REVISTA NOVABASE_ Nº21_ JULHO 10_
NOVABASE MAGAZINE_ Nº21_ JULY 10_
olhar mais
à frente
os projectos que vão fazer
de 2010 um ano marcante
para a novabase
LOOKING AHEAD the projects that will make 2010
a landmark year for novabase
e-motion
1
índice
e-motion
nº21
content:
nº21 e-motion magazine
03
04-05
06-07
08-16
17
18-21
22-23
24-25
26-27
28-31
32-33
34-36
37
38-39
40-41
42-43
EDITORIAL Editorial
NOTÍCIAS News
EM DESTAQUE Features
TEMA DE CAPA Cover Theme
opinião do chairman chairman Opinion
rogÉrio carapuça
REPORTAGEM Reporting
ANÁLISE Analysis
José vasconcellos e sá
CLIENTES CLIENTS
PARCEIROS Partners
OUT OF OFFICE OUT OF OFFICE
jamie bridel
MERCADOS Markets
EM FOCO Focus
INSIGHT INSIGHT
Manuel beja
LIDO/A LER Read/To Read
GADGETS GADGETS
outros MUNDOs other worlds
22 análise
Drucker pergunta. “Já que o
seu back office é o
front office de outros, como
pensa tirar vantagem disso?”
Drucker asks. “Your back
office is someone else’s front
office, how can you take
advantage of this?”
28 OUT OF OFFICE
18 reportagem
Nos transportes, em casa, em vários estádios
de futebol, quando usufrui dos serviços
do seu banco ou de serviços públicos está
frequentemente a utilizar soluções da
Novabase
On public transport, at home, at football
stadiums, when you use your banking or
public services, you are likely to be using
Novabase solutions.
Jamie Bridel é responsável
pelos negócios da Celfocus,
empresa da Novabase, fora
de Portugal, um desafio
que o faz movimentar-se
por quase todo o mundo.
Um mundo que explora nos
tempos livres, na companhia
de amigos e montado numa
das suas três motas.
Jamie Bridel is responsible
for business at CelFocus,
a Novabase company, a
challenge that takes him
pretty much all over the
world. A world that he also
explores in his leisure time
with his friends and often on
one of his three motorbikes.
08 tema de capa
Internacionalização e cloud computing são as palavras-chave que
descodificam a estratégia da Novabase para continuar a crescer.
nternationalization and cloud computing are the key words
that decode Novabase’s strategy for continued growth.
FICHA TÉCNICA PUBLICATION DETAILS
E-Motion: Edição nº21, Julho 2010. E-Motion: 21th edition, July 2010. Publicação Publishers: Novabase – Direcção de Marketing e Comunicação Direcção Project Manager: Cristina Aragão
Teixeira. Projecto Gráfico e Editorial Graphic and Editorial Project: Hamlet – Comunicação de Marketing entre Empresas - Tel. 213 636 152 [email protected] www.hamlet.com.pt.
Redacção Editing: Susana Marques. Edição Editor: Sofia Loureiro (Novabase) e Jayme Kopke (Hamlet). Paginação Pagination: André Remédios. Fotografia Photography: Jarbas Teixeira Alves.
Tradução Translation: Murray Todd Impressão Print: Madeira & Madeira Tiragem Circulation: 7000 Exemplares 7000 Copies. Nota: Todos os artigos de opinião são da responsabilidade dos
seus autores Note: All opinions expressed in articles are those held by their respective authors.
2 e-motion
editorial
Luís Paulo Salvado
presidente executivo da novabase
editorial:
Luís Paulo Salvado
novabase CEO
Transformar
2010
dar dimensão e músculo comercial. Em troca,
quando a retoma vier, essas ideias serão mais um
trunfo da Novabase.
A expansão internacional será também marcada
pela criação este ano da Novabase Angola. É um
mercado em franco crescimento em que temos
tudo para ser um motor de modernização.
São apostas ambiciosas, bem sei. Mas para
transformar um ano de crise num tempo de
oportunidades não poderíamos fazer por menos.
Os tempos de crise, já se sabe, tanto trazem
desafios como oportunidades. Uma das
oportunidades é que um mercado mais selectivo
amplia a vantagem dos que já vão à frente, de
quem tem algo único a oferecer. O desafio é não
nos deixarmos distrair pelas dificuldades, mantendo
a vista firme no futuro.
Como é isso que temos estado a fazer, prevejo
que este difícil 2010 será também um ano
clarificador para a Novabase.
Factores de diferenciação não nos faltam. Com
uma oferta global de infraestruturas, aplicações
e consultoria, somos uma one-stop shop que dá
aos clientes respostas completas e integradas. E
estamos atentos às transformações à nossa volta,
nas quais pretendemos ter um papel muito activo.
Queremos estar nos projectos estruturantes do
país e de vanguarda internacional como as novas
redes de energia, o
Já a expansão internacional será marcada este ano pela criação da
carro eléctrico, as
redes de nova geração
Novabase Angola. É um mercado em franco crescimento em que
e até os novos meios
temos tudo para ser um motor de modernização.
e plataformas de
São apostas ambiciosas, bem sei. Mas para transformar um ano de
comunicação. Assim
crise num tempo de oportunidades não poderíamos fazer por menos.
como tirar partido da
evolução das TI – o
International expansion will be highlighted this year with the creation of
“cloud computing”, por Novabase Angola. This is a rapidly growing market where we have everything
exemplo. Hoje grande
we need to be a motor for modernization. Ambitious projects, I know. But to
parte das empresas tem turn a year of crisis into an opportunity, any less would not be good enough.
servidores próprios que
Transforming 2010 Crises extend the advantage
operam em média a um terço da sua capacidade.
of those who know how to differentiate. As this is
No futuro, a virtualização e uma nova geração de
data centers permitirá a anulação deste desperdício. what Novabase has been doing, 2010 promises to be a
good year.
Nesta área já somos o primeiro parceiro ibérico da
We give our customers complete solutions. We
CISCO, e o segundo europeu.
want an active role in projects such as the electric
Igualmente importante é a aposta no Chip
car, the two-way power grid and new trends such as
on Board, na TV Digital, que nos recentra no
cloud computing, where we are already Cisco’s second
que fazemos melhor: não a montagem das
largest European partner.
“boxes”, mas a tecnologia dentro delas, ou
In digital TV, Chip on Board focuses us again
seja, o próprio chip.
on what we do best: not boxes, but chips. And we
O nosso compromisso com a inovação está a
increased our investment in venture capital – to
ser reforçado com mais investimento no capital
support ideas that, once the crisis is over, will be
de risco. Sabemos quantas ideias existem lá fora,
another asset for Novabase.
em universidades ou startups a quem podemos
e-motion
3
notícias
novabase
news:
novabase
Novabase assina sistema
de bilhética do Metro de
Sevilha A primeira linha do
Metro de Sevilha conta com o
sistema de bilhética desenvolvido
e implementado pela Novabase.
A rede de máquinas de venda
funciona com um avançado
sistema de bilhética intermodal
que trata não só os títulos de
transporte, mas também o passe
interoperador que integra todos os
transportes da região.
A Novabase lidera o
segmento de bilhética em
Portugal, onde desenvolveu
sistemas para empresas de
transportes e estádios de
futebol. Em Espanha, ao
Metro de Sevilha soma-se o de
Tenerife, que irá ter em Junho
o mesmo sistema de máquinas
de venda automática na sua
segunda linha.
NOVABASE IMPLEMENTS
TICKETING SYSTEM IN
SEVILLE METRO The
network of ticket machines
operates with an advanced
intermodal ticketing system
that not only deals with
tickets but also interoperator travel passes,
covering all the public
transpor t options in the
region.
Depois do Metro do Porto, da Fertagus e de outras empresas
portuguesas, o sistema de bilhética da Novabase já conquistou
clientes em França e em Espanha.
After Metro do Porto, Fertagus and other Portuguese companies, Novabase’s ticketing system has won
customers in France and Spain.
Novabase contrata
300 recém-licenciados
em quatro anos através
dA Academy A decorrer
anualmente desde 2006, o
programa de recrutamento de
recém-licenciados Novabase
Academy já proporcionou a
entrada de 300 recém-licenciados
na empresa. A quarta edição da
Academy, realizada em 2009,
abriu a porta da Novabase
a 75 jovens recrutados em
universidades de todo o país.
4 e-motion
A edição de 2010 da Novabase
Academy está já no terreno,
com diversas iniciativas de
apresentação do programa a
decorrer em algumas das mais
prestigiadas universidades
portuguesas.
NOVABASE HIRES 300 RECENT
GRADUATES IN FOUR YEARS
THROUGH THE ACADEMY
Held annually since 2006, the
Novabase Academy recruitment
programme is responsible for
the entry of 300 graduates into
the company.
The fourth edition of the
Academy, held in 2009, opened
Novabase’s doors to 75 young
recruits from universities across
the country.
Parceria com líder
mundial de BI A Novabase
tornou-se revendedora
(Value Added Reseller) de
produtos TIBCO Spotfire e
integradora de soluções de
Business Intelligence ( BI )
com a empresa. A TIBCO
Spotfire é uma empresa norteamericana, líder mundial no
mercado das plataformas de
BI, Data Discovery e Interactive
Visualization, e acaba de
estabelecer uma parceria
com a Novabase. O acordo
permitirá à Novabase utilizar
as ferramentas da plataforma
tecnológica TIBCO Spotfire
nos seus projectos e soluções
em clientes nacionais e
internacionais.
PARTNERSHIP WITH
WORLD BI LEADER
Novabase is now a Value
Added Reseller for TIBCO
Spot fire products and
solutions integrator for
Business Intelligence ( BI )
with the company. The
multinational is a world
leader in the market for BI
platforms, Data Discover y
and Interactive Visualization.
Autárquicas nos Açores
com tecnologia Novabase
Com larga experiência em
soluções para gestão de
informação de actos eleitorais,
a Novabase foi mais uma vez
escolhida pela Vice-Presidência
do Governo Regional dos
Açores para implementar
o sistema tecnológico de
suporte às últimas eleições
autárquicas do arquipélago,
realizadas a 11 de Outubro do
ano passado. A solução, que já
havia sido utilizada nas eleições
legislativas e regionais de 2004
e de 2008, permitiu a recolha
dos resultados provisórios a
partir das Juntas de Freguesia e
Câmaras Municipais, bem como
a rápida disseminação destes
resultados junto dos media,
cidadãos portugueses e outras
entidades ou utilizadores.
MUNICIPAL ELECTIONS IN
THE AZORES SUPPORTED BY
NOVABASE TECHNOLOGY
With extensive experience in
solutions for the information
management of elections,
Novabase was again chosen
by the Vice-Presidency of the
Azores Regional Government
to implement the technology
system support for local
elections held in the archipelago
last October 11.
e-motion
5
em destaque
features
Novabase obtém
resultados recorde
em ano de crise
Apesar do abrandamento no sector das
tecnologias de informação e comunicação, a
Novabase terminou 2009 com os melhores
resultados de sempre e manteve a aposta em
inovação e no mercado externo.
2009 foi para a Novabase
um ano de múltiplos e difíceis
desafios: a grave e profunda
crise internacional, a passagem
de testemunho na gestão, com a
nomeação de uma nova Comissão
Executiva, o início de um novo ciclo
de desenvolvimento da empresa,
resultante do reposicionamento dos
negócios efectuado em 2008, o
início de uma nova estratégia e de
uma nova visão para o futuro.
Por tudo isto, os resultados da
empresa em 2009 são a melhor
resposta aos desafios atrás
referidos. O volume de negócios
ultrapassou os 241 milhões de euros
e a margem operacional (EBITDA)
aumentou para os 21,7 milhões de
euros. O resultado líquido situou-se
nos 12,9 milhões de euros, sendo os
melhores resultados da empresa nos
seus 20 anos de história.
Estes indicadores sintetizam
o essencial: a Novabase superou
todos os objectivos económicofinanceiros que se havia proposto,
e a sua qualidade, se atendermos
ao contexto adverso em que foram
conseguidos, é notável.
6 e-motion
Os bons resultados não se
resumem ao plano financeiro.
Fizeram-se progressos noutras
vertentes, tão ou mais importantes,
com o objectivo de preparar a
empresa para os desafios do
futuro. Em 2009, a Novabase
investiu nove milhões de euros em
Investigação e Desenvolvimento
(I&D), isto é, cerca de 3,7% do
volume de negócios, o que espelha
bem o esforço de inovação.
A Novabase é hoje um
referencial de qualidade para o
mercado, como confirma o seu
inquérito anual de satisfação de
clientes. Em 2009, mais uma vez,
essa satisfação aumentou. Este é
certamente um dos motivos pelos
quais o mais recente estudo da
IDC (Setembro de 2009) aponta a
Novabase como a empresa que nos
últimos anos mais consolidou a sua
liderança nos serviços de tecnologia
de informação em Portugal.
Em 2009, a Novabase
aumentou a quota do negócio
internacional dos 10,1% para
os 12,1%, o que equivale a um
volume de negócios de 29 milhões
de euros. A empresa trabalhou
em cinco continentes e em 28
países, desde os Estados Unidos
da América a Taiwan, passando
por muitos outros, como Brasil,
Alemanha, Espanha, França,
Holanda, Reino Unido, Suécia,
Suíça, Emirados Árabes Unidos,
Quénia, Egipto, etc. Importa ainda
destacar a conquista de alguns
negócios importantes em Angola
e em Moçambique, que abrem
boas perspectivas para o futuro.
NOVABASE POSTS RECORD RESULTS
IN A YEAR OF CRISIS
Despite the
slowdown in the sector of information
technologies and communication,
Novabase ended 2009 with the best
results ever, and maintained its focus
on innovation and expor t markets.
For Novabase, 2009 was a year of
multiple and dif ficult challenges: the
severe and profound international
crisis, the change of management with
the appointment of a new executive
committee, the beginning of a new
cycle of development in the company
resulting from the repositioning
of business conducted in 2008, the
beginning of a new strategy and a new
vision for the future.
