic Disease Clinics of North America (http://www.rheumatic.theclinics.com/current) 3.018 14 Lupus (http://lup.sagepub.com/) 2.600 15 Scandinavian Journal of Rheumatology (http://www.scandjrheumatol.dk/) 2.594 16 Joint Bone Spine (http://www.elsevier.com/wps/find/journaldescription.cws_home/621372/description#description) 2.460 2.358 17 Clinical and Experimental Rheumatology (http://www.clinexprheumatol.org/) 18 BMC Musculoskeletal Disorders (http://www.biomedcentral.com/bmcmusculoskeletdisord/) 1.941 19 Modern Rheumatology (http://www.springerlink.com/content/105112/) 1.800 20 Clinical Rheumatology (http://www.springer.com/medicine/rheumatology/journal/10067) 1.687 21 Rheumatology International (http://www.springerlink.com/content/0172-8172) 1.431 22 Journal of Clinical Rheumatology (http://journals.lww.com/jclinrheum/pages/default.aspx) 1.283 23 Journal of Musculoskeletal Pain (http://informahealthcare.com/mup) 0.460 24 Acta Reumatológica Portuguesa (http://arp.spreumatologia.pt/) 0.451 25 Zeitschrift für Rheumatologie (http://www.springer.com/medicine/internal/journal/393) 0.447 26 Aktuelle Rheumatologie (https://www.thieme-connect.com/ejournals/toc/rheuma) 0.243 27 International Journal of Rheumatic Diseases (http://onlinelibrary.wiley.com/journal/10.1111/(ISSN)1756-185X/issues) 0.205 28 Turkish Journal of Rheumatology (http://www.romatizma.dergisi.org/) 0.043 Cl.: classificação; FI: Factor de Impacto 11 Além das revistas direcionadas especificamente para a Reumatologia temos, ainda, três outras revistas habitualmente categorizadas noutras áreas, onde podem ser encontradas publicações de interesse para a nossa especialidade no âmbito das doenças ósseas e metabólicas: Journal of Bone and Mineral Research (http://www.jbmr.org) Osteoporosis International (http://www.springer.com/medicine/orthopedics/journal/198) Bone (http://www.journals.elsevier.com/bone/) Guidelines Em www.spreumatologia.pt podemos encontrar as guidelines da SPR: • Consensos para início e manutenção de terapêutica biológica na artrite idiopática juvenil. • Recomendações portuguesas para o uso de agentes biológicos na artrite reumatoide. • Recomendações portuguesas para o uso de terapêuticas biológicas em doentes com artrite psoriática. • Consensos sobre a utilização de antagonistas do TNF-alfa na terapêutica da espondilite anquilosante. • Recomendações para o diagnóstico e terapêutica da osteoporose. • Recomendações para o diagnóstico e tratamento da tuberculose latente e activa em doentes com doenças articulares inflamatórias candidatos a tratamento com antagonistas do TNF-alfa. Nos sítios da EULAR e do ACR podemos, igualmente, encontrar guidelines para abordagem diagnóstica, terapêutica e elaboração de ensaios clínicos: • EULAR http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/Recommendations_classification_ diagnosis_criteria_response.cfm • ACR http://www.rheumatology.org/practice/clinical/guidelines/index.asp 12 n Bibliografia Básica em Reumatologia 13 Quem é Quem na Reumatologia Ana Filipa Mourão Centro: Hospital de Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Cargo Nome Director de Serviço Jaime C. Branco Especialistas em Reumatologia Fernando Pimentel-Santos Margarida Mateus Maria Paula Araújo Patrícia Nero Walter Castelão Sandra Falcão Ana Filipa Mourão Célia Ribeiro Internos do 1º ano de Reumatologia Teresa Pedrosa Internos do 2º ano de Reumatologia Alexandre Sipriano Internos do 3º ano de Reumatologia Filipe Araújo Internos do 5º ano de Reumatologia Inês Silva Centro: Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE 14 Cargo Nome Director de Serviço José Alberto Pereira da Silva Especialistas em Reumatologia Carlos Miranda Rosa Mário Bexiga José Carlos Romeu Luís Gaião Manuela Costa Fernando Saraiva João Eurico Fonseca Helena Canhão Carla Macieira Catarina Resende Filipa Ramos Susana Capela Quem é Quem na Reumatologia Especialistas em Reumatologia (cont.) Elsa Vieira Sousa Maria João Saavedra Rita Barros Joaquim Pereira Internos do 1º ano de Reumatologia Vasco Romão Maria João Gonçalves Internos do 2º ano de Reumatologia Sílvia Fernandes Internos do 3º ano de Reumatologia Alice Castro Internos do 4º ano de Reumatologia Raquel Marques (vaga protocolada com Faro) Cristina Ponte Internos do 5º ano de Reumatologia João Madruga Dias Centro: Hospital Beatriz Ângelo, Loures Cargo Nome Director de Serviço António Alves de Matos Especialistas em Reumatologia Rui André Santos Centro: Instituto Português de Reumatologia, Lisboa Cargo Nome Presidente da Direcção Maria Eugénia Simões Especialistas em Reumatologia José Vaz Patto Cândida Silva Paulo Clemente Coelho José António Melo Gomes Ana Assunção Teixeira Augusto Faustino António Vilar Cláudia Miguel Dina Medeiros Filipe Barcelos Helena Madeira Helena Santos Luís Cunha Miranda Manuela Micaelo Manuela Parente 15 Especialistas em Reumatologia (cont.) Margarida Silva Maria Jesus Mediavilla Miguel Matias e Sousa Rui Leitão Rui Mota Figueiredo Sara Cortes Vera Las Internos do 1º ano de Reumatologia Joana Borges Susana Fernandes Internos do 4º ano de Reumatologia Inês Gonçalves (vaga protocolada com Évora) Centro: Hospital Ortopédico de Sant’Ana, Parede Cargo Nome Responsável da Consulta de Reumatologia Rui Mota Figueiredo Especialista de Reumatologia Rui Leitão Centro: Hospital Garcia de Orta, Almada 16 Cargo Nome Director de Serviço José Canas da Silva Especialistas em Reumatologia Viviana Tavares Maria José Santos Pedro Gonçalves Fátima Godinho Ana Cordeiro Filipe Vinagre Raquel Roque Internos do 1º ano de Reumatologia Sandra Sousa Internos do 2º ano de Reumatologia Sofia Ramiro Internos do 3º ano de Reumatologia Inês Cordeiro Internos do 5º ano de Reumatologia Sandra Garcês Quem é Quem na Reumatologia Centro: Hospital de Faro, EPE Cargo Nome Director de Unidade Graça Sequeira Centro: Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE – Hospital de Aveiro Cargo Nome Director de Serviço Anabela Barcelos Especialistas em Reumatologia Inês Cunha Catarina Ambrósio Internos do 1º ano de Reumatologia Filipa Farinha Internos do 2º ano de Reumatologia Renata Aguiar Centro: Centro Hospitalar do Médio Tejo, E.P.E, Tomar Cargo Nome Director de Serviço Jorge Garcia Centro: Hospital São Teotónio, EPE – Viseu, CHTV, EPE Cargo Nome Coordenador de Unidade Paulo Monteiro Especialistas em Reumatologia Maura Couto Centro: Hospital Sousa Martins, Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda Cargo Nome Director de Unidade Cláudia Vaz 17 Centro: Centro Hospitalar da Cova da Beira, EPE, Covilhã Cargo Nome Director de Serviço Margarida Alexandre Oliveira Centro: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real Cargo Nome Director de Serviço Ana Sofia Roxo Ribeiro Centro: Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE, Unidade Hospitalar de Bragança Cargo Nome Especialista de reumatologia Rui Melo Centro: Hospital Amato Lusitano (Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE) Cargo Nome Director de Serviço Pedro Abreu Centro: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE 18 Cargo Nome Director de Serviço José António Pereira da Silva Especialistas em Reumatologia Armando Malcata Luís Inês Jorge Silva Maria João Salvador Cátia Duarte Margarida Coutinho Sara Serra Internos do 1º ano de Reumatologia Carlos Costa Marília Rodrigues Pedro Carvalho (vaga protocolada com Faro) Quem é Quem na Reumatologia Internos do 2º ano de Reumatologia Joana Ferreira Internos do 3º ano de Reumatologia Mariana Santiago Internos do 4º ano de Reumatologia Tânia Santiago (vaga protocolada com Viseu) Internos do 5º ano de Reumatologia João Rovisco Pedro Machado Centro: Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto Cargo Nome Director de Serviço Lúcia Costa Especialistas em Reumatologia Céu Maia José Brito José Araújo Pinto Iva Brito Carlos Vaz José Miguel Bernardes Alexandra Bernardo Eva Mariz Sofia Pimenta Lígia Silva Internos do 1º ano de Reumatologia Diana Gonçalves (vaga protocolada com Trás-os-Montes) Internos do 2º ano de Reumatologia Rita Fonseca Pedro Madureira Internos do 3º ano de Reumatologia Joana Abelha Aleixo Internos do 4º ano de Reumatologia Georgina Terroso Centro: Hospital Militar do Porto Cargo Nome Director de Unidade Teresa Bravo Centro: CHEDV - Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga E.P.E, Santa Maria da Feira Cargo Nome Director de Serviço Paula Valente 19 Centro: Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho Cargo Nome Director de Serviço Patrícia Pinto Especialistas em Reumatologia Taciana Videira Centro: Hospital de Braga Cargo Nome Director de Serviço José Redondo Especialistas em Reumatologia Luzia Sampaio Centro: Hospital Conde de Bertiandos, Ponte de Lima, Unidade Local de Saúde do Alto Minho Cargo Nome Director de Serviço Domingos Araújo Especialistas em Reumatologia Carmo Afonso Sérgio Alcino Mónica Bogas José António Costa Internos do 1º ano de Reumatologia Marcos Cerqueira Internos do 2º ano de Reumatologia Ana Eduarda Raposo Internos do 4º ano de Reumatologia Daniela Peixoto Internos do 5º ano de Reumatologia Filipa Teixeira Centro: Centro Hospitalar do Funchal, EPE, Madeira 20 Cargo Nome Director de Serviço Mário Rodrigues Especialistas em Reumatologia Alberto Quintal Herberto Jesus Ricardo Figueira Internos do 2º ano de Reumatologia Romana Carisa Quem é Quem na Reumatologia Centro: Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo E.P.E.R, Terceira, Açores Cargo Nome Responsável da Consulta de Reumatologia Ana Maria Rodrigues Centro: Hospital do Divino Espírito Santo, EPE, Ponta Delgada, Açores Cargo Nome Director de Serviço Luís Maurício Especialistas em Reumatologia Guilherme Figueiredo Teresa Sampaio Nóvoa Internos do 3º ano de Reumatologia Ana Carolina Cabral Furtado Reumatologistas Portugueses a trabalhar exclusivamente em Clínicas/Instituições Privadas ou no Estrangeiro/ não integrados num Centro de Reumatologia Nome Albino Teixeira Jorge Espírito Santo Anabela Cardoso José Carlos Teixeira da Costa Ana Rita Cravo José Saraiva Ribeiro António Lopes Vaz José Bravo Pimentão António Aroso Dias Licínio Poças Armando Filipe Brandão Manuel Gouveia de Almeida Aurora Marques Margarida Cruz Adriano Neto Maria Lizete Cardoso Cristina Catita Mário Viana Queiroz Edwiges Gomes Maria José Leandro Elizabete Benito Garcia Maria Manuela Fernandes Fernando Costa Dias Paulo Ceia Fernando Alvarenga Santos Paulo Reis Francisco Simões Ventura Sara Freitas João Ramos Teresa Laura Pinto João Carlos Ribeiro Silva Yolanda Guerra 21 Quem São os Doentes Reumáticos? O Mariana Santiago s doentes reumáticos são doentes que sofrem de um grupo de doenças que têm um duplo carácter: atingem preferencialmente o aparelho músculoesquelético, articulações, músculos, tecidos peri-articulares e tecido conjuntivo e traduzem-se por inflamação e/ou degeneração das estruturas e órgãos envolvidos. A diversidade de patologias é tal, que inclui as doenças difusas do tecido conjuntivo, as espondilartrites, as doenças ósseas e metabólicas, as artrites reativas e infeciosas, as doenças articulares degenerativas, as doenças reumáticas periarticulares e de tecidos moles, entre outras. A classificação das doenças reumáticas é imperfeita, muitas delas são de etiologia desconhecida e algumas são raras. O diagnóstico definitivo nem sempre é fácil, uma vez que os limites da Reumatologia são amplos e com muitos pontos de contacto com outras especialidades. Muitas vezes o percurso é moroso e é um desafio chegar ao diagnóstico. O doente e a doença reumática exigem uma visão global e integrada do doente e uma abordagem cuidada e diferenciada, tendo em conta a complexidade e envolvimento multissistémico característico destas doenças, ao recurso prolongado a medicamentos imunomodeladores, imunossupressores e citostáticos, com elevado risco de toxicidade e que exigem monitorização periódica. A dor, na maioria das vezes crónica, é um sintoma dominante nos doentes reumáticos. Assumindo particular importância semiológica e diagnóstica, a dor constitui não só a maior causa de sofrimento, com repercussão importante na qualidade de vida dos doentes, como também um dos principais motivos de consulta em Reumatologia. As doenças reumáticas têm uma prevalência elevada na população e possuem um impacto pessoal, social e económico significativo. Causa disto são alguns aspetos já anteriormente referidos, nomeadamente o facto de serem doenças crónicas, a dor física que habitualmente as acompanha, mas também pela sobrecarga psicológica que determinam sobre o doente e pela incapacidade temporária ou definitiva que podem causar, não só na atividade profissional levando ao absentismo, como também nas atividades banais do dia-a-dia e de lazer. Efectivamente estes doentes vêem limitada a sua capacidade de se auto cuidarem, ficando na dependência de terceiros e por vezes têm ainda que lidar com alterações da imagem corporal, consequência da própria doença ou da terapêutica, com prejuízo da sua auto-estima. 