XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 Sessão VII – Fisiologia E Reprodução PALESTRA BIOESTIMULAÇÃO PELO EFEITO MACHO NA INDUÇÃO E SINCRONIZAÇÃO DA ACTIVIDADE OVÁRICA EM PEQUENOS RUMINANTES AEM Horta e S Cavaco Gonçalves Departamento de Reprodução Animal, EZN-INIAP 2005-48 Vale de Santarém RESUMO Em ovelhas e cabras, a exposição de fêmeas em anestro sazonal a machos sexualmente activos resulta na activação da LH e ovulação sincronizada. Este fenómeno é conhecido por “efeito macho” e constitui-se um factor de importância no controlo dos acontecimentos reprodutivos. Neste trabalho são revistos os principais mecanismos que estão na base deste efeito e as várias estratégias utilizadas visando potenciar os resultados reprodutivos através da bio-estimulação sexual isolada, ou associada a métodos hormonais. Numa sociedade preocupada pela presença de resíduos hormonais nos alimentos de origem animal e que, no limite do absurdo, menospreza os conceitos de inocuidade e nocividade dos resíduos das hormonas naturais ou sintéticas em concentrações fisiológicas ou terapêuticas, a utilização de métodos naturais de estimulação e controlo sexual ganha novo espaço. Apresentam-se resultados recentemente obtidos em Portugal com diferentes estratégias na utilização do efeito macho associado a tratamentos hormonais em ovinos. BIOSTIMULATION THROUGH THE MALE-EFFECT IN INDUCING AND SYNCHRONISING OVARIAN ACTIVITY IN SMALL RUMINANTS ABSTRACT Exposing ewes and goats to sexually mature males induces LH release and synchronised ovulations. This phenomenon is known as male-effect and constitutes an important factor in controlling reproduction. The mechanisms underlying on this effect as well as strategies seeking the improvement of reproductive performance through sexual bio-stimulation alone or associated with hormonal treatments are reviewed. In a society unpleased by the presence of hormonal residues in food from animal origin, turning into obsolete the scientific concepts establishing safety or danger of physiologic or therapeutic concentrations of natural or synthetic hormone residues, the use of biological methods stimulating and controlling animal reproduction regains a new interest. Results recently obtained in Portugal with different strategies in using the male-effect associated to hormonal treatments in ovine, are presented. 1. ANESTRO SAZONAL A sazonalidade reprodutiva representa uma adaptação natural dos animais para que as épocas de parto coincidam com os períodos de melhor clima e maior disponibilidade forrageira, condições fundamentais para uma melhor taxa de sobrevivência da descendência. Contudo, esta sazonalidade representa uma importante barreira na exploração comercial dos pequenos ruminantes, quando se têm em atenção exigências de mercado e económicas. Assim, a redução da duração do período de anestro e o controlo do retorno à actividade reprodutiva são importantes Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO 95 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 objectivos económicos na indústria da produção de pequenos ruminantes (Rekwot, 2001; Ungerfeld, 2003). Em Portugal, vários estudos confirmaram a existência de períodos de inactividade reprodutiva sazonal em diferentes raças de pequenos ruminantes (Robalo Silva e Calheiros, 1980; Leitão et al., 1987; Horta et al., 1987; Baptista e Mascarenhas, 1987; Barbas et al., 1987; Mascarenhas et al., 1995; Valentim, 2004). São várias as técnicas utilizadas para induzir a actividade ovárica durante o anestro, passando por meios farmacológicos (progestagénios associados a gonadotrofinas, melatonina) ou técnicas de maneio (selecção de animais de acordo com a entrada em ciclicidade ou utilização do efeito macho). 