CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA Pró-Reitoria Acadêmica Setor de Pesquisa FORMULÁRIO PARA INSCRIÇÃO DE PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA. Coordenação/Colegiado ao(s) qual(is) será vinculado: Direito Joinville Curso (s) : Direito Nome do projeto: Suicídio Assistido: O direito à vida versus o direito à liberdade amparado pelo princípio da dignidade da pessoa humana. Nome do professor orientador: Diego Augusto Bayer Nome do professor co-orientador: Nome do coordenador(a) do Curso: Maikon Cristiano Glasenapp Para a Fundação Educacional Regional Jaraguaense – FERJ, mantenedora do Centro Universitário - Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul e em Joinville, encaminhamos anexo, Projeto de Iniciação Científica a ser submetido ao Edital nº 01/2014 Programa de Bolsas de Estudo da Educação Superior – UNIEDU, da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina, e declaramos nosso interesse e prioridade conferida ao desenvolvimento do projeto ora proposto, assim como nosso comprometimento de que serão oferecidas as garantias necessárias para sua adequada execução, incluindo o envolvimento de equipe, utilização criteriosa dos recursos previstos e outras condições específicas definidas no formulário anexo. Jaraguá do Sul, 05 de maio de 2014 ____________________________________________ Professor orientador _________________________________________________ Professor coorientador ____________________________________________ Coordenador do Curso 1 Mantenedora: Fundação Educacional Regional Jaraguaense – FERJ Rua dos Imigrantes, 500 – Bairro Vila Rau – Caixa Postal 251 – CEP: 89.254-430 – Jaraguá do Sul – SC Fone: 0 xx 47 3275-8207 – Home Page: http://www.catolicasc.org.br – E-mail: [email protected] CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA Pró-Reitoria Acadêmica Setor de Pesquisa 2 – DESCRIÇÃO DO PROJETO Título do Projeto: Suicídio Assistido: O direito à vida versus o direito à liberdade amparado pelo princípio da dignidade da pessoa humana. Tipo de Projeto ( 24 meses ) (X) Apresentado pelo professor; Resumo do Projeto Este projeto busca tratar acerca do suicídio assistido, a origem do termo, seu conceito e compreender um tópico que causa grande polêmica e debate no mundo atual, analisando o embate existente entre o direito à vida que é considerado indisponível e o direito à liberdade, amparado pelo princípio da dignidade humana que deveria resguardar uma morte digna ao paciente terminal que opta pelo suicídio assistido. Desta forma, busca em um primeiro momento conceituar e analisar o suicídio assistido, o princípio do direito à vida, o princípio do direito à liberdade e o princípio da dignidade da pessoa humana, para em um segundo momento, realizar o embate entre os princípios e verificar qual deve prevalecer. Problematizacão Dentro do embate entre os princípios fundamentais do Direito a Vida e do Direito a liberdade, ambos amparados pelo princípio da dignidade da pessoa humana, qual deve prevalecer acerca da prática do suicídio assistido ? Justificativa Cada indivíduo tem o seu modo particular de lidar e pensar acerca do evento morte. Segundo José Antônio Saraiva Ferraz Gonçalves (2006), a humanidade reconhece o fim da vida e que se trata de algo inexorável, entretanto, levamos tal fato como uma realidade longínqua, sem data marcada, um evento que só acontece com os outros e que demorará até nos atingir, pois a morte é algo temível, que causa horror em todos nós e possuímos a vã esperança de que não nos alcance. Conforme Paranhos, Lovera e Werlang (2008), a morte é um fenômeno altamente debatido na atualidade. Para muitos, pensar sobre é insuportável, pois é a morte que encerra o ciclo da vida e a mesma que vai contra um dos nossos instintos mais fortes: o da conservação e o oposto