Manual
do Interno
1ª Edição
Agosto de 2012
Sofia Ramiro
Pedro Machado
J. Canas da Silva
Luís Maurício
www.spreumatologia.pt
Índice
Porquê um manual do interno?
Sofia Ramiro, Pedro Machado, J. Canas da Silva, Luís Maurício
5
Introdução à Reumatologia
Viviana Tavares
6
Estrutura do Internato em Reumatologia
Vasco Romão
8
Bibliografia Básica em Reumatologia
Alexandre Sepriano
10
Livros de texto
10
Conteúdos online
10
Revistas científicas
11
Guidelines
12
Quem é Quem na Reumatologia
Ana Filipa Mourão
14
Quem São os Doentes Reumáticos?
Mariana Santiago
22
Internamento
Joana Ferreira
24
Consulta Externa
Inês Gonçalves
26
Hospital de Dia de Reumatologia
Raquel Marques
28
Terapêutica biológica
28
29
32
Conceitos gerais
32
Técnicas diagnósticas
32
Técnicas terapêuticas
35
Conclusão
37
A Sociedade portuguesa de reumatologia
38
Provedor e Representante dos Internos
J. Canas da Silva, Sofia Ramiro
40
Inscrição na Sociedade portuguesa de reumatologia
42
Terapêutica não-biológica
Técnicas em Reumatologia
João Madruga Dias
Luís Maurício
2
Sofia Ramiro, Pedro Machado
Acta Reumatológica Portuguesa
Lúcia Costa
44
EpiReumaPt – Estudo Epidemiológico das Doenças Reumáticas em Portugal
Jaime C. Branco
46
Reuma.Pt
Augusto Faustino
48
José Romeu
O Website da Sociedade portuguesa de reumatologia
52
Colégio de Reumatologia da ordem dos médicos
Maria João Salvador
54
Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e Associações de Doentes
Diana Gonçalves
56
Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas
56
Associações de Doentes
56
Jaime C. Branco
Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas
58
A eular – European League Against Rheumatism
José António Pereira da Silva
60
Reuniões e Congressos Nacionais
Filipe Araújo
62
Congressos Internacionais
Sofia Ramiro, Pedro Machado
64
Os Dois Principais Congressos Internacionais de Reumatologia
64
Outros Congressos Internacionais
64
Cursos eular
66
E-learning
66
Cursos eular
66
Sofia Ramiro, Pedro Machado
Emeunet - Emerging eular Network
Sofia Ramiro, Pedro Machado
Uems - Union Européenne des Médecins Spécialistes
José António Pereira da Silva, Cátia Duarte
Um Internato de Sucesso
Cátia Duarte
68
70
72
Anexos
74
3
4
Porquê um manual do interno?
C
aros Internos de Reumatologia,
Aos recém-chegados à nossa especialidade, as sinceras boas-vindas!
A todos os internos de reumatologia, é com enorme prazer que editamos o 1º Manual do Interno
de Reumatologia, uma iniciativa da Provedoria do Interno, sob a égide da Sociedade Portuguesa de
Reumatologia (SPR).
Este manual pretende contribuir para o acolhimento e adaptação dos novos internos à nossa
especialidade. Tem como objectivo dar uma perspectiva geral da Reumatologia Portuguesa: quem são
os reumatologistas, quais as actividades principais do dia-a-dia de um reumatologista, apresentar a SPR
e projectos importantes da reumatologia, entre outros temas importantes. Não pretendemos ensinar
reumatologia, já que isto fugiria claramente ao âmbito deste manual, mas antes dar uma perspectiva
mais prática e uma visão global e contextualizada da especialidade e das suas actividades, que talvez
vá para além do que vem habitualmente nos livros. Como qualquer outro manual, deverá ser revisto e
atualizado periodicamente.
A recente criação, pela SPR, das figuras de Provedor e Representante dos Internos, representa uma
preocupação e investimento, por parte da SPR, na formação dos internos, novamente reforçada com
a edição deste manual. Esperemos que este dinamismo criado entre internos continue a crescer e
que iniciativas como esta se repitam, na perspectiva de optimizar a formação dos internos e,
consequentemente, a qualidade dos cuidados prestados pelos reumatologistas portugueses. Contamos
com todos os internos para que sintam, desde cedo, a SPR como sua e se envolvam nos seus projectos.
Esperemos que este Manual do Interno de Reumatologia seja útil e do vosso agrado e que contribua para
o vosso sucesso na carreira de Reumatologista. n
Muito sucesso,
Os editores do Manual do Internato de Reumatologia
Sofia Ramiro
Pedro Machado
J. Canas da Silva
Luís Maurício
Representante dos Internos
de Reumatologia 2009-2012
Interno de Reumatologia dos
Hospitais da Universidade
de Coimbra, Coimbra
Provedor dos Internos de
Reumatologia 2009-2012
Presidente da Sociedade
Portuguesa de Reumatologia
2010-2012
Interna de Reumatologia
do Hospital Garcia de Orta,
Almada
Presidente-eleito do
EMEUNET (Emerging
EULAR Network) 2013-2014
Director do Serviço de
Reumatologia do Hospital
Garcia de Orta, Almada
Director do Serviço
de Reumatologia do Hospital
do Divino Espírito Santo,
Ponta Delgada
5
Introdução à Reumatologia
A
Viviana
Tavares
Reumatologia, conforme definição do Colégio de
Especialidade da Ordem dos Médicos, é o ramo da
Medicina que se dedica ao diagnóstico, avaliação,
tratamento, reabilitação e investigação das doenças que
afectam o aparelho locomotor (ou sistema músculo esquelético) nos seus vários componentes (ossos,
músculos, articulações, partes moles envolventes, nervos
e vasos) e de qualquer etiologia (degenerativa, infecciosa ou pós-infecciosa,
neoplásica, auto-imune, autoinflamatória, metabólica, etc.), das síndromes
dolorosas regionais ou difusas, orgânicas ou funcionais que envolvam este
aparelho (onde se inclui a patologia raquidiana) e das manifestações músculoesqueléticas das doenças sistémicas, fazendo uso de conhecimentos nas áreas
da Medicina, Imunologia, Ortopedia, Neurologia, Psiquiatria, Reabilitação e
Terapia da Dor.
O termo “reumatismo”, utilizado durante séculos, deriva do termo grego
“rheuma”, que significa fluir, correr. Pensava-se que o reumatismo tinha origem
no fluir dos “humores” pelas articulações. Este termo, que continua existir no
conhecimento popular, é erróneo dado que não existe “um” reumatismo mas sim
mais de uma centena de doenças reumáticas diferentes.
O conhecimento destas várias doenças reumáticas é, no entanto, muito recente.
Hipócrates (460-370? a.C.) fazia a descrição exacta das crises de podagra e muitos
dos seus aforismos relacionados com a gota estão correctos e demonstram a
capacidade de observação clinica do “pai” da Medicina. A gota (“a rainha das
doenças e a doença dos reis”) foi durante séculos, a par do lumbago e da ciática,
das poucas entidades descritas na literatura médica.
A individualização de outras entidades nosológicas só surgirá a partir do
século XVI com a descrição do reumatismo articular agudo (febre reumática)
por Guillaume de Baillou. No princípio do século XIX, o médico francês Landré
Beauvais descreve a “gota asténica primitiva”, um quadro de poliartite crónica
mais frequente nas mulheres. Quase no fim do século, Jean Martin Charcot e Sir
Alfred Garrod descrevem, de forma independente e quase em simultâneo, a mesma
doença, que Charcot denomina de “reumatismo articular crónico progressivo”
e Garrod de “artrite reumatóide”. Ambos fazem classificações das doenças
articulares em que separam a gota das outras formas de reumatismos, dividindo
estes em agudos e crónicos (os últimos com várias subdivisões). Apesar de
existirem alguns relatos de outras situações clínicas a individualização completa
da maioria das doenças reumáticas, só ocorre no século XX. A descoberta dos
6
Introdução à Reumatologia
raios X (Roentgen, 1895), do factor reumatóide (Waaler, 1940 e Rose, 1948), das células LE (Hargreaves
e Morton, 1948), dos anticorpos antinucleares e anti-DNA (Friou, 1957 e Deicher, 1959), do sistema HLA
(Dousset, 1958) foram alguns dos factos determinantes para o conhecimento das doenças reumáticas,
para o seu diagnóstico precoce e para a individualização de grupos nosológicos.
A par do desenvolvimento dos meios de diagnóstico o século XX trouxe um avanço considerável na
descoberta de novos fármacos, o que permitia começar a tratar de forma mais eficaz, muitas destas
doenças. A síntese e a comercialização do ácido acetilsalicílico (1897), a utilização da cortisona no
tratamento da artrite reumatoide (1948), a descoberta da fenilbutazona (o primeiro AINE não salicilado,
1950), a descoberta do alopurinol (1966), a utilização generalizada do metotrexato na artrite reumatoide
(1980), a utilização de anticorpos anti-TNFα na artrite reumatoide (1998) e do rituximab no lupus
eritematoso sistémico (2002) são apenas alguns dos marcos do tratamento das doenças reumáticas que
surgiram em pouco mais de 100 anos.
Por todos estes motivos a assistência aos doentes reumáticos foi crescendo desde os anos 20 e a
especialização médica foi sendo uma realidade em muitos países.
Em Portugal, foram pioneiros Manuel Assunção Teixeira e Olímpio Dias, que após estagiarem no
estrangeiro em serviços de assistência a doentes reumáticos, decidem criar, em colaboração com outros
colegas, a Associação Portuguesa de Reumatologia (1948). A este projeto associa-se o húngaro Prof.
Luís de Pap, figura cimeira da reumatologia mundial e cofundador da ILAR (International League against
Rheumatism, fundada em 1927), que se encontrava exilado em Portugal. Em 1952, Assunção Teixeira
cria a primeira consulta hospitalar de reumatologia, no Hospital de Santa Marta e em 1953 é criado, no
Hospital Termal das Caldas da Rainha, o Centro de Estudos Reumatológicos. Em 1954, a Associação dá
lugar ao Instituto Português de Reumatologia (IPR), instituição para o estudo e tratamento das doenças
reumáticas. Aqui se formam, durante cerca de vinte anos, todos os reumatologistas portugueses, alguns
dos quais se deslocam depois para outros hospitais, onde iniciam consultas de reumatologia.
Em 6 de janeiro de 1972, concretiza-se a criação da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, também da
iniciativa dos reumatologistas do IPR.
A luta pela criação da especialidade inicia-se em 1957, com um primeiro pedido à Ordem dos Médicos,
que é recusado por não ser considerado “oportuno”. Os médicos do IPR, onde se destaca a figura de
Robert Pereira Martins, voltam a fazer nova tentativa em 1970, sendo-lhes mais uma vez negada a
criação da especialidade. Esta só se viria a concretizar em 5/6/1977, sendo concedida a especialidade,
por consenso, a 28 médicos que viriam a constituir o primeiro Colégio de Reumatologia.
A criação do Internato da Especialidade de Reumatologia é publicada em 28/6/1980 e em Janeiro de
1981 entram os primeiros 12 internos para 3 instituições (IPR, Hospital de Santa Maria e Hospital de São
João). n
7
Estrutura do Internato
em Reumatologia
O
Vasco
Romão
internato de Reumatologia tem a duração de
60 meses (5 anos), iniciando com o estágio de
Medicina Interna (12 meses), ao qual se segue o de
Reumatologia (36 meses). Os restantes estágios obrigatórios
(Ortopedia, Neurologia, Medicina Física e de Reabilitação
[MFR]) e opcionais são geralmente realizados durante
os últimos dois anos, sendo a sua ordem e distribuição
definidas pelo interno em conjunto com o seu orientador de formação e o Director
de Serviço. Os estágios opcionais decorrem numa área relevante do interesse
do Interno, geralmente num centro de referência ou sob orientação de um líder
na área (nacional ou internacional), por um período de cinco a seis meses, em
concordância com o orientador de formação e o Director de Serviço.
Foi recentemente publicado o novo Programa de Formação de Reumatologia (Anexo
1) que substitui o Programa de Formação actual, de 1992 (Anexo 2). Este programa
entrará em vigor em Janeiro de 2013 e aplica-se unicamente aos internos que à
data se encontrem no 1º e 2º anos do internato. Deste modo, existirá um período
de transição de três anos, em que parte dos internos serão abrangidos pelo novo
Programa de Formação e parte pelo antigo. As principais diferenças prendem-se
com a alteração do tempo de duração dos estágios: Ortopedia passa de 6 para 3 meses
(a decorrer na consulta externa e bloco operatório), Neurologia de 3 meses para 1
mês (a decorrer na consulta externa de neurologia ou doenças neuromusculares),
MFR mantém os 3 meses (a decorrer na consulta externa e locais de tratamento)
e os estágios opcionais passam a contar com 5 meses adicionais, não integrados
nos 36 meses de Reumatologia, como sucedia com o Programa de Formação de
1992, o que permite aumentar o tempo efectivo do estágio de Reumatologia. Do
novo programa consta também uma Grelha de Avaliação Final, onde são definidos
de forma clara todos os parâmetros a considerar e respectiva ponderação, no que
diz respeito às provas de discussão curricular, prática e teórica.
O internato tem como objectivo dotar o Interno de competências e conhecimentos
que lhe permitam exercer com excelência e de forma autónoma a actividade
clínica e científica na área da Reumatologia. O Programa de Formação define
de forma clara os objectivos de conhecimento e de desempenho dos diferentes
estágios obrigatórios, com destaque óbvio para o estágio de Reumatologia. O novo
programa actualiza detalhadamente os objectivos de desempenho de cada um dos
anos do estágio de Reumatologia, incluindo a discriminação das várias técnicas
reumatológicas diagnósticas e terapêuticas, obrigatórias e opcionais, que devem
ser realizadas pelo Interno de forma autónoma (ponto 5.2.2.3, alínea j).
8
Estrutura do Internato em Reumatologia
A avaliação do Interno é feita de forma contínua, de acordo com o Regulamento do Internato Médico (RIM;
Anexo 3; Capítulo VIII, artigos 65º-75º). A avaliação de desempenho é formalizada no final de cada estágio
e anualmente nos estágios com duração superior a doze meses através da apreciação e discussão de um
relatório de actividades. A avaliação de conhecimentos é feita no final de cada ano do internato e consiste
na apreciação do relatório de actividades e trabalhos produzidos pelo Interno, na discussão teórica dos
temas definidos como objectivos para o estágio ou ano em questão e numa prova prática clínica com
entrevista e observação de um doente e elaboração do respectivo relatório, de forma semelhante à prova
prática da avaliação final. A avaliação final é feita de acordo com o RIM (Capítulo VIII, artigos 76º - 88º)
e é constituída pela prova de discussão curricular, prova prática e prova teórica. O novo Programa de
Formação inclui uma Grelha de Avaliação que deve ser tomada em conta e define os elementos a valorizar
e as respectivas cotações em cada uma das três provas (Anexo 1, pontos 6.2.1-6.2.3).
Para além das disposições do Programa de Formação, o internato de Reumatologia é regido pelo
Regulamento do Internato Médico (Anexo 3), aprovado na Portaria n.º 251/2011 de 24 de Junho. Dele
constam definições de temas importantes como a realização de formação externa durante o internato
(artigos 54º - 58º), a avaliação contínua (artigos 65º - 75º) e a avaliação final (artigos 76º - 88º).
Tal como definido no RIM (artigo 30º), está contemplada a hipótese de realização de programas de
investigação médica durante o internato, sem implicar o aumento da duração do mesmo. Os programas
devem estar integrados nos objectivos gerais de formação e podem constituir um estágio específico ou
serem integrados a tempo parcial ao longo do internato. De igual modo, está também prevista a possibilidade
de realização de programas de investigação médica/clínica com vista à realização do doutoramento (artigo
31º). Neste contexto, foi criado o estatuto do Interno Doutorando que se rege pelo Regulamento do Interno
Doutorando (RID, Anexo 4) aprovado em 2008, com uma pequena alteração em 2010 (Anexo 5). De forma
simples, o doutoramento pode ser feito interrompendo o internato de acordo com os termos do RIM (n.º 2
do artigo 53º), com um período de suspensão que pode ir até 48 meses, ou por compatibilização, mediante
os termos do RID (artigo 5º), sendo que neste caso o internato pode ser prolongado até ao máximo de
3 anos. O RID define os vários aspectos relacionados com o estatuto de Interno Doutorando, como as
vertentes da formação médica e científica, compatibilização, horários, remuneração e avaliação final do
internato. n
9
Bibliografia básica
em Reumatologia
E
m reumatologia, são muitos e diversificados os
recursos de aprendizagem. Pretende-se nesta secção
sumarizar e dar a conhecer as principais fontes de
informação científica nesta área.