For all this, the company’s results
in 2009 are the best answer to the
aforementioned challenges. The
turnover exceeded 241 million and the
operating margin ( EBITDA) rose to 21.7
million euros. Net profit stood at 12.9
As receitas da Novabase fora de
Portugal contribuíram com 29 milhões
de euros para o volume de negócios
do grupo, ou seja 12,1% do total. A
empresa cumpre assim o objectivo
de alargar a fatia internacional do
negócio, que em 2008 representava
10,1% do total.
Revenues from outside Portugal have contributed
29 million euros to the group’s turnover at 12.1% of the total.
The company succeeded in its objective of increasing the
contribution from its international business, which in 2008
represented 10.1% of the total.
Resultados Líquidos
Consolidados
million euros, the best results for the
company in its 20 year histor y.
In 2009, Novabase increased the
share of international business from
10.1% to 12.1% , which equates to a
turnover of 29 million euros.
The good results are not limited to
the financial plan. Progress has been
made in other areas equally or more
impor tant, in order to prepare the
company for future challenges. In 2009,
Novabase invested nine million euros in
R& D, equal to about 3.7% of turnover,
which reflects the ef for t on innovation.
Margem Operacional
Energia e transportes são duas das apostas para 2010. Energy and
transport are in focus for 2010.
e-motion
7
tema de capa
cover theme
As apostas da Novabase
para 2010
Internacionalização e cloud computing são as palavras-chave
que descodificam a estratégia da Novabase para continuar
a crescer este ano. Depois de ter obtido lucros expressivos
em 2009, a empresa enfrenta a instabilidade ainda vigente
ancorada num investimento contínuo em inovação e na
exploração de novos mercados e sectores.
8 e-motion
Presença em vários
países multiplica as
oportunidades de
negócio. Presence
in different countries
multiplies business
opportunities.
As incertezas quanto à recuperação da
economia persistem em 2010, mas, no que diz
respeito às tecnologias de informação, alguns
analistas perspectivam que o ano possa ser de
recuperação. O sector poderá funcionar como
alavanca de crescimento económico, fornecendo
as ferramentas que favorecem a eficácia dos
sectores público e privado, tornando-os mais
produtivos a custos mais reduzidos. O desafio é
saber ler os sinais e responder às necessidades.
Recordemos, por exemplo, que até 2012 terá
que ser feito na Europa o switch off analógico,
que obrigará os operadores da TV paga a
migrar para o digital e, consequentemente, os
consumidores a adquirir um novo descodificador.
Pensemos, por outro lado, que a crise financeira
e económica evidenciou a necessidade de
empresas e instituições agilizarem os seus
processos de trabalho, tirando mais partido das
tecnologias de informação. Da mesma forma
que é cada vez mais consciente a necessidade
de armazenar em segurança essa informação,
minimizando custos. Estas pistas induzem
oportunidades de negócio para empresas
como a Novabase. Uma empresa que em 1991
foi pioneira no desenvolvimento de bases de
dados, que tem vindo a implementar sistemas de
informação para bancos, sistemas de bilhética em
estádios de futebol e nos transportes públicos,
que desenvolveu software para disponibilizar
serviços do governo online e que se especializou
na tecnologia das set top boxes. Uma empresa
que emprega mais de 2000 pessoas e que
terminou 2009 com uma facturação de 241,4
milhões de euros e lucros de 12,9 milhões.
A Novabase posiciona-se como uma empresa
internacional, tendo em 2009 realizado projectos
em 28 países. O contributo das receitas fora
de Portugal poderá crescer, tendo a Novabase
identificado Angola como um dos mercados
prioritários. A Novabase Angola, constituída em
Março deste ano, não deixa dúvidas quanto a isso.
Luís Paulo Salvado, CEO da Novabase,
garante que a empresa continuará a ser um
carimbo de modernização tecnológica no país
e no mercado internacional. O gestor frisa
que a Novabase está “atenta às mais recentes
evoluções tecnológicas, para as dominar e
colocar ao serviço do negócio dos clientes.
O fundamental é conseguirmos criar valor
a partir da tecnologia”. Para isso a empresa
aposta num forte programa de I&D, sendo
que nos últimos três anos foram investidos
mais de 27 milhões de euros. Para reforçar
essa aposta, acaba de lançar três novos fundos
de capital de risco no valor de mais de 31
milhões de euros. “Queremos ir buscar as
ideias às universidades, aos pequenos players
especializados, a quem falta a dimensão e a
rede comercial, que nós temos”, argumenta
Luís Paulo Salvado, acrescentando que “a
Novabase se diferencia por possuir uma oferta
integrada e muito abrangente”.
E se há apostas que ainda estão a ser
projectadas, outras já estão no terreno e são, de
acordo com Luís Paulo Salvado, os trampolins
de crescimento para a Novabase este ano: a
internacionalização e o cloud computing.
Os sectores da Banca,
Telecomunicações e Energia são
prioridades para a Novabase em Angola
A Novabase tem vindo a operar no mercado
angolano ao longo dos últimos três anos. Numa
primeira fase os projectos foram desenvolvidos
em cooperação com o Grupo António Mosquito,
um dos principais empresários angolanos. Álvaro
Ferreira, administrador da Novabase SGPS,
responsável pelo projecto em Angola, explica
que “a parceria se foi intensificando” e as duas
empresas acordaram constituir a Novabase
Angola. A empresa existe desde Março e é detida
em 50% pela Novabase e os restantes 50% pelo
grupo António Mosquito. “A responsabilidade
técnica é da Novabase e a dinâmica comercial é
trabalhada em conjunto com o nosso parceiro”,
esclarece Álvaro Ferreira.
Numa primeira fase, a empresa está focada
na execução de projectos de IT no sector
financeiro, revela o administrador: “O nível de
bancarização em Portugal é superior a 80%, em
Angola é inferior a 15%. Existe um potencial de
crescimento muito significativo. Os bancos terão
de investir na sua modernização e expansão. O
e-motion
9
IT será uma peça fundamental nessa estratégia.
Possuímos hoje uma carteira de clientes muito
interessante no sector financeiro angolano,
contando já com os principais bancos como
nossos clientes.”
Além da banca, também os sectores das
telecomunicações e energia se mostram
promissores. “São sectores que implicam
investimentos avultados em tecnologia e nós
estamos bem posicionados para prestar esses
serviços”, afirma Álvaro Ferreira, lembrando
que a Novabase beneficia da experiência
nesses sectores com importantes clientes
nacionais e internacionais.
Apesar de 2009 ter sido um ano complicado
também para Angola, já que a queda do preço
do petróleo penalizou fortemente a economia
do país, as perspectivas para este ano são
animadoras: “Há sinais promissores da retoma,
estamos a ganhar outra dinâmica no terreno.
Este ano esperamos atingir um volume de
negócios superior a 10 milhões de dólares. O
nosso projecto é a médio e longo prazo, acredito
que no futuro a empresa agora criada será uma
referência na área do IT em Angola.”
Para que isso seja possível a Novabase tem
estado a criar uma equipa profissional em
Os data centers do futuro
Nas
tecnologias de informação coloca-se desde
sempre o problema do armazenamento. A
maioria das empresas limita-se a coleccionar
servidores, dimensionados para picos de
actividade. Na prática estão a ser desperdiçados
e inflacionam a factura energética. Mas já não
tem que ser assim, dado que é possível alugar
espaço para armazenar a informação em data
centers gigantes. Estamos a falar de soluções
baseadas no conceito de cloud computing, que
A Novabase Angola deverá
atingir este ano um volume de
negócios superior a 10 milhões de
dólares, estima Álvaro Ferreira,
administrador responsável pelos
negócios do grupo neste país.
Novabase Angola should reach this year a turnover
of more than 10 million dollars according to Álvaro
Ferreira, Novabase director responsible for the
group’s business in this country.
Com sede em Luanda, a Novabase Angola foi
constituída em Março deste ano Based in Luanda,
Angola Novabase was formed in March this year.
dedicação exclusiva ao projecto. Um primeiro
grupo de quadros seniores da Novabase está
sedeado desde o início do ano em Luanda, “Só
poderemos levar qualidade ao cliente final se
for possível contar com os melhores recursos
humanos no terreno”. Complementarmente a
Novabase arrancou com um projecto agressivo
de formação de quadros angolanos. São
sobretudo recém-licenciados em informática, que
recebem formação em Lisboa durante seis a nove
meses. “Ter quadros locais é uma necessidade
imperiosa, queremos criar raízes em Angola”,
conclui Álvaro Ferreira.
10 e-motion
preconiza a subcontratação do armazenamento
online de informação a empresas que se estão a
especializar nisso, como a Google.
Os data centers do futuro vão usar
tecnologia que permite reutilizar melhor
os equipamentos e poupar energia. O
armazenamento da informação faz-se através
da virtualização, ou seja da gestão centralizada
dos dados. A Novabase quer ser encarada
como um parceiro tecnológico também neste
âmbito. De acordo com Paulo Neto Ferreira,
o administrador responsável pela área de
Intelligent Infrastructures, os data centers do
futuro respondem a novos modelos de negócio,
estão preparados para o aumento da densidade
de processamento e estão mais focados na
eficiência energética.
A Novabase posiciona-se como o parceiro
das organizações líderes de mercado nesta
matéria, beneficiando de uma presença
activa no mercado há vários anos nas áreas
de armazenamento e virtualização. Paulo
Neto Ferreira informa que “a Novabase está
a desenvolver as áreas de armazenamento e
virtualização como componentes independentes,
mas de uma forma concertada para a realização
de data centers de nova geração”. Acrescenta
que “este é um factor diferenciador dado que
a Novabase tem competências desde as infra-estruturas, onde se incluem as componentes
de instalação, sistemas e comunicações, até às
aplicações de negócio e processos”. A Novabase
tem capacidade para incorporar as tecnologias
relevantes no mercado, disponibilizando um
serviço por medida.
Entre os parceiros da empresa neste contexto
contam-se a Cisco, a VMware, a Microsoft, a HP
e a SUN/Oracle.
“De acordo com as consultoras de referência,
cerca de 20% das cargas aplicacionais estão hoje
virtualizadas, devendo este número crescer para
A Novabase fornece os chips
descodificadores de televisão paga
customizados para cada cliente. O
modelo de negócio favorece a parceria
com produtores locais para a produção
de set top boxes.
Novabase provides pay television decoder chips customized
for each client. The business model facilitates partnerships
with local manufacturers to produce set top boxes.
cerca de 50% em 2012”, assinala Paulo Neto
Ferreira. O administrador frisa que “as soluções
de virtualização permitem reduzir custos,
tornam a organização mais eficiente e facilitam
a gestão e migração da infra-estrutura”. Para a
Novabase, “a grande mais-valia da virtualização
é a agilidade que disponibiliza ao negócio, mais
que a redução de custos das várias rubricas do
data center”. Trata-se de uma tecnologia verde,
“benefício cuja importância está a aumentar”,
nota.
Paulo Neto Ferreira considera que “os
benefícios das soluções de virtualização são mais
facilmente percepcionados em organizações com
um grau de maturidade onde o IT é considerado
um bem estratégico, está alinhado com o
negócio ou é visto como um centro de custos
eficiente”. A Novabase, diz, “está focada nestas
organizações”.
Revolução do modelo de negócio
do Chip On Board Onde a Novabase
já se estabeleceu foi na casa dos muitos
portugueses que têm acesso à televisão
digital. A tecnologia das set top boxes é da
responsabilidade da empresa e já ultrapassou as
fronteiras portuguesas. A Novabase tem vindo
a aperfeiçoar esta tecnologia e reformulou
também o seu modelo de negócio, como
explica o responsável pela área, Pedro Afonso:
“A Novabase deixou de vender as caixas e
vende apenas o chip. Vendemos o que temos
de melhor, o software, que está concentrado
no Chip On Board.” Trata-se de uma nova
abordagem que poderá ser uma mais-valia no
mercado externo, já que permite estabelecer
parcerias locais e desenvolver um serviço por
medida: “O nosso valor acrescentado é a
customização. Cada operador necessita de um
serviço por medida. Mais do que nos adaptarmos
a cada país, temos que nos adaptar ao sistema
tecnológico de cada operador. O chip é feito à
medida do operador.”
Pedro Afonso argumenta ainda que “existem
fabricantes de set top boxes a fazer tudo, mas
não existe ninguém a fazer o Chip On Board”.
Acresce que “a Novabase já leva um ano e meio
de avanço”. Pedro Afonso assinala que “com o
Chip On Board é possível reduzir os custos entre
10 a 12%, o que em investimentos de milhões se
torna significativo”. À customização e à redução
de custos soma-se ainda outra vantagem:
“Proporcionamos uma maior segurança para o
operador, já que as partes críticas do produto
estão num chip, o que impede a pirataria”.
A União Europeia impôs 2012 como data limite
para o switch off analógico, o que abre boas
perspectivas para o negócio do Chip On Board.
Espanha toma a dianteira e migra já este ano para
o digital. “Em Espanha já vendemos 400 mil chips
em 2009 e esperamos uma cobertura total do
mercado”, indica Pedro Afonso.
Além do mercado europeu, também o
sul-americano se apresenta como potencial
consumidor do Chip On Board, observa Pedro
Afonso: “A América do Sul é provavelmente o
continente com mais subscrições de televisão por
satélite. É um mercado muito emotivo e tem uma
e-motion
11
agenda futebolística interessante nos próximos
tempos (Brasil acolhe Mundial em 2014). O
futebol é uma grande oportunidade, bem
como os Jogos Olímpicos (Brasil 2016). A nossa
tecnologia é muito competitiva e com alguns
operadores já temos projectos fechados.”
O responsável da Novabase frisa ainda a
dimensão política em torno da televisão digital:
“Os países querem criar emprego em torno
destes projectos, o que acontece através do
fabrico das set top boxes. O nosso modelo de
negócio permite que a produção das caixas seja
local. Nós fornecemos apenas os chips. Através
de parceiros locais definiremos o modelo de
negócio em cada mercado. ”
No negócio do Chip On Board, a Novabase
conta com parceiros mundiais, especialistas no
segmento das set top boxes. Para consolidar
o negócio foi decisiva também a compra em
2008 da equipa de I&D da alemã Technotrend.
