13 de fevereiro de 2015
O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem
A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico
e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira
ALTA DO DÓLAR AJUDA MINERAÇÃO A RESISTIR AOS EFEITOS DA
QUEDA DAS COMMODITIES
Mesmo abaladas com a queda dos preços das matérias-primas, as
companhias de mineração prometeram recentemente que não vão reduzir a
produção, afirmando que a valorização do dólar está atenuando o impacto das perdas
de receita.
Essas mineradoras - desde as gigantes anglo-australianas BHP Billiton e Rio
Tinto até empresas menores, como a Lonmin PLC, que opera na África do Sul - estão se
beneficiando do fortalecimento da moeda americana porque recebem em dólar pelas
vendas do ouro, cobre e minério de ferro que exploram, mas usam moedas locais para
pagar trabalhadores e outras despesas.
Quando o dólar sobe, a receita gerada pela venda dos metais consegue
cobrir um montante maior de despesas. A alta do dólar está reverberando na
economia global, dividindo o mundo corporativo em ganhadores e perdedores e
redesenhando a próxima fase dos preços das commodities. O dólar se valorizou em
relação a praticamente todas as outras moedas em 2014 e começou este ano
embalado, uma vez que alguns bancos centrais estão tomando medidas para
enfraquecer suas moedas como forma de estimular suas debilitadas economias.
As moedas dos grandes exportadores de commodities estão entre as que
mais se desvalorizaram em relação ao dólar. Até ontem, o dólar subiu no ano 4,5%
ante o dólar australiano, 6,6% em relação ao dólar canadense e 6,5% comparado com
o real.
Para muitas empresas dos Estados Unidos que fazem negócios fora do país,
o dólar valorizado é uma desvantagem, já que deixa seus produtos mais caros para
compradores de outros mercados e reduz o valor das vendas externas quando estas
são convertidas na moeda americana. Mas as mineradoras que poderiam ser, de outra
forma, forçadas a adiar projetos diante dos atuais preços das commodities estão
mantendo suas minas abertas e, em alguns casos, ampliando a produção à medida que
os custos caem com a ascensão do dólar.
Como resultado, a oferta continua subindo e analistas estão reduzindo suas
previsões para os preços dos metais, estimando que eles cairão ainda mais e vão
permanecer mais tempo baixos. "O câmbio vem sendo uma válvula de escape", diz Ben
Magara, diretor-presidente da Lonmin.
Na sexta-feira, a Anglo American PLC, quinta maior mineradora do mundo
em valor de mercado, tornou-se a mais recente empresa do setor a ressaltar as
vantagens da força do dólar. A companhia britânica, que registrou prejuízo em 2014,
afirmou que a desvalorização das moedas dos países onde opera adicionou US$ 1,3
bilhão ao seu lucro, ou mais da metade das perdas de US$ 2,4 bilhões que sofreu com
a queda dos preços das commodities.
A Anglo também informou que planeja elevar a produção de minério de
ferro em minas no Brasil e África do Sul nos próximos anos, ainda que os preços desse
componente básico do aço estejam perto do seu menor nível nos últimos cinco anos e
meio.
Na semana passada, a Rio Tinto divulgou um aumento nos lucros,
informando que o enfraquecimento do dólar canadense e australiano ajudou a
impulsionar as margens. A Newcrest Mining Ltd., por sua vez, informou na sextafeira
que irá colocar uma das maiores minas de ouro da Austrália à venda para pagar
dívidas, uma medida facilitada pela desvalorização do dólar australiano, que deixou a
mina mais atraente para potenciais compradores.
Alguns observadores do setor dizem, porém, que o dólar mais forte está
apenas adiando um desfecho inevitável na mineração. Ao manter as minas abertas, as
empresas estão alimentando um excedente global de metais, carvão e minério de
ferro. A demanda está fraca no principal consumidor mundial de matérias- primas, a
China, cuja economia, em 2014, cresceu no seu ritmo mais lento em dez anos. Além
disso, muitas mineradoras contraíram empréstimos pesados em dólar para financiar
sua expansão durante os anos do boom. Agora, elas precisam de lucros acima de
determinado nível para pagar os credores.
"O dólar valorizado criou uma proteção contra parte do impacto da queda
nos preços das commodities, [...] mas não todo", diz Daniel Rohr, diretor de pesquisa
de materiais da empresa de pesquisa Morningstar Inc. "As mineradoras precisam
aumentar a produção, pagar dividendos aos acionistas e manter suas finanças
saudáveis, e num ambiente de preços baixos não dá para fazer os três."
A Lonmin viu os preços da platina, seu principal produto, cair 20% desde
julho. Mas Magara diz que a empresa vai manter sua produção neste ano. Ele atribui a
redução dos custos na África do Sul à valorização do dólar contra o rand. Na semana
passada, o dólar atingiu um pico recorde de 13 anos ante a moeda sul-africana.
O declínio do rand "está ajudando muito", diz Magara. "Ganhamos cerca
de 10% graças ao câmbio, então o impacto do preço [da platina] foi mitigado."
Como muitas mineradoras, a Lonmin ainda enfrenta dificuldades. Depois
de uma alta nos preços dos metais que durou dez anos, o setor de mineração passou
os últimos três se ajustando a uma demanda menor. A China, cuja ascensão ao posto
de segunda maior economia do mundo foi acompanhada por uma rápida urbanização
e industrialização, viu seu apetite por matérias-primas arrefecer.
Os preços dos metais caíram. O do cobre recuou para uma mínima de cinco
anos e meio em janeiro e já caiu 7,8% este ano. Já o preço do minério de ferro caiu
pela metade no ano passado e acumula uma baixa de mais de 10% em 2015.
A Lonmin registrou um prejuízo de US$ 188 milhões no ano fiscal
encerrado em 30 de setembro devido à queda dos preços da platina e uma greve nas
minas da África do Sul. Na semana passada, a Glencore PLC afirmou que vai vender sua
participação de 23,9% na empresa.
Algumas mineradoras se retraíram, fechando minas e vendendo ativos.
Além de vender sua fatia na Lonmin, a Glencore alertou, em janeiro, que iria fechar
minas de carvão na África do Sul. Enquanto isso, outras empresas aumentaram a
produção.
No segundo semestre do ano passado, a BHP Billiton, maior mineradora do
mundo, alcançou uma produção recorde em oito operações dedicadas ao todo a cinco
matérias-primas. A empresa afirmou que sua produção total no período de dois anos
encerrado em junho de 2015 vai crescer 16%, apesar do enfraquecimento
generalizado dos preços das commodities. A Rio Tinto ampliou a produção de minério
de ferro e cobre no ano passado.
