ANAIS INOVAÇÃO AMBIENTAL: UM ESTUDO DE CASO DA IMPLEMENTAÇÃO DE TECNOLOGIA LIMPA EM UMA ORGANIZAÇÃO DO SETOR DE COMBUSTÍVEIS AUTOMOTIVOS FABIANA DOS SANTOS PEREIRA CAMPOS ( [email protected] ) DINTER UNINOVE-UFMS MARIA TEREZA SARAIVA DE SOUZA ( [email protected] ) CENTRO UNIVERSITÁRIO FEI RESUMO: Este artigo analisou a influência de tecnologias limpas em uma organização de combustíveis na redução do impacto ambiental negativo de seus resíduos e emissões, bem como do uso de recursos naturais. Utilizou-se um estudo de caso único, tendo como fontes de evidência entrevista semi-estruturada, observação direta e registro em arquivos. Os resultados indicaram que o uso de tecnologia limpa deve-se às exigências da legislação ambiental e prevalece a inovação ambiental incremental. O custo elevado para aquisição de inovação ambiental e a falta de informações relacionadas às exigências ambientais pelos órgãos competentes, são algumas das barreiras nas práticas ambientais. PALAVRAS-CHAVE: inovação ambiental; tecnologia limpa; gestão de resíduos; gestão ambiental; logística reversa; organizações de combustíveis. 1 INTRODUÇÃO O desafio enfrentado pelas organizações está em implementar a gestão ambiental, de forma a reduzir impactos negativos como a emissão de resíduos e os desperdícios de recursos naturais no processo produtivo. As empresas estão procurando atender as necessidades e pressões do mercado, da sociedade, do governo e da legislação ambiental, com a utilização de tecnologias limpas e inovação ambiental tecnológica para melhoria do desempenho ambiental (BARBIERI, 2007; DIAS, 2011). Percebe-se que uma das alternativas pode ser a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental, considerando ações que promovam a redução dos resíduos, efluentes e emissões. Estudos sobre organizações de combustíveis automotivos tem sido cada vez mais frequentes no Brasil, como mostra Matos et al. (2012). Os postos de combustíveis vendem produtos que são oriundos de recursos naturais não renováveis e que geram poluentes para o ar, solo e a água, além de ser arriscado ao ser humano devido aos acidentes. Desta forma, faz-se necessário buscar inovações ambientais capazes de amenizar tais impactos por meio da utilização de tecnologias limpas. A expectativa futura em relação ao desenvolvimento e implantação de tecnologias limpas tem sido otimista, uma vez que as organizações a vê como vantagem competitiva, apesar de seu caráter voluntário (LAYRARGUES, 2000). Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é analisar a influência da inovação ambiental para o desenvolvimento de tecnologias limpas em uma organização de combustíveis automotivos na redução do impacto ambiental. Para isso, buscou-se conhecer as possíveis tecnologias limpas existentes e seu processo de implantação, para finalmente analisar os resultados que tais tecnologias limpas apresentam em relação à redução de resíduos e emissões no meio ambiente e do desperdício de recursos naturais. 1/16 ANAIS O artigo foi estruturado em cinco seções. Após a introdução é apresentado o referencial teórico que trata de conceitos acerca da inovação tecnológica ambiental, tecnologias limpas e organizações de combustíveis automotivos. A seção seguinte apresenta os aspectos metodológicos e na sequência, é realizada a descrição e análise dos resultados. O último tópico, as considerações finais, faz uma síntese das principais conclusões, apresenta as limitações do estudo e as recomendações para futuras pesquisas. 2 REVISÃO DA LITERATURA O objetivo deste item é resgatar conceitos sobre a inovação tecnológica ambiental, tecnologia limpa e organizações do setor de combustíveis de modo a proporcionar uma fundamentação necessária para a análise e discussão dos resultados da pesquisa. 2.1 Inovação ambiental Para se estudar a problemática da inovação ambiental em organizações de combustíveis, faz-se necessário uma contextualização de conceitos essenciais para a construção do conhecimento neste setor. A inovação é o principal fator de desenvolvimento econômico capitalista, que se difunde entre Empresas e Universidades, aumentando a complexidade das inovações (NELSON, 2006). Ambos estão diretamente relacionados às mudanças/inovações que por acontecerem de forma descontínua e agrupada, faz com que o crescimento e o desenvolvimento se comportem de maneira semelhante (COSTA, 2006; SZMRECSÁNYI, 2006). Segundo a OCDE (2005), inovação pode ser considerada apenas como as mudanças melhoradas e significativas de produtos existentes ou de produtos novos, caso contrário é apenas uma novidade ou invenção, classificando os seguintes tipos de inovação: de produto, de processo e mais recentemente, as inovações de marketing e organizacional. O Modelo Sistêmico de Inovação é o mais complexo e funciona como uma rede de relações dentro e fora da organização, de forma dinâmica, relacionando com sistemas nacionais de inovação e a realidade econômica das nações em questão. Considerando