2. EFEITO MACHO O efeito macho ou seja, a introdução de carneiros ou bodes num efectivo de ovelhas ou cabras previamente isoladas de machos, antes da época reprodutiva normal, foi inicialmente descrito por Underwood et al. (1944). O efeito macho pode ser usado para avançar a estação reprodutiva, tornar a puberdade mais precoce, ou fornecer algum grau de sincronização do estro na fase tardia do anestro sazonal (Martin et al., 1986; Evans et al., 2004). Do ponto de vista prático e económico, tem a vantagem de permitir o adiantamento da estação reprodutiva cerca de 4 a 6 semanas ou mesmo mais (consoante se trata de raças muito ou pouco sazonais), fornecendo uma boa sincronização das parições e posteriormente do desmame. De acordo com vários autores citados por Ungerfeld (2003), os resultados obtidos com a utilização do efeito macho são similares aos obtidos com a utilização de tratamentos hormonais, com a vantagem do seu custo quase nulo e da ausência de resíduos hormonais, um factor actualmente de grande importância dadas as enormes pressões dos consumidores. De acordo com Ungerfeld (2003), apesar de os estudos sobre o efeito macho terem sido realizados em mais de 45 raças de ovinos, cerca de 40% foram realizados por investigadores Australianos e Neo-Zelandeses, pelo que mais de metade da informação foi obtida em ovinos das raças Merino e Romney. Muito pouco se sabe sobre a resposta ao efeito macho noutras raças, concretamente raças mediterrânicas, e eventuais diferenças, nem sobre se a raça ou o padrão da sua actividade sazonal influencia não apenas a percentagem, mas também as características da resposta à introdução do macho (Ungerfeld et al., 2004). No caso concreto das raças mediterrânicas, têm sido realizados trabalhos quer em ovelhas (Folch et al., 1983, 1986, 1987; Gómez Brunet et al., 1995; Abecia et al., 2002; Zúñiga et al., 2002; Horta et al., 2004; Vasques et al., 2005, 2006; Cavaco Gonçalves, 2006), quer em cabras (Avdi et al., 2004, Simões e Mascarenhas, 2006), havendo alguma informação recente sobre as raças ovinas e caprinas portuguesas, onde o período de anestro sazonal não é tão marcado como em regiões de latitudes superiores. No caso dos caprinos, cerca de 60% dos animais exibem estro em simultâneo com a primeira ovulação, a qual ocorre 2 a 3 dias após a introdução do macho. A segunda ovulação, sempre acompanhada de estro, é observada 5 a 7 dias após a introdução dos machos em cerca de 75% das cabras, como resultado de uma primeira fase lútea de curta duração (Walken-Brown et al., 1993). Num ensaio realizado por Simões e Mascarenhas (2006) no qual foi avaliada a resposta ao efeito macho no início de Abril, em 20 cabras em anestro da raça Serrana, ecotipo Transmontano, foi observada resposta em todos os animais. De referir, contudo, que apesar de as fêmeas não terem sido sujeitas a qualquer tratamento prévio, os machos foram alvo de uma prévia estimulação nos 4 meses que antecederam o ensaio, com um tratamento luminoso artificial de dias longos (16 horas) seguidos de dias curtos. A introdução de carneiros num rebanho de fêmeas anovulatórias induz, 2 a 4 minutos depois, um aumento na frequência dos pulsos de LH (Martin et al., 1986) a qual poderá culminar cerca de 36 horas depois, numa descarga ovulatória daquela gonadotrofina e numa primeira ovulação, 2 a 4 dias após o início do contacto com os carneiros (Martin et al., 1986). Esta primeira ovulação é denominada de silenciosa, uma vez que não é associada a comportamento éstrico. O primeiro estro surge, nalguns animais, associado à segunda ovulação, 17 a 20 dias após a introdução do carneiro. Noutros animais, a primeira fase lútea tem uma duração de apenas 5 ou 6 dias, a que se segue uma nova ovulação também não acompanhada por estro, mas seguida de uma fase lútea normal. Nestes animais, apenas a terceira ovulação é acompanhada de estro, cerca de 24 dias após a introdução dos machos. Uma reduzida percentagem de ovelhas ovula se os carneiros Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO 96 