Mas analistas e investidores dizem que há um limite para a ajuda que a
valorização do dólar pode dar à mineração. "Com vendas, lucratividade e fluxo de caixa
em queda, a capacidade das mineradoras de pagar sua dívida será afetada", diz Wen
Li, analista sênior da CreditSights.
Na indústria mineradora mundial como um todo, os vencedores relativos
são, neste momento, aqueles com operações fora dos EUA, diz Rick de los Reyes, que
administra US$ 1,5 bilhão em investimentos em metais na gestora T.Rowe Price Group
Inc.
"Se eu tivesse que escolher entre uma mineradora de minério de ferro nos
EUA e outra na Austrália, eu escolheria a australiana", diz de los Reyes.
Autor(es): Tatyana Shumsky, John W. Miller e Rhiannon Hoyle
Fonte: Valor Econômico
Data: 18/02/2015
TRAFIGURA COMPRA MINERINVEST E NEGOCIA MINA DA MMX
A Trafigura finaliza a aquisição da Minerinvest Mineração, produtora de
minério de ferro de Minas gerais, apurou o *Valor*. A trading, que junto com a
Mubadala comprou o Porto Sudeste, no litoral do Rio, decidiu ir às compras para
completar a carga necessária para viabilizar o seu porto, um dos empreendimentos
que o empresário Eike Batista teve de se desfazer.
A Trafigura aproveita o momento atual do setor de mineração, em que os
preços do minério de ferro estão em queda muito acentuada - ontem fechou próximo
dos US$ 60 a tonelada -, para fazer aquisições, pagando preços baixos pelos ativos.
Não há informações sobre os valores da operação.
Após a Minerinvest, o próximo negócio a ser fechado pela Trafigura deverá
ser a compra de uma mina de ferro da MMX Sudeste, que está em recuperação
judicial. Ao ficar o ativo com a empresa nesse processo, a companhia vai se livrar de
quaisquer questões com os credores.
O consórcio dono do Porto Sudeste é formado pela Impala, subsidiária da
Trafigura, e Mubadala, empresa de investimentos e desenvolvimento de Abu Dhabi,
nos Emirados Árabes Unidos. Juntas, as sócias têm 65% do empreendimento. O
restante ainda é da MMX.
Os novos donos precisam de minério para encher a carga no porto, pois do
contrário não conseguirão se financiar. Quando atingir plena capacidade, que era
prevista para 2016, terá capacidade de movimentar 50 milhões de toneladas de
minério de ferro ao ano. Mas poderá ir a 70 milhões com investimento adicional, ainda
em análise pelos novos sócios.
O porto já tem um contrato com a Usiminas Mineração, o qual previa
começar com embarque de 3 milhões de toneladas em 2012, atingindo até 12 milhões
de toneladas em 2016. Mas a Usiminas também pôs o pé no freio dos seus
investimentos, de chegar a 29 milhões de toneladas. Com a crise, deverá mesmo ficar
nas 12 milhões de toneladas de hoje.
A Trafigura, segundo apurou o *Valor*, está em negociação para a compra
de mais ativos em regiões próximas ao Porto Sudeste.
Em 2011, antes da difícil crise financeira do Grupo EBX, a MMX havia
fechado acordo com a Minerinvest de compra e operações de minério no Porto
Sudeste. A negociação previa até 5 milhões de toneladas ao ano, durante dez anos,
desde o início de operação do porto, inicialmente fixado para 2012.
Procurada pelo *Valor*, a Trafigura não concedeu entrevista.
Autor(es): Ana Paula Ragazzi e Ivo Ribeiro
Fonte: Valor Econômico
Data: 27/01/2015
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UM ADVOGADO DA CAUSA MINERAL
“Fiz muitas coisas, porque só fui avisado de que eram impossíveis depois
que estavam prontas”. Não é difícil comprovar a veracidade – e a extensão – da
assertiva quando conhecemos seu autor. William Freire dispensa apresentações.
Quem não o encontrou em fóruns e congressos setoriais de mineração, não leu ao
menos um de seus 16 livros ou inúmeros artigos técnicos, não passou por suas aulas
de Direito Minerário e Ambiental em vários cursos de pós-graduação e não assistiu a
pelo menos uma de suas quase cem palestras, realmente não viveu.
O impecável e elegante advogado formado pela UFMG (Universidade
Federal de Minas Gerais) consolidou uma trajetória de sucesso desde que, há 25 anos,
percebeu o potencial da mineração e enveredou pelos meandros do Direito Minerário.
Fundou, então, a William Freire Advogados Associados, hoje um dos mais respeitáveis
escritórios de advocacia do Brasil, com profissionais atuando também nas áreas
ambiental e tributária.
Nos últimos seis anos, Freire tem sido um dos críticos mais contundentes
do projeto de lei do Governo Federal que cria o novo Marco Regulatório da Mineração
(MRM). Como especialista no assunto, sobram-lhe argumentos. Não bastasse o texto
do projeto em si, tantas vezes visado e revisado – e, agora, ao que tudo indica,
engavetado -, reforçam a oposição medidas capitaneadas pelo Ministério das Minas e
Energia (MME), como a restrição à outorga de títulos minerários, em flagrante
desrespeito ao Código Nacional de Minas em vigor e aos agentes e investidores do
setor.
Nesta entrevista exclusiva a In The Mine, Freire fala dos pilares básicos do
Direito Minerário mundial, das controvérsias resultantes do projeto do novo MRM, da
carga tributária e distribuição dos royalties da mineração. Deseja que o novo ministro
das Minas e Energia, Carlos Eduardo de Souza Braga, passe para a história do País por
ter conseguido aperfeiçoar a legislação mineral. E diz aguardar o desfecho desse
processo para finalizar e publicar seu novo livro, cujo tema não é senão outro: o
terceiro código de mineração, “por enquanto, apenas um sonho”.
A
matéria
completa
está
disponível
através
do
link
inthemine.com.br/site/index.php/um-advogado-da-causa-mineral/
Autor(es): Tébis Oliveira
Fonte: In The Mine
Data: nº 54 - 09/02/2015
CHINA DEVE FECHAR MAIS MINAS DE MINÉRIO DE FERRO
PEQUIM (Reuters) - Cerca de um terço das minas de minério de ferro da
China interromperam a produção, patamar que pode subir para até 45 por cento até o
fim deste ano se o preço da matéria-prima de siderúrgicas ficar abaixo de 70 dólares a
tonelada, disse um executivo local do setor de mineração nesta quinta-feira.
