REVISTA NOVABASE_ Nº21_ JULHO 10_ NOVABASE MAGAZINE_ Nº21_ JULY 10_ olhar mais à frente os projectos que vão fazer de 2010 um ano marcante para a novabase LOOKING AHEAD the projects that will make 2010 a landmark year for novabase e-motion 1 índice e-motion nº21 content: nº21 e-motion magazine 03 04-05 06-07 08-16 17 18-21 22-23 24-25 26-27 28-31 32-33 34-36 37 38-39 40-41 42-43 EDITORIAL Editorial NOTÍCIAS News EM DESTAQUE Features TEMA DE CAPA Cover Theme opinião do chairman chairman Opinion rogÉrio carapuça REPORTAGEM Reporting ANÁLISE Analysis José vasconcellos e sá CLIENTES CLIENTS PARCEIROS Partners OUT OF OFFICE OUT OF OFFICE jamie bridel MERCADOS Markets EM FOCO Focus INSIGHT INSIGHT Manuel beja LIDO/A LER Read/To Read GADGETS GADGETS outros MUNDOs other worlds 22 análise Drucker pergunta. “Já que o seu back office é o front office de outros, como pensa tirar vantagem disso?” Drucker asks. “Your back office is someone else’s front office, how can you take advantage of this?” 28 OUT OF OFFICE 18 reportagem Nos transportes, em casa, em vários estádios de futebol, quando usufrui dos serviços do seu banco ou de serviços públicos está frequentemente a utilizar soluções da Novabase On public transport, at home, at football stadiums, when you use your banking or public services, you are likely to be using Novabase solutions. Jamie Bridel é responsável pelos negócios da Celfocus, empresa da Novabase, fora de Portugal, um desafio que o faz movimentar-se por quase todo o mundo. Um mundo que explora nos tempos livres, na companhia de amigos e montado numa das suas três motas. Jamie Bridel is responsible for business at CelFocus, a Novabase company, a challenge that takes him pretty much all over the world. A world that he also explores in his leisure time with his friends and often on one of his three motorbikes. 08 tema de capa Internacionalização e cloud computing são as palavras-chave que descodificam a estratégia da Novabase para continuar a crescer. nternationalization and cloud computing are the key words that decode Novabase’s strategy for continued growth. FICHA TÉCNICA PUBLICATION DETAILS E-Motion: Edição nº21, Julho 2010. E-Motion: 21th edition, July 2010. Publicação Publishers: Novabase – Direcção de Marketing e Comunicação Direcção Project Manager: Cristina Aragão Teixeira. Projecto Gráfico e Editorial Graphic and Editorial Project: Hamlet – Comunicação de Marketing entre Empresas - Tel. 213 636 152 [email protected] www.hamlet.com.pt. Redacção Editing: Susana Marques. Edição Editor: Sofia Loureiro (Novabase) e Jayme Kopke (Hamlet). Paginação Pagination: André Remédios. Fotografia Photography: Jarbas Teixeira Alves. Tradução Translation: Murray Todd Impressão Print: Madeira & Madeira Tiragem Circulation: 7000 Exemplares 7000 Copies. Nota: Todos os artigos de opinião são da responsabilidade dos seus autores Note: All opinions expressed in articles are those held by their respective authors. 2 e-motion editorial Luís Paulo Salvado presidente executivo da novabase editorial: Luís Paulo Salvado novabase CEO Transformar 2010 dar dimensão e músculo comercial. Em troca, quando a retoma vier, essas ideias serão mais um trunfo da Novabase. A expansão internacional será também marcada pela criação este ano da Novabase Angola. É um mercado em franco crescimento em que temos tudo para ser um motor de modernização. São apostas ambiciosas, bem sei. Mas para transformar um ano de crise num tempo de oportunidades não poderíamos fazer por menos. Os tempos de crise, já se sabe, tanto trazem desafios como oportunidades. Uma das oportunidades é que um mercado mais selectivo amplia a vantagem dos que já vão à frente, de quem tem algo único a oferecer. O desafio é não nos deixarmos distrair pelas dificuldades, mantendo a vista firme no futuro. Como é isso que temos estado a fazer, prevejo que este difícil 2010 será também um ano clarificador para a Novabase. Factores de diferenciação não nos faltam. Com uma oferta global de infraestruturas, aplicações e consultoria, somos uma one-stop shop que dá aos clientes respostas completas e integradas. E estamos atentos às transformações à nossa volta, nas quais pretendemos ter um papel muito activo. Queremos estar nos projectos estruturantes do país e de vanguarda internacional como as novas redes de energia, o Já a expansão internacional será marcada este ano pela criação da carro eléctrico, as redes de nova geração Novabase Angola. É um mercado em franco crescimento em que e até os novos meios temos tudo para ser um motor de modernização. e plataformas de São apostas ambiciosas, bem sei. Mas para transformar um ano de comunicação. Assim crise num tempo de oportunidades não poderíamos fazer por menos. como tirar partido da evolução das TI – o International expansion will be highlighted this year with the creation of “cloud computing”, por Novabase Angola. This is a rapidly growing market where we have everything exemplo. Hoje grande we need to be a motor for modernization. Ambitious projects, I know. But to parte das empresas tem turn a year of crisis into an opportunity, any less would not be good enough. servidores próprios que Transforming 2010 Crises extend the advantage operam em média a um terço da sua capacidade. of those who know how to differentiate. As this is No futuro, a virtualização e uma nova geração de data centers permitirá a anulação deste desperdício. what Novabase has been doing, 2010 promises to be a good year. Nesta área já somos o primeiro parceiro ibérico da We give our customers complete solutions. We CISCO, e o segundo europeu. want an active role in projects such as the electric Igualmente importante é a aposta no Chip car, the two-way power grid and new trends such as on Board, na TV Digital, que nos recentra no cloud computing, where we are already Cisco’s second que fazemos melhor: não a montagem das largest European partner. “boxes”, mas a tecnologia dentro delas, ou In digital TV, Chip on Board focuses us again seja, o próprio chip. on what we do best: not boxes, but chips. And we O nosso compromisso com a inovação está a increased our investment in venture capital – to ser reforçado com mais investimento no capital support ideas that, once the crisis is over, will be de risco. Sabemos quantas ideias existem lá fora, another asset for Novabase. em universidades ou startups a quem podemos e-motion 3 notícias novabase news: novabase Novabase assina sistema de bilhética do Metro de Sevilha A primeira linha do Metro de Sevilha conta com o sistema de bilhética desenvolvido e implementado pela Novabase. A rede de máquinas de venda funciona com um avançado sistema de bilhética intermodal que trata não só os títulos de transporte, mas também o passe interoperador que integra todos os transportes da região. A Novabase lidera o segmento de bilhética em Portugal, onde desenvolveu sistemas para empresas de transportes e estádios de futebol. Em Espanha, ao Metro de Sevilha soma-se o de Tenerife, que irá ter em Junho o mesmo sistema de máquinas de venda automática na sua segunda linha. NOVABASE IMPLEMENTS TICKETING SYSTEM IN SEVILLE METRO The network of ticket machines operates with an advanced intermodal ticketing system that not only deals with tickets but also interoperator travel passes, covering all the public transpor t options in the region. Depois do Metro do Porto, da Fertagus e de outras empresas portuguesas, o sistema de bilhética da Novabase já conquistou clientes em França e em Espanha. After Metro do Porto, Fertagus and other Portuguese companies, Novabase’s ticketing system has won customers in France and Spain. Novabase contrata 300 recém-licenciados em quatro anos através dA Academy A decorrer anualmente desde 2006, o programa de recrutamento de recém-licenciados Novabase Academy já proporcionou a entrada de 300 recém-licenciados na empresa. A quarta edição da Academy, realizada em 2009, abriu a porta da Novabase a 75 jovens recrutados em universidades de todo o país. 4 e-motion A edição de 2010 da Novabase Academy está já no terreno, com diversas iniciativas de apresentação do programa a decorrer em algumas das mais prestigiadas universidades portuguesas. NOVABASE HIRES 300 RECENT GRADUATES IN FOUR YEARS THROUGH THE ACADEMY Held annually since 2006, the Novabase Academy recruitment programme is responsible for the entry of 300 graduates into the company. The fourth edition of the Academy, held in 2009, opened Novabase’s doors to 75 young recruits from universities across the country. Parceria com líder mundial de BI A Novabase tornou-se revendedora (Value Added Reseller) de produtos TIBCO Spotfire e integradora de soluções de Business Intelligence ( BI ) com a empresa. A TIBCO Spotfire é uma empresa norteamericana, líder mundial no mercado das plataformas de BI, Data Discovery e Interactive Visualization, e acaba de estabelecer uma parceria com a Novabase. O acordo permitirá à Novabase utilizar as ferramentas da plataforma tecnológica TIBCO Spotfire nos seus projectos e soluções em clientes nacionais e internacionais. PARTNERSHIP WITH WORLD BI LEADER Novabase is now a Value Added Reseller for TIBCO Spot fire products and solutions integrator for Business Intelligence ( BI ) with the company. The multinational is a world leader in the market for BI platforms, Data Discover y and Interactive Visualization. Autárquicas nos Açores com tecnologia Novabase Com larga experiência em soluções para gestão de informação de actos eleitorais, a Novabase foi mais uma vez escolhida pela Vice-Presidência do Governo Regional dos Açores para implementar o sistema tecnológico de suporte às últimas eleições autárquicas do arquipélago, realizadas a 11 de Outubro do ano passado. A solução, que já havia sido utilizada nas eleições legislativas e regionais de 2004 e de 2008, permitiu a recolha dos resultados provisórios a partir das Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais, bem como a rápida disseminação destes resultados junto dos media, cidadãos portugueses e outras entidades ou utilizadores. MUNICIPAL ELECTIONS IN THE AZORES SUPPORTED BY NOVABASE TECHNOLOGY With extensive experience in solutions for the information management of elections, Novabase was again chosen by the Vice-Presidency of the Azores Regional Government to implement the technology system support for local elections held in the archipelago last October 11. e-motion 5 em destaque features Novabase obtém resultados recorde em ano de crise Apesar do abrandamento no sector das tecnologias de informação e comunicação, a Novabase terminou 2009 com os melhores resultados de sempre e manteve a aposta em inovação e no mercado externo. 2009 foi para a Novabase um ano de múltiplos e difíceis desafios: a grave e profunda crise internacional, a passagem de testemunho na gestão, com a nomeação de uma nova Comissão Executiva, o início de um novo ciclo de desenvolvimento da empresa, resultante do reposicionamento dos negócios efectuado em 2008, o início de uma nova estratégia e de uma nova visão para o futuro. Por tudo isto, os resultados da empresa em 2009 são a melhor resposta aos desafios atrás referidos. O volume de negócios ultrapassou os 241 milhões de euros e a margem operacional (EBITDA) aumentou para os 21,7 milhões de euros. O resultado líquido situou-se nos 12,9 milhões de euros, sendo os melhores resultados da empresa nos seus 20 anos de história. Estes indicadores sintetizam o essencial: a Novabase superou todos os objectivos económicofinanceiros que se havia proposto, e a sua qualidade, se atendermos ao contexto adverso em que foram conseguidos, é notável. 6 e-motion Os bons resultados não se resumem ao plano financeiro. Fizeram-se progressos noutras vertentes, tão ou mais importantes, com o objectivo de preparar a empresa para os desafios do futuro. Em 2009, a Novabase investiu nove milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento (I&D), isto é, cerca de 3,7% do volume de negócios, o que espelha bem o esforço de inovação. A Novabase é hoje um referencial de qualidade para o mercado, como confirma o seu inquérito anual de satisfação de clientes. Em 2009, mais uma vez, essa satisfação aumentou. Este é certamente um dos motivos pelos quais o mais recente estudo da IDC (Setembro de 2009) aponta a Novabase como a empresa que nos últimos anos mais consolidou a sua liderança nos serviços de tecnologia de informação em Portugal. Em 2009, a Novabase aumentou a quota do negócio internacional dos 10,1% para os 12,1%, o que equivale a um volume de negócios de 29 milhões de euros. A empresa trabalhou em cinco continentes e em 28 países, desde os Estados Unidos da América a Taiwan, passando por muitos outros, como Brasil, Alemanha, Espanha, França, Holanda, Reino Unido, Suécia, Suíça, Emirados Árabes Unidos, Quénia, Egipto, etc. Importa ainda destacar a conquista de alguns negócios importantes em Angola e em Moçambique, que abrem boas perspectivas para o futuro. NOVABASE POSTS RECORD RESULTS IN A YEAR OF CRISIS Despite the slowdown in the sector of information technologies and communication, Novabase ended 2009 with the best results ever, and maintained its focus on innovation and expor t markets. For Novabase, 2009 was a year of multiple and dif ficult challenges: the severe and profound international crisis, the change of management with the appointment of a new executive committee, the beginning of a new cycle of development in the company resulting from the repositioning of business conducted in 2008, the beginning of a new strategy and a new vision for the future. For all this, the company’s results in 2009 are the best answer to the aforementioned challenges. The turnover exceeded 241 million and the operating margin ( EBITDA) rose to 21.7 million euros. Net profit stood at 12.9 As receitas da Novabase fora de Portugal contribuíram com 29 milhões de euros para o volume de negócios do grupo, ou seja 12,1% do total. A empresa cumpre assim o objectivo de alargar a fatia internacional do negócio, que em 2008 representava 10,1% do total. Revenues from outside Portugal have contributed 29 million euros to the group’s turnover at 12.1% of the total. The company succeeded in its objective of increasing the contribution from its international business, which in 2008 represented 10.1% of the total. Resultados Líquidos Consolidados million euros, the best results for the company in its 20 year histor y. In 2009, Novabase increased the share of international business from 10.1% to 12.1% , which equates to a turnover of 29 million euros. The good results are not limited to the financial plan. Progress has been made in other areas equally or more impor tant, in order to prepare the company for future challenges. In 2009, Novabase invested nine million euros in R& D, equal to about 3.7% of turnover, which reflects the ef for t on innovation. Margem Operacional Energia e transportes são duas das apostas para 2010. Energy and transport are in focus for 2010. e-motion 7 tema de capa cover theme As apostas da Novabase para 2010 Internacionalização e cloud computing são as palavras-chave que descodificam a estratégia da Novabase para continuar a crescer este ano. Depois de ter obtido lucros expressivos em 2009, a empresa enfrenta a instabilidade ainda vigente ancorada num investimento contínuo em inovação e na exploração de novos mercados e sectores. 