esse Modelo e suas características específicas, percebe-se que o crescimento competitivo de uma nação depende muito de seu sistema de mudança técnica e a disposição de recursos, investimentos e interesses dos atores envolvidos em absorver a tecnologia e aperfeiçoar a inovação de forma incremental ou radical. Além disso, outro fator importante a ser considerado é a Gestão da Inovação como elemento significativo para o processo de inovar (VIOTTI, 2003). Tidd et al. (2008) consideram que a inovação é um processo baseado no conhecimento e que pode gerar uma inovação incremental ou radical (inovação descontínua ou de ruptura). Tal processo segue primeiramente com a busca de sinais no ambiente para mudança; seleção destes sinais identificados, com base na estratégia, de modo a gerar informações como: fluxo de sinais, competência tecnológica da empresa e consistência com o negócio geral. Finalmente, a fase da implementação, utilizando os conhecimentos adquiridos nas fases anteriores para a execução do projeto, bem como para o lançamento e a sustentação da inovação no mercado. O problema é que nem todas as Empresas têm condições de investir em P&D, devido ao custo muito elevado, e uma das alternativas é a cooperação entre firmas, as partilhas entre profissionais havendo uma relação de troca tecnológica, entre grupos de empresas ou 2/16 ANAIS encontros de sociedades técnicas, além das trocas voluntárias para manter o baixo custo da P&D (NELSON, 2006). A inovação é um processo sem volta no sistema econômico capitalista, para empresas que desejam ser competitivas. Por esse motivo o interesse em buscar avanços tecnológicos sem desperdícios de recursos acaba motivando o governo a investir em P&D e a socializar a inovação de forma mais burocratizada. (COSTA, 2006; SZMRECSÁNYI, 2006; NELSON, 2006). A adoção repetida da tecnologia em vigor pelas empresas para solucionar seus problemas é considerada como a trajetória tecnológica deste paradigma, ou seja, a direção tomada pelo desenvolvimento tecnológico, com base em decisões das empresas, pautadas em diversos fatores, sendo um deles o econômico (LA ROVERE, 2006). A gestão estratégica tem um papel fundamental para direcionar esforços às competências tecnológicas. O desafio é estabelecer um equilíbrio entre as competências centrais distintivas, competências tecnológicas e a visão estratégica, na busca de um crescimento, contemplando a dimensão econômica, sem deixar de lado as dimensões sociais e ambientais na inovação. Neste sentido, a inovação ambiental é um fator que tem proporcionado de maneira crescente e estrutural a competitividade das empresas. A inserção da tecnologia com foco ambiental dentro da estratégia competitiva torna-se cada vez mais presente nas organizações, fato que não era muito valorizado anteriormente. A preocupação crescente com o desenvolvimento sustentável está fazendo a inovação passar por esse processo de mudança com sistemas de inovação que gerem resultados no mínimo menos prejudiciais à sociedade (MENEZES et al., 2010). A inovação com foco na dimensão ambiental pode favorecer a criação de inovações tecnológicas relevantes, trazendo melhorias nas atividades e processos organizacionais e até mesmo modificações transformadoras de toda uma trajetória tecnológica em produtos, processos, gestão e comportamentos. Organizações conhecedoras do mercado e com foco em P&D podem ter suas oportunidades potencializadas no mercado (DAROIT, NASCIMENTO, 2000). Os modelos de gestão ambiental tem o objetivo de reduzir os impactos ambientais negativos, a fim de atender a legislação vigente e minimizar o consumo dos recursos naturais, bem como na melhoria de práticas operacionais. Os resultados acabam gerando menores custos operacionais o que pode refletir em retorno de lucratividade (MENEZES et al., 2010). Este novo paradigma de inovação com foco ambiental tem sido denominado por muitos autores como eco-inovação, contemplando os aspectos econômico e ambiental, sendo uma nova fronteira da inovação tecnológica (SILVA et al., 2010). A eco-inovação está relacionada à sustentabilidade ambiental pelo fato de reduzir riscos ambientais, poluição e uso indevido de recursos naturais ao longo do ciclo de inovação (ARUNDEL, KEMP, 2009; COSTA et al., 2011). O conceito de eco-inovação é recente e está em construção, apesar das inúmeras discussões a respeito do tema. Considerando tais discussões e suas definições, pode-se dizer que a eco-inovação dá origem às mudanças ou melhorias no desempenho ambiental, relacionado aos produtos, processos, estratégia de negócios, mercados, tecnologias e sistemas de inovação. Dessa forma, contribui para a redução de impactos ambientais negativos de produtos e processos (MAÇANEIRO, CUNHA, 2010). Assim, a eco-inovação pode ser caracterizada pela ecologização do ciclo de inovação que tende a reduzir impactos ambientais negativos de uma forma geral por meio da inovação, 3/16 ANAIS novas estruturas organizacionais e práticas amparadas em tecnologias limpas para a melhoria do desempenho ambiental (MAÇANEIRO, CUNHA, 2010). 