www.arvoredoleite.org Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu nome foi alterado para o atual. Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você. Diretrizes de uso A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais. Também pedimos que você: ● Faça uso não comercial dos arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que você use estes arquivos para fins profissionais e não comerciais. ● Mantenha a atribuição Arvoredoleite.org como marca d'água e a identificação do ILCT/EPAMIG. Esta atitude é essencial para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las. ● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazendo é legal. 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Marco Antônio Moreira Furtado .. 3 2 Utilização de coalho bovino de coagulantes microbiano e genético na composiçao e rendimento do queijo Minas Frescal. Daise Aparecida Rossi ; Luiz Ronaldo de Abreu; Múcio Mansur Furtado ; Celso José de Moura . . . . . . . . . . . . . . .. .... . . . ... . . . . . .. .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ....... 8 3 Influência de dois sistemas de pasteurização na composição do leite e do soro do queijo tipo Gorgonzola. Cristiane GatÜni Sbampato; Luiz Ronaldo de Abreu; Múcio Mansur Furtado ; Alexandre Tourino Mendonça . .. . ......... .. .. . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......... . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ....... . 15 4 Elaboracion de bebida isotonica de permeado de ultrafiltracion de lactosuero. Guilherme Pérez; Rodríguez Damián ; Gustavo Sundberg; Jorge Castro; Patricia Lema; Alfredo González ... . . . . . . . . . . ... . 23 5 Influência da relação caseínalgordura nas características físico-químicas do queijo Prato. Luiz Carlos Gonçalves Costa Júnior; Adão José Rezende Pinheiro .... . . . . . . . . . . . . . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . .. . .. . . . . . . . .... . 29 6 Influência da suplementação com aminoácidos sobre o ganho de peso em bovinos no período da entressafra. Maria da Graça Portantiolo Corrêa; Inivaldo Corrêa; Adauto de Matos Lemos ; José Moacir Marin; Armando Leal do Norte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . ... 5 O Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" - Juiz de Fora - Vol. 53 (305); l-56 - Set/Dez de 1998 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GE Centro Tec n o l ó g i c o Instituto de Laticínios " Cândido Toste s " Revista B imestral Endereço: Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tel . : 224-3 1 1 6 - DDD: 032 / Fax: 224-3 1 1 3 - DDD 03 digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 2 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 5 3 : (5) : 2-56, 1 998 Pág. 3 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 5 3 : 3-7, 1 998 CARACTERIZAÇÃO DE HIDROLISADOS DE PROTEÍNA LÁCTEA COPRECIPITADA EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIG- Characterization of hydrolysates from milk protein coprecipitate DIRETORIA EXECUTIVA Marco Antônio Moreira Furtado} Presidente Comissão de Redação Guy Torres Adauto de Matos Lemos Chefe do CEPE/ILCT Geraldo Alvim Dusi Área de Divulgação/Redação Luiza Carvalhaes de Albuquerque Braz dos Santos Neves Edna Froeder Arcuri Fernando Antônio R. Magalhães Heloísa Maria de Souza José Alberto Bastos Portugal Editoração Eletrônica Templo Editoração (032)217-0283 Luiz Carlos Gonçalves Costa Júnior Maria Cristina D. Castro Concorde Editora Gráfica Ltda (032)221-6012 Os trabalhos apresentados são de inteira responsabilidade de seus autores. Juiz de Fora, Dezembro de 1998 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS -EPAMIGRevista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes, n. 1 - 1946 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", 1946 . v. Os produtos conhecidos como coprecipitados são aqueles onde foram reunidas, mediante precipitação em conjunto, as principais proteínas do leite. A utilização das principais proteínas lácteas (caseínas e soroproteínas) de forma concentrada e em conjunto é de grande interesse do ponto de vista nutricional e também muito importante pelo fato do produto final ter uma ampla faixa de utilização na indústria de alimentos como ingrediente funcional em produtos lácteos, cárneos, panificação, bebidas, etc. Isto se deve à propriedades como estabilidade à diversos tratamentos térmicos, ampla faixa de pH, elasticidade, alta viscosidade, grande capacidade de formação de espuma e também absorção de água. A caracterização destes produtos por intermédio do conhecimento de seu perfil de peptídios e também do grau de hidrólise, além de suas propriedades funcionais, poderá melhor definir sua correta utilização quando o objetivo principal é a exploração das propriedades funcionais para utilização do produto como ingrediente funcional. Luiza C. Albuquerque Paulo Henrique F. Silva Impressão RESUMO Antônio Carlos Savino de Oliveira ilust. 23 em n. 1-19 (1946-48), 27 em, com nome de Fe1ctiano, n. 20-73 (1948-57), 23 em, com o nome de Fe1ctiano. A partir de setembro de 1958 , com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes". 1.2. Coprecipitados 1. INTRODUÇÃO 1.1. Proteínas do leite como ingrediente As proteínas lácteas são as de origem animal que há mais tempo e em maior quantidade são con su midas pelo homem. Seu alto valor nutritivo é também bastante conhecido, sendo as principais frações de interesse, caseínas e soroproteínas, utili zadas freqüentemente como padrão ou referência para estudos de avaliação de outras proteínas ali mentares . Também, pela fac i lidade de seu iso lamento, são as mais estudadas e das quais se co nhece a estrutura primária de quase todas as suas frações e sub-frações (CHEFTEL et alii, 1 9 89). Segundo LAWSON ( 1 994), mais do que um ingrediente nutricional, as proteínas do leite quando isoladas constituem produtos de ex celentes pro priedades funcionais . Estes tiveram seu início de desen volvime nto h á aproximadamente 30 anos, existindo hoje no mercado mundial um grande nú mero de produtos disponíveis. Esta funcionalidade das proteínas lácteas é função de alguns fatores relacionados à sua estrutura; etapas do processamento ; tratamentos específicos para mel horamento o u modifi cação de algu mas propriedades espec íficas ; interações com outros ingredientes; etc. Vários são os procedimentos utilizados para a produção de coprecipitados de proteínas do leite, dependendo principalmente do campo de aplicação final do produto. As etapas envolvendo o processamento in dustrial dos principais tipos de coprecipitados são apresentados a seguir, na Figura 1 . Estas dizem respeito à produção de coprecipitados na forma convencional, onde o produto final é granular (in solúvel) ou em pó, para uso em forma de dispersão. Um resumo de diversas aplicações dos copre c i pitados n a indú stria de alimentos c itados na literatura é apresentado a seguir, no Quádro 1 . 1.3. Hidrolisados o grande obstác u l o na utili zação destes c oprecip itados de proteínas l ácteas é s u a baixa solubilidade. Os coprecipitados de proteínas do leite com Cálcio são um bom exemplo, com limitações de solubilidade em pH 5,5 devido à fração caseínica (FRlEKJAER, 1 994). Para solucionar este problema é prática comum a hidrólise enzi mática destas proteínas. O perfil de solubilidade das proteínas hidrolisadas melhora ao longo de toda escala de pH, porque não são formados grandes agregados no pH isoelétrico. 1. Zootecnia- Brasil- Periódicos. 2 . Laticínios- Brasil- Periódicos 1. Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Juiz de Fora, MG, ed. ISSN0100-3674 CDU636/637 Professor da Faculdade de Farmácia e Bioquímica - UFJF Campus Universitário, CEP 3 6036-330- Juiz de Fora - MG digitalizado por (81)(50) arvoredoleite.org Pág. 4 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", SetlDez, n° 305, 53: 3-7, 1998 '.. ""'_y_ Quadro 1 c,,� Leite desnatado I + 'Soluble lacto-protein' Massa + Co-precipitado com alto teor de cálcio Solução de CaCI2 ou ácido diluldo até pH -6.4 Co-precipitado com médio teor de cálcio Co-precipitado com baixo teor de cálcio �O�iOL�ro + Massa de co-precipitado + soro $ Escorrer + I Massa de co-precipitado escorrida --11>- s7� Co-precipitados Figura 1 - Protocolo para produção de coprecipitados_ Fonte: MULVIHILL ( 1 989). LA< Massa + Soro Dessoragem I 'Total milk-protein' Pág. 5 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", SetlDez, n° 305, 5 3 : 3-7, 1 998 - Aplicações de coprecipitados na indústria de alimentos. Produto % Aplicada PropósitolEfeito Tipo de coprecipitado B iscoitos 6,5 a 1 6,4 Nutricional, textura, aparência Com baixos e altos teores de Cálcio Biscoitos com leite 1 6 a 20 Nutricional Com alto teor de Cálcio Coberturas 6 3 ,4 Cor, brilho S ol úvel, com alto teor de Cálcio Pão fortificado 3 a 10 Consistência da massa, propriedades sensoriais, diminuição do tempo de fermentação, aumento de volume! rendimento, nutricional - Queijos processados 4a6 Emulsificante Solúvel , com alto teor de Cálcio Macarrão de imitação (arroz) 5 a 75 Textura, nutricional Solúvel, com baixo teor de Cálcio Bebidas lácteas fermentadas 5 Aumento do valor biológico - Leite com baixo teor de gordura 1 Nutricional - Snacks c! fibras (extrusados) 20 a 9 0 Textura - Produtos lácteos fundidos 5 a 10 Textura - Sopa de batata! mingau de aveia 50 a 60 Nutricional Solúvel Co-precipitados solúveis Fonte: Resumo de várias referências citadas por SOUTHWARD ( 1 989) ,"00," o aumento de solubilidade é atribuído à formação de unidades polipepitídicas menores, mais hidro fílicas e solvatadas. A hidrólise enzimática em alimentos tem sido util izada por muitos anos visando a nutrição de pacientes que não são capazes de consumir quanti d ades s u fi c i e n t e s de p ro t e ín as em s u a forma usualmente oferecida (alimentos sólidos). Neste cam po, uma série de produtos têm sido desenvolvidos para u t i l i z aç ã o em d i e t as médicas e s p e c i ai s (SCHMIDL et ali i , 1 994) e suplementação nutri cional (FR.tEKJAER, 1 994). O valor nutricional da proteína hidrolisada está usualmente no mesmo nível daquela não hidrolisada AZEVEDO ( 1 996). A produção destes hidrolisados protéicos deve ser bas tante c o ntrolada, sendo de fundamental importância a observação do grau de hidrólise, uma vez que os produtos obtidos podem não corresponder às especificações desej adas . Dietas contendo hidro lisados protéicos (com alto grau de hidrólise) são comuns no controle de alergias. Estes hidrolisados têm de ter um controle rigoroso para não propiciar resíduos (peptídios) também alergênicos, além de o u tros eventuais contaminan tes . ( M A HMOUD, 1994; LAHL & B RAUN, 1 994). Segundo MAHMOUD (1994), também grande volume de recursos têm sido destinado à produção destes coprecipitados hidrolisados para utilização como ingredientes funcionais em alimentos for mulados. Esta utilização tem sido bastante incre mentada tendo em vista o valor nutricional agregado que este representará no produto final, adicionado ao fato de possuir uma ampla faixa de propriedades interessantes sob o ponto de vista tecnológico como estabilidade a diversos tratamentos térmicos, ampla faixa de pH, elasticidade, alta viscosidade, grande digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", SetlDez, n° 305, 53: 3-7, 1 998 Pág. 6 capacidade de formação de espuma e em especial absorção de água. Um dos mais importantes problemas relacionados à aplicação de hidrolisados protéicos é o aparecimento de um intenso sabor amargo ( bitter off-flavor) oca sionado pela formação de peptídios com alto índice de aminoácidos hidrofóbicos. Este fenômeno pode ser evitado controlando-se os níveis de hidrólise que se de seja alcançar. A redução, prevenção ou remoção de sabor amargo de hidrolisados protéicos tem sido estudada intensivamente, sendo ainda uma área a qual tem-se dedicado muita atenção (PEDERSEN, 1 994). 2. CARACTERIZAÇÃO DOS HIDROLISADOS 2.1. Perfil de peptídios e grau de hidrólise A separação e identificação dos peptídios po de ser feita de várias maneiras, sendo mais comum o emprego de técnicas de eletroforese e cromatografia. Segundo FOX ( 1 997), os hidrolisados podem ser caracte rizados utili zando-se basicamente 4 métodos, que fornecem diferentes informações: - Eletroforese (PAGE) em presença de uréia; que permite boa resolução dos peptídios com relação à sua carga; - Eletroforese (PAGE) em presença de SDS; que apresenta 'uma resolução muito boa dos peptídios, especialmente com relação à sua massa; - Cromatografia (HPLC) de fase reversa; que permite uma resolução muito boa dos pep tídios com relação aos aspectos de hidro fobicidade e hidrofilicidade; - Cromatografia (HPLC) de exclusão, que permite uma separação satisfatóri a dos peptídios com base em seu tamanho; Segundo S ILVES TRE ( 1 997), diferentes métodos podem ser usados no controle de qualidade � caracterização dos hidrolisados protéicos . Para avaliação do grau de hidrólise das ligações peptí dicas, podem ser utilizados diferentes técnicas ana líticas que são baseadas em três princípios básicos: - Determinação do nitrogênio solúvel; que é li berado quando a proteína é hidrolisada, utilizando para isto um agente de preci pitação (p.e. ácido tricIoroacético); - Determinação dos grupos a-ami no livres; utilizando de titulação com formol ou reagentes mais específicos ( TNBS, OPA. etc.); -Titulação dos prótons liberados durante a hidrólise da proteína; no clássico método conhecido como a técnica do pH-Stat. 2.2. Propriedades Funcionais As propriedades funcionais podem ser clas sificadas e definidas de várias formas. As diversas classes e as propriedades funcionais relacionadas po dem ser assim resumidas, segundo POUR-EL ( 1 98 1 ): - Hidrofílicas: solubilidade, capacidade de hidratação e de retenção de água; - Interfásicas: emulsificação e formação de espumas; - Intermoleculares: formação de fibras e de massa visco-elástica, geleificação; - Reológicas: viscosidade; - Sensoriais: textura, cor, sabor e aroma. As diversas metodologias empregad�s para análise das propriedades funcionais de interesse no estudo de ingredientes proteéicos em alimentos, assim como sua discussão, são melhor descritas nos artigos de KINSELA ( 1 976, 1 984) Segundo VUILLERNARD et alii ( 1 989), as propriedades funcionais das proteínas lácteas estão intimamente relacionadas com suas características físico-químicas (peso molecular, distribuição e com posição de aminoácidos); aspectos do meio em que se encontram (pH, temperatura, força iônica, con centração) além de aspectos ligados ao proces samento (aquecimento, bombeamento, secagem; modificações químicas, físicas ou enzimáticas). Devido sua estrutura, as caseínas apresentam em seu estado nativo propriedades funcionais de superfície bastante interessantes , atuando como agente emulsificante e espumante. Já as soropro teínas se destacam por sua boa solubilidade e habi lidade na formação de géis após tratamento térmico. No caso específico dos hidrolisados de pro teína láctea coprecpitada é importante observar que o perfil do produto, no que diz respeito às pro priedades funcionais, será definido em função de diversos fatores relacionados à tecnologia empregada na sua produção. Entre os fatores determinantes que irão influenciar no desempenho destes produtos como ingrediente funcional destacam-se o tratamento térmico e o grau de hidrólise aplicado. 3. CONCLUSÃO As fontes tradicionais de proteína láctea (leite desnatado e soro de queijo em pó) usadas como ingredientes na indústria de alimentos apresentam limitações de uso como ingrediente funcional. O aproveitamento do leite sob o ponto de vista da produção de hidrolisados de pro teína láctea coprecipitada significa a tecnificação do processo de modo a formar produtos com maior valor agre gado. No caso específico do Brasil, os hidrolisados de proteína láctea coprecipitada representam também a geração de novas tecnologias uma vez que os pro dutos disponíveis no mercado são todos importados. A caracteri zação destes hidrol isados, por intermédio do conhecimento de seu grau de hidrólise e perfil de peptídios, além de suas propriedades fun cionais, permite um melhor controle do produto z, n° 305, 53: 3-7, 1 998 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" , SetlDe ou co o final, seja ele elaborado para fins nu.tricionais . � lO aIS ingrediente funcional. Certas propnedades func. � Im maIS papel exercem s protéico s olisado hidr . dos s portante que outras, na medida em que são defimdo �o os usos específicos destes produtos. Conhec�n� de hidroltse perfil de peptídios do produto e seu grau ' ' pode-se melhor definir sua correta uh1Izaçao. 4. ABSTR ACT The well-kno wn products as coprecipitates which combin e the main protein s . of those are the milk, by precipi tation togethe r the .caseI.ns and serum protein s . The use of the mam mIl.k proteins in a concen trated .v:ay and .togethe � IS very interesti ng by the nutntlOn al pomt of VIew and because of the final product to have a wide use in the food industry as function al ingredie nt in milk and meat products , baked goods, beverages, etc. This is due to properties as stability to several thermal treatments, wide pH range, elasticity, high viscosit y, great capacity of foam formati on and also absorpt ion and holding of w ater. The characte rization of these products through the knowledge of its peptide profile and the degree of hydrolisi s besides their functional prop�rties, . be�ter can define its correct use when the mam obJectIve is the use of the product as functional ingredient. 5. REFER ÊNCIAS BIBLIO GRÁFICAS Pág. 7 KINSEL A, J .E. Milk protein s: physico chemic al and fun ction al propert ies. CRC-C ritica l Reviews in Food Science & Nutritio n 21: 1 97262, 1 9 84. LAHL, W.J. & B RAUN, S.D. Enzymatic prodution of protei n hydrolysates for food use. Food Technology, 48( 1 0) :68-7 1 , 1 994. LAWSO N, M. A. Milk proteins as food ingredients. Food Technology, 48 ( 1 0) : 1 0 1 , 1 994. MAHM OUD, M.I. Physicochemical and functional properties of protein hydrolysates in nutritional products. Food Technology, 48( 1 0) :89-95, 1 994. MULVIHILL, D. M. Caseins and Caseinates: Manu facture. In: FOX, P.F.(Ed. ). Developments in Dairy Chemistry - 4: Function al Mi1k Proteins . London:Elsevier, 1 989. p97- 1 30. PEDER SEN, B. Removi ng bitterne s from protein hydrolysates. Food Technology, 48( 1 0) :96-99, 1994. POUR-EL, A. Protein function ality: ClassificaHon, definitio n, and methodology. In: CHERRY, J.P. (Ed.). Protein Functionlity in Foods. Washing ton:ACS , 1 98 1 . pl- 1 9 . 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O uso do coagulante genético (Aspergilllls niger var. awamori) resultou em queijos com menor umidade e maiores teores de proteína e gordura, sendo que a gordura no extrato seco não foi diferente em nenhum dos tratamentos. O maior tempo de fabricação (p<O,05) foi na utilização do coagulante genético, provavelmente, devido ao uso de salga direta e seu efeito inibidor sobre a quimosina. Os maiores rendimentos de fabricação em L/kg foram observados nos queijos fabricados com o coalho bovino, porém, quando o rendimento foi avaliado levando-se em consideração a composição do queijo (gramas de sólidos totais por litro de leite gSTIL) o maior índice foi observado para os queijos fabricados com o coalho microbiano, porém, a diferença não foi significativa (p>O,05). 1. INTRODUÇÃO Sob o ponto de vista tecnológico, o queijo Minas Frescal é um produto de fácil elaboração e de elevado rendimento, sendo que vários fatores podem alterar sua composição e rendimento, entre eles, o tipo de coalho. Tradicionalmente, o coalho de vitelo é considerado ideal para fabricação de queijos, porém, na produção do queijo Minas Frescal, seu uso é insipiente, sendo mais utilizados os coalhos bovinos e microbianos (menor quantidade de quimo sina e presença de enzimas inespecíficas respec tivamente). O uso destes coalhos em detrimento da utilização do coalho de vitelo, muitas vezes acarreta proble mas tecnológicos, como redução n o rendimento e mudanças n a composição (Fox e Law, 1 9 9 1 ) . Recentemente técnicas avançad as de engenharia genética permitiram a produção de um coalho a partir da fermentação de microrganismos transgênicos composto de 1 00% de quimosina. Um dos fatores primordiais para garantir a viabilidade da produção de queijos é o rendimento, que é definido como a quantidade de queijo com determinado teor de sólidos totais, produzido a partir de um peso fixo de leite (Kosikowiski, 1 977). Os principais fatores interferentes são: composição do I 2 3 leite (principalmente gordura e proteína), porcentagem de transição dos constituintes do leite para o queijo e a porcentagem de umidade retida (Banks et aI., 1 98 1 ). Segundo Kammerlhner ( 1 994) também a qualidade do leite, aditivos como coalho, fermento lático e tecno logia de fabricação são determinantes para o rendi mento e a composição dos queijos. Devido a importância dos aditivos nas carac terísticas dos queijos e sendo o coalho indispensável para a coagulação, o presente trabalho objetivou ava liar a utili zação do coalho bovino (80% de pepsina e 20% de quimosina) e coagulantes microbiano (Mucor miehei) e genético (Aspergillus niger var. awamori) para coagulação do leite e sua influência na composição, tempo de fabricação e rendimento do queijo Minas Frescal fabricado com uso de ácido lático e salga direta no leite. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. Fabricação dos queijos O experimento foi conduzido em 3 dias conse cutivos, em fabricações simultâneas, onde foram uti lizados 1 00 kg de leite para cada tratamento " ( coalho bovino e coagulantes microbiano e genético) Doutorando em ciências dos alimentos/UFLA Professor Ciência dos alimentos/UFLA-Orientador Chr. Hansen Ind. e Com. Ltda-Orientador Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" , Set/Dez, n° 305, 53: 8- 1 4, 1 998 em cada uma das 3 repetições. O leite utilizado foi pasteurizado e padronizado para cerca de 3 % de ordura. A tecnologia de fabricação empregada foi ! tradicional, acrescida das modificações sugeridas por Wolfshoon-Pombo, Furtado e Munck ( l 978 � , que utiliza salga direta no leite (2kg/1 00kg de leIte) e sub stitui o fermento lático por ácido lático (23,5m1/ 100kg de leite). A quantidade do agente coagulante foi determinada em função da sua força coagulante, que foi realizada conforme metodologia proposta por (Wolfschoon-Pombo, 1 980). O delineamento utili zado foi em blocos casualizados (DBC). 2.2. Análises do leite, soro e queijo Todas as determinações foram realizadas em duplicata utili zando metodologias descritas por (Brasil, 1 98 1 ; A.O.A.C., 1 995) O leite de cada fabricação foi analisado em suas características físico-químicas: acidez titulável, pH, % de gordura, sólidos totais, ��idade: densi . dade, proteína e nitrogênio total e analIses mIcrobIO lógicas: contagem padrão de mesófilas e psicrófilas, coliformes totais e fecais. O soro de cada fabricação foi recolhido no ponto de enformagem da massa e analisado em suas características físico-químicas: acidez, pH, % de gordura, sólidos totais, umidade, densidade, proteína e nitrogênio total e cloreto de sódio. Foram determinados nos queijos resultantes de cada tratamento: % de gordura, sólidos totais, pH, umidade, gordura no extrato seco, cloreto de sódio, nitrogênio total, proteína total, acidez e clo reto de sódio. 2.3. Cálculo das porcentagens de transição de gordura e proteína bruta para o queijo Para o cálculo das cifras de transição, foram consideradas as perdas dos constituintes no soro, sendo a transição para o queijo obtida por diferença. A metologia utilizada foi a descrita por Folegatti ( 1 994), porém, compensando os efeitos da s�lga dire tamente no leite. 2.4. Rendimento das fabricações O rendimento em litros de leite por quilo de queijo (Llkg), foram calculados pela divisão do volume de leite empregado no processamento pela soma da massa dos queijos obtidos. Para cálculo das gramas de sólidos totais de queijo por litro de leite (g ST/L), foram transformados a % de sólidos totais em g ST/ I OOOg, obtendo-se assim a massa em gramas de ST por I kg de queijo. Dividindo-se a massa de ST/kg de queijo pelo rendimento em litros de leite/kg de queijo, obteve-se o rendimento em g ST/L. Pág. 9 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Composição do leite A composição do leite utilizado nas fabri cações dos queij o s n ão apresentou d i ferenças ( p<0,05) nas análises fís i co-química e micro biológicas, apresentando-se dentro dos padrões preconizadas por (Brasil, 1 9 80). 3.2. Composição dos queijos As anál i s e s da compo s i ção fo ram rea lizadas no dia posterior à fabricação ( D+ I), e po dem ser observadas na figura I. Os resultados ob tidos no presente trabalho foram próximos da queles encontrados por Furtado, Souza e Munck ( 1 9 80) em queijos Minas Frescal fabricados sem a utilização de culturas láticas. Pode-se observar uma alta umidade nos queijos resultantes de todos tratamentos, que pode ser explicada pelo elevado pH da massa q uando comparada a q ue ijos fa bricados com fermento lático. Com o pH mais ele vado ' a massa mantém-se mais calcificada, por tant� menos porosa, facilitando a retenção de água. A alta umidade dos queijos de todos os tratamentos é também consequência da tecnologia de fabricação utilizada, que adotou o corte lento em grãos grandes, submetidos à agitação suave, visando evitar perdas de proteína e gordura no soro. O ponto foi ligeiramente mais macio, levando tam bém a uma maior retenção de água no queij o . Na estocagem porém, c o m a evolução da acidez houve dessoragem após embalagem e os teores de u midade diminuíram tornando-se pr6xi mos aos preconizados para queijo Minas Frescal, que se gundo os padrões do Instituto de Laticínios Cân dido Tostes é de 60-63% (Vargas, 1 996). As maiores porcentagens de umidade nos queijos (p>0,05) foram encontradas nos queijos fa bricados com coalho bovino, seguidos dos fabri cados com os coagulantes genético e microbiano (tabela 1 ). Os maiores teores de umidade quando do uso do coalho bovino estão de acordo com os res ultados obtidos por Folegatti ( 1 994) em queijo Prato, Disegna et aI. ( 1 9 9 1 ) em queij o Montasio, B roome e Hickey ( 1 990), Corradini et aI. ( 1 990) e Van Den B erg e Koning ( 1 990), para queijos Cheddar, Grana e Gouda respectivamente, que compararam q ueijos fabricados com diferentes tipos de agentes coagulantes. Porém, deve-se levar em consideração que estes autore s e s tudaram" variedades de queijos maturados, com uso de fer mento lático e salga em salmoura, o que dificulta estabelecer paralelos entre os experi mentos. O e feito da umidade nos teores de sólidos totais tam bém influiu nos cálculos de rendimento em litros de leite/kg de queijo. digitalizado por arvoredoleite.org Pág. l O Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 8-14, 1998 Tabela 1- Composição dos queijos (%) Minas Frescal fabricados com coalho bovino e coagulantes microbiano e genético após 1 dia de fabricação DETERMINAÇÕES ( % ) Umidade Sólidos Totais Gordura Gordura no extrato seco Proteína bruta Acidez (ácido lático) PH Cloreto de sódio TRATAMENTOS Bovino Genético Microbiano 67,05" 32,95 " 1 5,42 " 46,8 1 " 17,80 " 0, 1 8 " 6,46" 1 ,79 b 66,05 " 33,95 " 1 5,58 " 45,95 a 1 8,0 1 " 0, 1 9 " 6,44" 1 ,93 ab 65,54 " 34,46 " 1 5,33 " 44,50 " 1 7,44 a 0, 1 7 " 6,48 " 2,08 a a,b . . . médias seguidas da mesma letra não são diferentes pelo teste de Tukey (p<0,05) Os teores médios de gordura foram superiores, mas não significativos (p>0,05) para os queijos fabricados com o coagulante genético e menores para os fabricados com coagulantes microbiano (tabela 1 ). De acordo com B arbano e Rasmussen ( 1 992) a retenção de gordura na massa é mecânica, associada à estrutura do coágulo. Sendo os coalhos bovino e microbiano mais inespecíficos, devido à menor concentração de quimosina, a ação daqueles na ca deiapep'tídica mecânica da gordura no coágulo. O teor de gordura no extrato seco não diferiu nos diferentes tratamentos. Os teores médios de nitrogênio total e conse quentemente proteína bruta (tabela 1 ) nos queijos fabricados com os diferentes coalhos não apresen taram diferenças (p<0,05), porém os maiores teores absolutos foram observados nos queijos fabricados com com o coagulante genético ( 1 8 .0 1 ), fato espe rado, devido sua maior especificidade (Fox, 1988 ; Harboe, 1 992). Folegatti ( 1 994) e Barbano e Ras mussen ( 1 992), não encontraram diferenças signi ficativas nos teores de proteína total em queijos fabri cados com coalho bovino, de vitelo e genético; deve se atentar, entretanto, que estes autores trabalharam com variedades de queijos maturados e com uso de fermento lático. Uma melhor avaliação destes fatores poderá ser obtida na análise da transição de proteínas e rendimento, que serão discutidos posteriormente. A acidez e pH são atributos importante na aceitabilidade de queijo Minas Frescal, sendo neces sária sua relação com outros fatores como índices de proteólise e testes sensoriais, sendo fator impor tante para a determinação da vida de prateleira desta variedade . Os tratamentos não influenciaram na acidez tituláveI (ácido lático/lOOg de queijo) e pH dos queijos (tabela 1 ). Os teores de ácido lático fo ram semelhantes aos encontrados por Furtado, Souza e Munck ( 1 9 80), porém, inferiores aos teores médios determinados por Isepon e Oliveira ( 1 995) em quei jos armazenados por O, 6 e 1 2 dias, sendo que estes autores não deterninaram os teores de umidade. Os teores médios de cloreto de sódio (tabela 1 ) nos queijos fabricados com os diferentes coalhos encontram-se acima dos esperados para o queijo Mi nas Frescal, que segundo padrões do Instituto de Laticínios Cândido Tostes são de 1 ,40 a 1 ,60% (Var gas, 1 996). Estes índices são, provavelmente, conse quênica do alto teor de umidade e maior porção de água livre para dissolução do sal. Houve diferença significativa entre os tratamentos, sendo os queijos produzidos com o coalho microbiano os que apresen taram o maior índice (2,08%). Este resultado é im portante quando relacionado com os teores de sólidos totais, pois provavelmente, tiveram influência neste índice que foi ligeiramente maior para os queijos fabricados com o coagulante microbiano (34,46%), dos que nos fabricados com coagulante genético (33 ,95%) e coalho bovino (32,95%), sendo que estas diferenças não foram significativas (p>0,05). 3.3. Coagulação e ponto da massa Foram observadas diferenças no tempo de coagulação do leite pelos 3 agentes coagulantes, mesmo utilizando-se quantidades padronizadas dos coalhos baseados em sua atividade. O coalho que apre sentou maior tempo de coagulação foi o genético (tabela 2), o que discorda dos resultados obtidos por Medina et aI. ( 1 99 1) em queijos Burgo e Hispânico e Nunez et aI. ( 1 99 1 ) em queijo Manchego, onde os autores obtiveram os menores tempos de coagulação utilizando o coalho genético Todavia Van Den Berg e Koning ( 1 990), comparando os tempos de coagulação do leite por coalho genético (Kluyveromyces lactis). Pág. l l Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 8- 1 4, 1 998 e de vitelo em queijo Gouda encontraram tempos ligeiramente mais altos de coagulação p ara o genético. O maior tempo de coagulação quando do uso do coalho genético pode ser explicado: todos os experi mentos reali zados para c o mparação da atividade do coagulante genético com outros agentes coagulantes têm sido conduzidos em queijos que utili zam fermento lático e salga em salmoura. No presente trabalho utilizou-se a salga diretamente no leite antes da adição do coalho. Cloreto de sódio é sem dúvida, um fator inibidor da coagulação enzi mática pela quimosina, já que possui influencia na estrutura primária da K-caseína (Dalgleish, 1 9 87). Sendo o coalho bovino composto de 20% de qui mosina e 80% de pepsina, o microbiano composto de proteases inespecíficas diferentes capazes de indu zir à coagulação do leite de forma semelhante à renina e o genético contendo 1 00% de quimosina, é de se esperar um maior efeito do sal sobre o terceiro. Avaliando o efeito do NaCl na coagulação do leite, Fox ( 1 988), afirma que concentrações maiores que 3 mN inibem a coagulação pela quimosina, já que influencia significativamente nas interações eletros táticas necessárias para a formação do complexo quimosina-substrato. A adição de 2% de cloreto de sódio ao leite corresponde a uma concentração de 0,35 mN e portanto, capaz de influenciar nega tivamente a coagulação do leite pela quimosina. O ponto de enformagem do queijo foi obtido por meios subjetivos, variando de 30 a 40 minutos nas diferentes fabricações, como exemplificado na tabela 2. As variações são decorrentes provavel mente, da menor eficiência do coalho genético na coagulação do leite, devido a presença de sal no leite. Além disso, devido ao fato do ponto ser verificado por meios subjetivos e o pequeno número de repe tições, estes resultados não devem ser considerados como definitivos. Um maior tempo de fabricação é esperado com o uso de ácido lático, já que a acidez do coágulo é menor que em queijos obtidos com uso de fermento lático. Com menor quantidade de ácido retido nos grãos, a expulsão do soro é mais lenta, tendendo a reter maior umidade (Munck e Souza, 1 980). Diversos autores que estudaram o tempo de fabricação de queijos utilizando diferentes tipos de coagulantes, obtiveram tempos ligeiramente menores quando utilizaram coalho de vitelo e genético em comparação com outros agentes (Broome e Hickey, 1 990; Medina et aI., 1 992; Nunez et aI ., 1 992). Todavia, todos estes estudos foram realizados em queijos que não utilizam salga direta no leite, além de serem variedades maturadas com uso de fermento tático, tornando difícil a correlação. 3.4. Transição dos constituintes para o queijo e rendimento A tabela 3 apresenta as porcentagens de tran sição de gordura, sólidos totais e proteínas do leite para o queijo, assim como, os rendimentos de fabri cação em litros de leite por quilo de queijo (Llkg) e em gramas de sólidos totais de queijo por litro de leite (gST/L), nos diferentes tratamentos A transição de gordura e sólidos totais do leite para o queij o nos d i ferentes tratamentos não diferiram estatisti camente (p<0,05); porém os valores absolutos foram ligeiramente maiores para os queij os fabricados com o coalho microbiano, seguidos pelos tratamentos com coalho bovino e genético. Os resultados obtidos para transição da gordura em todos os tratamentos foram superiores aos encontrados por Wolfschoon-Pombo, Furtado e Munck ( 1 978) em queijos Minas Frescal fabricados é mais severa, a retenção com fermento e ácidodificultando lático, os autores encontraram valores similares para a transição de sólidos totais. Os teores de trans i ç ão médios de proteína encontrados nos queijos fabricados com ácido lático ( 82,2%) , foram s uperiores aos encontrados no presente trabalho em todos os tratamentos, porém, os cálculos foram realizados baseando-se nos teores de caseína e não proteína bruta, o que j ustifica a diferença encontrada. A transição de proteína e o rendimento em litros de leite por quilo de queijo apresentaram diferenças (p<0,05), sendo a menor transição e rendimento encontrados quando do uso do coalho Tabela 2 - Tempos médios* em minutos para coagulação do leite pelo coalho bovino e coagulantes genético e microbiano Tipo de agente coagulante Genético B ovino Microbiano Tempo médio coagulação (min.) Tempo médio até enformagem (min.) 54,67a 40,00b 36,67b 54,67a 40,00b 3 6,67b * médias obtidas de 3 observações ... os resultados são diferentes pelo teste de Tukey (p<0,05) a.b digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 8- 1 4, 1 998 Pág. 1 2 Tabela 3 - Transição dos componentes do leite para o queijo e rendimentos das fabricações nos tratamentos com coalho bovino e coagulantes genético e microbiano. TRATAMENTOS DETERMINAÇÕES Bovino Transição da gordura (%) Transição de ST (%) Transição proteínas (%) Rendimento (L/Kg) Rendimento (GsTIL) * a.b a 89,44 52,27 a 73,64 5,05 b 65,30 a • Genético a 89,03 5 1 ,80 a 72,88 b 5,47 a 62,02 a Microbiano 91,10 53,47 72,93 b 5,25 ab 65,63 a a a 4. CONCLUSÕES Os resultados obtidos através da avaliação do uso do coalhos bovino e coagulantes microbiano e genético em queijos Minas Frescal e fabricados com salga direta no leite e uso de ácido lático permitem concluir: tim e w a s requered w hwn using geneti c rennet (p<0,05), probably due the influence of use the salt direct in milk. Y ield in terms of liters of milk per kilogram of chee' s e (Llkg), increased with the use of the bovine renn et, however, whem the composition of the cheese was taken into consideration, productivity, in terms of to tal grams fo soIid matter per liter of milk (gST/L), the microbiaI rennet was found to be superior (p>0 , 0 5 ) . 5 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAT ION OF OFFICIAL ANALY TICAL CHEMISTS . Official methods of analysis . 1 2 . ed. Washington, 1 995. 1 094p . médias de 3 repetições . . . os resultados são diferentes pelo teste de Tukey (p<0,05) genético. No cálculo de rendimento em gramas de sólidos totais por litro de leite não houve diferença entre os tratamentos. Estes resultados discordam dos encontrados por vários autores: Folegatti ( 1 994), Banks ( 1 992), B arbano e Rasmussen ( 1 992), Broome e Hickey ( 1 990), que analisando diversas variedades de queijos não encontraram diferenças no rendimento e transição em fabricações, comparando o uso de coalho genético e de vitelo. Os valores encontrados pelos autores para o coagulante genético foram ligei ramente superiores quando comparados com o coalho bovino ; todavia, deve-se observar que todas as varie dade analisadas são queijos maturados e a literatura hão oferece consulta de nenhuma variedade de queijo fresco sem adição de fermento lático e com salga direta no leite. O aumento no tempo de coagulação do leite devido a presença de sal e a menor umidade nos queijos Minas Frescal fabricados com o coalho genético provavelmente influenciaram na diminuição do rendimento. Além disso, os resultados expressos em litros de leite por quilo de queijo desconsideram a umidade, sendo que não indicam necessariamente, um melhor aproveitamento dos componentes sólidos. A influência das enzimas coagulantes no rendimento dos queijos ainda não está completa mente esclarecida (Folegatti, 1 9 94). A qualidade do leite, equipamentos e variações na tecnologia de fa bricação influenciam decisivamente no rendimento, que somados à dificuldade de precisão em pesagens de grandes quantidades, comprometem a exatidão das determinações, sendo difícil afi rmar que pequenas variações no rendimento sejam diferenças efetivas que tragam consequências práticas. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, n° 305, 53: 8-14, 1 998 1 . Acomposição dos queijos foi influenciada pelos diferentes tratamentos adotados (p>0,05). O uso do coagulante genético re sultou em queijos com menor umidade e maiores teores de gordura, proteína e só lidos totais, sendo que a gordura no ex trato seco não foi diferente em nenhum dos tratamentos. Os queijos elaborados com o coalho bovino obteve os maiores índices de umidade e cloreto de sódio. 2. O tempo de fabricação (p<0,05) foi maior com o uso do coagulante genético e menor para o microbiano. O maior tempo de coa gulação para o coagulante genético é pro vavelmente consequência da salga no leite que altera a estrutura primária da K-ca seína, prejudicando a fase primária da coa gulação pela quimosina, enzima predo minante neste coalho. 3. Os maiores rendimentos de fabricação em L/kg foram observados nos queijos com o uso do coalho bovino, porém, quando o ren dimento foi avaliado levando-se em con sideração a composição do queijo, o maior índice (gSTIL) foi observado nos queijos fabricados com o coalho microbiano, a diferença não foi significativa (p>0,05). ABSTRACT Fresh "Minas" Cheese were manufactured utilizing salt direct in milk and lactic ac id substituing the use of starter . Microbial (Mucor miehei), genetic (Aspergillus niger varo awamori) or bovine rennets were tested in the composition of the cheese, yield and time of fabrication. Butter and protein increase and lower leveIs of moisture with in use the genetic rennet, however, in terms of butter in solid matter were not found . More B AN K S , J . M . ; B AN KS, W. ; MUIR, D . D . ; WILSON, A.G. Cheese yield: composition does matter. D airy Industrial Internacional, London, v.46, n.5, p. 1 5-22, May. 1 98 1 . BANKS, J.M. Yield and quality o f Cheddar cheese produced using a fermentation-derived calf chymosin. Milchwissenschaft, Cork, v.47, n . 3, p . 1 53- 1 56, 1 992. B ARBANO, D.H.; RASMUSSEN, R.R. Cheese yield performance of fermentation-produced chy mosin and other milk coagulants. lournal of Dairy Science, Champaign, v.75, n.l, p. I -2, Jan . 1 992. B RASIL. 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"Cândido Tostes", Set/Dez, nO 305, 53: 1 5-22, INFLUÊNCIA DE DOIS SISTEMAS DE PASTEURIZAÇÃO NA COMPOSIÇÃO DO LEITE E DO SORO DO QUEIJO TIPO GORGONZOLA 1 Influente of two systems of pasteurization on the composition of the milk and whey obtained from Gorgonzola cheese manufacturing Cristiane Gattini Sbampato2 .Luiz Ronaldo de Abreu) Mucio Mansur Furtado4 Alexandre Tourino Mendonça5 WOLFS CHOON-PO M B O , A . F.; FURTADO, M.M. ; MUNCK, A.V. Estudo da fabricação do queijo Minas Frescal com ácido Iático em substituição ao fermento lático. CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS, 5, Juiz de Fora, 1982. Anais... , Juiz de Fora: EPAMIGIILCT' 1 97 8 . p . 1 60- 1 82 . WOLFSHOON-POMBO, A.F. Sobre a determinação da força do coalho. R evis ta do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v.35, n .207-2 1 2, p.33-34, mar./abr. 1 980. Pág. 1 5 1 998 RESUMO o leite termizado (65°/15s- teor de médio de gordura em torno de 3.8%», foi rriantido em tanque de estocagem (com temperatura entre 6°-8°C) até o momento da pasteurização, no tanque foi adaptado uma derivação que dividiu o leite cru em duas partes. A primeira foi conduzida ao sistema HTST e pasteurizada a noc por 15 segundos e a segunda para o sistema ejetor de vapor e pasteurizada a 68°C por 3 a 5 minutos. .Devido à incorporação de água no leite pasteurizado pelo sistema ejetor de vapor (7-11%), ocorreu redução nos valores de acidez (9%), gordura (9.5%), sólidos totais (9.7% ) e densidade (11.5%); quando comparados aos do leIte pasteUrIZado pelo sIstema H1S I. O m(fice cnoscoplCO aumentou ·9.4% em média, enquanto que os valores de pH não foram alterados. Os glóbulos de gordura do leite pasteurizado pelo sistema ejetor de vapor se apresentarammàIs dispersos, conseque�temente, sa gordura apresentou valor�s mais altos de ácidos graxos livres. Observou-se no soro dos queijos elaborados com leite pasteurizado pelo sistema ejetor de vapor, uma redução nos valores de acidez (13.4%), sólidos totais (10.6%), densidade (8.9%) e gordura (62.5%). Esses resultudos podem ser explicados pela incorporação de água no leite pasteurizado pelo sistema ejetor de vapor e à maior retenção de gordura na coalhada � 1. INTRODUÇÃO Dentre os tipos de queijos mais consumidos e existentes em maior quantidade no Brasil, e princi palmente na região Sudeste, destacam-se o queijo Prato, a muzzarela e o Minas (Brasil, 1 990). A pro dução brasileira de queijos finos, apesar de ser pe quena quando comparada à produção dos queijos tradicionais, vêm crescendo a cada ano; destacando os queijos Provolone, Brie, Camembert e queijos azuis (cuja produção em 1 9 82 era de 292 toneladas passando para 458 toneladas em 1 983 e atingindo 1 500-2000 toneladas em 1 995). Para a obtenção de queijo tipo Gorgonzola com reconhecida q!lalidade, um fator de grande im portância é a qualidade do leite usado em sua fa bricação (Cruz, 1 9 8 4 ) . A pasteurização é um tratamento indispensável tanto do ponto de vista tecnológico como de saúde pública, principalmente em países e� desenvolvimento onde a qualidade microbiológica do leite é em geral precária (Furtado, 1 987). A pasteurização do leite pode ser efetuada de várias maneiras ou processos, utilizando-se os mais variados tipos de equipamentos. Deve-se no entanto, ater aos objetivos da pasteurização, que é a éliminação total dos microrganismos patogênicos presentes no leite e a redução do número de microrganismos não patogênicos, conhecidos como flora banal. Dentre os processos mais utilizados para se efetuar a pasteurização do leite, o mais difundido é o da manutenção da temperatura por determinado tempo, denominado tempo de retenção. Vários sis temas de pasteurização são utilizados no Brasil, dentre eles podemos citar: HTST, ejetor de vapor, injeção direta de vapor no leite e vapor indireto (ca misa de vapor) (Ventura, 1 9 84). Parte da Dissertação para obtenção do título de Mestre em Ciência dos Alimentos na Universidade Federal de Lavras. 