ANAIS PESQUISA ACADÊMICA SOBRE INOVAÇÃO EM CLUSTERS: SITUAÇÃO ATUAL E OPORTUNIDADES DE PESQUISA JALBA TEREZINHA MINIUSSI ( [email protected] , [email protected] ) EAESP - FGV SOLANGE MATA MACHADO ( [email protected] ) EAESP-FGV MARCOS AUGUSTO DE VASCONCELLOS ( [email protected] ) EAESP-FGV Resumo Este trabalho busca identificar as oportunidades de pesquisa sobre inovação em clusters a partir da análise de teses e dissertações publicadas entre 2000 e 2012. Os resultados mostram uma concentração de pesquisas por universidades paulistas em clusters das regiões Sul e Sudeste dedicados à indústria de base tecnológica. Muitos clusters das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste aparentemente nunca foram estudados. A metade dos trabalhos aborda inovação como processo, com ênfase em gestão do conhecimento. Poucos trabalhos exploram o papel da rivalidade entre as empresas e do Estado na inovação, assim como os aspectos relativos aos fatores de demanda do mercado. Palavras-chave: inovação, clusters, distritos industriais, produção acadêmica. 1. Introdução A pesquisa acadêmica em aglomerações industriais é bastante disseminada no Brasil. Uma busca na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações sobre este tema recupera 179 trabalhos acadêmicos. Há várias razões para esta popularidade: o estudo de clusters é de natureza multidisciplinar, permitindo diferentes abordagens e lentes teóricas; clusters de diferentes setores são observados no Brasil e representam parte importante da atividade econômica nacional, além de existirem por quase todo o País. O estudo de clusters industriais parece bastante conveniente para os programas de pós-graduação, pois oferece ao mestrando ou doutorando a oportunidade de tomar contato com um número razoável de empresas do mesmo setor, que se supõe operarem em condições semelhantes de mercado, permitindo que se observem as comunalidades e as diferenças entre as empresas estudadas e o efeito do ambiente e da proximidade geográfica sobre elas. A relação entre clusters e inovação é um assunto que têm recebido grande interesse em anos recentes na literatura acadêmica. Vários estudos empíricos buscaram explorar a extensão com que as atividades de inovação são observadas em clusters e quais fatores poderiam explicar que empresas pertencentes a um cluster poderiam ser mais inovadoras que outras localizadas fora de aglomerações industriais. A ideia que atividades de inovação tendem a ocorrer em clusters localizados em centros urbanos e em regiões fortemente industrializadas já é descrita 1/16 ANAIS por Marshall em sua obra seminal de 1920 e mais recentemente por Pred (1966) e Porter (1990, 1998, 2000). A dinâmica da inovação em clusters parece ser socialmente complexa e dependente tanto das características idiossincráticas da empresa como das características do espaço geográfico compartilhado pelas empresas. O papel da proximidade geográfica no processo de inovação de empresas aglomeradas é um tema ainda pouco explorado em teses e dissertações, embora permita múltiplas abordagens teóricas e metodológicas, como demonstra os resultados deste estudo. Assim, a pergunta de pesquisa que norteia este estudo é: quais aspectos da inovação e quais abordagens teóricas têm sido utilizados em dissertações e teses brasileiras que estudam inovação em clusters no período compreendido entre 2000 e 2012? A maior parte dos vinte e dois trabalhos acadêmicos selecionados estuda inovação como processo, sendo aprendizagem e gestão do conhecimento os conceitos mais explorados. Observa-se também que mais da metade das teses e dissertações sobre este tema foram produzidas em universidades paulistas e a maior parte dos clusters estudados concentram-se na região Sul e Sudeste. O trabalho desenvolvido por Michael Porter nas últimas duas décadas sobre as relações entre clusters, competitividade e inovação têm acumulado evidências que a proximidade geográfica entre empresas de uma mesma indústria exerce um papel importante na capacidade inovadora da empresa, sobretudo naquelas de base tecnológica. Assim, foi utilizado o modelo “Diamante” de Porter para analisar as diferentes abordagens observadas nos trabalhos selecionados. Observa-se que todos os trabalhos discutem os fatores básicos e adiantados presentes nos clusters, ou seja, o que Porter chamou de “Condições de Fatores”. Menos da metade dos trabalhos abordam aspectos relativos à disponibilidade local de setores correlatos e de apoio, ou discutem as regras e incentivos que regem a estratégia e rivalidade entre as empresas aglomeradas e o papel do Estado no apoio institucional ao cluster. Apenas três trabalhos discutiram os aspectos relativos