8 e-motion Presença em vários países multiplica as oportunidades de negócio. Presence in different countries multiplies business opportunities. As incertezas quanto à recuperação da economia persistem em 2010, mas, no que diz respeito às tecnologias de informação, alguns analistas perspectivam que o ano possa ser de recuperação. O sector poderá funcionar como alavanca de crescimento económico, fornecendo as ferramentas que favorecem a eficácia dos sectores público e privado, tornando-os mais produtivos a custos mais reduzidos. O desafio é saber ler os sinais e responder às necessidades. Recordemos, por exemplo, que até 2012 terá que ser feito na Europa o switch off analógico, que obrigará os operadores da TV paga a migrar para o digital e, consequentemente, os consumidores a adquirir um novo descodificador. Pensemos, por outro lado, que a crise financeira e económica evidenciou a necessidade de empresas e instituições agilizarem os seus processos de trabalho, tirando mais partido das tecnologias de informação. Da mesma forma que é cada vez mais consciente a necessidade de armazenar em segurança essa informação, minimizando custos. Estas pistas induzem oportunidades de negócio para empresas como a Novabase. Uma empresa que em 1991 foi pioneira no desenvolvimento de bases de dados, que tem vindo a implementar sistemas de informação para bancos, sistemas de bilhética em estádios de futebol e nos transportes públicos, que desenvolveu software para disponibilizar serviços do governo online e que se especializou na tecnologia das set top boxes. Uma empresa que emprega mais de 2000 pessoas e que terminou 2009 com uma facturação de 241,4 milhões de euros e lucros de 12,9 milhões. A Novabase posiciona-se como uma empresa internacional, tendo em 2009 realizado projectos em 28 países. O contributo das receitas fora de Portugal poderá crescer, tendo a Novabase identificado Angola como um dos mercados prioritários. A Novabase Angola, constituída em Março deste ano, não deixa dúvidas quanto a isso. Luís Paulo Salvado, CEO da Novabase, garante que a empresa continuará a ser um carimbo de modernização tecnológica no país e no mercado internacional. O gestor frisa que a Novabase está “atenta às mais recentes evoluções tecnológicas, para as dominar e colocar ao serviço do negócio dos clientes. O fundamental é conseguirmos criar valor a partir da tecnologia”. Para isso a empresa aposta num forte programa de I&D, sendo que nos últimos três anos foram investidos mais de 27 milhões de euros. Para reforçar essa aposta, acaba de lançar três novos fundos de capital de risco no valor de mais de 31 milhões de euros. “Queremos ir buscar as ideias às universidades, aos pequenos players especializados, a quem falta a dimensão e a rede comercial, que nós temos”, argumenta Luís Paulo Salvado, acrescentando que “a Novabase se diferencia por possuir uma oferta integrada e muito abrangente”. E se há apostas que ainda estão a ser projectadas, outras já estão no terreno e são, de acordo com Luís Paulo Salvado, os trampolins de crescimento para a Novabase este ano: a internacionalização e o cloud computing. Os sectores da Banca, Telecomunicações e Energia são prioridades para a Novabase em Angola A Novabase tem vindo a operar no mercado angolano ao longo dos últimos três anos. Numa primeira fase os projectos foram desenvolvidos em cooperação com o Grupo António Mosquito, um dos principais empresários angolanos. Álvaro Ferreira, administrador da Novabase SGPS, responsável pelo projecto em Angola, explica que “a parceria se foi intensificando” e as duas empresas acordaram constituir a Novabase Angola. A empresa existe desde Março e é detida em 50% pela Novabase e os restantes 50% pelo grupo António Mosquito. “A responsabilidade técnica é da Novabase e a dinâmica comercial é trabalhada em conjunto com o nosso parceiro”, esclarece Álvaro Ferreira. Numa primeira fase, a empresa está focada na execução de projectos de IT no sector financeiro, revela o administrador: “O nível de bancarização em Portugal é superior a 80%, em Angola é inferior a 15%. Existe um potencial de crescimento muito significativo. Os bancos terão de investir na sua modernização e expansão. O e-motion 9 IT será uma peça fundamental nessa estratégia. Possuímos hoje uma carteira de clientes muito interessante no sector financeiro angolano, contando já com os principais bancos como nossos clientes.” Além da banca, também os sectores das telecomunicações e energia se mostram promissores. “São sectores que implicam investimentos avultados em tecnologia e nós estamos bem posicionados para prestar esses serviços”, afirma Álvaro Ferreira, lembrando que a Novabase beneficia da experiência nesses sectores com importantes clientes nacionais e internacionais. Apesar de 2009 ter sido um ano complicado também para Angola, já que a queda do preço do petróleo penalizou fortemente a economia do país, as perspectivas para este ano são animadoras: “Há sinais promissores da retoma, estamos a ganhar outra dinâmica no terreno. Este ano esperamos atingir um volume de negócios superior a 10 milhões de dólares. O nosso projecto é a médio e longo prazo, acredito que no futuro a empresa agora criada será uma referência na área do IT em Angola.” Para que isso seja possível a Novabase tem estado a criar uma equipa profissional em Os data centers do futuro Nas tecnologias de informação coloca-se desde sempre o problema do armazenamento. A maioria das empresas limita-se a coleccionar servidores, dimensionados para picos de actividade. Na prática estão a ser desperdiçados e inflacionam a factura energética. Mas já não tem que ser assim, dado que é possível alugar espaço para armazenar a informação em data centers gigantes. Estamos a falar de soluções baseadas no conceito de cloud computing, que A Novabase Angola deverá atingir este ano um volume de negócios superior a 10 milhões de dólares, estima Álvaro Ferreira, administrador responsável pelos negócios do grupo neste país. Novabase Angola should reach this year a turnover of more than 10 million dollars according to Álvaro Ferreira, Novabase director responsible for the group’s business in this country. Com sede em Luanda, a Novabase Angola foi constituída em Março deste ano Based in Luanda, Angola Novabase was formed in March this year. dedicação exclusiva ao projecto. Um primeiro grupo de quadros seniores da Novabase está sedeado desde o início do ano em Luanda, “Só poderemos levar qualidade ao cliente final se for possível contar com os melhores recursos humanos no terreno”. Complementarmente a Novabase arrancou com um projecto agressivo de formação de quadros angolanos. São sobretudo recém-licenciados em informática, que recebem formação em Lisboa durante seis a nove meses. “Ter quadros locais é uma necessidade imperiosa, queremos criar raízes em Angola”, conclui Álvaro Ferreira. 10 e-motion preconiza a subcontratação do armazenamento online de informação a empresas que se estão a especializar nisso, como a Google. Os data centers do futuro vão usar tecnologia que permite reutilizar melhor os equipamentos e poupar energia. O armazenamento da informação faz-se através da virtualização, ou seja da gestão centralizada dos dados. A Novabase quer ser encarada como um parceiro tecnológico também neste âmbito. De acordo com Paulo Neto Ferreira, o administrador responsável pela área de Intelligent Infrastructures, os data centers do futuro respondem a novos modelos de negócio, estão preparados para o aumento da densidade de processamento e estão mais focados na eficiência energética. A Novabase posiciona-se como o parceiro das organizações líderes de mercado nesta matéria, beneficiando de uma presença activa no mercado há vários anos nas áreas de armazenamento e virtualização. Paulo Neto Ferreira informa que “a Novabase está a desenvolver as áreas de armazenamento e virtualização como componentes independentes, mas de uma forma concertada para a realização de data centers de nova geração”. Acrescenta que “este é um factor diferenciador dado que a Novabase tem competências desde as infra-estruturas, onde se incluem as componentes de instalação, sistemas e comunicações, até às aplicações de negócio e processos”. A Novabase tem capacidade para incorporar as tecnologias relevantes no mercado, disponibilizando um serviço por medida. Entre os parceiros da empresa neste contexto contam-se a Cisco, a VMware, a Microsoft, a HP e a SUN/Oracle. “De acordo com as consultoras de referência, cerca de 20% das cargas aplicacionais estão hoje virtualizadas, devendo este número crescer para A Novabase fornece os chips descodificadores de televisão paga customizados para cada cliente. O modelo de negócio favorece a parceria com produtores locais para a produção de set top boxes. Novabase provides pay television decoder chips customized for each client. The business model facilitates partnerships with local manufacturers to produce set top boxes. cerca de 50% em 2012”, assinala Paulo Neto Ferreira. O administrador frisa que “as soluções de virtualização permitem reduzir custos, tornam a organização mais eficiente e facilitam a gestão e migração da infra-estrutura”. Para a Novabase, “a grande mais-valia da virtualização é a agilidade que disponibiliza ao negócio, mais que a redução de custos das várias rubricas do data center”. Trata-se de uma tecnologia verde, “benefício cuja importância está a aumentar”, nota. Paulo Neto Ferreira considera que “os benefícios das soluções de virtualização são mais facilmente percepcionados em organizações com um grau de maturidade onde o IT é considerado um bem estratégico, está alinhado com o negócio ou é visto como um centro de custos eficiente”. A Novabase, diz, “está focada nestas organizações”. Revolução do modelo de negócio do Chip On Board Onde a Novabase já se estabeleceu foi na casa dos muitos portugueses que têm acesso à televisão digital. A tecnologia das set top boxes é da responsabilidade da empresa e já ultrapassou as fronteiras portuguesas. A Novabase tem vindo a aperfeiçoar esta tecnologia e reformulou também o seu modelo de negócio, como explica o responsável pela área, Pedro Afonso: “A Novabase deixou de vender as caixas e vende apenas o chip. Vendemos o que temos de melhor, o software, que está concentrado no Chip On Board.” Trata-se de uma nova abordagem que poderá ser uma mais-valia no mercado externo, já que permite estabelecer parcerias locais e desenvolver um serviço por medida: “O nosso valor acrescentado é a customização. Cada operador necessita de um serviço por medida. Mais do que nos adaptarmos a cada país, temos que nos adaptar ao sistema tecnológico de cada operador. O chip é feito à medida do operador.” Pedro Afonso argumenta ainda que “existem fabricantes de set top boxes a fazer tudo, mas não existe ninguém a fazer o Chip On Board”. Acresce que “a Novabase já leva um ano e meio de avanço”. Pedro Afonso assinala que “com o Chip On Board é possível reduzir os custos entre 10 a 12%, o que em investimentos de milhões se torna significativo”. À customização e à redução de custos soma-se ainda outra vantagem: “Proporcionamos uma maior segurança para o operador, já que as partes críticas do produto estão num chip, o que impede a pirataria”. A União Europeia impôs 2012 como data limite para o switch off analógico, o que abre boas perspectivas para o negócio do Chip On Board. Espanha toma a dianteira e migra já este ano para o digital. “Em Espanha já vendemos 400 mil chips em 2009 e esperamos uma cobertura total do mercado”, indica Pedro Afonso. Além do mercado europeu, também o sul-americano se apresenta como potencial consumidor do Chip On Board, observa Pedro Afonso: “A América do Sul é provavelmente o continente com mais subscrições de televisão por satélite. É um mercado muito emotivo e tem uma e-motion 11 agenda futebolística interessante nos próximos tempos (Brasil acolhe Mundial em 2014). O futebol é uma grande oportunidade, bem como os Jogos Olímpicos (Brasil 2016). A nossa tecnologia é muito competitiva e com alguns operadores já temos projectos fechados.” O responsável da Novabase frisa ainda a dimensão política em torno da televisão digital: “Os países querem criar emprego em torno destes projectos, o que acontece através do fabrico das set top boxes. O nosso modelo de negócio permite que a produção das caixas seja local. Nós fornecemos apenas os chips. Através de parceiros locais definiremos o modelo de negócio em cada mercado. ” No negócio do Chip On Board, a Novabase conta com parceiros mundiais, especialistas no segmento das set top boxes. Para consolidar o negócio foi decisiva também a compra em 2008 da equipa de I&D da alemã Technotrend. Actualmente a Novabase tem uma equipa em Portugal e outra na Alemanha a trabalhar no software dos chips. “Esperamos no mercado internacional atingir um volume de negócios de 15 milhões de euros em 2010, sobretudo na Europa, na Rússia, na Índia e na América do Sul”, salienta Pedro Afonso. Banca mais flexível A banca é outra área em que a Novabase dá cartas, tendo assinado vários projectos para clientes do sector. Os resultados positivos dos bancos portugueses resultam também da aposta na modernização dos seus sistemas de informação e a Novabase tem sido muitas vezes o parceiro eleito para a concretização desse objectivo. Procurando antecipar as necessidades dos seus clientes, a Novabase preparou-se para fornecer uma solução que está a ser um sucesso a nível internacional. Trata-se do Flexcube, uma aplicação core para o sector financeiro baseada em sistemas abertos, concebida pela empresa indiana I-Flex, que foi adquirida pela Oracle. Pedro Santos Gomes, administrador responsável pela área de Core Financial Solutions, informa que a empresa percebeu o potencial da aplicação e “tem vindo a estudar a sua adaptação ao mercado português”, assumindo a dianteira como integrador da tecnologia. De assinalar que a Novabase beneficia da confiança da Oracle, com quem mantém uma parceria há vários anos, posicionando-se também neste domínio como parceiro preferencial. Definindo o Flexcube como “um conjunto de módulos que cobrem a maioria das necessidades de um banco, sendo por isso uma solução vertical”, Pedro Gomes garante que a Novabase está apta “a adaptar em conjunto com os clientes o que tem que ser mudado, consoante as especificidades do mercado em que opera”. Pedro Gomes avança que, dada a eficácia da aplicação, o produto se paga em dois anos. “A pergunta que deve ser feita é que riscos se correm por não adoptar o Flexcube”, sugere. O gestor diz que “os bancos têm um sistema que já não responde às necessidades”, pelo que a factura a pagar por prescindir desta aplicação pode ser elevada. 