22 Quem são os Doentes Reumáticos? A maioria das doenças reumáticas não têm cura, o que torna o doente reumático um doente crónico, exigindo um plano de seguimento a longo prazo. Estes doentes exigem avaliação e seguimento por uma equipa multidisciplinar (fisiatria e reabilitação, ortopedia, entre outras especialidades), para que o seu tratamento seja eficaz e o mais compensador possível tanto para o doente como para o médico. Mesmo em doentes reumáticos com grande incapacidade, decorrente de um tratamento tardio ou não resposta à terapêutica, é sempre possível cuidar deles e melhorar significativamente a sua qualidade de vida. Tendo em conta os aspetos descritos, facilmente se entende que os doentes reumáticos exigem especial cuidado na relação médico-doente. Herdámos da medicina grega hipocrática a crença de que não há doenças, mas sim doentes. Assim sendo, definir doentes reumáticos não é fácil, porque cada um deles é único. n 23 Internamento O internamento é um dos pilares de formação do interno de reumatologia. Deve constituir a base de formação para as restantes actividades, sendo um espaço único de aprendizagem e de treino em Reumatologia. Joana Ferreira O internamento é um espaço desafiante, com casos clínicos complexos que contribuem para a aprendizagem da semiologia, realização de exame objectivo, discussão de diagnósticos diferenciais complementar. Em cada caso surge uma oportunidade e respectiva investigação para expandir o conhecimento e compreender as complexidades de cada doença e de cada doente. O trabalho diário é semelhante a outras enfermarias médicas. Inicia-se com a visita diária dos doentes, e o cuidadoso registo diário no processo clínico. São revistos os exames complementares realizados e segue-se uma discussão da situação clínica de cada paciente. Esta discussão é fundamental para estabelecer o diagnóstico diferencial, compreender a evolução clínica e decidir terapêuticas. Faz também parte do quotidiano a redacção das cartas de alta e orientação terapêutica para o ambulatório. Neste espaço único inicia-se também a aprendizagem de técnicas reumatológicas como a realização de artrocenteses, infiltrações e biópsias. A Reumatologia, como todas as áreas da Medicina, é complexa e interage, interligase e completa-se com variados saberes. O internamento é uma oportunidade para construir colaborações com outras especialidades para ajudar a interpretar diagnósticos e a realizar decisões terapêuticas. Contudo essas parcerias não se esgotam na Medicina. A abordagem holística do doente leva também à colaboração com a equipa de enfermagem, fisioterapeutas, dos administrativos, assistentes sociais e todos os demais profissionais de saúde. Não esquecendo que o internamento é um espaço para treinar a capacidade de criar relações médicodoentes eficientes que se traduzam num aumento à adesão terapêutica. Para optimizar a aprendizagem de cada caso clínico é importante rever a literatura mais actual, pois isso estimula não só o raciocínio, mas também facilita a memorização e a compreensão de conceitos patológicos complexos. Apesar de esse tópico surgir noutro local deste manual, faço referência à sua importância, dado o seu uso regular no internamento. Além de livros, disponíveis na biblioteca de cada serviço, podemos utilizar sítios na internet, como www.uptodate.com , www.pubmed.com, www.b-on.com. 24 Internamento O aliciante da nossa especialidade é a variedade de patologias e a plasticidade destas, com as suas múltiplas manifestações, que estimula não só o raciocínio clínico mas também a exploração científica, e o internamento é o espelho que melhor reflecte esta realidade. n 25 Consulta Externa A Inês Gonçalves consulta é a actividade quotidiana mais frequente na prática clínica do Reumatologista. É na realização deste acto médico que o interno ganha autonomia, experiência e confiança nas suas capacidades. Por esta razão é natural que seja aconselhado desde o início a participar em consultas dos colegas mais velhos e que a partir do 2º ou 3º ano de internato (dependendo do centro em que se encontra) seja incentivado a ter as suas próprias consultas e a desenvolver a sua própria lista de doentes. É importante que neste processo conte sempre com o apoio de um reumatologista experiente em gabinete próximo, para as situações em que necessitar de discutir o diagnóstico ou orientação de determinado doente. Não existe um modelo único de orientação da consulta e cada médico acaba por desenvolver ao longo dos anos a sua forma única e característica de abordar o doente. No entanto, podem considerar-se uma série de etapas lógicas e sequênciais: 1º. Observação do doente quando entra no consultório - observando a postura do doente, a forma como caminha e as expressões de sofrimento que demonstra. De facto é neste momento inicial que muitas vezes o médico deduz alguns diagnósticos (ex: fibromialgia). 2º. Identificação do motivo da consulta - o que corresponderá, numa história clínica de enfermaria, ao motivo do internamento (ex: lombalgias). 3º. Interrogatório – o médico coloca questões pertinentes sobre as queixas do doente no sentido de as caracterizar o melhor possível (ex. localização da dor, duração - aguda/crónica, irradiação, factores de alívio, factores precipitantes, incapacidade resultante, tratamentos já realizados, antecedentes, etc.). A realização do interrogatório deve ser extensa e abranger todos os dados necessários para realização da “história da doença actual” pelo menos na 1ª consulta. 4º. Exame Clínico – vai incidir no exame musculo-esquelético mas deverá ser completo e abranger todos os orgãos e sistemas, pelo menos na 1ª consulta. O aparelho cardio-respiratório, a pele e as mucosas, por apresentarem lesões associadas a várias doenças reumáticas, também devem ser avaliados rotineiramente. O exame clínico musculo-esquelético é explicado em detalhe nas primeiras páginas dos manuais de Reumatologia. A EULAR disponibilizada online a explicação do exame GALS (G-gait, A-arms; L-legs; S-spine) que é uma avaliação rápida de rastreio para patologia osteo-articular. 5º. Elaboração das hipóteses de diagnóstico. 26 Consulta Externa 6º. Pedido de exames complementares – deve ser criterioso e adequado à situação clínica. 7º. Orientação da terapêutica farmacológica e não farmacológica. Por ser um processo meticuloso e extenso, aliado à proporção aumentada de 1ª consultas, é normal que um interno demore mais tempo a realizar a consulta (40 minutos a 60 minutos na 1ª consulta) do que um médico especialista (20 minutos). Com a prática demorará menos tempo! Para além do que já foi dito, para uma prática clínica correcta, impõe-se actualmente a necessidade de objectivar o grau de incapacidade, a dor sentida pelo doente e a actividade da doença. Isto é feito através da aplicação de escalas de avaliação (ex: DAS28 na artrite reumatóide; ASDAS nas espondilartrites axiais...) muitas das quais deverão ser realizadas pelo reumatologista em cada consulta. É de salientar que se tem verificado nos últimos anos uma tendência dentro da Reumatologia para a criação de consultas de “subespecialidades”, dirigidas por um Reumatologista com experiência nessa patologia e optimizadas para o seguimento desses doentes. (Ex: Consultas de Reumatologia Pediátrica, Consultas de Lúpus, Consultas de Doenças Osteo-metabólicas; Consultas de Vasculites e, outras que variam consoante o centro). É vantajoso para o Interno participar também nestas consultas de “subespecialidades” para se sentir mais confiante no futuro no tratamento dessas patologias. n 27 Hospital de Dia de Reumatologia O Hospital de Dia de Reumatologia destinase ao seguimento de doentes com patologia crónica, nomeadamente Artrite Reumatóide (AR), Artrite Psoriática (AP), Artrite Idiopática Juvenil (AIJ), Raquel Marques Espondilartrites Axiais incluindo Espondilite Anquilosante (EA), Lúpus Eritematoso Sistémico, Esclerose Sistémica, Osteoporose, Doença óssea de Paget, Uveíte refractária à terapêutica convencional e Doença de Still sob terapêutica biológica e/ou outros fármacos de administração parentérica periódica. Terapêutica Biológica Fármaco Infliximab Etanercept Anti-TNF Adalimumab Posologia 3-5 mg/kg i.v. às 0, 2ª e 6ª semana e depois de 6/6 ou 8/8 semanas(1) 50mg sc 1x/semana Pediátrica: 0,8mg/kg/semana 40mg s.c. de 15/15 dias Pediátrica: 15-30kg – 20mg s.c. 15/15dias; >30kg 40mg s.c. 15/15 dias 50mg s.c. 1 vez/mês Golimumab Certolizumab Inibidores de células B Rituximab Belimumab 400mg (2 x 200mg s.c.) às 0, 2ª e 4ª semana e depois 200mg s.c. de 2/2 semanas 1g i.v. (duas administrações com 15 dias de intervalo) 10mg/kg i.v. aos 0, 14 e 28 dias e depois de 4/4 semanas Indicações aprovadas AR, AP, EA AR, AP, AIJ, EA AR, AP, AIJ, EA AR, AP e EA AR AR LES Anakinra 100mg s.c. diário AR Canakinumab >40kg – 150mg s.c.de 8/8 semanas; 15-40kg – 2mg/kg s.c. de 8/8 semanas CAPS Inibidores da IL-6 Tocilizumab 8mg/kg i.v. de 4/4 semanas Pediátrica: <30kg - 12mg/kg i.v. de 2/2 semanas; >30kg - 8mg/kg de 2/2 semanas AR e AIJ sistémica Inibidores de moléculas de co-estimulação Abatacept >40kg – 150mg s.c.de 8/8 semanas; 15-40kg – 2mg/kg s.c. de 8/8 semanas AR e AIJ Inibidores da IL-1 (1)AR - 3mg/kg i.v. às 0,2 e 6ªsemana e depois cada 8 semanas; AP – 5mg/kg i.v. às 0,2 e 6ªsemana e depois cada 8 semanas; EA - 5mg/kg i.v. às 0,2 e 6ªsemana e depois cada 6 semanas (2)<60kg – 500mg i.v.; 60-100kg – 750mg i.v.; >100kg – 1000mg i.v. Por vezes efectua-se o uso off-label de fármacos biológicos noutras patologias, em casos particulares, habitualmente por refractariedade ou intolerância às 28 Hospital de Dia de Reumatologia terapêuticas aprovadas, como é o caso: do Rituximab no LES, Infliximab ou Adalimumab nas AIJ com uveíte, Anakinra na AIJ sistémica, Doença de Still do Adulto e outras Doenças Autoinflamatórias e Canakinumab na AIJ sistémica e outras Doenças Autoinflamatórias. Procedimentos gerais recomendados antes do início da terapêutica biológica 1 - Exame físico detalhado para identificação de focos infecciosos, sinais de insuficiência cardíaca, neoplasia ou outras situações clínicas que contra-indiquem o uso destes fármacos. 2 – Avaliação laboratorial de rotina com inclusão de VS e PCR. 3 - Serologias VIH, VHC, VHB. 4 – Anticorpos antinucleares. 5 - Avaliação da existência de infecções activas e/ou recorrentes nomeadamente das peças dentárias, vias urinárias, vias respiratórias e seios perinasais. 6 - Actualização do Plano Nacional de Vacinação e considerar vacinação anti-pneumocócica (de 5 em 5 anos) e anti-gripal (anualmente). Vacinas vivas estão contra-indicadas. 7 – Em doentes que vão iniciar Rituximab: efectuar o doseamento de Imuglobulinas e pré-medicação com 100mg de metilprednisolona antes de cada infusão. 8 – Em doentes que vão iniciar Tocilizumab: não deverá ser iniciado se as contagens de neutrófilos <0,5x109/l, plaquetas <50x103/μl ou transaminases >5x o limite superior do normal (LSN) e deve ser iniciado com precaução em doentes com contagens de neutrófilos <2x109/l, plaquetas <100x103/μl ou transaminases >1,5x o LSN. Procedimentos gerais recomendados durante a terapêutica biológica 1 - Em caso de reacção alérgica: prescrever anti-histamínico e corticóides e suspender a terapêutica, ponderando a mudança para outro fármaco biotecnológico. 2 – Em caso de cirurgia: suspender etanercept e certolizumab 2 semanas; infliximab, adalimumab e tocilizumab 4 semanas; abatacept 8 semanas e rituximab 24 semanas antes da cirurgia. 3 – Em caso de gravidez programada: suspender a terapêutica: etanercept e infliximab 8 semanas; adalimumab e tocilizumab 12 semanas; abatacept 14 semanas; certolizumab 20 semanas; rituximab 24 semanas. Não há necessidade de interrupção deste tipo de terapêutica nos homens que pretendem ser pais. 29 4 – Em caso de infecções: o fármaco não deve ser iniciado enquanto não existir resolução completa da infecção. Na ausência de sinais infecciosos o tratamento pode recomeçar, sob vigilância, cerca de 8 dias após a paragem do tratamento antiinfeccioso. Se houver reaparecimento da sintomatologia infecciosa, considerar a suspensão definitiva do tratamento. 5 – Em doentes a fazer Rituximab: antes de retratar cumprir tempo mínimo de 24 semanas sobre tratamento anterior e dosear imunoglobulinas. 6 – Em doentes a fazer Tocilizumab: interferência do fármaco com a PCR e com os neutrófilos (eliminando a febre durante os episódios infecciosos) pode dificultar a detecção de uma infecção, pelo que todos os sintomas e sinais sugestivos de infecção devem ser valorizados. O tocilizumab altera o perfil lipídico, pelo que é recomendável a sua vigilância e caso justificado iniciar terapêutica. 7 – Em doentes a fazer Infliximab que suspenderem a terapêutica por um período igual ou superior a 12 semanas, deverão fazer pré-medicação com 100 mg de hidrocortisona EV, nas 3 primeiras administrações após a reintrodução do infliximab. Terapêutica não-biológica Fármaco Citostático Posologia 500 a 750mg/m2 Ciclofosfamida Habitualmente 1x/mês durante 6 meses(1) Vasodilatadores e inibidores da agregação plaquetária LES, Esclerose sistémica, Vasculites 50µg em 250ml de cloreto de sódio(2) Esclerose sistémica, Fenómeno de Raynaud 2g/kg divididos em 3 dias consecutivos(3) LES, Dermatomiosite, Kawasaki Pamidronato 15 a 90mg i.v. trimestral Osteogenesis Imperfecta, Osteoporose, Paget Zolendronato 5mg i.v. Osteoporose, Paget Iloprost Imunoglobulina Inibidores da IL-6 Utilização em Reumatologia* *Refere-se a utilização e não indicação aprovada (1) Hidratação com 1000cc de NaCl 0,9% ou Dextrose 5% em água + Ondasetron (Anti-emético) + Ciclofosfamida 500 ou 750mg/m2 + hidratação com 1000cc de NaCl 0,9% ou Dextrose 5% em água + Mesna (Uroprotector - 3 administrações) (2) Diluir 50µg em 250ml de cloreto de sódio e administrar a perfusão à velocidade de: 1.ª hora = (15 x Peso em Kg)/200 = ….cc/h; 2.ª hora = (30 x Peso em Kg)/200 = ….cc/h; 3.ª hora = (45 x Peso em Kg)/200 = ….cc/h; 4.ª hora até 10 horas = (60 x Peso em Kg)/200 = ….cc/h (3) 30 2g/kg divididos em 3 dias consecutivos a perfundir durante 12h Hospital de Dia de Reumatologia Procedimentos gerais recomendados durante a terapêutica com fármacos não-biológicos 1 – Ciclofosfamida: excluir a existência de infecção activa antes da perfusão, reforço hídrico, administração concomitante com uroprotector - Mesna (prevenir cistite hemorrágica) e antiemético. Vigilância do aparecimento de mielossupressão, elevação das enzimas hepáticas e infecções. 2 – Iloprost: vigilância da pressão arterial durante a perfusão, pois pode causar hipotensão frequentemente acompanhada de náuseas e cefaleias. 3 – Imunoglobulina: calafrios e cefaleias associados à terapêutica. 