às condições de demanda do mercado e como isso se relaciona com o processo de inovação no cluster. O Brasil ocupa posições pouco atraentes nos dois principais rankings que medem a capacidade de inovação dos países: The Global Competitiveness Report 2012-2013, organizado pelo World Economic Forum (2013) aponta o Brasil na 48° posição entre 144 nações; já o The Global Innovation Index 2012, organizado pelo INSEAD (2012), mostra o país em 58° lugar dentre outras 141 economias. Apesar de serem índices agregados compostos por diferentes medidas e, portanto, de difícil comparação, ambos evidenciam a dificuldade do país em criar bases consistentes para a inovação. Assim, a contribuição que este estudo pretende realizar é identificar as universidades mais envolvidas com este tema, os clusters mais estudados e as abordagens teóricas utilizadas pelos pesquisadores. Adicionalmente, a análise dos trabalhos acadêmicos sob a ótica do modelo Diamante permite evidenciar as oportunidades de pesquisa ainda não exploradas pelos mestrandos e doutorandos interessados em pesquisar inovação em clusters brasileiros. Além da introdução e considerações finais, este trabalho apresenta os argumentos teóricos presentes na literatura sobre inovação em clusters, a metodologia empregada na busca e seleção das teses e dissertações, as características da amostra selecionada, a análise e a discussão dos resultados. 2/16 ANAIS 2. De distritos industriais a clusters... de Marshall a Porter Estudar inovação em clusters significa abordar duas áreas do conhecimento: (i) aquela que trata do fenômeno das aglomerações industriais e clusters e (ii) o referencial teórico que descreve os fatores presentes nos ambientes e organizações inovadoras. O primeiro e mais importante estudo sobre distritos industriais foi realizado por Marshall em 1920, que descreveu os distritos ingleses do final do século XIX (MARSHALL, 1952). O sucesso dos distritos industriais italianos nas décadas de 1970 e 1980, o Vale do Silício e a Rota 128 nos Estados Unidos, dentre outros, cuja característica marcante é a concentração geográfica e setorial de produtores especializados, despertou o interesse acadêmico nas áreas da geografia econômica (KRUGMAN, 1991; SCOTT, 1998), estratégia (PORTER, 1990; 1998; 2003), sociologia econômica (SCHMITZ; NADVI, 1999) e políticas públicas (SUZIGAN, 2001; SUZIGAN, et al., 2006). Na literatura gerencial e acadêmica encontram-se diferentes tipologias que, em alguma medida, descrevem os aglomerados industriais. No Brasil, arranjo produtivo local (APL) é um termo bastante utilizado pelas agências de suporte e fomento como o BNDES e SEBRAE. Um grupo bastante ativo de pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro, organizadores da RedeSist – Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais, utilizam o termo sistema produtivo local (LASTRES e CASSIOLATO, 2003). Para esses autores, os arranjos ou sistemas produtivos locais devem ser compreendidos como sistemas de inovação. O termo clusters foi popularizado por Porter (1998), passando a ser largamente utilizando em detrimento das outras nomenclaturas. A definição de APLs oferecida por Lastres e Cassiolato (2003, p.5) é a seguinte: “Arranjos produtivos locais são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais – com foco em um conjunto específico de atividades econômicas - que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas – que podem ser desde produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros – e suas variadas formas de representação e associação. Incluem também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos (como escolas técnicas e universidades); pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento.” Apesar de o termo cluster ser usado de maneira genérica neste trabalho, há diferenças conceituais entre as expressões mais encontradas na literatura. Os distritos industriais, termo encontrado com frequência em artigos de geografia econômica seguem, grosso modo, a definição descrita acima, porém com maior ênfase nos laços sociais e no modelo de produção flexível. Organizações públicas e privadas de fomento cuja missão principal é a de implementar políticas públicas também exercem um papel relevante nos distritos industriais e APLs, com menor intensidade nos clusters. Para Marshall, uma das forças propulsoras do desenvolvimento e da consolidação dos distritos industriais é a geração de economias externas locais. Estas economias são decorrentes de um extenso processo de divisão de trabalho e da especialização dos produtores, bem como da presença de fornecedores de insumos e serviços especializados, propiciando um maior acesso ao mercado e ao conhecimento especializado, assim como uma rápida disseminação da informação que conduz ao fomento de um processo local de aprendizado (MARSHALL, 1952). 