12 e-motion O mercado português será o primeiro a abordar. Depois de Portugal seguir-se-ão Angola e Espanha. Nos próximos anos o Flexcube estará entre o pacote de serviços a disponibilizar pela Novabase. Para este ano, as grandes apostas da empresa são as soluções de virtualização, a tecnologia Chip On Board e a crescente presença em Angola. Ambitions for Novabase in 2010 Internationalization and cloud computing are the key words that decode Novabase’s strategy for continued growth. After obtaining significant profits in 2009, the company is challenging the instability of this year with continuous investment in innovation and the exploration of new markets and sectors. The technology inherent in cloud computing, along with internationalization, especially with regard to the Angolan market, are set to be Novabase’s vectors of growth. The company also believes in the potential of Chip On Board and is preparing to be a key partner in the implementation of Flexcube technology. Banking and energy: the priorities of Novabase Angola Novabase has been operating in the Angolan market for the past three years. Initially the projects were developed in cooperation with the António Mosquito group, a leading Angolan businessman. Álvaro Ferreira, director at Novabase SGPS, responsible for the project in Angola, explains that “the partnership was intensifying” and the two companies agreed to create Novabase Angola. The company has now existed since March and is owned 50% by Novabase and the remaining 50% by the António Mosquito group. “The technical responsibility is Novabase’s and the commercial aspect is done in conjunction with our partner”, explains Álvaro Ferreira. In the first phase the company is focusing on the execution of IT projects in the financial sector, reveals the director: “Bank penetration is more than 80% in Portugal and less than 15% in Angola. There is a very significant growth potential. Banks will have to invest in modernization and expansion. IT will be a cornerstone in that strategy.” Besides banking, telecommunications and energy also show promise. “These are sectors that require large investments in technology and we are well positioned to provide these services,” says Álvaro Ferreira, recalling that Novabase benefits from experience in these sectors with important national and international clients. Data centers of the future The question of storage is recurrent in information technology. Most companies merely collect servers which are enough to cover peak activity. In practice they are being underutilised and are wasting energy. But it doesn’t have to be like this, since it is possible to rent space to store information in giant data centres. We are talking about solutions based on the concept of cloud computing, which advocates the outsourcing of online storage of information to companies that specialize in this, like Google. The Chip On Board business model Revolution Novabase is a leader in set top box technology and has gone beyond the borders of Portugal. The company has been refining this technology and also revamped its business model, as Pedro Afonso, in charge of this area, explains: “Novabase has stopped selling the boxes and now sells only the chips. We sell what we do best, the software, which is concentrated in the Chip On Board.” This new approach could be an asset in foreign markets since it allows the establishment of local partnerships and the development of a tailored service: “Our added value is customization. Each operator needs a tailor-made service. More than just adapting for each country, we have to adapt to the technological system of each operator. The chip is tailored to the operator.” Pedro Afonso goes on to say that this year Novabase expects “to achieve a turnover of 15 million euros in international markets, mainly Europe, Russia, India and South America.” More flexible banking Banking is another area in which Novabase excels and in which it has signed a number of projects for clients. Trying to anticipate the needs of its clients, Novabase positioned itself to provide a solution that is proving to be an international success. FLEXCUBE is a core application for the financial sector based on open systems, designed by the Indian company I-Flex, which was acquired by Oracle. Pedro Santos Gomes, Executive Director for the banking area, said the company realized the potential of the application and “has been studying its adaptation to the Portuguese market,” taking the lead as a technology integrator. Novabase enjoys the confidence of Oracle, with whom it has maintained a partnership for some years now, and has positioned itself in this area as a preferred partner. Defining FLEXCUBE as “a set of modules that cover most needs of banks, being therefore a vertical solution,” Pedro Gomes ensures that Novabase is able “to adapt what needs to be changed along with customers, depending on the specific requirements of the markets in which they operate. “ Cloud computing: um gigantesco arquivo online Cloud computing: a huge online archive. e-motion 13 tema de capa cover theme “A Novabase continuará a crescer em 2010” No ranking das maiores empresas de tecnologia de informação a operar em Portugal elaborado pela IDC, a Novabase surge na terceira posição, sendo o primeiro grupo português da tabela. Gabriel Coimbra, director de Research & Consulting da IDC em Portugal, considera que a empresa tem potencial para evoluir sobretudo no mercado externo. O consultor aponta algumas oportunidades de crescimento num ano que deverá ser de retoma para o sector. Que balanço faz do ano que passou para o sector das tecnologias de informação? Para o sector das TI o ano terrível foi o de 2001, altura em que rebentou a bolha das dot-com. Em 2009 o abalo não foi tão grave, mas mesmo assim foi um ano atípico, já que se verificou uma quebra significativa nos vários segmentos ligados às TI. Em termos globais a quebra foi de cerca de 3%. A excepção diz respeito aos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), onde o volume de negócio gerado pelo sector continuou a crescer, ainda que não de forma tão expressiva como em 2008 e em 2007. A Rússia não acompanhou a tendência dos restantes BRIC, sofrendo também uma quebra de 10%. E Portugal? Portugal sofreu em 2009 uma quebra de 2,2%, depois de ter crescido 4,4% em 2008. A quebra só não foi maior por causa do plano tecnológico que o Ministério da Educação pôs em marcha, impulsionando a 14 e-motion venda de computadores pessoais, sobretudo no primeiro semestre de 2009. Normalmente o hardware sente primeiro o efeito da crise, porque os decisores adiam o investimento em infraestruturas. Ao nível dos servidores a quebra foi de 20%. O mercado de serviços aguentou-se bem no primeiro semestre de 2009 e terminou o ano com uma quebra de 0,6%. O mercado de software também se aguentou bem, tendo crescido 2,4%. Os segmentos de CRM e de Business Intelligence também cresceram. O segmento de formação sofreu muito, registando uma descida de 12,8%. A excepção em Portugal aconteceu no segmento de outsourcing, que cresceu 4%. Este segmento manteve-se bem porque assenta sobretudo em contratos de longo prazo. Além disso, o outsourcing é cada vez mais encarado como uma forma de reduzir custos ou uma alternativa para adiar investimentos. Ainda assim também o outsourcing está a mudar. Os contratos agora tendem a ser mais flexíveis e de menor duração e dimensão, de modo a permitirem ajustamentos às necessidades. Apesar da crise a Novabase conseguiu ter bons resultados e está bem cotada no ranking das maiores empresas de TI a operar em Portugal elaborado pela IDC. Que leitura faz da performance da empresa? No ranking da IDC a Novabase figura em terceiro lugar, depois da IBM e da Lógica. A Novabase é a primeira portuguesa e detém uma quota de mercado de 6,1%. A IBM lidera com uma quota de mercado de 10,% e a Logica tem 6,4%. A Accenture é a quarta do ranking com uma quota de 5,1%. Tem sido um ranking estável nas cinco primeiras posições, mas a Novabase, entre as cinco primeiras, foi das que mais cresceu, juntamente com a Portugal Telecom. A PT cresceu 2,9% e a Novabase 2,1%. Das três maiores, a Novabase foi a que mais cresceu. A Novabase tem hoje um portfolio de produtos e serviços bastante completo. A empresa actua nas mais diversas áreas de negócio e com bons posicionamentos em cada uma delas. A Novabase possui competência, experiência e casos de sucesso nos vários sectores, em vários tipos de soluções. Estas capacidades fazem da Novabase uma empresa competitiva, capaz de ganhar quota em situações adversas como aconteceu no ano de 2009. Acredita que a Novabase continue a crescer este ano? Olhando para 2009 acredito que a Novabase continuará a crescer em 2010. A competição é muito forte neste sector, tendo havido muitas fusões. O mercado de TI tem vindo a consolidar-se nas suas mais diversas vertentes. Para continuar a crescer é necessário que a Novabase continue a inovar e a olhar para outros mercados. As empresas portuguesas têm a desvantagem da escala, mas são mais flexíveis e se apostarem em mercados de nicho podem ser mais competitivas do que outras que actuam de forma mais transversal. A Novabase tem uma oferta transversal em termos nacionais, mas no mercado internacional poderá ser mais interessante focar-se em nichos e apostar em parcerias estratégicas como já está a fazer. África e MÉdio Oriente são uma boa aposta para empresas como a Novabase? Países emergentes como Angola tiveram em 2009 um ano relativamente complicado. Sabemos que 2010 será de forte crescimento em Angola e em Moçambique, dois países onde a Novabase actua. Esperam-se crescimentos a dois dígitos para o sector das TI nestes países. São países em que empresas portuguesas como a Novabase devem apostar. Em Portugal o mercado crescerá moderadamente, logo estes países constituem oportunidades interessantes para empresas portuguesas. O mesmo acontece com a zona do Médio Oriente, que em 2009 registou uma quebra de 2,4%. No entanto, espera-se em 2010 um crescimento de 11,2%. São mercados muito voláteis, com crescimentos muito elevados, mas, em alturas de crise, protagonizam quebras brutais. Isto acontece porque dependem muito do investimento exterior e não possuem a maturidade de mercados como o dos EUA, onde a amplitude de valores anda entre os -5% e os 5%. Por exemplo, nos Emiratos Árabes Unidos, a quebra foi de 15%, em 2009, e as perspectivas para 2010 apontam para um crescimento de 12,4%. A África do Sul recuou 5,8% em 2009 depois de ter crescido 25%, em 2008. E este ano espera-se que cresça 8,5%. O Egipto teve uma quebra de 2,2% e deverá crescer 7,5% em 2010. Nestes países em desenvolvimento o intervalo de variação é sempre maior. Em termos globais a retoma no sector já se sentirá este ano? As perspectivas para 2010 a nível mundial são boas, ou pelo menos melhores que em 2009. A nossa previsão é que o mercado global cresça 3,2% este ano. Os países desenvolvidos vão crescer, mas pouco, e não recuperarão os valores registados em 2008, mas por exemplo os BRIC irão crescer a dois dígitos.Alguns, como é o caso de Espanha, só em 2011 é que começarão a dar sinais de retoma. A quebra em Espanha no ano passado foi de 8,5%. Espanha tem um problema estrutural e este ano ainda se espera um abrandamento de 2,3%. Em 2011 deverá crescer 2,4% e 5% em 2012. A Novabase possui competência, experiência e casos de sucesso nos vários sectores, em vários tipos de soluções. Estas capacidades fazem da Novabase uma empresa competitiva, capaz de ganhar quota em situações adversas como aconteceu no ano de 2009. “ “Novabase has expertise, experience and successes in various sectors, various types of solutions. These capabilities make Novabase a competitive company, able to gain share in adverse situations such as was the case in 2009.” Gabriel Coimbra é director de Research & Consulting da IDC em Portugal Gabriel Coimbra is Director of Research & Consulting at IDC in Portugal e-motion 15 Num ano de abrandamento para o sector das TI em Portugal, o outsourcing foi a excepção, crescendo 4%. “O outsourcing é cada vez mais encarado como uma forma de reduzir custos ou uma alternativa para adiar investimentos”, afirma Gabriel Coimbra. In a year of slowdown for the IT sector in Portugal, outsourcing bucked the trend, rising 4%. “Outsourcing is increasingly seen as a way to reduce costs or as a way to postpone investments,” said Gabriel Coimbra Em que