Actualmente a Novabase tem uma equipa em
Portugal e outra na Alemanha a trabalhar no
software dos chips. “Esperamos no mercado
internacional atingir um volume de negócios
de 15 milhões de euros em 2010, sobretudo na
Europa, na Rússia, na Índia e na América do Sul”,
salienta Pedro Afonso.
Banca mais flexível A banca é outra
área em que a Novabase dá cartas, tendo
assinado vários projectos para clientes do
sector. Os resultados positivos dos bancos
portugueses resultam também da aposta na
modernização dos seus sistemas de informação
e a Novabase tem sido muitas vezes o parceiro
eleito para a concretização desse objectivo.
Procurando antecipar as necessidades dos seus
clientes, a Novabase preparou-se para fornecer
uma solução que está a ser um sucesso a
nível internacional. Trata-se do Flexcube, uma
aplicação core para o sector financeiro baseada
em sistemas abertos, concebida pela empresa
indiana I-Flex, que foi adquirida pela Oracle.
Pedro Santos Gomes, administrador
responsável pela área de Core Financial Solutions,
informa que a empresa percebeu o potencial
da aplicação e “tem vindo a estudar a sua
adaptação ao mercado português”, assumindo
a dianteira como integrador da tecnologia. De
assinalar que a Novabase beneficia da confiança
da Oracle, com quem mantém uma parceria
há vários anos, posicionando-se também neste
domínio como parceiro preferencial. Definindo
o Flexcube como “um conjunto de módulos que
cobrem a maioria das necessidades de um banco,
sendo por isso uma solução vertical”, Pedro
Gomes garante que a Novabase está apta “a
adaptar em conjunto com os clientes o que tem
que ser mudado, consoante as especificidades do
mercado em que opera”.
Pedro Gomes avança que, dada a eficácia
da aplicação, o produto se paga em dois anos.
“A pergunta que deve ser feita é que riscos se
correm por não adoptar o Flexcube”, sugere. O
gestor diz que “os bancos têm um sistema que
já não responde às necessidades”, pelo que a
factura a pagar por prescindir desta aplicação
pode ser elevada.
12 e-motion
O mercado português será o primeiro a
abordar. Depois de Portugal seguir-se-ão
Angola e Espanha.
Nos próximos anos o Flexcube estará entre
o pacote de serviços a disponibilizar pela
Novabase. Para este ano, as grandes apostas
da empresa são as soluções de virtualização, a
tecnologia Chip On Board e a crescente presença
em Angola.
Ambitions for Novabase in 2010
Internationalization and cloud computing are the key
words that decode Novabase’s strategy for continued
growth. After obtaining significant profits in 2009,
the company is challenging the instability of this year
with continuous investment in innovation and the
exploration of new markets and sectors.
The technology inherent in cloud computing, along
with internationalization, especially with regard to the
Angolan market, are set to be Novabase’s vectors of
growth. The company also believes in the potential of
Chip On Board and is preparing to be a key partner in
the implementation of Flexcube technology.
Banking and energy: the priorities of
Novabase Angola Novabase has been operating
in the Angolan market for the past three years.
Initially the projects were developed in cooperation
with the António Mosquito group, a leading Angolan
businessman. Álvaro Ferreira, director at Novabase SGPS,
responsible for the project in Angola, explains that “the
partnership was intensifying” and the two companies
agreed to create Novabase Angola. The company has
now existed since March and is owned 50% by Novabase
and the remaining 50% by the António Mosquito
group. “The technical responsibility is Novabase’s and
the commercial aspect is done in conjunction with our
partner”, explains Álvaro Ferreira.
In the first phase the company is focusing on the
execution of IT projects in the financial sector, reveals
the director: “Bank penetration is more than 80% in
Portugal and less than 15% in Angola. There is a very
significant growth potential. Banks will have to invest in
modernization and expansion. IT will be a cornerstone
in that strategy.”
Besides banking, telecommunications and energy
also show promise. “These are sectors that require large
investments in technology and we are well positioned
to provide these services,” says Álvaro Ferreira, recalling
that Novabase benefits from experience in these sectors
with important national and international clients.
Data centers of the future
The question of
storage is recurrent in information technology. Most
companies merely collect servers which are enough
to cover peak activity. In practice they are being
underutilised and are wasting energy. But it doesn’t
have to be like this, since it is possible to rent space
to store information in giant data centres. We are
talking about solutions based on the concept of cloud
computing, which advocates the outsourcing of online
storage of information to companies that specialize in
this, like Google.
The Chip On Board business model
Revolution
Novabase is a leader in set top
box technology and has gone beyond the borders
of Portugal. The company has been refining this
technology and also revamped its business model,
as Pedro Afonso, in charge of this area, explains:
“Novabase has stopped selling the boxes and now sells
only the chips. We sell what we do best, the software,
which is concentrated in the Chip On Board.” This new
approach could be an asset in foreign markets since it
allows the establishment of local partnerships and the
development of a tailored service: “Our added value
is customization. Each operator needs a tailor-made
service. More than just adapting for each country,
we have to adapt to the technological system of each
operator. The chip is tailored to the operator.”
Pedro Afonso goes on to say that this year
Novabase expects “to achieve a turnover of 15 million
euros in international markets, mainly Europe, Russia,
India and South America.”
More flexible banking
Banking is another
area in which Novabase excels and in which it has
signed a number of projects for clients. Trying
to anticipate the needs of its clients, Novabase
positioned itself to provide a solution that is proving
to be an international success. FLEXCUBE is a core
application for the financial sector based on open
systems, designed by the Indian company I-Flex, which
was acquired by Oracle.
Pedro Santos Gomes, Executive Director for
the banking area, said the company realized the
potential of the application and “has been studying
its adaptation to the Portuguese market,” taking the
lead as a technology integrator. Novabase enjoys the
confidence of Oracle, with whom it has maintained a
partnership for some years now, and has positioned
itself in this area as a preferred partner. Defining
FLEXCUBE as “a set of modules that cover most needs
of banks, being therefore a vertical solution,” Pedro
Gomes ensures that Novabase is able “to adapt
what needs to be changed along with customers,
depending on the specific requirements of the
markets in which they operate. “
Cloud computing: um gigantesco arquivo online Cloud
computing: a huge online archive.
e-motion
13
tema de capa
cover theme
“A Novabase continuará a
crescer em 2010”
No ranking das maiores empresas de tecnologia de
informação a operar em Portugal elaborado pela IDC, a
Novabase surge na terceira posição, sendo o primeiro grupo
português da tabela. Gabriel Coimbra, director de Research
& Consulting da IDC em Portugal, considera que a empresa
tem potencial para evoluir sobretudo no mercado externo.
O consultor aponta algumas oportunidades de crescimento
num ano que deverá ser de retoma para o sector.
Que balanço faz do ano que passou
para o sector das tecnologias de
informação?
Para o sector das TI o ano terrível foi o de
2001, altura em que rebentou a bolha das
dot-com. Em 2009 o abalo não foi tão grave,
mas mesmo assim foi um ano atípico, já que
se verificou uma quebra significativa nos
vários segmentos ligados às TI. Em termos
globais a quebra foi de cerca de 3%.
A excepção diz respeito aos BRIC (Brasil,
Rússia, Índia e China), onde o volume de
negócio gerado pelo sector continuou
a crescer, ainda que não de forma tão
expressiva como em 2008 e em 2007. A
Rússia não acompanhou a tendência dos
restantes BRIC, sofrendo também uma
quebra de 10%.
E Portugal?
Portugal sofreu em 2009 uma quebra
de 2,2%, depois de ter crescido 4,4% em
2008. A quebra só não foi maior por causa
do plano tecnológico que o Ministério da
Educação pôs em marcha, impulsionando a
14 e-motion
venda de computadores pessoais, sobretudo
no primeiro semestre de 2009. Normalmente
o hardware sente primeiro o efeito da crise,
porque os decisores adiam o investimento em
infraestruturas. Ao nível dos servidores a quebra
foi de 20%. O mercado de serviços aguentou-se
bem no primeiro semestre de 2009 e terminou
o ano com uma quebra de 0,6%. O mercado
de software também se aguentou bem, tendo
crescido 2,4%. Os segmentos de CRM e de
Business Intelligence também cresceram. O
segmento de formação sofreu muito, registando
uma descida de 12,8%.
A excepção em Portugal aconteceu no
segmento de outsourcing, que cresceu 4%.
Este segmento manteve-se bem porque
assenta sobretudo em contratos de longo
prazo. Além disso, o outsourcing é cada
vez mais encarado como uma forma de
reduzir custos ou uma alternativa para
adiar investimentos. Ainda assim também
o outsourcing está a mudar. Os contratos
agora tendem a ser mais flexíveis e de menor
duração e dimensão, de modo a permitirem
ajustamentos às necessidades.
Apesar da crise a Novabase conseguiu ter bons
resultados e está bem cotada no ranking das
maiores empresas de TI a operar em Portugal
elaborado pela IDC. Que leitura faz da
performance da empresa?
No ranking da IDC a Novabase figura em terceiro
lugar, depois da IBM e da Lógica. A Novabase é a primeira
portuguesa e detém uma quota de mercado de 6,1%. A IBM
lidera com uma quota de mercado de 10,% e a Logica tem
6,4%. A Accenture é a quarta do ranking com uma quota
de 5,1%. Tem sido um ranking estável nas cinco primeiras
posições, mas a Novabase, entre as cinco primeiras, foi das
que mais cresceu, juntamente com a Portugal Telecom. A
PT cresceu 2,9% e a Novabase 2,1%. Das três maiores, a
Novabase foi a que mais cresceu.
A Novabase tem hoje um portfolio de produtos e serviços
bastante completo. A empresa actua nas mais diversas áreas
de negócio e com bons posicionamentos em cada uma delas.
A Novabase possui competência, experiência e casos de
sucesso nos vários sectores, em vários tipos de soluções. Estas
capacidades fazem da Novabase uma empresa competitiva,
capaz de ganhar quota em situações adversas como
aconteceu no ano de 2009.
Acredita que a Novabase continue a crescer
este ano?
Olhando para 2009 acredito que a Novabase continuará
a crescer em 2010. A competição é muito forte neste
sector, tendo havido muitas fusões. O mercado de TI tem
vindo a consolidar-se nas suas mais diversas vertentes. Para
continuar a crescer é necessário que a Novabase continue
a inovar e a olhar para outros mercados. As empresas
portuguesas têm a desvantagem da escala, mas são mais
flexíveis e se apostarem em mercados de nicho podem ser
mais competitivas do que outras que actuam de forma mais
transversal. A Novabase tem uma oferta transversal em
termos nacionais, mas no mercado internacional poderá ser
mais interessante focar-se em nichos e apostar em parcerias
estratégicas como já está a fazer.
África e MÉdio Oriente são uma boa aposta para
empresas como a Novabase?
Países emergentes como Angola tiveram em 2009 um
ano relativamente complicado. Sabemos que 2010 será
de forte crescimento em Angola e em Moçambique, dois
países onde a Novabase actua. Esperam-se crescimentos a
dois dígitos para o sector das TI nestes países. São países
em que empresas portuguesas como a Novabase devem
apostar. Em Portugal o mercado crescerá moderadamente,
logo estes países constituem oportunidades interessantes
para empresas portuguesas.
O mesmo acontece com a zona do Médio Oriente, que em
2009 registou uma quebra de 2,4%. No entanto, espera-se
em 2010 um crescimento de 11,2%. São mercados muito
voláteis, com crescimentos muito elevados, mas, em alturas
de crise, protagonizam quebras brutais. Isto acontece porque
dependem muito do investimento exterior e não possuem a
maturidade de mercados como o dos EUA, onde a amplitude
de valores anda entre os -5% e os 5%. Por exemplo, nos
Emiratos Árabes Unidos, a quebra foi de 15%, em 2009, e
as perspectivas para 2010 apontam para um crescimento de
12,4%. A África do Sul recuou 5,8% em 2009 depois de ter
crescido 25%, em 2008. E este ano espera-se que cresça
8,5%. O Egipto teve uma quebra de 2,2% e deverá crescer
7,5% em 2010. Nestes países em desenvolvimento o intervalo
de variação é sempre maior.
Em termos globais a retoma no sector já se
sentirá este ano?
As perspectivas para 2010 a nível mundial são boas,
ou pelo menos melhores que em 2009. A nossa previsão
é que o mercado global cresça 3,2% este ano. Os países
desenvolvidos vão crescer, mas pouco, e não recuperarão os
valores registados em 2008, mas por exemplo os BRIC irão
crescer a dois dígitos.Alguns, como é o caso de Espanha,
só em 2011 é que começarão a dar sinais de retoma. A
quebra em Espanha no ano passado foi de 8,5%. Espanha
tem um problema estrutural e este ano ainda se espera um
abrandamento de 2,3%. Em 2011 deverá crescer 2,4% e
5% em 2012.
A Novabase possui competência,
experiência e casos de sucesso nos
vários sectores, em vários tipos
de soluções. Estas capacidades
fazem da Novabase uma empresa
competitiva, capaz de ganhar
quota em situações adversas
como aconteceu no ano de 2009. “
“Novabase has expertise, experience and successes
in various sectors, various types of solutions. These
capabilities make Novabase a competitive company,
able to gain share in adverse situations such as was
the case in 2009.”
Gabriel Coimbra é director de Research & Consulting da IDC
em Portugal Gabriel Coimbra is Director of Research &
Consulting at IDC in Portugal
e-motion
15
Num ano de abrandamento para
o sector das TI em Portugal,
o outsourcing foi a excepção,
crescendo 4%. “O outsourcing
é cada vez mais encarado como
uma forma de reduzir custos
ou uma alternativa para adiar
investimentos”, afirma Gabriel
Coimbra.