3/16 ANAIS Os autores italianos pioneiros nos estudos dos distritos industriais na década de 1970 demonstraram que as economias externas Marshallianas não eram suficientes para explicar a origem e o desenvolvimento dos distritos industriais italianos: outras características, além daquelas descritas por Marshall, como a concentração territorial de um grande número de pequenas empresas especializadas em uma indústria específica com uma extensiva divisão de trabalho entre elas, observava-se a existência de fortes laços socioculturais que facilitavam a cooperação baseada na confiança e a governança local feita por organizações representantes das firmas e agências estatais. Estas características especiais faziam-nas únicas como formas de produção industrial. Mais recentemente, alguns desses distritos industriais perderam essas características estruturais, como por exemplo, os distritos italianos, que mudaram de maneira substancial para sistemas de produção mais hierarquizados, reduzindo a importância dos laços sociais, políticos e culturais da região (LAZERSON; LORENZONI, 1999). Outra característica presente em clusters é o surgimento dos “transbordamentos de conhecimento” (spillovers), resultado da intensa e extensa interação entre os agentes. Quanto mais tácito (menos codificado) o conhecimento vigente, maior a possibilidade de transbordamentos dentro do distrito industrial (IGLIORI, 2001), permitindo o surgimento de novos negócios dentro da comunidade, representando mais um tipo de economia externa local. Essas economias derivam de fluxos de conhecimento (voluntário ou involuntário) feito de ideias, insights, experimentos e resultados de pesquisas que se originam em uma empresa específica e beneficia outras empresas sem que haja compensações financeiras relevantes dos benefícios recebidos. Estas externalidades não estão associadas a nenhum serviço ou transação comercial, referem-se ao impacto das ideias geradas por algum agente na produtividade dos esforços de pesquisa conduzidos por outros. Há um acúmulo importante de evidências que sustentam o argumento que grandes clusters industriais gozam de taxas superiores de inovação e apresentam crescimento mais rápido quando comparado a empresas isoladas e que essas vantagens sobrepõem quaisquer outras desvantagens de estar aglomerado, principalmente quando há a presença de universidades e centros de pesquisa (AMATO NETO, 2009; AUDRESTSCH e FELDMAN, 1999; BAPTISTA e SWANN, 1999; BEADRY, BRESCHI e SWANN, 2001). Michael Porter produziu um extenso trabalho sobre as relações entre competitividade e clustering nas últimas duas décadas, oferecendo uma clara relação entre os conceitos de competitividade, produtividade e inovação (SIMMIE, 2008). No entanto, observa-se que o conceito de cluster inicialmente declarado por Porter sofreu mudanças conceituais importantes desde a publicação de “Competitive Advantage of Nations” (1990), “On Competition” (1998) e “The Economic Performance of Regions” (2003). Porter (1990) define clusters como concentrações geográficas de empresas interconectadas, fornecedores especializados, provedores de serviços, indústrias relacionadas, instituições de apoio (universidades, agências de normatização e associações de comércio) que competem e cooperam simultaneamente. Para Simmie (2008), este é um conceito de cluster relativamente localizado e com uma abordagem de “supply-side”. Em seu trabalho mais recente, Porter (2003) defende que a prosperidade regional é impulsionada por clusters orientados à exportação. Segundo o autor, clusters exportadores tendem a pagar salários maiores que os clusters dedicados exclusivamente a servirem o mercado local, proporcionando um padrão de vida superior à comunidade local. Adicionalmente, clusters exportadores estabelecem conexões em nível nacional e internacional, ao contrário dos clusters com abrangência local. Assim, este conceito mais 4/16 ANAIS recente de Porter apresenta um caráter mais internacional e com uma abordagem de “demandside” (SIMMIE, 2008). Apesar da notável popularidade, Porter ganhou críticos importantes, dentre eles, Krugman (1990) que refutou o conceito de competitividade de Porter aplicado de maneira indiscriminada para diferentes níveis de análise: o nível da firma (nível microeconômico), a economia nacional (nível macroeconômico) e o nível meso representado pelos clusters. No entanto, Krugman concordava com Porter quanto ao conceito de competitividade, que seria “simplesmente outra maneira de dizer produtividade” (KRUGMAN, 