DOSSIÊ DE TOMBAMENTO DA IGREJA DE SÃO JOAQUIM Porteirinha – MG Março de 2002 INTRODUÇÃO Nesse dossiê foram sistematizadas as informações históricas, a partir de fontes bibliográficas e orais, e arquitetônicas da Igreja de São Joaquim. Este trabalho faz parte do esforço do Departamento Municipal de Cultura de estabelecer uma política de proteção do patrimônio cultural e da memória local, que vem promovendo pesquisas e ações para tal fim. Uma dessas ações é, precisamente, a formação e organização do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural e o tombamento de diversos bens culturais do município. A Igreja de São Joaquim, importante marco da fé do povo de Porteirinha, recebe com o tombamento a proteção necessária para que se evite outras futuras descaracterizações. O dossiê é peça fundamental nesse processo de tombamento, uma vez que é ele quem subsidia o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural nas suas discussões e na decisão pelo tombamento do bem. HISTÓRICO DA IGREJA DE SÃO JOAQUIM A data precisa em que foi construída a primeira Igreja de São Joaquim é indeterminada, mas é certo que remonta, pelo menos, ao final do século XIX, quando surge o povoado de São Joaquim de Porteirinha. A igreja é elevada à condição de sede paroquial em 06 de novembro de 1941, assumindo a paróquia o padre Julião Arroyo Gallo, de origem espanhola. Com isso, a comunidade sente necessidade de ampliar a capela e alguns anos mais tarde tem-se início a primeira grande reforma à qual vai ser submetida a igreja. Essa reforma irá ocorrer no ano de 1947, após breve ausência do padre Julião, que irá assumir a paróquia de Cafelância, no interior do estado de São Paulo. Essa reforma irá alterar a fachada principal da Igreja, que irá ser doravante voltada para a praça São Joaquim. Em 08 de outubro de 1953 a antiga fachada principal da igreja será demolida. Em 27 de abril de 1959 tem-se início a segunda grande reforma pela qual passou a igreja, que será concluída em 29 de agosto de 1959. Nessa reforma a igreja será ampliada e ganhará a torre sineira. DESCRIÇÃO E ANÁLISE ARQUITETÔNICA DA IGREJA DE SÃO JOAQUIM Edificação religiosa de grande simplicidade arquitetônica. Desenvolve-se em corpo central com torre sineira única ao centro, em pano mais avançado, com uma janela de coro rasgada por inteiro, com óculo. A torre apresenta cobertura em quatro águas vedada com laje. Nos panos laterais mais recuados vê-se dois óculos, um em cada pano, iguais ao da torre. Dividindo a fachada principal, marcando a altura do coro, tem-se uma cimalha em massa. Os espaços intervãos das fachadas laterais são marcados por pilastras ressaltadas com cornijas no alinhamento da cimalha da fachada principal. As fachadas laterais possuem três vãos em verga de arco pleno, sendo uma porta ladeada por duas janelas. Todos os vãos recebem bandeira com bandeira fixa em vidro e madeira encimados de frisos que acompanham a curvatura do arco das bandeiras e, mais acima, outro friso reto. As portas são emolduradas e vedadas em madeira almofadada em duas folhas de abrir. As janelas são vedadas em folhas de abrir de madeira e vidro, com veneziana em sua parte inferior. Acima das portas, nas duas laterais, vê-se um frontão que coroa as platibandas que escondem a cobertura. Na fachada posterior, onde fica localizada uma pequena capela com o sacrário, vê-se repetir a cimalha da facha principal e uma porta ao centro, com as mesmas características das demais portas. Coroando a fachada tem-se uma platibanda. A vedação das paredes é feita em tijolo e a cobertura do corpo da igreja é feita em telhas de cerâmica francesas em duas águas perpendiculares à praça. O interior da igreja é simples, não apresentando nenhuma característica que tenha grande relevância do ponto de vista arquitetônico ou artístico. A edificação encontra-se em excelente estado de conservação. DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO O perímetro de tombamento da edificação está definido a partir dos eixos de vias públicas, a saber: P1 = Eixo da rua. P2 = Eixo da. P3 = Eixo da. P4 = Eixo da. P5 = P1. JUSTIFICATIVA DA DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO O perímetro de tombamento foi definido a partir dos eixos das vias públicas que circundam a edificação, uma vez que a extensão do perímetro para além desses limites poderia vir a causar resistências por parte da administração municipal bem como da população em geral. DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO A área de entorno do bem tombado constitui-se à partir dos eixos de vias públicas, a saber: P1 = Eixo da rua. P2 = Eixo da rua. P3 = Eixo da rua. P4 = Eixo da rua. P5 = P1. JUSTIFICATIVA DA DEFINIÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO O perímetro de entorno definido buscou incluir dentro de seus limites todo o largo onde se originou a cidade, sendo que a Igreja localiza-se no centro deste. Dessa forma busca-se estabelecer uma proteção mínima a edificação que aqui é tombada e, ao mesmo tempo, àquelas outras edificações que encontram-se nesse largo e que testemunham o surgimento e desenvolvimento da cidade. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Vista geral da igreja de São Joaquim. Vista da fachada lateral esquerda e parte da fachada principal Vista da fachada principal. Vista da fachada posterior. Vista das fachadas posterior e lateral direita. Vista das fachadas posterior e lateral esquerda. Foto da porta da fachada principal. Foto de uma das janelas encontradas nas fachadas laterais. Foto de uma das portas das fachadas laterais. Foto do altar da igreja de São Joaquim. Vista interna da parte anterior e do coro da Igreja. Vista do forro em madeira da igreja. Foto com detalhe do piso da igreja. Foto da capela do santíssimo, localizada na parte posterior da igreja. FICHA TÉCNICA ELABORAÇÃO DO DOSSIÊ Marcus Vinícius Carvalho Coelho Consultor para Projetos Culturais. Maria Ladeia Pereira Historiadora Fábio Maurício Santos Engenheiro civil FOTOGRAFIAS Marcus Vinícius Carvalho Coelho Fotógrafo. PARECER PARA TOMBAMENTO Edificação religiosa de grande simplicidade e que não possui grande relevância arquitetônica ou artística. Contudo, a Igreja de São Joaquim traz a memória do povo de Porteirinha as suas origens, uma vez que foi a primeira igreja da cidade, surgindo quase que ao mesmo tempo que a própria Porteirinha. Daí a importância do tombamento da edificação da Igreja de São Joaquim, o seu valor enquanto testemunha histórica do surgimento e desenvolvimento da cidade, garantindo a preservação da memória religiosa e social do povo que aqui nasceu ou reside. Maria Ladeia Pereira Historiadora REFERÊNCIAS DE PESQUISA Documentos textuais. Secretaria da Cultura de Porteirinha. s/d. OLIVEIRA, Maria Rosemary de. Porteirinha: um convite ao turismo. OLIVEIRA, Palmyra Santos de. Obra sem título. Porteirinha, s/d. Pelos Caminhos do Norte: Porteirinha, Serra Geral de Minas. Jornal do Norte. Montes Claros: 20.01.2000. Caderno Norte de Minas.