"Acho que vai ficar pior e pior", disse Pan Guocheng, presidente da China
Hankiing Group, durante um evento do setor em Pequim.
Pan disse que cerca de um terço das mineradoras da China interrompeu a
produção em janeiro e que a produção atual está em cerca de 70 por cento da
capacidade total.
Segundo o Morgan Stanley, 52 milhões de toneladas da produção chinesa
foram eliminadas no ano passado, levando a produção total do país no ano passado
para cerca de 345 milhões de toneladas.
A Associação de Ferro e Aço da China disse que a oferta de minério de
ferro chinesa deve cair em 70 milhões de toneladas neste ano e as importações
avançarem 7,1 por cento para atingir 1 bilhão de toneladas pela primeira vez.
Uma estratégia controversa das gigantes da mineração Vale VALE5.SA, BHP
Billiton (BHP.AX: Cotações) BHP.L e Rio Tinto (RIO.AX: Cotações) (RIO.L: Cotações) para
saturar o mercado chinês com minério importando e pressionar mineradoras locais
derrubou os preços em mais da metade no ano passado.
Reciclagem de aço é vista como ameaça crescente a demanda por ferro
Os esforços da China para aumentar a quantidade de aço que o país recicla
devem ter um impacto crescente sobre a demanda para o minério de ferro,
ameaçando piorar um excesso global de oferta e colocando ainda mais pressão sobre
fornecedoras mundiais.
A China obteve 78,5 por cento de suas necessidades totais de minério de
ferro do exterior no ano passado, importando um recorde de 933 milhões de
toneladas, mas agora está tentando fazer mais uso das vastas quantidades de aço
enterradas em aterros ou presas em concreto.
Analistas disseram que os esforços podem começar a ter impacto no
mercado já neste ano, conforme medidas para melhorar as taxas de coleta começam
entrar em vigor, e até 200 milhões de toneladas de sucata podem ser gerados por ano
até 2020.
"A demanda por minério de ferro vai estar em queda a partir de 2017 pois
a geração de sucata vai crescer mais rápido que a demanda", disse o analista da CLSA
Ian Roper, numa conferência em Pequim.
"Os altofornos chineses usam apenas 8 por cento de sucata e é possível
elevar isso até 20 por cento", acrescentou Roper.
Mega mineradoras como a Vale, a Rio Tinto e a BHP Billiton elevaram as
ofertas em 234 milhões de toneladas nos últimos dois anos, pressionando os preços e
aumentando suas participações no mercado na China, que compra cerca de dois terços
do minério de ferro global.
Uma desaceleração econômica cortou o consumo aparente de aço da
China no ano passado pela primeira vez desde 1981.
Em projeções anteriores, a BHP Billiton estimou que a proporção de sucata
da China subirá para cerca de 20 por cento até 2020 e para entre 30 a 39 por cento até
2030.
Autor(es): David Stanway
Fonte: Reuters
Data: 05/02/2015
JUST WHEN YOU THOUGHT RARE EARTH PRICES COULDN'T FALL ANY
FURTHER
Following a World Trade Organization ruling, China in January announced
it's abolishing its decade-old export quota system for rare earths.
China produces nearly 90% of the world's REEs and is also the top
consumer of the 17 elements used in a variety of hi-tech industries including
renewable energy, medical devices and defence.
But even before the lifting of quotas the country's rare earth exports
started to expand rapidly. Customs data show export volumes grew 27.3% in 2014 to
28,000 tonnes, according to a China News Service report.
At the same time the average export price of rare earth products
plummeted to only 83,000 yuan ($13,000) per tonne. That's a decrease of 47.8% from
the year before and the third year in a row of sharp declines.
According to the report improving US manufacturing demand was behind
the higher volumes. Japan was the number one buyer receiving nearly 43% of
outbound shipments while the US ranked second.
"Sluggish demand downstream" is blamed for the drag on prices. China's
downstream industry consumes 70% of global production which was expected to have
grown 9% to 127,000 tonnes last year according to official estimates.
Only two mines produce rare earths outside China. Molycorp's Mountain
Pass mine in California is targeting production of 20,000 tonnes per year and is
aggressively ramping up from its 2014 total of just 4,785 tonnes even as it continues to
lose money.
Lynas hit its expected target of 11,000 tonnes per year from its Mount
Weld mine in Australia and Malaysian plant during the fourth quarter last year, but is
also experiencing negative cash flow amid falling prices.
China is due to lift export taxes on rare earths in May, which could add
further pressure on prices.
Autor(es): Frik Els
Fonte: Mining.com
Data: 10/02/2015
BANCOS CENTRAIS AMPLIAM COMPRA DE OURO
Os bancos centrais ao redor do mundo foram grandes demandantes de
ouro pelo segundo ano consecutivo. De acordo com a consultoria World Gold Council
(WGC), as autoridades monetárias somaram 477 toneladas do metal em suas reservas
no ano passado, uma alta de 17% sobre as 409 toneladas compradas em 2013.
A compra em 2014 foi a segunda maior dos últimos 50 anos, perdendo
apenas para as 544 toneladas compradas em 2012. "A diversificação e o
fortalecimento das reservas, notadamente outras que não o dólar americano,
continuam sendo os vetores a impulsionar essa demanda", diz o estudo da WGC.
Mais uma vez a Rússia aparece como o maior comprador, somando 173
toneladas (36% do total comprado pelos BCs) e elevando seus estoques do metal
precioso a 1,2 mil toneladas. Destaque também para Cazaquistão e Iraque, que
compraram 48 toneladas cada. Na ponta vendedora, o único BC a promover
movimento relevante foi o da Ucrânia. O país vendeu 19 toneladas de ouro em 2014,
reduzindo suas reservas em 44%.
O relatório do WGC não traz dados sobre o comportamento do Banco
Central do Brasil, mas os dados disponíveis apontam estabilidade na posição em ouro,
que fechou 2014 respondendo por cerca de 1% do total de reservas internacionais do
país.
As últimas compras relevantes feitas pelo BC brasileiro ocorreram em
2012. O Brasil também não figura entre os 40 países com as maiores reservas de ouro
do mundo.
A liderança, pelo ranking feito pela WGC utilizando também dados do
Fundo Monetário Internacional (FMI), segue com os EUA, que têm 8,13 mil toneladas
(73% de suas reservas internacionais).
A Alemanha aparece em segundo lugar, com 3,384 mil de toneladas (68%
de suas reservas).
Essa forte demanda de ouro pelos BCs em 2014 vai na contramão do
mercado do metal como um todo, que observou uma contração de 4%, para 3,924 mil
de toneladas no ano passado. Esse é o menor patamar já registrado desde 2009.
