O QUADRADO MÁGICO: O LÚDICO CONTRIBUINDO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA Josiane de Fátima Kolodzieiski UFPR [email protected] Maristel do Nascimento UTFPR-Ponta Grossa [email protected] Resumo Considerado como um elemento que atua internamente no sujeito possibilitando novas estruturas do pensamento, o jogo, tem sido utilizado visando contribuir para o processo ensino-aprendizagem. Este artigo tem por finalidade de verificar as possibilidades de aprendizagem de conceitos matemáticos a partir de uma experiência, utilizando-se de uma atividade lúdica, um jogo de estratégia e raciocínio lógico, “O Quadrado Mágico”. Esta atividade foi desenvolvida com alunos das séries finais do Ensino Fundamental em uma escola estadual da rede pública da cidade de Ponta Grossa, Paraná. Utilizando-se do lúdico, o jogo do quadrado mágico, explorar os conhecimentos prévios dos educando, motivando-os a pensar, desenvolvendo o interesse e ampliando os saberes matemáticos. Com esta atividade pode-se perceber, que é possível desenvolver um trabalho de forma a levar os alunos a construírem conceitos matemáticos e participarem ativamente das aulas, a abordagem dos conteúdos de forma reflexiva e contextualizada contribuem positivamente para o desenvolvimento integral do aluno, como também possibilita ao professor trazer a História da Matemática para o contexto de suas aulas, mostrando ao educando a matemática como construção humana. Palavras-chave: Jogos; atividades lúdicas; quadrado mágico; ensinoaprendizagem. Abstrat Considered as an element that operates domestically on the subject possible new structures of thought, the game has been used to contribute to the teaching-learning process. This article aims to report the possibilities of learning mathematical concepts from an experiment using a leisure activity, a game of strategy and logical thinking, "The Magic Square". This activity was developed with students of final grades of elementary school in a state school in the public network of the city of Ponta Grossa, Paraná. Using the play, the game's magic square, exploring the prior knowledge of educating, motivating them to think, developing and expanding interest mathematical knowledge. This activity can be seen, it is possible to develop a work to lead students to construct mathematical concepts and participate actively in lessons, the approach of the contents of the reflexive form and context contribute positively to the development of the student, but also enables the teacher to bring the history of mathematics into the context of their classes, showing the student mathematics as a human construction. Keywords: games, play activities, magic square, teaching and learning. Introdução A matemática é fruto da criação humana, da qual fazem parte erros e acertos, a criatividade, o raciocínio lógico, o cognitivo, as estratégias, suposições e críticas. A matemática como qualquer outra ciência não deve ser tratada de maneira complexa, mas de uma maneira para que esta seja aprendida por todas as pessoas, e não apenas pelas mais talentosas. O importante é perceber que a matemática pode ajudar a desenvolver as capacidades como as de generalização, projeção, da abstração para a construção do conhecimento, entre outras, em que essas capacidades contribuem para o desenvolvimento do raciocínio lógico e do pensamento criativo. As atividades lúdicas, como os jogos são recursos que contribuem de maneira considerável no processo ensino-aprendizagem para que os alunos aprofundem e ampliem os significados e conceitos matemáticos. Este possibilita exercitar o aprendizado do conteúdo, pois contempla vários problemas, com diferentes características, onde são exigidos condutas e comportamentos capazes de influenciar positivamente ou negativamente rumo ao objetivo final. A utilização do jogo em sala de aula, quando bem elaborado e com planejamento contribui significativamente no ensino-aprendizagem da matemática, na medida em que coloca todo o conhecimento, habilidades, atitudes e os procedimentos dos alunos de maneira espontânea e com naturalidade, livre da interferência direta do professor. O uso do jogo permite também avaliar diversas capacidades dos educando entre elas a organização, a formulação de hipótese, tomada de decisão, obediência as regras e a sociabilização entre os indivíduos, pois o jogo possibilita ao educando a construção do conhecimento pelo pensar, criar e fazer, o reconhecimento da validade dos resultados, onde o objetivo é encontrar a solução sem o uso de fórmulas padronizadas. Nesse sentido, a metodologia através de jogos e atividades lúdicas pode ser um recurso interessante que vem a contribuir no processo