exato da vida. No entanto, percebe-se que o ser humano vive um paradoxo. Seria a morte castigo ou prêmio? O medo de morrer e o nosso desejo de viver impulsionam a medicina a buscar alternativas que aumentem nossa longevidade e tal ciência também carrega como princípio zelar pela vida. Mas e o paciente terminal? Não teria ele o direito a liberdade de escolher uma morte digna? Este trabalho buscar expor a polêmica que envolve o direto a vida versus o direito a liberdade amparado pelo princípio da dignidade humana quando o indivíduo deseja abreviar sua existência através do suicídio assistido. Objetivo Geral: Este trabalho busca analisar o embate existente entre os direitos fundamentais, o direito à vida e o direito a liberdade, ambos amparados pelo princípio da dignidade da pessoa humana quando existe a prática do denominado suicídio assistido. Se ambos são direitos fundamentais e ambos são amparados pela dignidade da pessoa humana, se verifica, com base na doutrina existente, qual deve 3 Mantenedora: Fundação Educacional Regional Jaraguaense – FERJ Rua dos Imigrantes, 500 – Bairro Vila Rau – Caixa Postal 251 – CEP: 89.254-430 – Jaraguá do Sul – SC Fone: 0 xx 47 3275-8207 – Home Page: http://www.catolicasc.org.br – E-mail: [email protected] CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA Pró-Reitoria Acadêmica Setor de Pesquisa prevalecer neste confronto. Objetivos específicos Conceituar e realizar um breve retrospecto histórico do Suicídio Assistido. Diferenciar suicídio assistido, suicídio e eutanásia. Analisar o conceito de Direitos fundamentais e Princípios. Conceituar os direitos fundamentais, do direito a vida e do direito a liberdade de escolha. Conceituar o princípio a dignidade da pessoa humana. Analisar na prática do Suicídio assistido qual princípio deve prevalecer. Realizar um estudo acerca do Princípio da proporcionalidade como mediador do conflito entre os princípios. Metodologia Quanto ao tipo de desenho e pesquisa segundo o alcance do desenho, utilizou-se a pesquisa exploratória, eis que “se está buscando indícios de um problema ou variáveis e dimensões mais relevantes a estudar” (BIAGI, 2012, p.54). Sampieri, Collado e Lucio (1997, p.59) expõem que “Los estúdios exploratórios se efectúan, normalmente, cuando el objetivo es examinar um tema o problema de investigación poco estudiado o que no há sido abordado antes. (...) Los estudios exploratorios son como cuando viajamos a un lugar que no conocemos, del cual no hemos visto ningún documental ni leído algún libro (a pesar de que hemos buscado información al respecto), sino simplemente alguien nos ha hecho un breve comentario sobre el lugar”. Realizar-se-á uma entrevista com Gisele Mendes de Carvalho, com tese de pós doutorado acerca do tema de suicídio assistido, professora doutora titular da cadeira de Direito Penal na Universidade Estadual de Maringá. Desta forma, procurou-se através dos indícios trabalhar de forma exploratória sobre o objeto de pesquisa. Quanto ao tipo de desenho e de pesquisa segundo a dimensão temporal, utilizou-se a pesquisa sincrônica, tendo em vista que “em um só momento se coletam os dados” (BIAGI, 2012, p.56). Quanto ao tipo de desenho e de pesquisa segundo o procedimento para obter os dados, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, eis que utilizou-se de documentos, artigos, livros e doutrinas para o alcance do objeto de pesquisa. Fundamentação Teórica O estudo sobre o Suicídio Assistido está intimamente ligado ao direito a vida e ao direito a liberdade de escolha de uma morte digna. É um tema moral e politicamente controverso em muitos países, pois colocam em choque dois princípios constitucionais. Antes de analisarmos o Suicídio Assistido e os princípios conflitantes, faz-se necessária uma conceituação e a pontuação do que é o Suicídio