Segundo a WGC, a demanda por barras e moedas caiu 40%, 1,06 mil
toneladas, e isso reflete a forte compra feita em 2013 conforme os preços estavam
mais atrativos. Na China, um dos maiores mercados do mundo, a demanda também
caiu e segundo a consultoria, além das compras já realizadas em anos anteriores, as
ações anticorrupção também parecem impactar a demanda, principalmente pelas
barras de baixo peso.
O mercado de joias continua firme como maior demandante de ouro do planeta,
apesar da queda de 10%, para 2,153 toneladas, vista em 2014. A Índia segue como
maior demandante de ouro para joias, com alta de 8% no ano passado, marcando
novo recorde 662 toneladas.
Autor(es): Eduardo Campos
Fonte: Valor Econômico
Data: 13/02/2015
DEPRESSÃO DOS METAIS DESENCADEARÁ CRESCIMENTO
VERTIGINOSO DE TRANSAÇÕES NO SETOR DE MINERAÇÃO
(Bloomberg) - A queda das commodities para seus menores preços em
mais de uma década deverá impulsionar um cres- cimento vertiginoso das transações
neste ano por gru- pos de private equity com foco na mineração que até agora
estiveram esperando o momento para atuar.
Um grande número de fundos, dentre eles a X2 Re- sources, liderada pelo
ex-CEO da Xstrata Plc Mick Davis, foi fundado no fim de uma década de boom de
commodities, arrecadando mais de US$ 12 bilhões nos últimos dois anos, segundo a
Bloomberg In- telligence. Até agora, eles gastaram pouco, à espera do momento certo.
"Acreditamos que as oportunidades sejam melhores agora do que nos
últimos anos, considerando o de- clínio nos mercados de commodities", disse Lloyd
Pengilly, que passou quase 30 anos na JPMorgan Chase Co. antes de abrir o fundo de
mineração QKR Corp. em 2012, em uma entrevista. "As empresas de private equity
têm observado o declínio do mercado, teriam ajustado suas estratégias a isso e
procurarão aproveitar as oportunidades".
Os fundos gastaram uma pequena parte do dinheiro de que dispunham no
ano passado. Em total, foram in- formadas 50 transações por mais de US$ 2 bilhões
feitas por interesses privados no setor de mineração , segundo uma análise do
escritório de advocacia Berwin Leighton Paisner publicada hoje. O ouro foi a
commodity mais popular para quem procurou fazer transações, com um total de 15
transações con- cluídas, seguido pelo carvão para coque, com 6 tran- sações, mostrou
a análise. O investimento médio foi de US$ 43,8 milhões.
"Este é realmente o momento para sair e realizar aqui- sições", disse Neil
Gregson, que administra cerca de US$ 3 bilhões em ações de empresas de recursos
naturais na JPMorgan Asset Management em Londres, em entrevista por telefone.
"Não espere o pico do ci- clo no jogo, ataque quando as coisas estão em ruí- nas".
Relutância fortuita
A relutância dos fundos privados a se engajarem em transações
demonstrou ser fortuita. O Bloomberg Commodities Index caiu para seu menor valor
desde 2002 no mês passado porque os preços do minério de ferro, do carvão, do
petróleo e do cobre recuaram. O Bloomberg World Mining Index, com 104 ações,
despencou 54 por cento em relação ao pico re- gistrado em 2011.
A X2 de Davis arrecadou cerca de US$ 4,8 bilhões de investidores de equity
e vem procurando ativos para comprar das maiores companhias mineradoras do
mundo, como a Vale SA, a BHP Billiton Ltd. e a An- glo American Plc. Entre seus
financistas estão a No- ble Group Ltd., a maior negociante de matérias-primas da Ásia;
o fundo de private equity TPG Capital e fundos de riqueza soberana e de pen- sões.
A QKR de Pengilly é financiada pelo fundo de ri- queza soberana do Catar e
pelo homem mais rico da Polônia, Jan Kulczyk. Eles concluíram sua primeira transação
no ano passado, a aquisição da mina de Na- vachab, na Namíbia, da AngloGold Ashanti
Ltd. por US$ 110 milhões em julho. O fundo também está considerando realizar um
lance de cerca de US$ 1 bi- lhão pela Nevsun Resources Ltd. do Canadá, dis- seram
fontes do setor em novembro.
Aquisições,compras
Onze das transações concluídas no ano passado fo- ram aquisições; 22
foram compras de ativos estratégicos; 14 foram aumentos de participações; e três
foram operações de apoio financeiro a equipes de gestão, segundo o BLP.
A Appian Capital Advisory LLP, chefiada pelo ex-banqueiro do JPMorgan
Michael Scherb, e por Verne Grinstead, arrecadou US$ 375 milhões de in- vestidores
há um ano para mirar ativos de mineração. Eles concluíram quatro investimentos até
agora, uti- lizando cerca de 25 por cento do fundo, disse Scherb em uma entrevista. Ele
pretende utilizar entre 60 por cento e 70 por cento até o fim deste ano.
"Este ano vai ser muito, mas muito ativo", disse ele. "Este é um momento
fantástico para construir uma mina, porque os custos reais estão caindo e há torres de
perfuração e máquinas disponíveis".
Título em inglês: 'Metals Slump to Unleash Surge in Private Equity
Deals in Mining'
Autor(es): Jesse Riseborough e Firat Kayakiran
Fonte: Bloomberg
Data: 09/02/2015
BOVESPA AVANÇA COM VALE E SIDERÚRGICAS
A Bovespa seguiu na contramão dos mercados internacionais e terminou a segundafeira em alta, impulsionada pelas ações da Vale e de siderúrgicas. O mercado local
chegou a operar em baixa pela manhã, acompanhando o mau humor externo,
provocado por incertezas sobre a Grécia e dados fracos da economia chinesa, mas
reagiu à tarde, especialmente após o vencimento de opções sobre ações.
A forte queda nas importações da China em janeiro alimentou a
expectativa de que o país anuncie em breve estímulos para manter sua economia em
ritmo acelerado. Uma sinalização nessa direção veio na semana passada, quando o
Banco do Povo da China (PBoC) anunciou corte de 0,50 ponto percentual no
compulsório, o primeiro corte em quase três anos. Com isso, a taxa para os grandes
bancos passou a ser de 19,5%.
A possibilidade de um estímulo chinês colaborou para a alta de ações
ligadas a commodities em todo o mundo. Aqui, o movimento foi reforçado pelo
avanço do dólar, que chegou a beirar os R$ 2,80.