4 – Pamidronato e Zoledronato: podem ocorrer sintomas flu-like com mialgias generalizadas e febre. Reportados diversos casos de osteonecrose da mandíbula após terapêutica com bisfosfonatos. A criação dos Hospitais de Dia tornou possível aos doentes sob terapêutica endovenosa, a realização da mesma em regime de ambulatório, sem necessitar de internamento hospitalar. Toda a monitorização do doente é feita sob a supervisão médica e de enfermeiros especializados, com disponibilização de contacto telefónico e fácil acessibilidade do doente, permitindo uma criteriosa vigilância. n 31 Técnicas em Reumatologia Conceitos Gerais João Madruga Dias As técnicas em Reumatologia assumem um papel complementar no diagnóstico e tratamento das Doenças Reumáticas, tendo um propósito diagnóstico ou terapêutico. Como recomendações gerais, as técnicas intra-articulares devem ser realizadas em condições de assepsia estrita utilizando material esterilizado. Estes cuidados tornam-se mais imperativos na artroscopia, artróclise, biópsias e infiltrações guiadas por ecografia ou fluoroscopia. No caso de infiltrações periarticulares e mesoterapia, o material deve ser esterilizado, descartável e a desinfecção cutânea deve preceder qualquer procedimento. No caso de utilização de radiação ionizante, além de minimizar a exposição do doente ou profissionais ao indispensável, é obrigatório ter cuidados redobrados em mulheres em idade fértil e crianças. Em situação de dúvida é preferível evitar o procedimento. A utilização de material de contraste, corticosteróides e derivados do ácido hialurónico podem levar a processos inflamatórios articulares secundários, que devem ser considerados e explicados ao doente. Por outro lado, existe sempre o risco de reacção de hipersensibilidade, especialmente com material de contraste, pelo que o doente deve ficar algum tempo sob observação de um médico ou enfermeiro. O risco de atrofia cutânea com o uso de corticosteróides deve ser ponderado, especialmente com os mais potentes (como o hexacetonido de triamcinolona), pelo que o manuseamento destes produtos requer cuidado para que não sejam injectados na pele. A rotura de tendões e calcificações das partes moles são riscos potenciais que podem decorrer de infiltrações periarticulares e intra-articulares. A artrite séptica é uma complicação grave, embora incomum, após uma punção intra-articular. Técnicas diagnósticas Artrocentese A artrocentese consiste numa punção intra-articular com objectivo de aspiração de líquido sinovial para estudo. Por ser uma articulação grande, de fácil acesso e frequentemente envolvida nas doenças reumáticas, o joelho é a localização mais comum para a realização de artrocentese sem apoio imagiológico. Outras articulações, pelo seu tamanho (metacarpofalângicas, metatarsofalângicas, 32 Técnicas em Reumatologia interfalângicas, entre outras) ou acesso mais difícil (cotovelo, ombro, coxofemural, tibiotársica, etc.), podem necessitar de apoio ecográfico ou fluoroscópico. A artrocentese deve ser realizada em condições de assepsia, evitando-se a punção em locais com pele inflamada ou infectada (risco de artrite séptica). As características macroscópicas do líquido sinovial fornecem informação imediata sobre o mesmo: cor, transparência, viscosidade e cheiro. Mais informação pode ser obtida através da observação no líquido sinovial de células e cristais ao microscópio óptico de luz polarizada e da realização de exames laboratoriais: citológico, bioquímico e cultural. Aspiração de bolsas serosas Esta técnica consiste na punção da bolsa serosa, com aspiração do conteúdo. As aspirações de quisto de Baker, de bursa olecraneana e de bursa pré-patelar são as mais comuns. Em determinadas circunstâncias a aspiração de bolsas serosas necessita de ser ecoguiada: quantidades diminutas de líquido, quisto de Baker organizado, variações anatómicas importantes, entre outras. Dependendo do caso clínico e intuito terapêutico, poderá ser administrado corticosteróide após a aspiração. O líquido pode ser observado ao microscópio óptico de luz polarizada ou enviado para exames laboratoriais. Observação de líquido sinovial no Microscópio Óptico de Luz Polarizada A observação ao microscópio óptico do líquido sinovial permite obter informação sobre a sua celularidade, tipos de células, existência e morfologia de cristais, presença de fibrina ou de outras substâncias. A presença de cristais é mais facilmente observada com recurso à luz polarizada, cuja orientação permite denotar a birrefringência característica destes elementos, ajudando na sua correcta identificação. Biópsia de membrana sinovial A biópsia de membrana sinovial é um procedimento invasivo e electivo, necessitando de condições rigorosas de assepsia. Com este procedimento obtêm-se fragmentos de membrana sinovial, que são enviados para estudo anatomopatológico e bacteriológico, podendo também ser utilizados em contexto de estudos e ensaios clínicos. A biópsia pode ser cega (sem ajuda imagiológica), ecoguiada ou realizada através de artroscopia. Biópsia de glândulas salivares minor e de gordura abdominal A biópsia de glândulas salivares minor é uma técnica útil em doentes com suspeita de síndroma de Sjögren, sendo facilmente realizada em ambulatório com recurso a anestesia local com lidocaína. Consiste numa incisão horizontal na face mucosa do lábio inferior, com retirada de 4 a 6 glândulas salivares minor. O exame anatomopatológico pode ajudar no diagnóstico caso se demonstre sialadenite focal. 33 A biópsia de gordura abdominal é relevante para a pesquisa de substância amilóide, sendo também efectuada em ambulatório, com recurso a anestesia local com lidocaína. Ambas as técnicas não devem ser efectuadas caso existam sinais locais de inflamação ou infecção. Artroscopia e mini-artroscopia A artroscopia é um procedimento invasivo em que o interior da articulação é observado utilizando um artroscópio ou video-artroscópio, um tipo de endoscópio que é inserido através de uma pequena incisão. Permite visualização directa da membrana sinovial, da cartilagem articular e de todas as restantes estruturas intra-articulares. Possibilita também a medição de PO2 intra-articular, recolha de material biológico e administração de tratamento se necessário. A artroscopia é utilizada quer para esclarecimento diagnóstico adicional em doentes seleccionados, quer em contexto de investigação científica e ensaios clínicos. Tem um componente terapêutico, não só pela lavagem articular, como pela possibilidade de injecção intra-articular de corticosteróides. A artroscopia exige treino e perícia técnica muito específicos e rigorosas condições de assepsia, não sendo realizada em todos os serviços. Ecografia musculo-esquelética A ecografia (ou ultrassonografia) consiste na utilização de ondas sonoras de alta frequência para produzir imagens em tempo real do corpo humano. Adquiriu um papel cada vez mais fulcral na Reumatologia actual por não ter radiação ionizante, sendo pouco dispendiosa, portátil e bem tolerada, além de permitir visualização instantânea e técnicas invasivas ecoguiadas. A ecografia possibilita a avaliação da morfologia e dano estrutural das articulações, ossos e partes moles, mas também a presença de inflamação activa através de PowerDoppler. Esta informação é crucial e permite em muitos casos confirmar ou excluir diagnósticos e reavaliar ou introduzir terapêuticas. Os aparelhos variam consoante o Serviço, mas é habitual a presença de duas sondas lineares, com possibilidade de uso de PowerDoppler. Por vezes existe uma sonda que permite visualização em 3D ou 4D (3D em tempo real). As desvantagens da ecografia relacionam-se com a curva de aprendizagem longa, a dependência do operador e as limitações técnicas que dificultam a visualização de certas articulações (como a coxofemural e articulações sacroilíacas). Capilaroscopia e Videocapilaroscopia A capilaroscopia analisa o leito ungeal, especialmente a distribuição e características da vascularização. É especialmente útil para avaliar doentes com suspeita de Esclerose Sistémica, Doença de Raynaud, Doença Mista do Tecido Conjuntivo, 34 Técnicas em Reumatologia entre outras patologias que podem causar anomalias no leito ungueal. É um procedimento não invasivo, de observação directa, permitindo gravação de imagens usando um videocapilaroscópio. Absortometria Radiológica de Dupla Energia (DXA) A DXA (ou DEXA) permite avaliar a densidade mineral óssea, indispensável no diagnóstico e seguimento de doentes com Osteoporose. Dois feixes de raio-X com diferentes níveis de energia são apontados aos ossos do doente (habitualmente coluna lombar e fémur). Após a subtracção da absorção dos tecidos moles, a densidade mineral óssea pode ser determinada pela absorção óssea de cada raio. A quantidade de radiação envolvida é menor do que numa radiografia convencional, sendo um exame rápido e não invasivo. Técnicas terapêuticas Infiltração periarticular As infiltrações periarticulares consistem na injecção de corticosteróide e/ou analgésico local em tendões, bainhas tendinosas, ligamentos, bolsas serosas, fáscias e estruturas anatómicas envolvendo nervos (como o canal cárpico). Pela comodidade, eficácia e rapidez de acção são técnicas muito utilizadas em Reumatologia. A metil-prednisonola ou uma combinação de metil-prednisonola e analgésico local (como a lidocaína) são habitualmente utilizados como produto a infiltrar. A combinação de corticosteróide e analgésico tem a desvantagem de maior quantidade de líquido a infiltrar, mas com a vantagem de analgesia local imediata. Por vezes, devido a alterações anatómicas ou dificuldade no diagnóstico de uma patologia específica, pode ser necessário apoio ecográfico. É essencial avaliar as condições de assepsia, evitando punção em áreas cutâneas inflamadas ou infectadas. Infiltração intra-articular A infiltração intra-articular consiste numa punção de uma articulação com injecção de produto no espaço intra-articular, podendo ser guiada por ecografia ou fluoroscopia, especialmente no caso de pequenas articulações ou de articulações de difícil acesso. O produto escolhido varia consoante a articulação, contexto clínico e a certeza de localização intra-articular. A metil-prednisonola é uma das substâncias mais utilizadas, sendo também usuais a triamcinolona e o hexacetonido de triamcinolona. Juntamente com o corticosteróide pode ser adicionado um analgésico, como a lidocaína ou a marcaína. As infiltrações intraarticulares não devem ser efectuadas em doentes com infecção local ou sistémica. Infiltração intra-articular guiada por fluoroscopia A fluoroscopia tem sido menos usada em Reumatologia não só por envolver radiação ionizante e utilização de contraste radio-opaco intra-articular (que pode desencadear reacções de hipersensibilidade), mas também pelo recurso cada vez maior à ecografia. Não obstante, apresenta vantagens: confirmação de 35 que o produto é injectado na articulação, visualização do padrão de distribuição do contraste e da articulação no seu todo, permitindo confirmar ou excluir diagnósticos que podem passar despercebidos na ecografia. Infiltração intra-articular guiada por ecografia A ecografia tem substituído a fluoroscopia como guia imagiológico para infiltrações intra-articulares. Como a fluoroscopia, permite a observação da estrutura anatómica e a confirmação da introdução do produto no espaço intra-articular. Viscossuplementação A viscossuplementação é uma infiltração intra-articular, habitualmente do joelho, em que a substância infiltrada é um derivado do ácido hialurónico. Apesar de os estudos existentes referirem melhoria sintomática em doentes com gonartrose, poderá também ser aplicada em outras articulações (como o ombro ou a anca), mediante orientação ecográfica ou fluoroscópica. Não deve ser considerada se existirem processos inflamatórios articulares activos ou evidência de infecção local ou sistémica. Sinoviortese/sinovectomia com radioisótopos e ácido ósmico A sinovectomia com radioisótopos consiste na injecção intra-articular de radioisótopos (Érbio-169 nas pequenas articulações, Ítrio-90 no joelho, Rénio-186 e Fósforo-32 nas restantes articulações) em forma coloidal, emitindo uma dose média de radiação de 70 a 100 Gy. Esta técnica tem demonstrado bons resultados em articulações com processos inflamatórios refractários à terapêutica farmacológica, sendo pouco utilizada em Reumatologia devido às desvantagens da radiação ionizante, necessidade de marcação electiva, material utilizado e custo elevado por procedimento (devido ao radioisótopo). As recomendações apontam para o seu uso em população mais idosa devido à radiação ionizante, evitando o risco de neoplasias e de irradiação de mulheres em idade fértil e homens que desejem procriar. Não obstante, tem sido utilizada em crianças, em destaque para os casos de discrasias hemorrágicas em que a cirurgia é um risco major. A sinovectomia com ácido ósmico tem a vantagem de ser pouco dispendiosa, livre de radiação (podendo ser assim administrada a todos os grupos etários), sendo utilizada em casos de artrite refractária a corticosteróides intra-articulares. Artróclise 36 Técnicas em Reumatologia A artróclise, também designada por lavagem articular, é uma técnica que consiste na colocação de uma via para entrada de soro fisiológico e outra via de saída do líquido articular, permitindo remover detritos celulares, restos cartilagíneos e fibrina. É utilizada em casos de artrite séptica como adjuvante à terapêutica antibiótica, na osteoartrose grave ou em artropatias inflamatórias para alívio sintomático. Necessita de condições de assepsia estritas, sendo uma técnica morosa. Mesoterapia A Mesoterapia é usada no tratamento de patologia periarticular degenerativa ou inflamatória. No último caso, é dado um ênfase preferencial a infiltrações periarticulares pela sua rapidez e acção local mais específica. Não são incomuns reacções locais com eritema e aumento de temperatura, sendo rara a ocorrência de infecções cutâneas. A mesoterapia pode ser aplicada em inúmeras