2 Eng. Agrônoma, M.S. 3 Professor Adjunto do Departamento de Ciência dos Alimentos/UFLA 4 B ioquímico,· M.S., PhD. Diretor de Pesquisa da Ha-La do Brasil 5 Zootecnista digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 1 6 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", SetlDez, n° 305, 53: 1 5-22, 1 998 No Brasil, as grandes indústrias utilizam o sistema HTST ou sistema de placas, que permite a pasteurização de um grande volume de leite em um espaço de tempo relati vamente curto, já nas pequenas e médias indústrias o ejetor de vapor é sistema mais utilizado principalmente da região Sul de Minas (Wolfschoon-Pombo, Furtado, 1 983). Nas pequenas fábricas o ejetor tem sido utilizado devido à sua eficiência e por não requerer grandes investimentos. É do conheci mento industrial que queij os fabricados com leite tratado pelo ejetor de vapor apresentam características sensoriais particulares e diferentes daquelas observadas no queijo elaborado com leite pasteurizado pelo sistema HTST (Ventura et aI. 1 984), principalmente com referência à cor, textura, retenção de água. O ejetor de vapor é essencialmente um equi pamento com um bico que introduz um jato de vapor no seio de uma câmara de expansão. O leite a ser aquecido é aspirado e aquecido pelo jato de vapor nessa câmara de mistura. Em seguida a mistura leite + vapor é conduzida por uma tubulação de com primento variado, dependendo da qual a temperatura é mantida por um tempo determinado, antes do leite ser resfriado. Em certas situações o leite é conduzido a um tanque intermediário onde a temperatura pode ser mantida por períodos mais longos (como se fosse uma pasteurização lenta) antes do resfriamento. Nes se tipo de pasteurização, a condensação do vapor provoca uma incorporação de água que varia de 7 a 1 1 % em função da pressão de vapor (entre 2, 1 e 6,3 kg/cm2) e temperatura inicial do leite cru entre 10 e 30 °C (Ventura, 1 9 8 1 ). Fase ao exposto, o presente trabalho teve como objetivos: Verificar as modificações sofridas pelos glóbulos de gordura do leite pasteurizado pelos sistemas HTST e ejetor de vapor. Verificar algumas modificações físico químicas sofridas pelos leites pasteuri zados pelos dois sistemas. Avaliar as modificações sofridas pelo soro do queijo tipo Gorgonzola, fabricado com leite pasteurizado pelos dois sistemas. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2 . 1 . Pasteurização do Leite O leite termizado (65°/1 5s- teor de médio de gordura em torno de 3 . 8 %) utilizado na pasteurização pelo ejetor de vapor e sistema de placas (HTST), foi mantido em tanque de estocagem (com temperatura entre 6°_8°) até o momento da pasteurização, no tan que foi adaptado uma derivação que dividiu o leite cru entre os dois sistemas. Uma parte foi submetida à pasteurização lenta (ejetor de vapor-68°c/3-5 min.) e a outra parte foi submetida à pasteurização rápida (HTST-72°c/1 5s). Foram coletadas amostras do leite antes e após a pasteurização. 2 . 2 .A nálises físico- químicas realizadas no leite cru e no leite pasteurizado p H : as medidas de pH foram obtidas, utilizando-se um potênciometro HANNA (modelo HI 83 1 4), o qual foi calibrado previamente. Acidez. titulável: Determinada em 1 0ml de leite, utilizando-se o método de titulação com hidróxido de sódio N/9 (solução Dornic), em pre sença de solução indicadora(fenolftaleina), como descrito por B rasil ( 1 98 1 ) Extrato seco total : os teores de extrato seco total (EST) das amostras de leite foram determinados pelo método de secagem em estufa à 1 05°, como descrito pela A.O.A .C. ( 1 995) Gordura: os teores de gordura das amostras foram determinados pelo método do butirômetro de Gerber-Van gulik, descrito por Brasil ( 1 9 8 1 ). Para esta análise foi utilizada uma centrífuga do tipo Gerber da marca PANEM. Densidade: Determinada através de leitura direta, utilizando-se um termolactodensímetro segundo Que venne, o efeito da temperatura foi corrigido segundo o método descrito pelas NORMAS ANALÍTICAS DO INSTITUTO ADOLPHO LUTZ ( 1 976). Crioscopia: foi determinada através de crios cópio LAKTRON M.90IBr, calibrado em graus Hortvert. Peroxidase e fosfatas e : as análises de peroxidase e fosfatase foram realizadas segundo técnicas descritas por B rasil ( 1 98 1 ). Soro Ponto: as amostras de soro n o ponto foram coletedas cerca de 1 hora após o corte. As análises realizadas nas amostras de soro no ponto (pH, acidez titulável e densidade) foram realizadas seguindo as técnicas utilizadas no leite e no soro no corte 2.4. Cálculo de rendimento da fabricação Os rendimentos das fabricações, expressos em L de leitelkg de queijo; foram obtidos pela divisão do volume de leite utilizado na fabricação pelo total da massa dos queijos obtidos antes da salga. 2.5. Cálculo das p orcentagens de tran sição de gordura e sólidos totais do leite para o queij o Para determinação das cifras de transição, fo ram utilizados cálculos matemáticos descritos por Furtado e Wolfschoon-Pombo ( 1 979). Os cálculos foram baseados na composição fisico-química do leite e soro de cada fabricação, e na composição físico-química dos queijos obtidos e o seu ren dimento em kg. 2.6. Fabricação do queij o Os processos d e fabricação dos queijos foram idênticos para cada leite assim como as quantidades dos constituintes utilizados. A técnica de elaboração foi a descrita por Moraes e Freitas ( 1 983). As ope rações de fabricação dos queijos foram efetuadas em tanques de 2000 litros. Foram realizadas quatro fabricações em pe ríodos distintos. Para se avaliar os parâmetros físico químicos foram coletadas amostras do soro no corte e no ponto. Tabela 1 - Tam a n h o dos g l ó b u l os de gordura : 2.3. Análises do soro: no corte e no ponto Soro Corte: as amostras de soro no corte foram coletads 1 0 minutos após o corte. Foram realizadas análises de pH, acidez titulável, extrato seco total(EST), gordura e densidade seguindo as mesmas técnicas utilizadas para o leite. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3 . 1 . Composição físico-quimica do leite cru e do leite pasteurizado p elos sis temas HTST e Ejetor de vapor Os resultados relativos à composição média do leite crú e leite pasteurizado pelos sistemas HTST e ejetor de vapor são apresentados na Tabela I. Observa-se que os valores de acidez, gordura, densi dade, sólidos totais e crioscopia; foram modificados em função da incorporação de água, no leite pasteurizado pelo sistema ejetor de vapor. Os teores de gordura, densidade e sólidos totais sofreram um decréscimo; houve redução da acidez do leite tratado pelo ejetor de vapor, a redução foi de 2° Dornic. O índice crioscopico aumentou. Os valores de pH não foram alterados pela incorporação de água. Esses resultados são semel hantes aos encontrados por (Ventura e Rusig, 1 9 84) e (Furtado, Wolfschoon Pombo e Ventura, 1 988). O leite pasteurizado pelo sistema Ejetor de vapor, sofre incorporação de vapor condensado, levando a uma diluição do mesmo. Esta diluição altera os parâmetros físico-químicos do leite, e as alterações variam de acordo com a porcentagem de diluição (Ventura e Rusig, I 984)Wolfschoon-Pombo e Furtado ( 1 983), relatam que o vapor condensado faz aumentar o volume de leite numa média de 10 a 1 2 %; e essa diluição provoca um decréscimo de I a 2 ° Dornic na sua acidez titulável. O ejetor de vapor traz como vantagem a eli minação de odores estranhos ao leite arrastados pelo vapor de água, além de reduzir o gás carbônico no leite. A condensação do vapor dilui ligeiramente o leite aumentando seu volume. Esses dois fatores, a diluição e a saida de gás carbônico, fazem com que o leite após o tratamento apresente acidez menor, Resultados da composição média* do leite com seus respectivos erros padrão Ácidos graxos livres : os teores de ácidos graxos livres foram determinados pelo método de Dole, segumdo Mahieu ( 1 983). através de microscopia ótica foi visualizado o taman ho dos gl óbulos de gordura que foram posteriormente analisados por fotomicrografia. Pág. 1 7 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, n° 305, 53: 1 5-22, 1 998 LEITE CRU pH Acidez (OD) Gordura (%) EST ( %) Crioscopia Densidade AGL (meq/l)** 6 . 7 1 ±0 . 077 1 6 . 80±O . 4 3 3 4.00±0. 1 09 1 2.93±O. 1 64 O.530±O.OO 1 1 .O3 1 3±0. 2 1 7 1 . 1 87±O.O89 EJETO R HTST 6 . 7 2±0.066 1 5 . 00±0.47 1 3 .63±O.O43 1 1 .48±O.335 0.480±0.OO8 1 .0269±0. 1 5 8 2 . 1 28±O.O85 6 . 74±0 . O 3 8 1 6 . 5 0±O. 204 4.00±O. 1 09 1 2.7 1 ±O. 1 40 0.530±O.OO2 1 .0304±0.779 1 .425±0.07 1 * médias obtidas de quatro observações * * AGL(ácidos graxos livres) digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 1 8 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", Set/Dez, n° 305, 53: 1 5-22, 1 998 chegando a perdas de 0 . 5 a I O Dornic (Ventura e Rusig, ( 1 9 8 3 ) . Observa-se u m a menor aglo meração d o s glóbulos d e gordura no leite tratado pelo ejetor d e vapor, devido à homogeneização, turbulência e alta pressão do vapor na câmara de mistura. Ernstron ( 1 98 0), relata que o contato direto do vapor com os glóbulos de gordura, sob elevada pressão e tem peratura, fraciona os glóbulos de gordura e dispersa os finamente no leite. A gordura do leite encontra-se na forma de pequenos glóbulos cuj o diâmetro normalmente é menor que 10 microns; envoltos pela membrana do glóbulo de gordura (Mc Pherson e Kitchen, 1 9 83). A membrana atua como emulsifi cante natural e permi te a dis persão e estabil ização da gordura ( D arl i n g , 1 9 8 2 ) . Entretanto e s s a membrana é su ceptível à interações das quais pode res ultar en tre o u t r o s , a I i p ó l i s e e c o n s eq u e n t e m e n t e acú m u l o d e á c i d o s grax o s l i vres ( A GL ) D o w n e y, ( 1 9 8 0 ) No leite tratado por ejeção de vapor, os gló bulos de gordura são afetados tanto física como qui micamente (Harper e HaI l, 1 9 8 1 ) ; esses meslllOS autores observaram que o aquecimento do leite por introdução direta de vapor, permite um aumento de cerca de 57% na quantidade de glóbulos graxos com diâmetro inferior à 2 micras. N o presente trabalho; os teores de ácidos gra xos livres (AGL), aumentaram com a pasteurização, e o leite pasteurizado pelo Ejetor de vapor teve va lores superiores aos do leite pasteurizado pelo sis tema HTST (Figura 1 ) . Os valores encontrados são muito próximos aos descritos na literatura. Surhen ( 1 9 8 1 ) na Ale- manha Ocidental encontrou valores médios de 0.7 1 0 ± 0. 6 1 0 meq/l e 0 . 8 6 0 ± 0.650 meq/l para leite obtido com ordenhadeira mecânica com tubulação dupla e simples respectivamente. Thomasow ( 1 9 8 1 ), também na Alemanha encontrou 0 . 9 5 0 ± 0 . 3 8 0 meq/I, e m amostras d e leite cru. Wo l fs c h o o n - P o m b o , Carv a l h o e Fischer ( 1 986), analisando leite de plataforma de 1 63 for necedores de leite em Juiz de Fora, encon traram valores médios de 0. 744meq/I±0 . 1 92 , sendo que 93.7% das amostras se encontraram na faixa de 0.396 a 1 .007meq/I . Downey ( 1 980), analisando leite resfriado por dois dias à temperatura de 4/5 °c, encontrou uma grande variação, os valores estavam entre 0.5meq/1 até 2. 0meq/I. Em leite resfriado, como o utilizado no pre sente estudo ; ocorre contribuição de Iipólise micro biana, devido ao crescimento de microorganismos psicotróficos (especialmente Pseudomonas) à níveis de 1 06/ml , que produzem Iipases e fos fol ipases capazes de atacar (associadas à lipase natural do leite) e hidrolizar os complexos Iipoproteicos da membrana do glóbulo de gordura; elevando-se assim os teores de AGL (Wolfschoon-Pombo, Carvalho e Fischer, 1 9 86). Segundo (Downey, 1 980), se o leite . for sub metido a agitação excessiva ou turbulência, a mem brana do glóbulo de gordura se rompe, resultando em hidrólise de triglicerídeos pelas enzimas Iipo Iíticas. Esse fenômeno é conhecido como Iipólise in duzida. Quanto maiores as influências mecânicas sobre o leite e mais alta a temperatura, mais forte será a Iipolíse induzida. Como influência mecânica, estão incluidos tanto o sistema de ordenha mecâ- 2,5 � Q) g (f) � :::i (f) o >< 2,1 275 nico, como fenômenos que produzem turbulência no leite tais como agitação , b o mbeio, homoge neização etc. O que j ustifi ca maiores teo res de AGL no l ei te p asteurizado pelo ejetor de vapor ( Surhen, 1 9 8 1 ) Chi lliard ( 1 9 8 2 ) , relata que entre as Iipólises induzida e espontânea existem interações e que os limites entre elas não são bem definidos. Ambas as formas são devidas às Iipases naturais do leite. Para que a lipolíse possa se desenvolver, deve-se iniciar uma deterioração minima da membrana do glóbulo de gordura, que pode ocorrer pelo seu con � Tratamento Fervido Teste Fosfatase* Cru Ejetor + + HTST + + + Peroxidase* + *média obtida de quatro observações 3.2.Composição físico-qu ím ica do soro do queij o Gorgonzola fri amento d o leite q u e leva c o n s i g o u m a cris talização dos triglicerídeos . 3.1.1 Fosfatase Alcalina e Peroxidase Os resultados relativos à composição média Para se verificar a eficiência da pasteurização do soro dos queijos tipo Gorgonzola fabricados com leite pasteurizado pelos sistemas HTST e ejetor de do leite, são usados os testes de peroxidase e fosfatase vapor se encontram na (Tabela 3 ) . alcalina. O teste de fosfatase alcalina será positivo se a temperatura de pasteurização ou se o tempo de Da mes ma forma que n o leite, q u ando se analisa o soro dos queijos, observa-se redução nos e x p o s ição for l igeiramente i n ferior ao mínimo valores de acidez, gordura, sólidos totais e den requerido (Sotbberup, 1 9 85). Pelos dados da Tabela 2; pode-se observar que no leite pasteurizado pelo s istema HTST, a fosfatase alcalina foi ausente, indicando que o sistema de pasteurização foi eficiente. A fosfatase é inativada em temperaturas superiores à s idade ; quando o queijo é elaborado com leite pas teurizado pelo sistema ejetor de vapor. Essa redução é devido à incorporação de água no leite, a qual é perdida no s oro . Comparando os teores de gordura no soro, noc, o que justifica sua presença no leite pasteu rizado pelo sistema Ejetor de vapor, que atingiu a temperatura de 6 8 °C. Resultados semelhantes foram observa-se uma diferença acentuada, o que nos leva encontrados por Ventura e Rusig ( 1 9 84); esses autores Ejetor de vapor. relatam redução elevada de microorganismos no leite p asteuri zado pelo s istema ej etor de vapor sendo portanto mais indicado que o uso de leite cru. A peroxidase, por ser mais termoresistente que a fosfatase, permanece ativa, devido ao fato de Os resultados obtido s estão de acordo com os encontrados por Ventura et aI. ( 1 9 8 4) . S egundo 1 , 1 86125 a concluir que a perda de gordura é bastante inferior nos queijos fabricados com leite pasteurizado pelo Furtado e Lourenço Neto ( 1 994), a menor perda de gordura no s oro do queij o fabri cado com leite pasteurizado pelo Ejetor é devido à ruptura parcial e h o m o g e n e i z a ç ã o d o s g l ó b u l o s de gordura causados pela turbulência de aquecimento. Tabela 3 - Resultados da composição média* do soro do queijo gorgonzola com seus respectivos erros-padrão. CJ (f) o " Q) " ... o no leite cru, fervido e pasteurizado pelos sistemas HTST e Ejetor de vapor. 1 ,425 1 ,5 E '(3 ,< Tabela 2 - Testes de Peroxidase e fosfatase alcalina tato com glóbulos de ar ou diretamente por forças mecânicas provo cadas por agitação ou pelo res suportar tratamentos térmicos mais elevados, que os utilizados na pasteurização legal. 2 Pág. 1 9 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 5 3 : 1 5-22, 1 998 SORO CORTE 0,5 pH O 6JETOR CRU HTST - Teores de ácidos graxos livres (meq/l) encontrados no leite crú e e leite pasteurizado pelos sistemas HTST e Ejetor de vapor. SORO PONTO Ej e t o r HTST Ej e t o r HTST 6.3 5±0.050 6 . 2 7 ± 0 . 024 6 . 1 2 ± 0 . 07 3 5 5 . 9 4±0 . 0 5 7 1 acidez(OD) 1 2 .50±0.470 1 4. 25±0. 1 77 1 4. 3 3 ±0 . 8 3 0 1 9 . OO±O. 000 densidade 24.53±0.776 26 .95±0.455 2 3 . 8 5±0.205 27 .08±0.426 gordura(% ) 0.30±0 .047 0.80±0. 02 1 ES T ( % ) 6 .65±0. 1 45 7 . 44±0. 1 42 Figura 1 * médias obtidas de quatro observações digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 20 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 1 5-22, 1 998 3.3. Retenção dos componentes na coa lhada e rendimento Os rendimentos de fabricação (l de Ieite/kg de queijo) e os valores médios das porcentagens de transição de gordura sólidos totais; são apresentados na tabela 4. De acord o com os d ad o s enco ntrad o s na tabe la 4 , c om parand o-se os val ores médi o s dos rendimentos (l de leite/kg de queijo) observou-se rend imento s uperior nos queij os fabricados com e 5 0 . 8 4 % p ara o q u e ij o fab r i c a d o com l e i t e pasteurizado pelo ej etor de vapor, enquanto que para queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema HTST, os valores foram 72.3 1 % e 46 .62%. Antila, Hakkarainem, Lappalainem ( 1 9 8 2 ) , en con traram val ores médios de tra n s ferência de gordura de 8 8 .7% e 8 8 . 1 % para os queijos Edam e Emmental res p e c ti vamente . S eg u n d o Ern s tron ( 1 98 0), quando o leite é previamente homogenei leite p asteurizado pelo s i s tema ejetor de vapor (7.26%), em relação àqueles fabricados com leite zado, ocorre um aumento de retenção da gordura na c o alhada. A v ariação d o s val ores p o de ser exp li cada p o r d i ferenças na tecnologia de e l a boração de queijos de diferentes tipos. pasteurizado p e l o s i s tema HTST ( 7 . 7 2 % ) . Re s u l t ad o s s u p eri o re s fo ram e n c o n t rad o s por Furtado, Wo l fs ch o o n - Pombo e Ventura ( 1 9 8 8 ) ; que analisando queij o Prato fabricado com leite Furt a d o , Wo l fs c h o o n - P o m b o e Ve n t ura ( l 9 8 8 ) ;relatam que a introdução direta de vapor no aquecimento do leite (UHT e Ejetor de vapor), pro voca efeito similar à homogeneização e consequen pasteurizado p e l o s si stemas ej etor de vapor e HTST, e n c o n traram rendi m e n t o de 1 2 . 1 3 % e 1 1 . 5 3 % re s pe c t i v amente ; o q u e c o n firma ren dimento s u perior q u an d o o s i s tema de pasteu temente o queijo resultante apresenta um alto teor de gord ura e textura própria. O aumento de rendi mento observado nos queijos fabricados com leite pasteurizado pelo ej etor rização usado é o Ejetor de vapor. Ventura et aI. ( 1 9 8 4 ) , verificaram um aumento de rend i mento no queijo Prato quando este é fabricado com leite pasteurizado pel o Ejetor de vapor e esses mesmos de vapor; pode ser explicado pelas diferenças obser vadas nas porcentagens de transição de gordura entre os tratamentos. autores atri buem o aumento de ren d i mento ao maior aproveitamento dos constituintes do leite. CONCLUSÕES O aumento de re nd imento o bservado n o queijo Prato fabricado c o m leite pasteurizado pelo sistema Ej etor de Vapor pode estar relacionad o a o grau de dil uição do leite e do próprio s istema de aquecimento empregado e à maior retenção de gordura na coalhada (Furtado, Wolfschoon-Pombo e Ventura, 1 9 8 8 ). Na tabela 4, observa-se as porcentagens de transi ção de gordura e sólidos totais (EST) n a coalhada; foram encontrados valores superiores para - - - o queijo fabricado com leite pasteurizado pelo sistema Ejetor de Vapor (92.05% e 53 .51 %, respectivamente) em relação aos encontrados para o sistema HTST ( 8 1 . 5 0 % e 5 1 . 0 6 % , respecti vamente ) . Furtad o , Wo l fs c h o o n - P o mb o e Ven t u ra ( 1 9 8 8 ) ; a v a l i a n d o q u e ij o Prato e n c o n t raram valores de transição de gordura e EST de 82. 84% - O leite pasteurizado pelo sistema ejetor de vapor, possui teores mais elevados de áci Rendimento * HTST 7.72±0.295 7.26±0.085 8 3 .60± 1 .634 92.05± 1 . 058 % transição.de sóI. totais 5 1 . 06± 1 . 8 3 1 5 3 . 5 1 ±0.634 M u l t i - c l o t t i n g e nzymes a n d their action i n - Fu n d a mentais of Dairy Chemistry. 2.ed. The AVI Publishing ERNSTROM, C . A . Company, Westp ort, 1 9 8 0 . F U RTA D O , M . M . queij os. 1 .e d . 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O emprego desse sistema pro porcionou um melhor aproveitamento de gordura e sólidos totais no queijo, quando comparado com o sistema HTST. O soro proveniente do leite pasteuriza do pelo si stema ejetor de vapor, apre % transição de gordura médias obtidas de quatro observações. p . 