Alexandre
Sepriano
Livros de Texto
Existem manuais de reumatologia de autores portugueses e internacionais (Anexo
6). Dos portugueses, temos o clássico “Reumatologia” do Professor Viana Queiroz
composto por quatro volumes e que conta com uma edição recente publicada em
2002. Temos, ainda, os livros do Professor Jaime Branco: “Os Grandes Síndromes
em Reumatologia” (2006), “Abordagem terapêutica em Reumatologia” (2010) e
“Avaliação Diagnóstica em Reumatologia, 2ª edição” (2011). Destaca-se, igualmente,
o livro “Reumatologia Prática” (2005) do Professor Pereira da Silva.
Na literatura estrangeira encontramos excelentes livros que poderão ser a base
da nossa aprendizagem. O tratado “Rheumatology, third edition” de Marc C.
Hochberg (2003) é composto por 2 volumes que cobrem diversas áreas desde
a biologia molecular até aos princípios fundamentais da terapêutica. Dentro do
mesmo registo temos o “Oxford Textbook of Rheumatology, third edition” (2004) e
o “Kelley’s Textbook of Rheumatology, eight edition” (2008).
Podemos ainda contar com livros mais concisos como o “CURRENT Diagnosis
and treatment, Rheumatology, second edition” (2007) e o “Oxford Handbook of
Rheumatology, third edition” (2011).
Conteúdos online
A Internet é, actualmente, a principal fonte de conteúdos científicos relevantes.
Os sítios de referência fornecem-nos actualizações constantes sobre diversos
assuntos, nomeadamente, congressos e reuniões científicas, bolsas de investigação
e prémios, cursos, guidelines, critérios de classificação das doenças reumáticas e
notícias médicas:
http://www.spreumatologia.pt (Sociedade Portuguesa de Reumatologia)
http://www.eular.org/ (European League Against Rheumatism)
http://www.rheumatology.org/ (American College of Rheumatology)
http://www.ilar.org/ (International League of Associations for Rheumatology)
10
Bibliografia Básica em Reumatologia
Revistas científicas
Apresentamos as três principais revistas científicas bem como a lista completa com os respectivos
factores de impacto.
Acta Reumatológica Portuguesa: Disponível em formato impresso e online (http://arp.spreumatologia.pt/).
A versão online disponibiliza trimestralmente os artigos publicados de forma gratuita, bem como o arquivo
completo de todas as edições desde o seu início em 1973. A Revista está indexada no PubMed/Medline.
Annals of the Rheumatic Diseases: É a revista científica oficial da EULAR. A sua versão online permite aceder
aos abstracts de todos os artigos publicados, bem como alguns textos completos de forma gratuita.
Arthritis & Rheumatism: É a revista científica oficial da ACR. A sua versão online apenas disponibiliza a
lista de conteúdos. Para visualizar abstracts e textos completos é necessário ser membro da ACR ou
subscrever a revista.
Cl.
1
Título da revista (sítio da internet)
FI
Annals of the Rheumatic Diseases (http://ard.bmj.com/)
9.082
8.435
2
Arthritis & Rheumatism (http://www.rheumatology.org/publications/ar/index.asp)
3
Nature Clinical Practice Rheumatology (http://www.nature.com/nrrheum/journal/v4/n7/full/ncprheum0857.html)
7.113
4
Nature Reviews Rheumatology (http://www.nature.com/nrrheum/index.html)
6.448
5
Arthritis Care & Research (http://www.rheumatology.org/publications/acr/index.asp)
4.749
6
Seminars in Arthritis and Rheumatism ( http://www.sciencedirect.com/science/journal/00490172)
4.744
7
Current Opinion in Rheumatology (http://journals.lww.com/co-rheumatology/pages/default.aspx)
4.497
8
Arthritis Research & Therapy (http://arthritis-research.com/)
4.357
9
Rheumatology (http://rheumatology.oxfordjournals.org/)
4.171
10
Osteoarthritis and Cartilage (http://www.oarsijournal.com/)
3.953
11
The Journal of Rheumatology (http://jrheum.org/)
3.551
12
Best practice & research in clinical rheumatology (http://www.sciencedirect.com/science/journal/15216942 )
3.300
13
Rheumatic Disease Clinics of North America (http://www.rheumatic.theclinics.com/current)
3.018
14
Lupus (http://lup.sagepub.com/)
2.600
15
Scandinavian Journal of Rheumatology (http://www.scandjrheumatol.dk/)
2.594
16
Joint Bone Spine (http://www.elsevier.com/wps/find/journaldescription.cws_home/621372/description#description)
2.460
2.358
17
Clinical and Experimental Rheumatology (http://www.clinexprheumatol.org/)
18
BMC Musculoskeletal Disorders (http://www.biomedcentral.com/bmcmusculoskeletdisord/)
1.941
19
Modern Rheumatology (http://www.springerlink.com/content/105112/)
1.800
20
Clinical Rheumatology (http://www.springer.com/medicine/rheumatology/journal/10067)
1.687
21
Rheumatology International (http://www.springerlink.com/content/0172-8172)
1.431
22
Journal of Clinical Rheumatology (http://journals.lww.com/jclinrheum/pages/default.aspx)
1.283
23
Journal of Musculoskeletal Pain (http://informahealthcare.com/mup)
0.460
24
Acta Reumatológica Portuguesa (http://arp.spreumatologia.pt/)
0.451
25
Zeitschrift für Rheumatologie (http://www.springer.com/medicine/internal/journal/393)
0.447
26
Aktuelle Rheumatologie (https://www.thieme-connect.com/ejournals/toc/rheuma)
0.243
27
International Journal of Rheumatic Diseases (http://onlinelibrary.wiley.com/journal/10.1111/(ISSN)1756-185X/issues)
0.205
28
Turkish Journal of Rheumatology (http://www.romatizma.dergisi.org/)
0.043
Cl.: classificação; FI: Factor de Impacto
11
Além das revistas direcionadas especificamente para a Reumatologia temos, ainda,
três outras revistas habitualmente categorizadas noutras áreas, onde podem ser
encontradas publicações de interesse para a nossa especialidade no âmbito das
doenças ósseas e metabólicas:
Journal of Bone and Mineral Research (http://www.jbmr.org)
Osteoporosis International (http://www.springer.com/medicine/orthopedics/journal/198)
Bone (http://www.journals.elsevier.com/bone/)
Guidelines
Em www.spreumatologia.pt podemos encontrar as guidelines da SPR:
• Consensos para início e manutenção de terapêutica biológica na artrite idiopática
juvenil.
• Recomendações portuguesas para o uso de agentes biológicos na artrite
reumatoide.
• Recomendações portuguesas para o uso de terapêuticas biológicas em doentes
com artrite psoriática.
• Consensos sobre a utilização de antagonistas do TNF-alfa na terapêutica da
espondilite anquilosante.
• Recomendações para o diagnóstico e terapêutica da osteoporose.
• Recomendações para o diagnóstico e tratamento da tuberculose latente e activa
em doentes com doenças articulares inflamatórias candidatos a tratamento com
antagonistas do TNF-alfa.
Nos sítios da EULAR e do ACR podemos, igualmente, encontrar guidelines para
abordagem diagnóstica, terapêutica e elaboração de ensaios clínicos:
• EULAR
http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/Recommendations_classification_
diagnosis_criteria_response.cfm
• ACR
http://www.rheumatology.org/practice/clinical/guidelines/index.asp
12
n
Bibliografia Básica em Reumatologia
13
Quem é Quem
na Reumatologia
Ana Filipa
Mourão
Centro: Hospital de Egas Moniz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE
Cargo
Nome
Director de Serviço
Jaime C. Branco
Especialistas em Reumatologia
Fernando Pimentel-Santos
Margarida Mateus
Maria Paula Araújo
Patrícia Nero
Walter Castelão
Sandra Falcão
Ana Filipa Mourão
Célia Ribeiro
Internos do 1º ano de Reumatologia
Teresa Pedrosa
Internos do 2º ano de Reumatologia
Alexandre Sipriano
Internos do 3º ano de Reumatologia
Filipe Araújo
Internos do 5º ano de Reumatologia
Inês Silva
Centro: Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE
14
Cargo
Nome
Director de Serviço
José Alberto Pereira da Silva
Especialistas em Reumatologia
Carlos Miranda Rosa
Mário Bexiga
José Carlos Romeu
Luís Gaião
Manuela Costa
Fernando Saraiva
João Eurico Fonseca
Helena Canhão
Carla Macieira
Catarina Resende
Filipa Ramos
Susana Capela
Quem é Quem na Reumatologia
Especialistas em Reumatologia
(cont.)
Elsa Vieira Sousa
Maria João Saavedra
Rita Barros
Joaquim Pereira
Internos do 1º ano de Reumatologia
Vasco Romão
Maria João Gonçalves
Internos do 2º ano de Reumatologia
Sílvia Fernandes
Internos do 3º ano de Reumatologia
Alice Castro
Internos do 4º ano de Reumatologia
Raquel Marques (vaga protocolada com
Faro)
Cristina Ponte
Internos do 5º ano de Reumatologia
João Madruga Dias
Centro: Hospital Beatriz Ângelo, Loures
Cargo
Nome
Director de Serviço
António Alves de Matos
Especialistas em Reumatologia
Rui André Santos
Centro: Instituto Português de Reumatologia, Lisboa
Cargo
Nome
Presidente da Direcção
Maria Eugénia Simões
Especialistas em Reumatologia
José Vaz Patto
Cândida Silva
Paulo Clemente Coelho
José António Melo Gomes
Ana Assunção Teixeira
Augusto Faustino
António Vilar
Cláudia Miguel
Dina Medeiros
Filipe Barcelos
Helena Madeira
Helena Santos
Luís Cunha Miranda
Manuela Micaelo
Manuela Parente
15
Especialistas em Reumatologia
(cont.)
Margarida Silva
Maria Jesus Mediavilla
Miguel Matias e Sousa
Rui Leitão
Rui Mota Figueiredo
Sara Cortes
Vera Las
Internos do 1º ano de Reumatologia
Joana Borges
Susana Fernandes
Internos do 4º ano de Reumatologia
Inês Gonçalves
(vaga protocolada com Évora)
Centro: Hospital Ortopédico de Sant’Ana, Parede
Cargo
Nome
Responsável da Consulta
de Reumatologia
Rui Mota Figueiredo
Especialista de Reumatologia
Rui Leitão
Centro: Hospital Garcia de Orta, Almada
16
Cargo
Nome
Director de Serviço
José Canas da Silva
Especialistas em Reumatologia
Viviana Tavares
Maria José Santos
Pedro Gonçalves
Fátima Godinho
Ana Cordeiro
Filipe Vinagre
Raquel Roque
Internos do 1º ano de Reumatologia
Sandra Sousa
Internos do 2º ano de Reumatologia
Sofia Ramiro
Internos do 3º ano de Reumatologia
Inês Cordeiro
Internos do 5º ano de Reumatologia
Sandra Garcês
Quem é Quem na Reumatologia
Centro: Hospital de Faro, EPE
Cargo
Nome
Director de Unidade
Graça Sequeira
Centro: Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE – Hospital de Aveiro
Cargo
Nome
Director de Serviço
Anabela Barcelos
Especialistas em Reumatologia
Inês Cunha
Catarina Ambrósio
Internos do 1º ano de Reumatologia
Filipa Farinha
Internos do 2º ano de Reumatologia
Renata Aguiar
Centro: Centro Hospitalar do Médio Tejo, E.P.E, Tomar
Cargo
Nome
Director de Serviço
Jorge Garcia
Centro: Hospital São Teotónio, EPE – Viseu, CHTV, EPE
Cargo
Nome
Coordenador de Unidade
Paulo Monteiro
Especialistas em Reumatologia
Maura Couto
Centro: Hospital Sousa Martins, Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda
Cargo
Nome
Director de Unidade
Cláudia Vaz
17
Centro: Centro Hospitalar da Cova da Beira, EPE, Covilhã
Cargo
Nome
Director de Serviço
Margarida Alexandre Oliveira
Centro: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real
Cargo
Nome
Director de Serviço
Ana Sofia Roxo Ribeiro
Centro: Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE, Unidade Hospitalar de Bragança
Cargo
Nome
Especialista de reumatologia
Rui Melo
Centro: Hospital Amato Lusitano (Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE)
Cargo
Nome
Director de Serviço
Pedro Abreu
Centro: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE
18
Cargo
Nome
Director de Serviço
José António Pereira da Silva
Especialistas em Reumatologia
Armando Malcata
Luís Inês
Jorge Silva
Maria João Salvador
Cátia Duarte
Margarida Coutinho
Sara Serra
Internos do 1º ano de Reumatologia
Carlos Costa
Marília Rodrigues
Pedro Carvalho
(vaga protocolada com Faro)
Quem é Quem na Reumatologia
Internos do 2º ano de Reumatologia
Joana Ferreira
Internos do 3º ano de Reumatologia
Mariana Santiago
Internos do 4º ano de Reumatologia
Tânia Santiago
(vaga protocolada com Viseu)
Internos do 5º ano de Reumatologia
João Rovisco
Pedro Machado
Centro: Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto
Cargo
Nome
Director de Serviço
Lúcia Costa
Especialistas em Reumatologia
Céu Maia
José Brito
José Araújo Pinto
Iva Brito
Carlos Vaz
José Miguel Bernardes
Alexandra Bernardo
Eva Mariz
Sofia Pimenta
Lígia Silva
Internos do 1º ano de Reumatologia
Diana Gonçalves
(vaga protocolada com Trás-os-Montes)
Internos do 2º ano de Reumatologia
Rita Fonseca
Pedro Madureira
Internos do 3º ano de Reumatologia
Joana Abelha Aleixo
Internos do 4º ano de Reumatologia
Georgina Terroso
Centro: Hospital Militar do Porto
Cargo
Nome
Director de Unidade
Teresa Bravo
Centro: CHEDV - Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga E.P.E, Santa Maria da Feira
Cargo
Nome
Director de Serviço
Paula Valente
19
Centro: Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho
Cargo
Nome
Director de Serviço
Patrícia Pinto
Especialistas em Reumatologia
Taciana Videira
Centro: Hospital de Braga
Cargo
Nome
Director de Serviço
José Redondo
Especialistas em Reumatologia
Luzia Sampaio
Centro: Hospital Conde de Bertiandos, Ponte de Lima, Unidade Local de Saúde do Alto Minho
Cargo
Nome
Director de Serviço
Domingos Araújo
Especialistas em Reumatologia
Carmo Afonso
Sérgio Alcino
Mónica Bogas
José António Costa
Internos do 1º ano de Reumatologia
Marcos Cerqueira
Internos do 2º ano de Reumatologia
Ana Eduarda Raposo
Internos do 4º ano de Reumatologia
Daniela Peixoto
Internos do 5º ano de Reumatologia
Filipa Teixeira
Centro: Centro Hospitalar do Funchal, EPE, Madeira
20
Cargo
Nome
Director de Serviço
Mário Rodrigues
Especialistas em Reumatologia
Alberto Quintal
Herberto Jesus
Ricardo Figueira
Internos do 2º ano de Reumatologia
Romana Carisa
Quem é Quem na Reumatologia
Centro: Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo E.P.E.R, Terceira, Açores
Cargo
Nome
Responsável da Consulta de Reumatologia Ana Maria Rodrigues
Centro: Hospital do Divino Espírito Santo, EPE, Ponta Delgada, Açores
Cargo
Nome
Director de Serviço
Luís Maurício
Especialistas em Reumatologia
Guilherme Figueiredo
Teresa Sampaio Nóvoa
Internos do 3º ano de Reumatologia
Ana Carolina Cabral Furtado
Reumatologistas Portugueses a trabalhar exclusivamente em Clínicas/Instituições
Privadas ou no Estrangeiro/ não integrados num Centro de Reumatologia
Nome
Albino Teixeira
Jorge Espírito Santo
Anabela Cardoso
José Carlos Teixeira da Costa
Ana Rita Cravo
José Saraiva Ribeiro
António Lopes Vaz
José Bravo Pimentão
António Aroso Dias
Licínio Poças
Armando Filipe Brandão
Manuel Gouveia de Almeida
Aurora Marques
Margarida Cruz
Adriano Neto
Maria Lizete Cardoso
Cristina Catita
Mário Viana Queiroz
Edwiges Gomes
Maria José Leandro
Elizabete Benito Garcia
Maria Manuela Fernandes
Fernando Costa Dias
Paulo Ceia
Fernando Alvarenga Santos
Paulo Reis
Francisco Simões Ventura
Sara Freitas
João Ramos
Teresa Laura Pinto
João Carlos Ribeiro Silva
Yolanda Guerra
21
Quem São os Doentes
Reumáticos?
O
Mariana
Santiago
s doentes reumáticos são doentes que sofrem de
um grupo de doenças que têm um duplo carácter:
atingem preferencialmente o aparelho músculoesquelético, articulações, músculos, tecidos peri-articulares
e tecido conjuntivo e traduzem-se por inflamação e/ou
degeneração das estruturas e órgãos envolvidos.
