Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Bioquímica Médica – IBqM Curso de Pós-Graduação em Química Biológica Disciplina de Termogênese em Seres Vivos Avaliação do efeito sinefrina no controle da obesidade Juliana B. Madeira Outubro de 2011 1. Introdução • Atualmente a obesidade tem sido considerada um problema de saúde pública mundial. Mais de 1 bilhão de pessoas estão com sobrepeso e aproximadamente 300 milhões são consideradas obesas, o que favorece o aparecimento de certas doenças (WHO, 2009). • Além disso, existe ainda o contexto de padrões de beleza que são incentivados pela sociedade. Assim, cresce a cada dia a demanda tanto por medicamentos e suplementos dietéticos a fim de obter-se efeitos anoréxicos, inibindo a apetite ou pelo aumento da taxa de metabolismo energético através da termogênese. SINEFRINA - 4-[1-hydroxy-2-(methylamino)ethyl]phenol • Composto conhecido por sua ação termogênica utilizado em muitos suplementos dietéticos. • É a principal substância ativa no Citrus aurantium da família Rutaceae, popularmente conhecida como Laranja Amarga. • Também é uma substância encontrada em nosso organismo, mas em baixíssimas concentrações. Tendência atual! 1. Introdução • A Sinefrina também é utilizada com outros propósitos, como em problemas digestivos, estimulantes cardíacos e descongestionantes nasais. Entretanto, Seu interesse despertou quando o FDA proibiu o uso de efedrina em produtos dietéticos em 2004. Então, ela se tornou uma grande substituta para a efedrina no auxílio da perda de peso. 1. Introdução Assim.... A sinefrina tornou-se um potencial substituto para a efedrina no auxílio da perda de peso através do seu efeito lipolítico. Estímulo à pesquisa nesta área. 1. Introdução • Pode ser obtida na natureza a partir de 2 formas isoméricas, para e meta. • Ambas m- e p-sinefrina ativam receptores adrenérgicos. Mecanismo de ação na perda de peso: • Efeito lipolítico através da ativação de receptores β3adrenérgico e consequente termogênese. • Efeitos adversos estão associados com o estímulo adrenérgico não específico. 2. Justificativa • Estudos experimentais realizados em animais e seres humanos mostram evidências de que após a administração da sinefrina ocorre perda de peso. Apesar da sua popularidade, existem fracas evidências da eficácia da sinefrina como agente termogênico. Assim, existe a necessidade de investigação sobre o potencial termogênico no auxilio da perda de peso. 3. Objetivo Avaliar o efeito termogênico da ingestão da sinefrina em indivíduos jovens com sobrepeso. 4. Metodologia Comitê ético O projeto será submetido para avaliação do comitê ético de pesquisas com seres humanos da UFRJ. Todos os participantes deverão assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Desenho do estudo Estudo cego para avaliar o papel da sinefrina em indivíduos jovens de idade entre 18 a 25 anos estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com sobrepeso. Os indivíduos serão selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão e serão avaliados no período de 1 a 6 meses. 4. Metodologia Critérios de inclusão • Serão incluídos indivíduos saudáveis do sexo masculino e feminino estudantes da UFRJ de idade entre 18 a 25 anos com Índice de massa corpórea (IMC) 25,0 e 29,9 entre que não realizem atividades físicas de forma regular que serão divididos em 2 grupos: Grupo 1 – composto por 10 indivíduos que receberão um placebo. Grupo 2 – composto por 10 indivíduos que receberão a sinefrina. Critérios de exclusão • Serão excluídos indivíduos que apresentarem distúrbios cardiovasculares, diabetes, disfunções da tireoide, indivíduos que estejam fora da faixa de IMC selecionada e que pratiquem qualquer atividade física regular. 4. Metodologia Administração da sinefrina • A sinefrina será manipulada em cápsulas contendo 60 mg/cápsula. • O placebo será composto por cápsulas preencjidas apenas com celulose. • Os participantes irão ingerir 1 cápsula pela manhã todos os dias durante 6 meses e serão avaliados 1 vez a cada mês após a ingestão das cápsulas (placebo ou sinefrina). 4. Metodologia Avaliações Todos os indivíduos serão avaliados antes do início do estudo e reavaliados em intervalos mensais durante 6 meses após 75 minutos da administração das cápsulas através de: Peso (Kg) IMC (kg/m2) Percentual de gordura (%) Massa magra (kg) Massa gorda (kg) Pressão sanguínea (mmHg) RMR – Resting Metabolic Rate (kcal/dia) Avaliação da taxa metabólica = RMR • Será medida através da calorimetria indireta, calculando o volume de O2 que é consumido. 5. Resultados esperados • Espera-se confirmar o papel e a segurança do uso da sinefrina a longo prazo como um agente termogênico, associado a perda de peso em jovens com sobrepeso. Assim, após o término do estudo, espera-se encontrar tais resultados... - Perda de peso e porcentagem de gordura corporal nos participantes que administraram a sinefrina. - Aumento da RMR. • Os resultados obtidos poderão ser usados em pesquisas relacionadas ao controle da obesidade entre jovens com hábitos sedentários. • Além disso, sabendo exatamente os efeitos que a sinefrina pode causar, a mesma poderá ser utilizada na clínica com maior controle e regulação. 6. Orçamento $$$ • O projeto será desenvolvido nas dependências da UFRJ contando com a infraestrutura básica dos laboratórios de pesquisa. O material e equipamentos necessários serão fornecidos pelos colaboradores. 7. Cronograma Parâmetros Trimestres 1-3 Seleção dos indivíduos e avaliações iniciais Introdução da dieta alimentar e avaliação dos parâmetros estudados Análise dos resultados 4-6 7-9 10-12 8. Referências • Effects of p-synephrine alone and in combination with selected bioflavonoids on resting metabolism, blood pressure, heart rate andself-reported mood changes. Stohs et al. Int J Med Sci. 2011 Apr 28;8(4):295-301. • Synephrine: From trace concentrations to massive consumption in weightloss. Rossato et al. Food and Chemical Toxicology 49 (2011) 8–16. • Comparison of Thermogenic Sympathetic Response to Food Intake between Obese and Non-obese Young Women Tamaki Matsumoto et al OBESITY RESEARCH Vol. 9 No. 2 February 2001. • Certification of standard reference materials containing bitter orange. Sander et al. Anal Bioanal Chem (2008) 391:2023–2034. • Antiobesity and cardiovascular toxic effects of Citrus aurantium extracts in the rat: a preliminary report. Calapai et al. Fitoterapia 70 1999. 586-592.