2.2 Tecnologia limpa para melhoria do desempenho ambiental A tecnologia limpa é um tipo de eco-inovação ou inovação ambiental expresso sob a forma de práticas ambientais que visam à melhoria contínua do desempenho ambiental (MATOS et al., 2012). Seu o objetivo pode estar direcionado para impactos ambientais negativos já existentes, ou ainda para a preservação de recursos naturais. Esta tecnologia vem se destacando cada vez mais em relação às tecnologias criadas anteriormente, as tecnologias de fim de tubo, que tratam dos resíduos, efluentes emissões já gerados no final do processo, fato que compromete o desempenho ambiental por não reduzir os impactos ambientais negativos de forma preventiva. A tecnologia limpa por outro lado, está focada em mitigar o impacto ambiental desde o início do processo produtivo de forma proativa (LAYRARGUES, 2000). Sendo assim, a tecnologia limpa apresenta melhores resultados por proporcionar produção, com maior eficiência e menor uso possível de matéria-prima, água e energia, buscando eliminar os resíduos na fonte ou pelo menos minimizar ou reciclar os resíduos em cada processo produtivo (CNTL, 2001; CNTL, 2002; BARBIERI, 1997). As principais características consiste na utilização de compostos não agressivos e de baixo custo, exigindo menor consumo de reagentes, produzindo pouco ou nenhum resíduo e permitindo controle mais eficiente e menos impactante em sua eliminação. Uma dos instrumentos que contribuem para a utilização de tecnologias limpas é a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental. A Norma ISO 14001 destaca que o Sistema de Gestão Ambiental necessita de ser acompanhado de outras medidas ambientais para que se tenha resultados otimizados, incentivando o uso de tecnologias disponíveis quando for apropriada para a empresa e economicamente viável (ASSOCIAÇÃO... 2004). O objetivo de um SGA é integrar as ações gerenciais necessárias em uma organização para se alcançar respectivamente as metas ambientais, equilibrando impactos ambientais negativos (geração de resíduos e consumo de recursos naturais) visando a melhoria do desempenho ambiental. Esta certificação possui critérios que estão relacionados com o desempenho ambiental, com a legislação ambiental, com os impactos ambientais provocados pelas organizações (SOUZA, OLIVEIRO, 2010; BARBIERI, 2007; BARATA et al., 2007; FREY, WITTIMANN, 2006; TEIXEIRA, 2006). Algumas empresas ao implantar um SGA, fazem o mínimo necessário para atender as exigências da legislação. Esta postura ilustra a cultura presente nas organizações de utilizarem tecnologias de Fim de Tubo que continuam presente nas organizações (TEIXEIRA, 2006). Organizações do setor de combustíveis é um exemplo de um ramo de atividade que gera resíduos de alto impacto ambiental e utilizam tecnologias de fim de tubo. 2.3 Organizações de combustíveis automotivos O setor de comércio de combustível tem normas e regulamentações a serem seguidas baseado na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), órgão regulamentador da indústria petrolífera no Brasil. Além disso, está sujeita as normas ambientais do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), das Normas Técnicas Brasileira (NBR) da ABNT e da legislação do Estado em que estiver inserida (LORENZETT, ROSSATO, 2010; LORENZETT et al., 2011). 4/16 ANAIS As principais instalações são bomba de gasolina, tanques de combustíveis, pontos de descarga de combustíveis (para abastecimento das bombas), tanque para recolhimento e guarda de óleo lubrificado usado, tubulações enterradas, edificações para escritório e arquivo morto, loja de conveniência, centro de lubrificação, centro de lavagem, unidade de filtragem de diesel, sistema de drenagens oleosas e fluviais, equipamentos de proteção e controle de derrames e vazamentos de combustíveis, equipamentos de segurança a incêndios e explosões (SANTOS, 2005). As atividades que uma organização de combustíveis desenvolve são consideradas potencialmente poluidoras por utilizar produtos derivados do petróleo que podem causar danos ambientais e consequentemente sociais. Destacam-se entre as atividades: o recebimento e armazenamento de combustíveis, o abastecimento dos veículos, operação do sistema de drenagem oleosa, troca de óleo e filtros, lavagens de veículos, e operações da loja de conveniência (SANTOS, 2005; LORENZETT, ROSSATO, 2010). Com base nessas atividades, Santos (2005) sintetizou os principais impactos (Quadro 1 e 2) que podem ocorrer durante cada atividade, bem como as causas que dão origem a esses impactos. No quadro 1 foram agrupadas as atividades que estão relacionadas ao manuseio de combustíveis e no quadro 2, as atividades relacionadas aos serviços agregados oferecidos por uma unidade de combustíveis. Quadro 1 – Impactos ambientais por atividade desenvolvida / Manuseio de Combustíveis ATIVIDADES Recebimento de