Noções Básicas de Física – Arquitectura Paisagística Princípio de Arquimedes __________________________________________________________________________ PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES INTRODUÇÃO Força de impulsão O desenho da Figura 1a mostra um corpo de densidade ρ, submerso num líquido de densidade ρlíquido. As setas representam as forças que actuam nas diferentes partes do corpo; o tamanho da seta indica a intensidade da força naquele ponto. Observe que as forças laterais se anulam, e que a força que actua na parte inferior do corpo, i.e., aquela que tende a empurrar o corpo para cima, é maior do que a que tende a empurrar o corpo para baixo. Isto acontece porque a pressão aumenta com a profundidade, p = p0 + ρgh (1) Como a pressão p2 é maior que a pressão p1, implica que F2>F1, porque p1=F1/A e p2=F2/A. Somando essas duas forças, vemos que existe uma força resultante que tem a direcção vertical e o sentido para cima. Essa força resultante é a força de impulsão, I = F2 − F1 . Isto acontece para qualquer fluído (líquido ou gás). r F1 r I r F2 r P (a) (b) Figura 1. (a) Forças que actuam num corpo imerso num líquido. A intensidade da força de impulsão será I = F2 − F1 . (b) Um corpo imerso num líquido fica sujeito a duas forças: o seu próprio peso, P, e à força de impulsão I. Princípio de Arquimedes O Princípio de Arquimedes diz que “Todo o corpo completa ou parcialmente imerso num fluido experimenta uma força de impulsão para cima, cujo valor é igual ao peso do fluido deslocado”. Então, para calcular o valor força de impulsão que actua sobre o corpo, basta calcular o peso do líquido deslocado pelo corpo. Assim ou I = Plíquido I = ρ líquidoVlíquido g 14243 (2) (3) mlíquido Departamento de Física da FCT 1 Noções Básicas de Física – Arquitectura Paisagística Princípio de Arquimedes __________________________________________________________________________ onde mlíquido, ρlíquido e Vlíquido representam a massa, a densidade e o volume do líquido deslocado, respectivamente. A Figura 1b mostra que um corpo imerso num líquido fica sujeito a duas forças: o seu próprio peso, P, e à força de impulsão I, e o comportamento do corpo no líquido depende da relação entre essas duas forças: • Se P>I o corpo afunda-se, porque é mais denso que o líquido. • Se P=I o corpo permanece parado no ponto onde foi abandonado, porque tem a mesma densidade do líquido. • Se P<I, o corpo ascende, porque é menos denso que o líquido. No equilíbrio o corpo flutua na superfície com uma parte imersa. Densidade do corpo A Figura 2 mostra um corpo suspenso num dinamómetro e totalmente imerso num líquido. Figura 2. Corpo totalmente imerso num fluído e suspenso num dinamómetro. Por causa da força de impulsão qualquer corpo imerso num líquido experimentará uma diminuição aparente de seu peso, de modo que a leitura no dinamómetro corresponderá à um peso aparente Pa, e será a diferença entre o peso e a força de impulsão: ou Pa = P − I (4) I = P − Pa, (5) e como vimos anteriormente, I é também igual ao peso do fluído deslocado. Uma vez que o corpo está totalmente imerso no líquido, o volume do líquido deslocado é igual ao volume do corpo (Vlíquido=V), Departamento de Física da FCT 2 Noções Básicas de Física – Arquitectura Paisagística Princípio de Arquimedes __________________________________________________________________________ (6) ρ líquidoVg = P − Pa substituindo V = m / ρ em (6) ρ líquido mg ρ = P − Pa, (7) em que m e ρ representam a massa e a densidade do corpo, respectivamente. Sabendo que o peso do corpo é P=mg, a equação anterior pode ser escrita na forma: ρ = ρ líquido (8) P P − Pa Através dessa equação é possível determinar a densidade de um corpo com qualquer forma geométrica, em função da densidade do líquido, do pesos do corpo dentro (Pa) e fora (P) do líquido. Tabela I. Valores tabelados de densidade, à temperatura de 20° C e pressão de 1 atm. Substância ρ (kg/m3) Água 1000 Cobre 8960 Ferro 7870 OBJECTIVOS DA EXPERIÊNCIA • Verificar o princípio de Arquimedes. • Determinar a densidade de um corpo. MATERIAL UTILIZADO Cilindro de cobre Prisma de ferro Copo graduado de ml Dinamómetros Bases e suportes Craveira Figura 3. Montagem experimental. Departamento de Física da FCT 3 Noções Básicas de Física – Arquitectura Paisagística Princípio de Arquimedes __________________________________________________________________________ PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISE DOS RESULTADOS PARTE I: Verificação do Princípio de Arquimedes para um corpo totalmente imerso 1. Anote nos espaços indicados abaixo, os erros de leitura associados