áreas estão as maiores oportunidades de crescimento para o sector? O rápido desenvolvimento e convergência das tecnologias de informação, das comunicações e dos media têm criado enormes oportunidades de mercado. No plano geográfico, quando olhamos para países como os EUA, Espanha ou Reino Unido, e apesar da previsão de crescimento ser baixa, não podemos esquecer a dimensão absoluta destes mercados, e que existem nichos com um grande potencial de crescimento. Mas de facto nos países mais desenvolvidos os mercados tradicionais de TI, como os servidores, impressoras, PCs, etc. vão crescer muito pouco ou talvez até recuar. Por outro lado, além de nichos de mercado, continuam a existir sectores com um crescimento acima da média em países desenvolvidos, como por exemplo a administração pública, saúde, educação, energia, telecomunicações. De facto serão os países emergentes, como os BRIC e outros países da América Latina, Ásia e África que representarão mais de 50% do crescimento previsto dos próximos cinco anos. No plano das soluções, a IDC definiu várias áreas de grande crescimento no mercado de TIC, das quais podemos citar, entre outros, a gestão de sistemas e segurança, dados móveis, media social, LBS, informação analítica, outsourcing de TI e Business Process Outsourcing (BPO), SaaS, máquinas virtuais e motores de pesquisa e detecção. A IDC é uma consultora internacional com mais de 45 anos, especializada na análise do sector das tecnologias de informação, telecomunicações e electrónica de consumo. Com mais de 50 escritórios em todo o mundo, a consultora opera em mais de 100 países. Gabriel Coimbra trabalha na IDC Ibéria desde 1998, sendo responsável pelas soluções Go-to-Market em Portugal e Espanha, e pela concepção e coordenação dos vários estudos da consultora em Portugal. IDC is an international consultant with over 45 years’ experience, specializing in the analysis of the IT, telecom and consumer electronics sectors. With over 50 offices worldwide, the consultant operates in over 100 countries. Gabriel Coimbra has worked for IDC Iberia since 1998 and is responsible for Go-to-Market Solutions in Portugal and Spain, and the design and coordination of the various consultant studies in Portugal. 16 e-motion Novabase WILL continue to grow in 2010 In the ranking of the largest information technology companies operating in Portugal prepared by IDC, Novabase comes in third position and is the first Portuguese group in the list. Gabriel Coimbra, director of Research & Consulting at IDC in Portugal, considers that the company has potential to evolve, especially in foreign markets. The consultant gives the example of Angola. “Emerging countries, such as Angola, had a hard year in 2009. We know that 2010 will see strong growth in Angola and Mozambique. We are expecting double digit growth for the IT sector in these countries. These are countries where Portuguese companies such as Novabase have to focus. In Portugal, the market will grow moderately, so these countries provide more interesting opportunities for Portuguese companies.” Gabriel Coimbra argues that companies like Novabase could prove very competitive in certain niches, “The rapid development and convergence of information, communication and media technologies have created enormous market opportunities. Niche sectors with strong growth continue to exist in developed countries, but in fact it is in the emerging countries such as BRICs and other countries in Latin America, Asia and Africa that over 50% of expected growth over the next five years will come from.” According to Gabriel Coimbra, “the outlook for 2010 worldwide is good, or at least better than 2009.” The IDC’s forecast is that “the overall market will grow 3.2% this year.” The consultant added that “developed countries will grow, but not much, and will not regain the levels of 2008, but for example there will be double digit growth in the BRICs.” opinião do chairman Rogério Carapuça the chairman’s view: Rogério Carapuça Portugal a competir Para melhorar a competitividade portuguesa temos atrasos estruturais a vencer. O mais grave, após a baixa qualificação da população, é a falta de massa crítica para construir ofertas com propriedade intelectual própria. Competir exige diferenciar produtos e serviços no mercado global. Há muitas formas de o fazer. Mas, ou se tem algo novo e difícil de imitar, ou a diferenciação não durará muito. É preciso criar propriedade intelectual, incorporá-la à oferta e, depois, vender. O que requer uma força de vendas internacional também inovadora e politicamente suportada – mas não só. A competir connosco estão empresas globais, que usam todos os argumentos para vencer. Os nossos produtos podem ser excelentes, mas faltam canais de distribuição, clientes satisfeitos que os recomendem, contextos onde tenham sido testados. Falta-nos a “massa crítica inicial”. Por isso, as poucas oportunidades que teremos para a criar não podem ser desperdiçadas. As redes de nova geração, o carro eléctrico, as energias renováveis, a transformação da rede escolar, o aeroporto ou a alta velocidade são oportunidades como já o foram o Multibanco, a digitalização da rede fixa e as comunicações móveis. O problema é que, nesses casos, as inovações raramente originaram produtos globais, geradores de muito valor para as empresas que os criaram. Aproveitar as novas oportunidades implica criar condições para que se tornem autênticos berços de inovação para o país. Quem fizer estes investimentos, Estado ou empresas, deve ver neles instrumentos de desenvolvimento de todo o tecido empresarial, e não meios de criação de valor só para si próprios. Não significa que as empresas portuguesas devam participar destes projectos em condições “fora do mercado”, resultantes de uma política proteccionista. Mas a menor escala das nossas empresas deve ser tida em conta, e deve ser desenhada uma nova geração de apoios às empresas inovadoras. Sei que a fronteira é ténue, mas são homens, não máquinas, que vão tomar estas decisões. Se não aproveitarmos as oportunidades, serão os nossos concorrentes a fazê-lo por nós. Portugal competing Improving Portugal’s competitiveness means creating more offers with Portuguese intellectual property. While competing with global companies our most innovative products lack distribution channels, customers who recommend them, contexts where they have already been tested. We lack critical mass. Therefore opportunities to create it can not be wasted. The next generation networks, the electric car, renewable energy, the transformation of the school network are opportunities just like, years ago, Multibanco, the digitalization of the fixed network and mobile communications. Taking advantage of them means making them cradles of innovation for the country. It is not about being protectionist. But the smaller scale of our businesses should be taken into account, with renewed support for the most innovative. I know that it’s a grey area. But if we do not seize these opportunities, our competitors are going to do it instead. e-motion 17 reportagem reporting Consigo todos os dias Nos transportes, em casa, em vários estádios de futebol, quando usufrui dos serviços do seu banco ou de serviços públicos está frequentemente a utilizar soluções da Novabase. 01_Bem vindo a bordo Lisboa avista-se como um postal para quem atravessa o Tejo de comboio. Num percurso de 14 paragens, que liga Setúbal à estação de Roma/Areeiro, no coração da capital, milhares de pessoas desfrutam diariamente desta paisagem, depois de repetirem os gestos que fizeram na manhã anterior e que farão na seguinte: adquirir o bilhete ou carregar o cartão Lisboa Viva, o Sete Colinas ou o Viva Viagem na máquina automática e depois validá-lo. Todo este processo de bilhética, assente numa rede de máquinas automáticas, foi concebido e implementado pela Novabase. 18 e-motion A bilhética ou ticketing é uma das áreas em que a Novabase é forte. Em Portugal, várias empresas de transporte rodoviário e ferroviário solicitaram o know-how da Novabase para melhor servir os seus utilizadores. A lista de clientes neste segmento inclui também transportadoras espanholas e francesas. 02_Gooolo! Ao vivo as emoções agigantam-se. Por essa razão muitos adeptos de futebol não dispensam torcer in loco pela sua equipa. Sobretudo agora, com estádios a cheirar a novo, modernos, mais confortáveis e com uma tecnologia que simplifica o processo de entrada no recinto. É aqui que entra a Novabase. Sete dos 10 estádios que foram construídos ou remodelados para acolher o Europeu de Futebol de 2004, bem como outros estádios mais pequenos, possuem um sistema de bilhética desenvolvido pela empresa. Esse estádios estão dotados com a tecnologia Card/SkiData, que pode incluir toda a infraestrutura de telecomunicações, dados, voz, vídeo, bilhética, controlo de acessos e gestão de associados. 03_Goooolo (no sofá)! Os que optam pelo conforto do sofá na hora de assistir aos jogos do seu clube, ver um filme com pipocas caseiras ou fazer zapping pelos canais que chegam em regime de televisão paga também tiram partido da tecnologia criada pela Novabase. A experiência da Novabase no domínio das set top boxes revelou-se uma mais-valia na introdução da televisão digital interactiva em Portugal. As set top boxes digitais permitem, entre outras coisas, agendar os seus programas preferidos, assumir as rédeas da realização e escolher o ângulo que deseja para a imagem, além de tarefas mais triviais como fazer compras ou aceder à sua conta bancária. 04_Portugal lidera e-government Há 10 anos a palavra e-government era incómoda para Portugal. Hoje é motivo de orgulho. Na lista europeia relativa à implementação de práticas de e-government, Portugal figurava em 17º lugar. Actualmente o país lidera a lista. O Estado português tem feito um esforço para disponibilizar serviços públicos online. O Simplex, como lhe chamou o primeiro-ministro José Sócrates, conta com tecnologia da Novabase para agilizar processos que outrora implicavam longas esperas em repartições públicas. 02 03 Hoje já é possível tratar de toda a documentação para comprar casa através da internet. O Casa Pronta foi desenvolvido pela Novabase. O mesmo é válido para o Empresa Online, para o Automóvel Online e para o Civil Online. O Portal da Empresa permite registar uma empresa e uma marca “em menos de nada”, como promete o slogan assim que se clica na página. O sítio concebido pela Novabase inclui também informação sobre impostos, formas jurídicas, investimento e financiamento, apoios e incentivos, entre outros serviços. O Automóvel Online também veio facilitar a vida aos portugueses, já que permite pedir pela Internet vários actos de registo sobre veículos e respectivos reboques e receber sem necessidade de deslocações o Certificado de Matrícula/ Documento Único Automóvel. O Civil Online, por seu lado, encolheu a espera nas conservatórias para efectuar actos de registo civil. Estamos a falar, por exemplo, de iniciar o processo de casamento (civil e religioso) a partir de casa. Também já é possível solicitar certidão permanente de registo de nascimento através do portal e estão a ser desenvolvidos outros serviços. 05_As reformas dos funcionários públicos A Caixa Geral de Aposentações (CGA) responde pelas reformas de mais de um milhão de pessoas. No ano 2000 o Estado entendeu que deveria modernizar o sistema e confiou à Novabase essa tarefa. A manutenção do sistema de informação que operacionaliza a CGA continua a ser da responsabilidade da empresa. Em causa está a recepção das quotas dos funcionários públicos e das contribuições das instituições, bem como o pagamento das reformas aos pensionistas. 01 Quem usa os comboios da Fertagus e assiste aos jogos no Estádio do Benfica usufrui dos sistemas de bilhética da Novabase. A Novabase chega também a casa dos que usam os chips descodificadores da televisão paga. Anyone who uses the Fertagus trains and watches matches at Estádio da Luz (Benfica) will have used Novabase ticketing systems. Novabase is also in the home of everyone who uses chips decoders for pay-TV. e-motion 19 06_Por detrás do seu banco A multiplicidade de produtos e soluções que os bancos e as seguradoras movimentam todos os dias são suportados por sistemas de informação pensados e implementados por consultores e técnicos da Novabase. A empresa tem sido o parceiro eleito por muitos bancos e seguradoras que operam no mercado português, pelo que milhares de portugueses beneficiam diariamente das soluções desenvolvidas pela Novabase. Estamos a falar por exemplo dos sistemas de gestão de relacionamento com os clientes, das plataformas online de alguns bancos, de sistemas de gestão de decisões e de contratos de crédito, arquivos digitais e gestão documental, entre outras soluções. 04 06 20 e-motion With you every day In transport, at home, at various football stadiums, while enjoying the services of your bank or public services you are likely to be using Novabase solutions. 01_Welcome aboard Millions of people benefit daily from ticketing systems developed by Novabase. The process works through a network of machines and serves several transport companies in Portugal as well as having been exported to Spain and France. 02_Goal! Seven of the 10 stadiums that were built or remodelled to accommodate the 2004 European Football championship, as well as other smaller stadiums, use ticketing systems developed by Novabase. 03_Goal (from the sofa)! The experience of Novabase in the field of set top boxes has proved an asset in the introduction of interactive digital television in Portugal. With digital set top boxes you can schedule your favourite shows, take control of your TV experience, as well as shop or access your bank account. 04_Portugal leads e-government It is now possible to handle all the documents needed to buy a home through the internet. Casa Pronta, a Ministry of Justice portal, was developed by Novabase. The same applies to other government departments such as Empresa Online, Automóvel Online and Civil Online. 