6 9 5 - 7 1 2, n o v o 1 9 8 2 . Cow milk with 3,8% o f fat content submitted to a thermization (65°C/ 1 5 sec.) was maintained in a vat at temperature between 6 and 8°C overnight. Utilizing a diversion valve, the milk was divided into two parts, the first one was conducted to a HTST system and pasteurized at noc for 15 seconds and the second to a steam ejector system and pasteurized at 68°C for 3 to 5 minutes. Due to an incorporation of water in the milk pasteurized by the steam ejector system (from 7 to 1 2 %) there was a reduction on acidity (9%), fat content (9,5%), total solids (9,7%) and density ( 1 1 ,5 %) compared to the milk treated by the HTST s ys tem. The crioscopic indexes in creased about 9,4%, whereas the pH values were not altered. The globule fat of the milk pasteurized b y t h e steam ejector system presented more disperse, and because of that, this fat had higher content of free fatty acids. It was observed on the whey from the milk treated by the steam ejector system, a reduction on the values of acidity ( 1 3,4%), total solids ( 1 0, 6 % ) density (8,9%) and fat content (62%). The results can be explained by the incorporation o f water in the milk pasteurized by t h e steam ejector system and the higher retention of fat in the curd. A S S O C I AT I O N OF OFFICIAL A N A LYTICAL CHEMIS TRY. Official methods of analysis. 1 2 .ed. Washington, 1 094p. 1 995. Tabela 4 - Rendimento (l de leite/kg de queijo) e retenção de gordura e sólidos totais do leite pasteurizado pelos sistemas HTST e Ejetor de vapor na fabricação do queijo tipo gorgonzola, com seus respectivos erros padrão. Parâmetros D airy Research, C a m b r i d g e , V. 4 9 , n . 4 , SUMMARY dos graxos livres. Os glóbulos de gordura do leite pasteuri zado pelo sistema Ejetor de vapor se apre sentaram menos aglomerados, que os do sentou menor perda de gordura. Pág. 2 1 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, n° 305, 53 : 1 5-22, 1 998 S ecretaria de Inspeção de Produtos Animais . Brasília, 1 990. p .ir. B RAS IL. S ecretari a Nacio n al de Defesa A gro pecuária. Laboratório Nacional de Referência Animal. Métodos analíticos oficiais para FU RTA D O , M . M . ; W O L FS C H O O N - P O M B O , A . F. Fabri cação d e q ue ij o prato e mi nas : estudo do rendimento. Parte I - Determinação das cifras de transição. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, V. 34, n . 205, p . 3 - 9 , S et./Out . 1 97 9 . W. Dairy 1 . e d . The AVI Publishing Company, Westport, 1 98 1 . H A R PER , C H ILLlARD, Y. 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Pág. 23 "ELABORACION DE BEBIDA ISOTONICA DE PERMEADO DE ULTRAFILTRACION DE LACTOSUERO" VEN � URA, R.F. ; RUSIG, O. Ejetor de vapor SIstema de pasteurização de leite destinado à fabricação de queijos - 5" parte. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, Y.39, n.23 1 , p. 1 7-24, Jan./Fev. 1 984. Bach. Guillermo Pérezl Bach. Damián Rodríguezl Bach. Gustavo Sundbergl I.Q. Jorge Castro2 y 3 I. Q. Patricia Lema2 Téc. en Lech. Alfredo González3y 4 _ VEN � URA, R.V.; RUS IG, O . Ejetor de Vapor Sistema de pasteurização de leite destinado à fabricação de queijos - 8" parte. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, V.39, n.236, p.2 1 -28, Nov./Dez. 1 984. _ RESUMEN EI objetivo deI presente trabajo es desarrolIar y optimizar una bebida isotóruca en base a permeado de ultrafiltración de lactosuero dulce. EI trabajo comienza citando las propiedades fisiológicas que presenta una bebida isotónica para la utilización de deportistas, y cuales de estas propiedades son factibles de obtener con el permeado de ultrafiltración. A partir de la composición dei permeado de ultrafiltración y buscando lIegar a una formulación que sea organolépticamente aceptable con las propiedades fisiológicas deseadas, se realizar! una serie de pasos como ser hidrólisis enzimática, ajustes de pH, adición de conservantes, saborizantes, etc .. Obtenida una primera aproximación de la bebida, se realiza una optimización de ésta mediante el disefio experimental utilizando como método de evaluación de análisis sensorial, involucrando en este análisis diferentes paneles de degustación. Se concIuye, a partir de los resultados de los ensayos realizados, que la bebida no presenta diferencia sigruficativa con una bebida isotónica presente en el mercado y que los niveles de agrado fueron aceptables. VEN �URA, R.F. ; RUSIG, O. Ejetor de Vapor SIstema de pasteurização de leite destinado à fabricação de queij os - 1" parte. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, Y.38, n.226, p.3-1 6, Mar./Abr. 1 983. _ . WOLFSCHOON-PO M B O , A . F. ; FURTADO M.M. Changes in soluble nitrogen, pH e lacti� acid during ripening of chabichou-type cheese. Journal of Food Protectio n . lowa, V.42, n . 8 , p . 666-669, ago 1 97 9 . WOLFSCHOON-POM B O , A .F. ; CARVALHO F.A. de; FISCHER, R . Ácidos graxos livre� no leite de plataforma. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, V.4 I , n.224, p.8- 1 2 , mar/abr 1 9 86. WOLFSCHOON-POMBO, A.F. ; FURTADO, M.M. Uma tecnologia a ser preservada: o queijo prato da região sul de Minas Gerais. Revista Brasileira de Tecnologia, v. l4, n.5/6, p. 50-54, setldez 1 983. FUNDAMENTO TEÓRICO En los últimos anos se han desarrollado y promocionado numerosas bebidas y formulaciones para deportistas que hacen hincapié un su condición de ser isotónicas, por lo que se las ha llamado bebidas isotónicas . Este tipo de bebidas se promocionan como bebidas que cumplen funciones fisiológicas y termorregu l ad oras , que previenen desórdenes funcionales y mejoran la performance deI deportista en el ejercicio físico y hace más rápida su reposición. Las principales características que debe poseer una bebida para deportistas son velocidad de absorción rápida, regulación de electrolitos en el plasma por osmolalidad y aporte energético brindado por carbohidratos de fácil degradación y en niveles adecuados. La velocidad de absorción así como la cantidad ingerida se incrementan con la presencia de glucosa y sodio en el fluido, debido a que ambos juegan un papel importante en el transporte de compuestos a través de la pared celular. La regulación de electrolitos en el plasma sanguíneo se obtiene adicionando pequenas cantidades de sales presentes en el plasma, 1 Y esto ayuda tanto a prevenir los desbalances provocados por la eliminación de sales en la transpiración como a retener agua en el espacio extracelular sin inhibir la sed, como lo hace el beber agua pura. Por último investigaciones realizadas han indicado que la performance en el ejercicio mejora cuando el consumo de carbohidratos, en especial glucosa, es de 25 - 30 gramos por hora. Este consumo recomendado por ACSM ( 1 985. American CoIlege of Sports Medicine), sugiere que sea logrado con s o l u ciones de concentraciones entre 4 - 8 % , realizando ingestas d e I 1 5 cm3 a 230 cm3 cada 1 5 a 20 minutos durante la realización deI ejercicio. Se puede apreciar que aIgunas de las carac terísticas que presenta una bebida para deportistas están presentes en permeado de ultrafiltración de lactosuero dulce las cuaI(;!s se pueden apreciar más adelante en los cuadros C.E. l , C.E.2 y C.E.6. Es por ello que a partir dei permeado se realiza uh trabajo con el fin de brindar las cualidades buscadas y a su vez otorgarle a la bebida características organo lépticas aceptables que j ustifiquen su elaboración y comercialización. 2 Facultad de Ingeniería, Departamento de Proyecto Industrial, Universidad de la República, Uruguay. 3 Laboratorio Tecnológico deI Uruguay, Sector Lácteos. 4 Asesor técnico privado (en la actualidad). digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, na 305, 53: 23-28, 1998 Pág. 24 Para determinar la composición en minerales q�: presentab� el permeado de ultrafiltración obte �� 0 se le . �eahz� �n análisis por espectrofotometría b sorc� on atomIca llama aire-acetileno, determinan� o as � � a composición en electrolitos deI per mead o utIlIzado. Este análisis es importante debido a que I as ' agregados de sales en la reque s �r!'as rea I Izan paraCIOn deI queso, y muchas de éstas perman:cen TRABAJO EXPERIMENTAL En primera instancia se realizaron análisis de . . c omp � s IclO, � ?el lactosuero y permeado de ultra . , utilIzados los cuales se aprecian en lo s fIltracIOn ��;dros C.E. I y C.E.2. Adernás se presentan dos cu. s, C. � . 3 y � .E.4., con datos bibliográficos de .; . compos I � I on lOn ica dei plasma sanguíneo y de . , composIcIOn de diferentes tipos de Iactosuero. . . , de los principales minerales en el permeado de ultrafiltración Cuadro C.E . 1 - ComposIclOn CONCENTRACIÓN (g./L) ELECTROLITOS EN PERMEADO DE ULTRAFILTRACIÓN CATIONES ANIONES Sodio Potasio Caleio TOTAL 0,50 0, 1 5 0,25 0,90 NO SE DETERMINÓ . . , de macronutrientes dei Iactosuero en las d'f I erentes etapas. Cuadro C.E.2 - Análisis de composIcIOn MUESTRA % DE SÓLIDOS TOTALES % LACTOSA % DE GRASAS % PROTEÍNA Lactosuero 6, 1 7 6,09 4,99 1 1,50 4,62 4,67 4,50 6,00 0,23 0, 1 2 0,86 0,84 0, 1 5 4,3 1 Permeado Concentrado - 0,85 fuente: Ensayos realizados en laborato no dei sector Lacteos deI LATU. Cu adro C.E .3 - . ., ComposIcIOn de los principales minerales en plasma sanguíneo. ELECTROLITOS EN PLASMA SANGUINEO CONCENTRACIÓN (g./L) CATIONES Sodio Potasio Calcio Magnesio Cloruros Carbonatos otros 3,26 0, 1 6 0,05 0,0 1 2 TOTAL 3,48 ANIONES 3,68 0,72 0,30 . . fuente: Best y Tay lor " Bases FIsIOlógIcas De La Práctica Médica" sentan en el cuadro C.E . l los en el lactosuero. Se pre principales minerales que los de o porcentajes en pes . c omponen el lact osu ero erv ar en el cuadro C.E . l . Corn o se pue de obs gran cantidad de los mi el lactosu ero presenta una ortista. EI carbohidrato nerales necesarios para el dep no es la forma más reco presente es lactosa, Y ésta ante el ejercicio físi co. dur los mendable de ingerir á la hidrólisis enzimá Para solucionar ésto se estudiar sa. acto gal Y a cos tica de ésta a glu ero, pue de variar La com pos ició n deI lac tosu Iactosueros dul Los ia. dependiendo de su procedenc la elaboración de los de en vien pro ces son los que la cas eín a por la acc ión que sos , don de se precipita em ent e inferior aI de la enz imá tica Y su pH es lev pro vie ne de la pre ci do áci o uer lec he. El lac tos e el agregado de ácidos pitación de la caseína mediant de la lac tosa se ha min era les, en él apr ox. 20% transformado en ácid o láct ico. la tab la sig uie nte la Se pue de obs erv ar en lact osu ero dul ce y un com pos ició n pro me dio de un lactosuero ácid o. 4,70 sistieron en una Los ensayos preliminares con de, reducir el fin el con das liza rea s serie de prueba arnos de forma rápida número de factores Y aproxim ndrán posteriormente a los valores finales, que se obte l. enta erim en el di seno exp se rea liza n se Los ens ayo s pre lim ina res queson, hid róli sis que pueden div idir en tres par tes, Cua dro C.E .4 _ Com pos ició n típica de lactosu CO MP ONENTE Extracto Sec o Materia Nitrogenada NP N Lactosa Cen izas Grasa Fosfatos Cal cio Sul fatos Ma gne sio Sodi o Pota sio Cloruros Lactato pH Pág. 25 53: 23-28, 1 998 RES ENSAYOS PRELIMINA '. . fuente: Análisis realizados por e I S ector AnahsIs Instrumental dei LATU. Lactosuero descremado Tostes", SetlDez, na 305, Rev . Ins t. Latic. "Cândido n sen sor ial y aná lisi s de la · lac tos a, aproxi ma clO mic rob ioló gic o. LA CT OS A HIDRÓLISIS DE LA fundamento de una Corno se me nci onó en el de glucosa corno cia sen pre bebida para deportista, la para el rendimiento físi co. carbohidrato es importante desarrollar se hidroli zará a ida beb Debido a eso en la suero. Esta hidrólisis se la lactosa presente en el l acto utilizando lactasa. tica imá enz a realizará de form de la lac tas a neutra o átic em EI nom bre sist oside galactohydrolase con utilizada pfizer es: �D-Galact grado alimenticio pre asa lact una Es IUB N° 3.2 .1 .23. is. candida pseudotropical parada a partir de levadura C, 40° Y °C 1 3 re ent Presenta actividad ópt ima . 7,0 Y ent re pH 6,2 Y ayo s con lactasa Se realizaron diferentes ens rentes con di dife ad en para determinar su activid cen tra ció n. Para ello se cio nes de temperatura y con líqu ido de alta presión rafo analizaron en un cromatóg de hidrolizadas determi(HPLC) las muestras luego actosa. gal Y a nando lactosa, glucos lactasa sobre perDe los ensayos realizados con con una con que a erv obs se ión trac meado de ultrafil asa por litro lact de os ilitr mil centración superior a 0,75 peratura tem y pH de s de permeado en las condicione tota l. nte ame ctic prá es sis róli de trabajo la hid decidió utilizar para A partir de estos resultados se concentración de lactasa la preparación de la bebidas una meado. El fin deI exceso per de litro de 1 ,00 mililitros por rólisis del 1 00 % . utilizado es asegurar una hid ero dulce y ácid o. Lactosuero Dul ce (g./L) 66 6.2 0.37 52.3 5 .0 0.2 1 .0 0.5 0.7 0.07 0.53 1 .45 1 .02 6.4 Lactosuero Ácido (g.lL) 64 5.8 0.40 44.3 7 .5 0.3 2 .0 1 .6 0.5 0. 1 0 0.5 1 1 .40 0.9 0 6 .4 4.6 fuente: ILE (abr il 1 996) . digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetJDez, n° 305, 53: 23-28, 1 998 Pág. 26 DISENO EXPERIMENTAL Se busca que la bebida presente una vida útil prolon gada, por l o que se tomaron una s erie de medidas en su formulación. Para un correcto controI bacteriano el pH deberá encontrarse en el entorno de 3,0 a 3,4. La posibilidad de crecimiento de algún microorganismo a pH 3 ,0 queda restringida a leva duras y hongo s . EI control de levaduras y hongos se realiza con sorbato de potasio , que ai pH existente controla como ácido sórbico. En el desarrollo de la bebida se utilizó el di seno de experimentos para optimizar los factores que intervienen en el agrado de ésta y que eran posibles modificar, tales como; acidez, dulzor, cantidad de espesante y de saborizante. DISCUSIÓN DE RESULTADOS Cuadro C.E.5 Membranas - U � N ULTRAFILTRA CIÓ Temp. 50° C ración : 1 /6 Relaci ón de con cent PERMEADO DE N ULTRAFILTRACIÓ datos obtenidos en un panel de evaluadores no experimentados seleccionados al azar, N PASTEURIZACIÓ en donde se les cuestionó acerca deI agrado general de las dos muestras. C Cal ent ami ento a 50° sis róli Hid p ara detener la - La bebida presenta una calificación de "me gusta ligeramente" según los reales consumidores (deportistas luego de ha ber realizado ejercicio ' físico). Esto se concluye luego de procesar estadís ticamente los datos obtenidos en un paneI de depor tistas luego de haber realizado ejercicio físico, en donde se cuestionó el agrado general de la bebida. Cabe destacar que una bebida de este tipo se consume con la finalidad de lograr una reconstitución HIDRÓLIS IS DE PERME AD O ) - S ab oriz ante Especificaciones de membranas dadas por el fabricante. Capacidad en Tipo de corte agua Lts./m2/h. GR6 1 PP 20.000 250 - 350 pH T( ° C) P(bar) 1 - 13 0 - 75 0 - 15 --- Sorbat o de Potasio FORMULACIÓN � Ác. Cítr ico CONDICIONES DE TRABAJO pH Edul cor ante Artificial DE LA BE BID A Condiciones de trabajo para el equipo de ultrafiltración y el lactosuero. Temperatura E CON CENTR ADO ? N CIO RA ULTRAFLT l uego de procesar estadísticamente los Peso molecular Cuadro C.E.6 L _ ______ I Esto se concluye con un 95% de confianza Membranas utilizadas: DDS, GR 6 1 PP Material : polisulfona Área de trabajo : 0,396 m2 (área total) condiciones de trabajo son las presentadas en el cuadro C.E.6. ) i�� � R - La bebida no presenta diferencia en el agrado general con respecto a una be bida similar comercializada en el mer cado (Gatorade®). 1 La materia prima para realizar la bebida es permeado de ul trafi ltración de lactos u ero dulce fresco. Para ello se trabajo con un lactosuero de quesería cedido por la firma LACTOSAN S . A . . Este lactosuero se descremó y a que este proceso no se había realizado por parte de la firma proveedora. La descremadora utili zada (Westfalia Separator TA05-00- 1 05/ 1 2000rpm) para el descremado deI lactosuero deja un 0, 1 % de grasa residual. El lactosuero descremado se ultrafiltró con el equipo y membranas detallados anteriormente. Las C __ Las evaluaciones sensoriales realizadas a la bebida, luego de optimizada, nos permiten extraer dos importantes conclusiones, ellas son : Para realizar la ultrafiltración se utilizo un equipo pi loto de ultrafiltración, DDS-NAKS KOV LAB-U NIT 20-0,72, equipado con un m0 ulo de once pIa tos y sus correspondientes membranas . . LACTO SUERO DULCE FRES CO ANÁLISIS MICROBIOLÓGICO MATERIALES Y MÉTODOS RI" Pág. 27 23-28, 1998 , Set/Dez, n° 305, 53 : I . " Cândido Tostes" mst. L at'c 50°C 6,3 - 6 , 5 Presión entrada 6 bar Presión de salida 4 bar Relación de vol úmenes finales 5:1 Velocidad por unidad de área (Lts./m2/hr. ) 1 2 ,4 Compresión dei módulo (Bar) 430 Has ta pH = 3.0 1 0EBIDA� digitalizado por Espesante ) arvoredoleite.org Pág. 28 Rev. lnst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 23-28, 1998 físi � a y no simplemente por agrado, por lo que se �ntlende que una aceptación dei tipo "me gusta hgeramente" es aceptable. SUMMARY The pu :pose of this work is to develop and to . . optImlze an Isotonic drink based on lactoserum permeate by means of uItrafiltration. -:he work begins quoting the physiological propertles of an isotonic drink in order to be used by sp ortsmen, and which of them are feasible to obtam from ultrafiltration. permeate. From the ul trafiltration composition and . lo �kmg fo � a suitable formula from the organoleptic POI � t of vlew, but also with the desired physio. 10gICal propertIes, aseriries of steps are performed. Some of them are enzimatic hydrolisis, pH adj us tement, preservers and flavorings addition, etc. Grasas Carbohidratos Proteína Minerales: Calorías :"hen·a first approach to the drink is obtained, an lm �rovement of it is performed by means of ex perImentai design, using sensory analysis as the evaluation method. �rom the results obtained it is concluded that �hls. d :mk .has no significant difference with any ISOtOntC dnnk available in the market. INFLUÊNCIA DA RELAÇÃO CASEÍNA/GORDURA NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO QUEIJO PRATOl Luiz Carlos Gonçalves Costa Júnior2 Adão José Rezende Pinheiro3 CONCLUSIONES En resumen se puede decir que con la for mulac! ón alcanzada, se l ogra una bebida para deportIstas, a partir de permeado de uItrafiltración, que presenta una buena aceptación y no difiere r�specto aI agrado general con las bebidas deI mismo tIpo presentes en el mercado. La información nutricional de la bebida elaborad � Con el permeado de ultrafiltración y l � , aIcanzada es la siguiente. formulaclOn INFORMACIÓN NUTRICIONAL Sodio Calcio Potasio Pág. 29 Rev. lnst. Latic. "Cândido Tostes", SetIDez, n° 305, 53: 29-49, 1 998 0.0 g/100cm3 4.5 g/100cm3 1 50 mg/100cm3 50 mg/1 00cm3 25 mg/l 00cm3 1 5 mg/l 00cm3 20 Calorías/l 00cm3 RESUMO No presente trabalho elaborou-se queijo Prato, usando-se leites padronizados com base na relação caseína/gordura (C/G), no intervalo de 0,68 a 0,80. Foi efetuada a adição do creme, oriundo do mesmo leite, para acertar as relações desejadas na fabricação. Os queijos fabricados foram analisados durante os 40 dias de maturação, quanto às características físico-químicas. De acordo com os resultados obtidos, notou-se que a relação C/G do leite influiu de maneira inversamente proporcional no rendimento do queijo e diretamente na perda de gordura no soro. A relação C/G do leite influiu de maneira inversamente proporcional no extrato seco total e na relação sal/umidade dos queij os . Houve influência d a relação C/G n a umidade dos queijos, devendo se ressaltar que a relação 0,79 C/G é a máxima para o limite superior exigido pela legislação vigente, que é de 45,9%. Aspectos físico-químicos como teor de sal, acidez, pH, índices de proteólise e lipólise, não foram alterados pela relação C/G do leite, alterando-se, porém, com o decorrer da maturação, à exceção da acidez e do teor de sal. O percentual de gordura e a gordura no extrato seco (GES) apresentaram comportamento inversamente proporcional à relação C/G do leite, podendo prevê-los por meio de equações. A relação C/G 0,76 foi definida como sendo o limite máximo para atender o mínimo de GES exigido pelo Mercosul e pela legislação brasileira. Verificou-se que a relação proteína bruta/gordura e a umidade na massa desengordurada do queijo (UMDQ) dependem da relação C/G do leite. Para adequar o queijo Prato às exigências da legislação brasileira e do Mercosul, bem como para obter maior rendimento na fabricação, recomenda-se trabalhar com uma menor relação C/G, o u seja, pode-se optar por leite integral na fabricação para obter maior rendimento, além de boas características físico-químicas. 1. INTRODUÇÃO * Atualmente, o queijo Prato é o segundo mais consumido no B rasi l, ficando atrás somente da Mussarela. Observa-se uma tendência, cada vez maior, no seu consumo de forma indireta, ou seja, em sanduíches etc. Em 1 992, a produção do queijo Prato em laticínios, sob Inspeção Federal (S.LF.), foi de 45 mil toneladas, o que corresponde a apro ximadamente 24% da produção total de queijos do País. Dentre algumas características do queijo Prato, podem-se destacar o seu sabor suave e a sua consistência macia, por se tratar de um queijo de massa semi-cozida e lavada. A fatiabilidade deste queijo é outro fator relevante. O seu rendimento de fabricação situa-se por volta de 9,0-9,5 litros de leite/kg de queijo. A presença ou não de olhaduras varia conforme a cultura lática usada, do tipo "BD" ou "O", respectivamente. Dentre as variedades do queijo Prato, podem-se destacar: lanche, estepe, bola e cobocó. 