Sexta-feira e fim de semana
8, 9 e 10 de maio de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
25
Política
FREDY VIEIRA/JC
Fundação de Economia e Estatística
Corecon critica postagem de
presidente da FEE em rede social
Igor Morais compartilhou imagem e texto com sátira ao programa Bolsa Família
Lívia Araújo
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O Conselho Regional de Economia do
Rio Grande do Sul (Corecon) emitiu uma
nota, nesta quinta-feira, manifestando
preocupação com denúncias recentes envolvendo o atual presidente da Fundação
de Economia e Estatística (FEE), Igor Morais, que compartilhou, no Facebook, uma
sátira de cunho sexual ao programa Bolsa
Família, posteriormente apagada, além de
conteúdos de teor político-partidário. As
postagens foram consideradas pelo conselho “pouco éticas à conjuntura política e
econômica em nível nacional”.
Segundo a nota, o Corecon “salienta
seu público desacordo com tal comportamento e enfatiza que o economista e atual
presidente da FEE não representa a posição da instituição que, juntamente com
sua categoria e outros setores da sociedade, vem trabalhando incansavelmente
na busca de soluções para os problemas
sociais e econômicos do País e dos estados, em especial, o Rio Grande do Sul”.
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Economia, Fernando
Ferrari Filho, a nota foi motivada por contatos de economistas que se manifestram
junto à entidade, informando o conteúdo
das postagens na rede social, além da
repercussão de um pronunciamento feito
pelo deputado estadual Adão Villaverde
(PT) na tribuna da Assembleia Legislativa
nesta terça-feira, no qual repudiava a conduta de Morais.
“O desconforto que expressamos não
é a respeito da pessoa (de Igor Morais),
mas do fato de que ele faz parte do conselho, tendo sido inclusive laureado como
‘economista do ano’ (em 2013), e representa a história que o conselho tem no Estado. Considerando o papel público que ele
desempenha, isso é inadmissível”, pontua
o economista. Ferrari disse que a decisão de divulgar a nota foi unanimidade
entre os conselheiros, que têm “posições
ideológicas e teóricas e distintas” entre si.
Além do teor das postagens do economista, o pronunciamento de Villaverde na
Assembleia também reprovou uma análise da fundação divulgada na semana passada, com base em pesquisa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
que aponta a disparidade salarial entre
homens e mulheres. O estudo afirma que
“comparar as médias salariais significa
(...) relacionar coisas que são diferentes
entre si”, citando que “as mulheres têm
maior chance de interromper a carreira
do que os homens”.
Segundo o deputado, “isso está sendo
usado como um documento de caráter técnico para sustentar uma tese que começa
a legitimar e aceitar a ideia de que mulheres têm que ganhar menos que os homens
por que isso é natural”.
Contatada pelo Jornal do Comércio, a
assessoria de imprensa da FEE informou
que ainda não possui um posicionamento
oficial sobre os fatos.
Liderada por Morais, FEE não se posicionou
JONATHAN HECKLER/JC
Para Ferrari, conduta é ‘inadmissível’