A diversidade de patologias
é tal, que inclui as doenças difusas do tecido
conjuntivo, as espondilartrites, as doenças ósseas e metabólicas, as artrites
reativas e infeciosas, as doenças articulares degenerativas, as doenças reumáticas
periarticulares e de tecidos moles, entre outras.
A classificação das doenças reumáticas é imperfeita, muitas delas são de etiologia
desconhecida e algumas são raras. O diagnóstico definitivo nem sempre é fácil,
uma vez que os limites da Reumatologia são amplos e com muitos pontos de
contacto com outras especialidades. Muitas vezes o percurso é moroso e é um
desafio chegar ao diagnóstico.
O doente e a doença reumática exigem uma visão global e integrada do doente
e uma abordagem cuidada e diferenciada, tendo em conta a complexidade e
envolvimento multissistémico característico destas doenças, ao recurso prolongado
a medicamentos imunomodeladores, imunossupressores e citostáticos, com
elevado risco de toxicidade e que exigem monitorização periódica.
A dor, na maioria das vezes crónica, é um sintoma dominante nos doentes
reumáticos. Assumindo particular importância semiológica e diagnóstica, a
dor constitui não só a maior causa de sofrimento, com repercussão importante
na qualidade de vida dos doentes, como também um dos principais motivos de
consulta em Reumatologia.
As doenças reumáticas têm uma prevalência elevada na população e possuem um
impacto pessoal, social e económico significativo. Causa disto são alguns aspetos já
anteriormente referidos, nomeadamente o facto de serem doenças crónicas, a dor
física que habitualmente as acompanha, mas também pela sobrecarga psicológica
que determinam sobre o doente e pela incapacidade temporária ou definitiva que
podem causar, não só na atividade profissional levando ao absentismo, como também
nas atividades banais do dia-a-dia e de lazer. Efectivamente estes doentes vêem
limitada a sua capacidade de se auto cuidarem, ficando na dependência de terceiros
e por vezes têm ainda que lidar com alterações da imagem corporal, consequência
da própria doença ou da terapêutica, com prejuízo da sua auto-estima.
22
Quem são os Doentes Reumáticos?
A maioria das doenças reumáticas não têm cura, o que torna o doente reumático um doente crónico,
exigindo um plano de seguimento a longo prazo. Estes doentes exigem avaliação e seguimento por uma
equipa multidisciplinar (fisiatria e reabilitação, ortopedia, entre outras especialidades), para que o seu
tratamento seja eficaz e o mais compensador possível tanto para o doente como para o médico. Mesmo
em doentes reumáticos com grande incapacidade, decorrente de um tratamento tardio ou não resposta à
terapêutica, é sempre possível cuidar deles e melhorar significativamente a sua qualidade de vida.
Tendo em conta os aspetos descritos, facilmente se entende que os doentes reumáticos exigem especial
cuidado na relação médico-doente.
Herdámos da medicina grega hipocrática a crença de que não há doenças, mas sim doentes. Assim sendo,
definir doentes reumáticos não é fácil, porque cada um deles é único. n
23
Internamento
O
internamento é um dos pilares de formação do
interno de reumatologia. Deve constituir a base de
formação para as restantes actividades, sendo um
espaço único de aprendizagem e de treino em Reumatologia.
Joana
Ferreira
O internamento é um espaço desafiante, com casos
clínicos complexos que contribuem para a aprendizagem da
semiologia, realização de exame objectivo, discussão de diagnósticos diferenciais
complementar. Em cada caso surge uma oportunidade
e respectiva investigação
para expandir o conhecimento e compreender as complexidades de cada doença
e de cada doente.
O trabalho diário é semelhante a outras enfermarias médicas. Inicia-se com a
visita diária dos doentes, e o cuidadoso registo diário no processo clínico. São
revistos os exames complementares realizados e segue-se uma discussão da
situação clínica de cada paciente. Esta discussão é fundamental para estabelecer o
diagnóstico diferencial, compreender a evolução clínica e decidir terapêuticas. Faz
também parte do quotidiano a redacção das cartas de alta e orientação terapêutica
para o ambulatório.
Neste espaço único inicia-se também a aprendizagem de técnicas reumatológicas
como a realização de artrocenteses, infiltrações e biópsias.
A Reumatologia, como todas as áreas da Medicina, é complexa e interage, interligase e completa-se com variados saberes. O internamento é uma oportunidade
para construir colaborações com outras especialidades para ajudar a interpretar
diagnósticos e a realizar decisões terapêuticas. Contudo essas parcerias
não se esgotam na Medicina. A abordagem holística do doente leva também à
colaboração com a equipa de enfermagem, fisioterapeutas, dos administrativos,
assistentes sociais e todos os demais profissionais de saúde. Não esquecendo que
o internamento é um espaço para treinar a capacidade de criar relações médicodoentes eficientes que se traduzam num aumento à adesão terapêutica.
Para optimizar a aprendizagem de cada caso clínico é importante rever a
literatura mais actual, pois isso estimula não só o raciocínio, mas também facilita
a memorização e a compreensão de conceitos patológicos complexos. Apesar de
esse tópico surgir noutro local deste manual, faço referência à sua importância,
dado o seu uso regular no internamento. Além de livros, disponíveis na biblioteca
de cada serviço, podemos utilizar sítios na internet, como www.uptodate.com ,
www.pubmed.com, www.b-on.com.
24
Internamento
O aliciante da nossa especialidade é a variedade de patologias e a plasticidade destas, com as suas
múltiplas manifestações, que estimula não só o raciocínio clínico mas também a exploração científica, e o
internamento é o espelho que melhor reflecte esta realidade. n
25
Consulta Externa
A
Inês
Gonçalves
consulta é a actividade quotidiana mais frequente na
prática clínica do Reumatologista. É na realização
deste acto médico que o interno ganha autonomia,
experiência e confiança nas suas capacidades. Por esta razão
é natural que seja aconselhado desde o início a participar em
consultas dos colegas mais velhos e que a partir do 2º ou 3º
ano de internato (dependendo do centro em que se encontra)
seja incentivado a ter as suas próprias consultas e a desenvolver a sua própria
lista de doentes. É importante que neste processo conte sempre com o apoio de
um reumatologista experiente em gabinete próximo, para as situações em que
necessitar de discutir o diagnóstico ou orientação de determinado doente.
Não existe um modelo único de orientação da consulta e cada médico acaba por
desenvolver ao longo dos anos a sua forma única e característica de abordar o
doente. No entanto, podem considerar-se uma série de etapas lógicas e sequênciais:
1º. Observação do doente quando entra no consultório - observando a postura
do doente, a forma como caminha e as expressões de sofrimento que demonstra.
De facto é neste momento inicial que muitas vezes o médico deduz alguns
diagnósticos (ex: fibromialgia).
2º. Identificação do motivo da consulta - o que corresponderá, numa história
clínica de enfermaria, ao motivo do internamento (ex: lombalgias).
3º. Interrogatório – o médico coloca questões pertinentes sobre as queixas do
doente no sentido de as caracterizar o melhor possível (ex. localização da dor,
duração - aguda/crónica, irradiação, factores de alívio, factores precipitantes,
incapacidade resultante, tratamentos já realizados, antecedentes, etc.). A realização
do interrogatório deve ser extensa e abranger todos os dados necessários para
realização da “história da doença actual” pelo menos na 1ª consulta.
4º. Exame Clínico – vai incidir no exame musculo-esquelético mas deverá ser
completo e abranger todos os orgãos e sistemas, pelo menos na 1ª consulta.
O aparelho cardio-respiratório, a pele e as mucosas, por apresentarem
lesões associadas a várias doenças reumáticas, também devem ser avaliados
rotineiramente. O exame clínico musculo-esquelético é explicado em detalhe nas
primeiras páginas dos manuais de Reumatologia. A EULAR disponibilizada online a
explicação do exame GALS (G-gait, A-arms; L-legs; S-spine) que é uma avaliação
rápida de rastreio para patologia osteo-articular.
5º. Elaboração das hipóteses de diagnóstico.
26
Consulta Externa
6º. Pedido de exames complementares – deve ser criterioso e adequado à situação clínica.
7º. Orientação da terapêutica farmacológica e não farmacológica.
Por ser um processo meticuloso e extenso, aliado à proporção aumentada de 1ª consultas, é normal que
um interno demore mais tempo a realizar a consulta (40 minutos a 60 minutos na 1ª consulta) do que um
médico especialista (20 minutos). Com a prática demorará menos tempo!
Para além do que já foi dito, para uma prática clínica correcta, impõe-se actualmente a necessidade de
objectivar o grau de incapacidade, a dor sentida pelo doente e a actividade da doença. Isto é feito através da
aplicação de escalas de avaliação (ex: DAS28 na artrite reumatóide; ASDAS nas espondilartrites axiais...)
muitas das quais deverão ser realizadas pelo reumatologista em cada consulta.
É de salientar que se tem verificado nos últimos anos uma tendência dentro da Reumatologia para a criação
de consultas de “subespecialidades”, dirigidas por um Reumatologista com experiência nessa patologia e
optimizadas para o seguimento desses doentes. (Ex: Consultas de Reumatologia Pediátrica, Consultas de
Lúpus, Consultas de Doenças Osteo-metabólicas; Consultas de Vasculites e, outras que variam consoante
o centro). É vantajoso para o Interno participar também nestas consultas de “subespecialidades” para se
sentir mais confiante no futuro no tratamento dessas patologias. n
27
Hospital de Dia
de Reumatologia
O
Hospital de Dia de Reumatologia destinase ao seguimento de doentes com patologia
crónica, nomeadamente Artrite Reumatóide (AR),
Artrite Psoriática (AP), Artrite Idiopática Juvenil (AIJ),
Raquel
Marques
Espondilartrites Axiais incluindo Espondilite Anquilosante
(EA), Lúpus Eritematoso Sistémico, Esclerose Sistémica,
Osteoporose, Doença óssea de Paget, Uveíte refractária à terapêutica convencional
e Doença de Still sob terapêutica biológica e/ou outros fármacos de administração
parentérica periódica.
Terapêutica Biológica
Fármaco
Infliximab
Etanercept
Anti-TNF
Adalimumab
Posologia
3-5 mg/kg i.v. às 0, 2ª e 6ª semana
e depois de 6/6 ou 8/8 semanas(1)
50mg sc 1x/semana
Pediátrica: 0,8mg/kg/semana
40mg s.c. de 15/15 dias
Pediátrica: 15-30kg – 20mg s.c.
15/15dias; >30kg 40mg s.c. 15/15 dias
50mg s.c. 1 vez/mês
Golimumab
Certolizumab
Inibidores de
células B
Rituximab
Belimumab
400mg (2 x 200mg s.c.) às 0, 2ª e 4ª
semana e depois 200mg s.c. de 2/2
semanas
1g i.v. (duas administrações
com 15 dias de intervalo)
10mg/kg i.v. aos 0, 14 e 28 dias
e depois de 4/4 semanas
Indicações
aprovadas
AR, AP, EA
AR, AP, AIJ, EA
AR, AP, AIJ, EA
AR, AP e EA
AR
AR
LES
Anakinra
100mg s.c. diário
AR
Canakinumab
>40kg – 150mg s.c.de 8/8 semanas;
15-40kg – 2mg/kg s.c. de 8/8 semanas
CAPS
Inibidores da
IL-6
Tocilizumab
8mg/kg i.v. de 4/4 semanas
Pediátrica: <30kg - 12mg/kg i.v.
de 2/2 semanas;
>30kg - 8mg/kg de 2/2 semanas
AR e
AIJ sistémica
Inibidores
de moléculas de
co-estimulação
Abatacept
>40kg – 150mg s.c.de 8/8 semanas;
15-40kg – 2mg/kg s.c. de 8/8 semanas
AR e AIJ
Inibidores da
IL-1
(1)AR - 3mg/kg i.v. às 0,2 e 6ªsemana e depois cada 8 semanas; AP – 5mg/kg i.v. às 0,2 e 6ªsemana e depois cada 8 semanas; EA - 5mg/kg i.v. às
0,2 e 6ªsemana e depois cada 6 semanas
(2)<60kg – 500mg i.v.; 60-100kg – 750mg i.v.; >100kg – 1000mg i.v.
Por vezes efectua-se o uso off-label de fármacos biológicos noutras patologias,
em casos particulares, habitualmente por refractariedade ou intolerância às
28
Hospital de Dia de Reumatologia
terapêuticas aprovadas, como é o caso: do Rituximab no LES, Infliximab ou Adalimumab nas AIJ com uveíte,
Anakinra na AIJ sistémica, Doença de Still do Adulto e outras Doenças Autoinflamatórias e Canakinumab
na AIJ sistémica e outras Doenças Autoinflamatórias.
Procedimentos gerais recomendados antes do início da terapêutica biológica
1 - Exame físico detalhado para identificação de focos infecciosos, sinais de insuficiência cardíaca,
neoplasia ou outras situações clínicas que contra-indiquem o uso destes fármacos.
2 – Avaliação laboratorial de rotina com inclusão de VS e PCR.
3 - Serologias VIH, VHC, VHB.
4 – Anticorpos antinucleares.
5 - Avaliação da existência de infecções activas e/ou recorrentes nomeadamente das peças dentárias,
vias urinárias, vias respiratórias e seios perinasais.
6 - Actualização do Plano Nacional de Vacinação e considerar vacinação anti-pneumocócica (de 5 em
5 anos) e anti-gripal (anualmente). Vacinas vivas estão contra-indicadas.
7 – Em doentes que vão iniciar Rituximab: efectuar o doseamento de Imuglobulinas e pré-medicação com
100mg de metilprednisolona antes de cada infusão.
8 – Em doentes que vão iniciar Tocilizumab: não deverá ser iniciado se as contagens de neutrófilos
<0,5x109/l, plaquetas <50x103/μl ou transaminases >5x o limite superior do normal (LSN) e deve ser
iniciado com precaução em doentes com contagens de neutrófilos <2x109/l, plaquetas <100x103/μl ou
transaminases >1,5x o LSN.
Procedimentos gerais recomendados durante a terapêutica biológica
1 - Em caso de reacção alérgica: prescrever anti-histamínico e corticóides e suspender a terapêutica,
ponderando a mudança para outro fármaco biotecnológico.
2 – Em caso de cirurgia: suspender etanercept e certolizumab 2 semanas; infliximab, adalimumab e
tocilizumab 4 semanas; abatacept 8 semanas e rituximab 24 semanas antes da cirurgia.
3 – Em caso de gravidez programada: suspender a terapêutica: etanercept e infliximab 8 semanas;
adalimumab e tocilizumab 12 semanas; abatacept 14 semanas; certolizumab 20 semanas; rituximab 24
semanas. Não há necessidade de interrupção deste tipo de terapêutica nos homens que pretendem ser pais.
29
4 – Em caso de infecções: o fármaco não deve ser iniciado enquanto não existir
resolução completa da infecção. Na ausência de sinais infecciosos o tratamento
pode recomeçar, sob vigilância, cerca de 8 dias após a paragem do tratamento antiinfeccioso. Se houver reaparecimento da sintomatologia infecciosa, considerar a
suspensão definitiva do tratamento.
5 – Em doentes a fazer Rituximab: antes de retratar cumprir tempo mínimo de
24 semanas sobre tratamento anterior e dosear imunoglobulinas.
6 – Em doentes a fazer Tocilizumab: interferência do fármaco com a PCR e com
os neutrófilos (eliminando a febre durante os episódios infecciosos) pode dificultar
a detecção de uma infecção, pelo que todos os sintomas e sinais sugestivos de
infecção devem ser valorizados. O tocilizumab altera o perfil lipídico, pelo que é
recomendável a sua vigilância e caso justificado iniciar terapêutica.
7 – Em doentes a fazer Infliximab que suspenderem a terapêutica por um
período igual ou superior a 12 semanas, deverão fazer pré-medicação com 100
mg de hidrocortisona EV, nas 3 primeiras administrações após a reintrodução do
infliximab.
Terapêutica não-biológica
Fármaco
Citostático
Posologia
500 a 750mg/m2
Ciclofosfamida Habitualmente 1x/mês
durante 6 meses(1)
Vasodilatadores e
inibidores da agregação
plaquetária
LES, Esclerose
sistémica, Vasculites
50µg em 250ml de
cloreto de sódio(2)
Esclerose sistémica,
Fenómeno de Raynaud
2g/kg divididos em 3
dias consecutivos(3)
LES, Dermatomiosite,
Kawasaki
Pamidronato
15 a 90mg i.v.
trimestral
Osteogenesis Imperfecta,
Osteoporose, Paget
Zolendronato
5mg i.v.