situações clínicas e regiões anatómicas, sendo as mais frequentes a região cervical, dorsal, lombar, sagrada, glútea, o ombro e a região escapular. Conclusão As técnicas tornaram-se uma parte integrante do exercício da Reumatologia, quer em contexto clínico, quer em contexto de investigação. A sua execução diferencia o Reumatologista de outras especialidades e proporciona uma mais-valia ao doente reumático. A aprendizagem de técnicas faz parte do currículo da formação específica em Reumatologia e o seu uso é quotidiano na prática clínica. n 37 A Sociedade Portuguesa de Reumatologia A Sociedade Portuguesa de Reumatologia, fundada a 6 de Janeiro de 1972, apresenta uma estrutura institucional composta por três Orgãos Sociais: Assembleia Geral, Direcção e Conselho Fiscal. Luís Maurício A Assembleia Geral é composta por todos os Sócios da Sociedade na plenitude dos seus direitos, apresentando uma Mesa composta por um Presidente e dois Secretários, que são os responsáveis pelo seu normal funcionamento. As competências da Assembleia Geral estão definidas no Estatuto da SPR mas, de uma forma sintética, poder-se-á dizer que cabe à Assembleia Geral apreciar e votar os Relatórios e Planos de Actividades, os Relatórios de Contas e o Orçamento, a cada ano, apresentados pela Direcção. Para além disso, é na Assembleia Geral que se faz a admissão de novos sócios e se debatem, de uma forma geral, todos os assuntos de interesse para a Sociedade. A Assembleia Geral reúne, de forma ordinária, pelo menos uma vez em cada ano. Reúne de forma extraordinária sempre que convocada pelo seu Presidente, pela Direcção ou por dez sócios na plenitude dos seus direitos, com uma Agenda prédefinida. A Direcção é o orgão executivo, responsável pela definição estratégica e pela gestão operacional da Sociedade. É composta por dez membros a que se associa o Presidente Eleito. Constituem a Direcção o seu Presidente, dois Vice Presidentes, Secretário Geral, Secretário Geral Adjunto, Tesoureiro, Vogais – quatro, um por Região - para as Regiões Norte, Centro, Sul e Ilhas. O futuro Presidente da Sociedade – Presidente Eleito – acompanha o trabalho da Direcção nos dois anos anteriores à sua entrada em funções como Presidente, fazendo parte integrante da Direcção. O Secretário Geral Adjunto, é, por definição estatutária, o Editor Chefe da Acta Reumatológica Portuguesa. O Tesoureiro faz toda a gestão financeira da Sociedade e o Secretário Geral é responsável pela gestão do património e pela operacionalização das questões relacionadas com a gestão corrente da Sociedade. Cada um dos Vogais é o porta-voz das questões relacionadas com o desenvolvimento da Reumatologia nas suas Regiões. Cada Direcção tem um Coordenador Científico que é escolhido pelo Presidente. O Presidente da Direcção é o responsável pelas linhas de actuação da Sociedade durante o seu mandato, definidas no seu Programa de Candidatura apresentada aos Sócios, aquando da sua eleição, cabendo-lhe a coordenação geral de todas as actividades e a representação institucional da Sociedade perante terceiros. No 38 A Sociedade Portuguesa de Reumatologia início de cada mandato, o Presidente efectua a distribuição dos diferentes pelouros pelos membros da Direcção, para além daquilo que estatutáriamente se encontra definido, conferindo-lhes, dessa forma, especiais responsabilidades na gestão de áreas específicas. São exemplo dessas tarefas, a gestão das Bolsas, Prémios e Fundo de Investigação; relacionamento com o Provedor e Representante dos Internos; Editor do Boletim Informativo e da “Ligações”; responsável pelo Site; responsável pela coordenação dos Grupos de Trabalho; elemento de ligação à EULAR, entre muitas outras tarefas. A Direcção reúne, pelo menos, uma vez em cada mês. O Conselho Fiscal é composto por um Presidente, um Relator e um Secretário. É responsável pelo acompanhamento da execução financeira da Sociedade, podendo a cada momento consultar as Contas. É obrigatório, em cada ano, um Parecer do Conselho Fiscal sobre o Relatório de Contas, apresentado pela Direcção à Assembleia Geral, condição indispensável para a sua aprovação. Os Orgãos Sociais da Sociedade Portuguesa de Reumatologia – Assembleia Geral, Direcção e Conselho Fiscal – são eleitos por um mandato de dois anos, mediante um Programa de Candidatura onde são apresentadas as linhas gerais de actuação e os projectos a desenvolver pelo Presidente e a equipa que o acompanha na Direcção. De forma concomitante faz-se a eleição do Presidente-Eleito, que acompanhará os trabalhos da Direcção durante dois anos, findos os quais assumirá as suas funções. As eleições decorrem em Assembleia Geral, no fim de semana que contém ou imediatamente antecede ou sucede ao 5 de Outubro, no decorrer das Jornadas de Outono da Sociedade. O voto pode ser presencial – no decorrer dessa Assembleia Geral – ou efectuado por correspondência, mediante os trâmites Estatutários e sob a coordenação do Presidente da Mesa da Assembleia Geral, a quem compete a organização do acto eleitoral. n 39 Provedor e Representante dos Internos A s figuras de Provedor e Representante dos Internos foram recentemente criadas pela SPR. Pretendia assim a SPR dar mais atenção aos internos, à sua formação e à sua integração na SPR e nas suas actividades. J. Canas da Silva Sofia Ramiro Foi em 2009 que começámos este projecto. O Dr. José Canas da Silva foi convidado, pela Direcção da SPR, para o cargo de Provedor dos Internos. A Dra. Sofia Ramiro foi eleita, por internos, a Representante dos Internos de Reumatologia. E foi assim que iniciámos este desafio. Um desafio, pois eram cargos que não existiam previamente, não se sabia ao certo o que era esperado de nós, e fomos construindo este percurso, numa tentativa de dinamizar o grupo de internos, de estimular o contacto entre os internos, a troca de ideias, e também numa tentativa de optimizar a sua formação. Em Junho de 2009 foi realizado o 1º Encontro de Internos, que teve um período de formação (Curso sobre Exame Objectivo em Reumatologia), mas também momentos de convívio e outros de discussão e de reflexão sobre o que se pretendia para o grupo de internos e o que se esperava do Representante e do Provedor dos Internos. Foram as ideias discutidas nessa reunião que orientaram um pouco o nosso mandato. Uma das prioridades dos internos era apostar-se na formação, através da organização de reuniões/cursos, sobre variados temas. Desde então foram organizadas as seguintes reuniões: 1. Novembro de 2009: Artrite Inicial 2.Março de 2010: Gravidez e doenças reumáticas 3.Maio de 2010: Imagiologia em reumatologia 4.Dezembro de 2010: Manifestações cutâneas de doenças reumáticas 5.Janeiro de 2011: Reumatologia Pediátrica 6.Fevereiro de 2011: Técnicas em reumatologia 7.Setembro de 2011: Terapêutica com DMARDs de síntese e biológicos em situações clínicas particulares 8.Outubro de 2011: 1º Curso de Ecografia da Escola de Ecografia da SPR (para internos) 9.Março de 2012: Reumatismos extra-articulares 40 Provedor e Representante dos Internos Este mandato deu-nos aos dois um enorme prazer. Tentámos responder às solicitações dos internos, estar próximos dos mesmos e sobretudo criar um grupo com interacção fácil. Criámos uma mailing list de internos, pastas de ficheiros partilhadas online, entre outros. Conseguimos, por exemplo, juntamente com a SPR, que passasse a haver um patrocinador do curso EULAR online para os internos que nele desejassem participar, iniciativa que é este ano repetida pela 3ª vez. Intervimos também, junto do Colégio de Reumatologia da Ordem dos Médicos e posteriormente junto de administrações, direcções clínicas e de internatos médicos, no sentido de se conseguir uma uniformização, entre os diferentes centros, do trabalho prestado pelos internos de reumatologia no Serviço de Urgência. Estas tentativas não foram bem acolhidas pelas administrações hospitalares, e dada a conjuntura económica e política do país, decidimos não insistir. Este será um assunto a ser, possivelmente, retomado mais tarde. O Programa de Formação de Reumatologia foi actualizado, pelo Colégio de Reumatologia da OM em 2008 e posteriormente aprovado pelo Conselho Nacional Executivo. No entanto, a sua publicação foi um processo complexo e moroso. Tentámos, junto de quem de direito, exercer pressão para que o mesmo fosse publicado e entrasse em vigor o quanto antes e é com satisfação que vemos que, em Agosto de 2012, o novo Programa de Formação de Reumatologia é finalmente publicado em Diário da República. Estes são alguns exemplos do que nos manteve ocupados durante este mandato como Provedor e Representante dos Internos. Esperamos ter deixado uma semente que possa vir a dar frutos durante os próximos anos. Ficou certamente muito por fazer e estamos certos de que os próximos Provedor e Representante de Internos muitos desafios terão em mãos e provavelmente muito mais conseguirão alcançar. É com muito prazer que contribuímos para a dinamização destes cargos de Provedor e Representante dos Internos, que desde já agradecemos à SPR ter criado. n 41 Inscrição na Sociedade Portuguesa de Reumatologia A Sofia Ramiro Pedro Machado inscrição na Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) é feita através da apresentação da “Proposta de Admissão de Sócio” (Anexo 7) em Assembleia Geral da SPR. O futuro sócio preenche o formulário, que deve ser assinado por dois proponentes – Sócios da SPR (qualquer sócio titular pode ser proponente). O formulário contempla essencialmente contactos do interno. Deve ser solicitada a admissão como membro associado (só os especialistas podem ser membros titulares). A proposta é levada à Assembleia Geral, idealmente a primeira que ocorra após o início do internato complementar. Habitualmente decorrem 2 Assembleias Gerais por ano, pelo que na primeira metade do 1º ano deverá ser possível ter este processo concluído. A data concreta da Assembleia Geral pode ser conhecida através do(a) Representante dos Internos. É desejável que seja o próprio interno a estar presente na Assembleia Geral e apresentar a sua proposta a sócio. Só em casos excepcionais é que o interno se deve fazer representar. Após se tornar membro associado da SPR, o interno tem acesso a todas as publicações da SPR (envio de e-mails, Acta Reumatológica Portuguesa, Ligações, Boletim Informativo, etc), assim como acesso gratuito às reuniões organizadas pela SPR (Congresso Português de Reumatologia, entre outras). A quota da SPR é paga anualmente e tem actualmente o valor de €50. n 42 Inscrição na Sociedade Portuguesa de Reumatologia 43 Acta Reumatológica Portuguesa A Lúcia Costa Acta Reumatológica Portuguesa (ARP) é o órgão científico oficial da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR). Iniciou a sua publicação em 1973 tendo tido uma interrupção de 2 anos, razão porque o volume deste ano é o número 37 e não o 39. Ao longo dos anos a ARP veio a afirmar-se como a revista selecionada por muitos autores nacionais e estrangeiros para publicação dos seus trabalhos. O rigor que se foi impondo, com o esforço dos vários editores, com revisão por pares, com publicação de artigos em língua inglesa, ou obrigatoriamente com resumo e título em inglês, levou em 2006 à indexação da revista à Pubmed/ Medline e mais tarde ao Science Citation Index (SCI). A ARP foi a primeira revista de reumatologia ibero-americana a ser indexada. Uma linha editorial cuidada, com seleção criteriosa dos artigos a publicar, fez com que, em 2010, a Acta Reumatológica Nacional fosse a primeira revista médica nacional a ter um Fator de Impacto (FI) atribuído1. Em 2011, embora o nosso FI tenha diminuído de 0.726 para 0.451, continuamos, por exemplo, acima da revista alemã de reumatologia. Atualmente há mais duas revistas nacionais com FI atribuído, mas a ARP é a que tem FI mais elevado. Esta descida do FI era esperada, porque em 2009 publicámos mais um número da ARP, o que, se por um lado mostra o interesse crescente dos autores em publicar na Acta, por outro lado faz diminuir o número de citações por artigo publicado 1. Desde o início de 2012, a ARP está disponível online (http://arp.spreumatologia. pt), com um arquivo com todos os números publicados desde 1973. Também desde essa altura a submissão dos artigos é feita exclusivamente através desse endereço eletrónico, evitando a possível perda de e-mails. O objetivo atual, além de garantir a normal periodicidade da Acta Reumatológica Portuguesa (4 números por ano) é aumentar o nível de exigência na seleção dos artigos, incentivando a publicação de artigos originais e diminuindo o número de casos clínicos, publicando apenas casos raros ou com elevada dificuldade diagnóstica ou de manuseamento, para podermos aumentar o nosso Fator de Impacto, uma vez que publicar em revistas com alto FI é uma necessidade curricular académica. n 1 - Fonseca JE, Santos MJ, Silva JA et al. Acta Reumatológica Portuguesa: atribuição de Fator de Impacto em junho de 2010. Acta Reumatol Port 2010; 35: 129-130 44 Acta Reumatológica Portuguesa 45 EpiReumaPt – Estudo Epidemiológico das Doenças Reumáticas em Portugal A Jaime C. Branco s Doenças Reumáticas (DR) são o grupo de patologia humana mais frequente. Por isso e dada a sua natureza crónica e incapacitante são motivo de avultado consumo de cuidados de saúde, primários e hospitalares, e elevados gastos de recursos sociais. Os poucos estudos nacionais de carácter epidemiológico que existem baseiam-se em amostras regionais e/ou apenas visam uma doença especifica. O conhecimento correcto da prevalência nacional e regional das DR no seu conjunto e das principais DR em particular é portanto uma necessidade científica, académica, social, médica e económica – portanto politica. Esta era já, desde há décadas, a perspectiva dos diversos e sucessivos responsáveis pela Reumatologia portuguesa, mas a necessidade de redigir (2002-2004) e aplicar (2004-2014) o Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas (PNCDR) tornou esta carência mais aparente e indispensável. Por isso 4 dos 5 objectivos específicos do PNCDR visam colmatar esta falta. Assim e reunidos que foram os recursos humanos, científicos, materiais, e financeiros essenciais e os apoios fundamentais, a SPR em associação com a DGS, Faculdade de Ciências Médicas da UNL e Universidade Católica Portuguesa (UCP) avançaram para a realização do EpiReumaPt. Trata-se de um estudo epidemiológico de base populacional, observacional, transversal que visa contribuir para a execução do Plano Nacional de Saúde, através do cumprimento do PNCDR, quer na promoção da saúde das populações, nomeadamente no grupo especifico e volumoso dos doentes reumáticos, quer na obtenção de ganhos em saúde e programação de novas politicas de saúde. Para isso o EpiReumaPt apresenta os seguintes objectivos: determinar a prevalência das doenças reumáticas no seu conjunto e individualmente (nomeadamente das doenças visadas no PNCDR), obter dados sobre qualidade de vida, capacidade funcional, capacidade laboral e utilização de cuidados de saúde (em doentes reumáticos e não doentes reumáticos), identificar factores de risco sócio-demograficos e clínicos, criar coortes para seguimento prospectivo futuro e colher sangue para armazenar em biobanco. No EpiReumaPt serão incluídos 10.000 portugueses de ambos os sexos, com mais de 18 anos, não institucionalizados que habitem casas privadas quer no Continente quer nas RA dos Açores e Madeira. 