1990, p.9). Produtividade, no entanto, não pode ser desenvolvida no vácuo. Porter defende que produtividade é altamente dependente de inovação. Em outras palavras, inovação é um fator chave para o desenvolvimento de produtividade (PORTER, 2000). Porter definiu inovação como uma tentativa de “criar vantagem competitiva por meio de descobertas que permitam novas e melhores maneiras de competir e trazê-las para o mercado” (PORTER, 1990, p.45). Em um conceito mais amplo, inovação pode ser definida como a introdução de um novo produto, processo ou serviço; ou ainda, uma nova forma de organização no mercado. Resumindo, inovação é a comercialização de novas ideias. Inovação não é somente um novo processo tecnológico e econômico. É também um complexo processo social e geográfico, altamente dependente de novos conhecimentos e das maneiras como indivíduos e grupos trocam conhecimento (SIMMIE, 2008). 2.1 O modelo Diamante de Porter Por que inovação está associada a clusters? Para Porter, as atividades de inovação são espacialmente concentradas porque as empresas respondem às pressões da demanda se desverticalizando em firmas menores, mas localmente concentradas e conectadas. Essas empresas necessitam das vantagens da proximidade para minimizar os custos de sua mudança e inovação constante. Este racional é refletido no modelo conceitual de Porter (1990), o chamado “Diamante”, esquematizado na figura 1. Pressupõe-se que os clusters não apenas diminuem os custos de transação, mas também aumentam a eficiência, melhoram os incentivos e criam ativos coletivos, principalmente sob a forma de informação e conhecimento (DI SERIO, 2007). O ambiente de inovação específico a um cluster está representado no modelo Diamante de Porter (figura 1) e enfatiza os determinantes da vantagem competitiva geradas. Eles são agrupados em quatro categorias ou atributos, a saber: - Condições de Fatores: Há os fatores básicos, como disponibilidade de mão de obra especializada, crédito, infraestrutura de logística e de energia; e os fatores adiantados, representados por centros de pesquisa, recursos humanos altamente qualificados e disponibilidade de infraestrutura tecnológica, como transmissão de dados digitais. - Condições de demanda: Relacionadas à natureza da demanda (grau de sofisticação e exigência do cliente) para os produtos ou serviços oferecidos pelas empresas do cluster. Marcos regulatórios também devem ser considerados dentro das condições de demanda. - Indústrias Correlatas: Relacionada com a disponibilidade de indústrias correlatas e complementares, assim como fornecedores especializados. - Estratégia, estrutura e rivalidade das empresas: Trata das regras e incentivos que regem a estratégia e rivalidade entre as empresas aglomeradas. Em outras palavras, as empresas 5/16 ANAIS competem entre si, mas são capazes de cooperar e desenvolver atividades na cadeia de valor em tecnologia, manufatura, distribuição, comercialização ou assistência. Oportunidade Estratégia, estrutura e rivalidade Condições de Fatores Condições de Demanda Indústrias Correlatas Governo Figura 1 – Modelo Diamante de Porter, adaptado de Porter (1990) Completando o modelo descrito, o Estado exerce um papel determinante no sucesso e evolução dos clusters, por meio de políticas e regulações adequadas. Naturalmente, o acaso (oportunidades) não pode ser esquecido: algumas grandes invenções aconteceram por acaso na história da humanidade, ou movidas por algo imprevisível, como guerras, surtos epidêmicos e restrições de abastecimento de determinados insumos. Em resumo, Porter (1990) argumenta que clusters são poderosos geradores de inovação por que: (i) permitem uma rápida percepção das novas necessidades dos clientes, (ii) concentram conhecimento e informação, (iii) permitem uma rápida assimilação de novas possibilidades tecnológicas, (iv) oferecem um ambiente para insights mais ricos em novas práticas de gestão, (v) facilitam o estreitamento com outras instituições, incluindo universidades, (vi) uma economia baseada em conhecimento é mais passível de ter sucesso quando os recursos específicos são localizados (SIMMIE, 2008). 