Complexidade e Mudança
Torna-se cada vez mais evidente que
nossos sistemas industriais complexos,
tanto sob o aspecto da organização
quanto sob o da tecnologia,
constituem a força principal de
destruição do ambiente planetário e, a
longo prazo, a principal ameaça à
sobrevivência da humanidade. (p.110)
SITUAÇÃO PARADOXAL
Instituições sociais criadas em vista de objetivos
específicos, como os de ganhar dinheiro para os
acionistas, administrar a distribuição do poder político,
transmitir conhecimento ou disseminar uma fé religiosa.
Comunidades de pessoas que interagem umas com as
outras para construir relacionamentos, ajudar-se
mutuamente e tornar significativas as suas atividades
cotidianas num plano pessoal.
TIPOS DE MUDANÇAS
Mudança quantificável e previsível em toda a estrutura.
A estrutura projetada sempre interage com os indivíduos
e comunidades vivas da organização, cuja mudança não
pode ser projetada.
Sempre ouvimos que, nas organizações, as pessoas resistem à
mudança. Na realidade, porém, não é à mudança que elas
resistem; resistem, isto sim, a uma mudança que lhes é imposta.
Na medida em que estão vivos, os indivíduos e as comunidades
são ao mesmo tempo estáveis e sujeitos à mudança e ao
desenvolvimento, mas seus processos naturais de mudança são
muito diferentes das mudanças organizativas projetadas por
especialistas em “reengenharia” e determinadas pelo chefe
supremo
OS PROCESSOS DE MUDANÇAS ORGANIZATIVA
Criar organizações humanas que reflitam a
versatilidade, a diversidade e a criatividade
É muito provável que a concepção das organizações como
sistemas vivos, ou seja, como redes não-lineares complexas, nos
dê novas idéias sobre a natureza da complexidade e nos ajude
assim a lidar com as complicações do ambiente empresarial de
hoje em dia.
Na economia de hoje em dia, tanto a administração quanto a
tecnologia estão intrinsecamente ligadas à criação de
conhecimento.
Os aumentos de produtividade não vêm do trabalho, mas da
capacidade de equipar o trabalho com novas habilidades
baseadas num conhecimento novo.
METÁFORAS DA ADMINISTRAÇÃO
Idéia Básica da Administração.
É a de dirigir a organização, conduzindo-a numa direção
compatível com as suas metas e objetivos.
Segundo Morgan, “O veículo da organização e da administração
é a metáfora. A teoria e a prática da administração são moldadas
por um processo metafórico que influenciou praticamente tudo o
que fazemos”.
Organização como Máquina – voltada para o controle e a
eficiência
Organização como Organismo – desenvolvimento, adaptação
Organização como Cérebro – aprendizagem organizativa
Organização como Cultura – valores, crenças
Organização como Sistema Político
poder
– conflitos de interesse,
Ponto de Vista da Estrutura Conceitual
Metáforas
Metáforas
Organismo
Cérebro
Dimensões
Biológica e
Cognitiva da Vida
Cultura
Sistema de Governo
Aspectos
Análogos da
Dimensão Social
Metáfora da Organização como Máquina
Organização como um Sistema Vivo
Principais Características da Metáfora Máquina
Parte do paradigma mecanicista mais amplo elaborado
por Descartes e Newton no século XVII.
Paradigma Mecanicista na Administração
Teorias clássicas de administração do começo do século XX
Organizações são conjuntos de partes que se interligam de
maneira precisa e específica – departamentos funcionais
como os de produção, marketing, finanças e pessoal -, todas
unidas por linhas definidas de comando e comunicação.
Organização como Máquina
“Uma máquina de ganhar dinheiro”
(Senger)
Estrutura e objetivos são
determinados pela administração ou
por especialistas de fora e são
impostos a organização.
Finalidade é provocar operações
eficientes por meio de um controle
que se exerce de cima para baixo.
Chega um momento em que ela se
“quebra”, a menos que sofra
periodicamente uma “manutenção”
feita pelos gerentes.
Incapaz de mudar por si mesma.
Todas as mudanças têm de ser
projetadas por outra pessoa.
Organização como Sistema
Vivo
Um ser vivo.
“No mundo inteiro a maior parte dos
povos considera fundamentalmente
imoral a idéia de um ser humano ser
propriedade de outro” (Senger).
Os seres vivos agem com autonomia.
Não podem ser controlados como
máquinas. Tentar fazer isso é o mesmo
que privá-los da sua vitalidade.