In a year of slowdown for the IT sector in
Portugal, outsourcing bucked the trend, rising
4%. “Outsourcing is increasingly seen as a way to
reduce costs or as a way to postpone investments,”
said Gabriel Coimbra
Em que áreas estão as maiores oportunidades de
crescimento para o sector?
O rápido desenvolvimento e convergência das tecnologias
de informação, das comunicações e dos media têm criado
enormes oportunidades de mercado. No plano geográfico,
quando olhamos para países como os EUA, Espanha ou Reino
Unido, e apesar da previsão de crescimento ser baixa, não
podemos esquecer a dimensão absoluta destes mercados, e
que existem nichos com um grande potencial de crescimento.
Mas de facto nos países mais desenvolvidos os mercados
tradicionais de TI, como os servidores, impressoras, PCs, etc.
vão crescer muito pouco ou talvez até recuar. Por outro lado,
além de nichos de mercado, continuam a existir sectores com
um crescimento acima da média em países desenvolvidos,
como por exemplo a administração pública, saúde, educação,
energia, telecomunicações.
De facto serão os países emergentes, como os BRIC e outros
países da América Latina, Ásia e África que representarão mais
de 50% do crescimento previsto dos próximos cinco anos.
No plano das soluções, a IDC definiu várias áreas de grande
crescimento no mercado de TIC, das quais podemos citar, entre
outros, a gestão de sistemas e segurança, dados móveis, media
social, LBS, informação analítica, outsourcing de TI e Business
Process Outsourcing (BPO), SaaS, máquinas virtuais e motores de
pesquisa e detecção.
A IDC é uma consultora internacional com mais de 45
anos, especializada na análise do sector das tecnologias de
informação, telecomunicações e electrónica de consumo. Com
mais de 50 escritórios em todo o mundo, a consultora opera
em mais de 100 países. Gabriel Coimbra trabalha na IDC Ibéria
desde 1998, sendo responsável pelas soluções Go-to-Market
em Portugal e Espanha, e pela concepção e coordenação dos
vários estudos da consultora em Portugal.
IDC is an international consultant with over 45 years’
experience, specializing in the analysis of the IT, telecom
and consumer electronics sectors. With over 50 offices
worldwide, the consultant operates in over 100 countries.
Gabriel Coimbra has worked for IDC Iberia since 1998 and is
responsible for Go-to-Market Solutions in Portugal and Spain,
and the design and coordination of the various consultant
studies in Portugal.
16 e-motion
Novabase WILL continue to grow in
2010 In the ranking of the largest information
technology companies operating in Portugal
prepared by IDC, Novabase comes in third
position and is the first Portuguese group in
the list. Gabriel Coimbra, director of Research
& Consulting at IDC in Portugal, considers that
the company has potential to evolve, especially
in foreign markets. The consultant gives the
example of Angola. “Emerging countries,
such as Angola, had a hard year in 2009. We
know that 2010 will see strong growth in
Angola and Mozambique. We are expecting
double digit growth for the IT sector in these
countries. These are countries where Portuguese
companies such as Novabase have to focus. In
Portugal, the market will grow moderately,
so these countries provide more interesting
opportunities for Portuguese companies.”
Gabriel Coimbra argues that companies
like Novabase could prove very competitive in
certain niches, “The rapid development and
convergence of information, communication
and media technologies have created enormous
market opportunities. Niche sectors with strong
growth continue to exist in developed countries,
but in fact it is in the emerging countries such as
BRICs and other countries in Latin America, Asia
and Africa that over 50% of expected growth
over the next five years will come from.”
According to Gabriel Coimbra, “the outlook
for 2010 worldwide is good, or at least better
than 2009.” The IDC’s forecast is that “the
overall market will grow 3.2% this year.” The
consultant added that “developed countries
will grow, but not much, and will not regain
the levels of 2008, but for example there will be
double digit growth in the BRICs.”
opinião do chairman
Rogério Carapuça
the chairman’s view:
Rogério Carapuça
Portugal
a competir
Para melhorar a competitividade portuguesa
temos atrasos estruturais a vencer. O mais grave,
após a baixa qualificação da população, é a
falta de massa crítica para construir ofertas com
propriedade intelectual própria.
Competir exige diferenciar produtos e serviços
no mercado global. Há muitas formas de o fazer.
Mas, ou se tem algo novo e difícil de imitar, ou
a diferenciação não durará muito. É preciso criar
propriedade intelectual, incorporá-la à oferta
e, depois, vender. O que requer uma força
de vendas internacional também inovadora e
politicamente suportada – mas não só.
A competir connosco estão empresas globais,
que usam todos os argumentos para vencer.
Os nossos produtos podem ser excelentes, mas
faltam canais de distribuição, clientes satisfeitos
que os recomendem, contextos onde tenham
sido testados. Falta-nos a “massa crítica inicial”.
Por isso, as poucas oportunidades que teremos
para a criar não podem ser desperdiçadas.
As redes de nova geração, o carro eléctrico,
as energias renováveis, a transformação da rede
escolar, o aeroporto ou a alta velocidade são
oportunidades como já o foram o Multibanco,
a digitalização da rede fixa e as comunicações
móveis. O problema é que, nesses casos, as
inovações raramente originaram produtos
globais, geradores de muito valor para as
empresas que os criaram.
Aproveitar as novas oportunidades implica
criar condições para que se tornem autênticos
berços de inovação para o país. Quem fizer estes
investimentos, Estado ou empresas, deve ver
neles instrumentos de desenvolvimento de todo
o tecido empresarial, e não meios de criação de
valor só para si próprios.
Não significa que as empresas portuguesas
devam participar destes projectos em condições
“fora do mercado”, resultantes de uma política
proteccionista. Mas a menor escala das nossas
empresas deve ser tida em conta, e deve ser
desenhada uma nova geração de apoios às
empresas inovadoras.
Sei que a fronteira é ténue, mas são homens,
não máquinas, que vão tomar estas decisões. Se
não aproveitarmos as oportunidades, serão os
nossos concorrentes a fazê-lo por nós.
Portugal competing Improving Portugal’s
competitiveness means creating more offers with
Portuguese intellectual property.
While competing with global companies our most
innovative products lack distribution channels, customers
who recommend them, contexts where they have already
been tested. We lack critical mass. Therefore opportunities
to create it can not be wasted.
The next generation networks, the electric car,
renewable energy, the transformation of the school
network are opportunities just like, years ago, Multibanco,
the digitalization of the fixed network and mobile
communications. Taking advantage of them means making
them cradles of innovation for the country.
It is not about being protectionist. But the smaller
scale of our businesses should be taken into account, with
renewed support for the most innovative.
I know that it’s a grey area. But if we do not seize these
opportunities, our competitors are going to do it instead.
e-motion
17
reportagem
reporting
Consigo
todos os dias
Nos transportes,
em casa, em vários
estádios de futebol,
quando usufrui dos
serviços do seu banco
ou de serviços públicos
está frequentemente
a utilizar soluções da
Novabase.
01_Bem vindo a bordo
Lisboa avista-se como um postal para quem
atravessa o Tejo de comboio. Num percurso
de 14 paragens, que liga Setúbal à estação
de Roma/Areeiro, no coração da capital,
milhares de pessoas desfrutam diariamente
desta paisagem, depois de repetirem os gestos
que fizeram na manhã anterior e que farão na
seguinte: adquirir o bilhete ou carregar o cartão
Lisboa Viva, o Sete Colinas ou o Viva Viagem
na máquina automática e depois validá-lo.
Todo este processo de bilhética, assente numa
rede de máquinas automáticas, foi concebido e
implementado pela Novabase. 18 e-motion
A bilhética ou ticketing é uma das áreas em
que a Novabase é forte. Em Portugal, várias
empresas de transporte rodoviário e ferroviário
solicitaram o know-how da Novabase para
melhor servir os seus utilizadores. A lista
de clientes neste segmento inclui também
transportadoras espanholas e francesas.
02_Gooolo!
Ao vivo as emoções agigantam-se. Por essa
razão muitos adeptos de futebol não dispensam
torcer in loco pela sua equipa. Sobretudo agora,
com estádios a cheirar a novo, modernos, mais
confortáveis e com uma tecnologia que simplifica
o processo de entrada no recinto. É aqui que
entra a Novabase. Sete dos 10 estádios que
foram construídos ou remodelados para acolher
o Europeu de Futebol de 2004, bem como outros
estádios mais pequenos, possuem um sistema
de bilhética desenvolvido pela empresa. Esse
estádios estão dotados com a tecnologia
Card/SkiData, que pode incluir toda a infraestrutura de telecomunicações, dados, voz,
vídeo, bilhética, controlo de acessos e gestão
de associados. 03_Goooolo (no sofá)!
Os que optam pelo conforto do sofá na
hora de assistir aos jogos do seu clube, ver
um filme com pipocas caseiras ou fazer
zapping pelos canais que chegam em regime
de televisão paga também tiram partido da
tecnologia criada pela Novabase.
A experiência da Novabase no domínio das
set top boxes revelou-se uma mais-valia na
introdução da televisão digital interactiva em
Portugal. As set top boxes digitais permitem,
entre outras coisas, agendar os seus programas
preferidos, assumir as rédeas da realização e
escolher o ângulo que deseja para a imagem,
além de tarefas mais triviais como fazer compras
ou aceder à sua conta bancária.
04_Portugal lidera e-government
Há 10 anos a palavra e-government era
incómoda para Portugal. Hoje é motivo
de orgulho. Na lista europeia relativa à
implementação de práticas de e-government,
Portugal figurava em 17º lugar. Actualmente o
país lidera a lista. O Estado português tem feito
um esforço para disponibilizar serviços públicos
online. O Simplex, como lhe chamou o primeiro-ministro José Sócrates, conta com tecnologia
da Novabase para agilizar processos que outrora
implicavam longas esperas em repartições públicas. 02
03
Hoje já é possível tratar de toda a
documentação para comprar casa através da
internet. O Casa Pronta foi desenvolvido pela
Novabase. O mesmo é válido para o Empresa
Online, para o Automóvel Online e para o
Civil Online. O Portal da Empresa permite registar uma
empresa e uma marca “em menos de nada”,
como promete o slogan assim que se clica na
página. O sítio concebido pela Novabase inclui
também informação sobre impostos, formas
jurídicas, investimento e financiamento, apoios e
incentivos, entre outros serviços. O Automóvel Online também veio facilitar a
vida aos portugueses, já que permite pedir pela
Internet vários actos de registo sobre veículos e
respectivos reboques e receber sem necessidade
de deslocações o Certificado de Matrícula/
Documento Único Automóvel.
O Civil Online, por seu lado, encolheu a
espera nas conservatórias para efectuar actos
de registo civil. Estamos a falar, por exemplo, de
iniciar o processo de casamento (civil e religioso)
a partir de casa. Também já é possível solicitar
certidão permanente de registo de nascimento
através do portal e estão a ser desenvolvidos
outros serviços. 05_As reformas dos funcionários
públicos
A Caixa Geral de Aposentações (CGA)
responde pelas reformas de mais de um milhão
de pessoas. No ano 2000 o Estado entendeu
que deveria modernizar o sistema e confiou
à Novabase essa tarefa. A manutenção do
sistema de informação que operacionaliza a
CGA continua a ser da responsabilidade da
empresa. Em causa está a recepção das quotas
dos funcionários públicos e das contribuições
das instituições, bem como o pagamento das
reformas aos pensionistas. 01
Quem usa os comboios da Fertagus e assiste
aos jogos no Estádio do Benfica usufrui
dos sistemas de bilhética da Novabase. A
Novabase chega também a casa dos que usam
os chips descodificadores da televisão paga.
Anyone who uses the Fertagus trains and watches matches at Estádio da Luz
(Benfica) will have used Novabase ticketing systems. Novabase is also in the
home of everyone who uses chips decoders for pay-TV.
e-motion
19
06_Por detrás do seu banco
A multiplicidade de produtos e soluções
que os bancos e as seguradoras movimentam
todos os dias são suportados por sistemas
de informação pensados e implementados
por consultores e técnicos da Novabase. A
empresa tem sido o parceiro eleito por muitos
bancos e seguradoras que operam no mercado
português, pelo que milhares de portugueses
beneficiam diariamente das soluções
desenvolvidas pela Novabase.
Estamos a falar por exemplo dos sistemas de
gestão de relacionamento com os clientes, das
plataformas online de alguns bancos, de sistemas
de gestão de decisões e de contratos de crédito,
arquivos digitais e gestão documental, entre
outras soluções.
04
06
20 e-motion
With you every day In transport,
at home, at various football stadiums,
while enjoying the services of your bank
or public services you are likely to be using
Novabase solutions. 01_Welcome aboard
Millions
of people benefit daily from ticketing
systems developed by Novabase. The
process works through a network of
machines and serves several transport
companies in Portugal as well as having
been exported to Spain and France.
02_Goal! Seven of the 10 stadiums
that were built or remodelled to
accommodate the 2004 European Football
championship, as well as other smaller
stadiums, use ticketing systems developed
by Novabase.
03_Goal (from the sofa)! The
experience of Novabase in the field of
set top boxes has proved an asset in
the introduction of interactive digital
television in Portugal. With digital set top
boxes you can schedule your favourite
shows, take control of your TV experience,
as well as shop or access your bank
account.
04_Portugal leads e-government
It is now possible to handle all the
documents needed to buy a home through
the internet. Casa Pronta, a Ministry of
Justice portal, was developed by Novabase.
The same applies to other government
departments such as Empresa Online,
Automóvel Online and Civil Online.
05_Civil servants pensions The
computer system behind the Portuguese
civil service pension fund is Novabase’s
05
Com o contributo da Novabase milhões
de portugueses trocaram a fila de
espera de uma repartição pública pela
comodidade de portais como o Casa
Pronta, Empresa Online, Automóvel
Online e Civil Online.