O Ibovespa fechou em alta de 1,21%, aos 49.382 pontos, depois de
registrar máxima nos 49.522 pontos (1,50%). O volume financeiro alcançou R$ 7,593
bilhões, o que inclui R$ 1,577 bilhão do exercício de opções sobre ações.
No topo do índice ficaram Usiminas PNA (8,75%), CSN ON (8,73%), Vale ON
(5,72%), Gerdau PN (4,70%), Vale PNA (4,49%) e Bradespar PN (4,12%). Além da
expectativa sobre a China, o diretor da Corretora Mirae, Pablo Spyer, lembra que as
empresas de siderurgia e mineração possuem receitas atreladas ao dólar e por isso
também se configuram como papéis defensivos frente ao avanço da moeda americana
em relação ao real. Só neste mês, o dólar já subiu quase 4%. "E a expectativa é de um
dólar ainda mais alto nos próximos meses", afirma.
Petrobras PN (1,75%) teve um pregão volátil após a troca de comando na
estatal, oscilando mais de 8% entre a máxima e a mínima do dia, mas terminou o
pregão em alta, na esteira dos ganhos do petróleo no mercado internacional.
Entre as outras ações de maior peso no Ibovespa, Itaú PN (0,62%),
Bradesco PN (1,03%) e Ambev ON (1,73%) fecharam no azul.
Fora do índice, quem brilhou foi Abril Educação ON (17,86%). A Thunnus
Participações, veículo de investimento da Tarpon, fechou acordo com a Abrilpar para
adquirir o restante das ações que a holding detinha na Abril Educação. Com a
operação, avaliada em R$ 1,309 bilhão, a Thunnus passa a ser a única controladora do
grupo.
Na ponta negativa do mercado, Qualicorp ON (-4,58%) marcou presença
novamente. As ações sofrem desde a semana passada, diante de especulações de que
o governo prepara mudanças na regulação dos planos de saúde.
Autor(es): Téo Takar e Aline Cury Zampieri
Fonte: Valor Econômico
Data: 10/02/2015
FUNDOS HEDGE APOSTAM EM ALTA DO OURO NOS EUA
O grau de otimismo dos fundos hedge com o ouro é o mais alto em dois
anos. Os gestores das carteiras do gênero estão apostando que a atratividade do metal
precioso vai aumentar com a desaceleração econômica da Europa e Ásia, o que pode
ameaçar o fôlego da recuperação dos Estados Unidos.
Especuladores aumentaram suas posições compradas líquidas no metal em
80% neste ano, segundo mostram dados do governo americano. A economia dos EUA
cresceu num ritmo mais lento que o previsto no quarto trimestre de 2014 e
autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reconheceram os
riscos globais à economia do país na reunião de política econômica ocorrida no fim de
janeiro.
Os preços do ouro tiveram em janeiro a maior alta mensal em três anos.
Planejadores econômicos da Europa e Ásia estão contribuindo para esse estímulo,
enquanto lutam contra o esfriamento das economias das duas regiões, reforçando o
apelo de alternativas a moedas que estão sendo reavaliadas. O crescimento
internacional mais fraco aumentou as especulações entre os investidores de que o Fed
vai esperar mais tempo para elevar as taxas de juros nos EUA.
"Se a economia global estiver realmente ruim e mais notícias pessimistas
surgirem, não haverá motivação para o Fed aumentar os juros", disse em 30 de janeiro
Marty Leclerc, diretor de investimentos da Barrack Yard Advisors que supervisiona US$
400 milhões em ativos. "Isso deixará o ouro mais atraente se todos [os países com
economia fraca] estiverem desvalorizando as moedas", afirma o gestor.
As posições compradas líquidas em ouro aumentaram 15% para 167.693
contratos futuros e de opções na semana encerrada em 27 de janeiro, segundo dados
da Commodity Futures Trading Association dos EUA publicados três dias depois. As
posições compradas do metal precioso são as maiores desde 2012.
Os preços dos contratos futuros subiram 8% no mês passado para US$
1.279,20 a onça, na Comex de nova York. O índice Bloomberg Commodity Index, que
engloba 22 tipos de matérias-primas, caiu 3,3% no dia 30 de janeiro, enquanto o MSCI
All-Country World Index de ações recuou 1,6%.
Dados divulgados em 30 de janeiro mostram que a economia dos Estados
Unidos cresceu a uma taxa anualizada de 2,6% no quarto trimestre do ano passado,
com as importações crescendo três vezes mais que as exportações. No mesmo dia, o
presidente do Fed de San Francisco John Williams disse, em uma entrevista à CNBC,
que as autoridades referiram-se aos acontecimentos internacionais mencionados nas
declarações de políticas do banco central, para reconhecer o impacto dos
acontecimentos externos no crescimento da economia americana.
Os ativos de produtos negociados em bolsas de valores atrelados ao ouro
tiveram valorização de 4,1% em janeiro, a maior registrada desde julho de 2011. A
promessa do Banco Central Europeu (BCE) de disponibilizar € 1,2 trilhão para comprar
bônus aumentou a demanda do ativo como reserva de valor. O preço da barra de ouro
em euros subiu 16% em janeiro, cerca de duas vezes o ganho do metal em dólares.
Mesmo assim, James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, disse em 30
de janeiro que os investidores estão errados em esperar que o banco central
americano adie a alta das taxas de juros para além da metade do ano. Os formuladores
da política econômica dos Estados Unidos citaram a expansão "sólida" da economia
em sua declaração de 28 de janeiro, logo após encontro do comitê de política
monetária. Os juros mais altos reduzem a atratividade do ouro porque o metal
geralmente oferece aos investidores retornos somente por meio dos ganhos de preço.
O preço do ouro caiu 29% nos últimos dois anos enquanto a situação da
economia americana melhorou. Nos próximos três meses, as commodities terão
ganhos menores que os de ativos como ações, bônus e mercados de crédito, por causa
das perdas do petróleo, ouro e cobre, segundo afirmou o Goldman Sachs Group em
um relatório divulgado em 27 de janeiro. O metal precioso, na avaliação do banco,
deverá cair para US$ 1.175 em 12 meses.