2 3 Por ter lima enorme i mp ortân c i a na in dústria laticinista brasileira, o queijo Prato, ainda nos dias atuais, é c arente de alguns detalhes tecnológicos que poderiam torná-lo mais cons tante quanto à qualidade, ao longo do ano, dentro do País e também dentro de uma mesma indústria. Conseguir um produto de qualidade uniforme em qualquer época do ano é a meta que as indústrias de laticínios devem almejar, pois com a implan tação do Mercosul os produtos de qualidade su perior terão a' preferência do consumidor, além do fato de esse mercado e stabelecer algumas normas de padronização de queijos, como o mí nimo de 45 % de gordura no extrato seco (GES) para o Prato e s uas variedades . Portanto, se na fabricação de queijos não se atentar para tais fatos, muitos laticínios não terão condições de competir nos mercados interno e externo. O objetivo principal deste trabalho foi es tudar a influência da relação caseínalgordura (C/G) nas características físico-químicas do queijo Prato, Parte do trabalho de tese do primeiro autor para obtenção do título de "Magister em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa. Professor do CT/ILCT da EPAMIG . Professor PhD do DTA/UFV, orientador da tese. digitalizado por Scientiae" arvoredoleite.org Pág. 30 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", SetlD ez, n° 305, 53: 29-49, 1 998 mini miza ndo as vari açõe s com posi cion tente s no mercado cons umid or bras ais exis ileir o e ao mesm o temp o, visa ndo enqu adrá-lo nas nor� as . de qual Idade requeridas pelo Mercosul . Den tre outr os obje tivos estud ados , pode mse dest acar : A padr oniz ação da relação C/G em lei tes dest inad os à fabr icaç ão do q ueij o Prat o, conh ecen do-s e o teor de case ína do leite pelo méto do do formol e o da gordura pelo método Gerber, uma vez que este s são perf eitam ente aplic ávei s às indú s tr� as queijeira s naci onai s, por , dos, de serem rapl baix o custo e apre senta rem confiabil idade dos resu ltl;ldo s. A utilização da relação C/G como um dos recu �sos para padronizar o queijo Prato, cons Iderando as diferenças sazo nais de com posi ção do leite que ocorrem dura n te o ano, a exemplo do período da seca e o das çhuv as, entre raças etc. A utilização da relação C/G para ajustar outros parâmetros, com o teor de gord u ra e GES no produto final. A verificação de qual é a melhor relaç ão C/G �m termos de índices de matu ração e propnedades físico-químicas do quei jo. 2. REV ISà O DE LITERA TURA 2.1. Informações gerais sobre o queijo Prato Intro duzi do no B rasil por imig rant es dina marques es, por volt a da déca da de 30, na região sul do Esta do d !"finas Gera is, o quei jo Prato é � supo stam ente ongInado do queijo tybo cUJ·o paIs ' . , · em e a DInamarca (FURTA de orIg DO, '1 984; ALB UQUERQ UE, 1 9 86). qu �ijo Prato é de grande popu larid , e �?fabn ade no PaIs cado em todas as regiões brasileiras. Esta de � omm ação , Prat o, com pree nde aind a outras varIedades, tais como o qúeijo tipo lanche (de forma r�tangular e com peso variando de O" 5 a 1 O kg) , o tIpo cob oco' (de forma cilíndrica e peso médio de 1 , kg) e o esférico ou bola (de 1 ,8 kg) (AL BU Q ERQU�, 1 9 � 6) . Outros queijos, com o o estepe e . o gouda, sao mUlto sImilares ao Prat o (ALVES, 1 995). De acordo com a Portaria nQ 358, de 4 de sete mbr o de 1 997, do Min istér io da Agr icult ura � ue esta bele �eu o Reg ulam ento Técn ico de Iden � tldade e � uahdade do Queijo Prat o, o mesmo deve . ser clas sIfIc ado como gordo e de méd·la uml·d ade, cla SSITIcaç a o e ta previamente edita � da pelo Reg u, lam �n to Tec nIco de Iden tida de e Qua lida de de QueIJos (Portaria nQ 146, de 1 1/3/9 . . 6 , do M·InIS t'eno da Agricultura). � 2.2. Prod ução e cons umo de q ueijo s no Bra sil De todo o leite produzido no B rasil , aproxi mada�en �e 25% se destina à fabricaçã o que atmgIu, no ano de 1 993, 3 1 0.00 de queijos, 0 tone lada s Seg u,n do a ASS OCI AÇà O B RA S ILE IND USTR IAS DE QUE IJOS - ABI IRA DA S Q ( 1 995) ano de 1 995 houv e um aum ento de 33% no �o:� . . sum o de queIJos no Bras il, atingindo 3 90 a 400.000 toneladas. � . queijo Prato cont ribu iu com 1 9% do total de queI Jos produzidos e impo rtados no País logo após a Mus sarela (33% ) e à frente do Min as' Frescal ( 1 6% ). 2.3. Varia ção da com posi ção do lei te 0 está gio de lacta ção exer ce uma conside, . rav � l , In fluê ncia no teor das prot eína s do leite partlc � larm ente no iníc io e próx imo ao fina l d � lactaç ao. Du rante a tran siçã o do colo stro para o . . lelt� , � �uantldad e de proteína total cai rapidamente n � � nICl O e depo is mais lenta men te, até que um . mInI mo seja alcançado em cinco a dez semanas após o �art� . A quantidade tende a crescer vagarosamente . �te proxlmo do fim da lactação, quando um aumento Inte nso ocor re, o qual pare ce ser depe fato de o anim al entrar em gestação nden te do (FURTAD O 1 � 89). Esta vari ação na com posi ção quím ica d� leIte , ao long o do perí odo de lacta ção, afet a . espe cIalm ente os seus teor es de case ína e gordura (��RTA DO, 1 990) . Dura nte esse período, o coe fIcle�te � e c ?rrelação entre os teore s de protema � baIXO (0,44) e a caseína total gordura e corresponde a, ap �oxlmadamente, 79,5 % (m/m ) do N-pr otéic o do leIte (WALSTRA e JENNES S, 1 984) � s fl u t u açõe s na re l aç ão C/G. dura nte de :erm Inad os período s do ano pod em bU ldas � fato �es de man ejo do gado ser atri , com o ali men taça o de Inve rno e past agem de prim avera (CH APM AN, 1 9 8 1 ) . ° desbalanceamento da relaç ão C/G no leite durante determinados períodos do ano exem p I o, o aum ento de gord ura em ' com o , por relaç ão aos teores de caseína, é dado por mudança s lactacionais uma vez que muitos animais pode m apresentar-s � . em fIm de lactação (CH APM AN, 1 98 1 ). . . No tocante ao rendimento da fabricação de queI Jos, a va�iação sazonal da com posi ção do leite exer ce uma Influ ênci a sign ifica ti va ( PHE LAN 1 98 . 1 ; F� RTA DO, 1 9 89). Esta vari ação tamb é � Influ enCI a o teor de GES dos quei j os (AL VES 1 995) . Em decorrência dess as vari açõe s sazo nai; nos co �pone ntes do leite , ocorre uma alteração no rend Imen to da fabricação dos queijos, muit o d�pend ente dos teor es de prot eína e gord ura do leIte e que nem sem pre pode m ser com pens ados pelo aum ento no teor de umid ade dos prod utos , Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, n° 305, sob pena de alterar suas características finais (FU RTADO, 1 98 9 ) . 2.4. C as eínas d o leite As caseínas são consideradas um grupo de fosfoproteínas específicas do leite, apresentando baixa solubilidade em pH 4,6. São constituídas de micelas de 40 a 300 nm de diâmetro. As mi celas s ão formadas por submicelas, gro sseira mente esféricas, contendo agregados de diversas moléculas de caseína, com a s eguinte relação: [a.s . : a.s2: (f}+'Y): lC= 4: 1 :4: 1 ,3], mantidas unidas por interações hidrofóbicas e pontes salinas. O fosfato de cálcio amorfo liga as submicelas entre si, com participação de ésteres fosfatos. Desta forma, quase todas as regiões nas moléculas de caseína têm mobilidade restrita. A porção carboxi-terminal da lC-caseína está, predominan-temente, presente como filamentos flexíveis, orientados para o exterior da micela. Nem todas as micelas possuem k-caseína (WALSTRA, 1 990). 2.5. G ordura do leite A gordura é um dos principais componentes do leite, podendo sua importância ser atribuída a quatro aspectos pri ncipais: econômico, nutri cional, s ensorial e físi co-químico (JENNESS e PAT TO N , 1 95 9 ) . A matéria gorda d o leite apresenta-se n a forma d e pequenos glóbulos , de t amanho entre 0, 1 e 1 5,0 J.Lm (WALSTRA e JENNESS, 1 9 84). Os glóbulos são protegidos por uma membrana lip oprotéica de e strutura bastante complexa, consti tuída por triglicer ídeos ( 9 5 - 9 6 % ) , di e mono-glicerídeos ( 1 , 2 8 - 1 , 6 3 % ), fos folipídeos (0,8 - 1 ,0%), esteróis (0,22-0,40%), ácidos graxos livres (0, 1 -0,4%), vitaMinas A, D, E, K e traços de carotenóides, e s qualeno e e s fi ngolipídeos ( KURTZ, 1 974). As propriedades físicas do leite e de s eus derivados, como cor e viscos idade, são influen ciadas principalmente pelo estado disperso da gordura (WALSTRA e JENNESS, 1 9 84). Sob o ponto de vista nutricional, Adrian, citado por SIQUEIRA ( 1 984), relatou que a gordura do leite, graças à sua constituição, em forma de glicerídeos finamente emulsionados, e à sua riqueza em ácidos graxos de cadeia curta e média, tem lugar privilegiado dentre as substâncias graxas alimentícias. IBRAHIM et aI. ( 1 957) mostraram que o aumento do teor de gordura do leite resulta em gradual decréscimo na umidade, no nitrogênio total e na caseína, assim como na sua relação C/G. Diversas correlações têm sido estabelecidas entre a gordura e os demais componentes do leite. 53: 29-49, 1 998 Pág. 31 2.6. Padronização do queijo Prato A padronização ou o manuseio da gordura e da caseína do leite destinado à fabricação de queijo pode ser usada para melhorar a sua qualidade e o seu rendimento, além de permitir a eliminação de variações sazonais. Isto faz com que o fabricante tenha melhores oportunidades para' produzir, com regularidade, queijos de boa qualidade, de acordo com os padrões legais. A padronização do leite destinado à fa bricação de queijos consiste no ajuste dos teores de gordura e caseína do leite, para assegurar o atendimento dos requerimentos legais, no que diz respeito ao teor mínimo de gordura no extrato seco (GES), desde que o teor de umidade não exceda o padrão máximo (CHAPMAN, 1 98 1 ) . Muitos países, inclusive o Brasil, não dis põem de legislação que determina a composição química típica de cada queijo, estabelecendo teores mínimos de gordura e máximos de umidade. Há uma tendência generalizada em fixar o teor de gordura do leite, para cada queijo, sem considerar' o seu teor caseínico. Isto só é possível em países com regulamentação pertinente e, assim mesmo, em detrimento da uniformidade do produto, que poderá apresentar v ariações ao longo do ano (FURTADO, 1 990). A ausência de legislação que regulamentava os teores máximos de umidade e mínimo de GES do queijo Prato resultou em desuniformidade deste produto no mercado, mesmo de uma mesma marca, ao longo do ano. A utilização da relação C/G permite que tanto a qualidade quanto o rendimento possam ser padronizados, já que reduz as diferenças em virtude das variações sazonais dos componentes do leite (ALVES, 1 995). Por meio da Portaria nQ 146 de 1 113/96, do Ministério da Agricultura, os queijos gordos devem apresentar teor de matéria gorda no extrato seco (GES) entre 45,0 e 59 ,9%. Os queijos de médio teor de umidade, geralmente conhecidos como dê massa semidura, devem apresentar teor de umidade entre 36,0 e 45,9%. 2.7. R e l a ç ã o C/G n o leite p ara f a bri cação de queij o No leite, a gordura e a caseína estão geral mente correlacionadas, mas como a gordura au menta mais rapidamente que a caseína (o acrés cimo de cada 1 % no teor de gordura corresponde ao aumento de 0,4% no de c aseína) , o balanço entre as duas é geralmente expresso como relação C/G (CHAPMAN, 198 1 ). Segundo FURTADO ( 1 990), a relação C/G tem sido recomendada como um dos recursos para padronizar o queij o Prato , cons iderando as digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 32 Rev. Inst. Latic. "Cândido Toste s", SetlDez, n ° diferenças de comp osiçã o do leite entre as raças, as estaç ões do ano etc. Considerando que a caseína é o componen te do leite que mais afeta a retenção dos dema is, a padro nizaç ão do leite com base na relaç ão C/G ofere ce resul tados basta nte exato s, send o muit o usada nos Estados Unid os na fabricação de queijo cheddar. Este queijo tem o mínimo de 50% de GES e o máximo de 39% de umidade. Para obter de GES desejado, mantém-se a relação C/G o teor na faixa de 0,68 a 0,72, considerando que, geral mente, usa se leite com apro ximadam ente 3 , 8 % de gord ura (BAN KS et aI ., 1 9 84; FURTAD O, 1 990) . Segu ndo FURTAD O ( 1 990) , man tend o-se fixo o teor de gordura do leite, com teor de caseína baixo (relação C/G baixa), o teor de GES do queijo será elev ado; por outro lado , quan do o case ína é alto (rela ção C/G alta) , o teor teor de de GES dimi nui e pode ficar abaixo do míni mo legal. S e g u n d o FURTAD O ( 1 9 9 0 ) , a padr o niza ção da relaç ão C/G do leite requ er apen as a dete rmin ação da gord ura do leite e, even tual men te, do creme pelo s méto dos cláss icos e a do teor de case ína pelo méto do do form al deíd o. Segu ndo CHA PMA N ( 1 9 8 1 ) , o utra man eira de padr oniz ar o leite cons iste na remo ção de uma .conh ecid a porç ão de gord ura do leite integ ral, ou na adiç ão de uma tamb ém conh ecid a quan tidad e de leite desn atad o, leite em pó desn atad o ou creme de leite . 2.8. Gor dur a no extr ato seco (GE S) e umi dad e na m assa dese ngor dura _ da dos que ij os (UM D Q) Mui tos país es adot am padr ões de com po sição de queijo, que são geralmente expressos com o a q4,.a ntid ade máx ima de água e a quan tida de mín ima de GES (CH APM AN, 1 9 8 1 ). FUR TAD O ( 1 9 90) relat ou que, quan do se deseja fabricar um queijo dentro de padrões esta bele cido s, o teor de gord ura deverá ser fixado em relação ao teor de proteínas do leite , adotando-se o teor de GES do queijo (e não o seu teor de gordura) como parâmetro a ser observado no produto final . Mesmo que o queijo desidrate durante a o teor de GES permanecerá inalt erad maturação, o. A FOO D AND AGR ICULTURAL ORG ANI ZATION FAO ( 1 985) recomenda fixar o teor de GES desejável (na hora de padronizar o leite ) com um exce sso de 2 a 3% de gordura, em virtude de: - depe nden do da quan tidad e de sal abso r vida pelo queijo na salga, o aumento do extrato seco desengordurado pode dimi nuir ligeiramente o teor de GES ; - como muitas das fórm ulas utilizadas para previsão do teor de GES são baseadas no teor de proteínas do leite , e não no seu _ 305, 53: 29-49 , 1 9"98 teor de caseína, podem ocorrer variações por causa da flutuação do teor de caseína, corre spon dente a 7 5 - 8 0 % do teor total de proteínas do leite, ao longo do ano; - a transição das proteínas do leite para a coalh ada pode varia r basta nte em fun ção do manu seio da coalhada, do ponto , do tama nho do grão etc . ; o aprov ei ta ment o médi o das proteínas na coalh ada é de apro xima dame nte 7 5 % , enqu anto no queij o Prato é de apro xima dame nte 80%. O aprov eitam ento da caseí na é de aprox imad amen te 94 % ; e - os erros de análi se pode m dimin uir apa rentemente o teor de GES, o que é espe cialmente impo rtant e quan do se fixa o teor míni mo. Segundo LELIEVRE ( 1 983), as variações na relação C/G afetam os teores de GES e UMDQ do queijo, devendo-se ressaltar que a expli cação estes efeitos permanece incerta. Poss ivelm para ente, a gord ura atue bloq uean do as inter açõe s entre as molécula de caseína, afetando a sinérese nos queij os. Os comp onen tes sólid os do queij o, cipa lmen te case ína e gord ura, enco ntram prin -se no leite , em forma de sol ução coloi dal e susp ensã o . Mais de 9 0 % dos sólid os totai s do queij o são formados por caseína e gordura. A caseí na forma uma rede fibrosa, espo njosa , na qual os glób ulos de gord u ra fi cam pres os, ou mec anic ame n te oclus os . De acordo com a natureza da mem dos glób ulos de gord ura, ocorre a form brana ação de ligaç ões conh ecid as como "cro ss-li nks" entre os com pone ntes da mem bran a e a matr iz do gel de case ína, torn ando evid ente a varia ção do rend i mento do queijo, à medida que as quan tidades de case ína e gord ura do leite varia m, cons idera ndo cons tan tes as cond içõe s de fabr icaçã o (WO LF SCH OON e LOU REN ÇO NET O, 1 98 5). A Fede raçã o Inter naci onal de Lati citad a por FURTADO ( 1 990) , reco men cínio s, da que os queijos sejam class ifica dos com base nos teores de UMDQ e GES. Cons idera ndo que o queijo Prato apresenta, em média, 42% de umid ade e 2 8 % de gord ura, o seu teor norm al de UMD Q se aproxima de 5 8 %, pois quanto maio r o teor de UMD quei jo, mais rápid a é a degradação proté Q do ica. Whi tehe ad, citad o por LEL IEVR E ( 1 983), dem onst rou que quan do as cond içõe s de fa bric ação são man tidas cons tant es as vari açõe s na relaç ão C/G do leite afetam a GES e UMD Q dos queijos. Ness as circu nstâ ncia s, os queijos com alto teor de GES pode m tend er a elev ados val ores de UMD Q. O auto aj us tar r re lato u aind a, por meio s de expe rime ntos , que quan do a GES aum enta em 2 % ocorre um aum ento de 1 % na UMD Q. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, n° 305, Pág. 23.: 29-49, 1 998 LEL IEVRE ( 1 9 8 3 ) demons tro u que a UMDQ pode ser padronizada pelo ajuste da relação C/G do leite e que quanto maior for o teor de GE� , maior será a UMDQ. Em condições de fabr�. c �ça� . fixa, um aumento na relação C/G do leIte dImmuI a UMDQ do queijo e vice-versa. Com a implantação do Mercosul, sera, esta belecido o mínimo legal de 45% de G � S para o queijo Prato e variedades, o que devera ser ob� decido pelos países membros, entre eles o BrasIl (ALVES, 1 99 5 ) . O Quadro 1 apresenta a relação ent �e o teor de GES desejado, o teor de gordura do leIte e a relação C/G ideal para o queijo Prato. 33 naturais do leite (pias mina) e também d : orige� . microbiana, como as produzidas por bactenas PSI crotróficas (FOX, 1 989). Segundo VISSER ( 1 993), . durante a coagulação enzimática (segunda fa� � ) a proteólise se dá por ação das enzimas proteoh:1(: as com alta atividade em pH ácido, como a pro�eoh�e específica da quimosina sobre � K- c �seína, hIdroh , sando a l igação entre os ammoacIdos 1 05 - 1 06 (fenilalanina-metionina). Essa hidr� Iise faz com que a fração amino-terminal, denommada para-K caseína, insolúvel na presença de íons cálcio, pas�e a fazer parte da estrutura do coágulo e a fraçao carboxi-terminal, denominada caseíno-macrope� . tídeo, solúvel na presença de íons cálcIO, seja perdida no soro (FOX, 1 99 1 ). _ A terceira fase se dá durante a maturaçao, envolvendo as bactérias coagulantes, enzimas � a . turais do leite, enzimas de bactérias látic �s a� I� lO nadas (fermento), enzimas de fermentos nao-la� lcos (mofos, leveduras e bactérias propiônicas) e enZImas de bactérias não desejadas, mas que ocorrem nos queijos por resistirem à pasteurização ou como con taminantes durante a fabricação (FOX, 1 99 1 ). No final da maturação, a proporção de subs tâncias nitrogenadas solúveis em água varia de 20 a 50%, de acordo com o tipo de queijo. Este valor . corresponde de 4-8 % num queijo recém-fabncado (ALAIS, 1 97 5 ) . A taxa e a natureza da proteólise durante a maturação do queijo, tanto quanto a quanti� ade e a natureza dos produtos de degradação, vanam de acordo com a enzima envolvida, o tipo e a � om . posição do queij o e as condições ambIentaIs de estocagem (MINUSSI, 1 994). 2.9. Processo de m a turação A maturação do queijo é definida co�o se�do a combinação de uma série de reações mIcrobIo lógicas, bioquímicas e químicas (FOX, 1 993). .. Durante o processo de maturação do queIJO, ocorrem diversas transformações bioquímicas que envolvem carboidratos, proteínas e lipídeos, corres pondendo à glicólise, proteólise e lipólise, respec tivamente (WOLFSCHOON, 1 98 3 ; FOX, 1 993). 2 . 1 0 . P r oteólise A ação de microrganismos por �e�o d� suas , as do próprias enzimas e das proteinases ongmar � leite a exemplo da plasmina, leva à degradaçao das prot�ínas do leite, denominada proteólise (WOLFS CHOON, 1 983). Segundo MINUSSI ( 1 994), � pro: teólise do queij o , primariamente da casema, e considerada como o fenômeno mais importante na maturação. , . De acordo com FOX ( 1 9 8 9 ) , a proteohse pode ser dividida em três fases: �n�es da fabricação, . d urante a coagulação enzImatIca e d u rante o processo de maturação. . . Antes da fabricação (pnmeIra fase), a pro teólise é proveniente da ação de protein ases 2 . 1 1 . Lipólise A lipólise é, em geral , muito limitada em queijos de massa firme (ALAIS, 1 975) � Durante o processo de maturaçao, as en zimas lipolíticas presentes nos quei�os � ã� �es ponsáveis pela degradação d a fraçao hpIdlca, - entre o eor Relaçao t de GES deseiado , o teor de gordura do leite e a relação C/G ideal do leite ;J para o queijo Prato. Quadro 1 - Teor de GES Desejado (% mim) Teor de Gordura no Leite (% m/v) Relação C/G Ideal do Leite 45 3 ,24 46 3,37 0,83 47 3,5 1 0,80 0,86 48 3 , 65 0,77 49 3,80 0,74 50 3,96 0,7 1 51 12 Fonte: FURTADO ( 1 990). digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 34 Rev. lnst. Latic. "Cândido Tostes ", Set/Dez, n° 305, 53: liberando ácidos graxos livres por meio de diversas reações bioq uímicas e formando componentes i mportantes do ' flavor ' em queij os maturados (FURTADO e CHANDAN, 1 9 8 3 ; SCOTT, 1 9 86). A s l i pases ativas no queij o provêm de microrganismos; a lipase natural do leite não é ati v a em valores de p H i n feriores a 6,5 e é facilmente destruída pelo calor, mesmo se tratando de pasteurização (ALAIS, 1 975). De acordo com ALAIS ( 1 99 1 ), a hidrólise da gordura ocorre em diversas proporções, em todas as variedades de q ueij o, podendo s er mais importante em alguns tipos . Segundo GRIPON ( 1 987), em queijos como gouda, gruyére ou cheddar, a lipólise não excede a 2% dos triglicerídeos. 2.12. E fei to do pH o pH exerce influência na textura e na vida microbiana do queijo e, conseqüentemente, na sua maturação; a proteólise torna-se mais lenta em valo res de pH abaixo de 5,5 (FURTADO e LOURENÇO NETO, 1 9 7 9 ) . O aumento do pH durante a maturação se dá em virtude da formação de com postos nitrogenados alcalinos ou do catabolismo do ácido lático (FARKYE e FOX, 1 990). A elevação do pH promove um aumento na degradação protéica do queijo. Este fenômeno rel ac i o n a-se com o pH ideal das p roteases bacterianas e também com o d a qui mosina e pepsina do coalho. As variações de pH, ao longo do processo de maturação, dependem muito do tipo de queijo, uma vez que muitos possuem floras desacidificantes, que elevam o pH rapidamente, em função do metabolismo do ácido I áti co, a exemplo do queijo camembert, que pode exceder o pH 7 com p o u c as se manas de maturação (RAADSVELD, 1 953). 2 . 1 3 . Í ndices de m a turação Segundo MINUSSI ( 1 994), a qualidade total do queijo é determinada pelas mudanças físico químicas que ocorrem ao longo da maturação. O grau de maturação é d e fi n i d o como sendo a degradação protéica em um queijo pro duzido e estocado sob condições defini das . A determi nação de índices de maturação permite predizer a qualidade do produto final (VENEMA et aI., 1 9 8 7 ) . 