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 forem retirados após 8 ou 24 horas, parecendo inevitável que os carneiros tenham que estar presentes mais tempo do que estes minutos iniciais, para que as ovelhas venham a ovular (Rosa e Bryant, 2002). A causa da existência dos corpos lúteos de regressão prematura, responsáveis pelos ciclos curtos atrás referidos, ainda não está completamente esclarecida. Contudo, é de salientar que a sua presença é também observada no início da puberdade e no início da actividade cíclica pós-parto. Desde os trabalhos de Southee et al. (1988) e de Keisler e Keisler (1989), nos quais foi evidenciado o papel do útero na regressão do corpo lúteo, que se aceita que a curta duração daquelas estruturas resulta da libertação prematura de PGF2α pelo útero. De facto, a préexposição a progestagéneos das ovelhas submetidas a efeito macho impede a ocorrência de fases lúteas curtas (Cognie et al., 1982; Pearce et al., 1985), o que, de acordo com Lassoued et al. (1997), sugere que a falta de progesterona e da sua acção inibidora na secreção de estradiol permite a síntese de receptores endometriais para a ocitocina, 5 dias após a introdução dos machos, com o consequente aumento libertação de PGF2α e lise prematura do corpo lúteo. O pré-tratamento com progestagénios durante um período mínimo de 10 dias e a introdução dos machos no dia da remoção das esponjas ou da sua última administração, permite que os animais exibam estro em simultâneo com a primeira ovulação (Cognie et al., 1982; Martin et al., 1986). O efeito macho parece depender principalmente de sinais olfactivos com origem em feromonas produzidas pelos machos, por estímulo dos androgénios (Gelez e Fabre-Nys, 2004), em associação com estímulos comportamentais gerados essencialmente durante a actividade de cortejamento (Rosa e Bryant, 2002). As feromonas, produzidas pela pele, principalmente a localizada em redor dos olhos, actuam primariamente através do sistema olfactivo principal: a destruição do epitélio olfactivo ou a inactivação da amígdala cortical, bloqueiam completamente a resposta (aumento da secreção de LH) ao odor do carneiro (Gelez e Fabre-Nyz, 2004). Outro factor do qual parece também depender a resposta da fêmea, é a experiência adquirida (Gelez e Fabre-Nys, 2004). Estudos efectuados indicam que na maioria das ovelhas sem experiência sexual e que nunca tenham contactado um carneiro, o odor do carneiro não activou a secreção de LH, contrariamente às ovelhas com experiência sexual. Nas ovelhas, contrariamente ao que acontece nos roedores, parece ser importante existir aprendizagem ao odor do carneiro, para que este seja eficaz. A resposta da ovelha ao carneiro depende da intensidade do estímulo e da receptividade da fêmea, ou seja, da profundidade do anestro. Fêmeas de raças com um forte padrão sazonal não responderão por mais forte que seja o estímulo, ao passo que em fêmeas de raças pouco sazonais, no final do período de anestro, bastará um estímulo ligeiro (Ungerfeld et al., 2004). O sucesso da indução da actividade reprodutiva das ovelhas em anestro aumenta com a proximidade do período normal da estação reprodutiva (Oldham e Cognié, 1980; Nugent et al., 1988, cit. Cushwa et al., 1992). A proporção de fêmeas em anestro que ovula após a introdução de machos, aumenta quando em simultâneo são introduzidas fêmeas em estro (Knight, 1985). Uma resposta semelhante foi observada em carneiros que estiveram em contacto com ovelhas em estro por um breve período antes da sua introdução num efectivo de ovelhas em anestro. As ovelhas em estro induzem a secreção de pulsos de LH e o aumento dos níveis de testosterona durante as primeiras 4-8 horas de contacto (Yarney e Sanford, 1983; González et al., 1991, cit. Ungerfeld et al., 2004). As concentrações daquelas hormonas mantêm-se elevadas durante vários dias, o que por sua vez estimula a produção de feromonas e talvez a libido (Rekwot, et al., 2001). Para além do mais, o comportamento dos carneiros em relação às ovelhas em estro fornece estímulos visuais adicionais para as ovelhas anovulatórias. Desta forma, a presença de ovelhas em estro associadas a carneiros, ou a presença de carneiros que tenham tido experiência sexual recente com ovelhas em estro, irá permitir que as ovelhas anovulatórias sejam expostas a estímulos olfactivos, tácteis, e particularmente, visuais, que podem aumentar a potência do estimulo, e melhorar a eficácia do efeito macho (Rosa et al., 2000). Também características do macho, como sejam a raça, a idade e a experiência sexual, são factores importantes na expressão do efeito macho (Rosa et al., 2000). O facto das feromonas estarem sob a influência das secreções esteróides pode ajudar a perceber as diferenças raciais que se têm notado na capacidade dos machos para induzirem a ovulação (Tervit et al., 1978; Knights et al., 2002), ou a Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO 97 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 importância do número de machos necessários para um efeito macho eficaz. Em relação à percentagem de carneiros no rebanho, Lindsay et al., (1992, cit Ungerfeld et al., 2004.) observaram mais ovelhas em estro quando usaram uma percentagem de carneiros no rebanho de 3 ou 6 %, em comparação com 1%. Rodriguez Iglesias et al. (1997, cit Ungerfeld et al., 2004.), em contraste, não obtiveram uma percentagem mais elevada de ovelhas em estro quando aumentaram a percentagem de carneiros de 8 para 16%. 3. EFEITO MACHO E FLUSHING ALIMENTAR Estudos efectuados em Espanha por Folch et al. (1983; 1987; 1988) na raça Aragonesa, mostraram que submetendo fêmeas em diferentes estados corporais ao efeito macho em Abril, a proporção de ovelhas cobertas, e sobretudo a fertilidade das ovelhas cíclicas, são muito superiores à das acíclicas. Nos rebanhos estabulados sujeitos a uma alimentação uniforme e equilibrada ao longo do ano, não se observou nenhum tipo de sincronização dos cios pelo efeito macho. Esta ausência de sincronização prende-se com o facto de estas ovelhas se encontrarem na sua maioria em ciclicidade na época desfavorável. A fertilidade consequente ao efeito macho é muito inferior nos animais subalimentados (31,6%) do que nos lotes médio (67%) e alto (77,5%). O “flushing” à base de 150 g de soja/ovelha/dia, fornecido às ovelhas do lote nutritivo baixo, duas semanas antes a cinco semanas depois da cobrição, permite obter uma fertilidade idêntica à dos animais dos lotes médio e alto. Nas explorações de tipo extensivo, com pastagem Outono/invernal de pouco valor energético, o efeito macho provocou sincronização dos cios na maior percentagem de animais, 24 a 28 dias depois da introdução dos carneiros no rebanho, indicando que o efeito macho terá induzido um ciclo de curta duração e um ciclo normal nas fêmeas que se encontravam em anestro. Estes resultados mostram existir interacção entre a condição corporal e a profundidade do anestro, a qual influencia a eficiência de resposta ao efeito macho. 4. EFEITO MACHO ASSOCIADO A TRATAMENTOS HORMONAIS Tem havido várias abordagens no sentido de potenciar o efeito macho e os tratamentos de estimulação/sincronização hormonais sobre a resposta das ovelhas e a fertilidade subsequente. Estes estudos têm conduzido à racionalização da utilização de hormonas exógenas sem diminuição da eficiência dos métodos de indução e sincronização do ciclo (Wildeus, 1999). Umberger et al. (1994) verificaram que a associação do efeito macho a tratamentos progestagénicos de sincronização em ovelhas anovulatórias, foi tão eficaz na indução das ovulações como os tratamentos associando gonadotrofinas. Em trabalhos realizados por Evans et al. (2004) e Hawken et al. (2005) nos quais ovelhas submetidas a um protocolo de sincronização éstrica com progestagéneos foram expostas aos machos nos últimos 