"Os juros deverão subir mais cedo, e não mais tarde, o que não é bom para
o ouro", destacou Jim Paulsen, principal estrategista de investimentos da Wells Capital
Management, de San Francisco, em 30 de janeiro. "Se o Fed está confiante, e outros
ganharão confiança, então você não precisa de um ágio de segurança sobre o ouro",
avalia o especialista. *(Tradução de Mario Zamarian)*
Autor(es): Joseph Deaux
Fonte: Bloomberg
Data: 10/02/2015
CHINA METALS & MINING
January Trade - Copper, iron ore and coal imports fall, steel exports set
new record high
• China’s preliminary commodities trade data for January fell from
December highs, in line with the drop in the broader manufacturing PMI to 49.8 - the
first sub-50 reading since Oct 2012. The fall in imports reflected the impact of new
commodity import restrictions (coal), and subdued domestic demand in the run up to
Chinese New Year. January iron ore imports fell from December’s record high while net
finished steel exports continued to rise. We remain bearish on the sector given fragile
domestic sentiment and weak macro indicators, staying UW China Coal Energy, Jiangxi
Copper and Chalco. On risk reward, China Hongqiao is our preferred metals play.
• Copper imports fall, aluminium exports second highest on record.
January copper and product imports fell to 415kt (-1% m/m, -23%y/y), reflecting tepid
restocking demand. We estimate bonded and SHFE warehouses held 21 days of
inventory in January, below trend levels of 26 days. Wire and cable producers
representing 1.13 mtpa of capacity reduced operating rates to 65.23% (-13.86 pct pt
m/m) due to weak demand and tight cash conditions. Meanwhile, exports of
aluminium (unwrought & products) fell to 430kt (-21%m/m, +36%y/y), but remain at
the second highest on record.
• Bulks – Iron ore and coal imports fall. January iron ore imports fell to
78.8mt (-9% m/m, -9% y/y), versus December's record high of 86.9mt. Net coal
imports (including lignite) fell to 16.55mt (-38% m/m, -53% y/y), the lowest since Oct
2011, due to exceptionally strong imports in December as traders imported more
ahead of the 1 January 2015 implementation of new coal quality regulations (ash
content <30% and sulphur <1.5%). Stripping away this effect, December and January
imports averaged 21.7mt (+5% vs November), and we expect FY15 net coal imports to
weaken.
• Steel – Net finished steel exports break record high again. Net finished
steel exports rose to 9.14mt in January (+2% m/m, +69% y/y), setting a new record for
the fifth straight month in a row. We note that the pace of this increase appears to be
waning (+0.17mt m/m in Jan, vs +0.37mt m/m in Dec), likely due to the removal of the
tax rebate on boron-added steel exports and a fall in production ahead of CNY. We
expect exports to remain at high levels for the rest of 2015 due to domestic
overcapacity and weak local demand (FY14 -2% y/y).
• Selective opportunities for when the mood changes. While easing
monetary policy may help lift bearish sentiment, we expect underlying real demand to
remain weak through 1Q15. Lead indicators (PMI, floor space starts) also point to a
soft 2Q. With preliminary profit alerts pointing to 4Q miss and weak commodity prices
suggesting a soft 1Q, remain bearish on the China metals and mining sector. Within the
sector, we see attractive risk-reward in China Hongqiao (1378).
Fonte: J.P.Morgan
Data: 09/02/2015
MINERADORAS FECHAM VAGAS
O desaquecimento da economia e a forte queda das cotações do minério
de ferro no mercado internacional resultaram no corte de centenas de postos de
trabalho em Minas Gerais. Com o pé no freio, empresas suspendem projetos e
investimentos futuros. O resultado é a dispensa de mais de mil empregados nas
principais mineradoras do estado nos últimos meses, de acordo com sindicatos de
trabalhadores. Para evitar a caracterização de demissão em massa, algumas empresas
fazem os desligamentos a conta-gotas.
Em Congonhas, a LGA Mineração cortou mais da metade das vagas. Apenas
45 dos 100 empregados permaneceram, segundo o Sindicato Metabase Inconfidentes,
representante dos trabalhadores das cidades de Congonhas, Ouro Preto e Belo Vale. O
diretor da entidade, Ivan Targino, acrescentou que, na mesma região, a CSN anunciou
na segunda-feira a dispensa de 200 trabalhadores.
O sindicato vai impetrar medida cautelar para que a CSN aponte os motivos
econômicos de uma demissão em massa, como foi classificada pela entidade. A
companhia teria suspendido parte do plano de investimento futuro, o que resultou no
corte de quase 50 pessoas na gerência de expansão. Além desses, 157 foram demitidos
na CGPAR, prestadora de serviço ligada à CSN. O total, no entanto, já supera 500,
segundo Targino, e novos desligamentos devem ser feitos depois do carnaval. "É um
cenário que tende a se aprofundar", afirma o sindicalista.
Depois de ter atingido valores recordes entre 2010 e 2012 (acima de US$
170), o preço da tonelada do minério de ferro tem oscilado ao redor de US$ 60 nos
últimos meses. A forte retração na cotação deve-se principalmente à queda da
demanda da China. Principal fornecedora do produto ao mercado chinês, a Vale já
formalizou 25 demissões desde o início do ano na região de Itabira, 255 em Belo
Horizonte e 226 em Mariana.
Autor(es): Pedro Rocha Franco
Fonte: Correio Braziliense
Data: 13/02/2015
VALE APRESENTA PLANO DE AÇÕES PARA REDUZIR CONSUMO DE
ÁGUA EM TUBARÃO
A Vale apresentou ao governo do Espírito Santo, no dia 30 de janeiro, um
plano de ações voltado a reduzir ainda mais o uso de água em suas
operações no Complexo de Tubarão, em Vitória (ES). As iniciativas, que
envolvem medidas emergenciais e de curto prazo, irão possibilitar uma
redução total de até 40% no consumo de água da concessionária por parte
da empresa.
Entre 1996 e 2014, a mineradora já reduziu cerca de 74% do consumo de
água em Tubarão, economizando 368.762 metros cúbicos por mês, por meio de
medidas de otimização do uso. O volume é suficiente para abastecer diariamente uma
cidade com até 61.460 habitantes.
De acordo com a mineradora, entre as ações emergenciais, estão previstas
a paralisação temporária das atividades da planta de hidratação de cal, novas ações
voltadas à redução do consumo de água nas atividades operacionais e a captação de
água de fontes alternativas, como a instalação de novos poços subterrâneos no
Complexo de Tubarão.
A Vale pretende ainda disponibilizar uma equipe técnica para “estudar
soluções de engenharia que venham a beneficiar o Estado como um todo”, segundo
afirma nota publicada no website da companhia nesta sexta-feira (6).
Essas medidas irão se somar a outras já adotadas pela Vale. Desde a
década de 1980, a empresa busca otimizar o uso de água, tanto por meio da redução
do consumo, quanto pelo reaproveitamento de seus efluentes e da água utilizada em
seus processos produtivos, atualmente com índice de reúso de 81%.