With the contribution of Novabase, millions of Portuguese
have swapped waiting in long lines at government
departments for the convenience of portals such as Casa
Pronta, Empresa Online, Automóvel Online and Civil Online.
responsibility. This information system
supports the receipt of contributions from
civil servants and institutions, as well as
the payment of pensions. 06_Behind the scenes at your
bank Several banks and insurers have
opted for products and solutions based
on information systems designed and
implemented by Novabase consultants
and technicians. Customers of these
institutions take advantage of Novabase
technology every day.
e-motion
21
análise
Jorge Vasconcellos e Sá
ex-aluno de Peter Drucker, ensina na AESE
(associada lisboeta da IESE) analysis:
Jorge Vasconcellos e Sá
a former Peter Drucker student, teaches at AESE
(the Lisbon associate of IESE)
A revolução
do outsourcing
“Tenho de dar a Drucker o crédito do
seguinte”, escreve Jack Welch no best seller
“Straight from the Gut”: “Drucker voltou-se para
mim, olhou-me nos olhos e perguntou: já que o
seu back office é o front office de outros, como
pensa tirar vantagem disso?”
Esta pergunta resume uma das maiores
revoluções actuais nas instituições com e sem fins
lucrativos: o business processing outsourcing (BPO).
Uma revolução que, tendo cinco características
básicas, suscita uma pergunta importante.
Primeiro facto: o BPO é uma das indústrias
com maior crescimento mundial (7% ao ano),
com um volume actual superior a 300 mil
milhões de dólares.
Segundo: é uma área em que a tecnologia
encontra a gestão e por isso vai muito para lá das
TI, englobando todos os processos rotineiros ou
que podem passar a sê-lo graças à tecnologia:
processamento de salários e facturação,
documentação, envelopagem, mailing, etc.
22 e-motion
Terceiro: pela mesma razão o BPO inclui
muito mais do que call centers, os quais
representam menos de 1/4 do turnover em
centros de outsourcing no Brasil, no México, etc.;
as actividades do BPO são predominantemente
administrativas, de aprovisionamento e outras
funções de back office.
Quarto: há uma importante tendência
geográfica de passagem do offshoring para o
nearshoring, com Marrocos a servir a França,
o Egipto a prestar serviços à Europa anglosaxónica e a Europa do Leste focando-se nas
nações germânicas. Cultura, diferenças horárias e
aspectos legais explicam esta aproximação. O outsourcing cresce a um ritmo de 7% ao ano e
gera um volume de negócios superior a 300 mil
milhões de dólares.
Quinto: a tendência deve-se ao efeito
combinado de dois factores: a revolução
tecnológica de Dearney e Feather (que reduz
as vantagens da integração vertical) e a aldeia
global de McLuhan (que acentua os benefícios
do outsourcing, devido às economias de escala,
flexibilidade e a capacidade para atrair os
melhores especialistas). Logo, e finalmente, a pergunta: o BPO
é um risco ou uma oportunidade? Naturalmente,
é ambas as coisas. As empresas que não
externalizarem os seus back offices ficarão com
custos superiores e logo desvantagem perante
a concorrência. Mas as que o fizerem, não só
alcançam custos mais baixos como se podem
especializar nas suas áreas centrais de negócio
onde se cria valor para o cliente.
E aí reside a oportunidade, que vai muito
para lá das TI.
Em síntese: é muito pior errar os tempos na
gestão do que na gramática.
Outsourcing is growing at a rate of 7% per year and
generates a turnover in excess of 300 billion dollars.
O guru da gestão Peter
Drucker defendia a
externalização das
tarefas que não são o
core da empresa
The management
guru Peter Drucker
defended outsourcing
of non-core tasks
“Peter Drucker gets credit for this one”, writes
J. Welch in his best seller Straight from the Gut:
“Drucker leaned towards me, looked me straight
into the eyes and asked: given that your back
office is someone else’s front office, how will you
take advantage of that fact?”
That statement summarizes one of the major
revolutions presently undergoing in both for and
not for profit businesses: business processing
outsourcing (BPO).
Such a revolution has five basic characteristics
and raises a major question.
First fact: BPO is one of the world’s fastest
growing industries (with an annual rate of 7%)
and represents over 300 billion US dollars.
Second: it is a place where technology meets
management and thus goes much beyond IT, to
encompass all processes which are routine, or
can be transformed so by technology: salary and
invoice processing, documents, enveloping and
mailing, etc.
Third: for the same reason BPO includes much
more than call centers, which represent less than
1/4 of the turnover of the offshore centers in
Brazil, Mexico, etc. with the bulk pertaining to
the administrative, procurement and other back
office functions.
Fourth: there is at present a major
geographical shift from off to nearshoring with
Morocco serving France, Egypt supplying the
anglosaxon Europe and eastern Europe focusing
on the German world. Culture, time differences
and legal aspects explain the nearshore trend.
Fifth: the trend is due to the common
effect of two factors: Dearney’s and Feather’s
technological revolution (which decrease
the advantages of vertical integration) and
McLuhan’s global village (which enhances the
benefits from outsourcing: suppliers scale of
economies, greater flexibility and capacity to
attract the best specialists).
Thus (and finally) the question: is BPO a
risk or an opportunity? And the answer is that,
naturally, it is both. Those who do not externalize
their back offices will find themselves at a cost
disadvantage with competitors.
But those who do will not only reap lower costs,
but also be able to specialize in their front office,
that is, in their core business, where they create
value for their customers.
And there lies the opportunity. Which goes
much beyond IT.
In short: as always it is worse to err the times
in management, than in grammar.
e-motion
23
clientes
Banco Best
clients:
Banco Best
Plataforma de
lançamentos
Na hora de tornar o site mais simples,
mais directo e mais dinâmico, de modo
a aumentar as vendas online, o Banco
Best voltou a escolher a Novabase. O
resultado é o primeiro site português
de e-commerce aplicado à indústria
financeira, ferramenta determinante
num banco onde cerca de dois terços
dos clientes acedem todos os meses à
plataforma web.
Além dos sete centros de
investimento espalhados pelo país,
o Banco Best, que opera nas áreas
de banking, asset management e
trading, conta sobretudo com o balcão
que se abre de cada vez que alguém
entra em bancobest.pt. Dos 53 mil
clientes do banco, cinco mil acedem
diariamente ao site. A relevância
da plataforma web no negócio
deverá ser mais significativa com
o novo site do banco, a funcionar
desde 11 de Janeiro. O Best conta
agora com a primeira plataforma de
e-commerce no universo financeiro
em Portugal, com mais de
20.000 produtos disponíveis para
transaccionar.
Pedro Sousa Cardoso, director
coordenador de marketing e
responsável pela web do banco,
informa que “em alguns produtos
o contributo do site representa
24 e-motion
cerca de dois terços das operações”.
No caso de “produtos muito
específicos como o trading, o
site representa mesmo 99%
das operações”, acrescenta,
sublinhando que “melhorar estes
indicadores foi o objectivo principal
que esteve na génese do projecto
de reestruturação do site”. Mas
houve outros drivers também
importantes, nomeadamente “a
evolução da Internet nestes últimos
cinco anos para um paradigma de
maior interactividade e partilha”. O
director de marketing do Best frisa
que “as pessoas hoje vão à Internet
para interagir e não para ler páginas
com conteúdos pensados para o
suporte print”. No caso do Banco
Best estamos a falar de clientes com
diferentes exigências entre si: os
traders, interessados sobretudo na
rapidez, clientes de investimento
de médio e longo prazo, que fazem
sobretudo gestão de activos, e
clientes que usam o banco na
perspectiva de primeiro banco.
O Banco Best disponibiliza cerca
de dois mil fundos de investimento,
600 certificados, centenas de
depósitos, crédito à habitação,
créditos pessoais, cartões de
crédito, entre outros produtos.
Pedro Sousa Cardoso explica que
o site anterior, “apesar de ter
sido premiado, acusava já algum
desgaste e limitação em termos
da possibilidade de se integrarem
novos produtos”.
Conscientes de que o anterior
site estava no limite da sua
capacidade e de que precisava de
ser repensado para incorporar os
novos serviços de uma forma ágil
e apelativa, os responsáveis do
banco começaram a idealizar uma
nova plataforma há dois anos.
O processo de desenvolvimento
contou com a colaboração da
Novabase, responsável pelo site
anterior, e da agência online
ActualSales, especialista em
e-commerce. O site está assente
numa aplicação de CRM da
Siebel. Pedro Sousa Cardoso ficou
satisfeito com o resultado: “Em
equipa que ganha não se mexe
e a Novabase trabalha connosco
desde o início, possuindo um
importante know-how que facilita e
agiliza muito as coisas. A Novabase
mantém uma equipa residente
no banco sob a responsabilidade
da Direcção de Sistemas de
Informação (DSI) do Best, que
por seu lado também possui no
seu quadro técnicos qualificados
que aloca aos diferentes projectos
como foi o caso deste. A equipa
de desenvolvimento Siebel foi
assim composta por elementos
da Novabase e da DSI do Best,
enquanto que o conceito e modelo
do site, respectivas funcionalidades
e serviços online, organização
e conteúdos foram pensados e
desenvolvidos pela direcção de
marketing do Best em colaboração
com a agência ActuaSales, também
através de equipas mistas das duas
organizações.” Como o site é muito
interactivo “permite recolher mais
informação sobre os clientes do que
antes, pelo que também ajuda a
identificar oportunidades”.
Os clientes também parecem
satisfeitos, a julgar pelos resultados
do inquérito online: “Estamos a
avaliar constantemente a nossa
prestação. Numa escala de 1 a 6, a
média das notas que nos atribuem é
de 5,2 e a amostra é representativa
e estatisticamente válida.”
NEW LAUNCHING PLATFORM
When the time came to make
its site simpler, more direct and
dynamic, so as to increase online
sales, Banco Best once again
chose Novabase. The result is the
first Portuguese e-commerce site
applied to the financial industry,
a crucial banking tool accessed
by about two thirds of the
bank’s customers each month.
Pedro Sousa Cardoso, marketing
director, coordinator and
responsible for the Banco Best’s
website, was pleased with the
result: “Since you don’t change
a winning team, Novabase has
been working with us from the
beginning, and has important
know-how which facilitates and
speeds things up greatly.” As the
site is very interactive “it allows
us to collect more information
on customers than before,
and it also helps us to identify
opportunities”.
Pedro Sousa Cardoso, director
coordenador de marketing e
responsável pela web do banco: “As
pessoas hoje vão à Internet para
interagir e não para ler páginas com
conteúdos pensados para o suporte
print.” Pedro Sousa Cardoso,
coordinating manager for marketing
and responsible for the bank’s website:
“People today go to the Internet to
interact and not to read pages with
content designed to support print.”
!"#$%&#'()!#**+,-.+#/01)234566777-
89*89-+777-*:;;7&%
e-motion
25
parceiros
Oracle
partners:
Oracle
Soluções a dois
Tanto a Novabase como a
Oracle se posicionam cada
vez mais como consultores
e fornecedores de soluções
verticais. A comunhão de
objectivos tem consolidado
a parceria entre ambos.
O próximo desafio a dois
chama-se Flexcube.
Os clientes querem mais do que um fornecedor de tecnologia
de informação, querem um parceiro que participe no processo
de desenvolvimento de soluções para as suas necessidades. A
crescente concentração no sector das TIC decorre dessa transição
de fornecedor para parceiro que algumas empresas souberam
fazer. Isso aconteceu com a Oracle e com a Novabase. Ambas
têm adquirido várias empresas para complementar a sua oferta,
da mesma forma que estabelecem parcerias estratégicas. No
caso da Novabase e da Oracle, a ligação existe quase desde
que a subsidiária da multinacional norte-americana se instalou
em Portugal, no início dos anos 90. “A Novabase foi desde
o início um parceiro chave para a evolução da Oracle em
Portugal”, assinala João Taron, vice- presidente e director-geral
da subsidiária portuguesa do grupo. O gestor considera que, “tal
como a Oracle, a Novabase tem capacidade para ser parceira
estratégica dos seus clientes, posicionando-se como consultora e
integradora de soluções.”
Com a aquisição de várias empresas de software por parte
da Oracle têm surgido novas oportunidades de negócio que
26 e-motion
reforçam a parceria. Destaque para as aplicações de CRM, tendo
a Novabase sido distinguida como Best CRM Partner pela Oracle.
Actualmente o desafio que se coloca a ambas chama-se
Flexcube, uma aplicação core para a banca, baseada em sistemas
abertos. Desenvolvida pela I-Flex, empresa adquirida pela
Oracle, esta aplicação tem sido um sucesso em bancos de todo
o mundo, e em Portugal foi já adoptada pelo Banco Espírito
Santo para as suas operações internacionais. O director da Oracle
observa que “muitos bancos operam ainda com sistemas da
geração anterior, aplicações monolíticas baseadas em sistemas
pouco flexíveis”. O gestor frisa que “os serviços financeiros terão
que acelerar a transformação dos seus sistemas informáticos”,
já que “os drivers de mudança são fortíssimos, nomeadamente
regulação e competição”.
João Taron salienta que, “sendo a Novabase um reconhecido
e credível integrador no mercado, é o parceiro ideal para uma
relação a longo prazo com a Oracle no que diz respeito a estas
soluções financeiras”. Para a Oracle Portugal a banca portuguesa
é a prioridade no que toca ao Flexcube, mas o gestor acrescenta
que “esta parceria foi desenhada com expectativas de resultados
e de concretização além do mercado nacional”. Perante este
cenário, João Taron avança que a parceria com a Novabase é
para continuar.
Solutions in partnership Both Novabase and
Oracle are positioning themselves more as consultants
and suppliers of vertical solutions. Common objectives
have consolidated the partnership between the two
of them. The next challenge for the partnership is
Flexcube. Developed by I-Flex, a company acquired by
Oracle, this application has been successful in banks
around the world. João Taron, at Oracle, notes that
“many banks still operate with previous generation
systems, monolithic applications based on inflexible
systems.” He goes on to stress that “financial services
will have to accelerate the transformation of their
computer systems” since “the drivers for change are
very strong, particularly regulation and competition.”
João Taron notes that “with Novabase being a
recognized and credible integrator in the market, it
is the ideal partner for a long term relationship with
Oracle with respect to these financial solutions.”