Osteoporose, Paget
Iloprost
Imunoglobulina
Inibidores da IL-6
Utilização em
Reumatologia*
*Refere-se a utilização e não indicação aprovada
(1)
Hidratação com 1000cc de NaCl 0,9% ou Dextrose 5% em água + Ondasetron (Anti-emético) + Ciclofosfamida 500 ou 750mg/m2 + hidratação com
1000cc de NaCl 0,9% ou Dextrose 5% em água + Mesna (Uroprotector - 3 administrações)
(2)
Diluir 50µg em 250ml de cloreto de sódio e administrar a perfusão à velocidade de: 1.ª hora = (15 x Peso em Kg)/200 = ….cc/h; 2.ª hora = (30 x Peso
em Kg)/200 = ….cc/h; 3.ª hora = (45 x Peso em Kg)/200 = ….cc/h; 4.ª hora até 10 horas = (60 x Peso em Kg)/200 = ….cc/h
(3)
30
2g/kg divididos em 3 dias consecutivos a perfundir durante 12h
Hospital de Dia de Reumatologia
Procedimentos gerais recomendados durante a terapêutica com fármacos não-biológicos
1 – Ciclofosfamida: excluir a existência de infecção activa antes da perfusão, reforço hídrico, administração
concomitante com uroprotector - Mesna (prevenir cistite hemorrágica) e antiemético. Vigilância do
aparecimento de mielossupressão, elevação das enzimas hepáticas e infecções.
2 – Iloprost: vigilância da pressão arterial durante a perfusão, pois pode causar hipotensão frequentemente
acompanhada de náuseas e cefaleias.
3 – Imunoglobulina: calafrios e cefaleias associados à terapêutica.
4 – Pamidronato e Zoledronato: podem ocorrer sintomas flu-like com mialgias generalizadas e febre.
Reportados diversos casos de osteonecrose da mandíbula após terapêutica com bisfosfonatos.
A criação dos Hospitais de Dia tornou possível aos doentes sob terapêutica endovenosa, a realização da
mesma em regime de ambulatório, sem necessitar de internamento hospitalar. Toda a monitorização do
doente é feita sob a supervisão médica e de enfermeiros especializados, com disponibilização de contacto
telefónico e fácil acessibilidade do doente, permitindo uma criteriosa vigilância. n
31
Técnicas em
Reumatologia
Conceitos Gerais
João
Madruga Dias
As técnicas em Reumatologia assumem um papel
complementar no diagnóstico e tratamento das Doenças
Reumáticas, tendo um propósito diagnóstico ou terapêutico.
Como recomendações gerais, as técnicas intra-articulares
devem ser realizadas em condições de assepsia estrita utilizando material
esterilizado. Estes cuidados tornam-se mais imperativos na artroscopia, artróclise,
biópsias e infiltrações guiadas por ecografia ou fluoroscopia. No caso de infiltrações
periarticulares e mesoterapia, o material deve ser esterilizado, descartável e a
desinfecção cutânea deve preceder qualquer procedimento. No caso de utilização
de radiação ionizante, além de minimizar a exposição do doente ou profissionais ao
indispensável, é obrigatório ter cuidados redobrados em mulheres em idade fértil e
crianças. Em situação de dúvida é preferível evitar o procedimento.
A utilização de material de contraste, corticosteróides e derivados do ácido
hialurónico podem levar a processos inflamatórios articulares secundários, que
devem ser considerados e explicados ao doente. Por outro lado, existe sempre o
risco de reacção de hipersensibilidade, especialmente com material de contraste,
pelo que o doente deve ficar algum tempo sob observação de um médico
ou enfermeiro. O risco de atrofia cutânea com o uso de corticosteróides deve
ser ponderado, especialmente com os mais potentes (como o hexacetonido de
triamcinolona), pelo que o manuseamento destes produtos requer cuidado para
que não sejam injectados na pele. A rotura de tendões e calcificações das partes
moles são riscos potenciais que podem decorrer de infiltrações periarticulares e
intra-articulares. A artrite séptica é uma complicação grave, embora incomum,
após uma punção intra-articular.
Técnicas diagnósticas
Artrocentese
A artrocentese consiste numa punção intra-articular com objectivo de aspiração
de líquido sinovial para estudo. Por ser uma articulação grande, de fácil acesso
e frequentemente envolvida nas doenças reumáticas, o joelho é a localização
mais comum para a realização de artrocentese sem apoio imagiológico. Outras
articulações, pelo seu tamanho (metacarpofalângicas, metatarsofalângicas,
32
Técnicas em Reumatologia
interfalângicas, entre outras) ou acesso mais difícil (cotovelo, ombro, coxofemural, tibiotársica, etc.), podem
necessitar de apoio ecográfico ou fluoroscópico. A artrocentese deve ser realizada em condições de
assepsia, evitando-se a punção em locais com pele inflamada ou infectada (risco de artrite séptica).
As características macroscópicas do líquido sinovial fornecem informação imediata sobre o mesmo: cor,
transparência, viscosidade e cheiro. Mais informação pode ser obtida através da observação no líquido
sinovial de células e cristais ao microscópio óptico de luz polarizada e da realização de exames laboratoriais:
citológico, bioquímico e cultural.
Aspiração de bolsas serosas
Esta técnica consiste na punção da bolsa serosa, com aspiração do conteúdo. As aspirações de quisto de
Baker, de bursa olecraneana e de bursa pré-patelar são as mais comuns. Em determinadas circunstâncias
a aspiração de bolsas serosas necessita de ser ecoguiada: quantidades diminutas de líquido, quisto de
Baker organizado, variações anatómicas importantes, entre outras. Dependendo do caso clínico e intuito
terapêutico, poderá ser administrado corticosteróide após a aspiração. O líquido pode ser observado ao
microscópio óptico de luz polarizada ou enviado para exames laboratoriais.
Observação de líquido sinovial no Microscópio Óptico de Luz Polarizada
A observação ao microscópio óptico do líquido sinovial permite obter informação sobre a sua celularidade,
tipos de células, existência e morfologia de cristais, presença de fibrina ou de outras substâncias. A
presença de cristais é mais facilmente observada com recurso à luz polarizada, cuja orientação permite
denotar a birrefringência característica destes elementos, ajudando na sua correcta identificação.
Biópsia de membrana sinovial
A biópsia de membrana sinovial é um procedimento invasivo e electivo, necessitando de condições
rigorosas de assepsia. Com este procedimento obtêm-se fragmentos de membrana sinovial, que são
enviados para estudo anatomopatológico e bacteriológico, podendo também ser utilizados em contexto
de estudos e ensaios clínicos. A biópsia pode ser cega (sem ajuda imagiológica), ecoguiada ou realizada
através de artroscopia.
Biópsia de glândulas salivares minor e de gordura abdominal
A biópsia de glândulas salivares minor é uma técnica útil em doentes com suspeita de síndroma de
Sjögren, sendo facilmente realizada em ambulatório com recurso a anestesia local com lidocaína. Consiste
numa incisão horizontal na face mucosa do lábio inferior, com retirada de 4 a 6 glândulas salivares minor.
O exame anatomopatológico pode ajudar no diagnóstico caso se demonstre sialadenite focal.
33
A biópsia de gordura abdominal é relevante para a pesquisa de substância amilóide,
sendo também efectuada em ambulatório, com recurso a anestesia local com lidocaína.
Ambas as técnicas não devem ser efectuadas caso existam sinais locais de inflamação
ou infecção.
Artroscopia e mini-artroscopia
A artroscopia é um procedimento invasivo em que o interior da articulação é observado
utilizando um artroscópio ou video-artroscópio, um tipo de endoscópio que é inserido
através de uma pequena incisão. Permite visualização directa da membrana sinovial,
da cartilagem articular e de todas as restantes estruturas intra-articulares. Possibilita
também a medição de PO2 intra-articular, recolha de material biológico e administração
de tratamento se necessário. A artroscopia é utilizada quer para esclarecimento
diagnóstico adicional em doentes seleccionados, quer em contexto de investigação
científica e ensaios clínicos. Tem um componente terapêutico, não só pela lavagem
articular, como pela possibilidade de injecção intra-articular de corticosteróides. A
artroscopia exige treino e perícia técnica muito específicos e rigorosas condições de
assepsia, não sendo realizada em todos os serviços.
Ecografia musculo-esquelética
A ecografia (ou ultrassonografia) consiste na utilização de ondas sonoras de alta
frequência para produzir imagens em tempo real do corpo humano. Adquiriu um papel
cada vez mais fulcral na Reumatologia actual por não ter radiação ionizante, sendo
pouco dispendiosa, portátil e bem tolerada, além de permitir visualização instantânea
e técnicas invasivas ecoguiadas. A ecografia possibilita a avaliação da morfologia e
dano estrutural das articulações, ossos e partes moles, mas também a presença de
inflamação activa através de PowerDoppler. Esta informação é crucial e permite em
muitos casos confirmar ou excluir diagnósticos e reavaliar ou introduzir terapêuticas.
Os aparelhos variam consoante o Serviço, mas é habitual a presença de duas sondas
lineares, com possibilidade de uso de PowerDoppler. Por vezes existe uma sonda que
permite visualização em 3D ou 4D (3D em tempo real). As desvantagens da ecografia
relacionam-se com a curva de aprendizagem longa, a dependência do operador e
as limitações técnicas que dificultam a visualização de certas articulações (como a
coxofemural e articulações sacroilíacas).
Capilaroscopia e Videocapilaroscopia
A capilaroscopia analisa o leito ungeal, especialmente a distribuição e características
da vascularização. É especialmente útil para avaliar doentes com suspeita de
Esclerose Sistémica, Doença de Raynaud, Doença Mista do Tecido Conjuntivo,
34
Técnicas em Reumatologia
entre outras patologias que podem causar anomalias no leito ungueal. É um procedimento não invasivo, de
observação directa, permitindo gravação de imagens usando um videocapilaroscópio.
Absortometria Radiológica de Dupla Energia (DXA)
A DXA (ou DEXA) permite avaliar a densidade mineral óssea, indispensável no diagnóstico e seguimento de
doentes com Osteoporose. Dois feixes de raio-X com diferentes níveis de energia são apontados aos ossos
do doente (habitualmente coluna lombar e fémur). Após a subtracção da absorção dos tecidos moles, a
densidade mineral óssea pode ser determinada pela absorção óssea de cada raio. A quantidade de radiação
envolvida é menor do que numa radiografia convencional, sendo um exame rápido e não invasivo.
Técnicas terapêuticas
Infiltração periarticular
As infiltrações periarticulares consistem na injecção de corticosteróide e/ou analgésico local em tendões,
bainhas tendinosas, ligamentos, bolsas serosas, fáscias e estruturas anatómicas envolvendo nervos
(como o canal cárpico). Pela comodidade, eficácia e rapidez de acção são técnicas muito utilizadas em
Reumatologia. A metil-prednisonola ou uma combinação de metil-prednisonola e analgésico local (como
a lidocaína) são habitualmente utilizados como produto a infiltrar. A combinação de corticosteróide e
analgésico tem a desvantagem de maior quantidade de líquido a infiltrar, mas com a vantagem de analgesia
local imediata. Por vezes, devido a alterações anatómicas ou dificuldade no diagnóstico de uma patologia
específica, pode ser necessário apoio ecográfico. É essencial avaliar as condições de assepsia, evitando
punção em áreas cutâneas inflamadas ou infectadas.
Infiltração intra-articular
A infiltração intra-articular consiste numa punção de uma articulação com injecção de produto no espaço
intra-articular, podendo ser guiada por ecografia ou fluoroscopia, especialmente no caso de pequenas
articulações ou de articulações de difícil acesso. O produto escolhido varia consoante a articulação,
contexto clínico e a certeza de localização intra-articular. A metil-prednisonola é uma das substâncias
mais utilizadas, sendo também usuais a triamcinolona e o hexacetonido de triamcinolona. Juntamente com
o corticosteróide pode ser adicionado um analgésico, como a lidocaína ou a marcaína. As infiltrações intraarticulares não devem ser efectuadas em doentes com infecção local ou sistémica.
Infiltração intra-articular guiada por fluoroscopia
A fluoroscopia tem sido menos usada em Reumatologia não só por envolver radiação ionizante e utilização
de contraste radio-opaco intra-articular (que pode desencadear reacções de hipersensibilidade), mas
também pelo recurso cada vez maior à ecografia. Não obstante, apresenta vantagens: confirmação de
35
que o produto é injectado na articulação, visualização do padrão de distribuição do
contraste e da articulação no seu todo, permitindo confirmar ou excluir diagnósticos
que podem passar despercebidos na ecografia.
Infiltração intra-articular guiada por ecografia
A ecografia tem substituído a fluoroscopia como guia imagiológico para infiltrações
intra-articulares. Como a fluoroscopia, permite a observação da estrutura
anatómica e a confirmação da introdução do produto no espaço intra-articular.
Viscossuplementação
A viscossuplementação é uma infiltração intra-articular, habitualmente do joelho,
em que a substância infiltrada é um derivado do ácido hialurónico. Apesar de os
estudos existentes referirem melhoria sintomática em doentes com gonartrose,
poderá também ser aplicada em outras articulações (como o ombro ou a anca),
mediante orientação ecográfica ou fluoroscópica. Não deve ser considerada se
existirem processos inflamatórios articulares activos ou evidência de infecção
local ou sistémica.
Sinoviortese/sinovectomia com radioisótopos e ácido ósmico
A sinovectomia com radioisótopos consiste na injecção intra-articular de
radioisótopos (Érbio-169 nas pequenas articulações, Ítrio-90 no joelho, Rénio-186
e Fósforo-32 nas restantes articulações) em forma coloidal, emitindo uma
dose média de radiação de 70 a 100 Gy. Esta técnica tem demonstrado bons
resultados em articulações com processos inflamatórios refractários à terapêutica
farmacológica, sendo pouco utilizada em Reumatologia devido às desvantagens da
radiação ionizante, necessidade de marcação electiva, material utilizado e custo
elevado por procedimento (devido ao radioisótopo). As recomendações apontam
para o seu uso em população mais idosa devido à radiação ionizante, evitando
o risco de neoplasias e de irradiação de mulheres em idade fértil e homens que
desejem procriar. Não obstante, tem sido utilizada em crianças, em destaque para
os casos de discrasias hemorrágicas em que a cirurgia é um risco major.
A sinovectomia com ácido ósmico tem a vantagem de ser pouco dispendiosa, livre
de radiação (podendo ser assim administrada a todos os grupos etários), sendo
utilizada em casos de artrite refractária a corticosteróides intra-articulares.
Artróclise
36
Técnicas em Reumatologia
A artróclise, também designada por lavagem articular, é uma técnica que consiste na colocação de uma
via para entrada de soro fisiológico e outra via de saída do líquido articular, permitindo remover detritos
celulares, restos cartilagíneos e fibrina. É utilizada em casos de artrite séptica como adjuvante à terapêutica
antibiótica, na osteoartrose grave ou em artropatias inflamatórias para alívio sintomático. Necessita de
condições de assepsia estritas, sendo uma técnica morosa.
Mesoterapia
A Mesoterapia é usada no tratamento de patologia periarticular degenerativa ou inflamatória. No último
caso, é dado um ênfase preferencial a infiltrações periarticulares pela sua rapidez e acção local mais
específica. Não são incomuns reacções locais com eritema e aumento de temperatura, sendo rara a
ocorrência de infecções cutâneas. A mesoterapia pode ser aplicada em inúmeras situações clínicas e
regiões anatómicas, sendo as mais frequentes a região cervical, dorsal, lombar, sagrada, glútea, o ombro
e a região escapular.
Conclusão
As técnicas tornaram-se uma parte integrante do exercício da Reumatologia, quer em contexto clínico,
quer em contexto de investigação. A sua execução diferencia o Reumatologista de outras especialidades
e proporciona uma mais-valia ao doente reumático. A aprendizagem de técnicas faz parte do currículo da
formação específica em Reumatologia e o seu uso é quotidiano na prática clínica. n
37
A Sociedade Portuguesa
de Reumatologia
A
Sociedade Portuguesa de Reumatologia, fundada
a 6 de Janeiro de 1972, apresenta uma estrutura
institucional composta por três Orgãos Sociais:
Assembleia Geral, Direcção e Conselho Fiscal.
Luís
Maurício
A Assembleia Geral é composta por todos os Sócios da
Sociedade na plenitude dos seus direitos, apresentando uma
Mesa composta por um Presidente e dois Secretários, que são os responsáveis
pelo seu normal funcionamento. As competências da Assembleia Geral estão
definidas no Estatuto da SPR mas, de uma forma sintética, poder-se-á dizer que
cabe à Assembleia Geral apreciar e votar os Relatórios e Planos de Actividades,
os Relatórios de Contas e o Orçamento, a cada ano, apresentados pela Direcção.
Para além disso, é na Assembleia Geral que se faz a admissão de novos sócios e
se debatem, de uma forma geral, todos os assuntos de interesse para a Sociedade.
A Assembleia Geral reúne, de forma ordinária, pelo menos uma vez em cada ano.