Produto: Gasolina, Diesel, Álcool Armazenagem de Produto EVENTO Emissão de compostos orgânicos voláteis (COV) Derrame do produto / Incêndio e explosão Emissão de COV Vazamento do produto Emissão de COV Abastecimento de veículos Derrame do produto Lançamento de resíduos Incêndio / Explosão Sistema de Efluentes líquidos: Drenagem da Pista águas oleosas / Tratamento via Caixa Separadora Lançamento de de Água e Óleo resíduos (CSAO) Fonte: adaptado de Santos (2005) CAUSAS IMPACTOS Respiro dos tanques enterrados Qualidade do ar Extravasamento e presença de fonte de ignição Solo / Águas superficiais e subterrâneas / Qualidade do ar Respiro dos tanques enterrados Furo de tanques e tubulações Respiro dos tanques enterrados Filtro de diesel / Bombas / Extravasamento Disposição inadequada: Estopas, mantas, absorventes Presença de fonte de ignição Extravasamento / Falta de manutenção / Operação inadequada Disposição inadequada: Óleo usado / Areia e Borras da CSAO Qualidade do ar Solo / Águas subterrâneas Qualidade do ar Solo / Águas superficiais / Águas subterrâneas Pessoas Solo / Águas superficiais / Águas subterrâneas Quadro 2 – Impactos ambientais por atividade desenvolvida / Serviços Agregados ATIVIDADES EVENTO Derrame do produto Troca de Óleo Lubrificante Lançamento de resíduos Lavagem de Alto consumo de água CAUSAS Operações inadequadas Disposição inadequada de embalagens e resíduos Ausência de processo de 5/16 IMPACTOS Solo / Águas superficiais / Águas subterrâneas Degradação da bacia ANAIS reciclagem Veículos Efluentes líquidos: Águas oleosas com detergentes Lançamento de resíduos Ruído Lojas de Conveniência / Escritórios Lançamento de resíduos Efluentes líquidos: Esgoto hídrica subterrânea Falta de tratamento Disposição inadequada: Estopas / Embalagens de detergentes Falta de manutenção / isolamento Disposição inadequada: Lixo doméstico e de escritório Disposição inadequada: Sem tratamento Solo / Águas superficiais / Águas subterrâneas Pessoas da vizinhança Solo / Águas superficiais / Águas subterrâneas Fonte: adaptado de Santos (2005) Percebe-se que nos quadros 1 e 2 os resíduos e as emissões acabam gerando impactos ambientais negativos, tanto no ar, quanto no solo e na água, caso não seja tratado de maneira adequada com medidas que a legislação ambiental determina, além de práticas como a reciclagem e outras. Quadro 3 – Interação da atividade com o meio ambiente ATIVIDADES RECURSOS NATURAIS CONSUMIDOS RESÍDUOS E EFLUENTES GERADOS DESTINO DOS RESÍDUOS E EFLUENTES Armazenamento de combustível Não consome Vapores tóxicos Lançado diretamente no ar Abastecimento de veículos Água da chuva para limpeza Lavagem de veículos Água da chuva como matéria-prima Água da chuva para limpeza Troca de óleo, filtro e lubrificação Água da chuva para Loja de limpeza conveniência Tratamento dos Não consome efluentes líquidos Fonte: Lorenzett e Rossato (2010) Efluentes líquidos Flanelas utilizadas no abastecimento Efluentes líquidos Tratados e eliminados no esgoto comum São recolhidas por empresa especializada Tratados e eliminados em esgoto comum Flanelas, estopas e esponjas utilizadas nas lavagens São recolhidas por empresa especializada Efluentes líquidos Tratados e eliminados no esgoto comum Óleo queimado, filtros usados, embalagens de lubrificantes, flanelas e estopas utilizadas nas atividades São recolhidos por empresa especializada e enviados para aterros sanitários ou reciclados Efluentes líquidos Lodo tóxico Tratados e eliminados no esgoto comum É recolhido por empresa especializada O Quadro 3 ilustra o destino dos resíduos e efluentes e quais os recursos naturais são consumidos em uma organização de combustíveis, e que serve como modelo para outras organizações do ramo. 6/16 ANAIS Quadro 4 – Gestão ambiental desenvolvida por atividade Aquisição de tanques ecológicos (PVC) Pagamento de taxas por emissão de gases Poços de monitoramento Canalização e tratamento dos efluentes Instalação de bombas mais adequadas Uso de flanelas Abastecimento de veículos ATIVIDADES Canalização e tratamento dos efluentes DESENVOLVIDAS E Utilização de água da chuva OS MÉTODOS DE Lavagem de veículos Canalização e tratamento dos efluentes GESTÃO AMBIENTAL Utilização de logística reversa para ADOTADOS Troca de óleo, filtros e eliminação dos resíduos lubrificação Canalização e tratamento dos efluentes Utilização da água da chuva Loja de conveniência Canalização e tratamento dos efluentes Realização de treinamento de pessoal para resposta a incidentes ambientais Implantação de uma área verde Fonte: adaptado de Lorenzett et al. (2011) Armazenamento de combustíveis O quadro 4 mostra a utilização de tecnologia limpa para cada atividade destacada em organizações de combustíveis e que seguem as tendências das determinações da legislação ambiental. Esses quadros servem de instrumento comparativo para a pesquisa de campo deste estudo de caso, com o apoio de métodos de pesquisa mais adequados para esta pesquisa. 