João Taron, vice-presidente e
director-geral da Oracle Portugal,
considera que a Novabase é “um
reconhecido e credível integrador
no mercado”, sendo “o parceiro
ideal para uma relação a longo
prazo”.
João Taron, vice president and managing director
of Oracle Portugal, considers that Novabase is
“a recognized and credible integrator in the
market”, and is “the ideal partner for a long term
relationship.”
e-motion
27
out of office
Jamie Bridel
responsável pelos negócios internacionais
da Celfocus, empresa Novabase
out of office:
Jamie Bridel
responsible for international business
at Celfocus, a Novabase company
Com um pé em
Lisboa e duas rodas
no resto do mundo
Jamie Bridel decidiu cedo que iria
viver para onde o trabalho o chamasse e
por isso tem um código postal lisboeta
desde 1994. Há seis anos este inglês foi
convidado pela Novabase para fomentar
o negócio fora de Portugal, um desafio
que o faz movimentar-se por quase
todo o mundo. Um mundo que gosta de
explorar também nos tempos livres, na
companhia de amigos e montado numa
das suas três motas.
Triumph Speed Triple, Harley
Davidson Road Glide e Suzuki
GS55OE são nomes que Jamie
Bridel conhece de cor e que associa
a momentos bem passados. Nessa
gaveta das memórias felizes guarda
as “24 Horas de Le Mans”, em
que participou em 1999, ou os
diversos passeios que na última
década fez por Espanha, França,
Itália, Inglaterra, País de Gales,
Irlanda, Alemanha, Holanda,
Bélgica e Portugal. “De dois em
dois anos, com um grupo de
amigos, faço uma viagem grande,
28 e-motion
que intercalo com viagens por
Portugal”, conta, adiantando que
“o destino nem sequer é o mais
importante”. O que o leva a fazer
a mochila é “o prazer de viajar
numa das suas motas, o convívio
com os amigos e a experiência de
sentir as particularidades de cada
lugar”. E nesse capítulo Portugal é
um prato cheio, nota: “Há muitos
sítios com interesse. Não é difícil
encontrar uma tasquinha simpática
à beira da estrada ou numa aldeia.
A gastronomia portuguesa é
espectacular. O vinho é óptimo.”
Quando está em Lisboa a trabalhar, Jamie Bridel
opta pelas quatro rodas. Habituado à mobilidade
das motas, prefere um carro de pequenas dimensões
e não resistiu à nova versão do Fiat 500 When
working in Lisbon, Jamie Bridel chooses four
wheels. Accustomed to the manoeuvrability of
motorbikes, he prefers smaller cars and could not
resist the new Fiat 500.
Entender as especificidades
de cada cultura é o desafio
que se coloca à equipa
liderada por Jamie Bridel,
responsável pela expansão
internacional da Celfocus,
empresa Novabase.
Understanding the specificities of each
culture is the challenge facing the team
led by Jamie Bridel, responsible for the
international expansion of Celfocus, a
Novabase company.
No ano passado, Jamie fez a rota
dos castelos e respectivas investidas
gastronómicas. Recorda com gula
os queijos de Nisa, o vinho “caseiro
e fantástico” de uma tasquinha em
Vila Flor e elege a posta mirandesa
de Samões como “a melhor”.
A paixão pelas motas existe
desde sempre, confessa: “Aos 13,
14 anos fazia entregas de jornais
para ganhar uns trocos. Queria
juntar dinheiro para motas e para
beber umas cervejas.”
Natural de Swanley, cidade
localizada no sul de Inglaterra,
perto do mar, este engenheiro
de rádio e telecomunicações, de
42 anos, veio parar a Portugal no
início da década de 90. “No fim
do curso tínhamos que estagiar
num projecto. Escolhi trabalhar
num projecto do Instituto Superior
Técnico, um sistema inteligente
para monitorizar a rede da EDP.
Não conhecia Portugal e escolhi
vir para cá porque o projecto
era mais interessante do que o
alternativo, na Alemanha.” Nessa
altura conheceu um país mais
optimista, recorda: “Portugal
tinha um estilo de vida muito
interessante. Lisboa era uma
cidade em desenvolvimento, havia
um optimismo no ar, que se tem
perdido. Acho que é possível
recuperá-lo e é uma obrigação da
sociedade fazê-lo. Portugal é um
país pequeno, mas com potencial.
Tem que tirar partido do que é
imaterial porque tem poucos bens
materiais.”
e-motion
29
O engenheiro voltou para casa
no fim do projecto, mas regressou
a Portugal em 1994 para trabalhar
em software development na
American Management Systems,
onde esteve até 2004. Nessa altura
ingressou na Celfocus, empresa
da Novabase: “O convite foi-me
feito no sentido de fazer crescer
o negócio internacional e ser uma
referência pelo menos a nível
europeu. Sou responsável pelos
projectos a desenvolver fora de
Portugal e está a correr bem.”
A Celfocus resulta de uma
joint venture entre a Vodafone
e a Novabase, criada em 2000.
A empresa desenvolve sistemas
de Customer Relationship
Management (CRM) para suporte
de centros de atendimento. Jamie
Bridel considera que “é através de
parcerias como esta que Portugal
pode crescer e desenvolver
capacidades acima das dos
outros”, sublinhando que no
nicho de mercado em que actua
“a Celfocus é a mais forte”.
Além da abordagem aos
clientes, Jamie encarrega-se
também da criação das equipas
de trabalho: “Vamos à procura
de pessoas no mundo inteiro.
Trabalham nesta empresa
portugueses, ingleses, brasileiros,
argentinos, irlandeses, etc. A
Numa das suas motas e na companhia de
amigos, ano sim, ano não, Jamie Bridel
intercala uma viagem em Portugal com
uma viagem maior no estrangeiro.
On one of his bikes and along with some
friends, every other year, Jamie Bridel
fits in a trip to Portugal with a longer trip
abroad.
WITH ONE FOOT IN LISBON
AND TWO WHEELS ON THE
WORLD Jamie Bridel decided
early that he would live where
the work is and so has had a
Lisbon zip code since 1994.
Six years ago he became
responsible for international
business at Celfocus, a joint
venture company between
Novabase and Vodafone, which
develops customer relationship
30 e-motion
management systems to support
call centers. The work takes him
all over the world – the same
world he also likes to explore
in his free time in the company
of friends and mounted on
one of his three motorcycles.
The countless journeys that
Jamie makes help to adapt the
company’s offer to various
markets: “To grow outside
Portugal we have to choose
the areas we want to work
in with care. Customers are
not interested in the origin of
products and services. Part of
my job is to help the Portuguese
to work with other cultures,
to evaluate and understand
specific behaviour to establish
relationships of trust and gain
credibility. It is about sociology.”
heterogeneidade é importante
porque realizamos projectos para
diferentes países, com exigências
distintas. A de um alemão é
diferente da de um português.
A definição de qualidade é
diferente porque os padrões
são diferentes. A comunicação
com o cliente deve responder
às distintas expectativas, pelo
que a mensagem é adaptada. Os
critérios para conquistar confiança
diferem de país para país.”
Jamie Bridel frisa que “não
se pode pensar que é possível
replicar tudo” e acrescenta: “Para
crescer fora de Portugal temos
que escolher bem as áreas em
que podemos actuar. Quem nos
compra não se preocupa com a
origem. Parte do meu trabalho é
ajudar os portugueses a trabalhar
com outras culturas, avaliar e
entender as especificidades de
comportamento para estabelecer
relações de confiança e passar
credibilidade. É um trabalho
de sociologia.” Um trabalho
que beneficia das inúmeras
viagens que fez. Mas a morada
que pretende manter é a dos
Restauradores, em Lisboa. “Vou
continuar em Portugal”, garante,
adiantando que em perspectiva
tem a aquisição de uma casa,
“provavelmente no Meco”.
“Trabalham nesta empresa
portugueses, ingleses, brasileiros,
argentinos, irlandeses, etc. A
heterogeneidade é importante porque
realizamos projectos para diferentes
países, com exigências distintas.”
“In this company, Portuguese, English, Brazilian, Argentinean,
Irish, and others work together. The cultural mix is important
because we perform projects for different countries, with
different requirements.”
Jamie Bridel é fã da
gastronomia e dos
vinhos portgueses. Nas
suas viagens não perde
a oportunidade para
descobrir novas iguarias
Jamie Bridel is a fan of
Portuguese cuisine and
wine. On his trips he never
misses an opportunity to
discover new delicacies.
A “street fighter” inglesa Triumph Speed Triple é uma das eleitas
de Jamie Bridel The British Triumph Speed Triple Street Fighter
is one of Jamie Bridel’s favourite.
e-motion
31
Acreditamos
poder continuar
a desenvolver um
projecto único
em Portugal, que
reúne capital
público e privado,
competências,
experiência e
parcerias num
ecossistema que
catalisa o crescimento
das jovens empresas e
o fortalecimento das
suas próprias equipas
de gestão.”
“We believe we can continue
to develop a unique project in
Portugal, which brings together
public and private capital, skills,
experience and partnerships in
an ecosystem that catalyzes the
growth of young companies and
strengthens their management
teams.”
María Gil, administradora-delegada da
Novabase Capital María Gil, managing
director of Novabase Capital
32 e-motion
mercados
markets
Sementes
para novas
competências
Com um investimento que
pode chegar aos 30,91
milhões de euros, é uma
aposta no empreendedorismo
nacional. O valor diz respeito
aos três novos fundos da
Novabase Capital, destinados
a apoiar projectos inovadores
de PME portuguesas.
através do Fundo Europeu de Desenvolvimento
Regional (FEDER). Neste âmbito encontram-se o
programa COMPETE e o Programa Operacional
Regional de Lisboa (POR Lisboa ), que visam apoiar o
empreendedorismo, a inovação e a internacionalização
de pequenas e médias empresas. Programas a que a
Novabase Capital se candidatou para criar três novos
fundos de capital de risco.
Com um investimento total que pode ir até
aos 30,91 milhões de euros, os fundos visam
prioritariamente capitalizar projectos na área em
que se movimenta a Novabase, a das tecnologias
de informação e comunicação. A aprovação
da comparticipação financeira dos programas
COMPETE e POR Lisboa depende da candidatura
dos projectos ao QREN.
María Gil, administradora-delegada da Novabase
Capital, sublinha a importância destes incentivos à
inovação nacional: “Acreditamos poder continuar
a desenvolver um projecto único em Portugal, que
reúne capital público e privado, competências,
experiência e parcerias num ecossistema que
catalisa o crescimento das jovens empresas e
o fortalecimento das suas próprias equipas de
gestão.” A administradora salienta que estes fundos
se focam “em projectos empresariais tecnológicos
inovadores, com grande potencial de criação de
valor e sinérgicos com o posicionamento estratégico
do grupo Novabase.”
Consoante a tipologia do projecto ou o seu
posicionamento no ciclo de vida das empresas, as
candidaturas serão orientadas para o fundo Novabase
Capital Early Stage, o Novabase Capital Corporate
Venture ou para o Novabase Capital Inovação
e Internacionalização. Todos eles se destinam a
investimentos nas regiões Norte, Centro e Alentejo.
Ao longo da sua história, a Novabase foi adquirindo
pequenas empresas em áreas que complementam
ou acrescentam valor à sua oferta. Tendo começado
ela própria como uma pequena empresa, há 21 anos,
na sua estratégia de crescimento é incontornável a
aposta em novos projectos, quer pela via da aquisição,
quer tornando-se accionista de start-ups, através da
Novabase Capital.
Fundada no ano 2000, e integralmente detida
pela Novabase, a empresa de capital de risco
prepara-se agora para ampliar o investimento nesta
área. Para isso conta com o Sistema de Apoio ao
Financiamento e Partilha de Risco da Inovação,
integrado no Quadro de Referência Estratégico
Nacional (QREN) e co-financiado pela União Europeia
SEEDS FOR NEW SKILLS Novabase Capital
has launched three new investment funds
totalling EUR 30.91 million: The objective is
to support innovative projects in Portuguese
SMEs. The funds seek to capitalize on priority
projects in the area that interests Novabase,
information technology and communication.
María Gil, managing director at Novabase
Capital, stresses the importance of national
incentives for innovation: “We can continue
to develop a unique project in Portugal, which
brings together public and private capital, skills,
experience and partnerships in an ecosystem that
catalyzes the growth of young companies and
strengthens their own management teams.”
e-motion
33
em foco
novabase
academy
focus:
novabase academy
Uma ponte entre
a universidade e a
Novabase
Recrutar novos talentos e prepará-los
para entrar bem oleados na engrenagem
da Novabase é o desafio anual a que
responde a Novabase Academy. Este
programa de recrutamento de novos
quadros funciona desde 2006 e já
proporcionou o ingresso de 300 jovens
no mercado de trabalho. Foi assim que
o Hugo Oliveira, o Tiago Moreiras,
a Marlene Vitorino e o Tiago Costa
entraram na Novabase
Durante duas semanas cerca de 40 jovens, seleccionados
em várias universidades portuguesas, reúnem-se num hotel
com a equipa responsável pela Novabase Academy. A agenda
deste programa de recrutamento integra jogos, estudos de
caso, apresentações sobre as várias áreas de intervenção da
Novabase, simulações de problemas no desenvolvimento de
um projecto e muita conversa com profissionais do grupo. O
Hugo Oliveira, o Tiago Moreiras, a Marlene Vitorino e o Tiago
Costa passaram pela experiência e garantem que no final, os
15 dias de internato sabem a pouco.
34 e-motion
Hugo Oliveira estava a acabar o mestrado em engenharia
informática no Instituto Superior Técnico de Lisboa, quando
tomou conhecimento da Novabase Academy. Depois de uma
apresentação da Novabase no instituto, Hugo candidatouse ao programa, inscrevendo-se nos testes psicotécnicos, e
passou à segunda fase, a entrevista. Foi seleccionado para
participar no programa, que nesse ano, aconteceu num
hotel em Santa Cruz. Depois de duas semanas em regime de
internato estava motivado para integrar a família Novabase,
conta: “Confesso que fiquei apreensivo com a ideia de
estar 15 dias fechado num hotel, mas o programa está bem
pensado e bem feito. Somos postos à prova em diversas
situações e a cada dia que passa sentimos que vestimos
a camisola. Temos um caso de estudo, com informações
certas e outras erradas, para resolver em duas semanas.”