2.14. Re lação NS pH 4/NT e NS TCA 12',/N T Segundo MINUSSI ( 1 994), a "extensão" da maturação caracteriza-se pela quantificação de substâncias nitrogenadas solúveis (NS) acumuladas durante o processo e expressas como percentual do nitrogênio total (NT). Sua determinação ana- 29-49, 1 998 lítica baseia-se na precipitação isoelétrica da ca seína em uma amostra diluída do queijo. Em pH 4,6, esse índice reflete a atuação das enzimas do coalho na degradação da caseína. O coalho produz, so bretudo, peptídeos de peso molecular médio e baixo, que vêm compor o nitrogênio solúvel em pH 4,6. Segundo LEMIEUX e SIMARD ( 1 99 1 ), os peptídeos de gosto amargo são normalmente encontrados nessa fração, sendo caracterizados pela presença de três a seis aminoácidos. As substâncias nitrogenadas de peso mole cular baixo, acumuladas durante a maturação, constituem a "profundidade" da maturação. Tal profundidade é quantificada por meio do teor de nitrogênio não -protéico ( N N P), s o l ú vel em solução de ácido tricloroacético a 1 2 %, ou pela determinação direta dos aminoácidos li berados, expressos como percentual do nitrogênio solúvel total. O NNP é definido como sendo substâncias nitrogenadas de baixo peso molecular que não precipitam na presença de ácido tric1oroacético a 1 2 % e são, conseqüentemente, quantificadas nos respectivos filtrados (MINUS SI, 1 994). A "profundi dade" de maturação também pode ser expressa como NNP/NT. É importante determinar esse índice, pois ele é diretamente pro porcional à ação das endo e exopeptidases bacte fianas (descarboxilases e desaMinases) que venham a liberar aminoácidos e outros compostos nitro genados que contribuem para o sabor típico de cada queijo. Entende-se, aÍnda, que seja um importante instrumento para avali ação da atividade pepti dolítica do fermento lático (MINUSSI, 1 994). 2 . 1 5 . 0 m é t o d o do formaldeído para de termi nação de caseína em leites e avaliação da proteólise em q u eij os A determinação do teor de caseína no leite é de grande interesse para a indústria queijeira, tendo em vista a correlação exi stente en tre o teor de umidade e a gordura ocluída mecanicamente na matriz caseínica do queijo (LOURENÇO NETO e WOLFS CHOON, 1 9 82). A relação caseína/proteína no leite varia consideravelmente durante o período de lactação, dificultando a adoção de um fator de conversão do teor de proteína em caseína, quando se utiliza o método do formol (ROEPER, 1 9 74) . Segundo S ILVA ( 1 9 9 5 ) , havendo a separação prévia da caseín a no seu ponto is oelétrico, aplica-se o método ao leite, de forma individual ou em con j unto, independentemente da existência de di ferenças de raça, manejo e alimentação, período de lactação e estação do ano, podendo ser uti lizado em programas de pagamento de leite por quali dade e na padronização da relação C/G no leite destinado à fabricação de queijos. Pág. 35 53: 29-49, 1 998 Rev. Inst. Latic. "Cândi do Tostes", SetlDez, n° 305, O método do formaldeído, além de rápi do, s i mples, de baixo c usto e �e facilidade de . . emprego nas indústrias de latIcm�os, aprese nta . . alta correlação com o método referencIa de KJel dahl (LOURENÇO NETO e W OLFS CHOON, 1 9 8 2 ; WOLFSCHOON e VARGAS, 1 977; S IL VA, 1 99 5 ) . Segundo WOLFSCHOON e LEITE ( 1 9?:7), as determinações de proteína nos soros dos queIJOS Minas padro n i zado, M i n as frescal, Prato e Mussarela permitiram comprovar que os valores obtidos pelos métodos do formol e de Kjeldahl são n otadamente comparáveis . WOLFSCHOON VA RGAS ( 1 977) recomendaram trabalhar a �O°C ' para obter maior concordância nos resul tados pelos métodos do formol e de Kjeldahl. Segundo S ILVA ( 1 995), os métodos com base na reação com formol para determinaçã� de . caseína e aval i ação da proteólise em q � eIJ os , apresentaram limites de detecção compatlVeIS nas . análises de rotina, e mpregando matenal comum nos laboratórios de controle de qual idade. POd: se utilizar o método para padronização da r��açao C/G no leite destinado à fabricação de queIJOS e para estimar o seu grau de mat�ração, uma vez . que quantifica os grupos ammo lIberados. De acordo com R o w land ( 1 9 3 8 ) e a Associ ation of Officia l Analit ical Chemi st � AOAC ( 1 984), citados por S ILVA ( 1 9 95), no m� todo do formol, os melhores resultad os para �r�cI pitação da caseína são obtidos com á�ido acettc? A separação do precipitado é conseg U1�a por melO de centrifugação a 1 .200 rpm, por 5 mmutos (425 g), em centrífuga de Gerber (SILVA, 1 995). Antes de proceder à análise, deve-se deter minar o fator acidez do formol, que, segund o SILVA ( 1 995), consiste em transferir 2 ml de for maldeí do 35-40% (v/v) para um erlenm eyer de 1 25 ml. Em seguida, adicion ar 1 0 ml de água destila da e 1 ml de feno l ftaléina 1 % ( m/v) alcoólic a neutrali zada e titular com hidróxi do de sódio 0,05 mol/l, até viragem . . . Na etapa de titulaçã o, deve�se u t l l I z.ar solução de hidróxi do de sódio 0,05 mol/l, P �IS, segundo S ILVA ( 1 995), soluçõe s de con.ce.n�raçoes maiore s resulta ram em baixa sensIbI lIdad e, enquan to soluçõe s com concentrações men � res geraram dificuld ades na detecçã o do pon �o. �mal da titulaçã o. O fator para convers ão de mIlIhtro s de hidróxid o de sódio 0,05 mol/l para percentu al de caseína foi de 0,874 (SILVA, 1 995). 3. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi dividido em duas etapas : a primeira, referente à elaboração dos . queijos, e a segunda, às análises físico-químIcas e sensonaIS, realizadas, respe c tivame n te, nas dependências da fábr i ca d e lat � c � n � o s ,� � os laboratórios do Instituto de LaUCI1l10S Can dido Tostes", d a E PAMIG, e m Juiz d e Fora, M inas Gerais. 3.1. Fabricação do queij o P rato O queij o Prato foi elabor ado segun do a técnica tradici onal de fabrica ção (FURTA � O e LOURENÇO NETO, 1 994), confor me descnt o a seguir: adição de leite pasteurizado e padronizad�; - adição de cloreto de cálcio, corante, nI trato de sódio, fermento lático e coalho ; coagula ção (30 -40 minuto s); corte da coalhada em grãos miúdos (grão de milho) e agitação lenta, por cerca de 1 5 minutos; repouso por alguns minutos e eliminação de 30-40% de soro; . agitação com maior rapidez e adlçaO de agua quente (70-80"C), na proporção de 1 5-20% do volume inicial de leite, feita lentamente, sendo iniciada quando os grãos da coalhada estiverem novamente bem distribuídos no soro; ponto da massa (60-80 minutos após o corte); - pré-prensagem sob o soro, por 1 5-20 minutos (50-60 libras/poP); - enformagem, em fôrmas de 0,5 kg, com dessoradores; - prensagem (2 horas), utilizando 20-30 libras/poP nos primeiros 30 minutos, se guida de viragem, e 30-40 libras/poF, por 1 20 minutos; salga em salmoura ( lO- 1 2°C); - secagem em câmara fria, por 24 horas e embalagem a vacuo, em película plástica; e - cura em câmara fria, à 1 2- 1 4°C (85% de umidade relativa), por 40 dias, em função das condições reais da indústria brasileira. _ .-/ , 3.2. Padronização do leite O leite, antes da padronização, foi analisado quanto aos teores de gordura e caseí�a, utilizando . s e, respectivamente, o aparelho dIgItal (LAK TRON, modelo LAKTOTESTE G 9 00) e o . método de formaldeído (SILVA, 1 995). Para cal c ular o p ercentual de caseína do leite, utilizou-se a fórmula a seguir, de acordo com SILVA ( 1 9 9 5 ) : digitalizado por % de caseína (m/v) = (ml - FAF) x 0,874 arvoredoleite.org Pág. 3 6 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n O 305, 53: 29-49, 1 998 em que = ml de solução de hidróxido de sódio 0,05 N gastos na 28 titulação ; e FAF = ml de solução de hidróxido de sódio 0,05 N gastos para determinar o fa tor aci dez do formol. O creme, após análise, foi usado na padro nização do leite de acordo com a relação C/G dese j ada. Empregou-se, para atendimento da relação C/G, o creme oriundo do mesmo leite . Embora o teor de caseína no creme seja muito baixo, este pode interferir na padronização. A quantidade de creme adicionado foi deter minada por meio do b alanço de massa, empre gando-se a seguinte fórmula: ml C { (%CxLP / LI) + ( Cr x % LDCr) x (%C / l OO) x LP / LI]) G (%GLP + (Cr x%GCr)] c relação caseína/gordura no leite; G %C = percentual de caseína no leite integral; LP = percentual de leite desnatado no leite padronizado; L I = perce ntual de l e i t e des natado no leite in tegral ; Cr = quantidade de creme a adicionar; %LDCr %GLP = %GCr = = percentual de leite desnatado no creme; percentual de gordura no leite padronizado; e percentual de gordura no creme. 3.3. Ingredientes utilizados na fabricação - - - - - U sou-se coalho líquido comercial (Chr. Hansen) na proporção de 25 mlll 00 kg d e l e i t e , c o n forme recomendação do fabri c a n t e . Empregou-se 1 ,5 % d e cultura lática me sofílica, mista (5% de Lactococcus lactis ssp . lactis e 95% de Lactococcus lactis ssp . c remo ris), do tipo "O" (R 704) da Chi:o Hansen's Laboratorium, Dinamarca. Empregou-se solução de cloreto de cál cio a 50% (m/v), com grau de pureza de 9 9 % , na proporção de 50 ml para 1 00 kg de leite. Empregou-se corante vegetal à base de Bixa orelIana, diluído em água, na pro porção de 8 mll l 00 litros de leite. Empregou-se salmoura a 20% (m/v ) . Empregou-se nitrato de s ó d i o (20g1 l 00 kg de leite) para evitar o estufamento tardio dos queijos, uma vez que, na épo- ca de sua e l aboraç ão, o gad o normal mente alimenta-se de si lagem, por cau sa da escassez de pastagens naturais, o que fornece condições para crescimento de bactéri as b u t íricas ( Clost ridium t y robut y ric um), que con taminam o lei te e, conseqüentemente, o queij o . 3 . 4 . D e s e n h o exp e ri m e n tal Dividiu-se a partida de leite em cinco porções, cada uma sendo tratada diferentemente: tratamento 1 (relação C/G = 0,68); tratamento 2 (relação C/G = 0 , 7 1 ) ; tratamento 3 (relação C/G = 0,74 ) ; tratamento 4 (relação C/G = 0,77); e tratamento 5 (relação C/G = 0,80). A escolha dessas relações é j ustificada pelo fato de valores elevados de C/G diminuírem a GES do queijo, abaixo do valor aceitável pelo Mercosul, enquanto, valores inferiores, exigiria muita gor dura para o aj uste, acarretando maior perda desse componente no soro, além de aumentar a GES do queijo. Outro motivo pelo qual se optou pelo inter val o de relação C/G trabalhado foi que, segundo FURTADO ( 1 990), a relação no leite destinado à fabri cação de queijo Prato, no Brasil, situa-se entre 0,7 1 e 0,77. Cada tratamento foi repetido três vezes, cons ti tuindo de 1 00 kg de leite, mais a quantidade de creme, calcul ada por meio de balanço de massa, para assegurar a relação C/G desejada. Os resul tados foram submetidos à anál ise estatística, de acordo com o programa estatístico SAS (Statistical Analysis S ystem). 3.5. Avaliação físico-química 3.5. 1 . Leite O leite usado na fabricação foi analisado quanto a: - Acidez titulável (OD), segundo o LAB O RATÓR IO NACIONAL DE REFERÊN CIA AN IMAL-LANA RA ( 1 9 8 1 ) . Índice crioscópico, segundo LAKTRON ( modelo 3 1 2-L ) . Teor d e gordura, segundo LABORATÓ R I O N A C I O N A L DE R EFE R Ê N C I A ANI MAL ( 1 9 8 1 ) . - Teor de caseína, pelo método do formol, segundo S ILVA ( 1 995). A c i d e z a t u al ( p H ) , segu n d o K O S I KOW S K I ( 1 977). - Teor de umidade e sólidos totais, empre gando-se o método gravimétrico (estufa 1 05°C ) , no qual se utiliza areia do mar purificada, segundo o LANARA ( 1 98 1 ) . Teor de gordura, empregando- se o buti rômetro de Van Gulik, segundo o LA NARA ( 1 9 8 1 ) , para determinar: gordura no extrato seco (GES) = teor de gordura/ES ; e umidade na massa desengordurada do queij o ( U MDQ) = ( 1 00 x teor umi dade)1l 00 - teor de gordura. - Teor de nitrogênio total, de nitrogênio solúvel em pH 4,6 e de nitrogênio solúvel em TCA, à 1 2%, pelo método do formol, segundo SILVA ( 1 995), para determinar: relação NS H 4/NT; e p - relação NS TCA 1 2%/NT. Lipólise (índice de acidez de ácidos gra x o s ) , s e g u n d o a A S S O C I AT I O N O F OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS AOAC ( 1 9 84), titulando-se a gordura do queij o com hidróxido de potássio. - Teor salino, titulando-se com nitrato de prata, segundo KO S IKOWS K I ( 1 977), para determinar: - teor de sal na umidade = teor de sal x 1 00/teor de umidade. Após o período de maturação (40 dias), os queijos foram analisados quanto ao: - Teor de NT, empregando-se o métod o de Kjeldahl (GRIPON e t a I . , 1 975), para determi nar: - teor de proteína bruta por meio de con versão do teor de nitrogênio total, uti lizando-se o fator 6,35, segundo KAR MAN e VAN BOEKEL ( 1 986); e - re l aç ã o p r o t e í n a b r u t a/ g o r d u ra = t e o r de p r o t e í n a b r u t a x 1 0 0/t e o r de gord ura. 3.5.4. Soro Foram realizadas a s seguintes análises n o soro: - Teor de gord ura no momento do corte d a c o al h ada, empregan d o - s e o LAK TRON, modelo L AKTOTESTE G 900. - Teor de proteína, pelo método do formol, usando o fator de conversão 1 , 1 75, segun do WOLFSCHOON e LEITE ( 1 977). 3.6. Avaliação do rendimento Os queijos obtidos, de cada tratamento, fo ram pesados para cálculo do rendimento da fa bricação, antes da salga e depois da secagem (kg de queijoll 00 kg de leite). 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4 . 1 . Análises fís i c o - químicas d o leite destinado à fabricação dos queijos Os res ultados das análises físico-químicas do leite, do creme e do leite padronizado usados na fabricação dos queij o s estão apresentados no Q uadro 2. . Observou-se que a matéria-prima destmada à realizaç ão deste trabalho se encontra dentro � a . faixa considerada ideal para fabricação do queiJo Prato, s egundo FURTADO ( 1 9 8 3 ) . N a padronização das partidas de leite, para fabricação dos queijos, calcularam-se as quantidades necessárias de creme, conhecendo-se o seu teor de gordura, a fim de satisfazer as relações C/G dese j adas. Tais quantidades, somadas aos 1 00 kg des tinados a cada tratamento, foram utilizadas para o cálculo do rendimento, antes da salga e após a seca gem. Esses valores estão apresentados no Quadro 3. Quadro 2 C o m p o s i ção das di versas p artidas do leite in tegral , do leite padronizado e d o creme empregados nas di versas repetições. - Matéria- Prima Creme 1 7, 0 2 3 17,0 1 7,0 Gordura ( % m/v) 3,60 3,70 3,70 Teor d e Caseína ( % m/v) 2,30 2, 1 6 2,20 -0, 540 -0,550 -0,540 Acidez COD) 1 7,0 1 7,0 1 7,0 Gordura ( % m/v) 2,80 2,70 2,70 Gordura ( % m/v) 45,0 40, 0 40,0 Crioscopia (OH) Leite Padronizado Repeti ç ão Análises Acidez (OD) Leite I ntegral 3.5.2. Creme - Teor de gordura, segundo LANARA ( 1 98 1 ). 3.5.3. Q u eij o Os queijos fabricados foram analisados com O, 1 0, 20, 30 e 40 dias de maturação, quanto a: Pág. 37 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, n° 305, 53: 29-49, 1 998 digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 3 8 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n ° 305, 53 : 29-49, 1 998 o aj uste da composição do leite para aten der às rel ações C/G desej adas , res ultou em uma ligeira alteração nos teores de caseína e gordura das partidas, conforme o esperado (Quadro 4) . 4 . 2 . R e n d i m e n to A c u rva de v ariação do ren d i me n t o d o s queijos (antes da salga e após secagem) está repre- sentada na Figura I . O rendimento da fabricação antes da s alga indicou d i ferença signific ativa en tre o s tratamentos (P < 0 , 0 1 ) , variando de 9 ,87 a 9 , 76 kg de queijo/ l OO kg de leite. O ren dimento de fabricação após a secagem também i n d i c o u d i ferença s i g n i fi c at i v a en tre os tra tamentos estudados ( P < 0,0 1 ) , sendo a variação enco ntrada de 9 , 3 6 a 9 , 3 1 kg de q ueij o/ 1 00 kg de leite. Qua � ro 3 Quantidade de creme (em kg) ad i c i onado a 1 00 kg de leite padronizado para aj uste da . . relaçao C/G de cada partIda, usado nas fabncações dos queijos. - C/G Repeti ção 0,68 0,7 1 0,74 0,77 0,80 1 , 42 1 ,08 0,77 2 0,49 1,18 0,23 0,86 0,58 0,3 1 3 0,06 1 ,50 1,13 0,80 0,49 0,2 1 Quadro � - Teores de caseína e de gordura nas di versas partidas de leite, aj ustados para atendimento das relaçoes C/G dos tratamentos . Pág. 39 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 29-49, 1 998 Quando há variação dos teores de caseína e gordura no leite, mantendo-se constantes as con dições de fabricação, é esperada uma variação no rend imento do q ueijo (WOLFS CHOON e LOU RENÇO NETO, 1 985). S egundo ALVES ( 1 995), o efeito da caseína sobre o rendimento é maior que o d a gord u ra, pelo fato de a proteína reter mais água do q ue a gordura; aumentos de caseína tendem a ser mais pronunciados. A variação do rendimento pode ser explicada como resultado da variação ocorrida nos teores de caseína e de gordura, nos diversos tratamentos. A curva da Figura 2 indica a perda de gordura no soro, logo após o corte da coalhada. A análise de variância dos teores de gordura no soro, durante o processo de fabricação, evidenciou a ocorrência de di ferença signi ficativa entre os tratamentos (P < 0,0 1 ) . A variação média encontrada foi de 0,60 a 0,70%, ou seja, dentro da faixa esperada (0,35 a 1 ,03%) para o queijo Prato, citada por FURTADO e WOLFSCHOON ( 1 989), com o limite inferior ge ralmente acima de 0,46%. À medida que se adiciona maior quantidade de creme ao leite, para adequar suas relações C/G requeridas, observa-se maior perda de gordura no soro, em virtude de um número maior de glóbulos de gordura pequenos, de retenção mais difícil pela malha protéica. Tal constatação foi feita, também, por ALVES ( 1 9 9 5 ) , que relatou ser a elevação da relação C/G acompanhada de menor perda de gordura no soro, por causa do menor teor de gordura no leite. Para a faixa de 0,7 a 0,8 C/G, o autor encontrou o valor médio de 0,6%. O teor de proteína do soro, não variou signi fic at ivamente (P > 0 , 0 5 ) e ntre os tratamentos, sendo a variação entre eles de 0,65 a 0,69%. Os res u ltados encontram-se n o Q u adro 5. 4.3 . Avaliação fís ico-química d os quei j os durante a m a turação 4.3.1. pH A variação do pH ao longo da maturação dos queijos, conforme Figura 3, indicou diferença esta tisticamente significativa (P<O, O l ), mas não entre os tratamentos e na interação tratamento x temp o ( P> 0 , 05 ) . O aumento do p H durante a maturação é absolutamente normal, segundo FARKYE e FOX Relação C/G Rep. I Análises 0,68 0,7 1 0,74 0,77 Caseína ( % m/v) 0,80 2,34 2,33 2,33 2,33 2,32 Gordura (% m/v) Caseína + Gordura ( % m/v) Caseína (% m/v) Rep. 2 Gordura (% m/v) Caseína Rep. 3 + gordura ( % m/v) 3 ,44 3,29 3,15 3 ,02 2,90 5,78 5,62 5,48 5,35 5,22 2,20 2, 1 9 2, 1 9 2, 1 9 2, 1 8 3,23 3 , 09 2,96 2,84 2,73 5,43 5,28 5, 1 5 5,03 4, 9 1 Caseína ( % m/v) 2,24 2,24 2 ,2 3 2,23 2,23 Gordura (% m/v) 3 ,3 0 3,15 3 , 02 2,90 2,78 5 , 54 5,39 5,25 5,1 3 5,0 1 Caseína + gordura ( % m/v) 0,75 >- E � � .... ::s "'O .... o ..J lU "'O bl) � o o :� lU ::s 9,40 lU "'O 9,20 52 CI bl) � lU "'O .... o � - 0 ,6 0,68 0,7 1 0,77 0,74 0,80 Relação C/G Figura 2 _ Perda de gordura no soro no momento do corte da coalhada, em função da relação C/G do leite. após secagem y = -0,3 667x + 9 ,6073 R 2 = 0,9 1 67 Quadro 5 _ Teor de proteína do soro, em função da relação C/G do leite. Relação C/G Teor de Proteína (% m/v) 0,7 1 0,74 0,77 0,8 Relação C/G Figura 1 1 ,3 1 6 0,55 9,00 0,68 + 0,65 antes da salga Y = -0, 9 3 3 3 x + 1 0,509 R 2 = 0,9 949 9,80 9,60 Gordura (%) = -0,900 C/G R 2 = 0,9592 O 1 0,00 � 'Q) 0,7 Curvas de rendimento dos queijos, antes da salga e após a secagem, em função da relação C/G do leite. 0,68 0,7 1 0,74 0,77 0,80 0,68 0,70 0,67 0,68 0,67 Repeti ç ão 2 0,70 0,70 0,65 0,65 0,70 Repetição 3 0,68 0,64 0,63 0,63 0,64 Repeti ç ão 1 digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes " , SetlDez, n° 305, 53: 29-49, 1 998 Pág. 40 ( 1 990), e res ulta d a formação de compostos ni trogenados alcalinos e, ou, do catabolismo do ácido lático. Esses autores relataram que no queijo gouda o pH varia de 5,35 a 5,95 ao longo da maturação. O aumento de pH o b s ervado desde o fi nal d a fabricação do queijo até o final da maturação variou de 5,27 a 5,40. FURTADO e LOURENÇO NETO ( 1 9 7 9 ) e WOLFS C H O O N et aI . ( 1 9 8 2 ) encon traram, respectivamente, variação de 5,64 a 5,70, no fim do período de cu ra, o que demonstra a falta de padronização do queijo Prato brasileiro, pois, segundo FURTADO e LOURENÇO NETO ( 1 994), o valor esperado, para esse queijo matu rado, deve se encontrar entre 5,2 e 5,4. 4 .3.2. Proteólise 4.3.2. 1 . Rela ção percentual NS H 4iNT p . A curva da Figura 4 representa a evolução d a rel ação percentual N S H 4 i N T dos q u e ij o s , p d u rante o s 4 0 d i as d e maturaç ã o , p e rmi ti n d o avaliar a conversão d as proteínas em peptídeos de alta massa molecular ( SILVA, 1 995). A análise de variância n ão indicou diferença significativa entre os d i vers o s tratam e nt o s ( P > 0 , 0 5 ) , p ara ambas as relações, mas altamente significati v o q u anto ao t e m p o de m at u ração ( P< O , O I ) . A interação tempo de maturação x tratamento tam bém não foi significativa ( P>0, 05). Os resultados indicaram conformidade com trabalhos anteriores, nos quais se utilizou também o método do formol (S ILVA, 1 995) para avaliação da proteólise no queijo Prato . Após a fabri cação, o val o r médio para a rel ação percentual NS pH 4 i NT foi relativamente baixo ( 1 2 % ) , aumentando para 3 1 % ao final da cura. Esses valores méd ios estão de acordo com os resultados encontrados por S ILVA ( 1 995). A diferença de valores obtidos pelo método de Kj eldahl e do formol , segundo SILVA ( 1 995), se deve ao fato de que, no primeiro, determina-se todo o nitrogênio presente nas moléculas de pro teínas, de peptídeos e de aminoácidos do queijo, enquanto o do formol determina especificamente o nitrogênio dos grupos amino livres. O aumento do teor de NT, pelo método do formol, pode ser perfeitamente aceitável, em virtude da exposição dos grupos amino livres, enquanto, no método de Kjeldahl, s omente ocorre aumento do NT com a desi dratação do queij o , resu ltand o em aumento Pág. 4 1 53: 29-49, 1 998 Rev. Inst. Latic. "Cândid o Tostes" , S et/Dez, n° 305, d o E S T e , c o n s e q ü entemente , d o s c o m p o s t o s nitrogenad o s . A c urva d a Figura 4 i n d i c a u m c o m portamento da relação percentual N S pH 4 iNT, ao longo da maturação, porém mais rápido nos dez primeiros dias . O fato de não o correr diferença entre o s tratamentos, talvez possa s e r explicado p e l a pe quena a mplitude entre os tratamentos, e m ter mos de teor de caseína. 