3 MÉTODO DE PESQUISA Neste artigo foi realizada uma pesquisa qualitativa utilizando o método estudo de caso único que se tornou relevante por ser decisivo e atender as condições necessárias para analisar os objetivos da empresa e setor estudado (YIN, 2010). A unidade de análise foi uma organização de combustível automotivo escolhida pelo fato de atender as exigências da legislação ambiental, sendo considerada como benchmarking para outras empresas do setor da região no que se refere à redução de resíduos e emissões e outras ações ambientais que minimizam os impactos ambientais negativos. Como fonte de evidência, foi utilizada a entrevista, a observação direta, pesquisa documental eletrônica (com base no site da empresa <http://www.postocaravagio.com.br/>) e registros em arquivo tanto da entrevista, quanto da observação (YIN, 2010; EISENHARDT, 1989). Foi realizada uma entrevista semi-estruturada, com o Proprietário e Gerente Administrativo da unidade de análise, que também é responsável por toda Gestão Ambiental da organização. A entrevista e o protocolo de observação foram desenvolvidos tomando como base perguntas norteadoras e quadros contidos no item 2.3 da revisão teórica a fim de realizar a descrição e análise dos dados coletados com maior compreensão do fenômeno (RICHARDSON et al., 1999; GODOY et al., 2006; FLICK, 2004; EISENHARDT, 1989). A entrevista foi gravada e transcrita para a realização da análise de conteúdo das informações fornecidas pelo entrevistado. O protocolo de observação direta foi aplicado no sentido de complementar e confirmar as informações da entrevista e da pesquisa documental eletrônica, possibilitando a triangulação dos dados que puderam ser confrontados proporcionando sua validade interna. Além disso, a aplicação da entrevista e da observação direta foi realizada com mais duas pessoas além da pesquisadora, fato que possibilitou o enriquecimento da análise e interpretação dos resultados deste estudo de caso (YIN, 2010; EISENHARDT, 1989). 7/16 ANAIS 4 RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO Este tópico teve o propósito descrever os resultados da entrevista e da observação direta realizada. Sua organização foi com base nos objetivos específicos: identificar os resíduos e emissões gerados no setor de combustíveis, conhecer as possíveis tecnologias limpas existentes e seu processo de implantação, para finalmente analisar os resultados que tais tecnologias limpas apresentam em relação à redução de resíduos e emissões no meio ambiente e do desperdício de recursos naturais. A unidade de análise deste estudo de caso foi uma organização do setor de combustíveis que possui em suas instalações: edificações para escritório e arquivo morto, Bombas de Gasolina, Pontos de descarga de combustíveis, tanques de combustíveis, Tanque para recolhimento e guarda de óleo lubrificado usado, Tubulações enterradas, Loja de conveniência, Centro de lubrificação, Unidade de filtragem de diesel, Sistema de drenagens oleosas e fluviais, Equipamentos de proteção e controle de derrames e vazamentos de combustíveis, Equipamentos de segurança a incêndios e explosões. Entre as atividades desenvolvidas pela empresa o gestor comentou que estão o recebimento de combustíveis (gasolina, álcool e diesel), armazenamento do combustível, abastecimento dos automóveis, sistema de drenagem da pista e caixa separadora de água e óleo, troca de óleo e do filtro, auto elétrica, borracharia, loja de conveniência, restaurante e escritório administrativo. Porém, apesar da existência de todas essas atividades que estão dentro da área do posto, a maioria é alugada para outros empreendedores, ficando apenas as atividades específicas do posto de combustíveis. Tais atividades sob sua responsabilidade e que foram consideradas para análise da pesquisa foram: o recebimento de combustíveis (gasolina, álcool e diesel), armazenamento do combustível, abastecimento dos automóveis, sistema de drenagem da pista e caixa separadora de água e óleo, troca de óleo e do filtro e o setor administrativo/escritório. Com estas atividades, foi possível destacar os recursos consumidos, resíduos e emissões que possivelmente são geradas em cada processo bem como os recursos naturais consumidos. 4.1 Resíduos e emissões gerados e consumo de recursos naturais no setor de combustíveis As atividades da organização de combustíveis estudada apresenta impactos ambientais em cada atividade no que tange ao consumo de recursos naturais, geração de resíduos e efluente gerados e destino dos resíduos de efluentes. Quadro 5 – Interação da atividade com o meio ambiente ATIVIDADES RECURSOS NATURAIS CONSUMIDOS RESÍDUOS E EFLUENTES GERADOS DESTINO DOS RESÍDUOS E EFLUENTES Armazenamento de combustível Não se aplica Não se aplica Não se aplica Abastecimento de veículos Água da torneira para limpeza Água da torneira para limpeza Troca de óleo, filtro e lubrificação Efluentes líquidos Flanelas utilizadas no abastecimento Efluentes líquidos Óleo queimado, filtros