às escalas do copo, da balança, do dinamómetro, da craveira e da régua: Erro de leitura do copo:………… Erro de leitura do dinamómetro: …………… Erro de leitura da craveira: ………Erro de leitura da balança: ………………… 2. Suspenda o cilindro de cobre no dinamómetro e meça o seu peso (P). Registe o resultado na Tabela II. 3. Coloque água no copo graduado. Meça o volume da água (V1) e registe o seu valor na Tabela II. 4. Pendure o cilindro no dinamómetro e o introduza no copo de maneira que fique totalmente imerso na água. Escreva o valor do peso aparente do cilindro, Pa, indicado pelo dinamómetro, na Tabela II. 5. Meça o volume de água, V2, com o cilindro imerso, e calcule o volume, ∆Vágua = V2 − V1 , deslocado pelo cilindro. Registe os resultados na Tabela II, com os valores dos volumes em m3 (1 ml=1x10-6 m3). 6. Calcule a massa e o peso da água deslocada ( Págua = ∆Vágua ρ água g ) e a força de impulsão, I = P − Pa (tome g=9.8 m/s2). Escreva os resultados na Tabela II. Apresente todos os resultados nas unidades do Sistema Internacional (kg, m, s). 7. Calcule o erro relativo percentual (%) entre o peso da água deslocada e a força de impulsão: δI = Págua − I I × 100 Note que neste caso, de acordo com o princípio de Arquimedes, deve verificar-se que Págua = I, i.e., que o peso do volume de água deslocado (∆Vágua) é igual à força impulsão (I) experimentada pelo corpo. 8. Repita o mesmo procedimento para o prisma de ferro. Compare os valores das forças de impulsão obtidas para os dois corpos. Tabela II . Corpos totalmente imersos. Corpo P (N) V1(m3) Pa (N) V2 (m3) Cobre Ferro ∆Vágua(m3) Departamento de Física da FCT Págua(N) I (N) δI (%) 4 Noções Básicas de Física – Arquitectura Paisagística Princípio de Arquimedes __________________________________________________________________________ PARTE II: Verificação do Princípio de Arquimedes para um corpo parcialmente imerso 1. Suspenda o cilindro no dinamómetro e o introduza no copo de maneira que fique parcialmente imerso na água. Escreva o valor do peso do cilindro, Pa, indicado pelo dinamómetro, na Tabela III. 2. Repita os procedimentos de 5 a 9 considerando agora que os corpos estão parcialmente imersos na água. Registe os resultados na Tabela III. Tabela III . Corpos parcialmente imersos. Corpo P (N) Pa (N) V1(m3) V2 (m3) Cobre Ferro ∆Vágua(m3) Págua(N) I (N) δρ (%) PARTE III: Cálculo da densidade do corpo 1. Meça as dimensões do cilindro de cobre: altura (h) e o diâmetro (d). Determine a área de secção (A=πd2/4) e o volume do cilindro (V=Ah). Escreva os resultados na tabela IV. 2. Cálculo da densidade pelo método A - Calcule a densidade (ρA) do cilindro de cobre utilizando a expressão ρ A = m / V . Escreva os resultados na Tabela IV. 3. Cálculo da densidade pelo método B - Calcule a densidade (ρB) do cobre usando a expressão (8) e considerando os resultados dos corpos totalmente imersos (Parte I). Escreva os resultados na Tabela IV. 4. Calcule o erro percentual (%) entre as densidades obtidas nesta experiência (ρA e ρB) e o valor tabelado da densidade do cobre, ρCu (ver tabela I), utilizando as relações: δρ A = ρ A − ρ Cu × 100 ρCu δρ B = ρ B − ρ Cu × 100 ρCu Preencha a Tabela V e comente os resultados. 5. Repita o mesmo procedimento para o prisma de ferro. Tabela IV. Densidade Material m (kg) h (m) Cobre Ferro d (m) A (m2) V (m3) Tabela V. Comparação entre as densidades Material ρtabela (kg/m3) ρA (kg/m3) ρB (kg/m3) Cobre 8960 Ferro 7870 ρA (kg/m3) δρA (%) Departamento de Física da FCT ρB (kg/m3) δρ B (%) 5 Noções Básicas de Física – Arquitectura Paisagística Princípio de Arquimedes __________________________________________________________________________ Craveira A craveira (Figura 4) é um instrumento de precisão usado para medir as dimensões lineares internas, externas e de profundidade de uma peça. Consiste numa régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor. Figura 4. Craveira. Para efectuar a leitura de uma medida: • • • • Posicionar a ponta móvel para que a peça a ser medida se adapte com folga entre as pontas fixa e móvel (medida externa) ou entre as orelhas (medida interna) ou entre a haste de profundidade e a escala fixa (medida de profundidade); Mover as partes móveis com o polegar actuando no impulsor até que a parte móvel (ponta, orelha ou haste) encoste suavemente na peça; Ler na escala fixa o número de milímetros inteiros (à esquerda do zero do nónio); Ler a parte fraccionária da medida observando qual traço do nónio coincide com um traço da escala fixa. Calcular o valor da fracção multiplicando o número desse traço pela resolução (0.1 mm). Departamento de Física da FCT 6