3 dias de tratamento, observou-se um rápido aumento da secreção de LH, um avanço do início e do fim do estro, do pico de LH e da ovulação, reduzindo ainda a duração do estro. Verificou-se igualmente uma redução do número de fêmeas que pariram e, nos animais aos quais foram administradas 500 UI de eCG no momento da remoção das esponjas, houve uma redução da prolificidade. Num outro trabalho, Romano et al. (2001), verificaram que a presença contínua de carneiros após a remoção da esponja, encurtou o período até ao início do estro, e reduziu o intervalo entre a remoção da esponja e a ovulação, reduzindo ainda a variação entre as ovelhas, do período compreendido entre a remoção da esponja e a ovulação. Rajamahendran et al. (1993), verificaram que o aumento de fertilidade provocado pelo efeito macho seguido da utilização de tratamento com FGA só se verifica na época de reprodução (Julho) contígua à existência de fêmeas em anestro, querendo sugerir que o efeito macho em ovelhas cíclicas não exerce qualquer estímulo acrescido. Trabalhos realizados em Portugal (Horta et al., 2004; Vasques et al. 2006a) em raças diferentes durante o mês de Março, onde o macho foi introduzido 22 dias antes do início do tratamento progestagénico, mostram que no efectivo onde a percentagem de ovelhas em aciclia era inferior antes da introdução dos machos (30,6% vs 80,4%) a proporção de parições obtidas por IA consequente a ovulações sincronizadas foi significativamente superior no grupo submetido ao EM (86,7% vs 54,6%, P<0,04 e 56% vs 38%, Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO 98 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 P>0,05; respectivamente). Estes resultados sugerem que em efectivos onde o anestro é ligeiro o efeito macho associado ao tratamento progestagénico resulta em melhores taxas de fertilidade do que nos efectivos onde o anestro é intenso. 5. RESULTADOS OBTIDOS NO DEPARTAMENTO DE REPRODUÇÃO ANIMAL DA EZN Nos últimos anos têm sido realizados no DRA da EZN vários trabalhos em ovelhas, com o objectivo de avaliar as consequências da utilização, no final do Inverno (Março), do efeito macho sobre a resposta aos tratamentos de sincronização de estros com progestagénios (Horta et al., 2004; Vasques et al., 2004; Vasques et al., 2006ab; Cavaco-Gonçalves et al., 2006) em Idanha-aNova - Castelo Branco (CB - raça Merino da Beira Baixa) e na EZN - Vale de Santarém (1º, 2º e 3º anos - raças Merino Precoce puro e cruzado com Romanov). Não houve qualquer contacto físico, visual, olfactivo ou sonoro entre machos e fêmeas nos 2 meses que antecederam o início dos trabalhos. Para a sincronização do estro foram utilizadas esponjas vaginais com 45 mg de AFG, as quais permaneceram in situ durante 12 dias. No dia da remoção das esponjas foram administrados a cada animal 500 UI de eCG (i.m.) e 55 horas depois todos os animais foram inseminados por via cervical, com sémen refrigerado (400 x 106 spz). O momento de submissão ao efeito macho (D0) variou. No 1º ano os animais foram expostos aos machos 20 dias antes do início da sincronização. Nos 2º e 3º anos o efeito macho foi realizado respectivamente 24 e 48 horas após a introdução das esponjas. Os machos permaneceram com as fêmeas durante 5 dias (D5). Nas duas semanas que antecederam o início do ensaio foram realizadas colheitas de sangue 2 vezes por semana para determinar o número de animais em anestro através da determinação da concentração plasmática de progesterona (P4). A concentração plasmática de P4 foi também doseada em amostras de plasma colhidas em momentos determinados durante o período de EM, o tratamento de sincronização e o dia da IA para avaliar a actividade ovárica. A LH plasmática foi doseada em amostras de plasma colhidas, no 1º ano a 5 animais de cada grupo, a intervalos de 4 horas, durante 24 horas com início 44 horas após a remoção das esponjas, no 2º e 3º anos foram colhidas