ensinoaprendizagem da matemática, no desenvolvimento do cognitivo, e na tomada de decisão dos alunos. Este trabalho tem por finalidade apresentar algumas discussões a partir de atividades desenvolvidas com o quadrado mágico e o ensino dos conteúdos matemáticos. As quais foram desenvolvidas nas séries finais do Ensino Fundamental em uma escola da rede pública da cidade de Ponta Grossa, no Estado do Paraná. O Jogo como Recurso Metodológico e sua Contribuição no EnsinoAprendizagem Entre os diversos recursos usados em sala de aula para tornar a matemática mais interessante, atrativa e prazerosa, os jogos são indicados por vários autores como uma metodologia que pode contribuir no processo ensino aprendizagem da matemática. Para Smole (2005), os jogos podem ser comparados a problemas, pois na busca do objetivo de ganhar, o educando testa as habilidades, onde estão envolvidas a investigação, a tentativa, o erro, as hipóteses e o raciocínio lógico. O jogo além de tornar a matemática atrativa, permite aprender conceitos matemáticos, conteúdos culturais, favorecendo este a estabelecer relações qualitativas ou lógicas para atingir os objetivos e executar as jogadas, levando a avaliar e refletir sobre os erros e os resultados válidos obtidos, pois inerente ao jogo, estão envolvido mais do que a sorte, mas situações de procedimentos cotidianos e características relevantes e necessárias para a construção de novos conhecimentos. A associação do jogo e educação sob uma nova perspectiva de ensinar é válida, quando este é encarado como uma atividade séria, com objetivos bem definidos, e não o jogo pelo jogo, de modo que esta venha a favorecer o ensino-aprendizagem da matemática de uma forma diferenciada e significativa. Krulik defende essa metodologia quando afirma que: Vários campos da matemática, hoje altamente desenvolvidos, começaram como atividades puramente recreativas: combinatória, teoria dos jogos, teoria dos números e topologia. Na verdade, praticamente todo campo da matemática tem aspectos recreativos (...). A resolução de problemas é o único tema comum a maioria dos tópicos da matemática recreativa. (Krulik, 1997, p. 235) Os jogos e atividades lúdicas são por sua vez desafiadores e instigantes, fazendo com que o educando se envolva no contexto do jogo, superando os obstáculos e favorecendo a construção do conhecimento matemático de maneira natural, espontânea e divertida. O jogo funciona como um elemento motivador, que estimula o aluno a desenvolver o gosto pela aprendizagem matemática. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasil, (2001,p.46) “Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecendo a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções.” Os diferentes tipos de jogos, são recursos importantes e motivadores para o desenvolvimento do educando, sendo que este ao ser utilizado em sala de aula propõe a realização de atividades sem imposição e obrigações, valorizando competências importantes até mesmo para inserção do educando no mundo do trabalho, visto que este o coloca diante de restrições e limites, favorecendo a socialização, pois na vida o indivíduo tem que conviver com regras e limites impostos pela sociedade. Os Parâmetros Curriculares Nacionais ainda citam uso de jogos no ensino: Brasil (2001, p.47) “Os jogos podem contribuir para um trabalho de formação de atitudes- enfrentar desafios lançar-se à busca de soluções, desenvolvimento da crítica, da intuição, da criação de estratégias.” Todo e qualquer recurso é importante quando se trata de aprimorar e melhorar as práticas pedagógicas em sala de aula de forma a favorecer o aprendizado, estabelecer relações de diálogo, promover a proximidade entre professor e aluno, além de exigir do mesmo a sua participação ativa. A Mágica do Quadrado Mágico 2 Um quadrado mágico de ordem n é um quadrado de n inteiros distintos dispostos de tal maneira que os números de um linha qualquer, de uma coluna qualquer ou diagonal principal têm a mesma soma, chamada de constante 2 mágica do quadrado. O quadrado mágico se diz normal se os n números que 2 o formam são os n primeiros números inteiros positivos. E a constante mágica é dada pela equação CM = No livro Matemática Divertida e Curiosa o professor Júlio César de Mello e Souza (Malba Tahan) apresenta uma definição de Quadrados Mágicos: Tomemos um quadrado e dividamo-lo em 4, 9, 16 …quadrados iguais – os quais denominamos casa. Em cada uma dessas casas, coloquemos um número inteiro. A figura obtida será um Quadrado Mágico quando a soma dos números que figuram numa coluna, numa linha ou sobre uma diagonal for sempre a mesma. Esse resultado invariável é denominado constante do quadrado, e o número de casas