Ela é capaz de regenerar-se, de mudar
e evoluir naturalmente.
“A metáfora da máquina é
tão poderosa que molda o
caráter da maioria das
empresas. Elas se tornam
mais semelhantes a
máquinas do que a seres
vivos porque é assim que
os seus membros as
concebem”.(Senge)
A metáfora da máquina não deixa espaço para as adaptações
flexíveis, para o aprendizado e para a evolução, e não há dúvida de
que as empresas administradas de maneira puramente mecânica
simplesmente não têm condições de sobreviver no ambiente
econômico de hoje em dia, que é complexo e orientado para o
conhecimento e muda rapidamente.
IDENTIDADE EMPRESARIAL DAS GRANDES EMPRESAS
QUE SOBREVIVERAM A GRANDES MUDANÇAS NO
CENÁRIO MUNDIAL
1- Forte noção de comunidade e de identidade coletiva, que se
constrói em torno de um conjunto de valores comuns; uma
comunidade na qual todos os membros sabem que serão
amparados em seus esforços para atingir os seus próprios
objetivos.
2- Tolerância à entrada de novos indivíduos e novas idéias e, em
conseqüência, uma, uma capacidade manifesta de aprender e
adaptar-se às novas circunstâncias.
Para superar a crise, os administradores precisam “mudar suas
prioridades, de administrar empresas a fim de otimizar o
capital para administrar empresas a fim de otimizar as pessoas.
REDES SOCIAIS
Uma organização só será um sistema vivo se for organizada em
rede ou conviver redes menores dentro dos seus limites. Com
efeito, as redes (networks) tornaram-se recentemente um dos
principais objetos de atenção não só no mundo empresarial
como também na sociedade em geral, em toda uma cultura
global que está surgindo.
As diversas partes dessas redes empresariais recombinam-se e
interligam-se continuamente, cooperando e competindo umas
com as outras ao mesmo tempo.
COMUNIDADE DE PRÁTICA
Etienne Wenger: redes sociais autogeradoras. “A medida
que, no decorrer do tempo, as pessoas dedicam-se a um
empreendimento conjunto, acabam por desenvolver uma
prática comum, ou seja, maneiras determinadas de fazer
as coisas e de relacionar-se entre si, que permitem que
atinjam o seu objetivo comum. Com o tempo, a prática
resultante torna-se um elo que liga de maneira evidente
as pessoas envolvidas”.
Três Características de Comunidade de Prática
Compromisso
mútuo
Estrutura
Conceitual
Empreendimento
conjunto
Repertório
comum
Dinâmica de uma rede
de comunicações
autogeradora
Comunicação de
objetivos e
significados
Resultante de coordenação de
comportamento e criação de
um corpo comum de
conhecimento
A ORGANIZAÇÃO VIVA
Para levar o máximo o potencial criativo e a capacidade
de aprendizado de uma empresa, é essencial que os chefes
e administradores compreendam a interação que existe
entre as estruturas formais e explícitas da organização e
suas redes informais e autogeradoras.
Estruturas formais: documentos oficiais da organização
Estruturas informais: são redes de comunicações fluidas e
oscilantes. Essas comunicações podem ser formas nãoverbais de participação num empreendimento conjunto,
através das quais permutam-se habilidades e gera-se um
conhecimento tácito.
APRENDER COM A VIDA
O que os gerentes podem aprender com a compreensão
sistêmica da vida.
As coisas a que as pessoas prestam atenção são determinadas
pelo que essas pessoas são enquanto indivíduos e pelas
características culturais de suas comunidades de prática.
Máquina
Sistema Vivo
pode ser
controladas
Só pode ser
pertubado
O ponto central não é nem a força nem a energia: é o
significado. Perturbações significativas podem chamar a
atenção da organização e desencadear mudanças estruturais.
Os sistemas vivos sempre escolhem a que prestar atenção e
como reagir, ou “responder”. Quando as pessoas modificam as
instruções que recebem, estão respondendo criativamente a
uma perturbação.
A obediência estrita só pode ser obtida à custa da vitalidade
das pessoas, que são então transformadas em robôs
indiferentes e apáticos. Essa consideração é especialmente
importante para as organizações de hoje em dia, que são
voltadas para o conhecimento: nelas, a lealdade, a inteligência
e a criatividade são os maiores insumos.
O APRENDIZADO NAS ORGANIZAÇÕES
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Sistema Vivo - Universidade Castelo Branco