05_Civil servants pensions The computer system behind the Portuguese civil service pension fund is Novabase’s 05 Com o contributo da Novabase milhões de portugueses trocaram a fila de espera de uma repartição pública pela comodidade de portais como o Casa Pronta, Empresa Online, Automóvel Online e Civil Online. With the contribution of Novabase, millions of Portuguese have swapped waiting in long lines at government departments for the convenience of portals such as Casa Pronta, Empresa Online, Automóvel Online and Civil Online. responsibility. This information system supports the receipt of contributions from civil servants and institutions, as well as the payment of pensions. 06_Behind the scenes at your bank Several banks and insurers have opted for products and solutions based on information systems designed and implemented by Novabase consultants and technicians. Customers of these institutions take advantage of Novabase technology every day. e-motion 21 análise Jorge Vasconcellos e Sá ex-aluno de Peter Drucker, ensina na AESE (associada lisboeta da IESE) analysis: Jorge Vasconcellos e Sá a former Peter Drucker student, teaches at AESE (the Lisbon associate of IESE) A revolução do outsourcing “Tenho de dar a Drucker o crédito do seguinte”, escreve Jack Welch no best seller “Straight from the Gut”: “Drucker voltou-se para mim, olhou-me nos olhos e perguntou: já que o seu back office é o front office de outros, como pensa tirar vantagem disso?” Esta pergunta resume uma das maiores revoluções actuais nas instituições com e sem fins lucrativos: o business processing outsourcing (BPO). Uma revolução que, tendo cinco características básicas, suscita uma pergunta importante. Primeiro facto: o BPO é uma das indústrias com maior crescimento mundial (7% ao ano), com um volume actual superior a 300 mil milhões de dólares. Segundo: é uma área em que a tecnologia encontra a gestão e por isso vai muito para lá das TI, englobando todos os processos rotineiros ou que podem passar a sê-lo graças à tecnologia: processamento de salários e facturação, documentação, envelopagem, mailing, etc. 22 e-motion Terceiro: pela mesma razão o BPO inclui muito mais do que call centers, os quais representam menos de 1/4 do turnover em centros de outsourcing no Brasil, no México, etc.; as actividades do BPO são predominantemente administrativas, de aprovisionamento e outras funções de back office. Quarto: há uma importante tendência geográfica de passagem do offshoring para o nearshoring, com Marrocos a servir a França, o Egipto a prestar serviços à Europa anglosaxónica e a Europa do Leste focando-se nas nações germânicas. Cultura, diferenças horárias e aspectos legais explicam esta aproximação. O outsourcing cresce a um ritmo de 7% ao ano e gera um volume de negócios superior a 300 mil milhões de dólares. Quinto: a tendência deve-se ao efeito combinado de dois factores: a revolução tecnológica de Dearney e Feather (que reduz as vantagens da integração vertical) e a aldeia global de McLuhan (que acentua os benefícios do outsourcing, devido às economias de escala, flexibilidade e a capacidade para atrair os melhores especialistas). Logo, e finalmente, a pergunta: o BPO é um risco ou uma oportunidade? Naturalmente, é ambas as coisas. As empresas que não externalizarem os seus back offices ficarão com custos superiores e logo desvantagem perante a concorrência. Mas as que o fizerem, não só alcançam custos mais baixos como se podem especializar nas suas áreas centrais de negócio onde se cria valor para o cliente. E aí reside a oportunidade, que vai muito para lá das TI. Em síntese: é muito pior errar os tempos na gestão do que na gramática. Outsourcing is growing at a rate of 7% per year and generates a turnover in excess of 300 billion dollars. O guru da gestão Peter Drucker defendia a externalização das tarefas que não são o core da empresa The management guru Peter Drucker defended outsourcing of non-core tasks “Peter Drucker gets credit for this one”, writes J. Welch in his best seller Straight from the Gut: “Drucker leaned towards me, looked me straight into the eyes and asked: given that your back office is someone else’s front office, how will you take advantage of that fact?” That statement summarizes one of the major revolutions presently undergoing in both for and not for profit businesses: business processing outsourcing (BPO). Such a revolution has five basic characteristics and raises a major question. First fact: BPO is one of the world’s fastest growing industries (with an annual rate of 7%) and represents over 300 billion US dollars. Second: it is a place where technology meets management and thus goes much beyond IT, to encompass all processes which are routine, or can be transformed so by technology: salary and invoice processing, documents, enveloping and mailing, etc. Third: for the same reason BPO includes much more than call centers, which represent less than 1/4 of the turnover of the offshore centers in Brazil, Mexico, etc. with the bulk pertaining to the administrative, procurement and other back office functions. Fourth: there is at present a major geographical shift from off to nearshoring with Morocco serving France, Egypt supplying the anglosaxon Europe and eastern Europe focusing on the German world. Culture, time differences and legal aspects explain the nearshore trend. Fifth: the trend is due to the common effect of two factors: Dearney’s and Feather’s technological revolution (which decrease the advantages of vertical integration) and McLuhan’s global village (which enhances the benefits from outsourcing: suppliers scale of economies, greater flexibility and capacity to attract the best specialists). Thus (and finally) the question: is BPO a risk or an opportunity? And the answer is that, naturally, it is both. Those who do not externalize their back offices will find themselves at a cost disadvantage with competitors. But those who do will not only reap lower costs, but also be able to specialize in their front office, that is, in their core business, where they create value for their customers. And there lies the opportunity. Which goes much beyond IT. In short: as always it is worse to err the times in management, than in grammar. e-motion 23 clientes Banco Best clients: Banco Best Plataforma de lançamentos Na hora de tornar o site mais simples, mais directo e mais dinâmico, de modo a aumentar as vendas online, o Banco Best voltou a escolher a Novabase. O resultado é o primeiro site português de e-commerce aplicado à indústria financeira, ferramenta determinante num banco onde cerca de dois terços dos clientes acedem todos os meses à plataforma web. Além dos sete centros de investimento espalhados pelo país, o Banco Best, que opera nas áreas de banking, asset management e trading, conta sobretudo com o balcão que se abre de cada vez que alguém entra em bancobest.pt. Dos 53 mil clientes do banco, cinco mil acedem diariamente ao site. A relevância da plataforma web no negócio deverá ser mais significativa com o novo site do banco, a funcionar desde 11 de Janeiro. O Best conta agora com a primeira plataforma de e-commerce no universo financeiro em Portugal, com mais de 20.000 produtos disponíveis para transaccionar. Pedro Sousa Cardoso, director coordenador de marketing e responsável pela web do banco, informa que “em alguns produtos o contributo do site representa 24 e-motion cerca de dois terços das operações”. No caso de “produtos muito específicos como o trading, o site representa mesmo 99% das operações”, acrescenta, sublinhando que “melhorar estes indicadores foi o objectivo principal que esteve na génese do projecto de reestruturação do site”. Mas houve outros drivers também importantes, nomeadamente “a evolução da Internet nestes últimos cinco anos para um paradigma de maior interactividade e partilha”. O director de marketing do Best frisa que “as pessoas hoje vão à Internet para interagir e não para ler páginas com conteúdos pensados para o suporte print”. No caso do Banco Best estamos a falar de clientes com diferentes exigências entre si: os traders, interessados sobretudo na rapidez, clientes de investimento de médio e longo prazo, que fazem sobretudo gestão de activos, e clientes que usam o banco na perspectiva de primeiro banco. O Banco Best disponibiliza cerca de dois mil fundos de investimento, 600 certificados, centenas de depósitos, crédito à habitação, créditos pessoais, cartões de crédito, entre outros produtos. Pedro Sousa Cardoso explica que o site anterior, “apesar de ter sido premiado, acusava já algum desgaste e limitação em termos da possibilidade de se integrarem novos produtos”. Conscientes de que o anterior site estava no limite da sua capacidade e de que precisava de ser repensado para incorporar os novos serviços de uma forma ágil e apelativa, os responsáveis do banco começaram a idealizar uma nova plataforma há dois anos. O processo de desenvolvimento contou com a colaboração da Novabase, responsável pelo site anterior, e da agência online ActualSales, especialista em e-commerce. O site está assente numa aplicação de CRM da Siebel. Pedro Sousa Cardoso ficou satisfeito com o resultado: “Em equipa que ganha não se mexe e a Novabase trabalha connosco desde o início, possuindo um importante know-how que facilita e agiliza muito as coisas. A Novabase mantém uma equipa residente no banco sob a responsabilidade da Direcção de Sistemas de Informação (DSI) do Best, que por seu lado também possui no seu quadro técnicos qualificados que aloca aos diferentes projectos como foi o caso deste. A equipa de desenvolvimento Siebel foi assim composta por elementos da Novabase e da DSI do Best, enquanto que o conceito e modelo do site, respectivas funcionalidades e serviços online, organização e conteúdos foram pensados e desenvolvidos pela direcção de marketing do Best em colaboração com a agência ActuaSales, também através de equipas mistas das duas organizações.” Como o site é muito interactivo “permite recolher mais informação sobre os clientes do que antes, pelo que também ajuda a identificar oportunidades”. Os clientes também parecem satisfeitos, a julgar pelos resultados do inquérito online: “Estamos a avaliar constantemente a nossa prestação. Numa escala de 1 a 6, a média das notas que nos atribuem é de 5,2 e a amostra é representativa e estatisticamente válida.” NEW LAUNCHING PLATFORM When the time came to make its site simpler, more direct and dynamic, so as to increase online sales, Banco Best once again chose Novabase. The result is the first Portuguese e-commerce site applied to the financial industry, a crucial banking tool accessed by about two thirds of the bank’s customers each month. Pedro Sousa Cardoso, marketing director, coordinator and responsible for the Banco Best’s website, was pleased with the result: “Since you don’t change a winning team, Novabase has been working with us from the beginning, and has important know-how which facilitates and speeds things up greatly.” As the site is very interactive “it allows us to collect more information on customers than before, and it also helps us to identify opportunities”. Pedro Sousa Cardoso, director coordenador de marketing e responsável pela web do banco: “As pessoas hoje vão à Internet para interagir e não para ler páginas com conteúdos pensados para o suporte print.” Pedro Sousa Cardoso, coordinating manager for marketing and responsible for the bank’s website: “People today go to the Internet to interact and not to read pages with content designed to support print.” !"#$%&#'()!#**+,-.+#/01)234566777- 89*89-+777-*:;;7&% e-motion 25 parceiros Oracle partners: Oracle Soluções a dois Tanto a Novabase como a Oracle se posicionam cada vez mais como consultores e fornecedores de soluções verticais. A comunhão de objectivos tem consolidado a parceria entre ambos. O próximo desafio a dois chama-se Flexcube. Os clientes querem mais do que um fornecedor de tecnologia de informação, querem um parceiro que participe no processo de desenvolvimento de soluções para as suas necessidades. A crescente concentração no sector das TIC decorre dessa transição de fornecedor para parceiro que algumas empresas souberam fazer. Isso aconteceu com a Oracle e com a Novabase. Ambas têm adquirido várias empresas para complementar a sua oferta, da mesma forma que estabelecem parcerias estratégicas. No caso da Novabase e da Oracle, a ligação existe quase desde que a subsidiária da multinacional norte-americana se instalou em Portugal, no início dos anos 90. “A Novabase foi desde o início um parceiro chave para a evolução da Oracle em Portugal”, assinala João Taron, vice- presidente e director-geral da subsidiária portuguesa do grupo. O gestor considera que, “tal como a Oracle, a Novabase tem capacidade para ser parceira estratégica dos seus clientes, posicionando-se como consultora e integradora de soluções.” Com a aquisição de várias empresas de software por parte da Oracle têm surgido novas oportunidades de negócio que 26 e-motion reforçam a parceria. Destaque para as aplicações de CRM, tendo a Novabase sido distinguida como Best CRM Partner pela Oracle. Actualmente o desafio que se coloca a ambas chama-se Flexcube, uma aplicação core para a banca, baseada em sistemas abertos. Desenvolvida pela I-Flex, empresa adquirida pela Oracle, esta aplicação tem sido um sucesso em bancos de todo o mundo, e em Portugal foi já adoptada pelo Banco Espírito Santo para as suas operações internacionais. O director da Oracle observa que “muitos bancos operam ainda com sistemas da geração anterior, aplicações monolíticas baseadas em sistemas pouco flexíveis”. O gestor frisa que “os serviços financeiros terão que acelerar a transformação dos seus sistemas informáticos”, já que “os drivers de mudança são fortíssimos, nomeadamente regulação e competição”. João Taron salienta que, “sendo a Novabase um reconhecido e credível integrador no mercado, é o parceiro ideal para uma relação a longo prazo com a Oracle no que diz respeito a estas soluções financeiras”. Para a Oracle Portugal a banca portuguesa é a prioridade no que toca ao Flexcube, mas o gestor acrescenta que “esta parceria foi desenhada com expectativas de resultados e de concretização além do mercado