Assistido, além de fazer uma diferenciação entre este tema e o suicídio e a eutanásia, visto que, muitos desconhecem a diferença entre estas práticas. Primeiramente é interessante ter ciência do que significa suicídio. “A palavra suicídio tem origem latina e significa assassinato de si mesmo (...) Este ato destrutivo está associado a 4 Mantenedora: Fundação Educacional Regional Jaraguaense – FERJ Rua dos Imigrantes, 500 – Bairro Vila Rau – Caixa Postal 251 – CEP: 89.254-430 – Jaraguá do Sul – SC Fone: 0 xx 47 3275-8207 – Home Page: http://www.catolicasc.org.br – E-mail: [email protected] CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA Pró-Reitoria Acadêmica Setor de Pesquisa incapacidade do indivíduo de encontrar alternativas para seus problemas, optando assim pela sua morte." (PARANHOS; LOVERA; WERLANG, 2008). Segundo Kóvacs (2003a), há suicídio assistido, quando há a ajuda para realizar o ato a pedido do paciente, todavia sem interferir basicamente na vontade do suicída, e tão somente, o auxiliando. Do ponto do Código Penal Brasileiro (1940), é considerado crime, previsto no artigo 122, in verbis: Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. O termo suicídio assistido surgiu em 1990, envolvendo Jack Kevorkian, médico no estado do Oregon (EUA), que relatou o caso de uma de suas pacientes Janet Atkins, portadora do alzheimer, que sofria profunda solidão e desejava a morte. A proposta que o médico sustentava era de que o suicídio assistido era uma forma de morte planejada, como possibilidade de assumir tanto a vida quanto como a própria morte com dignidade. O médico desenvolveu o mercitron, uma máquina que provocava suicídios "piedosos", que consistia em três seringas onde na primeira havia uma solução salina, com objetivo de dilatar a veia, na segunda, um poderoso relaxante muscular que deveria ser acionado pelo paciente quando este desejasse iniciar o processo, e na terceira, cloridrato de potássio, a fim de provocar uma parada cardíaca imediata. Quando o paciente aciona a segunda seringa, imediatamente inicia o processo de sua morte (KÓVACS, 2003a). Kerkovian propõe o alívio da dor, do sofrimento e da diminuição de custos na hora da morte. O médico, conhecido como Doutor Morte auxiliou 92 pessoas no processo de morrer e foi condenado a 25 anos de prisão por assassinato e uso de substâncias proibidas. (MARKSON, 1995 apud KÓVACS, 2003b). O debate acerca da morte assistida surge juntamente com o avanço tecnológico da medicina permitindo uma grande intervenção na história natural das doenças (GONÇALVES, 2006). Kerkovian propunha uma morte digna, onde cessasse a dor e o sofrimento. Atualmente, no entanto, a evolução da medicina criou situações em que a vida se torna penosa e contraria a vontade e mesmo os melhores interesses dos doentes. A morte torna-se uma alternativa a vida artificialmente mantida pelas inúmeras intervenções médicas inapropriadas (GONÇALVES, 2006). Para Gonçalves (2006, p. 103) A vida não é um bem absoluto, nem a morte um mal absoluto, ambas fazem parte de um mesmo processo e, se a morte pode em muitos casos ser apropriadamente evitada, noutros a morte é o fim mais apropriado e que melhor serve os interesses das pessoas. Mas se o prolongamento médico da vida é muitas vezes inapropriado, será que a morte medicamente assistida poderá ser apropriada? Neste ponto acontece o conflito do direito à vida e o direito à liberdade de escolha, ambos relacionados com a dignidade humana. O que ocorre é que ambos devem ser respeitados. Para isto, utiliza-se o princípio da proporcionalidade (também denominado de princípio da razoabilidade) para definir quando devemos utilizar um e quando devemos utilizar outro. Este princípio da proporcionalidade vai buscar então nos fundamentos do princípio da dignidade da pessoa humana as razões para definir qual dos direitos fundamentais deve prevalecer. Neste ponto é que nasce a necessidade de um aprofundamento para verificar qual o direito que deve prevalecer neste embate de garantias fundamentais. 