Reúne de forma extraordinária sempre que convocada pelo seu Presidente, pela
Direcção ou por dez sócios na plenitude dos seus direitos, com uma Agenda prédefinida.
A Direcção é o orgão executivo, responsável pela definição estratégica e pela
gestão operacional da Sociedade. É composta por dez membros a que se associa o
Presidente Eleito. Constituem a Direcção o seu Presidente, dois Vice Presidentes,
Secretário Geral, Secretário Geral Adjunto, Tesoureiro, Vogais – quatro, um
por Região - para as Regiões Norte, Centro, Sul e Ilhas. O futuro Presidente da
Sociedade – Presidente Eleito – acompanha o trabalho da Direcção nos dois anos
anteriores à sua entrada em funções como Presidente, fazendo parte integrante
da Direcção.
O Secretário Geral Adjunto, é, por definição estatutária, o Editor Chefe da
Acta Reumatológica Portuguesa. O Tesoureiro faz toda a gestão financeira da
Sociedade e o Secretário Geral é responsável pela gestão do património e pela
operacionalização das questões relacionadas com a gestão corrente da Sociedade.
Cada um dos Vogais é o porta-voz das questões relacionadas com o desenvolvimento
da Reumatologia nas suas Regiões. Cada Direcção tem um Coordenador Científico
que é escolhido pelo Presidente.
O Presidente da Direcção é o responsável pelas linhas de actuação da Sociedade
durante o seu mandato, definidas no seu Programa de Candidatura apresentada
aos Sócios, aquando da sua eleição, cabendo-lhe a coordenação geral de todas
as actividades e a representação institucional da Sociedade perante terceiros. No
38
A Sociedade Portuguesa de Reumatologia
início de cada mandato, o Presidente efectua a distribuição dos diferentes pelouros pelos membros da
Direcção, para além daquilo que estatutáriamente se encontra definido, conferindo-lhes, dessa forma,
especiais responsabilidades na gestão de áreas específicas. São exemplo dessas tarefas, a gestão das
Bolsas, Prémios e Fundo de Investigação; relacionamento com o Provedor e Representante dos Internos;
Editor do Boletim Informativo e da “Ligações”; responsável pelo Site; responsável pela coordenação dos
Grupos de Trabalho; elemento de ligação à EULAR, entre muitas outras tarefas. A Direcção reúne, pelo
menos, uma vez em cada mês.
O Conselho Fiscal é composto por um Presidente, um Relator e um Secretário. É responsável pelo
acompanhamento da execução financeira da Sociedade, podendo a cada momento consultar as Contas. É
obrigatório, em cada ano, um Parecer do Conselho Fiscal sobre o Relatório de Contas, apresentado pela
Direcção à Assembleia Geral, condição indispensável para a sua aprovação.
Os Orgãos Sociais da Sociedade Portuguesa de Reumatologia – Assembleia Geral, Direcção e Conselho
Fiscal – são eleitos por um mandato de dois anos, mediante um Programa de Candidatura onde são
apresentadas as linhas gerais de actuação e os projectos a desenvolver pelo Presidente e a equipa que o
acompanha na Direcção. De forma concomitante faz-se a eleição do Presidente-Eleito, que acompanhará
os trabalhos da Direcção durante dois anos, findos os quais assumirá as suas funções. As eleições
decorrem em Assembleia Geral, no fim de semana que contém ou imediatamente antecede ou sucede
ao 5 de Outubro, no decorrer das Jornadas de Outono da Sociedade. O voto pode ser presencial – no
decorrer dessa Assembleia Geral – ou efectuado por correspondência, mediante os trâmites Estatutários e sob
a coordenação do Presidente da Mesa da Assembleia Geral, a quem compete a organização do acto eleitoral. n
39
Provedor e Representante
dos Internos
A
s figuras de Provedor e Representante dos Internos
foram recentemente criadas pela SPR. Pretendia
assim a SPR dar mais atenção aos internos, à sua
formação e à sua integração na SPR e nas suas actividades.
J. Canas
da Silva
Sofia
Ramiro
Foi em 2009 que começámos este projecto. O Dr. José Canas
da Silva foi convidado, pela Direcção da SPR, para o cargo
de Provedor dos Internos. A Dra. Sofia Ramiro foi eleita,
por internos, a Representante dos Internos de Reumatologia.
E foi assim que iniciámos este desafio. Um desafio, pois
eram cargos que não existiam previamente, não se sabia ao
certo o que era esperado de nós, e fomos construindo este
percurso, numa tentativa de dinamizar o grupo de internos,
de estimular o contacto entre os internos, a troca de ideias,
e também numa tentativa de optimizar a sua formação. Em Junho de 2009 foi
realizado o 1º Encontro de Internos, que teve um período de formação (Curso sobre
Exame Objectivo em Reumatologia), mas também momentos de convívio e outros
de discussão e de reflexão sobre o que se pretendia para o grupo de internos e o
que se esperava do Representante e do Provedor dos Internos. Foram as ideias
discutidas nessa reunião que orientaram um pouco o nosso mandato.
Uma das prioridades dos internos era apostar-se na formação, através da
organização de reuniões/cursos, sobre variados temas. Desde então foram
organizadas as seguintes reuniões:
1. Novembro de 2009: Artrite Inicial
2.Março de 2010: Gravidez e doenças reumáticas
3.Maio de 2010: Imagiologia em reumatologia
4.Dezembro de 2010: Manifestações cutâneas de doenças reumáticas
5.Janeiro de 2011: Reumatologia Pediátrica
6.Fevereiro de 2011: Técnicas em reumatologia
7.Setembro de 2011: Terapêutica com DMARDs de síntese e biológicos em
situações clínicas particulares
8.Outubro de 2011: 1º Curso de Ecografia da Escola de Ecografia da SPR (para
internos)
9.Março de 2012: Reumatismos extra-articulares
40
Provedor e Representante dos Internos
Este mandato deu-nos aos dois um enorme prazer. Tentámos responder às solicitações dos internos,
estar próximos dos mesmos e sobretudo criar um grupo com interacção fácil. Criámos uma mailing list
de internos, pastas de ficheiros partilhadas online, entre outros. Conseguimos, por exemplo, juntamente
com a SPR, que passasse a haver um patrocinador do curso EULAR online para os internos que nele
desejassem participar, iniciativa que é este ano repetida pela 3ª vez. Intervimos também, junto do Colégio
de Reumatologia da Ordem dos Médicos e posteriormente junto de administrações, direcções clínicas e
de internatos médicos, no sentido de se conseguir uma uniformização, entre os diferentes centros, do
trabalho prestado pelos internos de reumatologia no Serviço de Urgência. Estas tentativas não foram bem
acolhidas pelas administrações hospitalares, e dada a conjuntura económica e política do país, decidimos
não insistir. Este será um assunto a ser, possivelmente, retomado mais tarde.
O Programa de Formação de Reumatologia foi actualizado, pelo Colégio de Reumatologia da OM em
2008 e posteriormente aprovado pelo Conselho Nacional Executivo. No entanto, a sua publicação foi um
processo complexo e moroso. Tentámos, junto de quem de direito, exercer pressão para que o mesmo
fosse publicado e entrasse em vigor o quanto antes e é com satisfação que vemos que, em Agosto de 2012,
o novo Programa de Formação de Reumatologia é finalmente publicado em Diário da República.
Estes são alguns exemplos do que nos manteve ocupados durante este mandato como Provedor e
Representante dos Internos. Esperamos ter deixado uma semente que possa vir a dar frutos durante
os próximos anos. Ficou certamente muito por fazer e estamos certos de que os próximos Provedor
e Representante de Internos muitos desafios terão em mãos e provavelmente muito mais conseguirão
alcançar. É com muito prazer que contribuímos para a dinamização destes cargos de Provedor e
Representante dos Internos, que desde já agradecemos à SPR ter criado. n
41
Inscrição na Sociedade
Portuguesa de Reumatologia
A
Sofia
Ramiro
Pedro
Machado
inscrição na Sociedade Portuguesa de Reumatologia
(SPR) é feita através da apresentação da “Proposta de
Admissão de Sócio” (Anexo 7) em Assembleia Geral
da SPR. O futuro sócio preenche o formulário, que deve ser
assinado por dois proponentes – Sócios da SPR (qualquer
sócio titular pode ser proponente). O formulário contempla
essencialmente contactos do interno. Deve ser solicitada
a admissão como membro associado (só os especialistas
podem ser membros titulares). A proposta é levada à
Assembleia Geral, idealmente a primeira que ocorra após o
início do internato complementar. Habitualmente decorrem
2 Assembleias Gerais por ano, pelo que na primeira metade
do 1º ano deverá ser possível ter este processo concluído.
A data concreta da Assembleia
Geral pode ser conhecida através do(a) Representante
dos Internos. É desejável que seja o próprio interno a estar presente na Assembleia
Geral e apresentar a sua proposta a sócio. Só em casos excepcionais é que o
interno se deve fazer representar.
Após se tornar membro associado da SPR, o interno tem acesso a todas as
publicações da SPR (envio de e-mails, Acta Reumatológica Portuguesa, Ligações,
Boletim Informativo, etc), assim como acesso gratuito às reuniões organizadas pela
SPR (Congresso Português de Reumatologia, entre outras). A quota da SPR é paga
anualmente e tem actualmente o valor de €50. n
42
Inscrição na Sociedade Portuguesa de Reumatologia
43
Acta Reumatológica
Portuguesa
A
Lúcia
Costa
Acta Reumatológica Portuguesa (ARP) é o órgão
científico oficial da Sociedade Portuguesa de
Reumatologia (SPR). Iniciou a sua publicação em
1973 tendo tido uma interrupção de 2 anos, razão porque o
volume deste ano é o número 37 e não o 39.
Ao longo dos anos a ARP veio a afirmar-se como a revista
selecionada por muitos autores nacionais e estrangeiros para publicação dos seus
trabalhos. O rigor que se foi impondo, com o esforço dos vários editores, com
revisão por pares, com publicação de artigos em língua inglesa, ou obrigatoriamente
com resumo e título em inglês, levou em 2006 à indexação da revista à Pubmed/
Medline e mais tarde ao Science Citation Index (SCI). A ARP foi a primeira revista
de reumatologia ibero-americana a ser indexada.
Uma linha editorial cuidada, com seleção criteriosa dos artigos a publicar, fez com
que, em 2010, a Acta Reumatológica Nacional fosse a primeira revista médica
nacional a ter um Fator de Impacto (FI) atribuído1. Em 2011, embora o nosso FI tenha
diminuído de 0.726 para 0.451, continuamos, por exemplo, acima da revista alemã
de reumatologia. Atualmente há mais duas revistas nacionais com FI atribuído,
mas a ARP é a que tem FI mais elevado. Esta descida do FI era esperada, porque
em 2009 publicámos mais um número da ARP, o que, se por um lado mostra o
interesse crescente dos autores em publicar na Acta, por outro lado faz diminuir o
número de citações por artigo publicado 1.
Desde o início de 2012, a ARP está disponível online (http://arp.spreumatologia.
pt), com um arquivo com todos os números publicados desde 1973. Também desde
essa altura a submissão dos artigos é feita exclusivamente através desse endereço
eletrónico, evitando a possível perda de e-mails.
O objetivo atual, além de garantir a normal periodicidade da Acta Reumatológica
Portuguesa (4 números por ano) é aumentar o nível de exigência na seleção dos
artigos, incentivando a publicação de artigos originais e diminuindo o número
de casos clínicos, publicando apenas casos raros ou com elevada dificuldade
diagnóstica ou de manuseamento, para podermos aumentar o nosso Fator
de Impacto, uma vez que publicar em revistas com alto FI é uma necessidade
curricular académica. n
1 - Fonseca JE, Santos MJ, Silva JA et al. Acta Reumatológica Portuguesa: atribuição de Fator de Impacto em junho de 2010.
Acta Reumatol Port 2010; 35: 129-130
44
Acta Reumatológica Portuguesa
45
EpiReumaPt – Estudo
Epidemiológico das Doenças
Reumáticas em Portugal
A
Jaime
C. Branco
s Doenças Reumáticas (DR) são o grupo de patologia
humana mais frequente. Por isso e dada a sua natureza
crónica e incapacitante são motivo de avultado consumo
de cuidados de saúde, primários e hospitalares, e elevados
gastos de recursos sociais.
Os poucos estudos nacionais de carácter epidemiológico que
existem baseiam-se em amostras regionais e/ou apenas visam uma doença especifica.
O conhecimento correcto da prevalência nacional e regional das DR no seu conjunto
e das principais DR em particular é portanto uma necessidade científica, académica,
social, médica e económica – portanto politica.
Esta era já, desde há décadas, a perspectiva dos diversos e sucessivos responsáveis
pela Reumatologia portuguesa, mas a necessidade de redigir (2002-2004) e aplicar
(2004-2014) o Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas (PNCDR) tornou esta
carência mais aparente e indispensável. Por isso 4 dos 5 objectivos específicos do
PNCDR visam colmatar esta falta.
Assim e reunidos que foram os recursos humanos, científicos, materiais, e financeiros
essenciais e os apoios fundamentais, a SPR em associação com a DGS, Faculdade de
Ciências Médicas da UNL e Universidade Católica Portuguesa (UCP) avançaram para a
realização do EpiReumaPt.
Trata-se de um estudo epidemiológico de base populacional, observacional, transversal
que visa contribuir para a execução do Plano Nacional de Saúde, através do
cumprimento do PNCDR, quer na promoção da saúde das populações, nomeadamente
no grupo especifico e volumoso dos doentes reumáticos, quer na obtenção de ganhos
em saúde e programação de novas politicas de saúde.
Para isso o EpiReumaPt apresenta os seguintes objectivos: determinar a prevalência
das doenças reumáticas no seu conjunto e individualmente (nomeadamente das
doenças visadas no PNCDR), obter dados sobre qualidade de vida, capacidade funcional,
capacidade laboral e utilização de cuidados de saúde (em doentes reumáticos e não
doentes reumáticos), identificar factores de risco sócio-demograficos e clínicos, criar
coortes para seguimento prospectivo futuro e colher sangue para armazenar em
biobanco.
No EpiReumaPt serão incluídos 10.000 portugueses de ambos os sexos, com mais de
18 anos, não institucionalizados que habitem casas privadas quer no Continente quer
nas RA dos Açores e Madeira.
46
EpiReumaPt – Estudo Epidemiológico
das Doenças Reumáticas em Portugal
O estudo iniciou-se em Setembro de 2011 e deve estender-se até finais de 2013.
O recrutamento e primeira entrevista são realizados por entrevistadores não médicos do CESOP da
UCP. Os indivíduos seleccionados desta primeira entrevista – todos os que tiverem sintomas ou doenças
reumáticas e 20% dos que forem reumatológicamente saudáveis – são convidados para uma consulta
em Centro de Saúde da sua área/concelho de residência. Estas consultas são apoiadas por uma Unidade
Móvel especificamente concebida e equipada, onde se realizam, com o auxílio de enfermeira e técnica de
radiologia, DEXA do punho, RX vários e colheitas sanguíneas.
Resultados interinos do EpiReumaPt já originaram vários trabalhos apresentados como comunicações
orais e posters quer no XVI Congresso Português de Reumatologia, Vilamoura, 1-5/05/2012, quer em
outras reuniões científicas nacionais e internacionais.
O EpiReumaPt é um dos instrumentos estratégicos da SPR tendo em vista, além dos óbvios e muito largos
aspectos estruturantes e científicos, o planeamento objectivo e concreto da assistência Reumatológica no
nosso País. n
47
Reuma.Pt
A
Augusto
Faustino
quilo que hoje designamos por Reuma.Pt, versão
web do Registo Nacional de Doentes Reumáticos
(RNDR) da Sociedade Portuguesa de Reumatologia
(SPR), tem a sua origem na necessidade sentida pela
Direcção da SPR no biénio 2006-2008 de promover um
registo de dados associados à utilização das terapêuticas
biotecnológicas em Reumatologia, em especial na área da
Artrite Reumatóide. Numa altura em que a sua utilização se generalizava, e em que
a SPR tinha assegurado a publicação de regras para uma boa prática clínica nesta
área (Consensos para a utilização de terapêutica biológica na artrite reumatóide) (ARP,
2003 e 2005), tornava-se fundamental iniciar a recolha de dados clínicos da sua
utilização prática. Cria-se assim, o BioRePortAR (Registo de Doentes com Artrite
Reumatóide a efectuar Terapêutica Biotecnológica), desenvolvido numa parceria
técnica com o Instituto de Medicina Preventiva (IMP) da Faculdade de Medicina de
Lisboa, o qual tem a sua apresentação pública em 12 de Fevereiro de 2008.