3. Escopo do estudo e procedimentos de busca Este estudo tem como objetivo analisar as teses e dissertações publicadas sobre inovação em clusters no Brasil, no período de 2000 a 2012. Para alcançar o objetivo desejado, foi realizada uma busca na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), um site aberto organizado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, que reúne e disponibiliza todas as dissertações e teses depositadas nas bibliotecas parceiras do programa. Este site é acessado no endereço http://bdtd.ibict.br/. Posteriormente foi feita uma pesquisa na biblioteca de teses e dissertações da Fundação Getúlio Vargas (FGV), pois se verificou que as teses e dissertações publicadas da entidade não constavam na Biblioteca Digital Brasileira. As palavras-chave utilizadas na ferramenta de busca das duas bibliotecas pesquisadas foram inovação e clusters. Na primeira pesquisa realizada na BDTD surgiram 67 trabalhos e na FGV, 21. O universo de pesquisa inicial foi de 88 teses e dissertações. Uma análise do resumo e em algumas vezes, dos resultados, permitiu confirmar se o trabalho atende aos requisitos da pesquisa: estudar inovação, sob qualquer abordagem, em clusters industriais. Foi 6/16 ANAIS verificada que boa parte dos trabalhos ou versavam sobre clusters ou sobre inovação. Após cuidadosa leitura 22 trabalhos foram selecionados, pois tratavam do tema da inovação em clusters. A lista completa dos trabalhos selecionados, ordenados do mais recente para o mais antigo, encontra-se no Apêndice A. Os trabalhos selecionados foram classificados segundo as universidades que os produziram, os setores industriais aos quais os clusters estudados pertencem e o período em que foram publicados. 4. Descrição da amostra estudada À primeira vista, os trabalhos pareciam bastante heterogêneos em suas questões de pesquisa, com exceção de um conjunto significativo de trabalhos que tratavam dos tipos de aprendizagem e gestão do conhecimento em clusters. Em alguns dos trabalhos selecionados, a questão da inovação era um entre outros conceitos de interesse do pesquisador. Nestes casos, o trabalho foi analisado apenas sob o recorte da inovação. Assim, de uma análise mais detalhada emergiu um padrão que permitiu classificar os trabalhos acadêmicos em três diferentes grupos: (i) aqueles que estudavam inovação como input, (ii) inovação como processo e, (iii) inovação como output. Os trabalhos que abordaram inovação como input ([20] e [22]) procuravam a inovação radical que havia sido responsável pelo surgimento daquele aglomerado de empresas. Trata-se de uma questão de pesquisa baseada na suposição que inovações radicais, associadas a outras condições locais, criariam novos paradigmas de produção, com economias de escala superiores às anteriormente existentes. Para Krugman (1994), as economias de escala são a causa de todo processo de concentração geográfica, sendo outros fatores apenas decorrência deste fator original. Os trabalhos que abordaram inovação como output ([10] e [13]) considerava inovação como uma das medidas de desempenho do cluster. Tabela 1- Categorização dos trabalhos segundo a abordagem dada à inovação O restante dos trabalhos abordava a inovação como um processo, isto é, buscavam identificar como a inovação era construída, quais eram os fatores ou agentes presentes que facilitavam a inovação ou ainda os efeitos da localização nos processos de inovação. Dentro desta categoria, que compreendeu 18 trabalhos, foi possível ainda identificar três conjuntos distintos: aqueles cujo foco de interesse era o de estudar os processos de aprendizagem e gestão do conhecimento, outros cujo interesse era a gestão da inovação e um terceiro grupo 7/16 ANAIS interessado nas políticas públicas necessárias para estimular a inovação em clusters. A Tabela 1 identifica os trabalhos em cada uma das categorias, em três períodos de tempo. O conjunto de trabalhos que abordou a inovação como processo mostrou a seguinte distribuição temporal, resumida no Gráfico 1. Gráfico 1 – Distribuição dos estudos segundo sua classificação ao longo do tempo Interessante notar a mudança de enfoque nos últimos anos com o surgimento de trabalhos sobre gestão da inovação. O Gráfico 2 mostra os setores pesquisados, com predominância de clusters de base tecnológica e o Gráfico 3 as universidades que produziram os estudos selecionados. As universidades paulistas produziram 64% dos estudos acadêmicos sobre inovação em clusters. Gráfico 2 – Setores industriais pesquisados Gráfico 3 – Universidades produtoras Apenas quatro dos trabalhos analisados utilizaram métodos quantitativos como instrumento de coleta de dados ([2] [6] [16] [19]). Em todos os casos foram amostras não probabilísticas e de natureza exploratória. A tese [14] destaca que utilizou metodologia qualitativa e quantitativa, mas a survey conduzida apresentou baixo número de respondentes e partiu de uma amostra não probabilística. Os 17 trabalhos restantes utilizaram metodologia qualitativa, geralmente estudo de casos múltiplos. Alguns trabalhos explicitaram a unidade de análise, como [5] e [10] como sendo o cluster. A tese [3] utilizou grounded theory como estratégia metodológica, produzindo uma rica descrição conceitual do cluster estudado. A dissertação 8/16 ANAIS [17] revela que utilizou pesquisa-ação como método de obtenção e análise dos dados, mas não revelou como este processo foi conduzido e como os dados foram analisados. 