Segundo a mineradora, o consumo de água nova das usinas para produzir 1
tonelada de pelota caiu de 380 litros, na década de 1990, para 93 litros hoje.
Segundo a Vale, os efluentes do pátio de carvão também são reutilizados
na estação de tratamento denominada ETE Sul. Em 2014, o volume reaproveitado foi
da ordem de 486.460 metros cúbicos, o que corresponde a cerca de 89% do volume
tratado no local.
Já a água utilizada nas oficinas do Complexo de Tubarão é tratada na
Estação de Tratamento Efluentes Oleaginosos (ETEO) e 100% reutilizada na umectação
de vias e limpeza de equipamentos. De acordo com a mineradora, o volume
corresponde a 14.461 metros cúbicos.
Fonte: Notícias de Mineração
Data: 06/02/2015
SOB FOGO CRUZADO
Dos 39 ministérios do governo federal, talvez apenas o da Fazenda,
ocupado por Joaquim Levy, se encontre em situação mais complicada que o de Minas
e Energia, onde foi empossado em 02 de janeiro último o paraense Carlos Eduardo de
Souza Braga. Um escândalo de corrupção – o maior da história do País até o momento
–, uma crise de recursos financeiros e naturais no setor de energia elétrica e a paralisia
do setor mineral, à espera de seu novo marco regulatório, são a principal herança
legada pelo ocupante da pasta desde 2008, o também senador pelo PMDB (Partido do
Movimento Democrático Brasileiro), Edison Lobão a seu sucessor.
Aos 54 anos completados em 6 de dezembro de 2014, Braga é engenheiro
elétrico formado pela Universidade Federal do Amazonas. Iniciou sua carreira política
aos 21 anos, como vereador por Manaus (AM) e cinco anos depois, em 1986, tornouse deputado estadual. Em 1990, elegeu-se deputado estadual e, em 1992, viceprefeito, assumindo a prefeitura da capital manauara em 1994. Em 1996, ao deixar o
cargo, voltou a dirigir sua rede de concessionárias Renault em quatro estados da
Região Norte do Brasil. Em 2002, foi eleito no primeiro turno como governador do
Amazonas, sendo reeleito em 2006. Licenciou-se em 2010 para disputar o Senado
onde, desde 2012, foi líder do governo Dilma Roussef.
O atual ministro do MME é militante ativo de causas ambientais. Além de
coordenador do PMDB Socioambiental, foi criador, em suas gestões públicas do
Prosamim – Programa Socioambiental dos Igarapés de Manaus –, do Programa Bolsa
Floresta e da Fundação Amazonas Sustentável. É de sua autoria, ainda, a primeira Lei
sobre Mudanças Climáticas e Conservação Ambiental do Brasil.
Em seu discurso de posse como ministro destacou que /“/na área de
geologia, mineração e transformação mineral, estaremos atentos à tramitação no
Congresso do projeto de lei que trata da nova legislação do Setor Mineral Brasileiro.”
Acrescentou ser tarefa do MME “elaborar as minutas de decreto que tratarão da
regulamentação da nova lei” do Marco Regulatório da Mineração (MRM) e
comprometeu-se a trabalhar “na revisão do Plano Nacional de Mineração, o PNM
2030, e nos estudos de viabilidade de implantação das Zonas de Processamento e
Transformação Mineral”. Em entrevista a jornalistas, admitiu que o atraso na
aprovação do MRM//permitirá à pasta “redesenhar, diante de uma nova conjuntura
internacional, algumas áreas do código de mineração”.
Contexto
Como lembra Elmer Prata Salomão, presidente da ABPM (Associação
Brasileira de Pesquisa Mineral), as referências do novo ministro à mineração somaram
exatas oito linhas em um discurso de posse de nada menos que oito páginas.
Compreende-se: historicamente, em particular na gestão anterior à de Braga, o setor
nunca foi prioridade do MME e, atualmente, perde ainda mais espaço para problemas
de maior gravidade e urgência.
Sua nomeação, no entanto, é vista com bons olhos por Salomão. “Por ser
empresário, penso que o novo ministro tem mais sensibilidade para buscar o diálogo
com o setor mineral de modo a corrigir o enorme desacerto provocado pelas medidas
do último governo, que paralisaram o DNPM e a exploração mineral no País. Espero
também que ele tenha liberdade para compor as equipes de segundo e terceiro
escalões com técnicos qualificados e comprometidos com o crescimento e valorização
da mineração no Brasil. E, finalmente, que o MME, sob sua direção, retome o
protagonismo no cenário da mineração”, avalia o dirigente da ABPM.
Segundo ele, a posição da entidade é favorável à retirada do Projeto de Lei
n° 5.807/13, que trata do novo MRM, do Congresso Nacional, e de sua substituição por
um conjunto de projetos que busque a atualização do setor mineral de modo
ordenado e ajustado no tempo. “Ou seja: que promova a criação da Agência Nacional
de Mineração de acordo com um cronograma que permita sua implantação e
adequada estruturação para desempenhar suas tarefas. Que, ao par desse processo,
sejam discutidas as alterações necessárias no atual Código de Mineração, que não
precisa ser revogado e que, durante sua revisão, a lei seja cumprida em sua plenitude.
E, que a proposta de ajuste da CFEM considere o atual declínio de preços das
commodities minerais, em especial do minério de ferro”. Para o geólogo, tributar o
faturamento bruto das mineradoras em 4%, conforme proposto pelo PL n° 5.807/13,
significará uma perda irrecuperável da produtividade do setor, o fechamento de
minas, desemprego e redução da produção. “Minas fechadas não pagam royalties”,
lembra.
A ABPM já tem pronta uma “Agenda para o Setor Mineral”, que será
encaminhada ao novo ministro. Entre outras proposições, o trabalho recomenda a
vinculação do DNPM (Departamento Nacional da Produção Mineral) ao MDIC
(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio). “A associação entre a
mineração e a energia vem do período em que a principal fonte energética do mundo
era o carvão. Ao invés de falar em política mineral com o MME, vamos construir nossa
inserção na política industrial e de exportação”, justifica Salomão.
Mesmo descrente de que uma mudança tão radical ocorra no atual
governo, o geólogo acredita que a proposta estimule o debate da mineração como
indústria e promova uma pauta conjunta entre o MME, o MDIC, o MAPA (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e o próprio MF (Ministério da Fazenda). “Dessa
forma, espaços se abrirão para a adequação tributária, para a agregação de valor aos
minerais aproveitados no Brasil e para a criação de mecanismos de estímulo à
exploração, única forma de atrair capitais de risco e de diversificar nossa atual matriz
mineral, fortemente concentrada no minério de ferro”, destaca.