Este conceito inicial (simples bases de dados de doentes) evoluiu rapidamente
para um programa informático de registo de dados em ambiente de processo
clínico electrónico (com registo de dados clínicos de doentes, conceptualmente
e na prática em tempo real de consulta médica), alargando-se a sua cobertura
a doentes com outras patologias (Espondilite Anquilosante, Artrite Idiopática
Juvenil e Artrite Psoriática) a fazerem (BioRePortEA, BioRePortAIJ, BioReportAP)
ou não (RegistAR, RegistEA, RegistAIJ e RegistAP) terapêuticas biotecnológicas.
Mais recentemente foram criados registos específicos para o Lupus Eritematoso
Sistémico e Artrites Iniciais, sendo também possível passar a registar o uso destes
fármacos em situações clínicas para lá destas indicações.
A introdução dos primeiros dados efectuou-se em Junho de 2008, e desde então
tem crescido de forma exponencial, atingindo hoje cerca de 5000 doentes, mais de
1500 sob terapêuticas biológicas. As diferentes plataformas informáticas para cada
uma das realidades indicadas foram unificadas sob a designação Registo Nacional
de Doentes Reumáticos da SPR, e foi generalizada a sua utilização na maioria dos
Serviços e Unidades de Reumatologia a nível hospitalar (através da distribuição
a todos eles de um computador pessoal com programa informático) e em alguns
Centros de Reumatologia privados. Foi criada uma Comissão Coordenadora do
RNDR, englobando representantes de todos os centros e possuindo um núcleo
técnico central composto por um Coordenador Nacional, um Coordenador
Executivo e um Coordenador Científico, trabalhando diariamente em articulação
com uma estrutura informática, autonomizada após a conclusão da parceria com
48
Reuma.Pt
o IMP. Os objectivos desta Comissão Coordenadora são promover a implementação nacional do RNDR da
SPR e regulamentar o acesso, utilização e divulgação de dados obtidos através deste registo, sendo criado
um “Regulamento de acesso, utilização e divulgação de dados do Registo Nacional de Doentes Reumáticos
(RNDR) da SPR” e disponibilizado auxílio para introdução de dados, regulados por “Regras de Acesso a
Compensação Financeira para inserção de dados no Registo Nacional de Doentes Reumáticos (RNDR) da
Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR)”.
Em cerca de 2 anos (2008-2010) o volume de dados inseridos cresceu de forma exponencial, permitindo
o acumular de informação que passou a ser alvo de um “Relatório de Execução da Comissão Coordenadora
do RNDR da SPR”, publicado semestralmente e distribuído a todos os reumatologistas, patrocinadores
e entidades oficiais envolvidas nesta temática. Passou a ser editada uma “Newsletter” de forma regular
(acompanhando a publicação da Newsletter da Direcção da SPR “Ligações”), contendo informações sobre
boas práticas na introdução de dados no RNDR, promovendo a melhoria da qualidade das informações
disponibilizadas pelo Registo.
O RNDR passou a ser reconhecido por todos os Reumatologistas como um instrumento fundamental na
sua prática clínica diária, sobretudo no âmbito da utilização dos fármacos biológicos, mas rapidamente
também as entidades oficiais perceberam as suas enormes potencialidades quanto a garantir a utilização
adequada destes fármacos, em termos de rigor nos critérios de introdução e de manutenção em tratamento
e de monitorização de segurança da sua utilização. Neste sentido a SPR trabalha há muito com a DGS no
sentido da criação de uma plataforma que exija o registo mínimo de dados dos doentes a quem é prescrita
terapêutica biológica, como condição indispensável para a sua dispensa hospitalar.
A exigência num mais rápido e efectivo acesso a formas de registo de dados e à sua partilha, entre os
reumatologistas e a SPR, mas também entre esta e outras instituições, levaram à evolução do conceito
do RNDR alojado estaticamente num computador pessoal para uma versão web, permitindo em tempo
real que qualquer reumatologista possa aceder (de forma codificada) a uma plataforma electrónica, onde
encontrará todos os instrumentos para registo dos seus doentes neste contexto. Esta versão web, o
Reuma.Pt, está já disponível para todos os reumatologistas, e é a base de um Protocolo de Cooperação
estabelecido entre a DGS, a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), a Sociedade
Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e a SPR,
conducente à implementação de um registo electrónico obrigatório, que garanta “o cumprimento dos
requisitos instituídos e a adequação da prática médica relativamente às Normas Clínicas, emitidas pela
Direcção-Geral da Saúde” para prescrição de agentes biotecnológicos.
O Reuma.Pt será assim o corolário de um sonho recente (menos de 6 anos) mas de árdua concretização
que no final permitirá atingir aqueles que foram desde o início definidos como os seus fundamentais
desideratos: 1) aumentar a qualidade clínica dos cuidados de saúde no âmbito da Reumatologia; 2) promover
o conhecimento exacto sobre a prática da Reumatologia em Portugal promovendo estudos epidemiológicos
e clínicos de impacto nacional e internacional; 3) colaborar com as autoridades de saúde no sentido de
49
garantir a mais efectiva e adequada utilização das terapêuticas disponíveis em
Reumatologia.
Os dados nacionais acumulados (totalmente anonimizados e representando de forma
homogeneizada a realidade nacional, sem identificação dos Serviços de origem)
são pertença de todos os reumatologistas e internos que colaborem neste projecto,
assumindo-se como uma fonte estimulante de ideias de potenciais projectos de
trabalho de investigação, para cuja concretização bastará a elaboração de uma
proposta de acesso aos dados implicados no projecto, submetida à Comissão
Coordenadora do Reuma.pt, segundo formulário próprio.
O Reuma.Pt constitui assim um instrumento fundamental para todos os
reumatologistas, contribuindo de forma decisiva na melhoria da qualidade e
padronização da sua prática clínica diária, mas representa sobretudo uma
oportunidade única para os internos, pelas suas potencialidades formativas e
promotoras de investigação clínica, devendo ser encarado por estes como um
estímulo, uma prioridade e uma exigência de envolvimento e participação durante
o seu trajecto de formação e aprendizagem pré-graduada da especialidade. n
50
Reuma.Pt
51
O Website da Sociedade
Portuguesa de Reumatologia
O
José
Romeu
Site da SPR (www.spreumatologia.pt) é, a par das
suas publicações escritas, Ligações e Boletim
Informativo, a forma mais importante de informação
da actividade da SPR, constituindo igualmente um meio
para sua projecção junto de outras especialidades, dos
organismos e das autoridades de saúde, e do público em
geral.
Destacando sempre as principais actividades da SPR, nomeadamente as suas
reuniões científicas, como o seu Congresso ou o seu Simpósio Nacionais, as suas
Jornadas e os seus diferentes Fóruns e Cursos, assim como as suas Bolsas de
Investigação e Formação Reumatológicas, o site faz também suas as notícias
referentes a outras actividades, quer da SPR, quer de outros de outras instituições
científicas e assistências, incluindo, sempre que solicitado, a das Unidades e dos
Serviços de Reumatologia. Da mesma forma, tanto na sua Agenda como no espaço
reservado a Eventos, poder-se-á também encontrar a referência aos principais
acontecimentos nacionais e internacionais da reumatologia.
A Acta Reumatológica, revista científica da SPR, assim como os projectos da
SPR com sites específicos (Reuma.pt e Epireuma.pt), ocupam igualmente ocupam
espaços de destaque no site, com ligação aos mesmos.
Da mesma forma, as recomendações (Guidelines) da SPR merecem particularmente
atenção, com o seu anúncio e acesso às mesmas sempre que surgem novas
recomendações ou suas actualizações.
Destaque-se ainda a Biblioteca, que, para além de aceder aos principais motores
de busca de publicações científicas, permite que os sócios, após registo, tenham
acesso às principais revistas de reumatologia e de medicina interna, podendo
solicitar pesquisas ou artigos dessas revistas.
Para além de todos os números da Acta Reumatológica publicados desde 1973,
disponíveis no site da Acta, também todos os números do Ligações e do Boletim
Informativo estão disponíveis no site da SPR. O site permite também o acesso
aos artigos publicados por reumatologistas nacionais em outras revistas, assim
como a outras obras científicas também da responsabilidade de reumatologistas
portugueses.
Ainda no site pode-se encontrar informações sobre a SPR, designadamente a sua
história, os seus objectivos, os seus orgãos sociais e os seus grupos de trabalho,
sobre a Rede de Referênciação Hospitalar de Reumatologia e o Programa Nacional
52
O Website da Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Contra as Doenças Reumáticas, assim como ter acesso aos sites específicos de entidades ou organizações
de que a SPR é parceira, tal como o do Observatório Nacional das Doenças Reumáticas (ONDOR) e o da
Década do Osso e da Articulação.
Os mais importantes regulamentos da SPR, nomeadamente os referentes às candidaturas às diversas
Bolsas da SPR e ao seu patrocínio científico a edições ou eventos científicos, podem igualmente ser
consultados no site.
Finalmente, registe-se que informações gerais sobre as principais doenças reumáticas também
estão também disponíveis para o público em geral e a potencialidade de uma Slidoteca com imagens
disponibilizadas pelos reumatologistas. n
53
Colégio de Reumatologia
da Ordem dos Médicos
A
Maria João
Salvador
Ordem dos Médicos foi criada em 24 de Novembro
de 1938, tendo como objectivo o estudo e defesa
dos interesses profissionais. Após várias alterações
(1956, 1968, 1969) os seus estatutos assumem a actual forma
em 1974.
Aí o governo reconhece à OM a competência para actuar
como entidade disciplinadora do exercício da profissão médica. Estes Estatutos
abrangem todos os médicos no exercício da sua profissão, exigem que a Ordem
dos Médicos exerça a sua actividade com total independência em relação ao Estado,
formações políticas ou outras organizações e pugna pela ideia de que a defesa dos
legítimos interesses dos médicos passe, em primeiro lugar, pelo exercício de uma
medicina humanizada, que respeite o direito à saúde de todos os cidadãos, nele
se consagrando ainda o princípio da criação de um Serviço Nacional de Saúde, no
qual os médicos terão necessariamente papel preponderante e fundamental.
É a Ordem dos Médicos que valida e garante a certificação dos médicos, a qualidade
da sua prática clínica, bem como a sua formação e avaliação contínua. Ela deve
defender a ética, a deontologia e a qualificação profissional médicas, a fim de
assegurar e fazer respeitar o direito dos utentes a uma medicina qualificada. Deve
também dar parecer sobre todos os assuntos relacionados com o ensino, com o
exercício da medicina e com a organização dos serviços que se ocupem da saúde,
sempre que julgue conveniente fazê-lo, junto das entidades oficiais competentes
ou quando por estas for consultada.
De entre os vários órgãos de competência genérica da Ordem dos Médicos, fazem
parte os Colégios de Especialidade, que são órgãos consultivos de competência
específica. O Colégio de Reumatologia foi criado em 1978, após o reconhecimento
da Especialidade.
O Colégio é formado por todos os médicos inscritos nele, que elegem por meio de
voto a Direcção do Colégio. Esta é formada por 10 elementos, onde devem constar
pelo menos dois elementos de cada secção regional (Zona Norte, Centro e Sul,
sendo que as Ilhas estão integradas na zona Sul).Um destes elementos será o
representante do Colégio na UEMS. Cabe ao Colégio elaborar e propor ao Conselho
Nacional Executivo os programas curriculares, certificar a Idoneidade dos Serviços
para a formação de Internos de Especialidade, dar parecer sobre assuntos técnicos
e científicos que lhe sejam solicitados, entre outros. n
54
Colégio de Reumatologia da Ordem dos Médicos
55
Liga Portuguesa Contra
as Doenças Reumáticas
e Associações de Doentes
Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas
Diana
Gonçalves
A Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas foi
criada em 1972, tratando-se de uma instituição de carácter
médico-social, sem fins lucrativos, que apoia social e
economicamente a luta contra o Reumatismo em Portugal.
Nesta Liga, além da presidência ser dirigida por um Reumatologista, existem outros
Reumatologistas a participarem de forma activa nos órgãos sociais.
Os seus principais objectivos são ajudar os doentes reumáticos contribuindo para a
sua integração na sociedade; aconselhar os doentes e os seus familiares; efectuar
campanhas de prevenção; colaborar com outras organizações internacionais e
contribuir para a criação e manutenção de centros especializados de diagnóstico,
tratamento e recuperação do doente reumático. Encorajar e contribuir para a
pesquisa científica, assim como desenvolver acções de formação para técnicos
de saúde que lidam com este grupo de doenças, são outros objectivos desta
instituição.
Para obter mais informação podemos consultar o site da Liga - www.lpcdr.org.pt.
Associações de Doentes
Existem várias Associações de Doentes do Foro Reumático em Portugal, criadas
com o objectivo primordial de prestar apoio médico, social e educacional aos
doentes reumáticos e seus familiares. São associações sem fins lucrativos, que
integram não só os doentes e seus familiares como também todos os indivíduos
interessados nestas patologias.
No que diz respeito ao apoio médico, mais especificamente apoio por
Reumatologistas, este varia entre as diversas Associações. Algumas Associações
de Doentes têm um papel bastante activo por parte de Reumatologistas os quais
fazem parte da presidência da direcção e do conselho científico; elaboram guias
informativos, acções de formação e informação; esclarecem dúvidas colocadas
às associações; entre outras. Outras Associações têm apoio na realização de
consultas, na colaboração para elaboração de livros ou, em alguns casos, têm
apenas alguns reumatologistas como referência aos quais recorrem para
esclarecimento de dúvidas ou prestação de cuidados a determinado doente. Entre
os associados há alguns pertencentes a várias áreas da saúde que dão o seu
contributo através de quotas.
56
Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas
e Associações de Doentes
Os objectivos destas associações são: promover a organização de encontros entre doentes onde estes
possam expressar as suas dificuldades e dúvidas em relação à sua doença; a realização de programas
e acções de informação; a promoção de edições sobre a doença e a colaboração com outros serviços
nacionais ou estrangeiros para a troca de informações. Estas associações colaboram, também, com todos
os profissionais de saúde promovendo a assistência e a investigação médica. n
Associações de Doentes existentes em Portugal:
- Associação de Doentes com Artrites e outros Reumatismos da Infância – ANDAI (www.andai.org.pt)
- Associação de Doentes com Artrite Reumatóide – ANDAR (www.andar-reuma.pt)
- Associação de Doentes com Espondilite Anquilosante – ANEA (www.anea.org.pt)
- Associação Nacional contra a Osteoporose – APOROS (www.aporos.pt)
- Associação de Doentes com Lúpus (www.lupus.pt)
- Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndroma de Fadiga Crónica – Myos (www.myos.pt)
- Associação Portuguesa de Doentes com Fibromialgia – APDF (www.apdf.com.pt)
57
Programa Nacional Contra
as Doenças Reumáticas
O
Jaime
C. Branco
Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas
{PNCDR) foi elaborado e redigido por oito
reumatologistas sob a coordenação científica do Prof.
Mário Viana Queiróz {MVQ) e executiva do Dr. Alexandre
Diniz, da DGS. Os trabalhos desta Comissão iniciaram-se
em 2002, a redacção do PNCDR ficou concluída no início de
2004 e, após um período de discussão pública, foi aprovado
por Despacho Ministerial de 26 de Março de 2004.
O PNCDR foi um dos contributos do Ministério da Saúde para a “Década do Osso
e da Articulação - 2000-2010” e reflecte a preocupação das Autoridades nestas
doenças, que são o grupo de patologia humana mais frequente e implicam um
forte impacto negativo na qualidade de vida das pessoas, constituindo, por isso,
um considerável problema social e económico e, tendo em conta a sua tendência
crescente, esta já importante questão de saúde pública agravar-se-à no futuro
próximo.
O PNCDR é um instrumento que tem como objectivo a inversão da tendência de
aumento da perda de funcionalidade causada pelas Doenças Reumáticas. Para
isso, propõe um maior investimento na prevenção (primária, secundária e terciária)
através de uma maior congregação de esforços de todos os Serviços e níveis
de prestação de cuidados de saúde. Como resultado, dever-se-ão obter ganhos
de saúde mensuráveis na área da reumatologia. O PNCDR aplica-se através da
implementação de estratégias de intervenção (n=11 ), de formação (n=8), de colheita
e análises informação (n=2) e da criação de variados instrumentos de suporte. O
Programa tem como interlocutor científico permanente a SPR e recorre, sempre
que necessário, a outras sociedades científicas, ordens profissionais e associações
de doentes.
O acompanhamento e avaliação anual do Programa será efectuado, a nível regional,
pelas ARS’s e, a nível nacional, por uma Comissão Nacional na dependência do
Director-Geral de Saúde. Esta Comissão foi coordenada por MVQ (Despacho do
Ministro da Saúde de 09/06/2004) e depois por mim próprio (Despacho do Alto
Comissário da Saúde de 10/10/2006 e posteriormente do Ministro da Saúde de
16/05/2008)
Durante estes 8 anos de vigência do PNCDR já muito de objectivo foi feito (p. ex.
novas Unidades/Serviços hospitalares de reumatologia, publicações, acções de
formação, pareceres, circulares informativas e normas da DGS) mas tem sido
sobretudo o trabalho “invisível” (p. ex. aquisição e aumento do respeito e influência
58
Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas
perto das autoridades, capacidade de antecipar e prevenir problemas, estatuto de igualdade com outros
Programas de áreas tradicionalmente “mais importantes”, proximidade com as fontes de informação e
os órgãos de decisão) que mais se tem desenvolvido. Este é o tipo de esforço que é muito laborioso,
demasiado exigente, por vezes até bastante complicado e que está sempre incompleto.