nacional”. Perante este cenário, João Taron avança que a parceria com a Novabase é para continuar. Solutions in partnership Both Novabase and Oracle are positioning themselves more as consultants and suppliers of vertical solutions. Common objectives have consolidated the partnership between the two of them. The next challenge for the partnership is Flexcube. Developed by I-Flex, a company acquired by Oracle, this application has been successful in banks around the world. João Taron, at Oracle, notes that “many banks still operate with previous generation systems, monolithic applications based on inflexible systems.” He goes on to stress that “financial services will have to accelerate the transformation of their computer systems” since “the drivers for change are very strong, particularly regulation and competition.” João Taron notes that “with Novabase being a recognized and credible integrator in the market, it is the ideal partner for a long term relationship with Oracle with respect to these financial solutions.” João Taron, vice-presidente e director-geral da Oracle Portugal, considera que a Novabase é “um reconhecido e credível integrador no mercado”, sendo “o parceiro ideal para uma relação a longo prazo”. João Taron, vice president and managing director of Oracle Portugal, considers that Novabase is “a recognized and credible integrator in the market”, and is “the ideal partner for a long term relationship.” e-motion 27 out of office Jamie Bridel responsável pelos negócios internacionais da Celfocus, empresa Novabase out of office: Jamie Bridel responsible for international business at Celfocus, a Novabase company Com um pé em Lisboa e duas rodas no resto do mundo Jamie Bridel decidiu cedo que iria viver para onde o trabalho o chamasse e por isso tem um código postal lisboeta desde 1994. Há seis anos este inglês foi convidado pela Novabase para fomentar o negócio fora de Portugal, um desafio que o faz movimentar-se por quase todo o mundo. Um mundo que gosta de explorar também nos tempos livres, na companhia de amigos e montado numa das suas três motas. Triumph Speed Triple, Harley Davidson Road Glide e Suzuki GS55OE são nomes que Jamie Bridel conhece de cor e que associa a momentos bem passados. Nessa gaveta das memórias felizes guarda as “24 Horas de Le Mans”, em que participou em 1999, ou os diversos passeios que na última década fez por Espanha, França, Itália, Inglaterra, País de Gales, Irlanda, Alemanha, Holanda, Bélgica e Portugal. “De dois em dois anos, com um grupo de amigos, faço uma viagem grande, 28 e-motion que intercalo com viagens por Portugal”, conta, adiantando que “o destino nem sequer é o mais importante”. O que o leva a fazer a mochila é “o prazer de viajar numa das suas motas, o convívio com os amigos e a experiência de sentir as particularidades de cada lugar”. E nesse capítulo Portugal é um prato cheio, nota: “Há muitos sítios com interesse. Não é difícil encontrar uma tasquinha simpática à beira da estrada ou numa aldeia. A gastronomia portuguesa é espectacular. O vinho é óptimo.” Quando está em Lisboa a trabalhar, Jamie Bridel opta pelas quatro rodas. Habituado à mobilidade das motas, prefere um carro de pequenas dimensões e não resistiu à nova versão do Fiat 500 When working in Lisbon, Jamie Bridel chooses four wheels. Accustomed to the manoeuvrability of motorbikes, he prefers smaller cars and could not resist the new Fiat 500. Entender as especificidades de cada cultura é o desafio que se coloca à equipa liderada por Jamie Bridel, responsável pela expansão internacional da Celfocus, empresa Novabase. Understanding the specificities of each culture is the challenge facing the team led by Jamie Bridel, responsible for the international expansion of Celfocus, a Novabase company. No ano passado, Jamie fez a rota dos castelos e respectivas investidas gastronómicas. Recorda com gula os queijos de Nisa, o vinho “caseiro e fantástico” de uma tasquinha em Vila Flor e elege a posta mirandesa de Samões como “a melhor”. A paixão pelas motas existe desde sempre, confessa: “Aos 13, 14 anos fazia entregas de jornais para ganhar uns trocos. Queria juntar dinheiro para motas e para beber umas cervejas.” Natural de Swanley, cidade localizada no sul de Inglaterra, perto do mar, este engenheiro de rádio e telecomunicações, de 42 anos, veio parar a Portugal no início da década de 90. “No fim do curso tínhamos que estagiar num projecto. Escolhi trabalhar num projecto do Instituto Superior Técnico, um sistema inteligente para monitorizar a rede da EDP. Não conhecia Portugal e escolhi vir para cá porque o projecto era mais interessante do que o alternativo, na Alemanha.” Nessa altura conheceu um país mais optimista, recorda: “Portugal tinha um estilo de vida muito interessante. Lisboa era uma cidade em desenvolvimento, havia um optimismo no ar, que se tem perdido. Acho que é possível recuperá-lo e é uma obrigação da sociedade fazê-lo. Portugal é um país pequeno, mas com potencial. Tem que tirar partido do que é imaterial porque tem poucos bens materiais.” e-motion 29 O engenheiro voltou para casa no fim do projecto, mas regressou a Portugal em 1994 para trabalhar em software development na American Management Systems, onde esteve até 2004. Nessa altura ingressou na Celfocus, empresa da Novabase: “O convite foi-me feito no sentido de fazer crescer o negócio internacional e ser uma referência pelo menos a nível europeu. Sou responsável pelos projectos a desenvolver fora de Portugal e está a correr bem.” A Celfocus resulta de uma joint venture entre a Vodafone e a Novabase, criada em 2000. A empresa desenvolve sistemas de Customer Relationship Management (CRM) para suporte de centros de atendimento. Jamie Bridel considera que “é através de parcerias como esta que Portugal pode crescer e desenvolver capacidades acima das dos outros”, sublinhando que no nicho de mercado em que actua “a Celfocus é a mais forte”. Além da abordagem aos clientes, Jamie encarrega-se também da criação das equipas de trabalho: “Vamos à procura de pessoas no mundo inteiro. Trabalham nesta empresa portugueses, ingleses, brasileiros, argentinos, irlandeses, etc. A Numa das suas motas e na companhia de amigos, ano sim, ano não, Jamie Bridel intercala uma viagem em Portugal com uma viagem maior no estrangeiro. On one of his bikes and along with some friends, every other year, Jamie Bridel fits in a trip to Portugal with a longer trip abroad. WITH ONE FOOT IN LISBON AND TWO WHEELS ON THE WORLD Jamie Bridel decided early that he would live where the work is and so has had a Lisbon zip code since 1994. Six years ago he became responsible for international business at Celfocus, a joint venture company between Novabase and Vodafone, which develops customer relationship 30 e-motion management systems to support call centers. The work takes him all over the world – the same world he also likes to explore in his free time in the company of friends and mounted on one of his three motorcycles. The countless journeys that Jamie makes help to adapt the company’s offer to various markets: “To grow outside Portugal we have to choose the areas we want to work in with care. Customers are not interested in the origin of products and services. Part of my job is to help the Portuguese to work with other cultures, to evaluate and understand specific behaviour to establish relationships of trust and gain credibility. It is about sociology.” heterogeneidade é importante porque realizamos projectos para diferentes países, com exigências distintas. A de um alemão é diferente da de um português. A definição de qualidade é diferente porque os padrões são diferentes. A comunicação com o cliente deve responder às distintas expectativas, pelo que a mensagem é adaptada. Os critérios para conquistar confiança diferem de país para país.” Jamie Bridel frisa que “não se pode pensar que é possível replicar tudo” e acrescenta: “Para crescer fora de Portugal temos que escolher bem as áreas em que podemos actuar. Quem nos compra não se preocupa com a origem. Parte do meu trabalho é ajudar os portugueses a trabalhar com outras culturas, avaliar e entender as especificidades de comportamento para estabelecer relações de confiança e passar credibilidade. É um trabalho de sociologia.” Um trabalho que beneficia das inúmeras viagens que fez. Mas a morada que pretende manter é a dos Restauradores, em Lisboa. “Vou continuar em Portugal”, garante, adiantando que em perspectiva tem a aquisição de uma casa, “provavelmente no Meco”. “Trabalham nesta empresa portugueses, ingleses, brasileiros, argentinos, irlandeses, etc. A heterogeneidade é importante porque realizamos projectos para diferentes países, com exigências distintas.” “In this company, Portuguese, English, Brazilian, Argentinean, Irish, and others work together. The cultural mix is important because we perform projects for different countries, with different requirements.” Jamie Bridel é fã da gastronomia e dos vinhos portgueses. Nas suas viagens não perde a oportunidade para descobrir novas iguarias Jamie Bridel is a fan of Portuguese cuisine and wine. On his trips he never misses an opportunity to discover new delicacies. A “street fighter” inglesa Triumph Speed Triple é uma das eleitas de Jamie Bridel The British Triumph Speed Triple Street Fighter is one of Jamie Bridel’s favourite. e-motion 31 Acreditamos poder continuar a desenvolver um projecto único em Portugal, que reúne capital público e privado, competências, experiência e parcerias num ecossistema que catalisa o crescimento das jovens empresas e o fortalecimento das suas próprias equipas de gestão.” “We believe we can continue to develop a unique project in Portugal, which brings together public and private capital, skills, experience and partnerships in an ecosystem that catalyzes the growth of young companies and strengthens their management teams.” María Gil, administradora-delegada da Novabase Capital María Gil, managing director of Novabase Capital 32 e-motion mercados markets Sementes para novas competências Com um investimento que pode chegar aos 30,91 milhões de euros, é uma aposta no empreendedorismo nacional. O valor diz respeito aos três novos fundos da Novabase Capital, destinados a apoiar projectos inovadores de PME portuguesas. através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Neste âmbito encontram-se o programa COMPETE e o Programa Operacional Regional de Lisboa (POR Lisboa ), que visam apoiar o empreendedorismo, a inovação e a internacionalização de pequenas e médias empresas. Programas a que a Novabase Capital se candidatou para criar três novos fundos de capital de risco. Com um investimento total que pode ir até aos 30,91 milhões de euros, os fundos visam prioritariamente capitalizar projectos na área em que se movimenta a Novabase, a das tecnologias de informação e comunicação. A aprovação da comparticipação financeira dos programas COMPETE e POR Lisboa depende da candidatura dos projectos ao QREN. María Gil, administradora-delegada da Novabase Capital, sublinha a importância destes incentivos à inovação nacional: “Acreditamos poder continuar a desenvolver um projecto único em Portugal, que reúne capital público e privado, competências, experiência e parcerias num ecossistema que catalisa o crescimento das jovens empresas e o fortalecimento das suas próprias equipas de gestão.” A administradora salienta que estes fundos se focam “em projectos empresariais tecnológicos inovadores, com grande potencial de criação de valor e sinérgicos com o posicionamento estratégico do grupo Novabase.” Consoante a tipologia do projecto ou o seu posicionamento no ciclo de vida das empresas, as candidaturas serão orientadas para o fundo Novabase Capital Early Stage, o Novabase Capital Corporate Venture ou para o Novabase Capital Inovação e Internacionalização. Todos eles se destinam a investimentos nas regiões Norte, Centro e Alentejo. Ao longo da sua história, a Novabase foi adquirindo pequenas empresas em áreas que complementam ou acrescentam valor à sua oferta. Tendo começado ela própria como uma pequena empresa, há 21 anos, na sua estratégia de crescimento é incontornável a aposta em novos projectos, quer pela via da aquisição, quer tornando-se accionista de start-ups, através da Novabase Capital. Fundada no ano 2000, e integralmente detida pela Novabase, a empresa de capital de risco prepara-se agora para ampliar o investimento nesta área. Para isso conta com o Sistema de Apoio ao Financiamento e Partilha de Risco da Inovação, integrado no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e co-financiado pela União Europeia SEEDS FOR NEW SKILLS Novabase Capital has launched three new investment funds totalling EUR 30.91 million: The objective is to support innovative projects in Portuguese SMEs. The funds seek to capitalize on priority projects in the area that interests Novabase, information technology and communication. María Gil, managing director at Novabase Capital, stresses the importance of national incentives for innovation: “We can continue to develop a unique project in Portugal, which brings together public and private capital, skills, experience and partnerships in an ecosystem that catalyzes the growth of young companies and strengthens their own management teams.” e-motion 33 em foco novabase academy focus: novabase academy Uma ponte entre a universidade e a Novabase Recrutar novos talentos e prepará-los para entrar bem oleados na engrenagem da Novabase é o desafio anual a que responde a Novabase Academy. Este programa de recrutamento de novos quadros funciona desde 2006 e já proporcionou o ingresso de 300 jovens no mercado de trabalho. Foi assim que o Hugo Oliveira, o Tiago Moreiras, a Marlene Vitorino e o Tiago Costa entraram na Novabase Durante duas semanas cerca de 40 jovens, seleccionados em várias universidades portuguesas, reúnem-se num hotel com a equipa responsável pela Novabase Academy. A agenda deste programa de recrutamento integra jogos, estudos de caso, apresentações sobre as várias áreas de intervenção da Novabase, simulações de problemas no desenvolvimento de um projecto e muita conversa com profissionais do grupo. O Hugo Oliveira, o Tiago Moreiras, a Marlene Vitorino e o Tiago Costa passaram pela experiência e garantem que no final, os 15 dias de internato sabem a pouco. 