Autor(es): Tébis Oliveira
Fonte: In The Mine
Data: nº 54 - 09/02/2015
MINERADORA DEVOLVE ÁREAS DE OURO DEVIDO À DIFICULDADE NA
OBTENÇÃO DE LICENÇAS
A Minerax Mineração e Participações, companhia com sede em Belo
Horizonte (MG), desistiu de 13 requerimentos de pesquisa para exploração
de ouro no Amazonas, conforme publicado no Diário Oficial da União da
última terça-feira (3). De acordo com Sidmar Sasdeli, diretor da empresa, a
demora na emissão alvarás por parte do Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM) afastou os investidores, fazendo com que a
Minerax desistisse dos processos.
“Foram três fatores que nos fizeram desistir: a burocracia inviável na
emissão de documentos, a situação econômica duvidosa do Brasil e, a partir dessas
duas coisas, a ausência do investidor. Desde 2012 o investidor sumiu, porque há uma
demora absurda para obter os alvarás”, disse Sasdeli por telefone ao NMB.
O diretor da empresa disse que o novo marco regulatório criou um cenário
de instabilidade jurídica no país, dificultando a atração de investidores. O ativo que a
empresa esteve mais perto de desenvolver, segundo Sasdeli, é o projeto de ouro
Humaitá, no Amazonas. A área tinha potencial para um projeto integrado com bauxita
e ilmenita.
“O ouro que nós estamos buscando é invisível, na verdade. Mas tínhamos
bons números, ocorrências e afloramentos interessantes e até mesmo potencial para
vender areia como coproduto. Um profissional de uma entidade importante do setor
esteve no projeto, avaliou a área e nos incentivou a desenvolver. Infelizmente, o
investidor foi embora, inibido por essa burocracia do país”, afirmou o diretor da
Minerax.
Sasdeli disse que a empresa tinha conseguido reunir um número
satisfatório de fundos de investidores estrangeiros para avançar com seus projetos. No
entanto, segundo o diretor, os investidores desanimaram devido às dificuldades com a
obtenção da documentação necessária. “O DNPM, que era um órgão fomentador, se
tornou um órgão arrecadador. Há uma burocracia que inibe o investidor e dificulta a
vida de quem quer desenvolver”, disse.
Segundo Sasdeli, o único ativo da empresa que ainda possui potencial para
atrair investidores é um projeto de cobre próximo de Saudade do Iguaçu e Sulina,
municípios do Paraná. “A Minerax tinha tudo para ser grande. Agora, eu não sei qual
vai ser o futuro dela”, disse. A companhia gastou cerca de R$ 1,5 milhão apenas com a
Taxa Anual por Hectare (TAH), de acordo com Sasdeli.
A Minerax vai se desfazer das áreas de ouro e ferro que possui e manter os
direitos minerários para explorar manganês em Aripuanã (MT). Segundo o diretor,
nessa região a Minerax possui um empreendimento com Guias de Utilização para teste
comercial. A empresa precisa de um total de dez GUs para poder vender seu produto.
A expectativa da Minerax é produzir 60 mil toneladas por ano de manganês.
Os direitos do projeto de manganês da Minerax pertencem à subsidiária
Davos Comercial e Exploração Mineral, que possui cinco processos junto ao DNPM
para manganês e um para ouro, todos em fase de autorização de pesquisa.
A Minerax foi criada em 2007, mas entrou em atividade, no que diz
respeito a registro de áreas e estudos, em 2010. Segundo dados do Jazida.com, a
companhia possui 100 direitos minerários junto ao DNPM para cobre, ferro e ouro em
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Amazonas, todos em fase de
requerimento de pesquisa.
Autor(es): Fernando Osorio
Fonte: Notícias de Mineração
Data: 09/02/2015
PARANAPANEMA VÊ ANO DE 2015
O ano de 2015 será desafiador para a indústria de cobre no Brasil, já que o
setor tem entre seus principais mercados a infraestrutura, que não tem perspectivas
de forte crescimento de demanda no ano. A avaliação é do presidente da
Paranapanema, Christophe Akli. "O ano será definitivamente desafiador no setor do
cobre no Brasil. Cerca de 60% da produção vai para fios e cabos. Parte disso vai para
plataformas de petróleo e parte para construção."
Akli diz que Paranapanema tem trabalhado para elevar suas vendas no
mercado interno, onde vende produtos com maior valor agregado, mas que vai buscar
oportunidades no exterior.
O executivo acredita que a desvalorização do real em relação ao dólar e o
aumento do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas
Exportadoras (Reintegra) para 3% vão ajudar a Paranapanema a melhorar suas
exportações. No ano passado, o governo elevou de 0,3% para 3% a alíquota do
Reintegra, que permite que exportadoras recebam de volta parte de contribuições ao
PIS/Pasep e à Cofins.
Akli afirma ainda que espera um primeiro trimestre de incertezas no Brasil
e que a empresa deve comercializar na exportação o que não conseguir vender no
país. "Nesta semana, nossa equipe comercial está indo para os Estados Unidos. Com o
dólar no patamar atual, temos oportunidade, nos tornamos mais competitivos."
A Paranapanema divulgou seu balanço referente ao quarto trimestre na
terça-feira. A empresa reportou melhora de lucro líquido, com melhores resultados
financeiros por causa de arbitragem de caixa com juros, resultados de derivativos e
impacto de alguns tipos de hedge na conta financeira. "Temos cerca de R$ 1 bilhão
aplicado a uma taxa próxima do CDI", afirma.
Akli destaca também como positiva a melhora do fluxo de caixa livre da
companhia, que ficou positivo em R$ 604 milhões.
A receita líquida da companhia caiu 22% no quarto trimestre, para R$ 1,31
bilhão, puxada por recuo de 32% nas vendas ao mercado externo, que somaram R$
602 milhões. As vendas internas também recuaram 11%, para R$ 684 milhões. O lucro
antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês)
avançou 85% na base anual, para R$ 90,7 milhões. Já o Ebitda ajustado avançou 52%,
somando R$ 119,6 milhões.
Autor(es): Olivia Alonso
Fonte: Valor Econômico
Data: 12/02/2015
Novo Marco da Mineração
Série do programa Encontros com consultores legislativos do Senado
Federal, analisando temas que fazem parte de proposições em pauta no Congresso
Nacional. Nesta entrevista, Luiz Alberto Bustamante fala do marco legal da mineração.
https://www.youtube.com/watch?v=OlWh2cpjzMQ
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