De resto o PNCDR é um instrumento dinâmico e como tal nunca estará concluído. É por isso que não
poderá ter sucesso apenas com o engenho e a arte do seu coordenador, qualquer que ele seja, ou mesmo
de toda a Comissão Coordenadora.
Todos os muitos actores deste Programa são então necessários para que ele prossiga e progrida. Mas
é absolutamente fundamental que os reumatologistas, os de hoje e sobretudo os de amanhã (actuais
internos), juntamente com os doentes reumáticos, os mais interessados no cumprimento desta agenda
programática, nele se revejam e empenhem.
Este PNCDR tem a vigência de 10 anos, pelo que em 2014 terá de ser renovado e actualizado tendo em conta
as novas realidades nacionais e da especialidade de Reumatologia, incluindo os resultados do EpiReumaPt,
futuro instrumento de apoio fundamental para a decisão política sobre Saúde em Reumatologia. n
59
A EULAR – European
League Against Rheumatism
F
José António
Pereira da Silva
undada em 1947, a EULAR (www.eular.org)
experimentou um notável surto de desenvolvimento
desde o início do século XXI que lhe permitiu elevar a
Reumatologia Europeia aos mais altos níveis de performance
e qualidade, numa escala global.
O trabalho científico da EULAR está estruturado em torno
de “Standing Committees”, cujo “Chairman” tem assento no Conselho Executivo
da EULAR. Cada sociedade representante de um país (por exemplo, a Sociedade
Portuguesa de Reumatologia) tem o direito (e o dever) de indicar um representante
para cada um destes comités, assim se assegurando a representação nacional
e a oportunidade de que os interessados possam contribuir para este projecto
europeu, beneficiar dele e disseminá-lo nos respectivos países.
As designações dos Comités actualmente existentes dão uma boa ideia da variedade
de actividades que merecem a atenção e apoio da EULAR. São eles:
• Standing Committe for Education and Training
• Standing Committee on Investigative Rheumatology
• Standing Committee for Clinical Affairs
• Standing Committee on Epidemiology and Health Services Research
• Standing Committee on Musculoskeletal Imaging
• Standing Committee of Paediatric Rheumatology
• PARE Standing Committee (PARE: People with Arthritis and Rheumatis in Europe)
• Standing Committee of Health Professionals in Rheumatology
A EULAR iniciou e mantém o EMEUNET: Emerging EULAR Network, que se define
como “EULAR working group of young clinicians and researchers in rheumatology,
promoting education and research, widening collaborations and integrating with
EULAR activities.” Algo que deve merecer a especial atenção de um Médico Interno!
A EULAR representa e promove a excelência da cooperação europeia na área da
Reumatologia, estruturando e financiando uma variedade de iniciativas de índole
obrigatoriamente internacional entre as quais entendo merecer destaque:
Annals of the Rhrumatoc Diseases: Órgão oficial da EULAR, esta publicação
científica mensal é, actualmente, a revista de Reumatologia com maior factor de
impacto a nível mundial. Não há desculpa para não ler regularmente!
60
A EULAR – European League Against Rheumatism
Congresso Europeu de Reumatologia, reune anualmente mais de 15000 Médicos de todo o mundo.
Apresentar posters ou comunicações livres neste congresso continua a ser uma medalha de honra do
interno português de Reumatologia.
EULAR Recommendations: For management, For conducting/reporting clinical trials; For diagnosstic
criteria/response. São documentos de orientação elaborados por comités científicos altamente qualificados
e que merecem por isso elevado respeito e atenção da comunidade reumatológica a nível mundial.
EULAR Online Course on The Rheumatic Diseases: Um curso valiosíssimo, preparado pelos melhores
experts europeus e apresentado numa forma interactiva e muito flexível. Um MUST-DO, na nossa opinião.
EULAR Postgraduate Course/ WIN Course. EULAR, está actualmente a estudar se manter a estrutura
deste clássico curso ou adopta uma nova: WIN - What is New. Há que acompanhar os desenvolvimentos
mas será, em todo caso, um MUST-DO, pelo menos uma vez no internato.
Outros EULAR Courses: Têm periodicidade variável mas um nível científico sempre elevado. Os cursos
científicos monotemáticos (Ex: EULAR Course on Systemic Lupus Eryrthematosus; EULAR COurse on
Clinical Epidemiology), levam a discussão a um nível de profundidade adequado a quem tenha um especial
interesse no tópico.
Os cursos técnicos variam. O de capilaroscopia, faz uma revisão geral da técnica, desde as indicações à
sua realização prática. Os de Ecografia têm níveis diferenciados de formação cuja adequação depende da
experiência prévia do candidato. Os cursos introdutórios de ecografia passaram, em boa medida, para a
esfera das sociedades nacionais de reumatologia.
Bolsas EULAR. A EULAR Oferece anualmente um conjunto de bolsas especialmente vocacionadas para
o apoio à formação em países em dificuldades económicas ou formativas. Incluem-se aqui as Travel
Bursaries, para assistir ao Congresso Europeu de Reumatologia e aos Cursos da EULAR e as Training
Bursaries, que apoiam estágios de 3 a seis meses num centro de referência europeu, baseados num
projecto previamente acordado com o centro de acolhimento.
A EULAR pode orgulhar-se da sua dinâmica e eficiência no serviço prestado ao avanço da Reumatologia
Europeia e à formação profissional avançada dos que escolheram esta especialidade.
Vale a pena visitar atentamente o seu website para conhecer o potencial da organização cuja dimensão
palidamente aqui reflectimos. Vale a pena voltar lá regularmente para conhecer as novas iniciativas e
aproveitar as oportunidades. n
61
Reuniões e
Congressos Nacionais
A
Filipe
Araújo
reumatologia apresenta-se como área científica
emergente e encontra-se em constante transformação
e evolução. Uma componente fundamental deste
avanço científico consiste na sua eficaz divulgação, de modo
a colocar ao serviço dos reumatologistas todos os recursos
necessários para manter o estado de arte na sua prática
clínica. Para além de publicações periódicas impressas ou em
formato digital, os encontros de reumatologia são um local privilegiado para este
exercício de actualização.
Desde a sua individualização como especialidade, a reumatologia portuguesa
tem sido pautada por um apreciável dinamismo no intercâmbio de experiências e
conhecimento científico. Reuniões subordinadas a diferentes temas como, por
exemplo, artrite reumatóide, espondilartrites ou lúpus, têm presença assídua no
calendário dos reumatologistas e internos de reumatologia portugueses.
O expoente máximo das reuniões nacionais de Reumatologia é o Congresso Português
de Reumatologia (CPR), transversal a todos os reumatologistas portugueses e
cada vez mais um ponto de encontro com especialistas de outras nacionalidades.
Realizado pela primeira vez em 1974, em Coimbra (e dedicado aos temas Gota Úrica
e Termalismo Reumatológico), o CPR tem uma frequência bianual e já percorreu
Lisboa, Porto, Vilamoura, Funchal ou Ponta Delgada. É uma montra do que de melhor
se faz na reumatologia em Portugal. Decorre entre os meses de Abril e Maio.
Desde 2009 que, no ano em que não se realiza o CPR, tem lugar um simpósio
intercalar, tendo ocorrido o primeiro no Porto dedicado ao tema Dor no Aparelho
Locomotor e o segundo em Aveiro em 2011 dedicado ao tema Artrite e Osso. Decorre
também entre os meses de Abril e Maio.
O Fórum das Espondilartrites, inicialmente denominado de Fórum da Espondilite
Anquilosante e depois Fórum das Espondilartropatias, é um encontro que, desde
2009, se dedica à divulgação dos avanços recentes neste complexo conjunto de
patologias e que conta com alguns dos melhores especialistas nacionais nesta área
da reumatologia. É anual e decorre geralmente em Fevereiro.
Também já tradicional é a Reunião de Outono da Sociedade Portuguesa de
Reumatologia (SPR), também conhecida como Jornadas de Outono, uma reunião cujo
objectivo é o desenvolvimento de actividades culturais e a promoção do convívio entre
reumatologistas e internos. Coincide também com a Abertura do Ano Académico da
SPR. Decorre geralmente no fim-de-semana mais próximo de 5 de Outubro.
62
Reuniões e Congressos Nacionais
A reumatologia pediátrica tem destaque nas Jornadas Internacionais de Reumatologia Pediátrica, reunião que
conta com a presença de especialistas nacionais e internacionais tanto de reumatologia como de pediatria,
assim como doentes e pais. Tem frequência bianual e realiza-se em Maio.
No que diz respeito a reuniões com início recente, há a referir o Fórum Lúpus (que decorreu pela primeira
vez em Março de 2012 em Lisboa) e os Cursos de Ecografia da Escola de Ecografia da SPR (ESPER) com
início em 2011 e que conta já com cursos de ecografia básica e intermédia.
Para além das reuniões anteriores, muitos dos centros de reumatologia organizam e promovem outros
encontros de que são exemplo as Jornadas do Serviço de Reumatologia do Hospital de São João e Faculdade
de Medicina do Porto (Maio), as Jornadas Internacionais do Instituto Português de Reumatologia (Dezembro), as
Jornadas do Aparelho Locomotor do Centro Hospitalar do Alto Minho (Outubro), as Jornadas de Reumatologia
Prática em Cuidados Primários de Saúde do Hospital de Egas Moniz (Setembro) ou o Curso de Reumatologia
dos Hospitais da Universidade de Coimbra (Outubro).
Para manter a actualização em relação às reuniões da reumatologia nacional (e internacional) basta consultar
a Agenda do sítio da SPR em www.spreumatologia.pt. n
63
Congressos Internacionais
Os Dois Principais Congressos Internacionais de
Reumatologia
Congresso Europeu de Reumatologia (EULAR - European
League Against Rheumatism) – anual, habitualmente em
Junho. (http://www.eular.org/congress_general.cfm)
Sofia
Ramiro
Pedro
Machado
Congresso Americano de Reumatologia (ACR - American
College of Rheumatology) – anual, habitualmente em
Novembro. (http://www.rheumatology.org/education/
annual/index.asp)
Outros Congressos Internacionais
Congresso Espanhol de Reumatologia (SER - Sociedad Española de Reumatología)
– anual, habitualmente em Maio.
(http://www.ser.es/congresos/Congreso_nacional.php)
Congresso Francês de Reumatologia (SFR - Société Française de la
Rhumatologie) – anual, habitualmente em Dezembro.
(http://sfr.larhumatologie.fr/congres/accueilcongres/index.phtml)
Congresso da Liga Asiática e do Pacífico de Associações de Reumatologia
(APLAR - Asia Pacific League of Associations for Rheumatology) – anual,
habitualmente em Setembro. (http://www.aplar.org/Pages/Home.aspx)
Congresso da Liga Pan-Americana de Associações de Reumatologia (PANLAR
- Liga Panamericana de Asociaciones de Reumatología) – bienal, habitualmente em
Abril, próximo em 2014.
(http://www.panlar.org/page/cursos-y-congresos/proximos-congresos-panlar)
Congresso Internacional de Espondilartrites – bienal, habitualmente em
Outubro, próximo em 2014. (http://www.spa-congress.org/)
Congresso Internacional de Lúpus Eritematoso Sistémico – trienal,
habitualmente em April, próximo em 2013. (http://www.lupus2013.com.ar/)
Congresso Mundial de Esclerose Sistémica – bienal, habitualmente em
Fevereiro, próximo em 2014. (http://www.fesca-scleroderma.eu/)
64
Congressos Internacionais
Congresso Europeu de Osteoporose e Osteoartrose (IOF – International Osteoporosis Foundation) anual, habitualmente em Abril. (http://www.iofbonehealth.org/conferences-events)
Congresso Europeu da Sociedade de Tecidos Calcificados (ECTS – European Calcified Tissue Society) –
anual, habitualmente em Maio. (http://www.ectsoc.org/meetings.htm)
Congresso Mundial de Osteoartrose (OARSI – Osteoarthritis Reseacrh Society International) – anual,
habitualmente em Abril.
(http://www.oarsi.org/index2.cfm?section=Meetings_Events&content=Congress) n
65
Cursos EULAR
E-learning
“The EULAR On-Line Course on Rheumatic Diseases“
(http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/edu_online_
course.cfm)
Sofia
Ramiro
Pedro
Machado
Trata-se de uma forma electrónica de educação médica
contínua em reumatologia. O curso é gerido por um Comité
Científico responsável pela definição da estrutura e conteúdo
do curso (incluindo actualização). O curso começa no início
de Setembro de cada ano.
“The EULAR on-line course on connective tissue diseases“
(http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/edu_online_
course_ctd.cfm)
Consiste em 16 módulos relacionados com imunologia e doenças sistémicas autoimunes, como LES, esclerose sistémica e vasculites. Este curso constitui uma
parte do curso anterior (curso EULAR online de doenças reumáticas) e também
começa habitualmente no início de Setembro.
“The EULAR on-line course on systemic sclerosis“
(http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/edu_online_course_ssc.cfm)
Consiste em 10 módulos relacionados com a fisiopatologia, aspectos clínicos e
abordagem desta doença complexa. Tem habitualmente início em Setembro.
“The EULAR on-line introductory ultrasound course”
(http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/edu_online_course_msus.cfm)
É composto por 7 módulos e tem como objectivo abordar as bases teóricas da
ecografia músculo-esquelética, mostrando diferentes articulações, em indivíduos
saudáveis e em doentes com doenças reumáticas, usando uma grane variedade de
imagens e vídeos. Tem início em Setembro.
Cursos EULAR
Epidemiologia
(http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/course_description_epidemiology.cfm)
Decorreu em 2012 o 1º Curso de Epidemiologia, co-organizado pela EULAREMEUNET. O interesse neste curso foi elevado, pelo que se repetirá provavelmente
66
Cursos EULAR
anualmente, sendo o próximo em 2013 (data a anunciar). O principal objectivo do curso consiste em aumentar
o interesse e conhecimento em epidemiologia, entre jovens investigadores, e também em estimular o
raciocínio crítico no que respeita ao desenho e interpretação de estudos de investigação.
Ecografia
(http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/course_description_sonography.cfm)
É um curso annual com 3 níveis, cujo objectivo consiste em cobrir todo o espectro de patologias em que
a ecografia músculo-esquelética pode ser usada na prática clínica e na investigação em reumatologia.
Realiza-se habitualmente nos dias que antecedem o congresso da EULAR (Junho).
LES
(http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/course_description_sle.cfm)
Um curso sobre LES (aspectos clínicos, patogénicos e terapêuticos do LES) sendo realizado bianualmente.
O próximo curso realiza-se em 2013.
Esclerose Sistémica
(http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/course_description_scleroderma.cfm)
Um curso sobre esclerose sistémica (apresentações teóricas, como avaliar um doente, discussões de
casos), realizado bianualmente. Incorpora uma sessão prática de avaliação da espessura cutânea utilizando
o score modificado de Rodnan. O próximo curso realiza-se em 2013.
Capilaroscopia
(http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/course_description_capillaroscopy.cfm)
Curso realizado bianualmente e com o objectivo de ensinar a metodologia e uso prático do capilaroscópio.
Próximo curso em 2014.
Fellow’s day
(a ser anunciado em breve no site da EULAR)
Será um curso que antecederá o curso WIN (What Is New). O WIN consistirá nas apresentações State-ofthe-Art que decorrem durante o congresso anual e que assim serão repetidas em Novembro, para quem
não teve oportunidade de assistir às mesmas durante o congresso da EULAR.
(http://www.eular.org/index.cfm?framePage=/win_with_eular.cfm)
O Fellow’s day consistirá num dia adicional de formação, destinado a jovens reumatologistas, com diferentes
workshops em que serão discutidos casos clínicos, como rever um artigo, como fazer uma candidatura a
uma bolsa, entre outros.
O Fellow’s day e WIN Course decorrerão de 22-24 de Novembro 2012, em Praga.
(http://www.oarsi.org/index2.cfm?section=Meetings_Events&content=Congress)
n
67
EMEUNET - Emerging
EUlar NETwork
O
EMEUNET (http://emeunet.eular.org/) é um grupo
de jovens reumatologistas e investigadores em
reumatologia na dependência da EULAR (European
League Against Rheumatism). A sua génese fundamentase num dos objectivos estratégicos definidos pela EULAR
para 2012: “Bring on board high quality, young generation
contributors in all EULAR activities.”