Hugo conta que o grupo é dividido em pequenas equipas
e no fim cada uma tem que fazer uma apresentação para
um dos quadros de topo da Novabase. “O meu grupo
terminou a apresentação mesmo à justa, mas correu bem”,
revela, explicando que na noite da véspera da apresentação
os monitores não deixaram ninguém trabalhar, para que a
sensação de pressão fosse maior no dia seguinte.
Hugo Oliveira sublinha que a Novabase Academy dá
aos participantes uma noção de todos os passos de um
projecto: “Fomos expostos a situações em que não nos
sentíamos confortáveis e demos a volta. Pelo menos,
disseram-nos que gostaram.”
A Novabase Academy ajuda a criar espírito de equipa,
realça: “O convívio e as relações pessoais que se constroem
ali são excelentes. É diferente começar a trabalhar numa
empresa depois de já conhecer relativamente bem um grupo
de pessoas. Saímos de lá com amigos para a vida e cheios de
vontade de trabalhar na Novabase. No fim ninguém quer sair
dali. Queríamos conviver mais.” Talvez por isso, a sugestão
de Hugo Oliveira, que actualmente trabalha num projecto
de gestão de portfolio da Novabase para o Millenium
BCP, é que se realize de vez em quando “uma Novabase
Academy de reciclagem”.
Hugo oliveira
25 anos
“Fomos expostos
a situações em que
não nos sentíamos
confortáveis e demos
a volta.”
O interesse de Tiago Moreiras por Business
Intelligence (BI) intensificou-se depois de ouvir Sérgio
Matias, quadro da Novabase, falar desta área no âmbito
de uma cadeira de engenharia informática, no Instituto
Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).
Mais tarde, no Fórum de Empresas que o ISCTE organiza
anualmente, visitou o stand da Novabase e foi a uma
das sessões de apresentação da Novabase Academy.
Candidatou-se e foi integrado no programa, que
decorreu em Setembro de 2008, no Vimeiro. O jovem,
agora a trabalhar em projectos de BI na Novabase,
considera que “a Novabase Academy faz a ponte entre
a universidade e a empresa” e isso é fundamental,
argumenta: “O programa dá-nos soft skills, desenvolve
as nossas capacidades de consultoria. Em Portugal
descuram-se as soft skills. Nos EUA, muitas universidades
leccionam uma cadeira de teatro, precisamente para
trabalhar outras capacidades, importantes depois para
lidar com os clientes.”
Durante esses 15 dias os formandos recebem a visita
de vários quadros da Novabase: “Conhecemos muitas
pessoas, vamos percebendo o que faz cada área. É
importante saber o que se faz nas outras áreas, que não
as nossas. Cria-se um grande ambiente de grupo e isso é
uma das melhores coisas que a Novabase tem.”
Tiago Moreiras
24 anos
“Os casos de estudo
são todos os anos
diferentes e permitem-nos perceber onde se
geram os conflitos,
onde se perde
informação, onde
perdemos tempo.”
Para Tiago Moreiras, a Novabase Academy tem
as componentes essenciais: “O internato é uma boa
escolha, porque não nos deixa dispersar. Os casos de
estudo são todos os anos diferentes e permitem-nos
perceber onde se geram os conflitos, onde se perde
informação, onde perdemos tempo. Permitem-nos
identificar barreiras e dão-nos a noção do trabalho à
distância. Aprendemos a integrar o trabalho de cada um,
a negociar requisitos, a conduzir pessoas.”
A Novabase Academy realizada em Setembro de 2008
também foi a porta de entrada de Marlene Vitorino na
Novabase. Enquanto estudante de engenharia informática
na Universidade Nova de Lisboa conheceu colegas que
trabalhavam na Novabase. “O feedback deles era muito
positivo”, diz, explicando que lhe agradou a ideia “de
poder entrar numa empresa grande como a Novabase, pela
diversidade de projectos que abarca”.
Quanto à Novabase Academy, Marlene também não
poupa elogios: “É uma simulação do mundo do trabalho
em que se entra a seguir, uma óptima experiência e uma
oportunidade única para entrar numa empresa com uma
visita guiada pelas diversas áreas. Para quem vem de uma
engenharia é importante ter a noção de outras áreas como
a abordagem e o relacionamento com os clientes e isso
é trabalhado também na Academy.” Marlene nota que o
que aprendeu durante aquelas duas semanas continua a
render. “Às vezes vou espreitar os apontamentos que tirei
na altura”, confessa.
Marlene concorda que a Novabase Academy facilita
a integração na empresa, observa: “O facto de ter
começado a trabalhar na Novabase juntamente com mais
44 pessoas com quem estive a conviver duas semanas
ininterruptamente é muito bom. Acresce que a Novabase
Academy nos permite conhecer quadros experientes da
e-motion
35
Marlene Vitorino
27 anos
“O facto de ter
começado a trabalhar
na Novabase
juntamente com
mais 44 pessoas
com quem estive a
conviver duas semanas
ininterruptamente é
muito bom.”
Novabase, dando-nos a oportunidade de satisfazer, em
ambiente informal, pequenas curiosidades.”
Desde que entrou na Novabase, Marlene tem trabalhado
em projectos para a Portugal Telecom. Actualmente integra
um projecto de geo intelligence (sistemas de identificação
geográfica) na PT, mas mantém o contacto com os colegas
que com ela participaram na Academy: “Queremos saber
como estão os projectos de cada um e isso ajuda a alicerçar
o espírito de equipa.”
A ligação de Tiago Costa à Novabase começa com uma
apresentação da empresa na Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto. “No fim da apresentação falei com o
Ricardo Nunes (quadro da Novabase) e fiquei muito motivado,
sobretudo com a possibilidade de participar em projectos
internacionais”, conta o jovem portuense, licenciado em
engenharia electrónica.
O processo que se seguiu foi semelhante aos dos
restantes formandos da Novabase Academy: testes
psicotécnicos e entrevista. Algumas semanas depois
Tiago Costa mudou-se do Porto para Lisboa e ingressou
na Novabase Academy, em Setembro de 2009. “Foi uma
experiência brutal”, classifica Tiago. O jovem frisa que “o
ambiente era informal” e que depois das apresentações
e das sessões de trabalho havia momentos de convívio
com os managers da Novabase, sempre disponíveis para
responder às mais diferentes questões.
Tiago Costa aplaude a forma como Pedro Crespo
(responsável pela formação na Novabase Academy) abordou
os 15 dias.“Conseguiu levar-nos ao limite, no bom sentido”,
assinala, acrescentando que “a partir de certa altura se notava
que o caso de estudo era fictício, mas o trabalho era mesmo
a sério”. Percebe agora como “eram criados atrasos de
propósito para pôr os fomandos à prova”.
36 e-motion
Actualmente integrado num projecto da Novabase para a
Fidelidade, Tiago Costa considera que “a Novabase Academy
é um passo determinante para entrar no mundo empresarial,
porque amortece o choque”. O jovem conta que no primeiro
dia de trabalho foi alocado num projecto na Damaia, para
renovar o site da Logo”.
A rematar, Tiago Costa acrescenta que as expectativas
criadas pela Academy têm sido correspondidas: “Tenho
desafios todos os dias e sinto que estou a aprender
muito. Não há estagnação e só não progride quem não
quer. As pessoas são incentivadas a propor soluções. Há
espaço para o diálogo.”
Tiago Costa
25 anos
“A Novabase Academy
é um passo determinante
para entrar no mundo
empresarial, porque
amortece o choque”.
A BRIDGE BETWEEN UNIVERSITY AND
NOVABASE Recruiting new talent and
preparing them to enter the well-oiled
Novabase machine is the annual challenge
met by the Novabase Academy. This new
staff recruitment programme has been
operating since 2006 and has already
successfully introduced 300 young people
into the labour market. Over two weeks,
around 40 young people are selected
from several Portuguese universities to
meet in a hotel with the team responsible
for the Novabase Academy. The agenda
of this recruitment programme includes
games, case studies, presentations on the
various areas where Novabase operates,
simulations of problems in project
development and a lot of professional
guidance from the company. Hugo Oliveira,
Tiago Moreiras, Marlene Vitorino and Tiago
Costa went through this experience and said
at the end that the 15-day internship was
over too quickly.
insight
Manuel Beja
director de desenvolvimento
organizacional da novabase
insight:
Manuel Beja
director of organizational development at novabase
A inovação
injustiçada
Afinal, nem tudo são más notícias: o
investimento português em Investigação e
Desenvolvimento (I&D) passou de 0.8% do
PIB em 2005 para 1.2% em 2007. Os novos
doutorados, cerca de 700 por ano em 1998,
ultrapassaram os 1400 em 2007. Há mais
pessoas e recursos envolvidos em I&D e
Inovação. Mas resta uma questão: por que não
se sabe isso?
O progresso da I&D não trouxe um
crescimento proporcional na visibilidade pública
do tema. Enquanto a Justiça, por exemplo, ocupa
um lugar central no nosso imaginário colectivo, a
Inovação não. É verdade que a Justiça é fundamental para
a qualidade da Democracia. Se não funciona,
não há confiança no Estado de Direito. A Justiça
tem enredo, sangue, luta de classes; tem, enfim,
romance. Já a Inovação é mais abstracta: não tem
eventos nem vilões. No entanto, permite moldar o
futuro. Sugere histórias inspiradoras, permite-nos
sonhar, enche-nos de esperança — enquanto a
Justiça, tal como está, convida ao desânimo.
Será a comunicação social que não noticia os
resultados da I&D ou as empresas que não os
sabem comunicar?
Pensemos na Novabase. Nos últimos três anos
a empresa investiu mais de 25 milhões de euros
em I&D. Nos últimos dados da UE, de 2008,
ocupava o 4º lugar entre as empresa nacionais,
após a Bial, a CGD e a EDP. Mas boa parte da
sua visibilidade vem das notícias quentes das
cotações, das movimentações accionistas ou dos
dividendos. O imediato tem mais destaque que
a I&D, que se traduzirá em criação de valor no
futuro, um pouco mais à frente.
A Novabase tem inovado em inúmeros
domínios com impacto na vida de todos: por
exemplo, nas set top boxes de televisão digital, na
bilhética para transportes ou na modernização
da Administração Pública. No futuro, no carro
eléctrico, que irá mudar a face das cidades.
Há que saber “fazer” Inovação e há também
que saber comunicá-la. Fazê-lo de forma eficaz
exige novas abordagens: focar no benefício para
as pessoas, não na tecnologia; mostrar pessoas
reais, com necessidades reais e as soluções para
essas necessidades. Ou seja, traduzir a Inovação em
boas histórias. Histórias que todos reconheçamos e
que, paulatinamente, façam História. Para animar
as gentes, trazendo o que de bom fazemos em
Portugal à discussão pública.
É este o caminho para as empresas
inovadoras, e que a Novabase já trilha. O
caminho da boa comunicação da Inovação.
COMMUNICATING INNOVATION
Portuguese investment in R&D rose from
0.8% of GDP in 2005 to 1.2% in 2007.
Doctorates, 700 in 1997, rose to 2500
in 2006. But the public debate on R&D
has not increased. Is this because the
media are not speaking about R&D or is
it because businesses don’t know how
to communicate it? Over the past three
years Novabase has invested over 25
million euros in R&D. But its visibility
remains mainly limited to share prices
and dividends. Much less is said about
our R&D, despite its impact on people’s
lives, including set top boxes, ticketing,
banking systems and, in the future,
the electric car. To communicate these
projects requires showing real people,
with real problems and solutions. That is,
translating innovation into good stories.
This is the way for all innovative firms,
and something that we are already doing
at Novabase.
e-motion
37
lido
A novabase
na imprensa
read:
novabase in the press
EDP, Efacec e Novabase querem
mais do que conseguiram
Multibanco e Via Verde O núcleo
de empresas do Mobi.E – Efacec, EDP e
Novabase – e o Governo assumem-se
como “dois braços” invulgarmente
articulados para um mesmo projecto
de inovação que comparam à rede
Multibanco e à Via Verde. Ambicionam ir
mais longe: exportar um modelo aberto a
todos os operadores e consumidores, com
benefícios para a indústria portuguesa
e aproveitando as oportunidades que a
Internet hoje oferece.
EDP, EFACEC AND NOVABASE
WANT MORE THAN WHAT
MULTIBANCO AND VIA VERDE
ACHIEVED The nucleus of Mobi.E
companies – Efacec, EDP and
Novabase – and the Portuguese
Government are acting as “two
arms” in rare articulation towards a
common innovation project which
can be compared to the Multibanco
network and Via Verde. They aim to
go further: to export a model open
to all operators and consumers, with
benefits for Portuguese industry and
seizing the opportunities that the
Internet offers today.
Novabase Angola entra
em funcionamento no final
do primeiro trimestre “Líder
português na área das novas
tecnologias, a Novabase quer instalar-se, crescer e ser líder em Angola. Esta
é a prioridade do plano internacional
do Grupo, que fechou o ano de 2009
com um volume de negócios de
241,4 milhões de euros.
Novabase Angola enters
service at end of first quarter
Portuguese leader in the field
of new technologies, Novabase
wants to establish, grow and
be leaders in Angola. This is the
priority of the internationalisation
plans of the group, which closed
the year 2009 with a turnover of
241.4 million euros.
Novo Jornal (Angola), 2010-02-12
Novabase ganha contrato
para a TDT em Espanha Depois
de ter alienado a participação que
tinha na empresa de Televisão
Digital Techno Trend, a Novabase
centrou-se no negócio de valor
acrescentado. A tecnológica
nacional deixou de construir
toda a caixa descodificadora,
para centrar-se apenas no
desenvolvimento do “chip”.