5 Mantenedora: Fundação Educacional Regional Jaraguaense – FERJ Rua dos Imigrantes, 500 – Bairro Vila Rau – Caixa Postal 251 – CEP: 89.254-430 – Jaraguá do Sul – SC Fone: 0 xx 47 3275-8207 – Home Page: http://www.catolicasc.org.br – E-mail: [email protected] CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA Pró-Reitoria Acadêmica Setor de Pesquisa 3. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ETAPA OU FASE DO PROJETO Objetivo Específico Etapa/Fase (O que?) Analisar a Primeira Etapa bibliografia, conceituar e realizar um breve retrospecto histórico do Suicídio Assistido. Analisar a Segunda Etapa bibliografia, diferenciar suicídio assistido, suicídio e eutanásia. Analisar o conceito Terceira Etapa de Direitos fundamentais e Princípios. Analisar a Quarta Etapa bibliografia, conceituar os direitos fundamentais, do direito a vida e do direito a liberdade de escolha. Analisar a Quinta Etapa bibliografia, conceituar o princípio a dignidade da pessoa humana. Analisar na prática do Sexta Etapa Suicídio assistido qual princípio deve prevalecer. Realizar um estudo Sétima Etapa acerca do Princípio da proporcionalidade como mediador do conflito entre os princípios. Considerações Finais Oitava Etapa Especificação (Como?) Início Semanas e meses Término Semanas e meses Levantamento Bibliográfico e dissertação acerca do tópico Julho Setembro Levantamento Bibliográfico e dissertação acerca do tópico Outubro Dezembro Levantamento Bibliográfico e dissertação acerca do tópico Levantamento Bibliográfico e dissertação acerca do tópico Janeiro Março Abril Junho Levantamento Bibliográfico e dissertação acerca do tópico Julho Setembro Levantamento Bibliográfico e dissertação acerca do tópico Levantamento Bibliográfico e dissertação acerca do tópico Outubro Dezembro Janeiro Março Abril Junho Analisando o conteúdo exposto 6 Mantenedora: Fundação Educacional Regional Jaraguaense – FERJ Rua dos Imigrantes, 500 – Bairro Vila Rau – Caixa Postal 251 – CEP: 89.254-430 – Jaraguá do Sul – SC Fone: 0 xx 47 3275-8207 – Home Page: http://www.catolicasc.org.br – E-mail: [email protected] CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA Pró-Reitoria Acadêmica Setor de Pesquisa 4. REFERÊNCIAS GONÇALVES, José Antônio Saraiva Ferraz. A boa morte: ética no fim da vida. Dissertação de mestrado apresentada na Universidade do Porto. 2006. Disponível em: <http://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/22105/3/A%20Boa%20Morte%20%20tica%20no%20Fim%20da% 20Vida.pdf>. Acesso em: 22.mar.14. KOVÁCS, Maria Júlia. Bioética nas questões da vida e da morte. Psicologia USP, 14(2), 115167, 2003a. Disponível em: < www.scielo.br/pdf/pusp/v14n2/a08v14n2.pdf>. Acesso em: 23.mar.14. KOVÁCS, Maria Júlia. Educação para a morte: temas e reflexões. São Paulo, Casa do psicólogo, 2003b. PARANHOS, Mariana Esteves; LOVERA Renata; WERLANG, Blanca Susana Guevara. Considerações sobre a eutanásia e o suicídio assistido. Volume 1, Número 5, Jul. de 2008. Disponível em: <http://www.sorbi.org.br/revista5/artigo-mariana.pdf> Acesso em: 22.mar.14. BIAGI, Marta Cristina. Pesquisa Científica – Roteiro Prático para Desenvolver Projetos e Teses. 1ª ed, 3ª reimpr., Curitiba: Juruá, 2012. SAMPIERI, Roberto Hernández; COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, Pilar Baptista. Metodología de la Investigación, McGraw Hill, México, 1997. 7 Mantenedora: Fundação Educacional Regional Jaraguaense – FERJ Rua dos Imigrantes, 500 – Bairro Vila Rau – Caixa Postal 251 – CEP: 89.254-430 – Jaraguá do Sul – SC Fone: 0 xx 47 3275-8207 – Home Page: http://www.catolicasc.org.br – E-mail: [email protected]