amostras a 5 animais, a intervalos de 2 horas desde 26 horas antes do efeito macho até 8 horas depois. No 3º ano, estas colheitas prolongaram-se até às 26 horas. No ensaio realizado numa exploração localizada em Idanha-a-Nova (CB), foram utilizados animais Merino da Beira Baixa. Neste ensaio a metodologia foi semelhante à referida para o 1º ano, com o início da sincronização do estro 22 dias após a introdução dos machos. Protocolos experimentais - Efeito Macho: C: CB; I - III: 1º-3º anos I I I I I C C C C C 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Dias 22 III III III III II II II II II 23 24 25 26 27 III IA 28 29 30 31 32 33 34 35 36 |----------------------- A F G --------------------------| Nos 1º, 2º, 3º anos e em CB, no dia da introdução dos machos no efectivo (D0), não foi diferente o número de fêmeas cíclicas e em anestro entre os grupos T e EM (Tabelas 1 e 2). Nos ensaios de CB e do 1º ano, uma vez que a inserção das esponjas só teve lugar 20/22 dias depois, avaliámos também a variação do número de fêmeas em anestro ao longo deste período. Assim, conforme se pode ver na tabela 2, no grupo EM do 1º ano o número de fêmeas em anestro reduziu-se significativamente de D0 para D12 e D20. Comparando os dois grupos, em D12 o número de fêmeas em anestro do grupo EM era significativamente inferior ao do grupo T. No ensaio CB não se observaram diferenças ao longo do tempo no nº de animais cíclicos e em anestro. Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO 99 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 Tabela 1. Ovelhas cíclicas no início dos ensaios realizados na EZN (Projecto PIDDAC 802) Grupo T EM 1º ANO (T, n=27; EM, n=29) D0 Cíclicas Acíclicas (%) (%) 7 (25,93) 20 (74,07) 4 (13,79) 25 (86,21) T vs EM, p>0,05 2º ANO (T, n=32; EM, n=34) D0 Cíclicas Acíclicas (%) (%) 22 (68,75%) 10 (31,25%) 27 (79,41%) 7 (20,59%) T vs EM, p>0,05 3º ANO (T, n=32; EM, n=30) D0 Cíclicas Acíclicas (%) (%) 20 (66,7%) 10 (33,3%) 21 (65,6%) 11 (34,4%) T vs EM, p>0,05 Comparando o 1º ano com o ensaio de Castelo Branco, em que foram utilizadas metodologias semelhantes, verificamos que o número de animais cíclicos e em anestro em cada grupo e em cada dia, são significativamente diferentes. No 1º ano predominam os animais em anestro, enquanto em Castelo Branco predominam os animais cíclicos (Tabela 2) Tabela 2. Ovelhas cíclicas em resposta ao efeito macho em CB e na EZN, antes do tratamento de sincronização hormonal. Grupos Castelo Branco (T, n=25; EM, n=23) Cíclicas (%) T EM D0 Acíclicas (%) 17 (68%) 16 (70%) 8 (32%) 7 (30%) T vs EM: p>0,05 D11 T EM 18 (72%) 17 (74%) 7 (28%) 6 (26%) T vs EM: p>0,05 D22 T EM 14 (56%) 13 (57%) 11 (44%) 10 (43%) T vs EM: p>0,05 Signif (entre dias) D0 vs D11 vs D22: Grupo T: p> 0.05; Grupo EM p> 0.05 Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO EZN 1º ANO (T, n=27; EM, n=29) Cíclicas (%) 7 (25,93) 4 (13,79) Signif (entre explorações) D0 Acíclicas (%) 20 (74,07) 25 (86,21) p< 0,05 p< 0,05 T vs EM: p>0,05 D12 3 (11,11) 11 (37,93) 24 (88,89) 18 (62,04) p< 0,05 p< 0,05 T vs EM: p<0,05 D20 6 (22,22) 12 (41,38) 21 (77,78) 17 (58,62) p< 0,05 p> 0,05 T vs EM: p>0,05 D0 vs D11 vs D22: Grupo T: p> 0.05; D0 vs D12 e D20: Grupo EM: p<0,05 100 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 A figura 1 mostra um aumento significativo na produção de progesterona produzida ao 6º dia após a sincronização no grupo EM, nos animais que ovularam. No 1º ano na EZN foram as testemunhas que apresentaram maior concentração de progesterona ao 6º dia após a ovulação sincronizada (Figura 2). A estas diferenças associaram-se as fertilidades obtidas nos respectivos grupos, indicando que a uma maior competência funcional dos corpos lúteos do diestro pós IA corresponde uma fertilidade superior (Tabelas 4 e 5). Figura 1 – Cinética plasmática da P4 no ensaio CB 9 8 T Média ± Erro Padrão EM *: p<0,05 7 * ng / mL 6 5 