usados, embalagens de lubrificantes, flanelas e estopas utilizadas nas 8/16 Tratados e eliminados no solo ou jardins São recolhidas por empresa especializada Tratados e eliminados no solo ou jardins São recolhidos por empresa especializada ANAIS atividades Tratamento dos efluentes líquidos Fonte: da pesquisa (2012) Não consome Lodo tóxico É recolhido por empresa especializada A atividade de armazenamento de combustíveis não consome recursos e nem gera resíduos, uma vez que os caminhões de abastecimento já vêm com um sistema ambiental em que a mangueira tem a descarga selada. Desta forma ao encher o tanque, existe um sistema de travamento automático para não transbordar o combustível. A água é um dos recursos naturais utilizados, porém, ainda não existe um sistema que possa aproveitar a água da chuva por ser um investimento com custos elevados. A implantação do sistema de armazenamento de água da chuva está sendo realizada por etapas, tendo a primeira delas cumprida, ou seja, a tubulação separada que levaria a água da chuva para um reservatório apropriado. A água utilizada vai para uma caixa separadora que faz o tratamento e é reaproveitada na irrigação dos jardins e áreas verdes do posto. O óleo separado neste processo de tratamento é vendido para empresas específicas que realizam o re-refinamento e posterior comercialização do produto. Os resíduos sólidos gerados são recolhidos por uma empresa apropriada que disponibiliza tambores específicos para cada tipo de resíduo, com cores diferenciadas, sendo um para colocar as embalagens de óleos vazias, outro para as estopas sujas, outro para os filtros. 4.2 Tecnologias limpas do setor de combustíveis As medidas citadas pelo empresário foram baseadas no quadro 4 do tópico 2.3, destacando as seguintes tecnologias limpas na organização: Quadro 6 – Tecnologia limpa desenvolvida por atividade Aquisição de tanques ecológicos (PVC) Poços de monitoramento Canalização e tratamento dos efluentes Instalação de bombas mais adequadas Uso de flanelas Abastecimento de veículos Canalização e tratamento dos efluentes Utilização de logística reversa para eliminação Troca de óleo, filtros e dos resíduos, pela coleta seletiva lubrificação Canalização e tratamento dos efluentes Realização de comunicação interna conscientizadora para resposta a incidentes ambientais e para ações ambientalmente sustentáveis. Armazenamento de combustíveis ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E AS TECNOLOGIAS LIMPAS ADOTADAS Fonte: da pesquisa (2012) Esses novos tanques exigidos pelas normas são “jaquetados e com parede dupla”, de um material que não corroe no solo, e entre as duas paredes existe um espaço a vácuo que possui um equipamento que monitora vazamentos. Este equipamento é como uma sonda que ao detectar qualquer gota de combustível, acusa no monitor. Toda esta inovação ambiental está determinada nas normas ambientais, substituindo antigos tanques corrosivos de ferro com apenas uma parede, que provocava alto impacto ao solo. Esta pode ser considerada uma das inovações ambientais em tecnologia limpa mais sofisticadas do comércio de combustíveis. Os resíduos que são gerados do abastecimento das trocas de filtro e óleo são coletados por meio das canaletas e direcionados a caixa separadora de água e óleo que depois é destinado para uma organização especializada que adquire esse óleo para o re-refino e revenda, caracterizando o início da logística reversa como medida ambiental, fator positivo 9/16 ANAIS que contribui para desempenho ambiental da empresa na redução do impacto ambiental negativo, e o menor consumo da água que é reutilizada para a jardinagem. As estopas e embalagens dos óleos e filtros são armazenadas e recolhidos por empresas especializadas que fazem a destinação adequada para cada resíduo, por meio da logística reversa e da reciclagem. Para algumas medidas ambientais e tecnologias limpas implantadas foram realizadas adaptações de acordo com a percepção das necessidades durante o processo de atividades no dia a dia da organização, a fim de otimizar a operacionalização do sistema ambiental para cumprir as exigências ambientais do setor. 4.3 Resultados oriundos das tecnologias limpas na redução de resíduos, emissões e consumo de recursos naturais Segundo o gestor administrativo e ambiental da organização de combustíveis, os resultados oriundos das tecnologias limpas implantadas (que estão citadas no tópico 4.2) para redução de resíduos, emissões e consumo de recursos naturais foram diversos, porém sem muito retorno financeiro. O principal resultado, de acordo com o entrevistado, foi o reconhecimento de suas ações por clientes importantes. Esse desempenho ambiental diferenciado em relação às empresas da região abriu o mercado para a parceria com empresas de grande porte. Essas empresas normalmente possuem certificação ambiental que exige o abastecimento de seus veículos apenas em postos com licenciamento ambiental, bem como uma maior atuação e integração com os stakeholders dentro do setor de combustíveis. Esse fato de seguir as inovações ambientais determinadas pela legislação ambiental abre caminhos e traz vantagem competitiva em relação a seus concorrentes que ainda não seguem os padrões ambientais exigidos. Além disso, previne a organização de ter custos com penalizações pelo não cumprimento das normas ambientais. Outro resultado que pode ser percebido é a economia de água por meio do tratamento e aproveitamento na irrigação das áreas verdes da empresa. 