4.3.2.2. Relação percentual NS TCA 1 2 % /NT A curva da Figura 5 representa a evolução da relação percentual N S TCA 1 % /NT dos queijos, 2 d u rante o s 40 d i as de maturação , permi t i n d o avali ar a c onvers ão das proteínas em peptídeos, de média e baixa massa molecular, e aminoácidos (SILVA, 1 995). A análise de variância não indicou d i fere n ç a s ignificativa entre o s di vers o s trata mentos ( P>0,05 ) , p ara ambas as relações , m as altamen te s i g n i fi c ati v o q u an t o ao t e m p o de m a t u ra ç ã o ( P < O , O 1 ) . A i n teração tempo de maturação x tratamento também n ão fo i signi fi cativa (P>0,05 ) . A curva da relação percentual N STCA 12iNT, da Figura 5, indica comp ortamento semelhante ao e n c o n trado por S ILVA ( 1 9 9 5 ) , porém c o m m e n o r i n c l i nação (v ari ação de 9 a 2 1 % ) , p o s sivelmente e m virtude d e a atividade peptidolítica da c ultura usada ser menor. S egundo M I N U S S I é ) , a re l a ç ã o perce n t u al N S TCA 12%/NT a ( 1 994 a diretamente proporcional à atividade das endo e exopeptidases bacterianas, liberando aminoácidos. Quanto à unidade empregada nos métodos KjeldahIl formaldeído, prevalece a mesma explicação d a relação percentual NS pH 4 iNT. 4.3.3. Teor de gordura A Figura 6 ilustra o teor de gord ura dos queijos, em função da relação C/G do leite. A análise de variância dos valores médios do teor de gordura indicou uma diferença s igni ficativa entre o s tratamentos ( P< O, O l ) . A va riação encontrada foi de 24,3 a 2 9 , 1 % , o que é perfeitamente aceitável, uma vez que, de acordo c o m I B R A H I M et a I . ( 1 9 5 7 ) , a v ar i a ç ã o d a relação C/G tem como resposta u ma variação n o teor d e gordura d o s queijos. A faixa recomendada 30,00 ' 5,42 Relação (%) NS H 4 NT = -0,0 1 7 1 x tempo (dias)2 + p i 1 , 1 857 x tempo (dias) + 1 1 , 1 7 1 35,0' R 2 = 0,9666 pH = 5,284 + 0,003 . tempo de maturação R2 = 0,9454 5,40 25 30,0· 5,38 20 5,36 E-< �.; 28,00 ' � ::I "E 25,0 o Co:) G.l "O :I: pH % de gordura = 5 6,449 - 39,967 x C/G R2 = 0,993 1 Relação ( % ) NSTCA 1 %/NT = -0,01 21 x tempo (dias)2 + 2 0,7757 x tempo (dias) + 9, 1 7 1 4 R 2 = 0,9957 r/Jc. Z 5,34 � 27.00 · � 20,0 o 10:1 t.>o 0:1 5,32 V c.:: 26,00 . 15.0. 5,30 25,00 . 10,0. 5,28 5.26 .f----...---...---. 30 10 20 40 Tempo de maturação (dias) Figura 3 - Evolução do pH dos queijos durante a mat u raç ão . 5,0 +-___...._ .__..._---...----..... o \O 20 30 40 Tempo de maturação (dias) Figura 4 - Evolução da relação percentual NS pH 4/ NT dos queijos, durante a maturação. o 24.00 . '-___.--___...-___...-__---. �____��____�______-r______� O 10 20 0,68 40 30 0,71 0,74 0,77 0,80 Relação C/G Tempo de maturação (dias) / Figura 5 · Evolução da relação percentual NS . TCA 12% NT dos queijos, durante a maturação. a Figura 6 Teor de gordura (%) dos queijos, em função da relação C/G do leite. digitalizado por • arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", SetlDez, n° 305, 53: 29-49, 1 998 Pág. 42 para o queijo Prato, segund o FURTADO e LOU RENÇO NETO ( 1 9 94 ) , é d e 2 6 , 0 a 2 9 , 0 % . FURTA DO e L O U RE N Ç O NETO ( 1 9 7 9 ) e n con traram variação de 26,0 a 34,0% ( média d e 3 1 , 0 % ) , para o qu eij o Prato encontrado n o c o mércio, e , WOLFSCHOON e t aI. ( 1 982), d e 29,5 a 35,0%, o que permite concluir que o teor de gordura do queijo Prato brasileiro varia muito, em virtude da padronização do leite. Embora esses últimos valores, à prime ira v is ta, pareçam elevados, no B rasil, o queij o Prato devido ao seu alto teor de gordura, pode ser classificado como queijo gordo (ALVES, 1 995; B R AS IL, 1 997). ALVES ( 1 9 9 5 ) e n c o n trou u m c omporta mento semelhante, q uanto ao teor de gordura do queijo Prato, quando variou a relação C/G do leite. 4 . 3 . 4 . Lipólise O acompanhamento d a l i p ó l i s e d urante a maturação (Figura 7) indica q ue a mesma variou s i gn i fi c ati vamente ( P<O, O I ) . A anál i s e de va- IA = 0,0 1 6 + 0,00 1 7 x tempo R2 = 0,8028 0,09 riância, entretanto, n ão indicou diferença s igni ficativa entre os tratamentos (P>0,05), podendo se inferir que os queijos com diferentes teores de gordura (relação C/G diferentes) foram lipolisados com a mesma intensidade, talvez pelo fato de as condições, nas quais os queijos foram maturados, terem sido homogêneas e, também, pela pequena variação entre a matéria gorda entre os tratamentos (pequena amplitude) . S egundo CHR. HANSEN . . . ( 1 994), parece não haver uma relação direta, entre o teor de gordura do queijo e a lipólise, além disso, em queijos como o Prato, a lipase não desempenha papel importante na maturação. A interação tra tamento x tempo de maturação também não apre sentou efeito significativo ( P>0,0 5 ) . A hidró l i s e d a gord ura a u m e n t o u c o m o decorrer do processo de maturação , tendo este aumento sido sensivelmente maior nos primeiros dez dias, u ma vez que, nos queijos recém-fabri cados, praticamente não houve detecção de ácidos graxos livres . A partir daí, notou-se um aumento gradativo até o fi nal d a cura. S egundo ALAIS ( 1 975), a lipólise é muito limitada nos queijos de massa firme, além de não provocar modificações notáveis na textura do queijo, porém é importante na formação do aroma. D e acordo com ALVES ( 1 9 9 5 ) , o queij o Prato brasi l eiro p o d e s e r considerado gordo, o u seja, com mais d e 4 5 % d e GES, o q u e e m parte foi confirmado pelos resultados obtidos neste trabalho. É perfeitamente visível o aumento do teor de gordura, absol uto e relativo (GES ), à medida que se diminui a relação C/G do leite (Figura 8); de acordo com FURTADO ( 1 9 90), a relação C/G do l e i t e é i n versamente p ro p o r c i o n al à GES dos queij o s . PHELAN ( 1 9 8 1 ) relatou que, para uma GES desejada, deve-se fixar a relação C/G do leite. Para calcular a GES adequada no queijo, pode-se util i zar a equação c o n stante da Figura 8, p ara definir a relação C/G do leite. 4.3.6. Relação pro teína b ru ta/gordura A c urva d a Fig ura 9 representa a rel ação proteín a bru ta/gord u ra (PB/G) dos queij o s , em fun ç ão d a rel ação C/G do leite. 0,07 0,06 .!:!l 1)1) Ê -< 0,03 0,02 0,01 0,00 o 10 20 30 40 Tempo de maturação (dias) Figura 7 Evolução da lipólise (índice de acidez de ácidos graxos em mg de KOHlg de gordura) dos queijos durante a maturação. • De acordo com a a n álise de v ariância, a rel ação PB/G dos tratamentos estudados variou signifi c ativamente ( P < O , O 1 ) , conforme o espe rado. A variação da relação PB/G, entre os tra tamentos, foi de 0,9 1 a 1 , 09. O aumento da relação C/G do leite resultou em aumento proporci o n al d a re lação P B /G n o queijo, c o m o conseqüência da perda d e gordura c arre ad a p e l o s o ro e d a al teração d o fato r de convers ão de n itrogêni o e m proteína, e m razão da modificação na relação das proteínas do queijo, inclusive da perda de glicomacropeptídeo. 4 . 3 . 7 . U m i d a d e na m a s s a desengor durada do queij o (UMDQ) A curva q u e representa o s res u l tados d a U M D Q , entre os diversos tratamentos, encontra se na Figura 1 0. A análise de v ariância indicou d i fe r e n ç a s i g n i fi c a t i v a e n tre o s t ra t ament o s % GES = 67,794 - 27,30 x C/G R2 = 0,9833 50,0 , 0,08 4.3.5. Gordura no extrato seco (GES) A c u rv a da Figura 8 rep re s enta o s per centuais de gordura no extrato seco dos queijos, em função da relação C/G do leite. A análise de variância dos resultados da gor dura no extrato seco indicou haver diferença signi fi cativa entre os tratamentos ( P<0, 0 5 ) . A GES variou de 45,8 a 49,0%, permitindo inferir que todas as relações C/G estudadas, proporcionaram queijos que ultrapassaram o valor mínimo estabelecido pelo Mercosul, que é de 45%; porém, considerando uma margem de segurança de 2%, recomendada pela FAO ( 1 985), alguns tratamentos podem não ser enqua drados nesse padrão. De acordo com B RASIL ( 1 997), o queijo Prato deve conter de 45 a 59,9% de GES, pois trata-se de queijo gordo, segundo a nova clas sificação da Inspeção Federal. WOLFSCHOON et aI. ( 1 982) encontraram uma variação de 44,8 a 57, 8 % de GES e FURTADO e LOURENÇO NETO ( 1 97 9 ) , de 46,0 a 57,5%, para queijos Prato disponíveis no mercado, geral mente obtidos de leite sem padronização. � O tempo de maturação e a interação trata mento x tempo não apresentaram diferença signi ficativa ( P>O,05 ) . S egundo FURTADO e LOURENÇO NETO ( 1 979), a GES é um fator da mais alta importância na pad roni zação de queij o s , impedindo a ocor rência de variações ocasionadas por eventual perda de umidade do produto. Pág. 43 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, n° 305, 53: 29-49, 1 998 I] ado pela IDF Relação CIO que se enquadra no limite recomend r:i:81 I§.:!J pela Relação CIO acima do limite recomen dado IOF 49,0 48,0 Limite inferior de acordo com a legislaçã o brasileira e Mercosu l, consider ando a margem de seguranç a 2%, segundo IOF I 47,0 46,0 45,10,68 0,71 0,74 0,77 0,80 Relação C/G Figura 8 • Relação gordura/extrato seco dos queijos, em função da relação C/G do leite . digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 44 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 29-49, 1 998 ( P < O , O l ) , que v ariaram d e 57,2 a 6 1 , 9 % . O mesmo não o correu com o tempo de maturação e com a interação tratamento x tempo ; a análise de vari ância não indicou diferença s ignificativa ( P>0,05 ) . S C HULZ et aI . ( 1 9 5 2 ) relataram que queij o s edam ou gouda, similares ao Prato, podem apre s e n t a r 5 8 % de U M D Q , v a l o r e s t e recomendado pela I n tern a t i o n a l D ai r y Federati o n , c o n fo r m e c i t a d o p o r F U R TA D O ( 1 9 9 0 ) . C o n s i deran d o - s e o l i m i t e s u perior d e 6 0 % para o Prato, sem detrimento na qualidade do p r o d u t o . R e l a ç õ e s C/G a c i m a de 0 , 7 5 apre s e n t a r a m t e o re s d e U M D Q a c i m a d o re c o m e n d a d o p e l a I n tern ati o nal Dairy Fede ration, devendo-se ressaltar que para determinar o l i mi t e e e n q u a d r á- l o d e n tr o d o s p a d r õ e s e x i g i d o s , p o d e - s e aj u s t ar e re l a ç ã o C/G , d e acordo c o m a equação d e regres são da Figura 1 0. 1 .2 Proteína bruta / gordura (%) = 1 ,5 R2 = 0,9698 x C/G - 0, 1 22 1.1 � - o 1 .0 0.9 O.R . __-.-_____.---_ -1----...._ 0.68 0.71 0.74 0.77 0.80 Tempo de maturação (dias) Figura 9 - Relação proteína b ru ta/gordura d o s queijos, em função da relação C/G do leite. S egundo WOLFS CHOON e LOURENÇO NETO ( 1 9 8 5 ) , as condições para manutenção do teor de umidade na massa desengordurada do queijo, dependem da expulsão de umidade da coalhada no processo de fabricação, controlando a intensidade de sinérese e desidratação da coalhada. A o v ariar a relação C/G do leite, oc orre v a r i a ç ã o n a U M D Q do q u e ij o ( F U RTA D O , 1 9 9 0 ) . W OLFS C H O O N e L O U RENÇO NETO ( 1 9 8 5 ) e n c o n traram valores acima d e 60% de U M D Q , o que é i n desej ável s e g u n d o a I n ter national Dairy Federation, citada por FURTADO ( 1 9 90), para relação acima de 0,9 C/G, ou sej a, re l ação m u i t o alta, re s u l t ando em GES baixo ( menor que 45 % ) . S egundo LELIENRE ( 1 9 8 3 ) , a explicação científica para a relação entre C/G e UMDQ é incerta; possivelmente a gordura atue bloqueando mecani camente as interações entre as moléculas de caseína, que são parcialmente responsáveis pela sinérese. % UMDQ = 3 1 ,627 - 3 7,667 R 2 = 0,9898 62 x C/G _ Relação C/G que se enquadra no limite recomendado pela IDF f:8:TI l8!8J Relação C/G acima do limite recomendado pela o IOF ,li 61 Limite superior indicado pela IOF :: :: :: : � ;� - - 60 4.4. Avaliação fís ico-química dos quei j os no final da m aturação Os resultados médios de três repetições, em duplicata, das análises físico-químicas dos queijos, após 40 dias de maturação, estão apresentados no Q uadro 6 . A análise estatística indicou diferença signi ficativa no teor de extrato seco total, en tre os tratamentos (P<O,O 1 ), mas não com o tempo de maturação e com a interação tratamento x tempo ( P>0,05 ) . A variação verificada entre o s trata mentos foi de 53,2 a 59,5%, estando estes resul tados pouco abaixo d a faixa de 55,4 a 6 3 , 3 % , encontrada p o r FURTADO e LO URENÇO NETO ( 1 9 7 9 ) , p ara o q u e ij o Prato c o merc i a l i z a d o , provavelmente mais s e c o e q u e , poss ivelmente, atenda à re lação C/G de 0 , 7 1 a 0 , 7 7 , segundo FURTADO ( 1 990). WOLFSCHOON et aI. ( 1 982) encontraram variação de 58,5 a 65, 8 % , nas mes mas condições. ALVES ( 1 995), aj ustando as rela ções 0,69 e 0,74 C/G, no leite destinado à fabri cação do queijo Prato, encontrou variação de 53,0 a 59,0 e 53,3 a 54,7 %, respectivamente. Os resultados das determinações de umidade também indicaram diferença signifi cativa en tre os tratamentos ( P<O,O 1 ) , mas não para o tempo de maturação e a in teração tratamento x tempo ( P>0, 0 5 ) . A vari ação encontrada entre os trata mentos foi de 40,5 a 46, 8 % . Os resultados encon trados por F U RTA D O e L O U R E N Ç O NETO ( 1 9 7 9 ) vari aram de 3 6 , 7 a 45 , 7 % . W O LF S C H O O N et a!. ( 1 9 8 2) encontraram variação de 34,2 a 4 1 , 5 % . ALVES ( 1 995) encontrou variação de 4 1 , 0 a 47, 0 e 45, 3 a 46, 7%, para as relações 0 , 6 9 e 0 , 7 4 C/G, resp ectivamente, o que de monstra que mesmo no intervalo de relação C/G Pág. 45 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", SetlDez, n° 305, 53: 29-49, 1 99 8 - 59 58 57 0.68 0.71 0.77 0.74 0.80 Relação C/G Figura 10 - Evolução da umidade na massa desengordurada dos queijos, em função da relação C/G do leite. Quadro 6 - Resultados da análise físico-química dos queijos Prato aos 40 dias de maturação. Média de três repetições, analisadas em duplicata Relação C/G Constituinte ( % c m/m) Extrato seco total Umidade Gordura PH Proteína b ru ta Sal Sal n a umidade Acidez ( % a . % a. I. = 1.) 0,68 0,7 1 0,74 0,77 0,80 59,50 57 , 9 0 56,80 55, 1 0 53,20 40,50 42 , 1 0 43 , 2 0 44,90 46,80 29, 1 0 28, 1 0 27,00 25,80 24, 3 0 5,40 5,40 5,40 5,40 5 , 40 26,00 26,00 26,00 26,00 26,00 1 , 80 1 , 80 1,80 1,80 1 , 80 4,40 4,30 4,20 4,00 3,90 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 % d e compostos d e caráter ácidos expressos como ácido lático. digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 46 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, n° 305, 5 3 : 29-49, 1 998 e s t u d ad o pode haver variação no e xtrato seco total e n a u midade d o s queij o s , res u l tantes d a variação no p o n t o final da massa a o s e r prensada, no tempo de pren sagem etc. A manutenção do ES e, conseqüentemente, da umidade ao l ongo da maturação , pode ser explicada pelo fato de os queijos s erem curad os em embalagens plásticas termo e n c o l h ív e i s , o que, segundo O L I V E I R A ( 1 982), protege os queijos contra a perda d e umi dade por evaporação, d urante a maturação e o armaze n a m e n t o . O s res u l t a d o s d as aná l i s e s d e p r o t e í n a b r u t a n ã o i n d i caram d i fe re n ç a s i g n i fi c a t i v a entre os tratamentos ( P>0,05 ) . A determinação do teor de proteína bruta foi reali zada s omente n o fi nal d a maturação . Seu a c o mp an h am e n t o fo i fe i t o medi ante a u t i l i zação do m é t o d o de titulação de nitrogênio, após reação com formol ( S ILVA, 1 9 9 5 ) , para determ i n ar os índices de prote ó l i s e . O s resultados da análise d e sal dos queijos maturados não indicaram diferença significativa entre os tratamento s , ao longo d a maturação, e na interação tratamento x tempo de maturação (P>0,05) . O valor encontrado ( 1 , 8 % ) permaneceu estável ao longo da maturação, em virtude da ma n u t e n ç ão do E S T, q u e o c o rreu por m o t i v o s j á citados anteriormente. Esse valor s e enqu adra dentro do limite aceitável para o Prato, que, se gundo FURTADO e LOU RENÇO NETO ( 1 994), é de até 2,0%. O teor de sal na u midade variou de 3 ,9 a 4 , 4 % entre os tratame ntos, c o mp ortando-se de maneira inversamente proporcional ao aumento da rel ação C/G , assim como o ES . A diferença foi e s t a t i s t i c a m e n t e s i g n i fi c a t i v a ( P < O , O 1 ) podendo ser explicada pelo aumento do teor de umidade, j á que o teor de sal permaneceu cons tante . A variação, ao longo d a maturação, n ão i n d i c o u d i fere n ç a s i gn i fi c ativa, as s i m c o m o a in teração tratame nto x tempo ( P > 0 , 05 ) . F U R TA D O e L O U R E N Ç O NETO ( 1 9 7 9 ) e n c o n traram o v alor médi o de 4,25 ± 1 ,2 8 % , ao final da cura. Os resultados das análises dos queijos, quanto à acidez, n ão v ari aram s i g n i fi c ativamente ( P>0,05 ) , tendo permanecido próx imo a 0,70% de ácido lático, nos diversos tratamentos e ao longo da maturação. O mesmo ocorreu quanto à interação tratamento x tempo. 5 . C O N CLUSÕES De acordo c o m os resultados obtidos, pôde se concluir que: A relação C/G do leite influiu de manei ra in versamente proporcional no rendi- mento (kg de queij ol l 00 kg de leite) do queijo Prato (antes da salga e após seca g e m ) , o c o rren d o , p o r é m , u ma mai o r perda d e gordura no soro c o m o aumen to da relação C/G do leite. A relação C/G do leite influiu de manei ra inversamente proporcional nos teo res de extrato seco total e de sal na umi dade do queijo Prato. A relação C/G do leite influiu na umi dade do q ueij o Prat o , sendo a rel ação C/G 0,79 considerada como a máxima perm i s s ível para atender à legis l ação vigente, que é de 45 , 9 % . A re l ação C/G do leite n ã o al tero u o teor de sal, a acidez, o pH, os índices de proteólise e a lipólise, que foram alte rado s com o decorrer da maturação , à exceção dos dois primeiros. O teor de gordura dos queijos é inversa mente proporc ional à re l ação C/G do leite, podendo o teor de gordura dos mesmos ser calculado com a equação: % de gordura = 56,449 - 39,967 x C/G (R 2 = 0,993 1 ), no intervalo C/G 0,68 a 0, 80. O percentual de GES é inversamente pro p orcional à rel ação C/G do leite . Para prever a GES na fabricação, aplica-se a equação: % GES = 67,794 - 27,30 x C/G ( R 2 = 0, 9 8 3 3 ) . Esta equ ação permite trabalhar dentro da faixa de C/G 0,68 a 0 , 8 0 . A relação C/G 0 , 7 6 foi definida como sendo a mais elevada para que o queijo Prato atenda ao limite mínimo de 45% de GES, exigido pelo Mercosul e pela legislação brasileira, considerando-se 2% de margem de segurança. A re l ação proteína bru ta/gordura e a U M D Q s ão diretamente proporcionais à relação C/G do leite. O queijo Prato, para se adequar às exi gências da legislação brasileira e do Mer cosul, bem como para a obtenção de um maior rendimento, deve-se reduzir a rela ção C/G no leite, podendo-se usar leite in tegral, para obter maior rendimento além de boas características físico-químicas. Um estudo de padron ização de queij os com b ase na rel ação C/G , para ou tros q ue ij o s de gran de consumo no B rasil, deve ser feito em trabalhos futuros. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 29-49, 1 998 of cream from the same bulk milk was added to adj u s t the wanted C/F ratios in the process o f chessemaking. T h e resul tant cheeses were ana lyzed fo r p h y s ical c h emical and sens ory e va luation d uring 40 days o f ripeni ng. The res u l ts have shown a milk C/F ratio inversely proportional in relation to the c heese yield but with a greater loss of fat in the whey. The milk C/F ratio had an inversely pro portio n al effect on the cheese dry matter and in the salt moisture relationship. There w as a C/F rati o e ffe ct on t h e Prato c h e e s e moisture. T h e 0 , 7 9 C/F ration w a s considered the maximum superi or l i mit req uired b y the act u al B razi l i an l e gi s l at i o n or 45 , 9 % m o i s t u r e . The physi cal chemical cheese characteri stics, such as salt content, acidity, pH, proteolytic and lipolytic indexes, were not altered by the milk C/F ratio , but they altered w i t h t h e ripening progress, with an exception made for acidity and salt contento The fat and the fat o n d ry matter (FD M ) per centages have shown an inversely proportional b e h av i o r w i t h re s p e c t to the m i l k C/F rati o . Equati ons were fo und t o predict unknown pro cessing values . A C/F 0,76 ratio was defined as the maximum limit for the Mercosul and Brazilian FDM minimum requirements legislation. The ratio of crude protein/fat and moisture to the non fat substance (MNFS) depends on the milk C/F ratio. To conform the Prato cheese to the Mercosul and Brazi lian legislation requirements, as well as to achieve a greater yield, it is recommended to work wiÍh a smaller C/F ratio or to choose whole milk to get a greater y i e l d , besides g o o d physical chemical characteristics . 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE QUEIJOS - A B I Q . Produção brasileira de produtos lácteos e estabelecimentos sob ins peção federal. São Paulo, 1 995. Não paginado. ALA I S , C. S ci e n c e du L ai t; p rincipes de tec h niques lait i e r e s . 3 . e d . P ari s : S o cieté D ' Édition et Publicité Agricoles, Industrielles et Co mmerciales, 1 97 5 . 608p. . C i ê n c i a de ! a l eche; p r i n c í p i o s d e t e c n i c a l e chera. 8 . e d . Méxi c o : C o m p ã n i a Editorial C ontinental, 1 99 1 . 594p. ______ 6. SUMMARY ALB UQUERQUE, L.C. Queijos no Brasil. 