46 EpiReumaPt – Estudo Epidemiológico das Doenças Reumáticas em Portugal O estudo iniciou-se em Setembro de 2011 e deve estender-se até finais de 2013. O recrutamento e primeira entrevista são realizados por entrevistadores não médicos do CESOP da UCP. Os indivíduos seleccionados desta primeira entrevista – todos os que tiverem sintomas ou doenças reumáticas e 20% dos que forem reumatológicamente saudáveis – são convidados para uma consulta em Centro de Saúde da sua área/concelho de residência. Estas consultas são apoiadas por uma Unidade Móvel especificamente concebida e equipada, onde se realizam, com o auxílio de enfermeira e técnica de radiologia, DEXA do punho, RX vários e colheitas sanguíneas. Resultados interinos do EpiReumaPt já originaram vários trabalhos apresentados como comunicações orais e posters quer no XVI Congresso Português de Reumatologia, Vilamoura, 1-5/05/2012, quer em outras reuniões científicas nacionais e internacionais. O EpiReumaPt é um dos instrumentos estratégicos da SPR tendo em vista, além dos óbvios e muito largos aspectos estruturantes e científicos, o planeamento objectivo e concreto da assistência Reumatológica no nosso País. n 47 Reuma.Pt A Augusto Faustino quilo que hoje designamos por Reuma.Pt, versão web do Registo Nacional de Doentes Reumáticos (RNDR) da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), tem a sua origem na necessidade sentida pela Direcção da SPR no biénio 2006-2008 de promover um registo de dados associados à utilização das terapêuticas biotecnológicas em Reumatologia, em especial na área da Artrite Reumatóide. Numa altura em que a sua utilização se generalizava, e em que a SPR tinha assegurado a publicação de regras para uma boa prática clínica nesta área (Consensos para a utilização de terapêutica biológica na artrite reumatóide) (ARP, 2003 e 2005), tornava-se fundamental iniciar a recolha de dados clínicos da sua utilização prática. Cria-se assim, o BioRePortAR (Registo de Doentes com Artrite Reumatóide a efectuar Terapêutica Biotecnológica), desenvolvido numa parceria técnica com o Instituto de Medicina Preventiva (IMP) da Faculdade de Medicina de Lisboa, o qual tem a sua apresentação pública em 12 de Fevereiro de 2008. Este conceito inicial (simples bases de dados de doentes) evoluiu rapidamente para um programa informático de registo de dados em ambiente de processo clínico electrónico (com registo de dados clínicos de doentes, conceptualmente e na prática em tempo real de consulta médica), alargando-se a sua cobertura a doentes com outras patologias (Espondilite Anquilosante, Artrite Idiopática Juvenil e Artrite Psoriática) a fazerem (BioRePortEA, BioRePortAIJ, BioReportAP) ou não (RegistAR, RegistEA, RegistAIJ e RegistAP) terapêuticas biotecnológicas. Mais recentemente foram criados registos específicos para o Lupus Eritematoso Sistémico e Artrites Iniciais, sendo também possível passar a registar o uso destes fármacos em situações clínicas para lá destas indicações. A introdução dos primeiros dados efectuou-se em Junho de 2008, e desde então tem crescido de forma exponencial, atingindo hoje cerca de 5000 doentes, mais de 1500 sob terapêuticas biológicas. As diferentes plataformas informáticas para cada uma das realidades indicadas foram unificadas sob a designação Registo Nacional de Doentes Reumáticos da SPR, e foi generalizada a sua utilização na maioria dos Serviços e Unidades de Reumatologia a nível hospitalar (através da distribuição a todos eles de um computador pessoal com programa informático) e em alguns Centros de Reumatologia privados. Foi criada uma Comissão Coordenadora do RNDR, englobando representantes de todos os centros e possuindo um núcleo técnico central composto por um Coordenador Nacional, um Coordenador Executivo e um Coordenador Científico, trabalhando diariamente em articulação com uma estrutura informática, autonomizada após a conclusão da parceria com 48 Reuma.Pt o IMP. Os objectivos desta Comissão Coordenadora são promover a implementação nacional do RNDR da SPR e regulamentar o acesso, utilização e divulgação de dados obtidos através deste registo, sendo criado um “Regulamento de acesso, utilização e divulgação de dados do Registo Nacional de Doentes Reumáticos (RNDR) da SPR” e disponibilizado auxílio para introdução de dados, regulados por “Regras de Acesso a Compensação Financeira para inserção de dados no Registo Nacional de Doentes Reumáticos (RNDR) da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR)”. Em cerca de 2 anos (2008-2010) o volume de dados inseridos cresceu de forma exponencial, permitindo o acumular de informação que passou a ser alvo de um “Relatório de Execução da Comissão Coordenadora do RNDR da SPR”, publicado semestralmente e distribuído a todos os reumatologistas, patrocinadores e entidades oficiais envolvidas nesta temática. Passou a ser editada uma “Newsletter” de forma regular (acompanhando a publicação da Newsletter da Direcção da SPR “Ligações”), contendo informações sobre boas práticas na introdução de dados no RNDR, promovendo a melhoria da qualidade das informações disponibilizadas pelo Registo. O RNDR passou a ser reconhecido por todos os Reumatologistas como um instrumento fundamental na sua prática clínica diária, sobretudo no âmbito da utilização dos fármacos biológicos, mas rapidamente também as entidades oficiais perceberam as suas enormes potencialidades quanto a garantir a utilização adequada destes fármacos, em termos de rigor nos critérios de introdução e de manutenção em tratamento e de monitorização de segurança da sua utilização. Neste sentido a SPR trabalha há muito com a DGS no sentido da criação de uma plataforma que exija o registo mínimo de dados dos doentes a quem é prescrita terapêutica biológica, como condição indispensável para a sua dispensa hospitalar. A exigência num mais rápido e efectivo acesso a formas de registo de dados e à sua partilha, entre os reumatologistas e a SPR, mas também entre esta e outras instituições, levaram à evolução do conceito do RNDR alojado estaticamente num computador pessoal para uma versão web, permitindo em tempo real que qualquer reumatologista possa aceder (de forma codificada) a uma plataforma electrónica, onde encontrará todos os instrumentos para registo dos seus doentes neste contexto. Esta versão web, o Reuma.Pt, está já disponível para todos os reumatologistas, e é a base de um Protocolo de Cooperação estabelecido entre a DGS, a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e a SPR, conducente à implementação de um registo electrónico obrigatório, que garanta “o cumprimento dos requisitos instituídos e a adequação da prática médica relativamente às Normas Clínicas, emitidas pela Direcção-Geral da Saúde” para prescrição de agentes biotecnológicos. O Reuma.Pt será assim o corolário de um sonho recente (menos de 6 anos) mas de árdua concretização que no final permitirá atingir aqueles que foram desde o início definidos como os seus fundamentais desideratos: 1) aumentar a qualidade clínica dos cuidados de saúde no âmbito da Reumatologia; 2) promover o conhecimento exacto sobre a prática da Reumatologia em Portugal promovendo estudos epidemiológicos e clínicos de impacto nacional e internacional; 3) colaborar com as autoridades de saúde no sentido de 49 garantir a mais efectiva e adequada utilização das terapêuticas disponíveis em Reumatologia. Os dados nacionais acumulados (totalmente anonimizados e representando de forma homogeneizada a realidade nacional, sem identificação dos Serviços de origem) são pertença de todos os reumatologistas e internos que colaborem neste projecto, assumindo-se como uma fonte estimulante de ideias de potenciais projectos de trabalho de investigação, para cuja concretização bastará a elaboração de uma proposta de acesso aos dados implicados no projecto, submetida à Comissão Coordenadora do Reuma.pt, segundo formulário próprio. O Reuma.Pt constitui assim um instrumento fundamental para todos os reumatologistas, contribuindo de forma decisiva na melhoria da qualidade e padronização da sua prática clínica diária, mas representa sobretudo uma oportunidade única para os internos, pelas suas potencialidades formativas e promotoras de investigação clínica, devendo ser encarado por estes como um estímulo, uma prioridade e uma exigência de envolvimento e participação durante o seu trajecto de formação e aprendizagem pré-graduada da especialidade. n 50 Reuma.Pt 51 O Website da Sociedade Portuguesa de Reumatologia O José Romeu Site da SPR (www.spreumatologia.pt) é, a par das suas publicações escritas, Ligações e Boletim Informativo, a forma mais importante de informação da actividade da SPR, constituindo igualmente um meio para sua projecção junto de outras especialidades, dos organismos e das autoridades de saúde, e do público em geral. Destacando sempre as principais actividades da SPR, nomeadamente as suas reuniões científicas, como o seu Congresso ou o seu Simpósio Nacionais, as suas Jornadas e os seus diferentes Fóruns e Cursos, assim como as suas Bolsas de Investigação e Formação Reumatológicas, o site faz também suas as notícias referentes a outras actividades, quer da SPR, quer de outros de outras instituições científicas e assistências, incluindo, sempre que solicitado, a das Unidades e dos Serviços de Reumatologia. Da mesma forma, tanto na sua Agenda como no espaço reservado a Eventos, poder-se-á também encontrar a referência aos principais acontecimentos nacionais e internacionais da reumatologia. A Acta Reumatológica, revista científica da SPR, assim como os projectos da SPR com sites específicos (Reuma.pt e Epireuma.pt), ocupam igualmente ocupam espaços de destaque no site, com ligação aos mesmos. Da mesma forma, as recomendações (Guidelines) da SPR merecem particularmente atenção, com o seu anúncio e acesso às mesmas sempre que surgem novas recomendações ou suas actualizações. Destaque-se ainda a Biblioteca, que, para além de aceder aos principais motores de busca de publicações científicas, permite que os sócios, após registo, tenham acesso às principais revistas de reumatologia e de medicina interna, podendo solicitar pesquisas ou artigos dessas revistas. Para além de todos os números da Acta Reumatológica publicados desde 1973, disponíveis no site da Acta, também todos os números do Ligações e do Boletim Informativo estão disponíveis no site da SPR. O site permite também o acesso aos artigos publicados por reumatologistas nacionais em outras revistas, assim como a outras obras científicas também da responsabilidade de reumatologistas portugueses. Ainda no site pode-se encontrar informações sobre a SPR, designadamente a sua história, os seus objectivos, os seus orgãos sociais e os seus grupos de trabalho, sobre a Rede de Referênciação Hospitalar de Reumatologia e o Programa Nacional 52 O Website da Sociedade Portuguesa de Reumatologia Contra as Doenças Reumáticas, assim como ter acesso aos sites específicos de entidades ou organizações de que a SPR é parceira, tal como o do Observatório Nacional das Doenças Reumáticas (ONDOR) e o da Década do Osso e da Articulação. Os mais importantes regulamentos da SPR, nomeadamente os referentes às candidaturas às diversas Bolsas da SPR e ao seu patrocínio científico a edições ou eventos científicos, podem igualmente ser consultados no site. Finalmente, registe-se que informações gerais sobre as principais doenças reumáticas também estão também disponíveis para o público em geral e a potencialidade de uma Slidoteca com imagens disponibilizadas pelos reumatologistas. n 53 Colégio de Reumatologia da Ordem dos Médicos A Maria João Salvador Ordem dos Médicos foi criada em 24 de Novembro de 1938, tendo como objectivo o estudo e defesa dos interesses profissionais. Após várias alterações (1956, 1968, 1969) os seus estatutos assumem a actual forma em 1974. Aí o governo reconhece à OM a competência para actuar como entidade disciplinadora do exercício da profissão médica. Estes Estatutos abrangem todos os médicos no exercício da sua profissão, exigem que a Ordem dos Médicos exerça a sua actividade com total independência em relação ao Estado, formações políticas ou outras organizações e pugna pela ideia de que a defesa dos legítimos interesses dos médicos passe, em primeiro lugar, pelo exercício de uma medicina humanizada, que respeite o direito à saúde de todos os cidadãos, nele se