O Estado do Maranhão São Luís, 7 de novembro de 2015. Sábado POLÍCIA Mais uma agência bancária dinamitada no interior do estado Criminosos explodiram o Bradesco do município de Bom Jesus das Selvas, trocaram tiros com a polícia e fugiram sem conseguir levar o dinheiro M ais uma agência bancária, a segunda em um intervalo de 24 horas, foi alvo de criminosos no interior do Maranhão. Na madrugada de ontem, quadrilheiros explodiram o Bradesco de Bom Jesus das Selvas. Na fuga, trocaram tiros com a polícia e ainda abandonaram um fuzil calibre 762, dinamite e um veículo Clio da Renault, de placas HPQ 1280. Segundo a polícia, o bando não levou nenhuma quantia. No dia anterior, possivelmente um outro bando arrombou a agência do Bradesco de São Benedito do Rio Preto. Somente este ano, 48 bancos já foram explodidos e 19 agências assaltadas, no estado. O Bradesco de Bom Jesus das Selvas ficou destruído. Das portas da frente restaram apenas os estilhaços pelo chão. Os pedaços do forro de PVC estavam no chão e os caixas eletrônicos viraram ferros retorcidos. Havia marcas de balas nas paredes dos imóveis próximos. O superintendente estadual de Investigações Criminais (Seic), Thiago Bardal, informou que os criminosos estavam fortemente armados, ou seja, utilizaram armas de grosso calibre. Inclusive, alguns deles utilizavam Divulgação FIQUE SABENDO Correios também é alvo de assalto Na tarde de quinta-feira, 5, três bandidos assaltaram os Correios da cidade de Pirapemas e fugiram em motocicletas. O valor levado pelo bando não foi revelado pela polícia, nem houve registro sobre o paradeiro dos suspeitos até o final da tarde de ontem. O caso está sendo investigado tanto pela Polícia Civil quanto pela Federal. mite e uma quantidade de munições de calibres diversos e não conseguiram retirar o dinheiro dos caixas eletrônicos. Thiago Bardal declarou que os criminosos se embrenharam pelo matagal, mas os policiais militares e civis estavam fazendo buscas durante todo o dia de ontem para prender os quadrilheiros. “A polícia está realizando incursões por toda a região e vamos começar a investigar a procedência desses explosivos e dos armamentos”, frisou o superintendente. Homem é executado com quatro tiros no Bairro de Fátima Luis Henrique pintava uma residência quando foi abordado por dois homens em uma moto; família disse que a vítima já havia recebido ameaça de morte O ex-usuário de droga Luis Henrique Silva Feitosa, o Munike, de 23 anos, foi morto por dois homens na tarde de ontem com quatro tiros, um deles na cabeça, quando estava pintando uma residência localizada na 1º Travessa Manoel Ribeiro, no Bairro de Fátima. A polícia não informou o motivo do crime, mas declarou que a vítima tinha passagem por porte ilegal de arma de fogo e havia recebido ameaça de morte. Uma guarnição do 9º Batalhão da Polícia Militar chegou primeiro ao local do crime. O cabo Rômulo disse que a vítima estava raspando um portão de ferro no terraço da casa do seu vizinho quando foi surpreendida por homens que chegaram em uma motocicleta, de marca A vítima correu, mas foi morta após perseguição e placa não identificadas. Ao descerem da moto, os suspeitos foram logo efetuando os disparos. A vítima ainda correu, mas foi perseguida e morta no quintal da residência. Após o ato criminoso, os acusados tomaram rumo ignorado. A delegada da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa, Viviane Azambuja, também foi ao local do crime. Ela disse que os familiares da vítima informaram que Luis Henrique chegou a usar droga e há cerca de um ano foi ameaçado de morte. Por isso teria passado uma temporada morando fora do Maranhão. “A vítima retornou recentemente Advogada é detida sob acusação de cometer racismo Caso ocorreu em rua da Cohab, em São Luís, onde um homem negro afirma ter sofrido preconceito Flora Dolores Uma discussão no trânsito, ocorrida ontem à tarde na Rua São Bento Urbano, no bairro Cohab-Anil I, acabou resultando na condução da advogada Olívia Castro dos Santos, de 36 anos, ao 6º Distrito Policial. Segundo a polícia, ela foi acusada de crime de racismo contra o fiscal de loja Elisvaldo Viana Gomes, de 26 anos. A esposa da vítima, Silvia Helena Soeiro, disse que Elisvaldo