34 e-motion Hugo Oliveira estava a acabar o mestrado em engenharia informática no Instituto Superior Técnico de Lisboa, quando tomou conhecimento da Novabase Academy. Depois de uma apresentação da Novabase no instituto, Hugo candidatouse ao programa, inscrevendo-se nos testes psicotécnicos, e passou à segunda fase, a entrevista. Foi seleccionado para participar no programa, que nesse ano, aconteceu num hotel em Santa Cruz. Depois de duas semanas em regime de internato estava motivado para integrar a família Novabase, conta: “Confesso que fiquei apreensivo com a ideia de estar 15 dias fechado num hotel, mas o programa está bem pensado e bem feito. Somos postos à prova em diversas situações e a cada dia que passa sentimos que vestimos a camisola. Temos um caso de estudo, com informações certas e outras erradas, para resolver em duas semanas.” Hugo conta que o grupo é dividido em pequenas equipas e no fim cada uma tem que fazer uma apresentação para um dos quadros de topo da Novabase. “O meu grupo terminou a apresentação mesmo à justa, mas correu bem”, revela, explicando que na noite da véspera da apresentação os monitores não deixaram ninguém trabalhar, para que a sensação de pressão fosse maior no dia seguinte. Hugo Oliveira sublinha que a Novabase Academy dá aos participantes uma noção de todos os passos de um projecto: “Fomos expostos a situações em que não nos sentíamos confortáveis e demos a volta. Pelo menos, disseram-nos que gostaram.” A Novabase Academy ajuda a criar espírito de equipa, realça: “O convívio e as relações pessoais que se constroem ali são excelentes. É diferente começar a trabalhar numa empresa depois de já conhecer relativamente bem um grupo de pessoas. Saímos de lá com amigos para a vida e cheios de vontade de trabalhar na Novabase. No fim ninguém quer sair dali. Queríamos conviver mais.” Talvez por isso, a sugestão de Hugo Oliveira, que actualmente trabalha num projecto de gestão de portfolio da Novabase para o Millenium BCP, é que se realize de vez em quando “uma Novabase Academy de reciclagem”. Hugo oliveira 25 anos “Fomos expostos a situações em que não nos sentíamos confortáveis e demos a volta.” O interesse de Tiago Moreiras por Business Intelligence (BI) intensificou-se depois de ouvir Sérgio Matias, quadro da Novabase, falar desta área no âmbito de uma cadeira de engenharia informática, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Mais tarde, no Fórum de Empresas que o ISCTE organiza anualmente, visitou o stand da Novabase e foi a uma das sessões de apresentação da Novabase Academy. Candidatou-se e foi integrado no programa, que decorreu em Setembro de 2008, no Vimeiro. O jovem, agora a trabalhar em projectos de BI na Novabase, considera que “a Novabase Academy faz a ponte entre a universidade e a empresa” e isso é fundamental, argumenta: “O programa dá-nos soft skills, desenvolve as nossas capacidades de consultoria. Em Portugal descuram-se as soft skills. Nos EUA, muitas universidades leccionam uma cadeira de teatro, precisamente para trabalhar outras capacidades, importantes depois para lidar com os clientes.” Durante esses 15 dias os formandos recebem a visita de vários quadros da Novabase: “Conhecemos muitas pessoas, vamos percebendo o que faz cada área. É importante saber o que se faz nas outras áreas, que não as nossas. Cria-se um grande ambiente de grupo e isso é uma das melhores coisas que a Novabase tem.” Tiago Moreiras 24 anos “Os casos de estudo são todos os anos diferentes e permitem-nos perceber onde se geram os conflitos, onde se perde informação, onde perdemos tempo.” Para Tiago Moreiras, a Novabase Academy tem as componentes essenciais: “O internato é uma boa escolha, porque não nos deixa dispersar. Os casos de estudo são todos os anos diferentes e permitem-nos perceber onde se geram os conflitos, onde se perde informação, onde perdemos tempo. Permitem-nos identificar barreiras e dão-nos a noção do trabalho à distância. Aprendemos a integrar o trabalho de cada um, a negociar requisitos, a conduzir pessoas.” A Novabase Academy realizada em Setembro de 2008 também foi a porta de entrada de Marlene Vitorino na Novabase. Enquanto estudante de engenharia informática na Universidade Nova de Lisboa conheceu colegas que trabalhavam na Novabase. “O feedback deles era muito positivo”, diz, explicando que lhe agradou a ideia “de poder entrar numa empresa grande como a Novabase, pela diversidade de projectos que abarca”. Quanto à Novabase Academy, Marlene também não poupa elogios: “É uma simulação do mundo do trabalho em que se entra a seguir, uma óptima experiência e uma oportunidade única para entrar numa empresa com uma visita guiada pelas diversas áreas. Para quem vem de uma engenharia é importante ter a noção de outras áreas como a abordagem e o relacionamento com os clientes e isso é trabalhado também na Academy.” Marlene nota que o que aprendeu durante aquelas duas semanas continua a render. “Às vezes vou espreitar os apontamentos que tirei na altura”, confessa. Marlene concorda que a Novabase Academy facilita a integração na empresa, observa: “O facto de ter começado a trabalhar na Novabase juntamente com mais 44 pessoas com quem estive a conviver duas semanas ininterruptamente é muito bom. Acresce que a Novabase Academy nos permite conhecer quadros experientes da e-motion 35 Marlene Vitorino 27 anos “O facto de ter começado a trabalhar na Novabase juntamente com mais 44 pessoas com quem estive a conviver duas semanas ininterruptamente é muito bom.” Novabase, dando-nos a oportunidade de satisfazer, em ambiente informal, pequenas curiosidades.” Desde que entrou na Novabase, Marlene tem trabalhado em projectos para a Portugal Telecom. Actualmente integra um projecto de geo intelligence (sistemas de identificação geográfica) na PT, mas mantém o contacto com os colegas que com ela participaram na Academy: “Queremos saber como estão os projectos de cada um e isso ajuda a alicerçar o espírito de equipa.” A ligação de Tiago Costa à Novabase começa com uma apresentação da empresa na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. “No fim da apresentação falei com o Ricardo Nunes (quadro da Novabase) e fiquei muito motivado, sobretudo com a possibilidade de participar em projectos internacionais”, conta o jovem portuense, licenciado em engenharia electrónica. O processo que se seguiu foi semelhante aos dos restantes formandos da Novabase Academy: testes psicotécnicos e entrevista. Algumas semanas depois Tiago Costa mudou-se do Porto para Lisboa e ingressou na Novabase Academy, em Setembro de 2009. “Foi uma experiência brutal”, classifica Tiago. O jovem frisa que “o ambiente era informal” e que depois das apresentações e das sessões de trabalho havia momentos de convívio com os managers da Novabase, sempre disponíveis para responder às mais diferentes questões. Tiago Costa aplaude a forma como Pedro Crespo (responsável pela formação na Novabase Academy) abordou os 15 dias.“Conseguiu levar-nos ao limite, no bom sentido”, assinala, acrescentando que “a partir de certa altura se notava que o caso de estudo era fictício, mas o trabalho era mesmo a sério”. Percebe agora como “eram criados atrasos de propósito para pôr os fomandos à prova”. 36 e-motion Actualmente integrado num projecto da Novabase para a Fidelidade, Tiago Costa considera que “a Novabase Academy é um passo determinante para entrar no mundo empresarial, porque amortece o choque”. O jovem conta que no primeiro dia de trabalho foi alocado num projecto na Damaia, para renovar o site da Logo”. A rematar, Tiago Costa acrescenta que as expectativas criadas pela Academy têm sido correspondidas: “Tenho desafios todos os dias e sinto que estou a aprender muito. Não há estagnação e só não progride quem não quer. As pessoas são incentivadas a propor soluções. Há espaço para o diálogo.” Tiago Costa 25 anos “A Novabase Academy é um passo determinante para entrar no mundo empresarial, porque amortece o choque”. A BRIDGE BETWEEN UNIVERSITY AND NOVABASE Recruiting new talent and preparing them to enter the well-oiled Novabase machine is the annual challenge met by the Novabase Academy. This new staff recruitment programme has been operating since 2006 and has already successfully introduced 300 young people into the labour market. Over two weeks, around 40 young people are selected from several Portuguese universities to meet in a hotel with the team responsible for the Novabase Academy. The agenda of this recruitment programme includes games, case studies, presentations on the various areas where Novabase operates, simulations of problems in project development and a lot of professional guidance from the company. Hugo Oliveira, Tiago Moreiras, Marlene Vitorino and Tiago Costa went through this experience and said at the end that the 15-day internship was over too quickly. insight Manuel Beja director de desenvolvimento organizacional da novabase insight: Manuel Beja director of organizational development at novabase A inovação injustiçada Afinal, nem tudo são más notícias: o investimento português em Investigação e Desenvolvimento (I&D) passou de 0.8% do PIB em 2005 para 1.2% em 2007. Os novos doutorados, cerca de 700 por ano em 1998, ultrapassaram os 1400 em 2007. Há mais pessoas e recursos envolvidos em I&D e Inovação. Mas resta uma questão: por que não se sabe isso? O progresso da I&D não trouxe um crescimento proporcional na visibilidade pública do tema. Enquanto a Justiça, por exemplo, ocupa um lugar central no nosso imaginário colectivo, a Inovação não. É verdade que a Justiça é fundamental para a qualidade da Democracia. Se não funciona, não há confiança no Estado de Direito. A Justiça tem enredo, sangue, luta de classes; tem, enfim, romance. Já a Inovação é mais abstracta: não tem eventos nem vilões. No entanto, permite moldar o futuro. Sugere histórias inspiradoras, permite-nos sonhar, enche-nos de esperança — enquanto a Justiça, tal como está, convida ao desânimo. Será a comunicação social que não noticia os resultados da I&D ou as empresas que não os sabem comunicar? Pensemos na Novabase. Nos últimos três anos a empresa investiu mais de 25 milhões de euros em I&D. Nos últimos dados da UE, de 2008, ocupava o 4º lugar entre as empresa nacionais, após a Bial, a CGD e a EDP. Mas boa parte da sua visibilidade vem das notícias quentes das cotações, das movimentações accionistas ou dos dividendos. O imediato tem mais destaque que a I&D, que se traduzirá em criação de valor no futuro, um pouco mais à frente. A Novabase tem inovado em inúmeros domínios com impacto na vida de todos: por exemplo, nas set top boxes de televisão digital, na bilhética para transportes ou na modernização da Administração Pública. No futuro, no carro eléctrico, que irá mudar a face das cidades. Há que saber “fazer” Inovação e há também que saber comunicá-la. Fazê-lo de forma eficaz exige novas abordagens: focar no benefício para as pessoas, não na tecnologia; mostrar pessoas reais, com necessidades reais e as soluções para essas necessidades. Ou seja, traduzir a Inovação em boas histórias. Histórias que todos reconheçamos e que, paulatinamente, façam História. Para animar as gentes, trazendo o que de bom fazemos em Portugal à discussão pública. É este o caminho para as empresas inovadoras, e que a Novabase já trilha. O caminho da boa comunicação da Inovação. COMMUNICATING INNOVATION Portuguese investment in R&D rose from 0.8% of GDP in 2005 to 1.2% in 2007. Doctorates, 700 in 1997, rose to 2500 in 2006. But the public debate on R&D has not increased. Is this because the media are not speaking about R&D or is it because businesses don’t know how to communicate it? Over the past three years Novabase has invested over 25 million euros in R&D. But its visibility remains mainly limited to share prices and dividends. Much less is said about our R&D, despite its impact on people’s lives, including set top boxes, ticketing, banking systems and, in the future, the electric car. To communicate these projects requires showing real people, with real problems and solutions. That is, translating innovation into good stories. This is the way for all innovative firms, and something that we are already doing at Novabase. e-motion 37 lido A novabase na imprensa read: novabase in the press EDP, Efacec e Novabase querem mais do que conseguiram Multibanco e Via Verde O núcleo de empresas do Mobi.E – Efacec, EDP e Novabase – e o Governo assumem-se como “dois braços” invulgarmente articulados para um mesmo projecto de inovação que comparam à rede Multibanco e à Via Verde. Ambicionam ir mais longe: exportar um modelo aberto a todos os operadores e consumidores, com benefícios para a indústria portuguesa e aproveitando as oportunidades que a Internet hoje oferece. EDP, EFACEC AND NOVABASE WANT MORE THAN WHAT MULTIBANCO AND VIA VERDE ACHIEVED The nucleus of Mobi.E companies – Efacec, EDP and Novabase – and the Portuguese Government are acting as “two arms” in rare articulation towards a common innovation project which can be compared to the Multibanco network and Via Verde. They aim to go further: to export a model open to all operators and consumers, with benefits for Portuguese industry and seizing the opportunities that the Internet offers today. Novabase Angola entra em funcionamento no final do primeiro trimestre “Líder português na área das novas tecnologias, a Novabase quer instalar-se, crescer e ser líder em Angola. Esta é a prioridade do plano internacional do Grupo, que fechou o ano de 2009 com um volume de negócios de 241,4 milhões de euros. Novabase Angola enters service at end of first quarter Portuguese leader in the field of new technologies, Novabase wants to establish, grow and be leaders in Angola. This is the priority of the internationalisation plans of the group, which closed the year 2009 with a turnover of 241.4 million euros. Novo Jornal (Angola), 2010-02-12 Novabase ganha contrato para a TDT em Espanha Depois de ter alienado a participação que tinha na empresa