5. Análise dos resultados Os trabalhos selecionados representaram um rico mosaico de possibilidades de pesquisa sobre inovação em clusters. Com o objetivo de extrair insights e identificar lacunas, o conteúdo das teses e dissertações foi analisado tendo-se em mente o modelo Diamante de Porter, apresentado na seção 2.1. Procurou-se identificar quais dimensões do Diamante eram abordadas por cada trabalho. O resultado desta análise está resumido na Tabela 2. Tabela 2 – Identificação das dimensões do modelo Diamante em cada trabalho Esta análise lança um novo olhar sobre o conteúdo dos trabalhos analisados. Apesar da pluralidade de abordagens teóricas e metodológicas, todos os 22 estudos tratam do que Porter chamou de Condições dos Fatores (ou insumos), consistente com as respectivas perguntas de pesquisa. De fato, todos os estudos analisam os insumos genéricos – mão de obra, infraestrutura física, comercial e administrativa, recursos naturais e conhecimento, ainda que com diferentes ênfases. Alguns, sobretudo aqueles que analisam os clusters de base tecnológica, também discutem os insumos especializados, como recursos humanos de alta qualificação, centros de pesquisa e universidades. O Gráfico 4 mostra de maneira esquemática a distribuição das dimensões do Diamante nos trabalhos selecionados. Em todos os trabalhos observa-se a preocupação dos pesquisadores em descrever o papel dos setores correlatos e de apoio (fornecedores de insumos e serviços), mas apenas nove trabalhos analisam em profundidade o envolvimento de fornecedores locais no processo de inovação ou na redução dos custos de transação. Interessante notar que na maior parte dos setores estudados, seriam os fornecedores as principais fontes de inovação. 9/16 ANAIS Gráfico 4 – Dimensões do Diamante presentes nos trabalhos selecionados A dimensão “Estratégia e Rivalidade” são os fatores que contextualizam as escolhas estratégicas das empresas. Resumidamente, tratam do alinhamento entre as regras de negócios, os costumes locais e os incentivos vigentes que garantem investimentos sustentados, assim como os aspectos de governança do cluster. Estes investimentos não são apenas os ativos fixos, mas também P&D, treinamento e desenvolvimento de mercado. A intensidade da rivalidade local representa outra dimensão do contexto competitivo. Para Porter (1990), a rivalidade local talvez seja a vantagem mais poderosa de um sistema produtivo local. Concorrentes fortes estimulam todos os processos que influenciam no ganho de eficiência e inovação. Da amostra estudada, apenas oito trabalhos exploraram estes aspectos competitivos. Interessante notar que nenhum desses oito trabalhos utilizou o modelo de Porter como lente teórica. O papel do Estado (government) no desenho de instituições de suporte às empresas do cluster foi explorado em profundidade por apenas seis trabalhos da amostra, apesar da forte presença de agências de suporte como SEBRAE, SESI e SENAI nessas localidades e recentes iniciativas do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC, 2013). Finalmente, apenas três trabalhos exploraram as condições de demanda e as oportunidades imprevisíveis de inovação que por vezes ocorrem. As condições de demanda refletem as necessidades, os níveis de sofisticação, o poder de compra e até mesmo as afinidades culturais por determinados produtos (PORTER, 1990). Em outras palavras: descrevem o mercado e as forças que o regem. Finalmente, três trabalhos merecem destaque pela qualidade e rigor científico evidentes: a tese [3], que analisa os fatores determinantes e sociais de inovação em rede de PMEs; a dissertação [10] que estuda os condicionantes de sucesso de três arranjos produtivos locais e ao final propõe um modelo para análises futuras; e a tese [22] que explora os fatores de origem, a dinâmica e a evolução de um APL, oferecendo ao final um modelo de evolução de clusters. Coincidentemente, estes três trabalhos exploraram todas as dimensões presentes no modelo Diamante, sem utilizar Porter como referencial teórico. 