Com esta nova estratégia a
Novabase está a conseguir entrar em
novos mercados como o espanhol,
onde colocará o seu “chip” em 400 mil
caixas, até ao final de 2009. Novabase wins contract
for DTTV in Spain Novabase has
stopped building complete set-top
boxes to focus only on developing
the chips. With this new strategy
it has succeeded in entering new
markets such as Spain, where it
will have put its chip into 400 000
boxes by the end of 2009.
Jornal de Negócios, 2009-11-06
Público,2010-04-06
A Novabase integra o consórcio que projecta o Mobi.E, o carrro eléctrico
português. Novabase is part of the consortium which is designing the
Mobi.E project, the Portuguese electric car.
38 e-motion
A tecnologia Chip On Board da Novabase já
chegou a Espanha. Novabase Chip On Board
technology has already arrived in Spain.
a ler
Uma viagem pela
economia mundial
to read:
a journey through the world economy
Serão sólidos os alicerces da economia asiática? A economia poderá
levar a melhor sobre o extremismo islâmico? Como se compra
e vende no Sudão? Três livros ajudam-nos a descobrir.
Oportunidades e desafios
na Ásia O chairman da Morgan
Stanley na Ásia, Stephen Roach,
avalia a economia da região e o seu
impacto na retoma global. Num
conjunto de ensaios produzidos
entre 2006 e 2009, o reputado
economista argumenta que a Ásia,
sobretudo a China, protagoniza
um crescimento económico
impressionante, mas insustentável.
Stephen Roach defende que a
região deve rever o seu modelo
económico de modo a manter o
ritmo de crescimento. O autor alerta
para os baixos níveis de consumo
na China e a sua dependência das
exportações e conclui que o futuro
da Ásia poderá não ser tão risonho
quanto alguns vaticinaram.
Opportunities and
Challenges in Asia The
chairman of Morgan Stanley Asia,
Stephen Roach, assesses the region’s
economy and its impact on global
recovery. The author warns against
low levels of consumption in China
and its dependence on exports,
concluding that the future of Asia
may not be as bright as some have
foretold.
“The Next Asia”, de Stephen Roach,
John Wiley and Sons Ltd, 29,08 euros
www.wook.com
Capitalismo versus religião
nos países islâmicos A classe
média, em ascensão no mundo
muçulmano, está mais interessada
no sucesso económico do que
em alimentar o fervor religioso.
O iraniano Vali Nasr baseia-se
nesse argumento para aconselhar
os políticos dos EUA a investirem
mais nas relações comerciais
e económicas com os países
muçulmanos e menos na luta contra
o extremismo religioso. Considera
ainda que o livre comércio com os
países muçulmanos, ao contrário
das sanções comerciais, favorecerá o
seu amadurecimento democrático.
Capitalism versus religion
in Islamic countries The
rising middle class in the Muslim
world is more interested in economic
success than nurturing religious
fervour. The Iranian Vali Nasr builds
on this argument to advise U.S.
politicians to invest more in trade
and economic relations with Muslim
countries and less in the fight against
religious extremism.
“Forces of Fortune”, de Vali Nasr,
Free Press,$17,16 euros
www.amazon.com
Um mergulho nas origens do
comércio Numa viagem ao Nepal, o
economista britânico Conor Woodman
decidiu trocar uma carreira profissional
bem remunerada no sector financeiro
por uma viagem à volta do mundo.
A ideia surgiu enquanto observava
comerciantes nepaleses a atravessar
a fronteira para o Tibete, para vender
peles e carnes secas, em troca de sal
para vender no Nepal. Conor Woodman
vendeu o seu apartamento londrino e
partiu à procura de negócios à moda
antiga. Um percurso que começou no
Sudão, passou pela Zâmbia, Botswana,
África do Sul, Índia, China, Japão,
Taiwan, México e Brasil. A aventura
inclui a compra e venda de produtos
como chá, peixe, vinho e até camelos.
Immersion into the origins
of trade Conor Woodman sold his
London apartment and went looking
for business the old fashioned way.
His adventures in the Sudan, Zambia,
Botswana, South Africa, India, China,
Japan, Taiwan, Mexico and Brazil
included the purchase and sale of
products such as tea, fish, wine and
even camels.
“Volta ao Mundo em 80 Negócios”,
de Conor Woodman,
Europa-América, 19,71 euros
www.wook.pt
e-motion
39
gadgets
gadgets
Os novos objectos
que vão mudar
o seu dia a dia.
The new objects that will change your daily life.
Isto não é uma caneta
É caso para comentar, à maneira de René Magritte, que as novas canetas
da Vertu V não são canetas! Escrevem como as canetas, mas também
funcionam como leitores de cartões de memória e auriculares bluetooth.
Pesam 17 gramas e permitem gravar até seis horas de conversa através de
bluetooth. A caneta está integrada na colecção V, da Vertu, marca que se
especializou em gadgets de luxo.
THIS IS NOT A PEN
It is worth mentioning, in the manner of René Magritte, that the
new Vertu V pens are not pens! They write like pens, but also
function as memory card readers and Bluetooth headsets. They
weigh only 17 grams and allow you to record up to six hours of
conversation via Bluetooth.
www.vertu.com
A biblioteca que cabe num bolso
E se em vez de um livro de bolso carregar consigo uma biblioteca? O Alex e-reader torna isso possível. Lançado em Fevereiro
e à venda desde Abril, o leitor de e-books da Spring Design permite aceder a mais de um milhão de livros. Ao seu critério fica
a escolha de ler o livro online ou descarregá-lo e assim construir a sua livraria no tradicional suporte de papel.
A navegação no Alex e-book é baseada no Android, o sistema operativo da Google. Em alternativa às páginas de papel, o
Alex e-book propõe um LCD-touch screen. Pode navegar a cores ou a preto e branco, já que o ecrã está equipado com a
tecnologia e-ink, que simula o efeito da tinta impressa num livro.
Os livros electrónicos têm vindo a ganhar adeptos. De acordo com um relatório do banco Crédit Suisse, as vendas de livros
electrónicos passarão de um milhão de unidades, em 2008, para 32 milhões em 2014.
THE LIBRARY THAT FITS IN YOUR POCKET
And what if instead of just a paperback you carried an entire library? The Alex e-reader makes this possible.
Released in February and on sale since April, the e-book reader from Spring Design gives access to more than one
million books. Users can choose to read the book online or download it and build up their libraries in traditional
paper form. Alex e-book’s navigation is based on Android, Google’s operating system.
www.springdesign.com
40 e-motion
A bicicleta híbrida da Sanyo
A nova geração de biclicletas da Sanyo combina força mecânica com energia eléctrica. Isto é, enquanto pratica
exercício físico, está a carregar uma bateria. Os modelos CY-SPL226 e CY-SPL224, lançados em Abril, no Japão,
apresentam a vantagem de poderem ser recarregados em terrenos planos e não apenas nas descidas, como
acontece com outras bicicletas híbridas. A Sanyo também se preocupou em minimizar os riscos de o ciclista ficar
sem bateria numa penosa subida. Para isso criou uma reserva de energia que juntamente com uma bateria de lítio
de baixo consumo optimiza o consumo energético.
A HYBRID BIKE FROM SANYO
The new generation of Sanyo bikes combines mechanical strength with electrical power. That is, at the
same time as taking exercise, you will be charging the battery. The models CY- SPL226 and CY- SPL224,
launched in April in Japan, can be charged while riding on the flat and not just downhill, unlike other
hybrid bikes.
www.sanyo.com
A coluna sempre a jeito
O seu frigorífico ou uma embalagem de cereais
podem transformar-se em coluna de som. Para
tal só precisa do Rock-It, um sistema de colunas
portáteis de vibração que transforma qualquer
objecto em coluna de som. O aparelho funciona
a pilhas ou através de um ligação USB e pode ser
ligado a iPods, MP3 players, telemóveis, laptops,
ou qualquer outro dispositivo que funcione
com auriculares. Depois é só colar ao objecto a
extensão circular do Rock-It e carregar no play.
SPEAKERS ALWAYS AT HAND
Your fridge or a cereal pack can be
transformed into a set of speakers. You just
need to have Rock-It, a portable vibration
speaker system that transforms any object
into a speaker. The unit works on batteries
or through a USB connection and can
connect to iPods, MP3 players, mobile
phones, laptops, or any other device that
uses headsets.
www.origaudio.com.pt
e-motion
41
outros mundos
Gonçalo M. Tavares
other worlds:
Gonçalo M. Tavares
Tecnologia e tradição
(uma história)
Estamos tão habituados à tecnologia que
já nem damos pela sua presença. Mas
seríamos capazes de nos habituar à sua
falta? Descubra com o senhor Cortázar,
neste texto de Gonçalo M. Tavares
Quando a electricidade
subitamente foi abaixo o senhor
Cortázar não quis parar.
Havia começado a ler um livro e
estava de tal maneira entusiasmado
com o enredo que não conseguia
parar de ler. O Sr. Cortázar sentiu
que se parasse ali, naquele
momento, a excitação sentida
desapareceria e ele nunca mais
conseguiria recuperar o fôlego.
Havia fósforos, sim, mas
quantos? Foi à procura.
O senhor Cortázar localizou a
caixa de fósforos que já estava a meio
e encontrou uma outra caixa, ainda
intacta. No total, quantos? Talvez
cento e cinquenta fósforos; não mais.
E quantas páginas do livro lhe
faltava ler? Cerca de cinquenta.
Fazendo as contas: três fósforos
por página. Seria luz suficiente?
Cortázar fez as contas: o seu
livro tinha cerca de trinta linhas
por página, o que significava
que cada fósforo, supondo que
não desperdiçaria nenhum, teria
de dar para cerca de dez linhas.
42 e-motion
Uma página de trinta linhas: três
fósforos – cinquenta páginas: cento
e cinquenta fósforos.
Fez ainda mais contas: cada
fósforo, desde o momento em que
se acendia até ao momento em
que a chama chegava à sua base,
começando a queimar os dedos,
levava cerca de cinco segundos.
Cinco segundos era o limite, mais
do que cinco segundos queimaria
os dedos. Isto significava que, para
conseguir ler o livro até ao fim, o
senhor Cortázar teria de ler dez
linhas em cinco segundos.
Pois bem, o senhor Cortázar
preparou-se como um corredor de
100 metros se prepara. E começou.
Acendeu o primeiro fósforo e com
uma rapidez de leitura invulgar leu
dez linhas; outro fósforo, outras
dez linhas. E mantendo este ritmo
alucinante o senhor Cortázar
aproximava-se do fim do livro ao
mesmo tempo e ao mesmo ritmo que
se aproximava do fim dos fósforos.
Subitamente, quando faltavam
apenas duas páginas para terminar
o livro, tal como antes fora abaixo, a
electricidade voltou.
De repente, então, a situação
alterou-se por completo. Ali estava
o senhor Cortázar, a duas páginas
do fim, num compartimento
obscenamente iluminado por
uma abundante luz eléctrica e, ali,
mesmo ao seu lado, seis fósforos
que correspondiam, com uma
exactidão quase mágica, à luz que
era necessária até ao fim do livro.
O senhor Cortázar ficou furioso e
telefonou à central de electricidade
protestando contra o facto de a
electricidade ter sido reposta no
preciso momento em que ele estava
a acabar de ler o seu livro.
– Para a próxima esperem mais
um pouco! – gritou, exaltado, para
o funcionário que, do outra linha do
telefone, nada percebia e avaliava,
erradamente, como absurda e
louca, a atitude do senhor Cortázar
– um senhor, afinal, que apenas
gostava da tradição.
Com 39 anos, Gonçalo M. Tavares já recebeu alguns dos mais
importantes prémios literários da língua portuguesa: o Prémio José
Saramago 2005, o Prémio Ler/Millenium-BCP e o Prémio Portugal Telecom
de Literatura 2007 (Brasil). O seu romance “Jerusalém” foi incluído na
edição europeia de “1001 livros para ler antes de morrer – um guia
cronológico dos mais importantes romances de todos os tempos”. Com
mais de 20 obras traduzidas em várias línguas, é também autor de poesia,
ensaios e teatro. Gonçalo M.Tavares, 39, has already received some of
the most important literary prizes of the Portuguese language: the José
Saramago Prize in 2005, the Ler / Millennium BCP Prize and the Portugal
Telecom Prize for Literature 2007 (Brazil). His novel “Jerusalem” was
included in the European edition of “1001 books to read before you die – a
chronological guide of the most important novels of all time.” With over
20 books translated into several languages, he is also the author of poetry,
essays and drama.
© Manel Cruz
TECHNOLOGY AND TRADITION (A
STORY) When the electricity went
down Mr. Cortázar didn’t want to
stop. He had begun reading a book
and was so enthusiastic that if he
stopped, he would never be able
to get back into the rhythm again.
Were there any matches? He went
to see. He found one half box and
another one which was full. Maybe
one hundred and fifty matches,
no more. And how many pages to
go? About fifty. He worked out
he had exactly three matches per
page. Was that enough? He made
his calculations: with thirty lines per
page, each match would have to
provide light for ten lines. One page,
three matches – fifty pages: one
hundred fifty matches. And if every
match lasted five seconds, he would
have to read ten lines in five seconds.
Mr. Cortázar prepared with the same
rigour as an Olympic sprinter.
And then he began. He lit a
match and with unusual speed read
ten lines; another match, another
ten lines. And keeping this pace he
was approaching the end of the
book and the end of matches when
suddenly the electricity came back
on. And there was Mr. Cortázar,
just two pages from the end, in an
obscenely bright room, and beside
him six matches that were, precisely,
the amount of light he needed
to finish the book. Mr. Cortázar
phoned the electricity company and
complained that the electricity had
come back on just as he was finishing
his book. – Next time wait a minute!
– he shouted at the official, who
couldn’t understand the problem
and wrongly judged as absurd
the attitude of Mr. Cortázar – a
gentleman who just liked tradition.
e-motion
43
Av. D. João II, Lote 1.03.2.3, Parque das Nações 1998-031 Lisboa – Portugal
Tel. +351 213 836 300 Fax +351 213 836 301 [email protected]
www.novabase.pt.
44 e-motion
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