de uma linha é o módulo do quadrado. (Mello e Souza, 1995, p.131) Um exemplo de Quadrado Mágico de ordem 3x3 pode se observado no quadro 1 tendo 15 como constante mágica QUADRO - 1 – QUADRADO MÁGICO FONTE: O Autor Existem várias histórias da origem dos Quadrados Mágicos, a mais conhecida, segundo Januario (2006), é a chinesa , “Diz a lenda que o primeiro a vê-lo foi o imperador Yu, da dinastia de Hsia, por volta de 2200 a.C, decorando a carapaça de um tartaruga divina, considerado um animal sagrado para os chineses, que lhe apareceu às margens do rio Amarelo. Na figura o quadrado mágico é um arranjo quadrado de numerais expressos por nós em cordas: nós pretos para os números pares e brancos para números ímpares. Presente na maioria das abordagem matemáticas chinesa antiga o Quadrado Mágico denominado lo-shu. Um dos clássicos matemáticos mais antigos é o IKing ou livro das Permutações. Nele aparece um diagrama numérico conhecido como lo-shu ou ordem interior do Mundo. Que trata do exemplo mais antigo de quadrado mágico. FIGURA 1- QM LO-SHU FONTE : MALBA TAHAN FIGURA 2- MELANCOLIA Alguns historiadores acreditam que os Quadrados Mágicos foram inventados na Índia, chegando à Arábia no século IX, e espalhando-se pelo Japão e Oriente Médio, onde eram associados à astrologia, para cálculo dos horóscopos. Em 1514, o pintor alemão Albrecht Dürer (1471-1528), pintou um Quadrado Mágico em sua gravura intitulada Melancolia I ( figura 2), ligada a influências astrais do planeta Júpiter. Para Boyer (1974) “[...] esse é considerado o primeiro uso do quadrado mágico no Ocidente” A relação dos Quadrados Mágicos aos planetas provavelmente tenha sido iniciada pelos sabeístas, que eram adoradores do fogo. A relação entre os quadrados mágicos com os planetas e os metais é citada por et al ( JANUARIO, 2006), aproximadamente em 1533, que Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim (1486-1535), que era mago, escritor, astrólogo, alquimista, cabalista, médico, filósofo e físico, estabeleceu uma relação dos quadrados mágicos com os planetas e os metais. (JANUARIO, 2006). Segundo Januario (2006), os estudos de Agrippa influenciaram o uso dos Quadrados Mágicos como amuleto em metal, acredita-se Agrippa foi o primeiro a construir um amuleto com sete quadrados, no qual relacionava os sete planetas com esses quadrados, sendo que os cientistas da época só tinham conhecimentos de sete planetas, nos quais o Sol e a Lua também eram considerados como sendo planetas. Estes amuletos segundo a lenda eram utilizados como proteção contra doenças, pestes e forças do mal. E a relação destes com os planetas pode-se observar em Januario (2006): • 9 elementos, em chumbo, simbolizando Saturno; • 16 elementos, em estanho, simbolizando Júpiter; • 25 elementos, em ferro, simbolizando Marte; • 36 elementos, em ouro, simbolizando o Sol; • 49 elementos, em cobre, simbolizando Vênus; • 64 elementos, em liga de prata, simbolizando Mercúrio; • 81 elementos, em prata, simbolizando a Lua [...]. (JANUARIO et al, 2006, p. 24). Porém, além de serem estudados pela magia e astrologia, que davam uma característica mística, de acordo com Santinho e Machado (2006), os Quadrados Mágicos, despertaram também interesse em alguns matemáticos, pelos problemas difíceis que originaram, em relação à construção, classificação e enumeração, dos quadrados de uma dada ordem. Bernard Frénicle de Bessy (1602-1675), Claude-Gaspar Bachet (1581-1638), Pierrede Fermat (1601-1665) e Leonhard Euler (1707-1783) estudaram Quadrados Mágicos e Cubos Mágicos. Existem muitas maneiras de construir Quadrados Mágicos, a mais simples é seguir as determinadas configurações/ fórmulas. Os Quadrados Mágicos existem para todos os valores de n, com somente uma exceção, é impossível construir um Quadrado Mágico de ordem 2. O livro “Matemática - Oficinas de Conceitos”, volume 1 de Walter Spinelli & Maria Helena Souza apresenta uma forma prática e fácil de construir Quadrados Mágicos. O segredo dos quadrados mágicos 15 Soma mágica 1 ,2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 QUADRO 2- CONSTRUÇÃO DO QUADRADO MÁGICO FONTE: SPINELLI & SOUZA (2002) Se no centro do quadrado colocamos um número ímpar, nos cantos temos que colocar números pares. Vão experimentando e depois os espaços que sobram completamos com números ímpares. Se pegarmos outra sequência de números para formar outro quadrado mágico, o padrão se dá da mesma forma. Complete um quadrado mágico com os números de 4 a 12. 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 A soma mágica é 4 + 8 + 12 = 24, Logo em todas as linhas, colunas e diagonais a soma deve ser igual a 24 No centro o número que ocupa a posição central da sequência em ordem crescente; Se no centro foi utilizado um número par, nos cantos vamos colocar ímpares; Agora finalmente complete com os números pares adequados. 