5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A complexidade de uma organização do setor de combustíveis é visível em se tratando de sua gestão como um todo e principalmente quanto a inovações ambientais que tratem da melhoria contínua de seu desempenho ambiental. Muitas medidas exigidas acabam sendo inviáveis pelo custo elevado ou pela falta de informação dos órgãos regulamentadores e responsáveis pela fiscalização de tais atividades ambientais no setor CNTL (2002). Percebe-se a necessidade de se melhorar o planejamento da difusão de tais informações e até mesmo uma mudança de paradigma e comportamento na cultura deste ramo em geral, uma vez que, apenas uma minoria promove ações para a melhoria do desempenho ambiental. A organização de combustíveis estudada é uma das poucas que atendem as exigências das normas ambientais da região de Campo Grande – MS, sendo uma referência para outros postos de combustíveis, que ainda não conseguem atender as exigências dos órgãos de controle ambiental para o licenciamento ambiental. Quanto as instalações percebe-se que a organização estudada possui as principais atividades descritas por Santos (2005), com exceção da lavagem de carros, pois a legislação rigorosa para o tratamento dos efluente inviabiliza esse tipo de prestação de serviço seja instalado. 5.1 Resíduos e emissões gerados e consumo de recursos naturais no setor de combustíveis 10/16 ANAIS Quanto aos resíduos e emissões gerados, a organização tem atendido todas as exigências legais dos órgãos ambientais, para mitigar os resíduos e efluentes apresentando um diferencial na atividade de recebimento e armazenamento do combustível, diferente do processo descrito por Santos (2005). Os caminhões possuem um sistema de inovação em que a descarga é selada, atendendo também uma das exigências ambientais, e ao completar o carregamento acaba travando automaticamente a liberação do combustível, evitando assim o derramamento que antes acontecia. Esta tecnologia dos caminhões para o armazenamento, pode ser considerada uma inovação ambiental em tecnologia limpa se considerar a definição apontada pelos autores Arundel e Kemp (2009) e Costa et al. (2011), pois contempla a eliminação dos riscos ambientais que antes existiam ao armazenar os combustíveis nos postos, caracterizando-se também como uma melhoria no desempenho ambiental, citado por Maçaneiro e Cunha (2010). As atividades que consomem a água da torneira são o abastecimento de veículos, a troca de óleo, filtro e lubrificação para a limpeza do veículo. Estas atividades geram resíduos sólidos que são as flanelas, que a destinação é terceirizada por uma empresa especializada que as recolhem. Além disso, geram também efluentes que são tratados e separados (água e o óleo), fazendo a reutilização da água para irrigar os jardins, possibilitando a redução do consumo da água e dos custos de manutenção do estabelecimento. Os outros resíduos como óleo queimado, lodo tóxico, embalagens de lubrificantes, flanelas e estopas, são recolhidos por empresa especializada que dá o destino adequado para cada resíduo, possibilitando o atendimento das exigências ambientais do estabelecimento. A existência de empresas especializadas para recolher os resíduos e dar o destino adequado, visando a melhoria continua do desempenho ambiental não deixa de ser uma técnica de fim de tubo. A empresa estudada não tinha uma tecnologia adequada para o armazenamento da água da chuva, aumentando o desperdício desse recurso natural. Estava em fase de implantação, porém sem previsão de se finalizar tendo em vista o alto custo para se adquirir os reservatórios. Esse resultado corrobora a afirmação de Barbieri (1997) de que muitas vezes a implantação de tecnologia limpa de prevenção não acontece por ter um custo muito elevado e ser muito complexa. 