consagrando ainda o princípio da criação de um Serviço Nacional de Saúde, no qual os médicos terão necessariamente papel preponderante e fundamental. É a Ordem dos Médicos que valida e garante a certificação dos médicos, a qualidade da sua prática clínica, bem como a sua formação e avaliação contínua. Ela deve defender a ética, a deontologia e a qualificação profissional médicas, a fim de assegurar e fazer respeitar o direito dos utentes a uma medicina qualificada. Deve também dar parecer sobre todos os assuntos relacionados com o ensino, com o exercício da medicina e com a organização dos serviços que se ocupem da saúde, sempre que julgue conveniente fazê-lo, junto das entidades oficiais competentes ou quando por estas for consultada. De entre os vários órgãos de competência genérica da Ordem dos Médicos, fazem parte os Colégios de Especialidade, que são órgãos consultivos de competência específica. O Colégio de Reumatologia foi criado em 1978, após o reconhecimento da Especialidade. O Colégio é formado por todos os médicos inscritos nele, que elegem por meio de voto a Direcção do Colégio. Esta é formada por 10 elementos, onde devem constar pelo menos dois elementos de cada secção regional (Zona Norte, Centro e Sul, sendo que as Ilhas estão integradas na zona Sul).Um destes elementos será o representante do Colégio na UEMS. Cabe ao Colégio elaborar e propor ao Conselho Nacional Executivo os programas curriculares, certificar a Idoneidade dos Serviços para a formação de Internos de Especialidade, dar parecer sobre assuntos técnicos e científicos que lhe sejam solicitados, entre outros. n 54 Colégio de Reumatologia da Ordem dos Médicos 55 Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e Associações de Doentes Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas Diana Gonçalves A Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas foi criada em 1972, tratando-se de uma instituição de carácter médico-social, sem fins lucrativos, que apoia social e economicamente a luta contra o Reumatismo em Portugal. Nesta Liga, além da presidência ser dirigida por um Reumatologista, existem outros Reumatologistas a participarem de forma activa nos órgãos sociais. Os seus principais objectivos são ajudar os doentes reumáticos contribuindo para a sua integração na sociedade; aconselhar os doentes e os seus familiares; efectuar campanhas de prevenção; colaborar com outras organizações internacionais e contribuir para a criação e manutenção de centros especializados de diagnóstico, tratamento e recuperação do doente reumático. Encorajar e contribuir para a pesquisa científica, assim como desenvolver acções de formação para técnicos de saúde que lidam com este grupo de doenças, são outros objectivos desta instituição. Para obter mais informação podemos consultar o site da Liga - www.lpcdr.org.pt. Associações de Doentes Existem várias Associações de Doentes do Foro Reumático em Portugal, criadas com o objectivo primordial de prestar apoio médico, social e educacional aos doentes reumáticos e seus familiares. São associações sem fins lucrativos, que integram não só os doentes e seus familiares como também todos os indivíduos interessados nestas patologias. No que diz respeito ao apoio médico, mais especificamente apoio por Reumatologistas, este varia entre as diversas Associações. Algumas Associações de Doentes têm um papel bastante activo por parte de Reumatologistas os quais fazem parte da presidência da direcção e do conselho científico; elaboram guias informativos, acções de formação e informação; esclarecem dúvidas colocadas às associações; entre outras. Outras Associações têm apoio na realização de consultas, na colaboração para elaboração de livros ou, em alguns casos, têm apenas alguns reumatologistas como referência aos quais recorrem para esclarecimento de dúvidas ou prestação de cuidados a determinado doente. Entre os associados há alguns pertencentes a várias áreas da saúde que dão o seu contributo através de quotas. 56 Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e Associações de Doentes Os objectivos destas associações são: promover a organização de encontros entre doentes onde estes possam expressar as suas dificuldades e dúvidas em relação à sua doença; a realização de programas e acções de informação; a promoção de edições sobre a doença e a colaboração com outros serviços nacionais ou estrangeiros para a troca de informações. Estas associações colaboram, também, com todos os profissionais de saúde promovendo a assistência e a investigação médica. n Associações de Doentes existentes em Portugal: - Associação de Doentes com Artrites e outros Reumatismos da Infância – ANDAI (www.andai.org.pt) - Associação de Doentes com Artrite Reumatóide – ANDAR (www.andar-reuma.pt) - Associação de Doentes com Espondilite Anquilosante – ANEA (www.anea.org.pt) - Associação Nacional contra a Osteoporose – APOROS (www.aporos.pt) - Associação de Doentes com Lúpus (www.lupus.pt) - Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndroma de Fadiga Crónica – Myos (www.myos.pt) - Associação Portuguesa de Doentes com Fibromialgia – APDF (www.apdf.com.pt) 57 Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas O Jaime C. Branco Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas {PNCDR) foi elaborado e redigido por oito reumatologistas sob a coordenação científica do Prof. Mário Viana Queiróz {MVQ) e executiva do Dr. Alexandre Diniz, da DGS. Os trabalhos desta Comissão iniciaram-se em 2002, a redacção do PNCDR ficou concluída no início de 2004 e, após um período de discussão pública, foi aprovado por Despacho Ministerial de 26 de Março de 2004. O PNCDR foi um dos contributos do Ministério da Saúde para a “Década do Osso e da Articulação - 2000-2010” e reflecte a preocupação das Autoridades nestas doenças, que são o grupo de patologia humana mais frequente e implicam um forte impacto negativo na qualidade de vida das pessoas, constituindo, por isso, um considerável problema social e económico e, tendo em conta a sua tendência crescente, esta já importante questão de saúde pública agravar-se-à no futuro próximo. O PNCDR é um instrumento que tem como objectivo a inversão da tendência de aumento da perda de funcionalidade causada pelas Doenças Reumáticas. Para isso, propõe um maior investimento na prevenção (primária, secundária e terciária) através de uma maior congregação de esforços de todos os Serviços e níveis de prestação de cuidados de saúde. Como resultado, dever-se-ão obter ganhos de saúde mensuráveis na área da reumatologia. O PNCDR aplica-se através da implementação de estratégias de intervenção (n=11 ), de formação (n=8), de colheita e análises informação (n=2) e da criação de variados instrumentos de suporte. O Programa tem como interlocutor científico permanente a SPR e recorre, sempre que necessário, a outras sociedades científicas, ordens profissionais e associações de doentes. O acompanhamento e avaliação anual do Programa será efectuado, a nível regional, pelas ARS’s e, a nível nacional, por uma Comissão Nacional na dependência do Director-Geral de Saúde. Esta Comissão foi coordenada por MVQ (Despacho do Ministro da Saúde de 09/06/2004) e depois por mim próprio (Despacho do Alto Comissário da Saúde de 10/10/2006 e posteriormente do Ministro da Saúde de 16/05/2008) Durante estes 8 anos de vigência do PNCDR já muito de objectivo foi feito (p. ex. novas Unidades/Serviços hospitalares de reumatologia, publicações, acções de formação, pareceres, circulares informativas e normas da DGS) mas tem sido sobretudo o trabalho “invisível” (p. ex. aquisição e aumento do respeito e influência 58 Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas perto das autoridades, capacidade de antecipar e prevenir problemas, estatuto de igualdade com outros Programas de áreas tradicionalmente “mais importantes”, proximidade com as fontes de informação e os órgãos de decisão) que mais se tem desenvolvido. Este é o tipo de esforço que é muito laborioso, demasiado exigente, por vezes até bastante complicado e que está sempre incompleto. De resto o PNCDR é um instrumento dinâmico e como tal nunca estará concluído. É por isso que não poderá ter sucesso apenas com o engenho e a arte do seu coordenador, qualquer que ele seja, ou mesmo de toda a Comissão Coordenadora. Todos os muitos actores deste Programa são então necessários para que ele prossiga e progrida. Mas é absolutamente fundamental que os reumatologistas, os de hoje e sobretudo os de amanhã (actuais internos), juntamente com os doentes reumáticos, os mais interessados no cumprimento desta agenda programática, nele se revejam e empenhem. Este PNCDR tem a vigência de 10 anos, pelo que em 2014 terá de ser renovado e actualizado tendo em conta as novas realidades nacionais e da especialidade de Reumatologia, incluindo os resultados do EpiReumaPt, futuro instrumento de apoio fundamental para a decisão política sobre Saúde em Reumatologia. n 59 A EULAR – European League Against Rheumatism F José António Pereira da Silva undada em 1947, a EULAR (www.eular.org) experimentou um notável surto de desenvolvimento desde o início do século XXI que lhe permitiu elevar a Reumatologia Europeia aos mais altos níveis de performance e qualidade, numa escala global. O trabalho científico da EULAR está estruturado em torno de “Standing Committees”, cujo “Chairman” tem assento no Conselho Executivo da EULAR. Cada sociedade representante de um país (por exemplo, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia) tem o direito (e o dever) de indicar um representante para cada um destes comités, assim se assegurando a representação nacional e a oportunidade de que os interessados possam contribuir para este projecto europeu, beneficiar dele e disseminá-lo nos respectivos países. As designações dos Comités actualmente existentes dão uma boa ideia da variedade de actividades que merecem a atenção e apoio da EULAR. São eles: • Standing Committe for Education and Training • Standing Committee on Investigative Rheumatology • Standing Committee for Clinical Affairs • Standing Committee on Epidemiology and Health Services Research • Standing Committee on Musculoskeletal Imaging • Standing Committee of Paediatric Rheumatology • PARE Standing Committee (PARE: People with Arthritis and Rheumatis in Europe) • Standing Committee of Health Professionals in Rheumatology A EULAR iniciou e mantém o EMEUNET: Emerging EULAR Network, que se define como “EULAR working group of young clinicians and researchers in rheumatology, promoting education and research, widening collaborations and integrating with EULAR activities.” Algo que deve merecer a especial atenção de um Médico Interno! A EULAR representa e promove a excelência da cooperação europeia na área da Reumatologia, estruturando e financiando uma variedade de iniciativas de índole obrigatoriamente internacional entre as quais entendo merecer destaque: Annals of the Rhrumatoc Diseases: Órgão oficial da EULAR, esta publicação científica mensal é, actualmente, a revista de Reumatologia com maior factor de impacto a nível mundial. Não há desculpa para não ler regularmente! 60 A EULAR – European League Against Rheumatism Congresso Europeu de Reumatologia, reune anualmente mais de 15000 Médicos de todo o mundo. Apresentar posters ou comunicações livres neste congresso continua a ser uma medalha de honra do interno português de Reumatologia. EULAR Recommendations: For management, For conducting/reporting clinical trials; For diagnosstic criteria/response. São documentos de orientação elaborados por comités científicos altamente qualificados e que merecem por isso elevado respeito e atenção da comunidade reumatológica a nível mundial. EULAR Online Course on The Rheumatic Diseases: Um curso valiosíssimo, preparado pelos melhores experts europeus e apresentado numa forma interactiva e muito flexível. Um MUST-DO, na nossa opinião. EULAR Postgraduate Course/ WIN Course. EULAR, está actualmente a estudar se manter a estrutura deste clássico curso ou adopta uma nova: WIN - What is New. Há que acompanhar os desenvolvimentos mas será, em todo caso, um MUST-DO, pelo menos uma vez no internato. Outros EULAR Courses: Têm periodicidade variável mas um nível científico sempre elevado. Os cursos científicos monotemáticos (Ex: EULAR Course on Systemic Lupus Eryrthematosus; EULAR COurse on Clinical Epidemiology), levam a discussão a um nível de profundidade adequado a quem tenha um especial interesse no tópico. Os cursos técnicos variam. O de capilaroscopia, faz uma revisão geral da técnica, desde as indicações à sua realização prática. Os de Ecografia têm níveis diferenciados de formação cuja adequação depende da experiência prévia do candidato. Os cursos introdutórios de ecografia passaram, em boa medida, para a esfera das sociedades nacionais de reumatologia. Bolsas EULAR. A EULAR Oferece anualmente um conjunto de bolsas especialmente vocacionadas para o apoio à formação em países em dificuldades económicas ou formativas. Incluem-se aqui as Travel Bursaries, para assistir ao Congresso Europeu de Reumatologia e aos Cursos da EULAR e as Training Bursaries, que apoiam estágios de 3 a seis meses num centro de referência europeu, baseados num projecto previamente acordado com o centro de acolhimento. A EULAR pode orgulhar-se da sua dinâmica e eficiência no serviço prestado ao avanço da Reumatologia Europeia e à formação profissional avançada dos que escolheram esta especialidade. Vale a pena visitar atentamente o seu website para conhecer o potencial da organização cuja dimensão palidamente aqui reflectimos. Vale a pena voltar lá regularmente para conhecer as novas iniciativas e aproveitar as oportunidades. n 61 Reuniões e Congressos Nacionais A Filipe Araújo reumatologia apresenta-se como área científica emergente e encontra-se em constante transformação e evolução. Uma componente fundamental deste avanço científico