Sofia
Ramiro
Pedro
Machado
Este objectivo estratégico impulsionou um movimento
visando colmatar necessidades educacionais e promover
actividades de investigação em reumatologia entre os mais
jovens, através da criação e desenvolvimento de uma rede
Europeia de jovens reumatologistas e investigadores em
reumatologia. São precisamente esta vertentes que estão
de Missão do EMEUNET: “A EULAR working group of
patentes na Declaração
young clinicians and researchers in rheumatology: promoting education and research,
widening collaborations and integrating with EULAR activities.”
Deste a sua criação e aprovação pelo Conselho Executivo da EULAR em 2009, a
estrutura e papel do EMEUNET têm vindo a ser refinados, alicerçados no princípio
de que o EMEUNET deve ser um grupo internacional, inclusivo e aberto, que
visa manter e promover os padrões de excelência da EULAR e da Reumatologia
Europeia.
A estrutura actual do EMEUNET prevê 5 níveis de participação:
1. Membros do EMEUNET / Comunidade EMEUNET – O alicerce do grupo, uma
vasta rede Europeia de jovens reumatologistas e investigadores em reumatologia.
2.Representantes Nacionais (Country Liaisons) – Um por país, o representante
nacional é um membro do EMEUNET (e potencialmente do Grupo de Trabalho)
responsável pela disseminação no seu país da informação relacionada com o
EMEUNET.
3.Grupo de Trabalho – Constituído por 35 elementos, o Grupo de Trabalho tem a
seu cargo os aspectos organizacionais do EMEUNET. A permanência habitual
no grupo é de 3 anos, havendo uma rotatividade anual de cerca de um terço dos
seus elementos. Qualquer membro do EMEUNET se pode candidatar a membro
do Grupo de Trabalho (período de candidaturas anunciado anualmente).
4.Subgrupos de Trabalho e Coordenadores do Subgrupo – É ao nível dos
Subgrupos de Trabalho que decorrem a maioria das actividades do EMEUNET.
68
EMEUNET - Emerging EUlar NETwork
Cada subgrupo está focado num determinado aspecto organizacional, existindo actualmente 6 subgrupos
(Website, Newsletters, Educação, Visibilidade, Articulação com os Representantes Nacionais e Programa
de Mentores)
5.Conselho de Coordenação (Steering Committee) – Constituído por 3 membros: o Presidente actual, o
ex-Presidente e o Presidente eleito. A rotatividade é anual, com o ex-Presidente saindo do Conselho de
Coordenação e ocorrendo a eleição de um novo Presidente eleito.
Entre as múltiplas iniciativas do EMEUNET, salientam-se o recente lançamento de um website próprio
(http://emeunet.eular.org/), a organização do 1º Curso de Epidemiologia da EULAR (em colaboração com
o Standing Committee on Epidemiology and Health Services Research), a organização de várias sessões
vocacionadas para os internos durante o congresso anual da EULAR, a organização de eventos do grupo
durante os principais congressos internacionais de reumatologia (EULAR e ACR) visando promover a troca
de experiências e a colaboração entre os seus membros, a colaboração activa com o Comité de Educação e
Formação da EULAR em inúmeras actividades desta secção, a edição regular de uma Newsletter distribuída
a todos os membros, e a recente formação de um subgrupo de trabalho que irá trabalhar num Programa
de Mentores, visando colmatar lacunas identificadas nesta área.
O EMEUNET é algo que deve merecer especial atenção por parte do Médico Interno. A inscrição nesta rede
científica internacional é muito fácil de realizar: basta aceder ao website do grupo e fazer o registo online.
Todos os membros inscritos terão acesso a uma base de dados de jovens reumatologistas e investigadores
em reumatologia, facilitadora de colaborações e da partilha de conhecimentos a nível internacional. Em
Junho de 2012 esta base de dados incluía já 263 membros. A incrição também permite o acesso a um
fórum dedicado.
Vale a pena visitar regularmente o website do EMEUNET, onde poderão encontrar vários links com interesse
científico e educacional, para além de muita outra informação relevante para o Médico Interno, como uma
lista de eventos em reumatologia e várias oportunidades de financiamento. n
69
UEMS- Union Européenne
des Médecins Spécialistes
A
José António
Pereira da Silva
Cátia
Duarte
UEMS (Union Européenne des Médecins Spécialistes)
é uma organização sem fins lucrativos, fundada em
1958, representativa dos médicos especialistas na
União Europeia (UE). A UEMS tem como objetivo o estudo, a
promoção e harmonização do treino de médicos especialistas
e de cuidados médicos especializados de elevada qualidade
nos diversos países da EU, promover o livre movimento de
médicos especialistas dentro da EU e a defesa dos interesses
profissionais dos Médicos Especialistas Europeus 2.
Cada especialidade está representada na UEMS pela sua
respetiva Section a qual desempenha as suas funções no
âmbito específico da respetiva especialidade e é constituída
por membros indicados pelas organizações nacionais da
especialidade (na UEMS
Section of Rheumatology os representantes portugueses
são da SPR 1 e Colégio da Especialidade da OM 1). Cada Secção pode constituir o seu
Board o qual é responsável por aspetos de índole científica e relacionados com o
treino de determinada especialidade.
A UEMS Section of Rheumatology foi fundada em 1962. Em 1993, a UEMS Section
of Rheumatology constitui o European Board of Rheumatology, um grupo de trabalho
que tem como objectivo garantir cuidados médicos em Reumatologia de excelência
em todos os países membros da EU através de uma formação de elevado nível.
Em 2007, o Board publicou recomendações sobre o que um Serviço de Reumatologia
deve oferecer de forma a garantir cuidados de excelência a doentes com doenças
musculo-esqueléticas 3. Em 2008 publicou a UEMS charter on the training of
rheumatologists in Europe 4, que estabelece as normas a que devem responder os
programas de formação, em termos de duração, estrutura, supervisão, avaliação etc.
Em 2003, foi elaborado o UEMS Rheumatology Specialist Core Curriculum o qual tem
sofrido atualizações ao longo dos anos, a mais recente em 2007 com a elaboração do
European Rheumatology Curriculum Framework 4.
O European Rheumatology Curriculum Framework não tem como objetivo impor
um modelo único de treino especializado mas sim procurar um núcleo mínimo de
competências comuns que vise a harmonização da formação em Reumatologia nos
diversos países.
O European Rheumatology Curriculum Framework foi desenvolvido com base no
CanMEDS 2005 Physician CompetencyFramework. Outros importantes contributos
70
UEMS- Union Européenne des Médecins Spécialistes
foram provenientes do Core Curriculum Outline for Rheumatology Fellowship Programs publicado pelo
American College of Rheumatology e Curriculos Nacionais em Reumatologia dos diversos membros.
Este modelo curricular baseia-se nos “sete papéis” definidos pelo CanMeds tornando relevantes algumas
competências frequentemente subestimadas.
O Medical Expert constitui o papel central, mas outras competências como Communicator, Colaborator,
Manager, Health Advocate, Scholar e Professional devem ser contempladas na formação de um
Reumatologista.
Para cada “papel” é apresentada uma definição e descrição, um conjunto de elementos chave específicos para
esse “papel, as competências necessárias para o desempenho desse papel e que devem ser atingidas até ao
final da especialização, e Exigências requeridas dentro dessas competências. São ainda dadas sugestões de
aprendizagem e métodos de avaliação 5.
A estruturação do European Rheumatology Curriculum Framework como referida acima, constitui também
uma importante ferramenta ao dispor do interno de Reumatologia, auxiliando a conhecer quais as suas
competências, quais os seus “papeis” mais relevantes e os mais frágeis e quais as estratégias que pode
procurar no sentido de potenciar a sua formação e desempenho. n
2 - http://www.uems.net/
3 - Anthony D Woolf and The European Union of Medical Specialists Section of Rheumatology/European Board of Rheumatology. Health Care Services for those
with musculoskeletal conditions: a rheumatology service. Recommendations of the European Union of Medical Specialists Section of Rheumatology/European
Board of Rheumatology 2006. Ann Rheum Dis 2007;66:293–301.
4 - José A. P. Da Silva, Karen-Lisbeth Faarvang, Klaus Bandilla and Anthony D Woolf on behalf of the UEMS Section and Board of Rheumatology. UEMS charter
on training of rheumatologists in Europe. Ann Rheum Dis 2008; 67: 555-558
5 - http://www.uems-rheumatology.net/
71
Um Internato de Sucesso
O
Internato Complementar é um período de excelência
da nossa formação. Não deve ser encarado como um
objetivo em si próprio, mas sim como um início de
um caminho que escolhemos percorrer.
Cátia
Duarte
Infelizmente, não sou capaz de dar uma receita de um
internato de sucesso, simplesmente porque não existe. É
uma construção ao longo
dos anos, personalizada, que vamos limando, que vamos
retocando. Numa visão mais metafórica deve ser considerada como uma peça de
arte, a nossa peça de arte que se inicia com uns traços grosseiros, com pouco
sentido e que pincelada a pincelada se transforma numa obra que nos realiza e que
cuja qualidade é reconhecida.
Deixando-nos de metáforas e voltando ao que aqui nos traz, o Internato
Complementar de Reumatologia e dicas para o seu sucesso, deixo algumas
reflexões:
Considero que o nosso caminho como Interno se vai desenhando com o tempo,
às vezes descobrem-se saídas inesperadas, atalhos mas mais importante é
chegarmos ao destino que escolhemos…ser Reumatologistas. Aconselho que o
Internato seja planificado cuidadosamente, cumprindo atempadamente os requisitos
exigidos mas, permitindo alguma flexibilidade para exploração de outros campos e
aproveitamento de outras grandes oportunidades.
Gostava de salientar que a Reumatologia é uma especialidade clínica. A observação
de doentes, o contacto com eles, aprender através deles e por eles deve estar
sempre presente no nosso espirito e conduzir as nossas atividades. Uma grande
exposição clinica e de qualidade é fundamental, pautando a nossa atividade
pelos cuidados de excelência aos doentes com doenças reumáticas fazendo uso
adequado de todos os instrumentos do saber de que atualmente dispomos. É uma
tarefa de estudo diário, de atualização permanente, de procura incessante pelo
saber e saber bem.
Não se pode ignorar que a investigação assume um papel de extrema relevância
em Reumatologia. Acredito que o gosto da investigação estará mais ou menos
presente em cada um de nós. Embora não sendo um dos grandes motivos de
escolha desta especialidade é, sem dúvida, um “bichinho” que cresce à medida
que a nossa obra de arte se desenvolve. Um equilíbrio entre as duas vertentes,
a clinica e a de investigação, colocando-as numa relação simbiótica é decerto
a chave para um futuro brilhante. Formação específica em investigação, ideias
72
Um Internato de Sucesso
inovadoras, adequado planeamento de projetos e networking são ingredientes necessários.
Porque não estamos sozinhos neste caminho, a interação e a participação nas atividades e oportunidades
crescentes que têm vindo a surgir ao longo dos anos no seio da Reumatologia, quer a nível nacional quer
internacional, é muito enriquecedora. O Interno deverá assumir uma atitude proactiva nestas organizações,
não só as de âmbito científico mas também nas de âmbito organizacional.
Se pudesse dar uma receita para um internato de sucesso diria: o máximo de dedicação e empenho em
fazer bem o que se gosta.
”Todos temos sonhos mas, para tornar os sonhos realidade, é preciso uma enorme quantidade de determinação,
dedicação, auto-disciplina e esforço”
Jesse Owens
A todos, desejo um Internato de sucesso.
n
73
Anexos
Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de
Reumatologia (2012)
75
http://dre.pt/pdf1sdip/2012/08/15300/0418304188.pdf
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar
de Reumatologia (1992)
82
http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/Direccoes_e_Unidades/Coord_Reg_
Formacao_Profissional/Internatos/Port32092Anatpat.pdf
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
97
http://dre.pt/pdf1sdip/2011/06/12000/0375103772.pdf
Anexo 4: Regulamento dos internos doutorandos (2008)
120
http://dre.pt/pdf1sdip/2008/02/03300/0105001052.pdf
Anexo 5: Alteração ao regulamento dos internos doutorandos (2010)
124
http://dre.pt/pdf1sdip/2010/07/13200/0252002520.pdf
74
Anexo 6: Livros de texto em Reumatologia
126
Anexo 7: Proposta de Admissão de Sócio da Sociedade
Portuguesa de Reumatologia
130
Anexo 1:
Novo programa de formação
do internato complementar de
Reumatologia (2012)
http://dre.pt/pdf1sdip/2012/08/15300/0418304188.pdf
75
Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012)
Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012)
Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012)
Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012)
Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012)
Anexo 1: Novo programa de formação do internato complementar de Reumatologia (2012)
Anexo 2:
Programa de formação actual
do internato complementar de
Reumatologia (1992)
http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/Direccoes_e_Unidades/
Coord_Reg_Formacao_Profissional/Internatos/Port32092Anatpat.pdf
82
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
1 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
2 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
3 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
4 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
5 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
6 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
7 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
8 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
9 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
10 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
11 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
12 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
13 / 14
Anexo 2: Programa de formação actual do internato complementar de Reumatologia (1992)
14 / 14
Anexo 3:
Regulamento do internato médico
(2011)
http://dre.pt/pdf1sdip/2011/06/12000/0375103772.pdf
97
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 3: Regulamento do internato médico (2011)
Anexo 4:
Regulamento dos internos
doutorandos (2008)
http://dre.pt/pdf1sdip/2008/02/03300/0105001052.pdf
120
Anexo 4: Regulamento dos internos doutorandos (2008)
Anexo 4: Regulamento dos internos doutorandos (2008)
Anexo 4: Regulamento dos internos doutorandos (2008)
Anexo 5:
Alteração ao regulamento dos
internos doutorandos (2010)
http://dre.pt/pdf1sdip/2010/07/13200/0252002520.pdf
124
Anexo 5: Alteração ao regulamento dos internos doutorandos (2010)
Anexo 6:
Livros de texto em Reumatologia
126
Anexo 6: Livros de texto em Reumatologia
Livros de Texto em Reumatologia
“Reumatologia” (Professor Mário Viana Queiroz), 2002
“Os Grandes Síndromes em Reumatologia” (Professor Jaime Branco), 2006
“Abordagem terapêutica em Reumatologia” (Professor Jaime Branco), 2010
“Avaliação Diagnóstica em Reumatologia, 2ª edição” (Jaime Branco), 2011
Anexo 6: Livros de texto em Reumatologia
“Reumatologia Prática” (Professor Pereira da Silva), 2005
“Rheumatology, third edition” (Marc C. Hochberg), 2003
“Oxford Textbook of Rheumatology, third edition”, 2004
“Kelley’s Textbook of Rheumatology, eight edition”, 2008
Anexo 6: Livros de texto em Reumatologia
CURRENT Diagnosis and treatment, Rheumatology, second edition”, 2007
“Oxford Handbook of Rheumatology, third edition”, 2011
Anexo 7:
Proposta de Admissão
de Sócio da Sociedade
Portuguesa de Reumatologia
130
Anexo 7: Proposta de Admissão de Sócio da Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Nº Sócio I__I__I__I__I__|
(A preencher pela SPR)
PROPOSTA DE ADMISSÃO DE SÓCIO
Nome Completo ………………………………………………………………………….
………………………………………………………………………………………………
Nome Clínico ……………………………………………………………………………..
Nº da Ordem dos Médicos I__I__I__I__I__I Data de Nascimento ____/____/____
Morada …………………………………………………………………………………….
………………………………………………………………………………………………
.................................................................. Nº. Contribuinte ....................................
I__I__I__I__I – I__I__I__I Código Postal ……………………………….. Localidade
Especialidade ……………………………………………………………………………..
Local de Trabalho: ………………………………………………………………………..
……………………………………………………………………………………………….
Residência ……………………………………………………
Consultório ……………………………………………………
Hospital ……………………………………………………….
Fax ……………………………………………………………..
Telemóvel ………………………………………………………
E-mail …………………………………………………………..
Av. de Berlim, 33 B * 1800-033 Lisboa * Tel. 213 534 395 * Fax 213 159 780 * [email protected]
Anexo 7: Proposta de Admissão de Sócio da Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Data da Licenciatura ____/____/____ Faculdade de ……………………………………...
Data de início de Internato Reumatologia ___/___/___
Solicita a sua Admissão como Membro ……………………………………………………..
Assinatura_________________________________________________
PROPONENTES: (data) ___/___/___
1. Nome (Legível):
______________________________________Assinatura:___________________________
2. Nome (Legível):
______________________________________Assinatura:___________________________
Aprovado em Assembleia-Geral de ___/___/___
O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral,
____________________________________
Av. de Berlim, 33 B * 1800-033 Lisboa * Tel. 213 534 395 * Fax 213 159 780 * [email protected]
Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Av. de Berlim, nº 33 B
1800-033 Lisboa
[email protected]
www.spreumatologia.pt
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Manual do Interno - Sociedade Portuguesa de Reumatologia