5.2 Tecnologias limpas do setor de combustíveis As tecnologias limpas adotadas pela empresa estudada podem estão resumidas no Quadro 7. Quadro 7 – Tecnologia limpa desenvolvida por atividade Aquisição de tanques ecológicos (PVC) Poços de monitoramento Canalização e tratamento dos efluentes Instalação de bombas mais adequadas Uso de flanelas Abastecimento de veículos Canalização e tratamento dos efluentes armazenados em caixa separadora Utilização de logística reversa para eliminação dos resíduos armazenados em caixa separadora , Troca de óleo, filtros e pela coleta seletiva lubrificação Canalização e tratamento dos efluentes Realização de comunicação interna conscientizadora e capacitação para resposta a incidentes ambientais e para ações ambientalmente sustentáveis. Armazenamento de combustíveis ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E AS TECNOLOGIAS LIMPAS ADOTADAS Fonte: da pesquisa (2012) 11/16 ANAIS Os órgãos fiscalizadores exigem prazo para todas as medidas ambientais, conforme foi observado pelo entrevistado. Dentro desse aspecto, o mais difícil foi adequar à realidade do posto de combustíveis as exigências de novos tanques, com uma inovação ambiental em tecnologia limpa mais segura quanto aos impactos negativos. Os tanques ficavam enterrados na frente do posto e isso gerou um custo elevado e um transtorno para serem retirados deste local e enterrar os novos dezessete tanques em outro lugar mais adequado, que confirma a complexidade de implantar uma tecnologia limpa de prevenção (BARBIERI, 1997). De todas as ações ambientais realizadas no posto de combustíveis, o problema maior estava na caixa separadora de água e óleo, pois a limpeza é manual e precisa de ser realizada com frequência. No entanto outros processos como o funcionamento da caixa separadora já é automático, otimizando a gestão e a operacionalização do procedimento de tais atividades. Neste caso, o gestor conseguiu uma solução para a dificuldade de se ter um colaborador capacitado e especializado para cada atividade ambiental da empresa, automatizando a maioria das atividades. Até mesmo para monitorar tal caixa separadora, faz-se necessário formar as competências do responsável por essa atividade, uma vez que qualquer erro implicaria em riscos de contaminação do solo e do meio ambiente em geral. Sendo assim, o conhecimento e a formação são essenciais lidar com as tecnologias limpas e melhorar o desempenho ambiental na empresa (TEIXEIRA, 2006). Pode-se dizer que no geral, a organização estudada, adota algumas ações reativas para atender a legislação ambiental e outras ações ambientais implantadas são proativas, por meio de incrementos e adaptações que não são exigidos pelas normas e leis ambientais. Tal realidade pode ser justificada pelo próprio contexto em que este setor se encontra, em as ações ambientais nem sempre é o fator que pesa mais em relação aos aspectos econômicos de adaptação e mudança de processos e tecnologias mais limpas. Como o próprio gestor comentou, “se os órgãos regulamentadores forem fiscalizar todos os postos à risca, muitos postos seriam fechados”, o que não é interessante para a economia da região. 5.3 Resultados oriundos das tecnologias limpas na redução de resíduos, emissões e consumo de recursos naturais A organização ainda não possui a ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental, mas tem planos de médio prazo para a certificação, fato que poderá gerar mais um diferencial competitivo em relação aos concorrentes. O retorno da conformidade ambiental da organização é percebido pelos gestores como um ganho de imagem, que diferenciam dos concorrentes por atender as determinações ambientais. Algumas empresas de grande porte, só podem abastecer em postos que tiverem o licenciamento ambiental, fato que gera vantagem competitiva para a organização estudada, como foi citado na revisão da literatura (BARBIERI, 1997; SERVIÇO..., 2004; LAYRARGUES, 2000). 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo desta pesquisa foi de analisar a influência da inovação ambiental para o desenvolvimento tecnologias limpas em organização de combustíveis automotivos na redução do impacto ambiental negativo de seus resíduos, efluentes e emissões. A unidade de análise deste desse estudo de caso atende as exigências ambientais dos órgãos regulamentadores e atende para os requisitos para o licenciamento ambiental, 12/16 ANAIS minimizando resíduos e contaminação do solo, da água e do ar, dando o tratamento adequado para cada um deles conforme as determinações legais. O gestor tem projetos de implantar um Sistema de Gestão Ambiental para alcançar a certificação ISO 14001, porém tem encontrado limitações quanto ao planejamento de recursos e ações para tal, uma vez que inovações ambientais geram custos elevados, tempo para serem implantadas, informações limitadas por parte dos órgãos ambientais e retornos que não são alcançados a curto e médio prazo, dentro de uma realidade econômica competitiva da região que também compromete tais ações estratégicas ambientais. O estudo encontrou algumas limitações que foram os parcos estudos sobre o tema em organizações de combustíveis capazes de gerar maior base teórica para o estudo empírico, mas não foi substancial a ponto de interferir nos resultados desse estudo exploratório. Para estudos futuros, recomenda-se estudos de caso comparativos em redes de postos de combustível e estudos quantitativos para o aprofundamentos das variáveis levantadas nesse estudo exploratório. REFERÊNCIAS ARUNDEL A.; KEM, R. 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