de Televisão Digital Techno Trend, a Novabase centrou-se no negócio de valor acrescentado. A tecnológica nacional deixou de construir toda a caixa descodificadora, para centrar-se apenas no desenvolvimento do “chip”. Com esta nova estratégia a Novabase está a conseguir entrar em novos mercados como o espanhol, onde colocará o seu “chip” em 400 mil caixas, até ao final de 2009. Novabase wins contract for DTTV in Spain Novabase has stopped building complete set-top boxes to focus only on developing the chips. With this new strategy it has succeeded in entering new markets such as Spain, where it will have put its chip into 400 000 boxes by the end of 2009. Jornal de Negócios, 2009-11-06 Público,2010-04-06 A Novabase integra o consórcio que projecta o Mobi.E, o carrro eléctrico português. Novabase is part of the consortium which is designing the Mobi.E project, the Portuguese electric car. 38 e-motion A tecnologia Chip On Board da Novabase já chegou a Espanha. Novabase Chip On Board technology has already arrived in Spain. a ler Uma viagem pela economia mundial to read: a journey through the world economy Serão sólidos os alicerces da economia asiática? A economia poderá levar a melhor sobre o extremismo islâmico? Como se compra e vende no Sudão? Três livros ajudam-nos a descobrir. Oportunidades e desafios na Ásia O chairman da Morgan Stanley na Ásia, Stephen Roach, avalia a economia da região e o seu impacto na retoma global. Num conjunto de ensaios produzidos entre 2006 e 2009, o reputado economista argumenta que a Ásia, sobretudo a China, protagoniza um crescimento económico impressionante, mas insustentável. Stephen Roach defende que a região deve rever o seu modelo económico de modo a manter o ritmo de crescimento. O autor alerta para os baixos níveis de consumo na China e a sua dependência das exportações e conclui que o futuro da Ásia poderá não ser tão risonho quanto alguns vaticinaram. Opportunities and Challenges in Asia The chairman of Morgan Stanley Asia, Stephen Roach, assesses the region’s economy and its impact on global recovery. The author warns against low levels of consumption in China and its dependence on exports, concluding that the future of Asia may not be as bright as some have foretold. “The Next Asia”, de Stephen Roach, John Wiley and Sons Ltd, 29,08 euros www.wook.com Capitalismo versus religião nos países islâmicos A classe média, em ascensão no mundo muçulmano, está mais interessada no sucesso económico do que em alimentar o fervor religioso. O iraniano Vali Nasr baseia-se nesse argumento para aconselhar os políticos dos EUA a investirem mais nas relações comerciais e económicas com os países muçulmanos e menos na luta contra o extremismo religioso. Considera ainda que o livre comércio com os países muçulmanos, ao contrário das sanções comerciais, favorecerá o seu amadurecimento democrático. Capitalism versus religion in Islamic countries The rising middle class in the Muslim world is more interested in economic success than nurturing religious fervour. The Iranian Vali Nasr builds on this argument to advise U.S. politicians to invest more in trade and economic relations with Muslim countries and less in the fight against religious extremism. “Forces of Fortune”, de Vali Nasr, Free Press,$17,16 euros www.amazon.com Um mergulho nas origens do comércio Numa viagem ao Nepal, o economista britânico Conor Woodman decidiu trocar uma carreira profissional bem remunerada no sector financeiro por uma viagem à volta do mundo. A ideia surgiu enquanto observava comerciantes nepaleses a atravessar a fronteira para o Tibete, para vender peles e carnes secas, em troca de sal para vender no Nepal. Conor Woodman vendeu o seu apartamento londrino e partiu à procura de negócios à moda antiga. Um percurso que começou no Sudão, passou pela Zâmbia, Botswana, África do Sul, Índia, China, Japão, Taiwan, México e Brasil. A aventura inclui a compra e venda de produtos como chá, peixe, vinho e até camelos. Immersion into the origins of trade Conor Woodman sold his London apartment and went looking for business the old fashioned way. His adventures in the Sudan, Zambia, Botswana, South Africa, India, China, Japan, Taiwan, Mexico and Brazil included the purchase and sale of products such as tea, fish, wine and even camels. “Volta ao Mundo em 80 Negócios”, de Conor Woodman, Europa-América, 19,71 euros www.wook.pt e-motion 39 gadgets gadgets Os novos objectos que vão mudar o seu dia a dia. The new objects that will change your daily life. Isto não é uma caneta É caso para comentar, à maneira de René Magritte, que as novas canetas da Vertu V não são canetas! Escrevem como as canetas, mas também funcionam como leitores de cartões de memória e auriculares bluetooth. Pesam 17 gramas e permitem gravar até seis horas de conversa através de bluetooth. A caneta está integrada na colecção V, da Vertu, marca que se especializou em gadgets de luxo. THIS IS NOT A PEN It is worth mentioning, in the manner of René Magritte, that the new Vertu V pens are not pens! They write like pens, but also function as memory card readers and Bluetooth headsets. They weigh only 17 grams and allow you to record up to six hours of conversation via Bluetooth. www.vertu.com A biblioteca que cabe num bolso E se em vez de um livro de bolso carregar consigo uma biblioteca? O Alex e-reader torna isso possível. Lançado em Fevereiro e à venda desde Abril, o leitor de e-books da Spring Design permite aceder a mais de um milhão de livros. Ao seu critério fica a escolha de ler o livro online ou descarregá-lo e assim construir a sua livraria no tradicional suporte de papel. A navegação no Alex e-book é baseada no Android, o sistema operativo da Google. Em alternativa às páginas de papel, o Alex e-book propõe um LCD-touch screen. Pode navegar a cores ou a preto e branco, já que o ecrã está equipado com a tecnologia e-ink, que simula o efeito da tinta impressa num livro. Os livros electrónicos têm vindo a ganhar adeptos. De acordo com um relatório do banco Crédit Suisse, as vendas de livros electrónicos passarão de um milhão de unidades, em 2008, para 32 milhões em 2014. THE LIBRARY THAT FITS IN YOUR POCKET And what if instead of just a paperback you carried an entire library? The Alex e-reader makes this possible. Released in February and on sale since April, the e-book reader from Spring Design gives access to more than one million books. Users can choose to read the book online or download it and build up their libraries in traditional paper form. Alex e-book’s navigation is based on Android, Google’s operating system. www.springdesign.com 40 e-motion A bicicleta híbrida da Sanyo A nova geração de biclicletas da Sanyo combina força mecânica com energia eléctrica. Isto é, enquanto pratica exercício físico, está a carregar uma bateria. Os modelos CY-SPL226 e CY-SPL224, lançados em Abril, no Japão, apresentam a vantagem de poderem ser recarregados em terrenos planos e não apenas nas descidas, como acontece com outras bicicletas híbridas. A Sanyo também se preocupou em minimizar os riscos de o ciclista ficar sem bateria numa penosa subida. Para isso criou uma reserva de energia que juntamente com uma bateria de lítio de baixo consumo optimiza o consumo energético. A HYBRID BIKE FROM SANYO The new generation of Sanyo bikes combines mechanical strength with electrical power. That is, at the same time as taking exercise, you will be charging the battery. The models CY- SPL226 and CY- SPL224, launched in April in Japan, can be charged while riding on the flat and not just downhill, unlike other hybrid bikes. www.sanyo.com A coluna sempre a jeito O seu frigorífico ou uma embalagem de cereais podem transformar-se em coluna de som. Para tal só precisa do Rock-It, um sistema de colunas portáteis de vibração que transforma qualquer objecto em coluna de som. O aparelho funciona a pilhas ou através de um ligação USB e pode ser ligado a iPods, MP3 players, telemóveis, laptops, ou qualquer outro dispositivo que funcione com auriculares. Depois é só colar ao objecto a extensão circular do Rock-It e carregar no play. SPEAKERS ALWAYS AT HAND Your fridge or a cereal pack can be transformed into a set of speakers. You just need to have Rock-It, a portable vibration speaker system that transforms any object into a speaker. The unit works on batteries or through a USB connection and can connect to iPods, MP3 players, mobile phones, laptops, or any other device that uses headsets. www.origaudio.com.pt e-motion 41 outros mundos Gonçalo M. Tavares other worlds: Gonçalo M. Tavares Tecnologia e tradição (uma história) Estamos tão habituados à tecnologia que já nem damos pela sua presença. Mas seríamos capazes de nos habituar à sua falta? Descubra com o senhor Cortázar, neste texto de Gonçalo M. Tavares Quando a electricidade subitamente foi abaixo o senhor Cortázar não quis parar. Havia começado a ler um livro e estava de tal maneira entusiasmado com o enredo que não conseguia parar de ler. O Sr. Cortázar sentiu que se parasse ali, naquele momento, a excitação sentida desapareceria e ele nunca mais conseguiria recuperar o fôlego. Havia fósforos, sim, mas quantos? Foi à procura. O senhor Cortázar localizou a caixa de fósforos que já estava a meio e encontrou uma outra caixa, ainda intacta. No total, quantos? Talvez cento e cinquenta fósforos; não mais. E quantas páginas do livro lhe faltava ler? Cerca de cinquenta. Fazendo as contas: três fósforos por página. Seria luz suficiente? Cortázar fez as contas: o seu livro tinha cerca de trinta linhas por página, o que significava que cada fósforo, supondo que não desperdiçaria nenhum, teria de dar para cerca de dez linhas. 42 e-motion Uma página de trinta linhas: três fósforos – cinquenta páginas: cento e cinquenta fósforos. Fez ainda mais contas: cada fósforo, desde o momento em que se acendia até ao momento em que a chama chegava à sua base, começando a queimar os dedos, levava cerca de cinco segundos. Cinco segundos era o limite, mais do que cinco segundos queimaria os dedos. Isto significava que, para conseguir ler o livro até ao fim, o senhor Cortázar teria de ler dez linhas em cinco segundos. Pois bem, o senhor Cortázar preparou-se como um corredor de 100 metros se prepara. E começou. Acendeu o primeiro fósforo e com uma rapidez de leitura invulgar leu dez linhas; outro fósforo, outras dez linhas. E mantendo este ritmo alucinante o senhor Cortázar aproximava-se do fim do livro ao mesmo tempo e ao mesmo ritmo que se aproximava do fim dos fósforos. Subitamente, quando faltavam apenas duas páginas para terminar o livro, tal como antes fora abaixo, a electricidade voltou. De repente, então, a situação alterou-se por completo. Ali estava o senhor Cortázar, a duas páginas do fim, num compartimento obscenamente iluminado por uma abundante luz eléctrica e, ali, mesmo ao seu lado, seis fósforos que correspondiam, com uma exactidão quase mágica, à luz que era necessária até ao fim do livro. O senhor Cortázar ficou furioso e telefonou à central de electricidade protestando contra o facto de a electricidade ter sido reposta no preciso momento em que ele estava a acabar de ler o seu livro. – Para a próxima esperem mais um pouco! – gritou, exaltado, para o funcionário que, do outra linha do telefone, nada percebia e avaliava, erradamente, como absurda e louca, a atitude do senhor Cortázar – um senhor, afinal, que apenas gostava da tradição. Com 39 anos, Gonçalo M. Tavares já recebeu alguns dos mais importantes prémios literários da língua portuguesa: o Prémio José Saramago 2005, o Prémio Ler/Millenium-BCP e o Prémio Portugal Telecom de Literatura 2007 (Brasil). O seu romance “Jerusalém” foi incluído na edição europeia de “1001 livros para ler antes de morrer – um guia cronológico dos mais importantes romances de todos os tempos”. Com mais de 20 obras traduzidas em várias línguas, é também autor de poesia, ensaios e teatro. Gonçalo M.Tavares, 39, has already received some of the most important literary prizes of the Portuguese language: the José Saramago Prize in 2005, the Ler / Millennium BCP Prize and the Portugal Telecom Prize for Literature 2007 (Brazil). His novel “Jerusalem” was included in the European edition of “1001 books to read before you die – a chronological guide of the most important novels of all time.” With over 20 books translated into several languages, he is also the author of poetry, essays and drama. © Manel Cruz TECHNOLOGY AND TRADITION (A STORY) When the electricity went down Mr. Cortázar didn’t want to stop. He had begun reading a book and was so enthusiastic that if he stopped, he would never be able to get back into the rhythm again. Were there any matches? He went to see. He found one half box and another one which was full. Maybe one hundred and fifty matches, no more. And how many pages to go? About fifty. He worked out he had exactly three matches per page. Was that enough? He made his calculations: with thirty lines per page, each match would have to provide light for ten lines. One page, three matches – fifty pages: one hundred fifty matches. And if every match lasted five seconds, he would have to read ten lines in five seconds. Mr. Cortázar prepared with the same rigour as an Olympic sprinter. And then he began. He lit a match and with unusual speed read ten lines; another match, another ten lines. And keeping this pace he was approaching the end of the book and the end of matches when suddenly the electricity came back on. And there was Mr. Cortázar, just two pages from the end, in an obscenely bright room, and beside him six matches that were, precisely, the amount of light he needed to finish the book. Mr. Cortázar phoned the electricity company and complained that the electricity had come back on just as he was finishing his book. – Next time wait a minute! – he shouted at the official, who couldn’t understand the problem and wrongly judged as absurd the attitude of Mr. Cortázar – a gentleman who just liked tradition. e-motion 43 Av. D. João II, Lote 1.03.2.3, Parque das Nações 1998-031 Lisboa – Portugal Tel. +351 213 836 300 Fax +351 213 836 301 [email protected] www.novabase.pt. 44 e-motion