5 8 9 8 7 11 5 10 9 12 8 4 7 6 11 O jogo no desenvolvimento social do educando A partir de 2008 com a publicação das Diretrizes Curriculares do Paraná como documento que orienta os ensino das diversas disciplinas nas escolas da rede estadual, e que assume a "Educação Matemática como campo de estudos" (Paraná, 2008, p. 48) e que traz como objetivo: Um ensino que possibilite aos estudantes análises, discussões, conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de ideias. Aprende-se Matemática não só por sua beleza ou pela consistência de suas teorias, mas, para que, a partir dela, o homem amplie seu conhecimento e, por conseguinte, contribua para o desenvolvimento da sociedade. (Paraná, 2008, p.48). Neste sentido, cabe ao professor buscar em sua prática diária, ações que apontem para uma matemática, resultado da colaboração de todos, ligada às necessidades sociais. Autores como Miguel (2005) Struik (1998) defendem o ensino de matemática para seu aspecto social, buscar através da história da matemática, romper com a visão platônica, apresentar uma matemática com um ciência social, fruto das necessidades humana. Assim, situações envolvendo Jogos matemáticos, na abordagem dos conteúdos possibilitam ao educando, uma visão reflexiva do próprio conhecimento matemática, tanto no seu aspecto cognitivo no social. “Isso torna relevante o ensinar e aprender como o desenvolvimento histórico da matemática, tende em vista, que o ensino de matemática deixa de ser aquele, proveniente das engenharias que prescrevia métodos puramente sintéticos pautados no rigor das demonstrações". (Paraná 2008, p. 47) Trazer o lúdico, através dos jogos matemáticos, favorece o desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas ao mesmo tempo em que ao lidar com regras e normas os jogos desenvolvidos em grupos permitem o tratamento afetivo e contribuem para a formação de atitudes do trabalho coletivo. Metodologia A metodologia com jogos possibilita uma maior aproximação dos alunos com o conteúdo em questão, promovendo uma forma desafiadora de aprender. Os sujeitos que participaram ativamente das atividades foram alunos das séries finais do Ensino Fundamental (6º ano ao 9º ano) de um colégio da rede pública estadual da cidade de Ponta Grossa, Paraná. Para o desenvolvimento da atividade com os alunos foi elaborada uma Sequência Didática, tendo em vista que “Uma Sequência Didática é formada pelas múltiplas relações pedagógicas estabelecidas entre professor, aluno e o saber, com a finalidade de desenvolver atividades voltadas para o ensino e para a aprendizagem de um conteúdo”. Sequência Didática: Título: Investigando os Quadrados Mágicos Objetivos: Refletir sobre o contexto histórico do aparecimento do quadrado mágico; obter a constante mágica dos quadrados de ordem n; rever conteúdos básicos da geometria plana. Conteúdos abordados: Sequência Numérica; polígonos; perímetro e área. Ano: 6º ao 9º ano Tempo Estimado: 4 aulas Desenvolvimento: 1ª Etapa Inicialmente distribua uma folha de papel A4 para cada aluno. Discuta coletivamente o formato da folha, de maneira que os alunos cheguem a figura retangular. Em seguida, proponha que construam o maior quadrado possível na folha, utilizando dobradura, no coletivo discuta as características do quadrado, levando-o a concluir que o maior quadrado terá o lado igual ao lado menor do retângulo. Solicitar aos alunos que respondam a questão: (lembrar para que os alunos registrem as respostas no caderno) Um quadrado é um retângulo? Ou um retângulo é um quadrado? 2ª Etapa Continue trabalhando com o quadrado construído. Peça aos alunos dobrarem o quadrado dividindo-o em três partes iguais nos sentidos verticais e horizontais, marcando as linhas de divisão. A seguir solicitem que respondam: Quantos quadrados têm na figura? Discuta coletivamente as respostas, para que a turma chegue a uma conclusão. Explore os conceitos de linhas verticais, horizontais e diagonais, perímetro e área, fazendo a equivalência que o lado de cada quadrado pequeno vale 1 cm. (Acompanhe o trabalho, fazendo observações sobre os registros, pois eles são indicadores de como os alunos pensam e ajudam a reconhecer as dificuldades em relação a conceitos básicos. 3ª Etapa O quadrado construído é o tabuleiro do jogo, cada quadrado menor é denominado “casa”, distribua nove pequenos círculos de papel para cada aluno. Peça que escrevam de 1 a 9, cada número em um círculo (peças do jogo), em seguida, proponha que, distribuam os números no quadrado, um número em cada “casa” de modo que ao somar os números das linhas, colunas e diagonais o resultado seja 15. (Quadrado Mágico). 