ZINCO E CABELOS
ALMEIDA AJ1 , BEDIN GL2, BEDIN V3,
(1) Mestrando em Anatomia Patológica UNICAMP, Professor da BWS-Pele Saudável -diretor do CIPE
(2) Médico Residente do Hospital Heliópolis - SP
(3) Mestre e Doutor em Medicina – UNICAMP - Diretor da BWS – Pele Saudável e Presidente da SBC
INTRODUÇÃO
O zinco é um elemento químico cada vez mais estudado e tem
recebido sua devida importância para a saúde humana. Ele está
presente em diversas funções bioquímicas, pois é componente de
várias enzimas, dentre estas a anidrase carbônica, a fosfatase
alcalina e enzimas do sistema nervoso central. Participa também da
expressão genética, da transcrição genética, da morte celular, age
como estabilizador de membranas, além de participar da função
imunológica e do desenvolvimento cognitivo.
A deficiência de zinco pode causar danos oxidadivos, dentre
eles , na pele e anexos, dermatites, alterações do sistema
imunológico e alopecia.
Desde 1869 o zinco é estudado com Raulin, que descobriu que
este elemento químico era essencial para o Aspergillus Níger. Voltou
a ser estudado quarenta anos após por Mazé que percebeu
problemas ao cultivar milho devido à deficiência de zinco. Todd,
Evehjem e Hart, em 1934, descobriram sua essencialidade em ratos.
Mais tarde, em 1955, Tucker e Salmon descobriram problemas
relacionados a pele do ser humano, devido a deficiência de zinco. Em
1960, O'Dell observou que este mineral era essencial para crianças.
Diversos estudos posteriores demonstrando que a deficiência de
zinco poderia se revertida pela suplementação.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
As recomendações nutricionais de zinco é de 8 mg/dia para
mulheres e de 11 mg/dia para os homens. Os alimentos ricos em Zn
são ovos, ostras, mariscos, fígado, carne vermelha, leite, arenque,
farelo de trigo e nozes.
DISCUSSÃO
A circulação representa a menor parte do total de zinco do
organismo, sendo predominante a concentração nos ossos, músculos
voluntários, fígado e pele, porém o turnover plasmático é o mais
elevado. A concentração plasmática normal é de aproximadamente
100mg/dL e representa apenas cerca de 0,1% do conteúdo corporal,
mais é a fonte primária deste mineral para todas as células, tendo
uma dinâmica rápida e estando sob controle homeostático,
contrapondo com os valores normais de zinco no organismo (tabela
1).
Uma das primeiras manifestações da deficiência de zinco,
clinicamente identificada, foi a acrodermatite enteropática, uma
desordem congênita que surge na infância e é caracterizada por
alopecia, diarréia, lesões de pele e imunodeficiência celular.
Com a deficiência de zinco é ocasionado primeiro uma
mobilização das reservas funcionais e, com a deficiência prolongada,
podem ocorrer, anorexia, pelo aumento dos níveis de nor-epinefrina e
alterações no hipotálamo. Com as disfunções imunológicas ocorre
infecções intercorrentes. Favorece ao envelhecimento precoce e
dermatites.
Doze por cento dos pacientes com alopecia androgenética
apresentam níveis séricos de zinco reduzidos.
Os índices do estado nutricional referente ao zinco, assim como
sua concentração no plasma, células sangüíneas, cabelo e excreção
urinária, diminuem na deficiência grave.
Existem aminoácidos como a histidina e a cisteína que
melhoram a solubilidade e assim a absorção do zinco pelo
organismo.
Estudos recentes tem mostrado que crianças suplementadas com
zinco têm menor incidência de diarréia,alopecia e dermatites quando
comparadas com crianças que não recebem zinco.
Os fatores que podem levar à deficiência de zinco são: consumo
inadequado de zinco, deficiência de zinco pela nutrição parenteral total,
consumo de fibras que diminuem a biodisponibilidade de zinco,
desnutrição energético-protéica, má-absorção, insuficiência renal crônica
e outras doenças associadas.
CONCLUSÃO
Nem todo zinco ingerido tem a garantia de que será absorvido pelo
organismo. Alguns fatores podem alterar a absorção deste íon alterando a
sua biodisponibilidade. As fontes de zinco não contêm elementos que
inibem sua absorção, já em presença de alguns aminoácidos como a
cisteína e a histidina melhoram sua solubilidade. Este íon é essencial
para a manutenção da pele contribuindo para a estabilidade do sistema
imunológico deste órgão. Sua deficiência pode gerar alopecia, dermatites
e infecções cutâneas, devido a instabilidade do sistema imunológico
provocado por esta carência.
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