consiste na sua eficaz divulgação, de modo a colocar ao serviço dos reumatologistas todos os recursos necessários para manter o estado de arte na sua prática clínica. Para além de publicações periódicas impressas ou em formato digital, os encontros de reumatologia são um local privilegiado para este exercício de actualização. Desde a sua individualização como especialidade, a reumatologia portuguesa tem sido pautada por um apreciável dinamismo no intercâmbio de experiências e conhecimento científico. Reuniões subordinadas a diferentes temas como, por exemplo, artrite reumatóide, espondilartrites ou lúpus, têm presença assídua no calendário dos reumatologistas e internos de reumatologia portugueses. O expoente máximo das reuniões nacionais de Reumatologia é o Congresso Português de Reumatologia (CPR), transversal a todos os reumatologistas portugueses e cada vez mais um ponto de encontro com especialistas de outras nacionalidades. Realizado pela primeira vez em 1974, em Coimbra (e dedicado aos temas Gota Úrica e Termalismo Reumatológico), o CPR tem uma frequência bianual e já percorreu Lisboa, Porto, Vilamoura, Funchal ou Ponta Delgada. É uma montra do que de melhor se faz na reumatologia em Portugal. Decorre entre os meses de Abril e Maio. Desde 2009 que, no ano em que não se realiza o CPR, tem lugar um simpósio intercalar, tendo ocorrido o primeiro no Porto dedicado ao tema Dor no Aparelho Locomotor e o segundo em Aveiro em 2011 dedicado ao tema Artrite e Osso. Decorre também entre os meses de Abril e Maio. O Fórum das Espondilartrites, inicialmente denominado de Fórum da Espondilite Anquilosante e depois Fórum das Espondilartropatias, é um encontro que, desde 2009, se dedica à divulgação dos avanços recentes neste complexo conjunto de patologias e que conta com alguns dos melhores especialistas nacionais nesta área da reumatologia. É anual e decorre geralmente em Fevereiro. Também já tradicional é a Reunião de Outono da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), também conhecida como Jornadas de Outono, uma reunião cujo objectivo é o desenvolvimento de actividades culturais e a promoção do convívio entre reumatologistas e internos. Coincide também com a Abertura do Ano Académico da SPR. Decorre geralmente no fim-de-semana mais próximo de 5 de Outubro. 62 Reuniões e Congressos Nacionais A reumatologia pediátrica tem destaque nas Jornadas Internacionais de Reumatologia Pediátrica, reunião que conta com a presença de especialistas nacionais e internacionais tanto de reumatologia como de pediatria, assim como doentes e pais. Tem frequência bianual e realiza-se em Maio. No que diz respeito a reuniões com início recente, há a referir o Fórum Lúpus (que decorreu pela primeira vez em Março de 2012 em Lisboa) e os Cursos de Ecografia da Escola de Ecografia da SPR (ESPER) com início em 2011 e que conta já com cursos de ecografia básica e intermédia. Para além das reuniões anteriores, muitos dos centros de reumatologia organizam e promovem outros encontros de que são exemplo as Jornadas do Serviço de Reumatologia do Hospital de São João e Faculdade de Medicina do Porto (Maio), as Jornadas Internacionais do Instituto Português de Reumatologia (Dezembro), as Jornadas do Aparelho Locomotor do Centro Hospitalar do Alto Minho (Outubro), as Jornadas de Reumatologia Prática em Cuidados Primários de Saúde do Hospital de Egas Moniz (Setembro) ou o Curso de Reumatologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra (Outubro). Para manter a actualização em relação às reuniões da reumatologia nacional (e internacional) basta consultar a Agenda do sítio da SPR em www.spreumatologia.pt. n 63 Congressos Internacionais Os Dois Principais Congressos Internacionais de Reumatologia Congresso Europeu de Reumatologia (EULAR - European League Against Rheumatism) – anual, habitualmente em Junho. (http://www.eular.org/congress_general.cfm) Sofia Ramiro Pedro Machado Congresso Americano de Reumatologia (ACR - American College of Rheumatology) – anual, habitualmente em Novembro. (http://www.rheumatology.org/education/ annual/index.asp) Outros Congressos Internacionais Congresso Espanhol de Reumatologia (SER - Sociedad Española de Reumatología) – anual, habitualmente em Maio. (http://www.ser.es/congresos/Congreso_nacional.php) Congresso Francês de Reumatologia (SFR - Société Française de la Rhumatologie) – anual, habitualmente em Dezembro. (http://sfr.larhumatologie.fr/congres/accueilcongres/index.phtml) Congresso da Liga Asiática e do Pacífico de Associações de Reumatologia (APLAR - Asia Pacific League of Associations for Rheumatology) – anual, habitualmente em Setembro. (http://www.aplar.org/Pages/Home.aspx) Congresso da Liga Pan-Americana de Associações de Reumatologia (PANLAR - Liga Panamericana de Asociaciones de Reumatología) – bienal, habitualmente em Abril, próximo em 2014. (http://www.panlar.org/page/cursos-y-congresos/proximos-congresos-panlar) Congresso Internacional de Espondilartrites – bienal, habitualmente em Outubro, próximo em 2014. (http://www.spa-congress.org/) Congresso Internacional de Lúpus Eritematoso Sistémico – trienal, habitualmente em April, próximo em 2013. (http://www.lupus2013.com.ar/) Congresso Mundial de Esclerose Sistémica – bienal, habitualmente em Fevereiro, próximo em 2014. (http://www.fesca-scleroderma.eu/) 64 Congressos Internacionais Congresso Europeu de Osteoporose e Osteoartrose (IOF – International Osteoporosis Foundation) anual, habitualmente em Abril. (http://www.iofbonehealth.org/conferences-events) Congresso Europeu da Sociedade de Tecidos Calcificados (ECTS – European Calcified Tissue Society) – anual, habitualmente em Maio. (http://www.ectsoc.org/meetings.htm) Congresso Mundial de Osteoartrose (OARSI – Osteoarthritis Reseacrh Society International) – anual, habitualmente em Abril. (http://www.oarsi.org/index2.cfm?section=Meetings_Events&content=Congress) n 65 Cursos EULAR E-learning “The EULAR On-Line Course on Rheumatic Diseases“ (http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/edu_online_ course.cfm) Sofia Ramiro Pedro Machado Trata-se de uma forma electrónica de educação médica contínua em reumatologia. O curso é gerido por um Comité Científico responsável pela definição da estrutura e conteúdo do curso (incluindo actualização). O curso começa no início de Setembro de cada ano. “The EULAR on-line course on connective tissue diseases“ (http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/edu_online_ course_ctd.cfm) Consiste em 16 módulos relacionados com imunologia e doenças sistémicas autoimunes, como LES, esclerose sistémica e vasculites. Este curso constitui uma parte do curso anterior (curso EULAR online de doenças reumáticas) e também começa habitualmente no início de Setembro. “The EULAR on-line course on systemic sclerosis“ (http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/edu_online_course_ssc.cfm) Consiste em 10 módulos relacionados com a fisiopatologia, aspectos clínicos e abordagem desta doença complexa. Tem habitualmente início em Setembro. “The EULAR on-line introductory ultrasound course” (http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/edu_online_course_msus.cfm) É composto por 7 módulos e tem como objectivo abordar as bases teóricas da ecografia músculo-esquelética, mostrando diferentes articulações, em indivíduos saudáveis e em doentes com doenças reumáticas, usando uma grane variedade de imagens e vídeos. Tem início em Setembro. Cursos EULAR Epidemiologia (http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/course_description_epidemiology.cfm) Decorreu em 2012 o 1º Curso de Epidemiologia, co-organizado pela EULAREMEUNET. O interesse neste curso foi elevado, pelo que se repetirá provavelmente 66 Cursos EULAR anualmente, sendo o próximo em 2013 (data a anunciar). O principal objectivo do curso consiste em aumentar o interesse e conhecimento em epidemiologia, entre jovens investigadores, e também em estimular o raciocínio crítico no que respeita ao desenho e interpretação de estudos de investigação. Ecografia (http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/course_description_sonography.cfm) É um curso annual com 3 níveis, cujo objectivo consiste em cobrir todo o espectro de patologias em que a ecografia músculo-esquelética pode ser usada na prática clínica e na investigação em reumatologia. Realiza-se habitualmente nos dias que antecedem o congresso da EULAR (Junho). LES (http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/course_description_sle.cfm) Um curso sobre LES (aspectos clínicos, patogénicos e terapêuticos do LES) sendo realizado bianualmente. O próximo curso realiza-se em 2013. Esclerose Sistémica (http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/course_description_scleroderma.cfm) Um curso sobre esclerose sistémica (apresentações teóricas, como avaliar um doente, discussões de casos), realizado bianualmente. Incorpora uma sessão prática de avaliação da espessura cutânea utilizando o score modificado de Rodnan. O próximo curso realiza-se em 2013. Capilaroscopia (http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/course_description_capillaroscopy.cfm) Curso realizado bianualmente e com o objectivo de ensinar a metodologia e uso prático do capilaroscópio. Próximo curso em 2014. Fellow’s day (a ser anunciado em breve no site da EULAR) Será um curso que antecederá o curso WIN (What Is New). O WIN consistirá nas apresentações State-ofthe-Art que decorrem durante o congresso anual e que assim serão repetidas em Novembro, para quem não teve oportunidade de assistir às mesmas durante o congresso da EULAR. (http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/win_with_eular.cfm) O Fellow’s day consistirá num dia adicional de formação, destinado a jovens reumatologistas, com diferentes workshops em que serão discutidos casos clínicos, como rever um artigo, como fazer uma candidatura a uma bolsa, entre outros. O Fellow’s day e WIN Course decorrerão de 22-24 de Novembro 2012, em Praga. (http://www.oarsi.org/index2.cfm?section=Meetings_Events&content=Congress) n 67 EMEUNET - Emerging EUlar NETwork O EMEUNET (http://emeunet.eular.org/) é um grupo de jovens reumatologistas e investigadores em reumatologia na dependência da EULAR (European League Against Rheumatism). A sua génese fundamentase num dos objectivos estratégicos definidos pela EULAR para 2012: “Bring on board high quality, young generation contributors in all EULAR activities.” Sofia Ramiro Pedro Machado Este objectivo estratégico impulsionou um movimento visando colmatar necessidades educacionais e promover actividades de investigação em reumatologia entre os mais jovens, através da criação e desenvolvimento de uma rede Europeia de jovens reumatologistas e investigadores em reumatologia. São precisamente esta vertentes que estão de Missão do EMEUNET: “A EULAR working group of patentes na Declaração young clinicians and researchers in rheumatology: promoting education and research, widening collaborations and integrating with EULAR activities.” Deste a sua criação e aprovação pelo Conselho Executivo da EULAR em 2009, a estrutura e papel do EMEUNET têm vindo a ser refinados, alicerçados no princípio de que o EMEUNET deve ser um grupo internacional, inclusivo e aberto, que visa manter e promover os padrões de excelência da EULAR e da Reumatologia Europeia. A estrutura actual do EMEUNET prevê 5 níveis de participação: 1. Membros do EMEUNET / Comunidade EMEUNET – O alicerce do grupo, uma vasta rede Europeia de jovens reumatologistas e investigadores em reumatologia. 2.Representantes Nacionais (Country Liaisons) – Um por país, o representante nacional é um membro do EMEUNET (e potencialmente do Grupo de Trabalho) responsável pela disseminação no seu país da informação relacionada com o EMEUNET. 3.Grupo de Trabalho – Constituído por 35 elementos, o Grupo de Trabalho tem a seu cargo os aspectos organizacionais do EMEUNET. A permanência habitual no grupo é de 3 anos, havendo uma rotatividade anual de cerca de um terço dos seus elementos. Qualquer membro do EMEUNET se pode candidatar a membro do Grupo de Trabalho (período de candidaturas anunciado anualmente). 4.Subgrupos de Trabalho e Coordenadores do Subgrupo – É ao nível dos Subgrupos de Trabalho que decorrem a maioria das actividades do EMEUNET. 