IA FGA 4 * 3 ** EM (D0-D7) 2 1 ** 0 D0 D3 D8 D11 D15 D22 D29 D33 D35 D43 Dias após Efeito Macho Figura 2 – Cinética plasmática da P4 no 1º ano 7 6 T EM (Média ± Erro Padrão) * = p<0,05 * 5 ng / mL IA 4 * FGA 3 2 EM * 1 * 0 D-15 D-8 D0 D5 * D20 D32 D42 Dias em relação ao EM Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO 101 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 Figura 3 – Cinética plasmática da P4 no 2º ano 5 T (Média ± Erro Padrão) EM 4 3 FGA (D-1:D11) IA 2 EM (D0:D5) 1 p<0,001 0 D-15 D-11 D-8 D-4 D-1 D3 D6 D11 D13 D21 D31 D41 Dias em relação ao EM Figura 4 – Cinética plasmática da P4 no 3º ano 2,6 2,4 2,2 (Média ± Erro Padrão) EM T 2,0 1,8 ng/mL 1,6 1,4 IA 1,2 FGA (D-2:D10) 1,0 0,8 EM (D0:D5) 0,6 0,4 0,2 0,0 D-15 D-11 D-8 D-4 D-2 D3 D5 D7 D10 D12 D19 D27 Dias em relação ao EM Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO 102 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 Analisando a figura 5, verificamos que a bioestimulação realizada no 1º ano, 20 dias antes do protocolo de sincronização éstrica, não induziu qualquer alteração na cinética plasmática de LH durante o período péri-ovulatório. Figura 5 – Cinética plasmática da LH no ensaio 1º Ano 420 400 (Média ± Erro Padrão) 380 T Unidades de Densidade Óptica 360 EM 340 320 300 280 260 240 220 200 180 160 44H 48H 52H 56H 60H 64H 68H Horas após a remoção das esponjas No 2º Ano comparámos as concentrações plasmáticas de LH em três momentos: antes da introdução das esponjas (a FGA), depois da introdução das esponjas mas antes da introdução dos machos (FGA a EM) e depois da introdução das esponjas e depois do EM (FGA p EM). Verificámos que após a introdução das esponjas com AFG a concentração plasmática de LH se reduziu significativamente, assim se mantendo mesmo após o estímulo do macho. Ou seja, o progestagénio contido nas esponjas vaginais inibiu a descarga pré-ovulatória de LH habitualmente observada após a indução do EM, confirmando o seu papel bloqueador ao nível do eixo hipotálamo-hipofisário (figura 6). Estes resultados discordam dos obtidos por Evans et al. (2004), que verificaram um aumento significativo da concentração de LH no período de sete horas após o EM, tendo este sido induzido nos três últimos dias do tratamento de sincronização de estro com esponjas vaginais de progestagénio. No nosso entender, este facto resultou provavelmente da concentração plasmática de progestagénio, existente 9 dias após a inserção das esponjas, já não ser suficiente para inibir o eixo hipotálamo-hipofisário. Os resultados por nós obtidos no 3º ano parecem justificar esta hipótese. De facto, no 3º ano (figura 7), a cinética plasmática da LH foi idêntica à observada no período correspondente do 2º ano. Contudo, os resultados referentes ao período entre as 8 e as 26 horas após a introdução das esponjas (FGA p EM 0-8h e FGA p EM 10-26h) demonstraram um aumento da concentração da LH para valores idênticos aos observados antes da introdução das esponjas (aFGA). Estes valores não são, contudo, valores típicos de uma descarga pré-ovulatória. Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO 103 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 Figura 6 – Cinética plasmática da LH no ensaio 2º Ano 340 320 (Média ± Erro Padrão) a Unidades de Densidade Óptica 300 280 260 240 b b 220 200 a FGA FGA a EM FGA p EM ( a, b: p<0,05) Figura 7 – Cinética plasmática da LH no ensaio 3º Ano 260 240 (Média ± Erro Padrão) Unidades de Densidade Óptica a 220 a 200 180 b 160 b 140 a FGA FGA a EM Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO FGA p EM 0-8H (a, b: p<0,05) FGA p EM 10-26H 104 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 O número de animais que ovularam em resposta ao tratamento de sincronização, identificados como os animais com P4 <0.5 ng/ml no dia da IA e P4>0.5 ng/ml 7 dias depois apenas foram significativamente diferentes no 2º ano, no qual