IV Seminário Nacional da Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação Rio de Janeiro, Agosto 13 2012 Avaliações baseadas em Métodos Mistos: Oportunidades e Desafios SESSÃO 2 OS BENEFÍCIOS DA AVALIAÇÃO BASEADA EM MÉTODOS MISTOS MICHAEL BAMBERGER E THOMAZ CHIANCA Resumo 2 1. 2. 3. 4. 5. O que é um projeto de avaliação que utiliza métodos mistos? Entendimento de como as intervenções para o desenvolvimento realmente funcionam Pontos fortes e limitações dos projetos de avaliação com abordagem quantitativa Pontos fortes e limitações dos projetos de avaliação com abordagem qualitativa Os benefícios potenciais de uma abordagem baseada em métodos mistos para MDS 1. O que é um desenho de avaliação baseado em métodos mistos? 3 Uma avaliação baseada em métodos mistos: Baseia-se em ferramentas e técnicas de pelo menos duas disciplinas de ciência social para definir hipóteses, desenho de avaliação, coleta de dados, análise e interpretação Geralmente combina abordagens quantitativa e qualitativa Uma abordagem integrada que combina sistematicamente as ferramentas e técnicas de cada disciplina em todos os estágios da avaliação A equipe geralmente envolve profissionais de cada disciplina Requer um estilo de gerenciamento proativo que aborde os desafios [veja a Seção 9] de usar estas abordagens e que sejam aproveitados de forma completa os benefícios metodológicos e teóricos de cada abordagem. 2. Nenhum único desenho de avaliação pode entender completamente como os programas de desenvolvimento operam no mundo real 4 1. 2. 3. 4. 5. 6. Programas operam em ambientes desafiadores e complexos – a maioria dos desenhos de avaliação não pode avaliar as interações entre os diferentes elementos do sistema Intervenções são afetadas por fatores históricos, culturais, políticos, econômicos e vários outros fatores – os quais exigem metodologias de avaliação diferentes Até mesmo intervenções “simples”, muitas vezes, envolvem processos complexos de mudança comportamental e organizacional Programas mudam em resposta a como eles são percebidos e recebidos por diferentes setores da população alvo Diferentes tipos de indicadores são necessários para medir diferentes tipos de mudanças Muitos processos e resultados são difíceis de observar e medir. 5 Nenhuma metodologia pode abordar todas estas questões Isto explica o interesse de crescimento em avaliações baseadas em métodos mistos 3. Pontos fortes e limitações de desenhos de avaliação quantitativa 6 Premissas chave para a maioria das abordagens QUANT O mundo consiste de “fatos sociais” que podem ser observados, medidos e analisados O avaliador é um “objetivo” elemento externo Programas podem ser estudados independentemente dos seus contextos Relações de causa e efeito podem ser identificadas Mudanças/efeitos podem ser quantificados e submetidos a análises estatísticas Métodos quantitativos (cont) 7 Métodos de coleta de dados Pesquisas estruturadas (domicílios, propriedades rurais, uso de transporte, etc.) Observação estruturada Métodos antropométricos Teste de comportamento e aptidão Pontos fortes e deficiência dos métodos quantitativos Pontos fortes Possibilidade de generalização Representatividade estatística Estima magnitude e distribuição dos impactos Documentação clara dos métodos Abordagem padronizada Controle estatístico de vieses e fatores externos Deficiência Pesquisas podem não capturar diversos tipos de informação Não funciona bem para grupos de difícil alcance Nenhuma análise de contexto Abordagem de pesquisa pode alienar respondentes Longo prazo para obter resultados Redução a dados pode causar perda de informações 8 Uma análise mais detalhada das limitações dos desenhos de avaliação de impacto estatísticos [Apostila 2-1] 9 Problemas do desenho de avaliação Construir validade Descontextualizar a avaliação A “caixa preta” Inflexibilidade aos desenhos convencionais Adequação da estrutura de amostragem Horizonte de tempo incerto Resultados e eventos imprevistos 10 Problemas que podem ocorrer na coleta de dados Problemas com a validade do indicador Atingir grupos difíceis de encontrar Coletar informações sobre tópicos sensíveis Ignorar informações sobre o contexto Assegurar grupo de controle bem pareado Perda do grupo de controle (dificuldade para acompanhar o grupo de controle) Dados de linha de base inadequados 11 Questões relativas à análise e uso Dificuldade em generalizar achados para outras configurações Longos atrasos em produzir informações úteis 4. Pontos fortes e limitações dos desenhos de avaliação qualitativos 12 Premissas chave para a maioria das abordagens QUAL A perspectiva do pesquisador é uma parte integrante do que está sendo registrado sobre o mundo social Distanciamento científico não é possível Significados atribuídos às situações e fenômenos sociais devem ser entendidos Programas podem não ser estudados independentemente dos seus contextos. Causa e efeito podem não ser definidos e as mudanças devem ser estudadas holisticamente. Métodos de coleta de dados qualitativos 13 Entrevistas Estruturadas Semiestruturadas Não estruturadas Grupos focais Entrevistas com a comunidade PRA (Participatory Rapid Appraisal, Avaliação de Participação Rápida) Registros de áudio Métodos de coleta de dados qualitativos (cont) 14 Sobre as Observações Observação participante Observação estruturada Observação não estruturada Registros de fotografia e vídeo Análise de documentos e artefatos Pontos fortes e debilidades dos métodos de avaliação qualitativos Pontos fortes Flexibilidade para evoluir Amostragem foca nos objetos/ sujeitos de alto valor Foco holístico (“a grande figura”) Múltiplas fontes fornecem entendimento complexo Relatórios narrativos mais acessíveis para não especialistas Triangulação reforça a validade dos achados Deficiência Falta de clareza no desenho pode frustrar os clientes Dificuldade de generalização Múltiplas perspectivas – difícil de alcançar consenso Fatores individuais não isolados. Métodos interpretivistas parecem subjetivos demais 15 • Vaja a Apostila 2-2 para uma comparação das abordagens QUANT e QUAL para diferentes estágios da avaliação • Apostila 2-3 como as abordagens QUANT e QUAL complementam-se a cada estágio de uma avaliação • Apostila 2-4 elementos de uma abordagem de pesquisa utilizando métodos mistos 16 5. Os benefícios potenciais de uma abordagem baseada em métodos mistos 17 Promove a integração de diferentes perspectivas disciplinares em todos os estágios da avaliação Entender como fatores contextuais locais ajudam a explicar variações nos resultados e implementação dos programas Reconstruir dados de linha de base, particularmente para avaliações QUANT. Uma ferramenta valorosa quando a avaliação começa tarde no projeto e nenhum dado da linha de base foi coletado Também valiosa quando dados secundários (usado como linha de base proxy) não incluem informações críticas (variáveis omitidas e não observáveis) em, por exemplo: Experiências prévias participantes que podem afetar resultados Características pessoais (como motivação ou auto confiança) ou domiciliares que podem afetar os resultados Benefícios potenciais (cont) 18 Reforçar a representatividade de estudos QUAL em profundidade para assegurar sua integração com coleta e análise se dados QUANT Avaliar a validade de diferentes tipos de dados, incluindo aqueles a serem coletados em pesquisas QUANT Triangulação é uma ferramenta poderosa para aumentar a validade dos dados e para enriquecer o entendimento e interpretação de diferentes fontes de dados em contextos de programas complexos