4ª Etapa Trazer a história dos Quadrados Mágicos, construírem outros, 4x4, 5x5. Mostrar o processo de construção de um Quadrado Mágico. Solicitar aos alunos a construção de um Quadrado Mágico 3X3 com qualquer sequência, utilizando o processo das diagonais. Apresente e discuta a equação da constante mágica: CM = Avaliação: Para que os alunos estabeleçam relações e realizem generalizações peça que individualmente, construam em seu caderno um quadrado mágico, (você pode indicar, para cada fila construir uma sequência diferente) encontrem a constante mágica e verifiquem a veracidade da equação C M = Outras atividades para exploração dos Quadrados Mágicos podem ser encontrados no livro Jogos e Atividades Matemáticas do Mundo Inteiro de Claudia Zaslavsky da editora Artmed. Resultados e Discussões Durante o desenvolvimento da atividade percebeu-se o envolvimento dos alunos, mesmos os alunos que normalmente não manifestam suas opiniões, durante as discussões coletivas apresentavam seus resultados e interagiam com os demais. Pelos comentários dos alunos foi possível verificar que eles gostaram da atividade, acharam a forma de ensinar matemática diferente e interessante, segundo o aluno A1 “... nem parece aula de matemática, aprendemos e também nos divertimos”. Observa - se por este comentário que mesmos os alunos pensam que as aulas de matemática precisam ser sofridas e difíceis. Com relação à compreensão dos conteúdos abordados verificou-se a dificuldade já na primeira questão proposta, “Um quadrado é um retângulo? Ou um retângulo é um quadrado?” a dificuldade em comparar as duas figuras, deixando claro, que mesmo sabendo as características de cada figura, em nenhum momento da vida escolar tinham feito relações entre elas, comentário do aluno A2 “... quadrado é quadrado e retângulo é retângulo”. Sendo necessária neste momento a intervenção do professor, desenhar as duas figuras, escrever as características de cada uma, e no coletivo discutir qual figura pode ser as duas. O entendimento veio no relato do aluno A2 “... O retângulo não pode ser quadrado pois lados iguais dois a dois não significa que os quatro são iguais, já o quadrado também é um retângulo pois os lados são iguais dois a dois”. Durante a realização das atividades da 3ª etapa da sequência didática, foi interessante observar as discussões entre os alunos, pois várias respostas diferentes foram conseguidas, existem oito quadrados mágicos que empregam os números de 1 a 9 exatamente uma vez cada. Com relação a atividade da 4ª etapa, percebeu-se que os alunos desta faixa etária, 10 a 14 anos, gostam muito e se interessam pelo aspecto histórico do conhecimento, deixando claro, a importância o professor desta série trazer a história da matemática no sentido de contextualizar o conteúdo matemático. Com avaliação realizada da atividade, foi possível perceber que os alunos conseguiram entender a lógica e construir com sucesso, diferentes Quadrados Mágicos, utilizando a explicação dada por Spinelli e Souza. Considerações A pesquisa revelou que os alunos desta faixa etária, possuem um grande potencial para atividades práticas que utilizem desafios, eles são capazes de compreender regras e segui-las de forma satisfatória, assim é necessário que o professor destes anos, busque novas maneiras de explorar o ensino da matemática, tornando as aulas desta disciplina mais atrativa. Percebeu-se também que através desta metodologia, relacionada à resolução de situações problema, favorece o processo de ensino- aprendizagem da matemática e os motiva a busca de novos conhecimentos. Após a conclusão de cada atividade e no decorrer das aulas pode-se verificar que os alunos conseguiram identificar com maior facilidade os conceitos matemáticos envolvidos, como também despertou nestes o gosto em aprender matemática, visto que o jogo quando bem planejado e com objetivos claros a serem atingidos, além de chamar a atenção do educando torna as aulas mais divertidas, favorecendo a construção de conhecimentos por permitir a manipulação e compreensão dos procedimentos realizados, permitindo ao aluno, pensar, se organizar dar maior significado as descobertas e a aprendizagem da matemática. Assim dessa forma, todo e qualquer recurso é relevante quando trata de aperfeiçoar, e melhorar o desenvolvimento das ações pedagógicas no contexto escolar de maneira a favorecer a aprendizagem, propiciar momentos de reflexão e diálogo, estreitar a relação entre professor e aluno, além de promover a sociabilização e cooperação mútua entre os mesmos. REFERÊNCIAS BOYER, C.B. 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