10/16 ANAIS 6. Discussão dos resultados e considerações finais O processo de globalização e as mudanças tecnológicas têm ressaltado a importância da inovação dentro de aglomerações geográficas de empresas em forma de clusters, não só no Brasil, mas especialmente em regiões onde esses modelos têm apresentado resultados de crescimento econômico acima da média em relação às empresas isoladas. A partir da análise das teses e dissertações selecionadas, verificou-se que a pesquisa sobre clusters tem sido feita em diversos setores econômicos com predominância para os de base tecnológica. As universidades do sudeste do Brasil concentram 64% dos estudos realizados. A metodologia de pesquisa predominante é o estudo de caso e a maior incidência dos trabalhos parece ter ocorrido no período entre 2005 e 2008. Uma das inúmeras oportunidades de pesquisa que emerge deste estudo é a necessidade de se realizar estudos quantitativos em diferentes clusters que possam permitir a identificação de fatores de inovação comuns e específicos para diferentes setores ou regiões. Os resultados da análise utilizando-se o modelo Diamante evidenciaram as muitas oportunidades de pesquisa sobre inovação em clusters, sobretudo nos aspectos relacionados aos estudos de demanda. Afinal, o Brasil possui o 7° maior mercado doméstico, segundo o The Global Competitiveness Index (2013). A estabilidade econômica e o crescimento da renda per capita verificado nos últimos anos tornam o mercado doméstico bastante atrativo. Surpreende também o baixo número de trabalhos acadêmicos que abordaram as iniciativas governamentais de apoio e incentivo ao desenvolvimento de clusters. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior possui um grupo de trabalho permanente para arranjos produtivos, o GTP-APL, formado em 2004 por membros de mais de 20 instituições estatais e para-governamentais, com o objetivo de formular políticas nacionais para empresas localizadas em APLs (MDIC, 2013). A partir de um levantamento realizado pelo IPEA em 2005, quando 957 clusters foram identificados no território nacional, o GTPAPL priorizou o estudo de 142 clusters com o objetivo de testar os PDPs – Planos de Desenvolvimento Preliminares – e sua extensão a outros sistemas de produção local (GTPAPL, 2010). Há, portanto, valiosa oportunidade de se testar e avaliar as políticas públicas já implementadas, contribuindo para o seu aprimoramento. A maior parte dos clusters estudados está na região Sudeste, apesar de ser, conjuntamente com a região Sul, a área mais desenvolvida do país. O Apêndice B apresenta o mapa do território nacional com as zonas de aglomerações de empresas do mesmo setor (IPEA, 2005; MDIC, 2012), evidenciando a oportunidade de se pesquisar clusters nas regiões mais remotas do Brasil, como na Amazônia, permitindo ampliar o repertório de conhecimento para o estabelecimento de políticas públicas adequadas para as necessidades de cada região e avançar na compreensão teórica sobre a dinâmica da inovação presente nos clusters. No entanto, como explicar o fato de que os 22 trabalhos selecionados estudaram, em diferentes graus e abordagens, a dimensão do Diamante chamada de Condições de Fatores? Uma possível explicação seria a prevalência nesses estudos da abordagem teórica da geografia econômica. Esta perspectiva teórica enfatiza os insumos primários, como mão de obra especializada, conhecimento e consequentes spillovers, visto que são fontes importantes das externalidades locais. Contudo, os autores dos trabalhos [3], [10] e [22], que abordaram todos os fatores de competitividade, também se valeram da mesma abordagem teórica, mas partiram de perguntas de pesquisa mais amplas, que permitiram uma investigação mais holística de todo o cluster. 11/16 ANAIS Este estudo apresenta uma limitação importante: há de se ter cautela em relação ao número de trabalhos acadêmicos recuperados por meio da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD). A baixa recuperação aparente de trabalhos no período de 2000 a 2004 talvez não reflita a realidade, pois pode decorrer da não introdução desses trabalhos na base de dados pelas escolas, por não estarem ainda digitalizados. É possível que algumas universidades não tenham realizado ainda a transferência de seus trabalhos para o BDTD, a exemplo da FGV. Assim, a estratégia de busca utilizada representa também a principal limitação aos achados e conclusões do presente trabalho. Referências bibliográficas: AMATO NETO, J. 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Dissertação (Mestre em Engenharia da Produção)- Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, 2011. [3] SAKAMOTO, A.R. Inovação em rede de PMEs: Fatores determinantes e consequências sociais. 2011. Tese (Doutor em Administração de Empresas) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2011. [4] CONSTANTE, J. M. Spin-offs: um estudo de casos de pequenas e médias empresas de base tecnológica. 2011 Dissertação (Mestre em Administração de Empresas)- Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2011. [5] RUFFONI-TREZ, J. D. Proximidade geográfica e inovação tecnológica de firmas: uma análise para o segmento produtor de máquinas para calçados da Itália e do Brasil. 