68 EMEUNET - Emerging EUlar NETwork Cada subgrupo está focado num determinado aspecto organizacional, existindo actualmente 6 subgrupos (Website, Newsletters, Educação, Visibilidade, Articulação com os Representantes Nacionais e Programa de Mentores) 5.Conselho de Coordenação (Steering Committee) – Constituído por 3 membros: o Presidente actual, o ex-Presidente e o Presidente eleito. A rotatividade é anual, com o ex-Presidente saindo do Conselho de Coordenação e ocorrendo a eleição de um novo Presidente eleito. Entre as múltiplas iniciativas do EMEUNET, salientam-se o recente lançamento de um website próprio (http://emeunet.eular.org/), a organização do 1º Curso de Epidemiologia da EULAR (em colaboração com o Standing Committee on Epidemiology and Health Services Research), a organização de várias sessões vocacionadas para os internos durante o congresso anual da EULAR, a organização de eventos do grupo durante os principais congressos internacionais de reumatologia (EULAR e ACR) visando promover a troca de experiências e a colaboração entre os seus membros, a colaboração activa com o Comité de Educação e Formação da EULAR em inúmeras actividades desta secção, a edição regular de uma Newsletter distribuída a todos os membros, e a recente formação de um subgrupo de trabalho que irá trabalhar num Programa de Mentores, visando colmatar lacunas identificadas nesta área. O EMEUNET é algo que deve merecer especial atenção por parte do Médico Interno. A inscrição nesta rede científica internacional é muito fácil de realizar: basta aceder ao website do grupo e fazer o registo online. Todos os membros inscritos terão acesso a uma base de dados de jovens reumatologistas e investigadores em reumatologia, facilitadora de colaborações e da partilha de conhecimentos a nível internacional. Em Junho de 2012 esta base de dados incluía já 263 membros. A incrição também permite o acesso a um fórum dedicado. Vale a pena visitar regularmente o website do EMEUNET, onde poderão encontrar vários links com interesse científico e educacional, para além de muita outra informação relevante para o Médico Interno, como uma lista de eventos em reumatologia e várias oportunidades de financiamento. n 69 UEMS- Union Européenne des Médecins Spécialistes A José António Pereira da Silva Cátia Duarte UEMS (Union Européenne des Médecins Spécialistes) é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1958, representativa dos médicos especialistas na União Europeia (UE). A UEMS tem como objetivo o estudo, a promoção e harmonização do treino de médicos especialistas e de cuidados médicos especializados de elevada qualidade nos diversos países da EU, promover o livre movimento de médicos especialistas dentro da EU e a defesa dos interesses profissionais dos Médicos Especialistas Europeus 2. Cada especialidade está representada na UEMS pela sua respetiva Section a qual desempenha as suas funções no âmbito específico da respetiva especialidade e é constituída por membros indicados pelas organizações nacionais da especialidade (na UEMS Section of Rheumatology os representantes portugueses são da SPR 1 e Colégio da Especialidade da OM 1). Cada Secção pode constituir o seu Board o qual é responsável por aspetos de índole científica e relacionados com o treino de determinada especialidade. A UEMS Section of Rheumatology foi fundada em 1962. Em 1993, a UEMS Section of Rheumatology constitui o European Board of Rheumatology, um grupo de trabalho que tem como objectivo garantir cuidados médicos em Reumatologia de excelência em todos os países membros da EU através de uma formação de elevado nível. Em 2007, o Board publicou recomendações sobre o que um Serviço de Reumatologia deve oferecer de forma a garantir cuidados de excelência a doentes com doenças musculo-esqueléticas 3. Em 2008 publicou a UEMS charter on the training of rheumatologists in Europe 4, que estabelece as normas a que devem responder os programas de formação, em termos de duração, estrutura, supervisão, avaliação etc. Em 2003, foi elaborado o UEMS Rheumatology Specialist Core Curriculum o qual tem sofrido atualizações ao longo dos anos, a mais recente em 2007 com a elaboração do European Rheumatology Curriculum Framework 4. O European Rheumatology Curriculum Framework não tem como objetivo impor um modelo único de treino especializado mas sim procurar um núcleo mínimo de competências comuns que vise a harmonização da formação em Reumatologia nos diversos países. O European Rheumatology Curriculum Framework foi desenvolvido com base no CanMEDS 2005 Physician CompetencyFramework. Outros importantes contributos 70 UEMS- Union Européenne des Médecins Spécialistes foram provenientes do Core Curriculum Outline for Rheumatology Fellowship Programs publicado pelo American College of Rheumatology e Curriculos Nacionais em Reumatologia dos diversos membros. Este modelo curricular baseia-se nos “sete papéis” definidos pelo CanMeds tornando relevantes algumas competências frequentemente subestimadas. O Medical Expert constitui o papel central, mas outras competências como Communicator, Colaborator, Manager, Health Advocate, Scholar e Professional devem ser contempladas na formação de um Reumatologista. Para cada “papel” é apresentada uma definição e descrição, um conjunto de elementos chave específicos para esse “papel, as competências necessárias para o desempenho desse papel e que devem ser atingidas até ao final da especialização, e Exigências requeridas dentro dessas competências. São ainda dadas sugestões de aprendizagem e métodos de avaliação 5. A estruturação do European Rheumatology Curriculum Framework como referida acima, constitui também uma importante ferramenta ao dispor do interno de Reumatologia, auxiliando a conhecer quais as suas competências, quais os seus “papeis” mais relevantes e os mais frágeis e quais as estratégias que pode procurar no sentido de potenciar a sua formação e desempenho. n 2 - http://www.uems.net/ 3 - Anthony D Woolf and The European Union of Medical Specialists Section of Rheumatology/European Board of Rheumatology. Health Care Services for those with musculoskeletal conditions: a rheumatology service. Recommendations of the European Union of Medical Specialists Section of Rheumatology/European Board of Rheumatology 2006. Ann Rheum Dis 2007;66:293–301. 4 - José A. P. Da Silva, Karen-Lisbeth Faarvang, Klaus Bandilla and Anthony D Woolf on behalf of the UEMS Section and Board of Rheumatology. UEMS charter on training of rheumatologists in Europe. Ann Rheum Dis 2008; 67: 555-558 5 - http://www.uems-rheumatology.net/ 71 Um Internato de Sucesso O Internato Complementar é um período de excelência da nossa formação. Não deve ser encarado como um objetivo em si próprio, mas sim como um início de um caminho que escolhemos percorrer. Cátia Duarte Infelizmente, não sou capaz de dar uma receita de um internato de sucesso, simplesmente porque não existe. É uma construção ao longo dos anos, personalizada, que vamos limando, que vamos retocando. Numa visão mais metafórica deve ser considerada como uma peça de arte, a nossa peça de arte que se inicia com uns traços grosseiros, com pouco sentido e que pincelada a pincelada se transforma numa obra que nos realiza e que cuja qualidade é reconhecida. Deixando-nos de metáforas e voltando ao que aqui nos traz, o Internato Complementar de Reumatologia e dicas para o seu sucesso, deixo algumas reflexões: Considero que o nosso caminho como Interno se vai desenhando com o tempo, às vezes descobrem-se saídas inesperadas, atalhos mas mais importante é chegarmos ao destino que escolhemos…ser Reumatologistas. Aconselho que o Internato seja planificado cuidadosamente, cumprindo atempadamente os requisitos exigidos mas, permitindo alguma flexibilidade para exploração de outros campos e aproveitamento de outras grandes oportunidades. Gostava de salientar que a Reumatologia é uma especialidade clínica. A observação de doentes, o contacto com eles, aprender através deles e por eles deve estar sempre presente no nosso espirito e conduzir as nossas atividades. Uma grande exposição clinica e de qualidade é fundamental, pautando a nossa atividade pelos cuidados de excelência aos doentes com doenças reumáticas fazendo uso adequado de todos os instrumentos do saber de que atualmente dispomos. É uma tarefa de estudo diário, de atualização permanente, de procura incessante pelo saber e saber bem. Não se pode ignorar que a investigação assume um papel de extrema relevância em Reumatologia. Acredito que o gosto da investigação estará mais ou menos presente em cada um de nós. Embora não sendo um dos grandes motivos de escolha desta especialidade é, sem dúvida, um “bichinho” que cresce à medida que a nossa obra de arte se desenvolve. Um equilíbrio entre as duas vertentes, a clinica e a de investigação, colocando-as numa relação simbiótica é decerto a chave para um futuro brilhante. Formação específica em investigação, ideias 72 Um Internato de Sucesso inovadoras, adequado planeamento de projetos e networking são ingredientes necessários. Porque não estamos sozinhos neste caminho, a interação e a participação nas atividades e oportunidades crescentes que têm vindo a surgir ao longo dos anos no seio da Reumatologia, quer a nível nacional quer internacional, é muito enriquecedora. O Interno deverá assumir uma atitude proactiva nestas organizações, não só as de âmbito científico mas também nas de âmbito organizacional. Se pudesse dar uma receita para um internato de sucesso diria: o máximo de dedicação e empenho em fazer bem o que se gosta. ”Todos temos sonhos mas, para tornar os sonhos realidade, é preciso uma enorme quantidade de determinação, dedicação, auto-disciplina e esforço” Jesse Owens A todos, desejo um Internato de sucesso. n 73 Anexos Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012) 75 http://dre.pt/pdf1sdip/2012/08/15300/0418304188.pdf Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 82 http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/Direccoes_e_Unidades/Coord_Reg_ Formacao_Profissional/Internatos/Port32092Anatpat.pdf Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) 97 http://dre.pt/pdf1sdip/2011/06/12000/0375103772.pdf Anexo 4: Regulamento dos internos doutorandos (2008) 120 http://dre.pt/pdf1sdip/2008/02/03300/0105001052.pdf Anexo 5: Alteração ao regulamento dos internos doutorandos (2010) 124 http://dre.pt/pdf1sdip/2010/07/13200/0252002520.pdf 74 Anexo 6: Livros de texto em Reumatologia 126 Anexo 7: Proposta de Admissão de Sócio da Sociedade Portuguesa de Reumatologia 130 Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012) http://dre.pt/pdf1sdip/2012/08/15300/0418304188.pdf 75 Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012) Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012) Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012) Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012) Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012) Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012) Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/Direccoes_e_Unidades/ Coord_Reg_Formacao_Profissional/Internatos/Port32092Anatpat.pdf 82 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 1 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 2 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 3 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 4 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 5 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 6 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 7 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 8 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 9 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 10 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 11 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 12 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 13 / 14 Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992) 14 / 14 Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) http://dre.pt/pdf1sdip/2011/06/12000/0375103772.pdf 97 Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011) Anexo 4: Regulamento dos internos doutorandos (2008) http://dre.pt/pdf1sdip/2008/02/03300/0105001052.pdf 120 Anexo 4: Regulamento dos internos doutorandos (2008) Anexo 4: Regulamento dos internos doutorandos (2008) Anexo 4: Regulamento dos internos doutorandos (2008) Anexo 5: Alteração ao regulamento dos internos doutorandos (2010) http://dre.pt/pdf1sdip/2010/07/13200/0252002520.pdf 124 Anexo 5: Alteração ao regulamento dos internos doutorandos (2010) Anexo 6: Livros de texto em Reumatologia 126 Anexo 6: Livros de texto em Reumatologia Livros de Texto em Reumatologia “Reumatologia” (Professor Mário Viana Queiroz), 2002 “Os Grandes Síndromes em Reumatologia” (Professor Jaime Branco), 2006 “Abordagem terapêutica em Reumatologia” (Professor Jaime Branco), 2010 “Avaliação Diagnóstica em Reumatologia, 2ª edição” (Jaime Branco), 2011 Anexo 6: Livros de texto em Reumatologia “Reumatologia Prática” (Professor Pereira da Silva), 2005 “Rheumatology, third edition” (Marc C. Hochberg), 2003 “Oxford Textbook of Rheumatology, third edition”, 2004 “Kelley’s Textbook of Rheumatology, eight edition”, 2008 Anexo 6: Livros de texto em Reumatologia CURRENT Diagnosis and treatment, Rheumatology, second edition”, 2007 “Oxford Handbook of Rheumatology, third edition”, 2011 Anexo 7: Proposta de Admissão de Sócio da Sociedade Portuguesa de Reumatologia 130 Anexo 7: Proposta de Admissão de Sócio da Sociedade Portuguesa de Reumatologia Sociedade Portuguesa de Reumatologia Nº Sócio I__I__I__I__I__| (A preencher pela SPR) PROPOSTA DE ADMISSÃO DE SÓCIO Nome Completo …………………………………………………………………………. ……………………………………………………………………………………………… Nome Clínico …………………………………………………………………………….. Nº da Ordem dos Médicos I__I__I__I__I__I Data de Nascimento ____/____/____ Morada ……………………………………………………………………………………. ……………………………………………………………………………………………… .................................................................. Nº. Contribuinte .................................... I__I__I__I__I – I__I__I__I Código Postal ……………………………….. Localidade Especialidade …………………………………………………………………………….. Local de Trabalho: ……………………………………………………………………….. ………………………………………………………………………………………………. Residência …………………………………………………… Consultório …………………………………………………… Hospital ………………………………………………………. Fax …………………………………………………………….. Telemóvel ……………………………………………………… E-mail ………………………………………………………….. Av. de Berlim, 33 B * 1800-033 Lisboa * Tel. 213 534 395 * Fax 213 159 780 * [email protected] Anexo 7: Proposta de Admissão de Sócio da Sociedade Portuguesa de Reumatologia Sociedade Portuguesa de Reumatologia Data da Licenciatura ____/____/____ Faculdade de ……………………………………... Data de início de Internato Reumatologia ___/___/___ Solicita a sua Admissão como Membro …………………………………………………….. Assinatura_________________________________________________ PROPONENTES: (data) ___/___/___ 1. Nome (Legível): ______________________________________Assinatura:___________________________ 2. Nome (Legível): ______________________________________Assinatura:___________________________ Aprovado em Assembleia-Geral de ___/___/___ O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, ____________________________________ Av. de Berlim, 33 B * 1800-033 Lisboa * Tel. 213 534 395 * Fax 213 159 780 * [email protected] Sociedade Portuguesa de Reumatologia Av. de Berlim, nº 33 B 1800-033 Lisboa [email protected] www.spreumatologia.pt