EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E ALIMENTAR EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL KARIN BARBOSA DE OLIVEIRA ([email protected]) / Nutrição/ UNIFRA, Santa Maria - RS DUANA FRANCINI BOLSON FRANCHI ([email protected]) / Nutrição/ UNIFRA, Santa Maria - RS DENISE SILVEIRA DINIZ DOS SANTOS ([email protected]) / Nutrição/ UNIFRA, Santa Maria- RS ANA LUISA GOMES GENRO ([email protected]) / Nutrição/ UNIFRA, Santa Maria - RS ETYÉLE BASTOS MARQUES ([email protected]) / Nutrição/UNIFRA, Santa Maria - RS ADRIANA DE MEDEIROS MORAIS ([email protected]) / Nutrição / UNIFRA, Santa Maria - RS CRISTIANE COPETTI ([email protected]) / Nutrição / UNIFRA, Santa Maria - RS Palavras-Chave: AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA, ALIMENTAÇÃO ESCOLAR Introdução: A partir de meados dos anos 80, o Conselho Federal de Nutricionistas determinou que esta atividade fosse atribuída ou supervisionada por profissionais em nutrição, os quais devem adaptar as atividades as necessidades locais (CALIL; AGUIAR, 1999). Ao nutricionista cabe orientar uma alimentação saudável, através de novos hábitos alimentares e introduzir novos sabores, texturas e experiências sensoriais que irão estimular o prazer em alimentar-se (GOUVEIA, 1999). Objetivos: O presente trabalho teve por objetivo realizar atividades de educação nutricional com os alunos de ensino fundamental de uma Escola Municipal, para que através deste, conhecessem e desenvolvessem hábitos alimentares mais saudáveis. Metodologia: A pesquisa foi realizada com delineamento transversal e coleta de dados primários. O públicoalvo foi composto por crianças do segundo e terceiro ano do ensino fundamental em uma escola do município de Santa Maria. O local tem em torno de 926 alunos e 65 professores, abrangendo do 1º ao 9º ano, bem como o EJA e funciona nos turnos da manhã, tarde e noite. O nível socioeconômico dos alunos é predominantemente baixo, com 80% das famílias com renda inferior a três salários mínimos, sendo que muitos sobrevivem da assistência de bolsas família. Para coleta dos dados foi elaborado um questionário lúdico onde as crianças poderiam pintar os alimentos que eram costumados a comer e deixar sem pintar os demais, para a realização de anamnese, recordatório alimentar e dados antropométricos de cada criança. Para a verificação da avaliação antropométrica foi averiguado o peso e estatura, e para a classificação do estado nutricional e diagnóstico utilizou-se os software Anthro de acompanhamento de crescimento de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos, respectivamente. Resultados e discussão: Participaram da avaliação antropométrica 83 crianças de 5 a 12 anos de idade, onde se constatou que 41 (x%) foram classificadas como eutróficas, com IMC adequado para sua idade, 20 (x%) foram diagnosticadas com sobrepeso e 21 (x%) classificadas como obesas. Apenas 1 (x%) criança apresentou baixo IMC para idade (OMS, 2006). Conclui-se que a porcentagem em relação ao diagnóstico nutricional foi de 49,4% dos alunos encontram-se eutroficos, 25,3% de obesidade, 24,1% e 1,2% apresentaram baixo IMC para idade. A partir desses resultados pode-se observar que a maioria dos alunos não tem uma alimentação adequada, pois normalmente os lanches que os pais oferecem a seus filhos são salgadinhos e guloseimas, sendo estes alimentos fontes de calorias vazias não suprindo as necessidades diárias para uma criança na fase escolar. Neste contexto, há necessidade de maior vigilância na qualidade alimentar e maior oferta de alimentos, estas modificações fazem parte da preocupação e são tratadas como fator de saúde pública, considerando-se que é na fase pré-escolar e escolar a época mais propícia para a incorporação de hábitos alimentares saudáveis (MURA, 2005). Muitos estudiosos têm conceitos sobre o tema “educação alimentar” e em todos eles encontramos a idéia de que para que tenhamos indivíduos sadios devemos educá-los para uma alimentação sadia. Atualmente, o padrão alimentar e a qualidade de vida das famílias estão sofrendo mudanças na medida em que os indivíduos, por motivos de trabalho, passam mais tempo fora de casa e suas refeições na maioria das vezes, se compõem de alimentos préprontos, como exemplo, os fast-foods. Segundo Boog (2004) a educação nutricional é inerente à vida, porque o ser humano aprende a se desenvolver ao longo de sua existência no esforço por responder aos desafios cotidianos e a educação acontece nesse cotidiano social e também por intermédio de ações de instrução e ensino. Considerações finais: De acordo com os resultados pode-se verificar que apesar de a maioria das crianças apresentarem-se eutróficas, um número significativo obteve classificações como sobrepeso e obesidade. Fato esse diretamente ligado aos hábitos alimentares errôneos e que se solidificam nessa fase da vida, dessa forma ressalta-se a importância da educação nutricional desde a idade escolar. Contudo, o trabalho realizado com as crianças gerou resultados expressivos já que uma grande parte dos alunos apresentou mudanças significativas, muitas vezes relatadas por elas próprias ou pelas professoras. REFERÊNCIAS: GOUVEIA, Enilda Lins da Cruz; Nutrição Saúde e Comunidade; Rio de Janeiro; Revinter; 1999. CALIL, Ricardo M.; AGUIAR, Jeanice de A.; Nutrição e Administração nos Serviços de Alimentação Escolar; São Paulo; Marco Markovitch; 1999. MURA, Joana D’Arc Pereira; Possibilidades e desafios da alimentação escolar da Área Clínica; Revista da Nutrição; 18; 681-692; 2005. BOOG, MCF; Motta, DG; Educação Nutricional: por que e para quê? ; Campinas; Jornal da Unicamp; 2004. BRASIL; Ministério da Saúde; http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1534; 09/2010.