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"Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 50-52, 1 998 Pág. 50 INFLUÊNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO COM AMINOÁCIDOS SOBRE O GANHO DE PESO EM BOVINOS NO PERÍODO DA ENTRESSAFRA Maria da Graça Portantiolo CorrêaI Inivaldo Corrêa2 Adauto de Matos Lemos3 José Moacir Marin4 Armando Leal do NorteS RESUMO o experimento foi realizado no município de Carlos Chagas em Minas Gerais, com 50 bovinos mestiços de holandês com zebú, castrados, idade variando de 23 a 25 meses, divididos em dois grupos, manejados em piquetes de capim colonião, sendo o grupo I testemunha e o grupo II os animais que receberam a aplicação de 1 0 ml via intramuscular profunda, do produto em teste. Este produto foi obtido pela hidrólise ácida e enzimática de órgãos e glândulas de bovinos, composto com minerais e vitaminas e aminoácidos sintéticos, tendo sido analisado estatisticamente pelo teste "tU de studellt, que demonstrou ter ocorrido perda de peso significativa no grupo testemunha, enquanto o grupo tratado não perdeu peso, e ainda, os pesos ao iniciar o experimento não eram diferentes entre os grupos, mas os pesos averiguados ao final foram significativamente diferentes entre os dois grupos, concluindo que a aplicação do produto testado foi eficiente em relação ao ganho de peso em bovinos mantidos em sistema de pastejo no período da entressafra. INTR O D U Ç Ã O No Brasil, o período da entressafra de abril a setembro é marcadamente prejudicado por defi ciência dos índices pluviométricos e/ou ação da baixa temperatura determinando uma perda n a qualidade nutricional da forragem disponível aos bovinos nesta época do ano, o que normalmente provoca significativa perda de peso nos animais criados em sistema de pastejo. A produção especializada de carne bovina, mais recentemente, tem demandado estudos específicos para esta espécie, pois muitos eram feitos em ruminantes de menor porte (Williams, 1 994), especialmente sobre o uso de aminoácidos como suplemento alimentar, vi sando corrigir deficiências nutricionais momentâneas ou estimular o crescimento e a terminação para o abate mais precoce (Zambrano et. al., 1 987). A utilização de nutrientes externos que levam a uma otimização do metabolismo possui sua origem na terapia citoplas mática defendida pela escola alemã (Theurer, 1 955). A proibição do uso de anabolizantes por parte d a maioria dos países, inclusive o B rasil, j ustifica o esforço no sentido de encontrar outra alternativa, q ue sej a economicamente viável, o que coloca o uso de aminoácidos, vitaminas e mi- nerais como possíveis suplementos alimentares para os bovinos, especialmente quando a forragem disponibilizada aos animais não for de bom valor nutricional. Ainda que não seja pretensão substituir o uso de hormônios, esta é uma alternativa para incrementar o ganho de peso em bovinos. Segundo Liter ( 1 978), a utilização de soluções de ami noácidos livres obtidos da hidrólise ácida e enzi mática de órgãos de origem bovina para aplicações parenterais, representa um método seguro para a nutrição animal e a administração destes hidroli sados de proteínas em indivíduos com deficiência protéica provoca retenção de nitrogênio e resta belece o nível normal de proteína no organismo. Baldwing et aI . ( 1 994), descreveram a exis tência de fortes evidências indicando que os ami noácidos livres provenientes de uma fonte externa, são diretamente direcionados para a maquinaria de síntese protéica, não se misturando com os aminoá cidos intracelulares provenientes do turnover de pro teínas preexistentes. Um hidrolisado de órgãos bo vinos administrados parenteralmente estimula a síntese de DNA, RNA e proliferação celular, se gundo Paffenholz e Theurer ( 1 980), sendo possível estabelecer uma relação entre a concentração do hidrolisado e o aumento na proliferação celular. Médica Veterinária, aluna de mestrado do Departamento de Microbiol ogia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária de Jabuticabal da UNESP. 2 Médico Veterinário, Diretor Técnico do Laboratório Vitafort Ltda. 3 Professor e Pesquisador, M . S c . do Centro Tecnológico - Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG. 4 Professor Assistente, Doutor do Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP 5 Médico Veterinário, M.Sc. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, n° 305, 53: 50-52, 1 998 O objetivo deste trabalho foi testar a eficiên cia quanto ao ganho de peso, de um produto resul tante da hidrólise ácida e enzimática de órgãos de bovinos associado à aminoácidos sintéticos; mine rais e vitaminas, aplicado via intramuscular em ani mais manejados à pasto no período da entressafra. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no período de 1 6/04/96 a 1 5/08/96, na fazenda Pedra Riscada, município de Carlos Chagas , estado de Minas Gerais, utilizando 50 bovinos machos, castrados, mestiços holandês com zebú, com idade variando de 23 a 25 meses. Foram separados aleatoriamente em dois lotes (grupo I e grupo II), seguindo delineamento experimental inteiramente casualizado, mantidos em pastagem de capim colonião. Cada grupo com dois piquetes, rotacionados a cada 42 dias e lotação de uma cabeça por hectare. Os animais foram identificados com brincos numerados de 01 a 25 para Grupo I e 26 a 50 para o Grupo II e sempre que pesados apresentavam jejum de 1 2 horas. O grupo 11 recebeu uma dose de 10 ml via intramuscular profunda na região gl útea aos 90, 60 e 30 dias antes da data prevista para o abate e o grupo I permaneceu como testemunha sem re ceber qualquer tipo de aplicação. A fórmula do produto utilizado fornecida pelo fabricante, laboratório Vitafort Itda é: Treo nina ....................................................... 4,47 mg Valina ............................. ............. ................... 3,32 mg Cálcio (hipofosfito) .............................. 345 , 00 mg Cobalto (Cloreto) ......................... .............. 3 ,00 mg Cobre (Sulfato) ........................................... 5,00 mg Ferro (Dextrano) .................................... 1 0,00 mg Fós foro (Hipofosfito) .......................... 540, 00 mg Manganês (Sulfato) ..................... ............ 1 5,00 mg Magnésio (Cloreto) ................................. 42,00 mg Zinco (Sulfato) ............................................ 8 , 00 mg Água destilada q.s.p . .................. ............ 1 00,00 ml Frasco "B" Cada 1 00 ml contém: Vitamina B 1 (Cloridrato de Tiamina) ... 500,00 Vitamina B6 (Cloridrato de Piridoxina)500,00 Niacina (Ácido Nicotínico) ............. 2 . 200,00 Água Destilada q.s.p . ............................ 1 00,00 obtidos no hidrolisado de órgãos e glândulas de bovinos . Ácido Aspártico Ácido Gl utâmico Al anina - Arginina f3-Alanina Cistina Fenilalanina Glicina Histidina Isoleucina Leucina Lisina Metionina Phosphoserine Prolina Serina Tiros ina Treo nina Triptofano Valina Frasco "A" Cada 1 00 ml contém: - Ácido Glutâmico ............................. 430,78 - Arginina .............. ... ........................... 200,96 - Lisina Cloridrato ..... .................... 1 . 0 1 4,53 - Triptofano .......................................... 63,26 - Histidina Cloridrato ...................... 2 1 4, 9 3 I? L-Metionina ......... ............................... 2 I 7,03 Acido Aspartico .......................................... 9, 1 8 mg mg mg mg mg mg mg .. Cistina ............................................. ........... 3 8 , 1 8 Fenilalanina .............. ................... ............. 20, 1 2 Glicínia ....................................................... 20,24 Isoleucina ................................................... 1 6 ,78 Leucina ....................................................... 34,3 1 Phosphoserine ............................................. 1 ,78 Prolina ....... ................ ................................... 8 , 55 Serina ............................................................. 3 ,44 Tirosina .............................. ........................... 8 , 1 5 mg mg mg mg mg mg mg mg mg �!��!����.::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ��:�� :: mg mg mg ml Tabela 01- Média em mg/% de aminoácidos livres Solução injetável Apres en tação : - Frasco "A" contendo 240 ml acompanhado de frasco "B" contendo 1 O ml, acondicionado em caixas múltiplas contendo 1 2 frascos "A" e 1 2 frascos "B". L L L L L Pág. 5 1 09 1 , 8 0 1 07 , 7 8 35 1 ,98 009,62 03 8 ,00 38 1 ,78 20 1 , 2 0 202 ,44 04 9 , 3 2 1 67,84 343, 1 4 1 45 , 3 0 070,34 0 1 7,80 08 5,48 0 3 4,40 08 1 ,48 . 04 4 , 7 0 032,66 333,1 6 Os aminoácidos livres, presentes na fórmu la, foram obtidos pela hidrólise ácida e enzimática a partir de órgãos e glândulas de bovinos, segundo método proposto por B l ock e Weiss ( 1 95 1 ) , abatidos em matadouros devidamente fiscalizados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). Para iden tificar e quantificar a composição do produto, as análises foram devidamente conduzidas, com cinco repetições, pelo Laboratório de Alta Tecnologia, LAB TEC, em Campinas, estado de São Paulo, sendo que para dosar os aminoácidos foi utilizado um aparelho Amino acid Analizer, da marca Hitach, modêlo L8500A, para os minerais um aparelho Plasma ICP da marca Thermo Jarreln ASH, modêlo digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 52 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SetlDez, n° 305, 53: 50-52, 1 998 IRIS"!AP e para as vitaminas um aparelho HPLC da marca Shimadzu, modêlo LC 10 AS. Na análise dos dados, foi aplicado o teste "t", de student, comparando as médias dos pesos iniciais e finais dos grupos I e 11 (Pimentel, 1 9 84). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da Tabela 02 indicam que para os animais do grupo testemunha, a perda de peso médio durante o experimento segundo o teste "t" de student, foi significativa, enquanto o peso médio dos animais do grupo que receberam o tratamento não apresentou diminuição significativa. A com paração entre os pesos médios iniciais dos grupos testemunha e tratado não foi significativa, enquanto que a comparação entre as médias dos pesos finais do grupo testemunha com o grupo tratado demons trou haver diferença significativa. Tabela 02 Médias dos pesos iniciais e finais dos grupos testemunha e tratado ± os desvios padrões e o resultado do teste "t" para as médias comparadas . - Peso Inicial/kg± Peso Final/kg± Grupo I Grupo 11 Teste "t" 364 ± 1 2 ,36 368 ± 1 4, 8 8 0 , 27695449 Teste "t" 352,2 ± 1 1 ,27 I , 1 704E- 1 3 367,6 ± 1 3 , 9 1 0, 1 703 1 2593 0,000 1 7444 1 Os animais que receberam o composto de ami noácidos livres associados a minerais, vitaminas e aminoácidos sintéticos com objetivo de estimular o ganho de peso em bovinos tiveram um desempenho melhor em relação ao grupo que permaneceu como testemunha, quando utilizados nas condições deste experimento, que pode ser observado ao analisar os resultados do teste "t", sendo a diferença de peso médio final significativamente maior nos animais que receberam a aplicação intramuscular quando comparado com o peso médio finaI dos animais que permaneceram no grupo testemunho, que não rece beram o produto testado. SUMMARY The experience was conducted in the city of Carlos Chagas in the state of Minas Gerais with 50 holstein with zebú crossbreed aging between 23 and 25 months, divided in two groups and managed on colonião grass. The group I was composed by blank proof animais and group 11 was composed by test animais. Group 11 received aplications of 10 mL of deep intramuscular inj ections of a testing object product. This product was composed of free amino acids otained by acid and enzymatic hydrolysis of bovine organs and glands, complementai minerais, vitamins and synthetical amino acids. The statisticaI anaIysis by the "t" student test proved that the animais from group I lost to much weigth, while those from group 11 did not lose. The weigth of the two groups was not different in the beginning of the experience. But the weigth at the and of the experience was significantly different leading to the conclusion that the tested object product application was efficient with respect to the weigth gained by the crossbreed bovines kept under harvesting system in the dry season. C ONCLUSÃO O composto d e aminoácidos livres associa dos a minerais, vitaminas e aminoácidos sintéticos testado foi eficiente quanto ao ganho de peso em bovinos manej ados em pastagens no período da entressafra. REFERÊNCIAS BIB LIOGRÁFICAS BALDWIN, R. L. ; CALVERT, C. C.; HANIGAN, M. D . ; BECKETT, J. Modelling Amino Acid Metabolism in Ruminants. In : Amino Acids in Farm Animal Nutrition. J. P. F. D'Mello. Cab International, Edinburg, UK. p.28 1 -306. 1 994. BLOCK, R. J. e WEIS S , K. W. A m i n o Acid Handb ook, Methods and Results of Pro tein Analys i s . C harles Thomas Publisher, Springfield, USA. 1 95 1 . LITER, M . Farmacologia dei metabolismo de las proteinas simples y de las nucleoproteinas. 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"Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 53-53, 1 998 Pág. 53 REVISTA DO INSTITUTO DE LATICÍNIOS CÂNDIDO TOSTES O. L. Vargas A revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (REVILCT) publicada em Juiz de Fora, apresenta-se no tamanho de 230mm por 1 60mm e, como um órgão do Centro de Pesquisa e Ensino do Instituto de Laticí nios Cândido Tostes, da Empresa de Pesquisa Agrope cuária de Minas Gerais, destina-se à publicação de trabalhos originais de pesquisa e à veiculação de infor mações relevantes para o setor de leite e lácteos deri vados. A critério de um Corpo Editorial, constituído por membros especialistas internos e externos à EPAMIG, a revista poderá veicular artigos de revisào bibliográfica exaustiva, pertinente a um tema específico, ou mesmo notícias de interesse geral, (ii) Aos autores poderá ser solicitada a provisão institu cional de recursos financeiros para publicação de trabalhos originais e/ou impressão de separatas, de acordo com a disponibilidade financeira no período em questão. Neste caso, a Revista poderá orientar os professores e pesquisadores na busca institucional de apoio financeiro, como por exemplo, para paga mento de fotolitos a cores. (iii) Os artigos devem ser redigidos em português, inglês ou espanhol. Os autores devem apresentar redações sempre incluindo títulos e resumo em português e inglês. A bibliografia e as normas complementares de citação devem estar de acordo com a última publicação revista da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (NB - 66 revisada ou posterior). Dar-se-á preferência à forma sem destaque, onde o nome dos autores são escritos com apenas as primeiras letras maiúsculas, isto é, dentro da norma culta do português. (iv) Os manuscritos em cópias originais devem ser enviados datilografados em papel branco, tamanho A4, 21 Omm x 297mm de 75 g m2, reservando-se as seguintes margens: 1- margem esquerda de4Omm, 2 - margem direita de 25mm. 3 - margem superior de 25mm, 4 - margem inferior de 25mm. Os manuscritos devem ser datilografados em espaço duplo em páginas de aproximadamente 30 linhas (no máximo 34 linhas e 80 espaços ou caracteres por linha). O Corpo Editorial poderá fazer alterações de pequeno porte nos originais. As alterações de grande porte serão sugeridas aos autores juntamente com a devolução do texto a ser reajustado. As correções e os acréscimos encaminhados pelos autores, após protocolo de entrada dos originais poderão ser recusados a critério do Corpo Editorial. (v) Todos os pretendentes ao espaço da Revista, dentro do subtítulo "Ciência e Técnica ou Engenharia", de verão apresentar um resumo em português no início do trabalho e um "Summary" em inglês antes da listagem da bibliografia. (vi) A bibliografia deve ser listada, em ordem alfabética, pelo último nome do primeiro autor. As referências bibliográficas devem ser citadas no texto em uma das seguintes formas opcionais: Silva ( 1 980); Silva 1 980; (Silva 1 980); (loe. cit., Silva, 1980); ou (Silva, 1980: 35). As abreviaturas de nomes de periódicos devem seguir as normas da "World List of Scientific Perio dicals". Textos que resultam de ensaios devem conter: título, credenciais dos autores, resumo, introdução, material e método, resultados e discussão, conclusão, agradecimentos, summary e bibliografia. (i) (vii) As ilustrações devem ser feitas em nanquim preto e branco e em t i ntas de desenho (Rotrings ou equivalentes) de cores variadas para reproduções em cores. As ilustrações deverão ser planejadas em função das seguintes reduções opcionais: 1 ) 1 ,5X; 2) 2,OX; 3) 2,5X; 4) 3,OX ou 5) nX sempre calculadas com base na diagonal de um retângulo. Dar-se-á preferência aos tamanhos impressos de 1) 1 20mm por 90mm; 2) 60mm por 45mm; 3) 1 70mm por 1 27,5mm. As bases das ilustrações deverão ser consideradas como I) 1 20mm; 2) 60mm; 3) 1 70mm. Os gráficos e as tabelas devem ser reduzidos ao mínimo indispensável, apenas de acordo com as êxigências de um tratamento estatístico formal. As ilustrações e as tabelas devem vir separadamente em relação ao texto e devem estar de acordo com as normas usuais de tratamento e processamento de dados. As fotografias não deverão ser recortadas, as formas fotográficas originais devem ser mantidas em tamanhos retangulares para espaços i mpressos preferenciais indicados acima (lado menor dividido pelo lado maior igual a aproximadamente 0,7). O cálculo para previsão da redução das ilustrações deve ser feito de acordo com a orientação de Papavero & Martins ( 1 98 3 : 1 09). As i lustrações e as tabelas deverão ser montadas separadamente do texto, deverão conter indicações da sua localização definitiva e m relação à paginação do trabalho, devendo constar uma chamada no texto. Na montagem deverá ser obedecido um rigoroso critério de eco nomia de espaço através da divisão da página em lauda esquerda e lauda direita. Para possibilitar este aproveitamento de espaço, a magnitude da redução poderá ser ajustada. O Corpo Editorial outorga-se o direito de proceder às alterações na montagem dos clichês e das pranchas ou de solicitá-las ao autores. As legendas e os títulos das ilustrações deverao ser datilografados à parte do texto e das pranchas. As ilustrações enviadas pelo correio deverão ser prote gidas em forma de pranchas de cartolina com uma proteção externa em cartão duro ou em madeira, de forma a deixá-Ias sempre planas, nunca dobradas. A CE não pode responsabilizar-se pelas perdas e danos com serviços de postagem. (viii) Em nenhum caso (subtítulo, nomes de autores, etc) deverão ser usadas palavras escritas só com maiús culas. No corpo do texto serão grifados apenas nomes genéricos e específicos e palavras estrangeiras even tualmente usadas nas referências bibliográficas; grifar apenas os nomes de livros e periódicos e seus respectivos volumes . . (ix) Estas normas se aplicam à produção de testos por meio dos múltiplos instrumentos da informática e os artigos podem ser apresentados empregando�se qualquer recurso de gravação reprodutível e vi sualizável. As credencicais dos autores e as notas de rodapés podem ser organizadas dentro dos cri térios "Winword 6.0" (ou versão posterior). Todos os artigos publicados poderão ser impressos (x) em tiragem de I O separatas. As separatas acima desse número serão cobradas dos autores a preço de custo. Os autores não receberão provas para exame e correção, os originais serão considerados definitivos. digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 54 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Set/Dez, n° 305, 53: 54-54, 1 998 R evista que há 56 anos vem se especializando na pesquisa e difusão do setor de leite e derivados. Para assinar a R evista do IL CT, basta preencher o cupom abaixo e enviar o cheque no valor de R $ 40, 00 em nome da EPAMIG Rua Tenente Freitas, 1 1 6 • Cx. Postal 1 83 CEP 36045-560 • Juiz de Fora • MG rog ra ur F evereiro 25, 26, 2 7 25, 26, 2 7 Mar�o 4, 5, 6 1 0, 1 1 , 1 2 1 1, 1 1, 1 8, 25, 1 2, 1 3 1 2, 1 3 1 9, 20 26 Abril 8, 9, 1 0 1 5 , 1 6, 1 7 22, 23 , 24 22, 23 , 24 Maio 20, 2 1 , 22 27 , 2 8 , 29 27, 28, 29 J unho 7 a 18 17, 1 8, 1 9 24, 25, 26 24, 25, 26 Desejo assinar a Revista do II CT Julho 1 , 2, 3 1 , 2, 3 1 5, 1 6, 1 7 1 9 a 23 Nome: Endereço: N° Cidade: Complemento: 29, 30, 3 1 29, 30, 3 1 Bairro: UF: CEP: Pág. 55 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", SeúDez, nO 305, 53: 55-55, 1 998 Queijos Convencionais Iogurte e B ebidas Lácteas Queijos II Métodos B ásicos Microbiologia Iogurte e B ebidas Lácteas Introdução ao H ACCP Queij os Convencionais Doce de Leite Queij os Finos Iogurte e Bebidas Lácteas Racionalização de Vapor e Água Potável Queijos Convencionais Agosto 1 9, 20, 2 1 1 9 , 20, 2 1 26, 27 , 28 Setembro 9, 1 0, 1 1 1 5, 1 6, 1 7 1 6, 17, 23 , 23, 17, 18 18 24 24, 25 23, 24 , 25 Outubro 6, 7, 8, 9 21, 21, 28, 28, 28, Queijos Convencionais Iogurte e Bebidas Lácteas GMP em Laticínios 22, 22, 29, 29, 29, 23 23 30 30 30 Novembro 4, 5, 6 1 8 , 1 9, 20 1 8 , 1 9, 20 25, 26, 27 26, 27 Reciclagem Global em L aticínios Queijos Convencionais Introdução ao H ACCP Iogurte e Bebidas Lácteas Queijos II Tratamento de Efluentes Queijos Convencionais XVI Congresso Nacional de Laticínios GMP em Laticínios Iogurte e Bebidas Lácteas D ezembro 6 a 17 9, 1 0, 1 1 1 6, 1 7, 1 8 1 6, 1 7 , 1 8 Iogurte e B ebidas Lácteas Introd uç ão ao H ACCP Queijos Convencionais Queijos Finos Métodos B ásicos Microbiologia Iogurte e B ebidas Lácteas Gestão Ambiental Doce de Leite Racionalização Vapor e Água Potáv e l Queijos Convencionais Controle de Qualidade de Queijos Queijos Convencionais GMP em Laticínios Queijos II Introdução ao HACCP iogurte e B ebidas Lácteas Queijos Finos Iogurte e B ebidas Lácteas GMP em Laticínios Queijos Convencionais Iogurte Light, Diet, Probiótico Reciclagem Global em Laticínios Sorvete e Sobremesas Geladas Iogurte e Bebidas Lácteas Queijos Convencionais Tel: INFORMAÇÕES NO SUQR DE ENSI N O DO IlCI TEL.: (032) 224-3 1 1 ' digitalizado por arvoredoleite.org