Gomes e um amigo, o policial militar identificado como Josevaldo, faziam a mudança da sua mãe, de nome não revelado, e o caminhão em que estavam os móveis obstruía uma parte da via. A advogada, que estava conduzindo um Siena preto, de placas não identificadas, ao ten- O policial desceu do caminhão e deu voz de prisão Dinamite, fuzil e munição foram apreendidos pela Polícia Militar fuzil e pistolas. Sem chamar muito a atenção dos moradores, os criminosos foram ao banco, instalaram as bananas de dinamite e logo após destruiram o local, principalmente os caixas eletrônicos. Devido ao barulho da explosão, os policiais militares foram à agência e encontrarem os criminosos ainda no local. Foi travado um intenso tiroteio entre bandidos e policiais. Os criminosos fugiram do cerco policial e deixaram dentro do banco armamento, bananas de dina- Biné Moraes Corpo de Luís Henrique foi recolhido ontem e levado para o IML à capital maranhense e não tinha o costume de sair de casa, salvo para fazer alguns trabalhos perto de sua residência. Ontem, acabou sendo morta à bala. Vamos investigar para saber se nesse assassinato há a participação das pessoas que a ameaçaram anteriormente”, declarou a delegada. Mais mortes Ainda na tarde de ontem, um homem que foi morto a tiros na Forquilha, durante a madrugada, continuava sem identificação no Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga. A polícia não informou o motivo do crime. O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios. A vítima levou um tiro na cabeça desferido por um homem, também não identificado, nas proximidades do retorno da Forquilha. Ele morreu ainda no local, e o corpo foi removido para o IML. Policiais militares foram acionados e realizaram buscas pela região, mas não conseguiram prender o acusado. O outro corpo que deu entrada no IML foi de Isaac Ferreira dos Santos, de 19 anos. Segundo a polícia, ele foi executado com vários tiros, que o atingiram na cabeça e no abdômen, no povoado Andiroba, na noite da última quinta-feira. A autoria e a motivação do crime não foram informadas pela polícia, mas desde ontem a Civil está investigando o assassinato e não há registro de prisão do suspeito. Vamos investigar para saber se nesse assassinato há participação das pessoas que ameaçaram a vítima anteriormente” VIVIANE AZAMBUJA Delegada da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa Outras buscas Ontem, um grupo de policiais da Seic realizava buscas em São Benedito do Rio Preto e adjacências para prender os quatro bandidos acusados de arrombar o Bradesco daquela cidade. Eles chegaram em duas motos, foram ao destacamento da PM do município, furaram os pneus das duas viaturas e usaram um “pé de cabra” para arrombar a porta da frente do banco e dois caixas eletrônicos. O alarme da agência disparou e eles fugiram antes da chegada da polícia. 5 tar passar pela rua gritou palavrões e buzinou intensamente. Ainda de acordo o relato de Silvia Helena Soeiro, ao ver Elisvaldo Viana a advogada começou a chamá-lo de preto e burro, além de afirmar que ele teria comprado a carteira de habilitação. “Na verdade, ela pensava que o meu marido era o motorista, mas o condutor era o nosso amigo, o policial militar”, declarou Silvia. Ela frisou que, após observar toda a cena, o policial desceu do caminhão e deu voz de prisão à ad- Boletim de ocorrência registrado vogada pelo crime de racismo. Para que Olívia Castro não deixasse o local, o militar pediu reforço policial e ficou detrás do veículo dela. Depois da chegada da viatura da Polícia Militar, a advogada foi conduzida para a delegacia e apresentada à delegada Maria de Jesus. “É porque é preto, bando de burro e analfabeto, pois comprou a habilitação. Ela falou tudo isso para mim, agora quero que a justiça seja feita”, desabafou Elisvaldo Gomes. Ele também disse que a delegada Maria de Jesus ouviu as partes e tentou apaziguar os ânimos, mas foi lavrado o Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) e o caso será encaminhado ainda este mês para a Justiça. A equipe de O Estado tentou falar com a advogada, mas ela não quis tratar do assunto. Já a delegada disse que primeiramente iria ouvir as partes para tomar ciência do caso.