ovularam mais animais do grupo EM (Tabela 3). Tabela 3. Resposta ovulatória nos diferentes ensaios em função dos tratamentos instituídos ANO CB 1º 2º 3º Controlo Animais que N ovularam (%) 25 25 (100%) 27 26 (96,3%) 32 26 (81,3%) 25 21 (84%) CB vs 2º ano: p<0.05 CB vs 3º ano: p<0.05 EM Animais que N ovularam (%) 23 21 (91,3%) 29 29 (100%) 34 33 (97,1%) 24 19 (79,2%) 1º ano vs 3º ano: p<0.05 p>0.05 p>0.05 p<0.05 p>0.05 (no 2º ano 13 animais perderam a esponja, pelo que foram excluídos) Dos animais acima referidos nem todos ficaram gestantes com a IA realizada no final do tratamento de sincronização, conforme se pode verificar na tabela 4, não existindo diferenças entre os grupos, mas tendendo a superiorizar-se no grupo EM dos ensaios CB e 2º ano. No ensaio CB foram excluídos devido a terem morrido apesar de terem ovulado, 2 animais no grupo C e 3 no grupo EM. A fertilidade consequente à cobrição natural foi significativamente superior nas testemunhas dos ensaios CB e 2º ano. Tabela 4. Fertilidade dos animais cíclicos e que sincronizaram (P4<0,5 ng/mL à IA) CB Controlo EM Total IA Sincroniz 23 18 22 15 Partos IA 12 13 Partos CN 10 2 Não Gest. 1 3 Partos Controlo 1º ANO EM 26 29 18 19 15 11 3 8 8 10 Controlo 2º ANO EM 26 33 23 23 7 13 16 10 3 10 Sessão VII – FISIOLOGIA E REPRODUÇÃO Fert IA (%) 52,2 72,2 P=0.16 57.7 37.9 P=0.12 26.92 39.4 P=0.23 Fert CN (%) 43,5 11,1 P=0.025 11.5 27.6 P=0.13 61.54 30.3 P=0.016 Vazias (%) 4,3 16,7 P=0.22 30.8 34.5 P=0.5 11.54 30.3 P=0.08 105 XVI Congresso de Zootecnia “Saber produzir, Saber transformar” Esc Sup Agrária de Castelo Branco – 1 a 4 de Novembro de 2006 Tabela 5 - Distribuição das parições por grupo e por categoria (IA ou CN) CB 1º ANO Controlo EM Total Paridas 22 15 Partos IA 12 13 Partos CN 10 2 Controlo 18 15 3 83,34 16.66 EM 19 11 8 57,9 42,1 % IA % CN 54,5 45,5 86,7 13,3 P=0.043 P=0.091 2º ANO Controlo EM 23 23 7 13 16 10 30,4 56,5 69,6 43,5 P=0.07 Os resultados da tabela 5 mostram claramente uma influência significativa do EM sobre a distribuição dos partos em função da IA ou CN, favorável às parições consequentes à IA quando a intensidade do anestro no início do ensaio é menor (CB e 2º ano). Destes resultados podemos concluir que o efeito macho exerce estímulos positivos sobre a indução da ciclicidade de ovelhas que se encontram em anestro sazonal. Contudo, quando estamos em presença de anestros mais intensos testemunhados por uma percentagem de ovelhas em anestro superior a 50% dos animais, à indução da ciclicidade induzida pelo efeito macho não corresponde um aumento da fertilidade da ovulação induzida por tratamentos hormonais ulteriores. O estímulo do macho, provocando a libertação das fracas reservas de gonadotrofinas na hipófise nestas condições, parece piorar a recuperação destas fêmeas traduzindo-se em ovulações menos competentes na sequência da sincronização hormonal ulterior. A utilização do efeito macho durante o período de inibição da libertação de gonadotrofinas hipofisárias do tratamento progestagénico, ao impedir o consumo inconsequente das reservas gonadotróficas, poderá contribuir para melhorar a eficiência da resposta ovulatória nas condições desfavoráveis referidas anteriormente. Nos efectivos com menor intensidade de anestros (<50%) existe um aumento significativo da fertilidade da ovulação induzida nas fêmeas submetidas ao efeito macho. BIBLIOGRAFIA Abecia, J.A., Forcada, F. e Zuñiga, O., 2002. A note on the effect of individual housing conditions on LH secretion in ewes after exposure to a ram. Applied Animal Behaviour Science, 75: 347-352. Avdi, M., Leboeuf , B. e Terqui, M., 2004. Advanced breeding and "buck effect" in indigenous Greek goats. Livestock Production Science, 87: 251-257. Baptista, M.C. e Mascarenhas, R.D., 1987. Seasonal variation of the sexual activity of Serra da Estrela rams during the year. 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