2009. Tese (Doutor em Política Científica e Tecnologia)- Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas, 2009. [6] COSTA, M. A. Análise das práticas da gestão do processo de desenvolvimento de produtos em empresas de revestimento cerâmico do polo de Santa Gertrudes-SP. 2010. Dissertação (Mestre em Engenharia da Produção)- Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010. [7] SILVA, D. D. Articulação do sistema de inovação do município de Sorocaba: um estudo com base na experiência nacional de ambientes de inovação e nos polos franceses de competitividade. 2009. Tese (Doutor em Ciências na área de Tecnologia Nuclear)- Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo – USP, São Paulo, 2009. [8] FERASSO, M. O processo de criação de conhecimento em empresas localizadas em clusters industriais: um estudo multi-caso no setor de biotecnologia na França e no Brasil. 2008. Dissertação (Mestre em Administração) Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. [9] OLIVEIRA, M.F. Aprendizagem e inovação nas pequenas empresas: um estudo multicasos no arranjo produtivo local do setor do vestuário de Cianorte-PR. 2008. Tese (Doutor em Engenharia da Produção)- Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, 2008. [10] MATTIOLA, E. Condicionantes de sucesso de arranjos produtivos locais: análise dos casos de três arranjos do Rio Grande do Sul. 2008. Dissertação (Mestre em Administração)Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, 2008. [11] SANCHES, C.A. Desenvolvimento regional a partir de clusters produtivos: o caso da agroindústria da soja no oeste da Bahia. 2008. Tese (Doutor em Administração)Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2008. [12] REIS, A.P. A dinâmica da aprendizagem em arranjos produtivos locais: um estudo das redes de conhecimento das pequenas e médias empresas de software na construção de 14/16 ANAIS suas capacitações. 2008. Tese (Doutor em Engenharia)- Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. [13] GALDÁMEZ, V. C. Proposta de um sistema de mediação de desempenho para clusters industriais de pequenas e médias empresas. 2007. Tese (Doutor em Engenharia da Produção) Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007. [14] SILVA, A. B.O. O cluster da construção civil em Minas Gerais e as práticas de colaboração e de gestão do conhecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte MG. 2007. Tese (Doutor em Ciência da Informação)- Escola da Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007. [15] LIMA, G. C. Inovação e gestão do conhecimento no setor petrolífero do Rio Grande do Norte. 2007. Dissertação (Mestre em Engenharia de Produção )- Universidade Federal do Rio grande do Norte, Natal, 2007. [16] PEREIRA, P. C. N. A concentração geográfica de empresas no agronegócio de flores de Holambra e Mogi das Cruzes. 2007. Tese (Doutor em Engenharia)- Escola de Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. [17] FERNANDES, R. C. APL de mármore e granito de Cachoeiro de Itapemirim: aprendizado por interação como fonte de inovações. 2006. Dissertação (Mestre em Engenharia Industrial)- Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC, Rio de Janeiro, 2006. [18] SILVESTRE, B. S. Aglomeração industrial de petróleo e gás da região produtora da bacia de Campos: conexões de conhecimento e posturas tecnológicas das firmas. 2006. Tese (Doutor em Engenharia Industrial)- Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC, Rio de Janeiro, 2006. [19] FREITAS, M. C. Fluxos de informações e conhecimentos para inovações no arranjo produtivo local de confecções em Salvador. 2006. Dissertação (Mestre em Ciência da Informação)- Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006. [20] ASSUNÇÃO,J. J. C. Modelo de evolução de clusters: estudo de caso da indústria calçadista de Franca. 2006. Dissertação (Mestre em Administração de Empresas) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2006. [21] ROESE, M. Problemas globais, respostas locais. 2004. Tese (Doutor em Política Científica e Tecnológica)-Instituto de Geociências da Universidade Estadual de CampinasUNICAMP, Campinas, 2004. [22] MACHADO, S. A. Dinâmica dos arranjos produtivos locais: um estudo de caso em Santa Gertrudes, a nova capital da cerâmica brasileira. 2003. Tese (Doutor em Engenharia da Produção)- Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/estudospesq/apls/BRASIL_Final_%20APLs.pdf 15/16 ANAIS APÊNDICE B – Mapa Institucional dos APLs Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) http://www.mdic.gov.br/cbapl/public/institucional/entenda-apls, acessado em 02/12/2012 16/16